a histria e evoluo - curiosidades do sax
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Método Música SaxofoneTRANSCRIPT
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? 1- Introduo 2
? 2- Contextualizao 3
2.1- Contextualizao histrica 3
2.2- Contextualizao cultural 6
? 3- Adolphe Sax 9
? 4- O saxofone (percurso/evoluo) 12
? 5- Saxofonistas clebres 17
? 6- Tcnica e funcionamento. 21
6.1- Boquilha 21
6.2- Palheta 22
6.3- Surgimento do som 22
6.4- Tessitura 23
? 7- Repertrio 24
7.1- Repertrio sinfnico 24
7.2- Repertrio concertante 26
7.3- Msica de cmara 27
? Anexos 30
? Bibliografia
...O saxofone...Histria e evoluo
Contributos para uma nova sonoridade na Msica Erudita
Prova de Aptido Profissional - III CICsar Edgar Ribeiro Lima - 2004
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1- Introduo:
Escolhi este tema, em primeiro lugar, porque estudo saxofone e em segundo, por no
ter conhecimento de nenhum outro documento do gnero escrito em portugus.
A finalidade deste trabalho realizar uma recolha de dados sobre a histria e evoluo
deste belo instrumento, apesar de no ser nada fcil, dada a carncia de dados bibliogrficos
acerca deste tema e a falta de tempo para o realizar.
Procurarei dar resposta a algumas questes minhas e tambm dar a conhecer o
saxofone.
Inclinar-me-ei totalmente para a vertente da Msica Erudita, visto que nesta rea que
me encontro a estudar.
Com este trabalho, espero no s realizar os meus objectivos e esclarecer todas as
minhas dvidas, mas tambm usufruir dos conhecimentos adquiridos durante o curso de
instrumento, e aplica-los da melhor maneira possvel neste trabalho.
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Contributos para uma nova sonoridade na Msica Erudita
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2.1- Contextualizao histrica:
O sculo XIX ficou conhecido como o sculo das revolues. Nesta poca assistiu-se ao
desenvolvimento da sociedade burguesa, ao crescimento do capitalismo industrial e expanso
imperialista. A Revoluo Industrial, iniciada na Inglaterra, foi tambm um dos aspectos mais
relevantes deste sculo, apesar de ter surgido no sculo XVIII. Com a Revoluo Industrial, o
capitalismo passa a desenvolver-se a partir do sistema fabril. As conquistas cientficas e
tecnolgicas melhoraram sensivelmente as condies de vida das populaes, determinando um
decrscimo da mortalidade infantil e o crescimento demogrfico. O desenvolvimento de novas
tecnologias permitiu a difuso das fbricas e das indstrias, modificando a estrutura econmica
das naes e favorecendo a concentrao da populao nas cidades.
Neste perodo assistiu-se ao desaparecimento de imprios com vrios sculos de
existncia, como o turco, mas assistiu-se tambm ascenso de novas potncias. O incio do
sculo foi marcado pela afirmao de
Napoleo Bonaparte, general do exrcito
republicano francs, que em 1804, assumiu o
ttulo de Napoleo I Imperador de Frana. A
aco de Napoleo alterou o equilbrio
poltico e a estrutura territorial europeia,
desafiando todas as potncias e, criando um
imprio que se estendia da Espanha at
Polnia incluindo, tambm, bastantes
colnias.
Com a queda de Napoleo em 1814 e o fim da guerra acordado no Tratado de Paris1
em 30 de Maio de 1814, os grandes vencedores europeus, ustria, Inglaterra, Prssia e Rssia
(bem como a Sucia, Espanha e Portugal) decidiram reunir-se em Viena entre Setembro de 1814
e Junho de 1815, naquele que ficou conhecido como Congresso de Viena, e que visava repor o
equilbrio geopoltico do continente e distribuir as regies devolvidas pelos franceses. Os
princpios fundamentais que animaram este congresso foram a restaurao da situao poltica
anterior a 1792, a legitimizao das monarquias europeias e a solidariedade entre as naes para
o estabelecimento e manuteno de uma defesa comum dos interesses dinsticos, de forma a
neutralizar qualquer ideia ou movimento liberal e revolucionrio. Para garantir a continuao
destes princpios, as monarquias absolutas da ustria, Prssia e Rssia formaram entre si a
Santa Aliana, com o objectivo de criar governos de natureza crist, patriarcal e conservadora,
1 Tratado que confirmou a runa do imprio colonial francs.
Fig. 1 Napoleo Bonaparte
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de defesa mtua e solidariedade entre as naes, reivindicando igualmente o direito de
interveno contra os nacionalismos e liberalismos
O perodo que se estende de 1815 at s revolues de 1848 na Europa (a Primavera
dos povos) de transio. Nesta fase altera-se a geografia poltica (nasce a Blgica em 1830 e
ocorrem as independncias das colnias ibricas por volta de 1810-1820) ; corrompe-se o
Imprio napolenico; a burguesia combate decididamente a aristocracia; e as crises agrcolas
cedem passo s crises industriais; a Inglaterra torna-se potncia hegemnica, dominando o
comrcio mundial.
Darei agora maior importncia histria da Blgica, pois foi o pas onde o saxofone
surgiu.
Em 1830 nasce a Blgica. Desde o perodo feudal que a histria da Blgica se confunde
com a dos Pases Baixos. Em 1477, o
casamento de Maria de Borgonha
com o arquiduque Maximiliano faz
com que estes territrios, at a
pertena dos duques da Borgonha,
sejam integrados nos domnios
Habsburgos. As vicissitudes polticas
do reinado de Filipe II levaram
revolta e posterior independncia das
sete provncias do Norte, designadas,
a partir de ento, pelo nome de Provncias Unidas (1579), futura Holanda. As provncias do Sul
continuaram sob domnio espanhol.
Teatro de numerosas guerras no tempo de Lus XIV, a Blgica ser cedida ustria
pelo Congresso de Rastatt de 1714, confirmado em Aachen (1748). Em 1789, Jos II,
imperador da ustria, proclama um novo estatuto para a Blgica pois, no fundo, tinha em vista a
germanizao do pas. A reaco no se fez esperar: os belgas revoltaram-se e proclamaram os
Estados Belgas Unidos (1790). A partir de ento, os Austracos vem o territrio ser disputado
pela Frana, que anexa o pas em 1795, tornando-o um departamento francs (designado como
reino de Batvia).
Na sequncia das guerras napolenicas, os vencedores no aceitaram que a Blgica
continuasse na posse da Frana; no tratado de Viena (1815), as potncias interessadas em
diminuir o poderio francs criam o reino dos Pases Baixos, anexando a Blgica Holanda. Esta
unio, artificial, no foi bem aceite por uma nao que se assumia cada vez mais como
Fig. 2 Mapa da localizao da Blgica
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detentora de uma vida nacional prpria e que apresentava ntidas diferenas culturais, religiosas
e lingusticas.
Aproveitando o perodo da Revoluo Francesa, que assinalou a transio da
restaurao para a monarquia e contou com um grande envolvimento popular, os belgas
separam-se da Holanda e proclamam a sua independncia, constituindo-se como uma
monarquia constitucional. Leopoldo I de Saxnia-Coburgo ser o seu primeiro monarca, que
solicitou a interveno militar da Frana para libertar a Blgica do domnio holands.
Leopoldo I jurou a Constituio em 21 de Julho de 1831 e no encontrou grandes
obstculos sua pretenso por parte das potncias europeias, que viam com bons olhos o
aparecimento deste novo Estado. Apenas a Holanda discordou; o novo reino teve de suportar os
ataques dos vizinhos holandeses at 1839, altura em que o rei Guilherme da Holanda acabou por
o reconhecer a sua independncia. A nvel interno, os primeiros tempos foram de alguma
instabilidade devido s disputas entre catlicos e liberais anti-clericais.
Fig. 3 Imagem da proclamao da independncia da Blgica
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2.2- Contextualizao cultural do Romntismo:
O Romantismo trata-se de uma corrente esttica que se manifesta nas artes e na
literatura do final do sculo XVIII at o fim do sculo XIX. Nasce na Alemanha, na Inglaterra e
na Itlia, mas em Frana que ganha fora e se espalha pela Europa e Amricas. Ope-se ao
racionalismo e ao rigor do neoclassicismo. Caracteriza-se por defender a liberdade de criao e
privilegiar a emoo. As obras valorizam o individualismo do autor, o sofrimento amoroso, a
religiosidade crist, a natureza, os temas nacionais e o passado, tal como na Idade Mdia.
No se pode esquecer que o Romantismo revalorizou os conceitos de ptria e repblica.
Por outro lado, papel especial desempenharam a morte herica na guerra e o suicdio por amor.
A pintura foi a disciplina mais
representativa do Romantismo. As cores
utilizadas libertaram-se e fortaleceram-se,
dando, por vezes, a impresso de serem
mais importantes que o prprio contedo da
obra. A paisagem passou a desempenhar o
papel principal. o que acontece com as
tempestades de Turner (imagem), cuja
fora expressiva permitiu ao pintor
prescindir, intencionalmente, de toda presena humana; ou das montanhas nebulosas de
Friedrich, solitrias e msticas. Outros nomes sonantes desta arte so Rosseau, oriundo de
Frana, e Constable ,da Inglaterra.
A escultura romntica no brilhou exactamente pela sua originalidade, nem to pouco
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