a implantaÇÃo de ambientes virtuais de aprendizagem...

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A IMPLANTAÇÃO DE AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM PARA OS CURSOS PRESENCIAIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO Rosana Abutakka Vasconcelos dos Anjos 1 , Kátia Morosov Alonso 2 , Alexandre Martins dos Anjos 3 1 Universidade Federal de Mato Grosso/Programa de pós-graduação em Educação/ [email protected] 2 Universidade Federal de Mato Grosso/Programa de pós-graduação em Educação/ [email protected] 3 Universidade Federal de Mato Grosso/Instituto de Educação/ [email protected] Resumo O presente artigo tem por objetivo relatar a experiência vivenciada na Universidade Federal de Mato Grosso, relativa ao processo de implantação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem para os cursos presenciais da Instituição. No entendimento de que esse recurso de Tecnologia da Informação e da Comunicação é adaptável a contextos educacionais diversos, a Universidade Federal de Mato Grosso, com o apoio da Secretaria de Tecnologias da Informação e da Comunicação, desenvolveu estratégias de disponibilização dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem para professores e alunos, adentrando assim no contexto da Educação mediada por Tecnologias. O artigo apresenta um detalhamento das etapas realizadas para a consecução dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, como o planejamento de infraestrutura, a integração dos Ambientes com o Sistema Acadêmico da Universidade, o Design do Ambiente Virtual, bem como pormenoriza o processo de capacitação realizado com os professores, relativo à utilização desses Ambientes, apresentando dados parciais dos Institutos e Faculdades que participaram das capacitações, o que de certa forma, retrata o nível de aceitação ou possível rejeição desse recurso. A proposta metodológica está pautada na revisão bibliográfica, no relato da experiência vivenciada e em análise documental. Palavras-chave: Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Tecnologias da Informação e da Comunicação. Educação mediada por Tecnologias. Abstract This paper aims to report the experience of the Federal University of Mato Grosso on the deployment process of Virtual Learning Environments for classroom courses. On the understanding that the resource of Information and Communications Technology is adaptable to various educational contexts, the Federal University of Mato Grosso, with the support of the Department of Information and Communications Technology, developed strategies to make the use of Virtual Learning Environments available to teachers and pupils, and in doing so they began to enter in to the context of Education Mediated by Technologies. The article presents a breakdown of the steps taken to implement the Virtual Learning Environments, such as the planning of the infrastructure, integration with the University Academic System environment, and the design of the Virtual 397

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emocionar. E partindo do princípio de que as emoções funcionam como combustíveis da aprendizagem os relatos aqui apresentados demonstram que, emoções foram despertadas e a afetividade tornou-se parte do processo de todos nós envolvidos nesta experiência.

Referências ALVES, A.C.T.P. A Experiência Real Influenciando a Mediação Virtual. PUC –

Mestrado em Educação: Currículo, 2005. ARANTES, Valéria Amorim. Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. In: SOUZA, Maria Thereza Costa Coelho. O desenvolvimento afetivo segundo

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ARANTES, Valéria Amorin (org). Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 2003.

ARAÚJO, Ulisses F. A dimensão afetiva da psique humana e a educação de valores. In: ARANTES, Valéria Amorin (org.). Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 2003.

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RJ; Vozes, 1995.

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A IMPLANTAÇÃO DE AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM PARA OS CURSOS PRESENCIAIS DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO Rosana Abutakka Vasconcelos dos Anjos1, Kátia Morosov Alonso2, Alexandre Martins

dos Anjos3 1Universidade Federal de Mato Grosso/Programa de pós-graduação em Educação/

[email protected] 2Universidade Federal de Mato Grosso/Programa de pós-graduação em Educação/

[email protected] 3Universidade Federal de Mato Grosso/Instituto de Educação/ [email protected]

Resumo – O presente artigo tem por objetivo relatar a experiência vivenciada na Universidade Federal de Mato Grosso, relativa ao processo de implantação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem para os cursos presenciais da Instituição. No entendimento de que esse recurso de Tecnologia da Informação e da Comunicação é adaptável a contextos educacionais diversos, a Universidade Federal de Mato Grosso, com o apoio da Secretaria de Tecnologias da Informação e da Comunicação, desenvolveu estratégias de disponibilização dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem para professores e alunos, adentrando assim no contexto da Educação mediada por Tecnologias. O artigo apresenta um detalhamento das etapas realizadas para a consecução dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, como o planejamento de infraestrutura, a integração dos Ambientes com o Sistema Acadêmico da Universidade, o Design do Ambiente Virtual, bem como pormenoriza o processo de capacitação realizado com os professores, relativo à utilização desses Ambientes, apresentando dados parciais dos Institutos e Faculdades que participaram das capacitações, o que de certa forma, retrata o nível de aceitação ou possível rejeição desse recurso. A proposta metodológica está pautada na revisão bibliográfica, no relato da experiência vivenciada e em análise documental.

Palavras-chave: Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Tecnologias da Informação e da Comunicação. Educação mediada por Tecnologias.

Abstract – This paper aims to report the experience of the Federal University of Mato Grosso on the deployment process of Virtual Learning Environments for classroom courses. On the understanding that the resource of Information and Communications Technology is adaptable to various educational contexts, the Federal University of Mato Grosso, with the support of the Department of Information and Communications Technology, developed strategies to make the use of Virtual Learning Environments available to teachers and pupils, and in doing so they began to enter in to the context of Education Mediated by Technologies. The article presents a breakdown of the steps taken to implement the Virtual Learning Environments, such as the planning of the infrastructure, integration with the University Academic System environment, and the design of the Virtual

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Environment, as well as the detailing of the training process conducted with teachers on the use of these environments, and presenting partial data of those that participated in the training processes, which depicts the possible level of acceptance or rejection of this resource.The methodology proposal is listed in the bibliography, on the account reported and in documentary analysis.

Keywords: Virtual Learning Environments. Information and Communications Technology. Education Mediated by Technologieshe.

1. Introdução O incremento das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) vem provocando mudanças sociais significativas no cenário atual e, de maneira mais específica, no cenário educacional. A utilização das TIC no contexto educativo tem colaborado para um movimento de ressignificação dos espaços de saberes, ou por se dizer, as TIC possibilitam a abertura de novos territórios educacionais, que extrapolam a sala de aula física e passam a acontecer, também, em um plano virtual, por meio da rede de comunicação mundial.

Considerando o movimento crescente de utilização das TIC na área educacional, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) tem trabalhado no sentido de implantar os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) para o atendimento de seus cursos presenciais, no intento de colaborar com a prática docente em suas estratégias de ensino, bem como na abertura de novos espaços educativos, que coadunam para o fortalecimento dos processos de comunicação e interação entre docentes e discentes.

A condição de servidora técnica da UFMT tem me proporcionado trabalhar, de maneira direta, com os Ambientes Virtuais de Aprendizagem da Instituição, seja na administração desses Ambientes, na modelagem de conteúdos, ou ainda como Design Instrucional de Cursos, prática esta que se efetiva na Secretaria de Tecnologias da Informação e da Comunicação (STI), setor que realiza a gestão técnica e operacional dos AVAs, colabora com o aporte necessário para a consecução e manutenção dos Ambientes1, e, de maneira estratégica, operacionalizou o processo de implantação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem para os cursos presenciais da Instituição.

Desse modo, este trabalho tem o propósito de relatar a experiência vivenciada com relação ao processo de implantação dos AVAs, descrevendo as etapas de planejamento, estruturação técnica dos Ambientes, bem como o processo de capacitação presencial que ainda ocorre com os professores da UFMT, momento este em que os professores conhecem os diversos recursos do AVA e exercitam a sua utilização.

1 Serão utilizados os termos Ambientes e Ambientes Virtuais, mas referindo a Ambientes Virtuais de

Aprendizagem.

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Environment, as well as the detailing of the training process conducted with teachers on the use of these environments, and presenting partial data of those that participated in the training processes, which depicts the possible level of acceptance or rejection of this resource.The methodology proposal is listed in the bibliography, on the account reported and in documentary analysis.

Keywords: Virtual Learning Environments. Information and Communications Technology. Education Mediated by Technologieshe.

1. Introdução O incremento das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) vem provocando mudanças sociais significativas no cenário atual e, de maneira mais específica, no cenário educacional. A utilização das TIC no contexto educativo tem colaborado para um movimento de ressignificação dos espaços de saberes, ou por se dizer, as TIC possibilitam a abertura de novos territórios educacionais, que extrapolam a sala de aula física e passam a acontecer, também, em um plano virtual, por meio da rede de comunicação mundial.

Considerando o movimento crescente de utilização das TIC na área educacional, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) tem trabalhado no sentido de implantar os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) para o atendimento de seus cursos presenciais, no intento de colaborar com a prática docente em suas estratégias de ensino, bem como na abertura de novos espaços educativos, que coadunam para o fortalecimento dos processos de comunicação e interação entre docentes e discentes.

A condição de servidora técnica da UFMT tem me proporcionado trabalhar, de maneira direta, com os Ambientes Virtuais de Aprendizagem da Instituição, seja na administração desses Ambientes, na modelagem de conteúdos, ou ainda como Design Instrucional de Cursos, prática esta que se efetiva na Secretaria de Tecnologias da Informação e da Comunicação (STI), setor que realiza a gestão técnica e operacional dos AVAs, colabora com o aporte necessário para a consecução e manutenção dos Ambientes1, e, de maneira estratégica, operacionalizou o processo de implantação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem para os cursos presenciais da Instituição.

Desse modo, este trabalho tem o propósito de relatar a experiência vivenciada com relação ao processo de implantação dos AVAs, descrevendo as etapas de planejamento, estruturação técnica dos Ambientes, bem como o processo de capacitação presencial que ainda ocorre com os professores da UFMT, momento este em que os professores conhecem os diversos recursos do AVA e exercitam a sua utilização.

1 Serão utilizados os termos Ambientes e Ambientes Virtuais, mas referindo a Ambientes Virtuais de

Aprendizagem.

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Ademais, cabe dizer que os AVAs já se constituem como uma realidade presente nas práticas pedagógicas de muitos professores da Instituição; no entanto, o processo de melhoria e incremento do Sistema é uma ação constante e processual, assim como as capacitações com os professores, que ainda vêm ocorrendo no âmbito universitário. Por conseguinte, os dados que serão apresentados neste trabalho, assumem uma perspectiva parcial, isto é, não são conclusos, mas nos proporcionam, desde já, um panorama interessante a respeito da adesão preliminar desse recurso por parte dos professores da Universidade Federal de Mato Grosso.

2. Ambientes Virtuais de Aprendizagem Os AVAs têm se configurado como recurso necessário para a gestão de cursos online, bem como para o acompanhamento de processos educativos em contextos específicos de ensino. Os recursos tecnológicos presentes nos AVAs proporcionam não somente a disponibilização de materiais em formatos diversos, como também possibilitam a ocorrência de processos de interação e comunicação entre os sujeitos do conhecimento. De acordo com Anjos (2013),

Um AVA consiste em uma ou mais soluções de comunicação, gestão e aprendizado eletrônico, que possibilitam o desenvolvimento, integração e a utilização de conteúdos, mídias e estratégias de ensino-aprendizagem, a partir de experiências que possuem ou não referência com o mundo real e são virtualmente criadas ou adaptadas para propósitos educacionais. (ANJOS, 2013, p. 53).

Conforme assevera Filatro (2008), o termo AVAs (Ambientes Virtuais de Aprendizagem, também chamados Virtual Learning Environments – VLEs) reflete mais apropriadamente o conceito de sala de aula online, em que a ideia de sistema eletrônico está presente, mas é extrapolada pelo entendimento de que a educação não se faz sem ação e a interação entre as pessoas.

Para Dillenbourg (2000), os AVAs se constituem pelas interações educativas, transformando espaços em lugares, ele é heterogêneo, integra diversas tecnologias e múltiplas abordagens pedagógicas.

Dessa forma, é pertinente a compreensão de que os AVAs convergem uma gama de recursos tecnológicos e inúmeras possibilidades ferramentais; no entanto, todo esse aparato está a serviço de um contexto maior, que de fato norteia o processo educacional e suas subjacências, ou por se dizer, os aspectos pedagógicos, que precisam ser considerados em qualquer contexto da educação, independente de modalidades específicas.

Ante isso, cabe dizer que é comum ainda associar os AVAs aos cursos de Educação a Distância (EaD), na crença de que esse tipo de recurso atende apenas a modalidade da EaD, contudo, essa visão míope dos Ambientes Virtuais de

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Aprendizagem tem sido revista e repensada, isto é, há uma tendência proeminente de utilização desse recurso no contexto da educação presencial, que se configura como uma extensão da sala de aula física.

Nesse sentido, Tori (2010 apud ANJOS, 2013, p.12) destaca o surgimento de um fenômeno de convergência entre o virtual e o presencial na educação, também conhecido com blended learning, com adoção de sistemas de gerenciamento de conteúdo e aprendizagem em contextos híbridos de educação, tanto presencial como a distância. Desse modo, esses Ambientes também passaram a fazer parte da rotina de cursos presenciais de diversas instituições, como por exemplo, a Universidade Federal de Mato Grosso (ANJOS, 2013, p. 13), que compreende esse cenário numa perspectiva da Educação mediada por Tecnologias.

Na UFMT, os AVAs são utilizados desde o ano de 1996, sendo que, primeiramente, atenderam os cursos a distância da Instituição. O longo período de utilização dos AVAs possibilitou à Universidade desenvolver processos de pesquisas e estudos que corroboraram para o aprimoramento e ajustes desse recurso, a fim de atender as necessidades específicas da Instituição. Atualmente, o Moodle2 é Sistema que subsidia os processos educacionais da UFMT, ou por se dizer, o Moodle é o Ambiente Virtual que, independente de modalidades, tem colaborado para a concretude de práticas educacionais, configurando-se como um espaço a mais do saber.

2.1. O Moodle É visível o movimento crescente de utilização do Sistema Moodle em contextos diversificados, seja no meio coorporativo, educacional ou do terceiro setor. Essa demanda, em parte, se justifica por se tratar de um software livre, de código aberto, e que possibilita a realização de ajustes e customizações que vêm ao encontro das necessidades do usuário.

O guia e-learning Guild publicou em seu relatório Guild Research 3600 para 2007 uma pesquisa de satisfação entre vários setores que utilizam plataformas de EaD, no qual o Moodle conquistou três troféus. Para cumprir as normas de acessibilidade, o Moodle disponibiliza informações sobre as imagens e outros tipos de conteúdo para que possam ser lidos por leitores de telas. (GABARDO; QUEVEDO; ULBRICHT, 2010).

No site moodle.org, é possível ter o entendimento de que o Moodle é um Sistema Open Source de Gerenciamento de Cursos - Course Management System (CMS), também conhecido como Learning Management System (LMS) ou um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), e tornou-se muito popular entre os educadores de todo o mundo como uma ferramenta para criar sites de web dinâmicos para seus alunos.

2 Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment.

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Aprendizagem tem sido revista e repensada, isto é, há uma tendência proeminente de utilização desse recurso no contexto da educação presencial, que se configura como uma extensão da sala de aula física.

Nesse sentido, Tori (2010 apud ANJOS, 2013, p.12) destaca o surgimento de um fenômeno de convergência entre o virtual e o presencial na educação, também conhecido com blended learning, com adoção de sistemas de gerenciamento de conteúdo e aprendizagem em contextos híbridos de educação, tanto presencial como a distância. Desse modo, esses Ambientes também passaram a fazer parte da rotina de cursos presenciais de diversas instituições, como por exemplo, a Universidade Federal de Mato Grosso (ANJOS, 2013, p. 13), que compreende esse cenário numa perspectiva da Educação mediada por Tecnologias.

Na UFMT, os AVAs são utilizados desde o ano de 1996, sendo que, primeiramente, atenderam os cursos a distância da Instituição. O longo período de utilização dos AVAs possibilitou à Universidade desenvolver processos de pesquisas e estudos que corroboraram para o aprimoramento e ajustes desse recurso, a fim de atender as necessidades específicas da Instituição. Atualmente, o Moodle2 é Sistema que subsidia os processos educacionais da UFMT, ou por se dizer, o Moodle é o Ambiente Virtual que, independente de modalidades, tem colaborado para a concretude de práticas educacionais, configurando-se como um espaço a mais do saber.

2.1. O Moodle É visível o movimento crescente de utilização do Sistema Moodle em contextos diversificados, seja no meio coorporativo, educacional ou do terceiro setor. Essa demanda, em parte, se justifica por se tratar de um software livre, de código aberto, e que possibilita a realização de ajustes e customizações que vêm ao encontro das necessidades do usuário.

O guia e-learning Guild publicou em seu relatório Guild Research 3600 para 2007 uma pesquisa de satisfação entre vários setores que utilizam plataformas de EaD, no qual o Moodle conquistou três troféus. Para cumprir as normas de acessibilidade, o Moodle disponibiliza informações sobre as imagens e outros tipos de conteúdo para que possam ser lidos por leitores de telas. (GABARDO; QUEVEDO; ULBRICHT, 2010).

No site moodle.org, é possível ter o entendimento de que o Moodle é um Sistema Open Source de Gerenciamento de Cursos - Course Management System (CMS), também conhecido como Learning Management System (LMS) ou um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), e tornou-se muito popular entre os educadores de todo o mundo como uma ferramenta para criar sites de web dinâmicos para seus alunos.

2 Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment.

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De acordo com Silva (2011),

O Moodle é um ambiente desenvolvido para suportar variadas práticas pedagógicas e teorias de aprendizagem. O estímulo e efetivação dos princípios pedagógicos e teorias de aprendizagem nos processos educativos/educacionais ganham cor e tom em cada curso e em cada instituição, entre outros. Ou seja, este ambiente comporta diferentes estilos de ensino e aprendizagem e o professor pode optar por qual fará uso. E, para isso, o Moodle incorpora diversos recursos de interação e comunicação que possibilitam novas práticas pedagógicas e experimentações. (SILVA, 2011. p. 38).

Para Silva (2011), ele tem por base uma filosofia de aprendizagem pautada na teoria socioconstrutivista, em que fatores de colaboração, interação e construção em grupos são elementos sociais que corroboram para a criação de uma cultura de compartilhamento de significados.

Cabe salientar que, apesar das funcionalidades disponíveis e que auxiliam nos processos de socialização e construção do conhecimento, e, de maneira mais específica, no âmbito educacional, o acompanhamento do professor é indispensável para a concretude do aprendizado, isto é, a prática docente não é substituída pelo ferramental disponível nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem.

Neste sentido, Silva (2011), afirma que:

Apesar das facilidades oferecidas pelo ambiente virtual, isso não exime ou substitui os professores e suas práticas docentes, tampouco aumenta ou diminui o grau de participação e interação nos cursos. Contudo, não desconsideramos que determinados recursos de interação e comunicação podem ser mais provocativos, motivadores e estimulantes de situações de aprendizagem mais interativas. Porém, a função reguladora e unificadora de condições de aprendizagem não foi deslocada das mãos de professores e equipes pedagógicas para o ambiente virtual de aprendizagem, pois se tratam de ocorrências pessoais e fenômenos humanos. (SILVA, 2011, p.39).

Dessa maneira, cabe reforçar que os recursos existentes no Moodle estão a serviço dos sujeitos do processo educativo, e a utilização desse aparato tecnológico obedece a uma lógica pedagógica, que norteia as ações no Ambiente Virtual de Aprendizagem. É nessa perspectiva que a Universidade Federal de Mato Grosso tem trabalhado o processo de implantação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem em seus cursos presenciais, utilizando o Sistema Moodle como um espaço de saberes e fazeres.

3. O processo de implantação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem A implantação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem para atender os cursos presenciais da UFMT teve seu início em 2011, e se deu, em parte, pela manifestação de interesse dos próprios docentes da Instituição, bem como pela

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política adotada pela atual gestão, que compreende os recursos de Tecnologias3 como elementos subsidiadores que podem colaborar para o enriquecimento da prática docente.

Ante isso, pesquisas e estudos de implantação dos AVAs no contexto presencial já estavam em andamento pela Secretaria de Tecnologias da Informação e da Comunicação, e, no momento em que a Instituição tomou por decisão a implantação dos Ambientes Virtuais, a STI intensificou suas ações, aprofundando-se nos estudos relativos a esse recurso, bem como planejando as ações que deveriam ser executadas com o apoio da equipe pedagógica e equipe técnica de analistas e desenvolvedores de sistemas, suporte de infraestrutura e redes, web designers, administradores de Ambiente Virtual e Design Instrucional.

Nesse escopo de ações é possível pontuar primeiramente o planejamento de Infraestrutura, na sequência, a integração dos AVAs com o Sistema Acadêmico da UFMT, o Design do AVA, e ainda os cursos de capacitação ofertados para os docentes. Tais ações e experiências serão detalhadas a seguir.

3.1. Planejamento de Infraestrutura A Universidade Federal de Mato Grosso possui atualmente cinco campi, sendo: Cuiabá, Pontal do Araguaia, Rondonópolis, Sinop e, recentemente, a criação do campus de Várzea Grande. Ao pensar o planejamento de Infraestrutura dos AVAs para atender a demanda da Instituição, a equipe técnica da STI realizou, primeiramente, um levantamento dos campi da UFMT, bem como do quantitativo de professores e alunos pertencentes em cada unidade educativa, isto é, um mapeamento de usuários subdivididos por campus, Institutos ou Faculdades e cursos.

Com isso, foi possível obter um panorama do número de usuários que utilizariam os Ambientes Virtuais de Aprendizagem, sendo que essa ação subsidiou o dimensionamento da topologia de infraestrutura, para atender a demanda da UFMT, que entre professores e alunos somam uma média de 25.000 usuários.

Apesar de o Moodle se configurar como um software livre, seu funcionamento está condicionado à instalação e hospedagem em um servidor que comporte suas configurações e o quantitativo de usuários. Com base nos números levantados, foi preciso então que a Instituição movesse esforços para fazer a aquisição de novos equipamentos de servidores para hospedar o Sistema Moodle, uma vez que seu parque de máquinas não suportaria essa nova demanda.

Foram adquiridos 24 servidores com as seguintes especificações técnicas: 3 HDs SAS de 300GB em Raid 5, 16 GB de Memória Ram, 4 Adaptadores de rede Gb onboard, Pentium Dual Quad Core XEON. Sendo que esses servidores hospedam

3 Utilizaremos o termo Tecnologias, mas referindo a Tecnologias da Informação e da Comunicação.

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política adotada pela atual gestão, que compreende os recursos de Tecnologias3 como elementos subsidiadores que podem colaborar para o enriquecimento da prática docente.

Ante isso, pesquisas e estudos de implantação dos AVAs no contexto presencial já estavam em andamento pela Secretaria de Tecnologias da Informação e da Comunicação, e, no momento em que a Instituição tomou por decisão a implantação dos Ambientes Virtuais, a STI intensificou suas ações, aprofundando-se nos estudos relativos a esse recurso, bem como planejando as ações que deveriam ser executadas com o apoio da equipe pedagógica e equipe técnica de analistas e desenvolvedores de sistemas, suporte de infraestrutura e redes, web designers, administradores de Ambiente Virtual e Design Instrucional.

Nesse escopo de ações é possível pontuar primeiramente o planejamento de Infraestrutura, na sequência, a integração dos AVAs com o Sistema Acadêmico da UFMT, o Design do AVA, e ainda os cursos de capacitação ofertados para os docentes. Tais ações e experiências serão detalhadas a seguir.

3.1. Planejamento de Infraestrutura A Universidade Federal de Mato Grosso possui atualmente cinco campi, sendo: Cuiabá, Pontal do Araguaia, Rondonópolis, Sinop e, recentemente, a criação do campus de Várzea Grande. Ao pensar o planejamento de Infraestrutura dos AVAs para atender a demanda da Instituição, a equipe técnica da STI realizou, primeiramente, um levantamento dos campi da UFMT, bem como do quantitativo de professores e alunos pertencentes em cada unidade educativa, isto é, um mapeamento de usuários subdivididos por campus, Institutos ou Faculdades e cursos.

Com isso, foi possível obter um panorama do número de usuários que utilizariam os Ambientes Virtuais de Aprendizagem, sendo que essa ação subsidiou o dimensionamento da topologia de infraestrutura, para atender a demanda da UFMT, que entre professores e alunos somam uma média de 25.000 usuários.

Apesar de o Moodle se configurar como um software livre, seu funcionamento está condicionado à instalação e hospedagem em um servidor que comporte suas configurações e o quantitativo de usuários. Com base nos números levantados, foi preciso então que a Instituição movesse esforços para fazer a aquisição de novos equipamentos de servidores para hospedar o Sistema Moodle, uma vez que seu parque de máquinas não suportaria essa nova demanda.

Foram adquiridos 24 servidores com as seguintes especificações técnicas: 3 HDs SAS de 300GB em Raid 5, 16 GB de Memória Ram, 4 Adaptadores de rede Gb onboard, Pentium Dual Quad Core XEON. Sendo que esses servidores hospedam

3 Utilizaremos o termo Tecnologias, mas referindo a Tecnologias da Informação e da Comunicação.

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hoje os Ambientes Virtuais dos quatro campi da Universidade, exceto Várzea Grande, que está em processo de inserção. Tendo por base os estudos realizados de desempenho de hardware e sistema, em cada servidor foi cadastrado em média 1.200 usuários, com a estimativa de 30% de capacidade para acessos simultâneos.

Também foi adquirido um servidor, com as seguintes especificações técnicas: 4 HDs SAS de 300GB em Raid 5, 32 GB de Memória Ram, 4 Adaptadores de rede Gb onboard, 02 Adaptadores de rede fibra óptica Gb offboard, Pentium Dual Quad Core XEON. Esta máquina é destinada ao portal de acesso dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, que é possível ser visualizado no endereço http://www.ava.ufmt.br.

Ante isso, as equipes técnicas de infraestrutura e redes, trabalharam no sentido de providenciar as instalações e configurações necessárias em todos os servidores, a fim de proceder a hospedagem do Moodle, sendo o Linux Debian 6.0 - 64 bits o sistema operacional instalado nos servidores, com o banco de dados MySQL-Server, versão 4.1.16. O Moodle é um sistema que passa por processos constantes de versionamento; em outras palavras, ele está em permanente evolução, sendo perceptível ao passar do tempo o incremento de melhorias, novas funcionalidades e correções de erros. Assim, no contexto da UFMT, a versão do Moodle utilizada para atender a demanda dos cursos presenciais foi a 1.9.10 +, que naquele momento, e com base nos estudos e testes realizados, se caracterizava como uma versão estável e que atenderia as especificidades da Instituição. Com isso, a equipe de analistas e desenvolvedores passou então a trabalhar no processo de integração do Moodle com o sistema acadêmico da Universidade Federal de Mato Grosso.

3.2. Integração do AVA com o Sistema Acadêmico da UFMT A política de integração de acesso entre os sistemas da Universidade Federal de Mato Grosso considera que a prática integradora facilita aos usuários o acesso às informações. A partir de uma senha única e integrada, é possível adentrar nos diversos sistemas da Instituição, sendo que essa mesma lógica foi adotada para os Ambientes Virtuais de Aprendizagem.

Desse modo, as ações concernentes ao processo de integração do AVA com o sistema acadêmico (SIGA) foram planejadas e executadas a partir de uma escala de versionamento. A complexidade com que a equipe de analistas e desenvolvedores se deparou, para executar esse processo de integração, fez com que os estudos e pesquisas se delongassem e, nos dias atuais, essa prática é presente na equipe, que ainda trabalha para desenvolver novos módulos e funcionalidades, e avançar no quesito de integração do AVA com o SIGA.

A partir da metodologia de desenvolvimento de sistemas da STI, a equipe deu início ao processo de integração. Com base na análise de documentos, tais como o modelo e dicionário de dados, caso de uso e documento de visão, foi possível

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perceber que a integração acontece em dois momentos e por meio de dois sistemas. O primeiro, utilizado internamente pela equipe da Secretaria de Tecnologia, que realiza a busca de dados no banco do SIGA e, dessa forma, gera arquivos com as informações extraídas. A partir disso, o arquivo com os dados de disciplinas são utilizados para cadastro manual no Ambiente Virtual de Aprendizagem, de acordo com a respectiva unidade de alocação. Já para alunos e professores, o sistema cria arquivos em formato CSV4, que podem ser importados pelo Moodle para inserção/atualização dos cadastros.

Cabe dizer que esse processo é realizado semestralmente, no interstício de encerramento e início de cada semestre, período de matrícula e rematrícula na Universidade, bem como no momento em que as coordenações de curso distribuem as disciplinas para os docentes no Sistema Acadêmico; então, o Ambiente Virtual de Aprendizagem é um espelhamento do sistema acadêmico ou, por se dizer, com base nas informações extraídas do SIGA o AVA, é estruturado.

Outro sistema que faz parte desse processo integrador está disponibilizado no endereço http://www.ava.ufmt.br. Esse sistema é a porta de entrada para os AVAs da UFMT; ao digitar as informações de usuário e senha, ele autentica o usuário na base de dados da Universidade, em seguida, realiza uma busca automática em todos os Moodle, cujas disciplinas já foram cadastradas, a fim de direcionar o usuário para o AVA em que está vinculado. Na sequência, são elencadas todas as disciplinas disponíveis para o usuário, sendo que cada disciplina se configura como uma sala de aula virtual, com os alunos e professores devidamente alocados.

É válido enfatizar que esse modelo de integração atende a versão 1.0, sendo que novas versões estão em processo de desenvolvimento, que contemplarão a integração do diário eletrônico ao AVA, as ementas de disciplinas e o processo de lançamento de notas; tudo isso, a partir de um portal Acadêmico integrado ao Ambiente Virtual, que está em finalização pela equipe de analistas e desenvolvedores da STI. Com isso, a Universidade pretende disponibilizar essa solução tecnológica no portal de software livre do Governo Federal, para que demais Instituições possam adequar e utilizar essa solução de acordo com sua realidade.

3.3. Design do Ambiente Virtual de Aprendizagem Outra etapa nesse processo de implantação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem para os cursos presenciais da Universidade foi o planejamento e desenho instrucional dos AVAs, que envolveu a equipe de web designers, administradores e Design Instrucional. No entendimento de que esse recurso seria uma extensão da própria Universidade, a equipe trabalhou no sentido de customizar

4 Comma-separated values - formato de arquivo que armazena dados tabelados pela implementação

de arquivos de texto separados por um delimitador, que usa a vírgula e a quebra de linha para separar os valores. < http://wiki.inetweb.com.br>

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perceber que a integração acontece em dois momentos e por meio de dois sistemas. O primeiro, utilizado internamente pela equipe da Secretaria de Tecnologia, que realiza a busca de dados no banco do SIGA e, dessa forma, gera arquivos com as informações extraídas. A partir disso, o arquivo com os dados de disciplinas são utilizados para cadastro manual no Ambiente Virtual de Aprendizagem, de acordo com a respectiva unidade de alocação. Já para alunos e professores, o sistema cria arquivos em formato CSV4, que podem ser importados pelo Moodle para inserção/atualização dos cadastros.

Cabe dizer que esse processo é realizado semestralmente, no interstício de encerramento e início de cada semestre, período de matrícula e rematrícula na Universidade, bem como no momento em que as coordenações de curso distribuem as disciplinas para os docentes no Sistema Acadêmico; então, o Ambiente Virtual de Aprendizagem é um espelhamento do sistema acadêmico ou, por se dizer, com base nas informações extraídas do SIGA o AVA, é estruturado.

Outro sistema que faz parte desse processo integrador está disponibilizado no endereço http://www.ava.ufmt.br. Esse sistema é a porta de entrada para os AVAs da UFMT; ao digitar as informações de usuário e senha, ele autentica o usuário na base de dados da Universidade, em seguida, realiza uma busca automática em todos os Moodle, cujas disciplinas já foram cadastradas, a fim de direcionar o usuário para o AVA em que está vinculado. Na sequência, são elencadas todas as disciplinas disponíveis para o usuário, sendo que cada disciplina se configura como uma sala de aula virtual, com os alunos e professores devidamente alocados.

É válido enfatizar que esse modelo de integração atende a versão 1.0, sendo que novas versões estão em processo de desenvolvimento, que contemplarão a integração do diário eletrônico ao AVA, as ementas de disciplinas e o processo de lançamento de notas; tudo isso, a partir de um portal Acadêmico integrado ao Ambiente Virtual, que está em finalização pela equipe de analistas e desenvolvedores da STI. Com isso, a Universidade pretende disponibilizar essa solução tecnológica no portal de software livre do Governo Federal, para que demais Instituições possam adequar e utilizar essa solução de acordo com sua realidade.

3.3. Design do Ambiente Virtual de Aprendizagem Outra etapa nesse processo de implantação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem para os cursos presenciais da Universidade foi o planejamento e desenho instrucional dos AVAs, que envolveu a equipe de web designers, administradores e Design Instrucional. No entendimento de que esse recurso seria uma extensão da própria Universidade, a equipe trabalhou no sentido de customizar

4 Comma-separated values - formato de arquivo que armazena dados tabelados pela implementação

de arquivos de texto separados por um delimitador, que usa a vírgula e a quebra de linha para separar os valores. < http://wiki.inetweb.com.br>

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e disponibilizar um Ambiente agradável, intuitivo e com uma identidade visual já familiar para os usuários. Dessa forma, partiu-se da premissa de que o site da Universidade seria a referência visual que nortearia o projeto de arte dos AVAs, considerando ainda, que os Ambientes Virtuais assumiriam um escopo mais Institucional. Na Figura 1, é possível ter uma ideia desse desenho.

Figura 1 – Ambiente Virtual de Aprendizagem da UFMT

Fonte: http://www.ava.ufmt.br.

O planejamento do modelo de design também foi organizado de modo a atender aos contextos diversos da instituição. Considerando que os professores fariam a gestão da sua sala virtual, isto é, eles iriam inserir os conteúdos, disponibilizar as atividades e demais materiais, a equipe fez a opção pelo modelo de design fixo que, de acordo com Filatro (2008), constituiu-se, em grande medida, na elaboração e distribuição de produtos fechados. Assim, a equipe da STI disponibiliza toda a arquitetura do Ambiente de forma estruturada e organizada, para que o professor possa gerir a sua sala virtual.

3.4. O processo de capacitação dos docentes Uma vez que a estrutura dos Ambientes Virtuais estava organizada, a parte de infraestrutura e integração de senhas estabelecida, e ainda, definida a identidade visual e o modelo de design escolhido, houve uma preocupação da equipe técnica e pedagógica da Secretaria de Tecnologia em disponibilizar esse recurso para os

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professores, ou por se dizer, percebeu-se a necessidade de oportunizar aos professores momentos de capacitação5 que comporiam atividades práticas para a utilização dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem no contexto dos cursos presenciais da Universidade.

Ante isso, foi elaborado pela equipe pedagógica um projeto de extensão, com um escopo bem específico, intitulado Ambientes Virtuais de Aprendizagem em contexto de educação presencial: utilização e criação de cursos virtuais, distribuído em 20 horas, sendo que, 8 horas os professores participariam presencialmente do curso em laboratório de informática, com um técnico ministrante da STI, no sentido de conhecer e explorar as diversas ferramentas do Ambiente, bem como seus recursos de interação e mediação, e às 12 horas restantes ocorreriam a distância, com atividades que o professor realizaria na sua sala virtual e com seus alunos. Considerando que a equipe técnica da STI, que trabalha com os Ambientes Virtuais, é de certa forma reduzida, não foi possível estender esse curso de capacitação para os alunos da Universidade; então, os professores assumiram o compromisso de multiplicar para seus alunos o que fora trabalhado no curso.

Esse trabalho de capacitação estendeu-se para todos os campi da Universidade, os técnicos da STI trabalharam com os professores de Cuiabá, Pontal do Araguaia, Sinop e Rondonópolis, exceto Várzea Grande. Cabe reforçar que esse processo de capacitação ainda ocorre na Universidade, e, em meados de 2013 e 2014 houve uma intensificação da equipe, no sentido de oportunizar a capacitação para os professores, a fim de que eles pudessem se apropriar do recurso como parte da sua práxis pedagógica.

Com base nas capacitações, foi possível perceber que em determinados Institutos e Faculdades a aceitação do recurso era visível, e os professores se mostravam afeitos a essa Tecnologia; no entanto, em outros contextos, percebeu-se certa rejeição, onde professores alegavam que os AVAs se configurariam como sinônimo de um trabalho a mais para o professor. Nesse sentido, cabe salientar que a utilização dos AVA é facultativa da Universidade. Na Tabela 1 é possível ter um panorama parcial dos professores que participaram da capacitação, subdivididos entre os Institutos e Faculdades do campus de Cuiabá.

Campus Cuiabá / UFMT

Instituto/Faculdade

Total de Professores

Total de Professores Capacitados

Média de Capacitados em %

Faculdade de Administração e Ciências Contábeis

61 55 90,16

Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária

97 83 85,57

Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia

102 81 79,41

5 Entende-se por capacitação, processo de conhecimento e construção de saberes, e não uma

prática estanque e puramente técnica.

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professores, ou por se dizer, percebeu-se a necessidade de oportunizar aos professores momentos de capacitação5 que comporiam atividades práticas para a utilização dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem no contexto dos cursos presenciais da Universidade.

Ante isso, foi elaborado pela equipe pedagógica um projeto de extensão, com um escopo bem específico, intitulado Ambientes Virtuais de Aprendizagem em contexto de educação presencial: utilização e criação de cursos virtuais, distribuído em 20 horas, sendo que, 8 horas os professores participariam presencialmente do curso em laboratório de informática, com um técnico ministrante da STI, no sentido de conhecer e explorar as diversas ferramentas do Ambiente, bem como seus recursos de interação e mediação, e às 12 horas restantes ocorreriam a distância, com atividades que o professor realizaria na sua sala virtual e com seus alunos. Considerando que a equipe técnica da STI, que trabalha com os Ambientes Virtuais, é de certa forma reduzida, não foi possível estender esse curso de capacitação para os alunos da Universidade; então, os professores assumiram o compromisso de multiplicar para seus alunos o que fora trabalhado no curso.

Esse trabalho de capacitação estendeu-se para todos os campi da Universidade, os técnicos da STI trabalharam com os professores de Cuiabá, Pontal do Araguaia, Sinop e Rondonópolis, exceto Várzea Grande. Cabe reforçar que esse processo de capacitação ainda ocorre na Universidade, e, em meados de 2013 e 2014 houve uma intensificação da equipe, no sentido de oportunizar a capacitação para os professores, a fim de que eles pudessem se apropriar do recurso como parte da sua práxis pedagógica.

Com base nas capacitações, foi possível perceber que em determinados Institutos e Faculdades a aceitação do recurso era visível, e os professores se mostravam afeitos a essa Tecnologia; no entanto, em outros contextos, percebeu-se certa rejeição, onde professores alegavam que os AVAs se configurariam como sinônimo de um trabalho a mais para o professor. Nesse sentido, cabe salientar que a utilização dos AVA é facultativa da Universidade. Na Tabela 1 é possível ter um panorama parcial dos professores que participaram da capacitação, subdivididos entre os Institutos e Faculdades do campus de Cuiabá.

Campus Cuiabá / UFMT

Instituto/Faculdade

Total de Professores

Total de Professores Capacitados

Média de Capacitados em %

Faculdade de Administração e Ciências Contábeis

61 55 90,16

Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária

97 83 85,57

Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia

102 81 79,41

5 Entende-se por capacitação, processo de conhecimento e construção de saberes, e não uma

prática estanque e puramente técnica.

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Faculdade de Direito 34 25 73,53 Faculdade de Economia 31 30 96,77 Faculdade de Educação Física 27 24 88,89 Faculdade de Enfermagem 61 42 68,85 Faculdade de Engenharia Florestal 26 17 65,38 Faculdade de Medicina 146 82 56,16 Faculdade de Nutrição 54 41 75,93 Instituto de Biociências 52 43 82,69 Instituto de Ciências Exatas e da Terra 135 110 81,48 Instituto de Ciências Humanas e Sociais 126 105 83,33 Instituto de Computação 32 32 100,00 Instituto de Educação 87 71 81,61 Instituto de e Física 43 34 79,07 Instituto de Linguagens 98 72 73,47 Instituto de Saúde Coletiva 40 33 82,50 Professores ingressantes/sem lotação no sistema

60 46 76,67

TOTAL PARCIAL 1.312 1.026 80,08

Tabela 1 – Professores da UFMT/Cuiabá participantes do curso de AVA. Fonte: Projeto de Extensão - Ambientes Virtuais de Aprendizagem em contexto de

educação presencial: utilização e criação de cursos virtuais.

Com base nesses dados, é possível perceber que Faculdades como da Economia, com 96,77% de professores capacitados, bem como da Administração com 90,16% de professores que aderiram ao curso, podem representar uma aceitação no que concerne à utilização dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Com destaque para o Instituto de Computação, que teve a participação máxima dos professores no curso, ou seja, 100% de professores capacitados. Também, é perceptível que alguns cursos na área da saúde não aderiam ainda à proposta de maneira expressiva, como exemplo a Faculdade de Enfermagem, que teve até o momento 68,85% de professores capacitados, bem como a Faculdade de Medicina, com um percentual prévio de 56,16% de participação no curso.

Com relação aos demais campi da Universidade, como ilustra a Tabela 2, houve um movimento semelhante ao campus de Cuiabá, isto é, em dado contexto a adesão de participar das capacitações foram mais intensas, e em outros as participações foram mais contidas. Contudo, vale dizer novamente que esse processo ainda está em andamento no âmbito da Universidade.

Campus Pontal do Araguaia / UFMT

Instituto/Faculdade

Total de Professores

Total de Professores Capacitados

Média de Capacitados

em % Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde

63 47 74,60

Instituto de Ciências Exatas e da Terra

84 66 78,57

Instituto de Ciências Humanas e Sociais

63 54 85,71

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TOTAL PARCIAL 210 167 79,63 Campus Rondonópolis / UFMT

Instituto de e Ciências Agrárias E Tecnológicas

79 60 75,95

Instituto de Ciências Exatas e Naturais

112 65 58,04

Instituto de Ciências Humanas e Sociais

146 95 65,07

TOTAL PARCIAL 337 220 66,35 Campus Sinop / UFMT

Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais

82 58 70,73

Instituto de Ciências da Saúde 90 75 83,33 Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais

69 60 86,96

TOTAL PARCIAL 241 193 80,34

Tabela 2 – Professores da UFMT/Pontal do Araguaia/Rondonópolis/Sinop participantes do curso AVA.

Fonte: Projeto de Extensão - Ambientes Virtuais de Aprendizagem em contexto de educação presencial: utilização e criação de cursos virtuais.

Diante desses resultados, podemos perceber que nos campi de Sinop e Pontal do Araguaia a participação foi mais expressiva até o momento, sendo que em Sinop o Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais aderiu de maneira mais intensa às capacitações, com percentual parcial de 86,96% de professores capacitados, e no Pontal do Araguaia o Instituto de Ciências Humanas e Social com a participação de 85,71% no curso. Em contra partida, o campus de Rondonópolis apresenta-se com uma parcial mais tímida, que é possível de perceber no percentual médio de 66,35% de professores capacitados, distribuídos entre os três Institutos.

No Gráfico 1 é possível ter a dimensão do percentual real de professores que participaram do curso até Janeiro de 2014, e que de alguma forma tomaram conhecimento de que este recurso está a seu dispor, bem como de seus alunos.

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TOTAL PARCIAL 210 167 79,63 Campus Rondonópolis / UFMT

Instituto de e Ciências Agrárias E Tecnológicas

79 60 75,95

Instituto de Ciências Exatas e Naturais

112 65 58,04

Instituto de Ciências Humanas e Sociais

146 95 65,07

TOTAL PARCIAL 337 220 66,35 Campus Sinop / UFMT

Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais

82 58 70,73

Instituto de Ciências da Saúde 90 75 83,33 Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais

69 60 86,96

TOTAL PARCIAL 241 193 80,34

Tabela 2 – Professores da UFMT/Pontal do Araguaia/Rondonópolis/Sinop participantes do curso AVA.

Fonte: Projeto de Extensão - Ambientes Virtuais de Aprendizagem em contexto de educação presencial: utilização e criação de cursos virtuais.

Diante desses resultados, podemos perceber que nos campi de Sinop e Pontal do Araguaia a participação foi mais expressiva até o momento, sendo que em Sinop o Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais aderiu de maneira mais intensa às capacitações, com percentual parcial de 86,96% de professores capacitados, e no Pontal do Araguaia o Instituto de Ciências Humanas e Social com a participação de 85,71% no curso. Em contra partida, o campus de Rondonópolis apresenta-se com uma parcial mais tímida, que é possível de perceber no percentual médio de 66,35% de professores capacitados, distribuídos entre os três Institutos.

No Gráfico 1 é possível ter a dimensão do percentual real de professores que participaram do curso até Janeiro de 2014, e que de alguma forma tomaram conhecimento de que este recurso está a seu dispor, bem como de seus alunos.

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Gráfico 1- Percentual geral de participação no curso AVA

Fonte: Projeto de Extensão - Ambientes Virtuais de Aprendizagem em contexto de educação presencial: utilização e criação de cursos virtuais.

Por se tratar de um curso que não tem caráter de obrigatoriedade na Instituição, bem como a utilização do Ambiente Virtual ser facultativa, isto é, os professores que participaram do curso podem usar ou não esse recurso, temos o entendimento que, apesar desses contextos, a adesão tem sido positiva, pois em um universo de 2.100 professores, 1.606 já estiveram presentes no curso, o que representa 76% de professores capacitados.

É valido ressaltar que esses dados não representam a utilização dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem por parte dos professores, apenas demonstram um panorama de suas participações nas capacitações. No entanto, há de se considerar que a participação no curso já é um indício de possibilidades de utilização dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem nos cursos presenciais da Universidade Federal de Mato Grosso.

4. Considerações Finais O uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no contexto educacional tem possibilitado inúmeras mudanças e transformações nas práticas educativas. A apropriação desse recurso tem provocado uma reconfiguração dos espaços do conhecimento, bem como uma ressignificação das práticas pedagógicas.

No âmbito da UFMT, o processo de implantação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem é parte de sua política institucional, que prima pela disponibilização de recursos de Tecnologias em prol do aprimoramento e aperfeiçoamento das práticas pedagógicas, tendo por entendimento que, independente da modalidade de

76%

24%

Percentual geral de participação no Curso AVA Campi UFMT Janeiro 2014

Capacitados

A Capacitar

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ensino, esses recursos podem proporcionar um movimento constante de repensar e recriar novos processos pedagógicos, numa perspectiva dialógica e inovadora.

Neste sentido, a Universidade Federal de Mato Grosso compreende que os Ambientes Virtuais de Aprendizagem proporcionam a abertura de novos espaços pedagógicos, que não necessariamente se configuram pela eliminação dos espaços antigos, mas centram-se na ideia da incorporação de novos conceitos e paradigmas, que visam proporcionar uma inovação pedagógica pelo uso mais intenso das Tecnologias da Informação e da Comunicação.

Ante isso, Peixoto (2012) assevera que, ao considerar a utilização das Tecnologias na educação, dois aspectos precisam ser levados em conta: integrar as Tecnologias às práticas pedagógicas existentes e mudar as práticas pedagógicas para integrá-las às Tecnologias. Esse movimento é evidenciado no momento em que os professores entram em contato com os recursos Tecnológicos, e percebem um novo universo dotado de novas possibilidades, capaz tanto de incorporar a sua prática pedagógica, como provocar mudanças à sua prática. Contudo, este processo não se dá de forma automática, e deve muito pouco aos artefatos de tecnologias em si, vincula-se mais aos significados que atribuímos a esses recursos. (PEIXOTO, 2012).

Assim, para além de um entendimento lógico e puramente técnico, é preciso compreender que os Ambientes Virtuais de Aprendizagem podem reconfigurar as práticas educativas a partir de um movimento reflexivo sobre a sua utilização, que extrapola uma análise instrumental e adentra num contexto de elevada significância, ou seja, o pedagógico.

Referências ANJOS, Alexandre M. dos. Tecnologias da informação e da comunicação,

aprendizado eletrônico e ambientes virtuais de aprendizagem. In: MACIEL, Cristiano (Org.). Educação a Distância – Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Cuiabá: EdUFMT, 2013.

DILLENBOURG, P. Virtual Learning Environments. Eun Conference. Learning In the

new millennium: building new education strategies for schools. Workshop on Virtual Learning Environments. University Of Geneva: 2000.

GABARDO, Patrícia; QUEVEDO, Silvia R. P.; ULBRICHT, Vânia R. Estudo

Comparativo das Plataformas de Ensino-Aprendizagem. Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação. 2010. Disponível em < https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/16888> . Acesso em: 09 jun. 2014.

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ensino, esses recursos podem proporcionar um movimento constante de repensar e recriar novos processos pedagógicos, numa perspectiva dialógica e inovadora.

Neste sentido, a Universidade Federal de Mato Grosso compreende que os Ambientes Virtuais de Aprendizagem proporcionam a abertura de novos espaços pedagógicos, que não necessariamente se configuram pela eliminação dos espaços antigos, mas centram-se na ideia da incorporação de novos conceitos e paradigmas, que visam proporcionar uma inovação pedagógica pelo uso mais intenso das Tecnologias da Informação e da Comunicação.

Ante isso, Peixoto (2012) assevera que, ao considerar a utilização das Tecnologias na educação, dois aspectos precisam ser levados em conta: integrar as Tecnologias às práticas pedagógicas existentes e mudar as práticas pedagógicas para integrá-las às Tecnologias. Esse movimento é evidenciado no momento em que os professores entram em contato com os recursos Tecnológicos, e percebem um novo universo dotado de novas possibilidades, capaz tanto de incorporar a sua prática pedagógica, como provocar mudanças à sua prática. Contudo, este processo não se dá de forma automática, e deve muito pouco aos artefatos de tecnologias em si, vincula-se mais aos significados que atribuímos a esses recursos. (PEIXOTO, 2012).

Assim, para além de um entendimento lógico e puramente técnico, é preciso compreender que os Ambientes Virtuais de Aprendizagem podem reconfigurar as práticas educativas a partir de um movimento reflexivo sobre a sua utilização, que extrapola uma análise instrumental e adentra num contexto de elevada significância, ou seja, o pedagógico.

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Acesso em: 09 mar. 2014. PEIXOTO. Joana. 2º Webinar Geted - Mesa Redonda 2. Publicado em 2012.

Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=5yPtlnicUok> Acesso em: 14 abr. 2014.

SILVA, Danilo Garcia. Análise Sobre o uso dos Relatórios de Atividades do Moodle

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