a imagem de d. sebatião através do seus epítetos

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    A Imagem de D. Sebastio atravs dos seus eptetos

    Vtor Amaral de Oliveira*

    A Imagem de D. Sebastio

    atravs dos seus eptetos

    * Vice-Presidente do IPOR-Instituto Portugus do Oriente, em Macau

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    PersonaIidade das mais controversas da nossa Histriaenquanto homem e rei, e das mais perenes, por se tertransformado em mito, D. Sebastio esteve sempre no cernedas paixes e das apreciaes crticas de historiadores, poetase mitfilos. E os eptetos por que mais conhecido doisadjectivos abstractos Desejado, antes de nascer e Encoberto,depois de desaparecer (morto ou vivo), caracterizam-no no poraquilo que efectivamente fez, mas pelas coisas que os outrosgostariam que tivesse feito. como se a sua vida fosse um hiatode 24 anos

    No deixou, no entanto, de gerar, ao longo de quase quatro

    sculos e meio, uma cpia de obras impressas que podemoscomputar em cerca de trs mil ttulos (incluindo as diferentesedies que alguns deles tiveram)1. Divididos em conjuntos Histria, Sebastianismo e Quinto Imprio, Poesia, Teatro, Fico,Iconografia, Bibliografia, artigos de circunstncia e divulgaoem publicaes peridicas atestam bem a multiplicidade, adiversificao e a gama dos vrios ramos do saber e da inspiraoartstica que usaram D. Sebastio como tema.

    Foi ao reunir, organizar e comentar esta massa dedocumentos, que coleccionmos as diferentes apreciaes queforam sendo feitas ao rei. No as levantmos sistematicamente medida das nossas leituras, mas contamos ainda assim com umaamostragem de 314 eptetos das mais variadas provenincias,nmero que representa dez por cento do total de obras, masque ultrapassa os vinte por cento, se excluirmos os ttulos quese repetem nas sucessivas edies.

    Acrescentando a cada epteto a data em que foi escritoo nome do autor que o subscreve e organizando-os todoscronologicamente, ficamos de posse de uma panormica comcontedo lgico, cuja interpretao se revela assaz curiosa. isso que tentaremos nesta apreciao crtica, a que juntamos alistagem de todo o corpus de eptetos reunidos.

    A primeira constatao a fazer de carcter estatstico e porela vemos que a imagem do rei sai favorecida, j que os eptetosde contedo positivo, isto , as opinies favorveis, so em

    nmero de 184, contra 118 de contedo negativo, desfavorvelou muito desfavorvel, e mesmo estas muito concentradas emdois autores. Os 12 eptetos restantes so de apreciao gerale comportam expresses como jovem rei, moo rei, reimancebo, que aparecem frequentemente, sem interesse para oque nos propomos. Ainda de um ponto de vista da anlise globaldas ocorrncias verifica-se que h, uma concentrao de eptetosnos anos de 1924 e 1925, por altura da polmica sebstica entre

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    Antnio Srgio e Carlos Malheiro Dias. D. Sebastio no ,alis, o objectivo, mas sim o pretexto para se digladiarem duasconcepes filosficas, duas ideias diferentes de conceber aeducao e a cultura. Tambm se constata que, de todos osautores, foi o racionalista Srgio quem mais negativamente sereferiu a D. Sebastio, como veremos adiante, s seguido, maistarde, em 1963, por Mrio Domingues, totalmente desfavorvel pessoa e figura do rei, a quem mimoseia com, pelo menos, dezinsultos explcitos ao longo da obra D. Sebastio O Homem ea sua poca2,dos quais destacamos: coveiro inconsciente dadinastia de Aviz, tresloucado, mentecapto, irresponsvel,

    nocivo, semilouco, pobre monarca. Este autor volta aatacar em 1975 com os mesmos adjectivos, a que acrescentainsensato, de obstinao, incompetncia e jactncia, enscio, entre outros3.

    No lado contrrio, o do nacionalismo, pertencem igualmente poca da polmica os autores que melhor trataram o monarca:Antero de Figueiredo e Carlos Malheiro Dias. O primeiro, naevocao histrica cuidada que faz do rei, apesar do louvore da exaltao sebstica, no seu livro D. Sebastio, Rei dePortugal, com nove edies e vrios milhares de exemplares at19434. a que utiliza os qualificativos nimo potente e raro,bravo, galhardo esprito, nobilssimo idealista. O segundo,contrapondo-se a Antnio Srgio, que replicava e treplicavaas suas investidas, caracteriza D. Sebastio como casto eabstmio, heri, mstico e cavaleiro, rei-virgem5.

    Atendendo s circunstncias do seu desaparecimento, erade esperar que o imaginrio do rei fosse grandemente aumentadodepois de Alccer-Quibir. Isso teve como consequncia o factode ele passar de personagem histrica a smbolo, os doisngulos que explicam a sua imagem, e que, com a anlisemais detalhada do quadro cronolgico traado com os eptetos,permitem esboar-lhe um retrato que se vai moldando ao longodo tempo.

    Durante a sua vida, e para o exortar a fazer jus ao eptetoinicial de Desejado, alguns dos seus contemporneos mais

    intervenientes na cena poltica e cultural da poca, no deixaramde lhe lembrar esse estigma que como rei teria de exorcizar6. Eno tem isso que ver como plano mtico, mas sim com o planomeramente poltico: D. Sebastio , antes de mais, o produto doseu tempo, embora se lhe possa assacar o desfecho da decisofinal, que, essa, pertenceu-lhe. Para julgar o rei necessrio,tal como fez Queirs Veloso7, e como querem os historiadoresactuais8, tomar em conta o conjunto da sua poca e verificar

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    que este jovem, embora impulsivo, autoritrio e talvez poucoesclarecido, tinha sobre si o peso de uma Europa catlica naexpectativa de que ele a salvasse do perigo Turco9; que estavano meio de um xadrez poltico onde se moviam a Espanha, aFrana e a Inglaterra, cada uma delas tentando ter um papelrelevante na Europa; que tinha ao seu lado, paredes meias, umrei poderoso, vido e poltico no mais alto grau; que sofria ainfluncia inegvel de uma educao monoltica, de um ambientefamiliar e corteso cpido e bajulador; que trazia no sangue osestigmas de uma degenerescncia provocada por casamentossucessivos entre membros da mesma famlia, e, talvez o mais

    importante, no chegou a conhecer os progenitores, um, porquetinha morrido antes do seu nascimento, a outra, porque estavamorta para ele, retirada em Castela, e de quem o rei crianaouvia falar como numa terceira pessoa.

    Por tudo isto, no espanta ver Jorge de Montemor chamar-Ihe, em 1558, com quatro anos apenas e um de rei, cochillode los paganos10, Joo Bermudes dizer que de felicssimaesperana11, o poeta Diogo Pires achar que digno dosangue do seu av austraco12, e mesmo Cames exort-lo aser a segurana da nossa liberdade. E j a mitific-lo em vida,aparecem expresses como perfeito parto de oiro de sua me,rei cado do cu, por Aquiles Estao13 ou, em palavras de ProAndrade Caminha, rei dado por dom divino, rei milagroso14,e de Antnio Ferreira, rei bem-aventurado15, bem como noconhecido verso de Cames maravilha fatal da nossa idade.

    Imediatamente a seguir Batalha, e durante o princpiodo sculo XVII, algumas vozes estrangeiras lamentam odesaparecimento do rei, em expresses como infelice giovanee sfortunato prncipe (Conestaggio, em 1585)16, malheureux(De Thou, em 1604)17, de lamentable memoria (Coelho deBarbuda, em 1624)18 e, como em eco de saudade, algunsportugueses, forte rei, grande rei, doce penhor de todonosso bem (Diogo Bernardes, em 1594 e 1596)19, homem demuita verdade em grande extremo (Pedro de Mariz, em 1594)20.E na mesma linha de apreciao laudatria que do sobrinho fazia

    Filipe II para convencer melhor os seus novos sbditos, s agorase fala na coragem de D. Sebastio: coraggiosa e religiosapersona (Antnio Cicarelli, em 1588)21, de grand courage (DuVerdier, em 1604)22, valiente (Soares de Alarco, em 1606)23e galhardo (Lus de Bavia, em 1608)24.

    O pequeno nmero de eptetos que recensemos nossculos XVII e XVIII pode ter trs explicaes. No primeirodestes sculos, o sebastianismo de cunho popular, movimento

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    clandestino por ser contrrio aos interesses de Filipe II, alastravaem manuscritos sucessivamente copiados. Em segundo lugar,com a transferncia da figura do Encoberto para o futuro D. JooIV, perde-se um pouco de vista a pessoa de D. Sebastio, a noser para falar do seu desaparecimento. Finalmente, o facto deterem surgido, a partir de 1730, as primeiras apreciaes comcarcter histrico do reinado e da actuao do rei, numa tentativade objectividade, onde j no h lugar para a interpretaoapaixonada25. Seja qual for a razo, todos os eptetos so decontedo positivo. interessante notar, no entanto, quecomea a desenhar-se um esboo de crtica, subtil no incio,

    mas brioso que cuerdo, em 1642, por Caramuel Lobkowitz26 eincauto rei, pelo Padre Baltasar Teles, cronista da Companhiade Jesus, em 164727, que culmina no claro e ntido tresloucadorei, escrito por La Clde, em 173528. Lobkowitz, porque querprovar a legitimidade espanhola da posse da coroa portuguesa.O Cronista da Companhia, porque o seu objectivo ilibar aresponsabilidade dos Cmaras na deciso do rei de passar frica. O historiador francs, porque segue a escola de Voltairena interpretao ideolgica da Histria.

    No sculo XIX, D. Sebastio aparece associado a Cames,sobretudo na cena em que o poeta lhe l Os Lusadas. Estaimagem do poema Cames de Garrett e o quadro de Domingos

    Antnio Sequeira exposto no Salon de Paris, em 1824, A Mortede Cames, hoje perdido, vo veicular, deformar e transformarem heris romnticos estas duas figuras histricas: o poeta,por causa da sua vida infeliz e atribulada, o rei, devido suaexistncia cavalheiresca aliada a um desaparecimento nototalmente esclarecido. Juntamente com os amores trgicos deD. Pedro e de D. Ins de Castro so os trs grandes assuntosportugueses que interessam autores do Romantismo europeu29.Por isso, ao mesmo tempo que aparecem os eptetos elogiosos,encontramos outros cujos termos mostram a apropriao literriada pessoa do rei: monarca naturalmente intrpido e cheio defogo (1803), young and chivalrous prince (1820), generoso,

    oprimido, mas sempre firme (1829), de ndole cavaleirosa earrojada bravura (1842), hros au sortir de Ienfance, pur etjuste lge des passions, (1846), rei saudade, (uma) dasduas colunas de Hrcules dos nossos truncados fastos (1863),rei cavalheiresco e romntico (1866), prncipe encantador(1879), um mito que no um rei (1893), entre outros. Uma vozcontrria se levanta neste coro de louvores: a do liberal JosLiberato Freire de Carvalho, que mostra, atravs de exemplos,

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    que o absolutismo e a superstio so a causa do estado aque tinha chegado o reino, em 1843, e chama a D. Sebastiodspota, supersticioso e ignorante30.

    No ltimo quartel do sculo, com o Positivismo e aexplorao cientfica da caracterologia (termo criado pelopsiclogo Wundt, em 1875) e iniciando uma reviso, por vezesdemasiado apaixonada, da personalidade do rei, podemosencontrar eptetos fortemente negativos na sua apreciao,de tal modo que representam, nesta poca, o dobro dos eptetospositivos: cobarde e egosta (Visconde de Juromenha,1860)31, maluco (Pinheiro Chagas, 1880)32, maladif, irascible,

    agit (Henri Forneron, 1882)33

    , imprudente e fantico (RibeiroGuimares, 1873)34, entre outros. O prprio Camilo, no seu jeitoirnico de utilizao do adjectivo chama-lhe tambm doudoprovidencial, supinamente tolo e infausto estouvado. Ocorifeu desta reviso o mdico Manuel Bento de Sousa querene num livro polmico, O Doutor Minerva, uma recolha deartigos que antes publicara em folhetins no jornal O Portugal. A,sob uma lupa patolgica, analisa a pessoa do rei, a quem apodade espontneo, impulsivo e irresponsvel35.

    Os primeiros 25 anos do sculo XX so talvez os maispolmicos neste confronto entre os detractores e os incensadoresde D. Sebastio. No refluxo das ideias positivistas, assiste-sede novo exaltao da figura do rei, sobretudo por parte dossaudosistas, com destaque para Teixeira de Pascoaes e AfonsoLopes Vieira, mas tambm Alberto de Monsaraz, Antero deFigueiredo e at o prprio Jos Gomes Ferreira, no seu segundolivro de poemas, em 192136. Curiosamente, a parte contrria representada por trs escritores mdicos, Jlio Dantas, CostaLobo e Ricardo Jorge, que, na esteira de Bento de Sousa, masagora luz de um diagnstico clnico, concluem que D. Sebastio monomanaco, misgino e epilptico (Costa Lobo e JlioDantas, 1909)37 e paranico (Ricardo Jorge,1923). O cumedesta crtica atingido pela dura e cida diatribe do racionalistaAntnio Srgio durante a polmica que sustentou com CarlosMalheiro Dias, nos anos de 1924 e 1925. Por isso, s expresses

    como louco de amor ou rei religioso, militar, nobre e pai, deAntero de Figueiredo, s imagens poticas rei do sonho alado,rei feito saudade, da poetisa Gabriela Castelo-Branco38, e aosdevaneios sebastianistas adolescente mstico e virgem, louroe belo fantasma de um revivente de Aviz, rei de romance decavalaria, entre outros, de Carlos Malheiro Dias, ope-se afria verbal de Srgio, em eptetos como fanfarro, rapazolatresloucado, cruel, egosta, bronco, torpe, estpido alm de

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    egosta, antiptico demente, desbocado e rufio, pateta,perfeito pedao de asno, idiota, de 1924 e 192539, queculmina com o estigma de mentecapto, em 1926, e impulsivodegenerado, em 1930, ltima referncia deste autor na listaque levantmos.

    Os anos 40 e 50 so poca de comemoraes danacionalidade e de exaltao de glrias passadas. A releituradas figuras da histria portuguesa acomoda-as aos exemplos dapoltica estabelecida pelo Estado Novo. Feita quer por nacionais,quer por estrangeiros encarregados de divulgar essa poltica,a nova apresentao do rei volta a conter muitos eptetos

    positivos: por exemplo, corao nobre, monarca sonhador(1940), young knight-errant (1947), prince aventureux(1950), rei inconfundvel de toda a nossa histria (1954). D.Sebastio j no o epilptico da escola de Lombroso, mas umrei-virgem, monge militar, mstico paladino iluminado e atguarda do Santo Graal. A nica voz discordante a de AquilinoRibeiro, que lhe chama rebelde, impulsivo, desaparafusado,louco dez vezes40.

    parte uma apreciao fortemente negativa de MrioDomingues, na obra publicada em 196341, podemos encontrarmais recentemente uma explicao imparcial da figura e da acodo rei. Livre de interpretaes subjectivas, a nova abordagem

    histrica no pode excluir evidentemente uma viso bastantenegativa do governo e da psicologia de D. Sebastio, mas tentaintegr-lo no seu tempo. Deste modo, aparecem eptetos comodoente (Antnio Jos Saraiva )42, souverain sans exprienceet sans rflexion (Robert Ricard)43, ou pouco inteligente e poucoculto (Maria Emlia Cordeiro Ferreira44, enfermo no corpo eno esprito e ousado at aos limites da loucura (OliveiraMarques)45, destemido e visionrio (Filgueira Valverde)46.So expresses que tm mais a ver com a observao do factohistrico por historiadores do que com a apropriao, semprecriadora, da parte de poetas, escritores ou dramaturgos.

    Este pequeno comentrio dos eptetos, que deve sercompletado pela leitura da lista que publicamos, d uma ideia

    geral, mas bastante significativa, da interpretao da imagem deD. Sebastio ao longo de quatro sculos, e prova, se necessriofosse, como as opinies foram apaixonadas, e no deixaram aindade o ser. Isso s mostra a riqueza cultural de uma personagemhistrica de quem se desejava, em 1558, que fosse cochillode los paganos (Jorge de Montemor) e a quem o diplomatamarroquino Youns Nekrouf chama, em 1984, prsomptueuxet inconscient47.

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    DesejadoEncobertoJovem ReiMoo ReiRei mancebo

    1558 Cochillo de los paganos Jorge de Montemor1565 De felicssima esperana Joo Bermudes

    Mui alto e poderoso Joo Bermudes1567 Rei extremo entre os reis J. Ferr. de Vasconcelos1568 Rei glorioso Annimo

    Rei to desejado Annimo

    1570 De ndole grandiosa Diogo PiresDigno do sangue do seu avaustraco Diogo PiresMuito abeatado AnnimoPstumo rapaz Diogo PiresSegurana da nossaliberdade CamesTriste rapaz Diogo Pires

    1572 Maravilha fatal da nossaidade Cames

    1573 Animosssimo prncipeda Lusitania D. Gaspar de LeoRei montezinho Jernimo Osrio

    1574 Invictssimo rei Jernimo Corte-RealPerfeito parto de oirode sua me Aquiles EstaoRei cado do cu Aquiles EstaoValoroso corao Aquiles Estao

    1580 Rei moo Diogo do Couto1584 Malheureux Jacques de Thou1585 Infelice giovane Conestaggio

    Sfortunato prncipe Conestaggio1586 Juvenis belligerandi Laurentius Surium1588 Tenro moo belicoso Lus Pereira Brando

    Rei potente Lus Pereira Brando

    Coraggiosa e religiosapersona Cicarelli

    1590 Esquivo moo Duarte Dias1594 Animoso rei Pedro de Mariz Docepenhor de todonosso bem Diogo BernardesForte rei Jernimo Corte-RealGram cavaleiro Diogo Bernardes

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    Homem de muita verdadeem grande extremo Pedro de MarizValeroso rei de nimoconstante Jernimo Corte-Real

    1595 Rei dado por dom divino Pro Anddrade CaminhaRei milagroso Pro Andrade Caminha

    1596 Grande Rei Diogo Bernardes1598 Rei bem-aventurado Antnio Ferreira1604 Prince jeune et de grand

    courage Du Verdier1606 Moo valiente Suarez de Alarco

    1608 Moo galhardo Lus de Bavia1611 Rei sem ventura V. Mouzinho de Quevedo1624 De lamentable memria Coelho de Barbuda1642 Mas brioso que cuerdo Caramuel Lobkowitz1643 De lastimosa memria Antnio Veloso de Lira1647 Cavaleiro de Alccer-Quibir Jernimo Freire Serro

    Incauto rei Baltasar TelesMarte juvenil Baltasar Teles

    1649 Fatal Sebastio, de cervizdura, com nimo e valor,mas sem ventura Manuel TomsMancebo forte e temerrio Manuel Toms

    1651 Magnanimo rei Ant. de Sousa de Macedo1682 Excellente principe Memorie istoriche

    Prncipe bisarrissimo Memorie istorche1697 Animoso e alentado Francisco de Santa Maria1733 Desgraado La Clde

    Infeliz La CldeTresloucado Rei La Clde

    1736 Serenssimo rei Manuel Marques ResendeValeroso prncipe Manuel Marques Resende

    1754 Adnis de Portugal CienfuegosAdnis sangriento CienfuegosEspritoso joven CienfuegosRei florido Cienfuegos

    1803 Monarca naturalmenteintrpido e cheio de fogo Roque Ferreira Lobo

    1820 Young and chivalrous prince John Adamson1824 Sciagurato principe Alphonse Rabbe1825 Mancebo inexperto Garrett1829 Generoso, oprimido,

    mas sempre firme Jos Pinto Cardoso Beja1830 His only virtue was courage Dunham

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    Obstinate DunhamOf lamentable imbecility Dunham

    1836 Belle et nobre figure PrzezdzieckiHros au sortir de Ienfance PrzezdzieckiPur et juste lagedes passions Przezdziecki

    1841 Infeliz rei Francisco Villas-BoasPrncipe audaz Francisco Villas-BoasRei iludido A. C. Louzada

    1842 De ndole cavaleirosae arrojada bravura Annimo

    Fantico insensato Alphonse RabbeO Pstumo Emile Lefranc1843 Dspota, supersticioso

    e ignorante Freire de CarvalhoMais bravo que prudente J. Ribeiro de FigueiredoMalfadado monarca Freire de Carvalho

    1846 Herico principe Joo Felix Pereira1847 Rei saudade Annimo1848 Rei cristo e soldado Sebastio de S1850 Infeliz e imprudente Annimo1854 Adventurous Sebastian Busk1858 Desditoso D. Sebastio Visconde de Santarm

    Desditoso vencido de AlccerVisconde de SantarmMalfadado Joo de LemosTo chorado Joo de Lemos

    1860 Cobarde e egosta Visconde de Juromenha1861 O mais temerrio dos

    nossos reis Rodrigues Cordeiro1863 Uma das duas colunas

    de Hrculesdos nossos truncados fastos Castilho

    1864 Crois Charles DreyssInfeliz soberano Antnio Jos VialeRei desditoso Jul. Frederico GonalvesUm dos mais virtuosos

    e esforados prncipes Antnio Jos Viale1866 Rei Cavalheiresco

    e romntico Hans Christian Andersen1867 Doudo providencial Camilo1868 Jovem e esperanoso Ant. Francisco Moreira1870 Alma nobre Herculano1871 Mal aventuroso monarca Jos Silvestre Ribeiro

    Roi-hros Lonce Chauvain

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    1873 Imprudente, teimoso,fantico Ribeiro GuimaresRei imprudente e fantico Ribeiro Guimares

    1879 Aventurosa e infeliz criana Sousa VasconcelosDivina criana Oliveira Martins Malogradocativode Alccer-Quibir F. AlvesNuno lvares pstumo Oliveira MartinsPrncipe encantador Oliveira Martins

    1880 Herico prncipe Sebastio da Rocha PitaMalfadado prncipe Amlia Vaz de Carvalho

    Maluco Pinheiro Chagas1882 Linfortun Francisque-MichelMaladif, irascible, agit Henri ForneronPauvre enfant Henri ForneronSupinamente tolo Camilo

    1886 Fantico CamiloInfausto estouvadode Alccer-Quibir CamiloLe vaincu Miguel dAntas

    1891 Rei insensato Jos Fernandes Matos1893 Um mito, que no um rei Notcia e retratos1894 Espontneo e impulsivo Manuel Bento de Sousa

    Inexperiente monarca Teixeira de AragoIrresponsvel Manuel Bento de Sousa

    1897 Malaventurado mancebo HerculanoPobre rapaz Herculano

    1898 Belliqueux jeune roi Mashanaglass1899 Generoso y lleno Diaz y Perez

    Rei dos desgraados Antnio NobreRei dos vencidos Antnio Nobre

    1900 O nosso genuno heri Ea de QueirsPotico e pensativo Ea de Queirs

    1901 Aquele que, embora morto,a morte no consome Alberto Monsaraz

    1902 Rei Desejado, to guerreiro Mrio Monteiro

    1903 Destemido moo rei Antnio Francisco BarataEpilptico e impulsivo Conde de SabugosaGuerreiro cavaleirosoe monge asceta Conde de SabugosaPersonagem shakespeareano Conde de Sabugosa

    1904 Divino rei de bom agouro Afonso Lopes VieiraRei-maravilha Afonso Lopes Vieira

    1905 Infortun monarque Henry de Castries

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    Prsomptueux Sbastien Henry de Castries1908 Misgino e epilptico Anto de Melo1909 Corao rido e selvagem Jlio Dantas

    Doido varrido Jlio DantasEI-Rei dos gniosincompreendidos Antnio NobreInsano mental Costa LoboMisgino e epilptico Jlio DantasMonomanaco Costa Lobo

    1912 Esquivo e arisco efebo Conde de SabugosaHerico alucinado Conde de Sabugosa

    1914 Dom Quixote de batalhas Jlio DantasEsprito anacrnico Jlio DantasEsse Habsburgo epilptico Jlio Dantas Palmeirim deInglaterraa perdio Jlio Dantas

    1917 Sobrevivente espectrodo Passado Mrio Beiro

    1919 Desejo encoberto e nevoento Teixeira de PascoaesRei camoniano, msticoe aventureiro Teixeira de Pascoaes

    1920 Impulsivo degenerado Antnio SrgioInexcedvel pedao de asno Antnio SrgioRomntico pedao de asno Antnio Srgio

    1921 EI-Rei Menino Gomes FerreiraLouco herico Mrio de Santa ClaraSenhor da ausncia Gomes Ferreira

    1922 Notre plus beau Roi Almada NegreirosNotre Roi le plus jeune Almada Negreiros Reivaidoso, idiotae desvairado A Liberdade - Jornal rep.

    1923 Fanfarro Antnio SrgioMoo-Rei Conde de SabugosaParanico Ricardo JorgeRapazola tresloucado Antnio SrgioReizito Antnio Srgio

    ltimo rei-cavaleiro, idiotaque nos simboliza Antnio Srgio

    1924 nimo potente e raro Antero de FigueiredoBravo, galhardo esprito Antero de FigueiredoCruel, egosta, bronco, torpe Antnio SrgioDesbocado e rufio Antnio SrgioEstpido, alm de egosta Antnio SrgioIdiota Antnio Srgio

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    Louco de amor Antero de FigueiredoNo o ltimo dos herisantigos, mas o primeirodos patetas modernos Antnio SrgioNobilssimo idealista Antero de FigueiredoPateta Antnio SrgioPerfeito pedao de asno Antnio SrgioRei religioso, militar, nobree pai Antero de Figueiredo

    1925 Rei de saudosa memria Gabriela Castelo-BrancoRei do sonho alado Gabriela Castelo-Branco

    Rei dos cabelos loiros Gabriela Castelo-BrancoRei feito saudade Gabriela Castelo-BrancoAdolescente mstico e virgem Malheiro DiasAntiptico demente Antnio SrgioCruzado de Quinhentos Joo AmealFilho pstumoda Idade Mdia Malheiro DiasLouro e belo fantasmade um revivente Avis Malheiro DiasMalogrado rei de Portugal Emlio GonalvesO cavaleiro do cisne branco Joo AmealO nosso Lohengrin Joo AmealRei casto e abstmio Malheiro DiasRei cavaleiro Malheiro DiasRei de romance de cavalaria Malheiro DiasRei heri Malheiro DiasRei mstico e cavaleiro Malheiro DiasRei virgem Malheiro DiasRei-virgem Sousa GuimaresReizinho mstico Malheiro Dias

    1926 Algum tanto desatinado M. Gonalves CerejeiraBastante malucoe jactancioso Carlos de PassosEterno desejado Virginia VictorinoGrande guerreiro medieval Afonso Dornelas

    Loiro Galaaz virginal Jlio DantasMalaventuroso rei Carlos de PassosMentecapto Antnio SrgioMisgino Jlio DantasO rei mais portugusde Portugal Oliva Guerra

    1929 Anormal por tarashereditrias Bauer y Landauer

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    Monarca impulsivo Bauer y LandauerPaladino de idealesanacrnicos Bauer y Landauer

    1930 Impulsivo degenerado Antnio Srgio1931 Moo arrebatado e mstico Carlos Selvagem

    Rei desventuroso Francisco Rodrigues1932 Coroado sonhador Rocha Madahil

    Figura quase sobrenatural Francisco Vale Guimares1933 EI-Rei Menino Jos de Esaguy

    Rei diamantino Eco de Estremoz1934 Enfant-pote Gabrielle Rval

    1935 Hros de Ia triste aventure Papy-GadalaJovem rei cavalheiresco Artur SarmentoMaravilha fatal da nossaSaudade Guilherme de FariaRei peregrino Guilherme de Faria

    1937 Nobre manaco Jlio de CastilhoO mais potico dos nossosmonarcas Jlio de CastilhoSombra medieval em plenaRenascena Oliva Guerra

    1938 Inditoso monarca Fernando de Aguiar1939 Jovem Cid Carlos de Passos

    Prncipe de novela y sombraatormentada Mariano Toms

    1940 Corao nobre Oliveira CabralEnfant ardent Henri HauserMonarca sonhador Slvio BomRe eterno A. R. FerrarinRei-cavaleiro Hiplito RaposoTmraire Sbastien Henri HauserVisionrio simptico Oliveira CabralVrai moine couronn Henri Hauser

    1941 Desditoso soberano Mrio Gonalves Viana1942 Inditoso monarca Gomes Monteiro1943 Inexperto jovem William Thomas Walsh

    1945 Monge militar Ferreira Martins1947 Infeliz rei Gregrio Maranon

    Young Knight-errant Livermore1948 Desvairado monarca Hernni Cidade

    Mais sonhador do queos poetas que o cantavam Hernni Cidade

    1949 Prottipo da loucura herica Jacinto do Prado Coelho1950 Anacrnico Jlio Giro

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    Enfant mystique, perdude chimres et de dsirs Jrme et Jean TharaudLe prince le plus extravagantqui existtdans Ia Chrtient Jrme et Jean TharaudPrince aventureux Jrme et Jean Tharaud

    1952 Desejado e inverosmil Aquilino RibeiroIncompetent successor(de D. Joo III) W. e Elizabeth YoungPrncipe frio, impotente Aquilino Ribeiro Prncipeimperfeito da nossa

    gesta herica e trgica PetrusRebelde, impulsivo,desaparafusado,louco dez vezes Aquilino RibeiroRei menino Aquilino Ribeiro

    1954 Belo e destemido cavaleirodo sonho e de Deus Manoelito de OrnelasGuarda do Santo Graal Manoelito de OrnelasMstico Paladino iluminado Manoelito de OrnelasRei audaz Albino LapaRei inconfundvel de todaa nossa histria Albno Lapa

    1955 Doente Antnio Jos SaraivaO nosso descuidado Rei Antnio Jos SaraivaSouverain sans exprienceet sans rflexion Robert Ricard

    1961 O nosso desgraadoD. Sebastio Francisco Caeiro

    1963 Campeo temerrio e louco Mrio DominguesCoveiro inconscienteda dinastia de Aviz Mrio DominguesJovem tresloucado Mrio DominguesPobre mentecapto Mrio DominguesPobre monarca lusitano Mrio DominguesPobre nscio Mrio Domingues

    Presunoso reizinho Mrio DominguesRei irresponsvel Mrio DominguesRei nocivo Mrio DominguesSemilouco Mrio Domingues

    1965 Santo rei Jaime Lcio1967 ltimo cruzado ocidental Fidelino de Figueiredo

    Vesnico Fidelino de Figueiredo1968 Prncipe perdido nos areais

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    Alccer-Quibir Cunha e Freitas1969 Pouco inteligente

    e pouco culto Emlia Cordeiro Ferreira,1972 Bravo rei Neil Miller

    Enfermo no corpoe no esprito Oliveira MarquesOusado at aos limitesda loucura Oliveira MarquesRei-Virgem Gago de Medeiros

    1973 Rei tresloucado Cruz Malpique1974 Rei antigo sangrento,

    casto e sem mancha Ariano Suassuna1975 De obstinao, incompetncia,jactncia Mrio DominguesNscio Mrio DominguesRei insensato Mrio DominguesTo discutidoe desconcertante monarca Mrio DominguesUm dos mais nocivos reisde Portugal) Mrio Domingues

    1976 Paranico ideolgico Antnio Jos Saraiva1980 Desejado malogrado rei Carlos Leite

    Monarca de mentetresloucada Manuel Martinez Martinez

    1982 Destemido e visionrio Filgueira ValverdeRei desventuroso Sales Loureiro Temerrio,impetuoso,impaciente Filgueira Valverde

    1983 Figura gentil de monarcae de cavaleiro medieval Alberto Figueira Gomes

    1984 Prsomptueux et inconscient Youns Nekrouf

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    NOTAS

    1Tantas so as fichas que reunimos numa Bibliografia Sebstica quecontamos editar dentro em breve. A este nmero teremos que juntar asinumerveis cpias manuscritas que jazem nas bibliotecas portuguesasnacionais e em algumas livrarias particulares.

    2 Lisboa, Ed. Romano Torres, 1963, 463 p.3 Mrio Domingues,A lio de Alccer-Quibir. Evocao histrica.

    Porto, Livraria Civilizao Editora, 1975, 220 p.4 Lisboa, Livraria Aillaud e Bertrand, 1925, 461 p.5 Carlos Malheiro Dias, Exportao Mocidade, nova edio

    precedida de uma resposta Carta-Prefcio do Snr. Antnio Srgio nODesejado, Lisboa, Sociedade Ed. Portugal-Brasil, 1925, CVIII-6 4 p.

    6 As vozes discordantes so as mais avisadas, mas poucas: asadmoestaes srias e discretas do Bispo de Silves, D. Jernimo Osrio,sobretudo nas Cartas, a opinio interesseira do tio, Filipe II, e uma ououtra voz de algum conselheiro mais velho, D. Joo de Mascarenhas,por exemplo, ou da av D. Catarina.

    7 Queirs Veloso, D. Sebastio. 1554-1578, Lisboa, EmpresaNacional de Publicidade, 1935, 450-V p.

    8Queirs Veloso, op. cit.; Jos de Castro, D. Sebastio e D. Henrique,Lisboa, Unio Grfica, 1942, p. 11-233; Joaquim Verssimo Serro,Histria de Portugal, Vol. III, Lisboa, Ed. Verbo, 1978, p. 68-80.

    9Andr Thevet escrevia, em 1584: ...il y laissa le plus beau etprcieux joyaux de sa vie, non sens grand regret de plusieurs PrincesChrtiens. Cf. Andr Thevet, Les vrais pourtraits et vies des hommesillustres Greczs, Latins et Payens recueilliz de leurs tableaux, livres,mdailles antiques et modernes, Paris, La Vesve I. Keruet et GuillaumeChaudire, 1584, f. 472 v.

    10 Jorge de Montemor, Regimiento de principes al muy alto y muypoderoso don Sebastin Rey de Portugal, in Segundo Cancioneirospiritual de Jorge de Montemayor,Anvers, luan Latio, 1558, f. 30-44.

    11D. Joo Bermudes, Esta he hua breve relao da embaixada queo Patriarcha D. Joo de Bermudez trouxe do Imperador de Ethiopiachamado vulgarmente Preste Joo ao christianissimo & zelador da feede Christo Rey de Portugal dom Joo o terceiro deste nome: dirigida aomui alto & poderoso, de felicissima esperana, Rey tbem de Portugaldom Sebastio, o primeiro deste nome. Em a qual tbem conta a mortede dom Christouam da Gama: & dos successos que acontecer aos

    portugueses que foro em sua companhia. Em Lisboa, em casa deFrancisco Correa, Impressor do Cardeal Inffante. Anno de 1565. 80 f.12 Diogo Pires, De ultimis Portugalliae Regibus, qui aetate moa

    vixerunt, in Antologia Potica. Introduo, traduo, comentrio e notasde Carlos Ascenso Andr, Coimbra, Centro de Estudos Clssicos eHumansticos, 1983, p. 70-75.

    13 MONOMACHIA/NAVIS LUSITANAE / CVM INGENTI REGIS/DACHENOR. CLASSE./ Auctore Achille Satatio Lusitano. Romae.losephum de Angelis. MDLXXIV. Publicado juntamente com a Orao

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    de Obedincia a Gregrio XIII. Ed. fac-similada, com nota bibliogrficade Martim de Albuquerque e traduo de Miguel Pinto de Meneses,Lisboa, Inapa, 1988, p.

    Ainda no mesmo texto, cf. estas palavras que no deixariam de tereco na mente do jovem rei: Mas realmente agora, uma maravilhosaabundncia de graas celestes cobriu o nascimento do Rei Sebastio,segue-o na sua adolescncia e acompanha-lo- cabalmente na suaprogresso para a maioridade: e quando enfim atingir a maturidade,essa abundncia nunca abandonar quem como ele dotado de tantapiedade. Desta forma, ns, que tivemos tnues esperanas na sucesso,real, poderemos entender bem que este to desejado e feliz Rei nasceudo cu como uma ddiva de Deus, ibid., p. 35.

    Este mesmo autor escrevia em Insignias dos Reis de Portugal, poemaconjuntamente publicado com a Orao Obediencial: A tua virtude,mula da virtude de antanho, inflama-te a superar os teus avs e bisavs,a acrescentar novos reinos aos reinos j alcanados, e a ensinar a fde Cristo, para o qual milita a tua piedade, ibid. p. 45.

    14 Pero de Andrade Caminha, Poezias de Pero de Andrade Caminha,mandadas publicar pela Academia Real das Sciencias de Lisboa, Lisboa,Off. da Academia Real das Sciencias, 1711, p. 71.

    15Antnio Fer rei ra, Carta a El-Rey D. Sebastio: Rey bemaventurado em que parece, in Poemas Lvsitanos do Dovtor AntonioFerreira, Lisboa, Pedro Crasbeeck, 1598, f. 164v-168r.

    16 Jeronimo de Franchi Conestaggio, Dellvnione dei Regno diPortogallo alla Corona di Castiglia, Genova, Girolamo Bartoli, 1585.

    17

    Jacques-Auguste de Thou, Histoire Universelle () depuis 1543jusquen 1607, traduite sur Idition de Londres, 16 vol., Londres (Paris),s. e., 1734, Tomo VII, p. 596-637. A edio latina de 1606.

    18 Lus Coelho de Barbuda, Reyes de Portugal y Empresas Militaresde Lvsitanos, Lisboa, Pedro Craesbeeck, 1624, f. 284298.

    19Diogo Bernardes, Ao estandarte que levava el Rey na Jornada defrica, in Varias Rimas ao Bom Jesus e Virgem gloriosa sua may ea varios Sanctos particulares, com outras mais de honesta e proveitosalio, Lisboa, Simo Lopez, 1594, f. 80v.

    20 Pedro de Mariz, Dialogos de Varia Historia, Coimbra, Officina deAntnio de Mariz, 1594, f. 228-236.

    21 Antonio Cicarelli, Le vite de Pontefici, Roma, TypographiaDominicana, 1588, f. 273r-274v.

    22

    Antoine du Verdier, Prosographie ou Description des Hommes,illustres et autres, depuis Ia cration du Monde jusqu ce temps, 2Tomos, Lyon, B. Honorat 1589, Tomo II, p. 1820.

    23 Joo Soares de Alarco, La Iffanta Coronada por e/ Rey Don Pedro,Dona Ins de Castro, Lisboa, Pedro Craesbeeck, 1606, p. 35-37

    24 Luis de Bavia, Tercera Parte de la Historia Pontifical y Catolica, Madrid, Melchior Sanchez, 1652, p. 56b. 1a. ed. em 1608.

    25 D.Manoel de Menezes, Cronica do muito alto, e muito esclarecido

    principe D. Sebastio, Lisboa Occidental, Officina Ferreyriana, 1730,

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    XIII-392 p.; Fr. Manuel dos Santos, Historia Sebastica, Lisboa Occidental,Officina de Antonio Pedrozo Galram, 1735, (XXXII)-492 p.; Diogo BarbosaMachado, Memorias para a Historia de Portugal, que comprehendemo governo del Rey D. Sebastio, 4 tomos, Lisboa, Officina de JosephAntonio da Sylva, 1736-1751.

    26 Juan Caramuel Lobkowitz, Respuesta al Manifiesto del Reyno dePortugal. En Anberes, Officina Plantiniana de Balthasar Moreto, 1642,p. 68-69.

    27 Pe. Baltasar Teles, Cronica da Companhia de Jesu, da Provinciade Portugal, Lisboa, Paulo Craesbeeck, 1647, Parte I, p. 705-728.

    28 Nicolas de La Clde, Histoire Gnrale de Portugal, tomo V, Paris,Thodore Le Gras, 1735, p. 141-213.

    29 Cf. Adrien Roig, Inesiana Bibliografia Geral sobre D. Ins deCastro, Coimbra, B.G. U.C., 1986, 365 p. Contm 2318 fichas.

    30 Jos Liberato Freire de Carvalho, Ensaio histrico-poltico sobre aconstituio e governo do Reino de Portugal: onde se mostra ser aquelereino, desde a sua origem, uma monarquia representativa; e que oabsolutismo, a superstio e a influncia da Inglaterra so as causas dasua actual decadncia, Lisboa, Imprensa Nevesiana, 1843, p. 84-89

    31 Visconde de Juromenha. Obras de Lus de Cames, Lisboa,imprensa Nacional, 1860-1924. Tomo I, p. 100-105.

    32 Pinheiro Chagas, Dccionrio Popular, historico, geographico,mithologico, biographico artistico, bibliographico e literario, Vol. XI,Lisboa, Lallemand Frres, 1880, p. 305-309.

    33 Henri Forneron, Histoire de Philippe II, Tomo III, Paris, Plon et

    Compagnie, 1882, p. 88-96.34 Jos Ribeiro Guimares, Summario de Varia Historia, Vol. II,

    Lisboa, Rolland et Semiond, 1873, p. 159.35 Manoel Bento de Sousa, O Doutor Minerva, Lisboa, M. Gomes

    Editor, 1894. O autor, mulo de Wundt, faz uma crtica ao ensino emPortugal, sobretudo o ensino da Histria, porque, segundo ele, o carcternacional tinha piorado e era preciso melhor-lo, comeando por reveralguns dados, falsamente tidos como verdadeiros, das personalidadesdos reis portugueses.

    36 Jos Gomes Ferreira, Longe Sonetilhos, Lisboa, Liv. Aillaud eBertrand, 1921, p. 28.

    37 A. de Sousa Silva Costa Lobo, Origens do Sebastianismo eprefigurao dramtica, Lisboa, Typographia da Empreza da Histriade Portugal, 1909; Jlio Dantas, A hereditariedade nas genealogiasreaes portuguesas e o Pai de D. Sebastio, in Outros Tempos, Lisboa,Liv. Classica Editora, 1909, p. 61-88.

    38 Gabriela Castelo-Branco, Lvsitanicas, Lisboa, 1925.39 Antnio Srgio, Trplica a Carlos Malheiro Dias sobre a questo

    do Desejado, Lisboa, Ed. Seara Nova, 1925, 94 p.40 Aquilino Ribeiro, Prncipes de Portugal, suas grandezas e misrias,

    Lisboa, Livros do Brasil, s. d. (1952), p. 173-194.

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    41Op. cit. O autor seguiu de perto a obra de Queirs Veloso, masas apreciaes extremamente crticas que proferiu so da sua lavraexclusiva.

    42Antnio Jos Saraiva, Histria da Cultura em Portugal, Vol. II,Lisboa, Jornal do Foro, 1955, p. 646-648

    43 Robert Ricard, tudes sur lhistoire des Portugais au Maroc,Coimbra, Por Ordem da Universidade, 1955, p. 247-260.

    44 Maria Emlia Cordeiro Ferreira, artigo D. Sebastio, in Dicionriode Histria de Portugal, Vol. III, Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1971.

    45 A. H. de Oliveira Marques, Histria de Portugal, Vol. I, Lisboa, Ed.Agora, 1972, p. 420-422.

    46 Jos Filgueira Valverde, Cames, Coimbra, Almedina, 1982, p.229-240.

    47 Youns Nekrouf, La Bataille des Trois Rois, Paris, Albin Michel,1984. Traduo recente de Lus Serro, Lisboa, Ed. Inqurito, 1988.

    Referncia

    Oliveira, V. A. de A Imagem de D. Sebastio atravs dos seus eptetos.Revista ICALP, vol. 20 e 21, Julho - Outubro de 1990, 51-70.