a histotria do povo judeu

43
HISTÓRIA DO POVO JUDEU HISTÓRIA DO POVO JUDEU

Upload: api-3737659

Post on 07-Jun-2015

4.603 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

HISTRIA DO POVO JUDEU

SO LUS-MA 2004

HISTRIA DO POVO JUDEUCONTEDO PROGRAMTICO DO CURSO I Principais Momentos Histricos.....................................................03 II Os Tempos Bblicos.......................................................................08 III O Perodo do Segundo Templo.....................................................10 IV Dominao Estrangeira.................................................................12 V Criao do Estado de Israel............................................................16 VI Guerra em Busca da Paz...............................................................19 VII O Estado palestino Capital Jerusalm......................................26 VIII Tenha sua Prpria Opinio........................................................27

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

HISTORIA DO POVO HEBREU, Flvio Josefo CPAD. GEOGRAFIA HISTRICA do Mundo Bblico, Netta Kemp de Money. ISRAEL A $ 45 POR DIA, Robert Ullian Julio Louzada Publicaes. GEOGRAFIA BBLICA, Claudionor de Andrade CPAD. JERUSALM 3000 ANOS DE HISTRIA, Claudionor de Andrade. SOFRIMENTO DO POVO JUDEU, Alexandre Ferreira CPAD. ISRAEL, GOQUE E O ANTICRISTO, Abrao de Almeida CPAD.

Professor: Walter Souza Borges

2

HISTRIA DO POVO JUDEURecorda os dias do passado, considera os anos de gerao em gerao.... (Deuteronmio 32:7) O povo judeu nasceu na Terra de Israel (Eretz Israel). Nela transcorreu uma etapa significativa de sua longa histria, cujo primeiro milnio est registrado na Bblia; nela se formou sua identidade cultural, religiosa e nacional; e nela se manteve ininterrupta, atravs dos sculos, sua presena fsica, mesmo depois do exlio forado da maioria do povo. Durante os longos anos de disperso, o povo judeu jamais rompeu ou esqueceu sua ligao com sua terra. Com o estabelecimento do Estado de Israel, em 1948, foi recuperada a independncia judaica, perdida 2.000 anos antes.

I - PRINCIPAIS MOMENTOS HISTRICOSsc. XVII-VI a.E.C. POCA BBLICA (a.E.C. - antes da Era Comum) c. sec. XVII Os patriarcas: Abrao, Isaac e Jacob - os patriarcas do povo judeu e crentes no Deus nico estabelecem-se na Terra de Israel. A fome fora os israelitas a emigrar para o Egito. c. sc. XIII xodo dos israelitas que deixam o Egito conduzidos por Moiss e vagam no deserto durante 40 anos. A Tor, que inclui os Dez Mandamentos, recebida no Monte Sinai. sc. XIII-XII Os israelitas se instalam na Terra de Israel. c. 1020 A monarquia judaica estabelecida; Saul o primeiro rei. c. 1000 Jerusalm torna-se a capital do reino de David. c. 960 O Primeiro Templo, centro nacional e espiritual do povo judeu, construdo em Jerusalm pelo Rei Salomo. c. 930 Diviso do reino: Jud e Israel.

Professor: Walter Souza Borges

3

722-720 O reino de Israel destrudo pelos assrios; 10 tribos exiladas (As "Dez Tribos Perdidas"). 586 O reino de Jud conquistado pela Babilnia. Jerusalm e o Primeiro Templo destrudos; a maioria dos judeus exilada. 536-142 PERODOS PERSA E HELENSTICO 538-515 Muitos judeus retornam da Babilnia; o Templo reconstrudo. 332 Alexandre Magno conquista o pas; domnio helenstico. 166-160 Revolta dos Macabeus (Hasmoneus) contra as restries prtica do judasmo e a profanao do Templo. 142-129 Autonomia judaica sob a liderana dos Hasmoneus. 129-63 Independncia judaica sob a monarquia dos Hasmoneus. 63 Jerusalm capturada pelo general romano Pompeu. 63 a.E.C. DOMNIO ROMANO (E.C. - Era Comum) 37 a.E.C. - 4 E.C. O rei Herodes, vassalo romano, governa a Terra de Israel. O Templo de Jerusalm reformado. c 20-33 Ministrio de Jesus de Nazar. 66 Revolta dos judeus contra Roma. 70 Destruio de Jerusalm e do Segundo Templo. 73 ltimo bastio judeu em Massada. 132-135 Revolta de Bar Kochba contra os romanos. c. 210 Concluda a codificao da Lei Oral judaica (Mishn). Professor: Walter Souza Borges

4

313-636 DOMNIO BIZANTINO c. 390 Concludo o comentrio da Mishn (Talmud de Jerusalm). 614 Invaso persa. 636-1099 DOMNIO RABE 691 O Domo da Rocha construdo em Jerusalm pelo Califa Abd el-Malik, no local dos Templos (Primeiro e Segundo). 1099-1291 DOMNIO CRUZADO (Reino Latino de Jerusalm). 1291-1516 DOMNIO MAMELUCO 1517-1917 DOMNIO OTOMANO 1564 Publicao da codificao da lei judaica (Shulchan Aruch). 1860 Primeiro bairro construdo fora dos muros de Jerusalm. 1882-1903 Primeira Ali (imigrao em grande escala), principalmente da Rssia. 1897 Primeiro Congresso Sionista, reunido por Teodoro Herzl em Basilia, Sua; fundao da Organizao Sionista. 1904-14 Segunda Ali, principalmente da Rssia e Polnia. 1909 Fundao de Degnia, o primeiro kibutz, e de Tel Aviv, a primeira cidade moderna completamente judia. 1917 400 anos de domnio otomano chegam ao fim com a conquista britnica; Lord Balfour, Ministro de Relaes Exteriores britnico declara o apoio ao estabelecimento de "um lar nacional judaico na Palestina". 1918-48 DOMNIO BRITNICO 1919-23 Terceira Ali, principalmente da Rssia. Professor: Walter Souza Borges

5

1920 undao da Histadrut (Federao Geral do Trabalho) e da Hagan (organizao de defesa judaica). O ishuv (comunidade judaica) cria o Vaad Leumi (Conselho Nacional) para dirigir seus assuntos internos. 1921 Fundao do primeiro moshav, Nahalal. 1922 A Liga das Naes confia Gr-Bretanha o Mandato sobre a Palestina (Terra de Israel); trs quartos da rea so entregues Transjordnia, deixando apenas um quarto para o lar nacional judaico. Criao da Agncia Judaica, representante da comunidade judaica diante das autoridades do Mandato. 1924 Fundao do Technion, o primeiro instituto de tecnologia. 1924-32 Quarta Ali, principalmente da Polnia. 1925 Inaugurao da Universidade Hebraica de Jerusalm no Monte Scopus. 1929 Massacre dos judeus de Hebron por militantes rabes. 1931 Fundao do Etzel, organizao clandestina judaica. 1933-39 Quinta Ali, principalmente da Alemanha. 1936-39 Distrbios anti-judaicos instigados por militantes rabes. 1939 O Livro Branco britnico limita drasticamente a imigrao judaica. 1939-45 2a. Guerra Mundial; Holocausto na Europa. 1941 Formao do movimento clandestino Lechi; criao do Palmach, fora de combate da Hagan. 1944 Formao da Brigada Judaica, como parte das foras britnicas. 1947 A ONU prope o estabelecimento dos estados rabe e judeu no pas. 1948 O ESTADO DE ISRAEL 1948 Fim do Mandato Britnico (14 de maio) Professor: Walter Souza Borges

6

Proclamao do Estado de Israel (14 de maio). Israel invadido por cinco exrcitos rabes (15 de maio) Guerra da Independncia (maio de 1948-julho de 1949) Criao das Foras de Defesa de Israel (FDI) 1949 Assinatura de acordos de armistcio com o Egito, Jordnia, Sria e Lbano. Jerusalm dividida, sob domnio de Israel e da Jordnia. Eleio do primeiro Knesset (parlamento) Israel aceito como o 59o. membro da ONU. 1948-52 Imigrao em massa da Europa e dos pases rabes. 1956 Campanha do Sinai 1962 Adolfo Eichmann julgado e executado em Israel por sua participao no Holocausto. 1964 Completado o Conduto Nacional, para trazer gua do Lago Kineret, no norte, ao sul semi-rido. 1967 Guerra dos Seis Dias, reunificao de Jerusalm. 1968-70 Guerra de Desgate do Egito contra Israel 1973 Guerra do Iom Kipur 1975 Israel torna-se membro associado do Mercado Comum Europeu. 1977 O Likud forma o governo aps as eleies para o Knesset; fim de 30 anos de governo trabalhista. Visita do Presidente egpcio Anuar Sadate a Jerusalm. 1978 Os Acordos de Camp David presentam as linhas gerais para uma paz abrangente no Oriente Mdio e uma proposta de auto-governo para os palestinos. 1979 Assinatura do Tratado de Paz Israel-Egito. O Primeiro-Ministro Menachem Begin e o Presidente Anuar Sadate so agraciados com o Prmio Nobel da Paz. 1981 A Fora Area Israelense destri o reator atmico do Iraque pouco antes de sua entrada em operao. 1982 Completam-se as trs etapas de retirada de Israel da pennsula do Sinai. A Operao Paz para a Galilia expulsa os terroristas da OLP (Organizao para a Libertao da Palestina) do Lbano. Professor: Walter Souza Borges

7

1984 Formado um governo de unidade nacional (Likud e Trabalhista) aps as eleies. Operao Moiss: imigrao dos judeus da Etipia. 1985 Assinado o Acordo de Livre Comrcio com os Estados Unidos. 1987 Distrbios violentos e generalizados (intifada) irrompem nas reas administradas por Israel. 1988 Governo do Likud aps as eleies. 1989 Israel prope uma. iniciativa de paz de quatro pontos. Incio da imigrao em massa dos judeus da antiga Unio Sovitica. 1991 Israel atacado por msseis Scud do Iraque durante a Guerra do Golfo. Rene-se em Madrid a conferncia de paz para o A Operao Salomo traz a Israel por via area os demais judeus da Etipia. 1992 Estabelecimento de relaes diplomticas com a China e a ndia. 1993 Israel e a OLP, representante do povo palestino, assinam a Declarao de Princpios sobre os procedimentos do auto-governo interino para os palestinos. 1994 Implementao do auto-governo palestino na Faixa de Gaza e na regio de Jeric. Plenas relaes diplomticas com a Santa S. Marrocos e Tunsia estabelecem escritrios de representao de interesses. Assinatura do Tratado de Paz Israel-Jordnia. Rabin, Peres e Arafat so agraciados com o Prmio Nobel da Paz. 1995 Ampliao do auto-governo palestino implementado na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza; eleio do Conselho Palestino. Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin assassinado num comcio em prol da paz. Shimon Peres torna-se o Primeiro-Ministro. 1996 Escalada do terrorismo rabe fundamentalista contra Israel. Vinhas da Ira, em retaliao aos ataques terroristas da Hizbullah ao norte de Israel. Abertura de escritrios de representao comercial em Om e Qatar. O Likud sobe ao poder aps as eleies para o Knesset. Abertura em Tel Aviv de um escritrio de representao comercial do Om.

Oriente

Mdio.

II - OS TEMPOS BBLICOSOs patriarcas A histria judaica comeou h mais ou menos 4.000 anos (c. sc. XVII a.E.C.) - com o patriarca Abrao, seu filho Isaac e seu neto Jacob. Documentos encontrados na Mesopotmia, que datam de 2.000-1.500 a.E.C., confirmam aspectos de sua vida nmade, tal como a Bblia Professor: Walter Souza Borges

8

descreve. O Livro do Gnese relata como Abrao foi conclamado a abandonar Ur, na Caldia, e ir para Cana, para iniciar a formao do povo com a f no Deus nico. Quando Cana foi assolada pela fome, Jacob (Israel), seus doze filhos e suas famlias estabeleceram-se no Egito, onde seus descendentes foram reduzidos escravido e sujeitos a trabalhos forados. O xodo e o Assentamento Aps 400 anos de servido, os israelitas foram conduzidos liberdade por Moiss que, segundo a narrativa bblica, foi escolhido por Deus para tirar seu povo do Egito e retornar Terra de Israel, prometida a seus antepassados (sc. XIII-XII a.E.C.). Durante 40 anos eles vagaram no deserto do Sinai, tornando-se uma nao; l receberam a Tor (o Pentateuco), que inclui os Dez Mandamentos e deram forma e contedo sua f monotesta. O xodo do Egito (c. 1300 a.E.C.) deixou uma marca indelvel na memria nacional do povo judeu, e tornou-se um smbolo universal de liberdade e independncia. Todo ano os judeus celebram as festas de Pessach (a Pscoa judaica), Shavuot (Pentecostes) e Sucot (Festa dos Tabernculos), relembrando os eventos ocorridos naquela poca. Durante os dois sculos que se seguiram, os israelitas conquistaram a maior parte da Terra de Israel e renunciaram sua vida nmade, tornando-se agricultores e artesos; seguiu-se uma fase de consolidao social e econmica. Perodos de relativa paz se alternavam com tempos de guerra, durante os quais o povo se unia em torno de lderes conhecidos como 'Juzes', escolhidos por suas habilidades polticas e militares, e por suas qualidades de liderana. A fraqueza inerente a essa organizao tribal, face ameaa constituda pelos filisteus (povo navegante da sia Menor que havia se estabelecido na costa mediterrnea do pas) gerou a necessidade de um chefe que unisse as tribos e mantivesse a liderana de modo permanente, com sucesso hereditria. A Monarquia O reinado do primeiro rei, Saul (c.1020 a.E.C.) permitiu a transio entre esta organizao tribal j frouxa e o pleno estabelecimento da monarquia, sob David, seu sucessor. O Rei David (c.1004-965 a.E.C.) fez de Israel uma das potncias da regio atravs de bem sucedidas expedies militares, entre as quais a derrota final dos filisteus, assim como por alianas polticas com os reinos vizinhos. Conseqentemente, sua autoridade foi reconhecida desde as fronteiras com o Egito e o Mar Vermelho at as margens do Eufrates. Internamente, ele unificou as doze tribos israelitas num s reino e estabeleceu sua capital, Jerusalm, e a monarquia, no centro da vida nacional. A tradio bblica descreve David como poeta e msico, e os versos do Livro dos Salmos lhe so atribudos. David foi sucedido por seu filho Salomo (c.965-930 a.E.C.), que consolidou mais ainda o reino. Atravs de tratados com os reis vizinhos, reforados por casamentos polticos, Salomo garantiu a paz para seu reino, tornando-o uma das grandes potncias da poca. Ele expandiu o comrcio exterior e promoveu a prosperidade domstica, desenvolvendo grandes empreendimentos, tais como minerao do cobre e fundio de metais; construiu novas cidades e fortificou as que tinham importncia estratgica e econmica. O auge de sua realizao foi a construo do Templo de Jerusalm, que se tornou o centro da vida nacional e religiosa do povo judeu. A Bblia atribui a Salomo o Livro dos Provrbios e o Cntico dos Cnticos. Os Profetas Os Profetas, pensadores religiosos e figuras carismticas, considerados como dotados do dom divino de revelao, pregaram durante o perodo da monarquia e at um sculo aps a destruio de Jerusalm (586 a.E.C.). s vezes conselheiros dos reis em assuntos religiosos, ticos e polticos, s vezes seus crticos, dando a primazia ao relacionamento entre o indivduo e Deus, os profetas eram guiados pela sua aspirao de justia e emitiram poderosos comentrios sobre a moralidade da vida nacional judaica. Suas revelaes esto registradas em livros de prosa e poesia inspiradas, muitos dos quais foram incorporados Bblia. O apelo universal e eterno dos profetas deriva de sua procura por uma considerao fundamental dos valores humanos. Palavras como as de Isaas (1:17): "Aprendei a fazer bem; Professor: Walter Souza Borges

9

praticai o que reto; ajudai o oprimido; fazei justia ao rfo; pleiteai a causa das vivas" continuam a alimentar a aspirao da humanidade pela justia social. A Monarquia Dividida O final do reino de Salomo foi marcado por descontentamento das camadas mais pobres da populao, que tinham de pagar pesados impostos para financiar seus planos ambiciosos. Alm disso, o tratamento preferencial dispensado sua prpria tribo exasperava as outras, e conseqentemente crescia o antagonismo entre a monarquia e os separatistas tribais. Aps a morte de Salomo (930 a.E.C.) uma insurreio aberta provocou a ciso das tribos do norte e a diviso do pas em dois reinos: o reino setentrional de Israel, formado pelas dez tribos do norte, e o reino meridional de Jud, no territrio das tribos de Jud e Benjamim. O Reino de Israel, com sua capital Samaria, durou mais de 200 anos, e teve 19 reis; o Reino de Jud sobreviveu 350 anos, com sua capital, Jerusalm, e teve o mesmo nmero de reis, todos da linhagem de David. Com a expanso dos imprios assrio e babilnio, tanto Israel quanto Jud, mais tarde, acabaram caindo sob domnio estrangeiro. O Reino de Israel foi destrudo pelos assrios (722 a.E.C.) e seu povo foi exilado e esquecido. Uns cem anos depois, a Babilnia conquistou o Reino de Jud, exilando a maioria de seus habitantes e destruindo Jerusalm e o Templo (586 a.E.C.) O Primeiro exlio A conquista babilnica foi o fim do primeiro estado judaico (perodo do Primeiro Templo), mas no rompeu a ligao do povo judeu com sua terra. s margens dos rios da Babilnia, os judeus assumiram o compromisso de lembrar para sempre sua ptria: "Se eu me esquecer de ti, Jerusalm, esquea-se a minha destra da sua destreza. Apegue-se-me a lngua ao paladar, se me no lembrar de ti, se no preferir Jerusalm minha maior alegria." (Salmos 137:5-6). O exlio na Babilnia, que se seguiu destruio do Primeiro Templo, marcou o incio da Dispora judaica. L, o judasmo comeou a desenvolver um sistema e um modo de vida religioso fora de sua terra, para assegurar a sobrevivncia nacional e a identidade espiritual do povo, concedendo-lhe a vitalidade necessria para preservar seu futuro como uma nao.

III - O PERODO DO SEGUNDO TEMPLOOs Perodos Persa e Helenstico (538-142 a.E.C.) Em conseqncia de um decreto do Rei Ciro, da Prsia, que conquistou o imprio babilnico, cerca de 50.000 judeus empreenderam o Primeiro Retorno Terra de Israel, sob a liderana de Zerobabel, da dinastia de David. Menos de um sculo mais tarde, o Segundo Retorno foi liderado por Esdras, o Escriba. Durante os quatro sculos seguintes, os judeus viveram sob diferentes graus de autonomia sob o domnio persa (538-333 a.E.C.) e helenstico ptolemaico e selucida (332-142 a.E.C.). A repatriao dos judeus, sob a inspirada liderana de Esdras, a construo do Segundo Templo no stio onde se erguera o Primeiro, a fortificao das muralhas de Jerusalm e o estabelecimento da Knesset Haguedol (a Grande Assemblia), o supremo rgo religioso e judicial do povo judeu, marcaram o incio do segundo estado judeu (perodo do Segundo Templo). Dentro do mbito do Imprio Persa, a Judia era uma nao cujo centro era Jerusalm, sendo a liderana confiada ao Sumo Sacerdote e ao conselho dos Ancios. Como parte do mundo antigo conquistado por Alexandre Magno da Grcia (332 a.E.C.), a Terra de Israel continuava a ser uma teocracia judaica, sob o domnio dos selucidas, estabelecidos na Sria. Quando os judeus foram proibidos de praticar o judasmo e seu Templo foi profanado, como parte das tentativas gregas de impor a cultura e os costumes helensticos a toda a populao, desencadeou-se uma revolta (166 a.E.C.) liderada por Matatias, da dinastia sacerdotal dos Hasmoneus, e mais tarde por seu filho, Jud, o Macabeu. Os judeus entraram em Jerusalm e purificaram o Templo (164 a.E.C.), eventos comemorados at hoje anualmente, na festa de Chanuk.

Professor: Walter Souza Borges

10

A Dinastia dos Hasmoneus (142-63 a.E.C.) Aps novas vitrias dos Hasmoneus (142 a.E.C.), os selucidas restauraram a autonomia da Judia (como era ento chamada a Terra de Israel) e, com o colapso do reino selucida (129 a.E.C.), a independncia judaica foi reconquistada. Sob a dinastia dos Hasmoneus, que durou cerca de 80 anos, as fronteiras do reino eram muito semelhantes s do tempo do Rei Salomo; o regime atingiu consolidao poltica e a vida judaica floresceu. O Domnio Romano (63 a.E.C. - 313 E.C.) Quando os romanos substituiram os selucidas no papel de grande potncia regional, eles concederam ao rei Hasmoneu Hircano II autoridade limitada, sob o controle do governador romano sediado em Damasco. Os judeus eram hostis ao novo regime, e os anos seguintes testemunharam muitas insurreies. Uma ltima tentativa de reconquistar a antiga glria da dinastia dos Hasmoneus foi feita por Matatias Antgono, cuja derrota e morte trouxe fim ao governo dos Hasmoneus (40 a.E.C.); o pas tornou-se, ento, uma provncia do Imprio Romano. Em 37 a.E.C., Herodes, genro de Hircano II, foi nomeado Rei da Judia pelos romanos. Foi-lhe concedida autonomia quase ilimitada nos assuntos internos do pas, e ele se tornou um dos mais poderosos monarcas da regio oriental do Imprio Romano. Grande admirador da cultura greco-romana, Herodes lanou-se a um audacioso programa de construes, que inclua as cidades de Cesaria e Sebstia e as fortalezas em Herdio e Massada. Ele tambm reformou o Templo, transformando-o num dos mais magnficos edifcios da poca. Mas apesar de suas mltiplas realizaes, Herodes no conseguiu fazer jus confiana e ao apoio de seus sditos judeus. Dez anos aps a morte de Herodes (4 a.E.C.), a Judia caiu sob a administrao romana direta. proporo que aumentava a opresso romana vida judaica, crescia a insatisfao, que se manifestava por violncia espordica, at que rompeu uma revolta total em 66 E.C.. As foras romanas, lideradas por Tito, superiores em nmero e armamento, arrasaram finalmente Jerusalm (70 E.C.) e posteriormente derrotaram o ltimo baluarte judeu em Massada (73 E.C.). Massada Aproximadamente 1.000 judeus homens, mulheres e crianas sobreviventes da destruio de Jerusalm, ocuparam e fortificaram o palcio do Rei Herodes, situado no alto do monte Massada, s margens do Mar Morto. Durante trs anos, eles resistiram s repetidas tentativas romanas de desaloj-los. Quando os romanos finalmente escalaram o monte e irromperam na fortaleza, descobriram que os defensores e suas famlias haviam preferido morrer por suas prprias mos a serem escravizados. A destruio total de Jerusalm e do Templo foi uma catstrofe para o povo judeu. De acordo com o historiador da poca, Flvio Josefo, centenas de milhares de judeus pereceram durante o cerco a Jerusalm e em outros pontos do pas, e outros milhares foram vendidos como escravos. Um ltimo breve perodo de soberania judaica na era antiga foi o que se seguiu revolta de Shimon Bar Kochb (132 E.C.), quando Jerusalm e a Judia foram reconquistadas. No entanto, dado o poder massivo dos romanos, o resultado era inevitvel. Trs anos depois, Professor: Walter Souza Borges 11

segundo o costume romano, Jerusalm foi "sulcada por uma junta de bois"; a Judia foi rebatizada de Palaestina e a Jerusalm foi dado o novo nome de Aelia Capitolina. Embora o Templo tivesse sido destrudo e Jerusalm completamente queimada, os judeus e o judasmo sobreviveram a seu fatdico encontro com Roma. O organismo legislativo e judicirio supremo, o Sanhedrin (sucessor da Knesset Haguedol) reuniu-se em Iavne (70 E.C.) e, mais tarde, em Tiberades. Sem a estrutura unificadora do estado e do Templo, a pequena comunidade judaica remanescente recuperou-se gradualmente, reforada de vez em quando pela volta de exilados. A vida institucional e comunal se renovou, os sacerdotes foram substitudos por rabinos e a sinagoga tornou-se o centro das comunidades judaicas, conforme se evidencia pelos remanescentes de sinagogas encontradas em Cafarnaum, Korazin, Baram, Gamla e outros locais. A Halach (lei religiosa judaica) tornou-se o elo comum entre os judeus e foi transmitida de gerao a gerao. A Halach A Halach o corpo de leis que tem guiado a vida judaica em todo o mundo desde os tempos ps-bblicos. Ela trata das obrigaes religiosas dos judeus, tanto em suas relaes interpessoais quanto em suas observncias rituais, abrangendo praticamente todos os aspectos do comportamento humano - nascimento e casamento, alegria e tristeza, agricultura e comrcio, tica e teologia. Enraizada na Bblia, a autoridade da Halach baseada no Talmud, o corpo de leis e saber judaicos (completado c.400 E.C.), que compreende a Mishn, primeira compilao escrita da Lei Oral (codificada c.210 E.C.) e a Guemar, uma elaborao da Mishn. A fim de oferecer orientao na observncia da Halach, compilaes concisas e sistematicamente ordenadas foram redigidas por eruditos religiosos, a partir dos sculos I e II. Uma das mais autorizadas destas codificaes o Shulchan Aruch, escrito por Joseph Caro em Safed (Tzfat) no sculo XVI.

IV - DOMINAO ESTRANGEIRAO Domnio Bizantino (313-636) No final do sculo IV, aps a converso do imperador Constantino ao cristianismo (313) e a fundao do Imprio Bizantino, a Terra de Israel se tornara um pas predominantemente cristo. Foram construdas igrejas nos lugares santos cristos de Jerusalm, Belm e da Galilia, e fundaram-se mosteiros em vrias partes do pas. Os judeus estavam privados de sua relativa autonomia anterior, assim como do direito de ocupar postos pblicos; tambm lhes era proibida a entrada em Jerusalm, com excesso de um dia por ano (Tish beAv - dia 9 de Av), quando podiam prantear a destruio do Templo. A invaso persa de 614 contou com o auxlio dos judeus, animados pela esperana messinica da libertao. Em gratido por sua ajuda, eles receberam o governo de Jerusalm; esse interldio, porm, durou apenas trs anos. Subseqentemente, o exrcito bizantino recuperou o domnio da cidade (629), e os habitantes judeus foram novamente expulsos. O Domnio rabe (636-1099) A conquista do pas pelos rabes ocorreu quatro anos aps a morte do profeta Maom (632) e durou mais de quatro sculos, sob o governo de califas estabelecidos primeiramente em Damasco, depois em Bagd e no Egito. No incio do domnio muulmano, os judeus novamente se instalaram em Jerusalm, e a comunidade judaica recebeu o costumeiro status de proteo concedido aos no-muulmanos sob domnio islmico, que lhes garantia a vida, as propriedades e a liberdade de culto, em troca do pagamento de taxas especiais e impostos territoriais. Contudo, a introduo subseqente de restries contra os no-muulmanos (717) afetou a vida pblica dos judeus, assim como sua observncia religiosa e seu status legal. A imposio de pesados impostos sobre as terras agrcolas levou muitos judeus a mudar-se das reas rurais para as cidades, onde sua situao pouco melhorou; a crescente discriminao social e Professor: Walter Souza Borges

12

econmica forou muitos outros a abandonar o pas. Pelo final do sculo XI, a comunidade judaica da Terra de Israel havia diminudo consideravelmente, tendo perdido tambm parte de sua coeso organizacional e religiosa. Os Cruzados (1099-1291) Nos 200 anos seguintes, o pas foi dominado pelos cruzados que, atendendo a um apelo do Papa Urbano II, partiram da Europa para recuperar a Terra Santa das mos dos "infiis". Em julho de 1099, aps um cerco de cinco semanas, os cavaleiros da Primeira Cruzada e seu exrcito de plebeus capturaram Jerusalm, massacrando a maioria de seus habitantes nocristos. Entrincheirados em suas sinagogas, os judeus defenderam seu quarteiro, mas foram queimados vivos ou vendidos como escravos. Nas poucas dcadas que se sucederam, os cruzados estenderam seu poder sobre o restante do pas, em parte atravs de tratados e acordos, mas sobretudo em conseqncia de sangrentas conquistas militares. O Reino Latino dos Cruzados constitua-se de uma minoria conquistadora, confinada em cidades e castelos fortificados. Quando os cruzados abriram as rotas de transporte da Europa, a peregrinao Terra Santa tornou-se popular; ao mesmo tempo, um crescente nmero de judeus procurava retornar sua ptria. Documentos da poca revelam que um grupo de 300 rabinos da Frana e Inglaterra chegou ao pas, instalando-se em Acre (Aco) e em Jerusalm. Aps a derrota dos cruzados pelo exrcito muulmano de Saladino (1187), os judeus passaram a gozar novamente de uma certa dose de liberdade, inclusive o direito de viver em Jerusalm. Embora os cruzados conseguissem ainda manter sua presena no pas aps a morte de Saladino (1193), ela se limitava a uma rede de castelos fortificados. O domnio cruzado sobre o pas chegou ao fim com a derrota final frente aos mamelucos (1291), uma casta militar muulmana que conquistara o poder no Egito. O Domnio Mameluco (1291-1516) Sob o domnio mameluco, o pas tornou-se uma provncia atrasada, cuja sede de governo era em Damasco. Acre, Jafa (Iafo) e outros portos foram destrudos por temor a novas cruzadas, e o comrcio, tanto martimo quanto terrestre, foi interrompido. No final da Idade Mdia, os centros urbanos do pas estavam virtualmente em runas, a maior parte de Jerusalm estava abandonada e a pequena comunidade judaica vivia mngua. O perodo de decadncia sob os mamelucos foi obscurecido ainda por revoltas polticas e econmicas, epidemias, devastao por gafanhotos e terrveis terremotos. O Domnio Otomano (1517-1917) Aps a conquista otomana, em 1517, o pas foi dividido em quatro distritos, ligados administrativamente provncia de Damasco; a sede do governo era em Istambul. No comeo da era otomana, cerca de 1000 famlias judias viviam na Terra de Israel, em Jerusalm, Nablus (Sichem), Hebron, Gaza, Safed (Tzfat) e algumas aldeias da Galilia. A comunidade se compunha de descendentes de judeus que nunca haviam deixado o pas, e de imigrantes da frica do Norte e da Europa. Um governo eficiente, at a morte do sulto Suleiman, o Magnfico (1566), trouxe melhorias e estimulou a imigrao judaica. Alguns dos recm-chegados se estabeleceram em Jerusalm, mas a maioria se dirigiu a Safed onde, nos meados do sculo XVI, a populao judaica chegava a 10.000 pessoas; a cidade se tornara um prspero centro txtil, e foco de intensa atividade intelectual. O estudo da Cabala (o misticismo judaico) floresceu durante este perodo, e novos esclarecimentos da lei judaica, codificados no Shulchan Aruch, espalharam-se por toda a Dispora, desde as casas de estudo de Safed. proporo que o governo otomano declinava e perdia sua eficincia, o pas foi caindo de novo em estado de abandono geral. No final do sculo XVIII, a maior parte das terras pertencia a Professor: Walter Souza Borges

13

proprietrios ausentes, que as arrendavam a agricultores empobrecidos pelos impostos, elevados e arbitrrios. As grandes florestas da Galilia e do monte Carmel estavam desnudas; pntanos e desertos invadiam as terras produtivas. O sculo XIX testemunhou os primeiros sinais de que o atraso medieval cedia lugar ao progresso. Vrias potncias ocidentais procuravam alcanar posies na regio, freqentemente atravs de atividades missionrias. Eruditos ingleses, franceses e americanos iniciavam estudos de arqueologia bblica; a Inglaterra, a Frana, a Rssia, a ustria e os Estados Unidos abriram consulados em Jerusalm. Foram inauguradas rotas martimas regulares entre a Terra de Israel e a Europa, instaladas conexes postais e telegrficas e construda a primeira estrada, entre Jerusalm e Iafo. O renascimento do pas como a encruzilhada comercial de trs continentes acelerou-se com a abertura do Canal de Suez. Conseqentemente, a situao dos judeus do pas foi melhorando, e a populao judaica aumentou consideravelmente. Em meados do sculo, a superpopulao dentro das muralhas de Jerusalm levou os judeus a construir o primeiro bairro fora dos muros (1860) e, durante os vinte e cinco anos seguintes, mais outros sete, formando o ncleo da Cidade Nova. Por volta de 1880, os judeus j constituam a maioria da populao de Jerusalm. Terras agrcolas eram compradas em todo o pas; novas colnias rurais se estabeleciam; e o hebraico, durante muitos sculos restrito liturgia e literatura, era revivido. O cenrio estava pronto para a criao do movimento sionista. Sionismo - o movimento de libertao nacional do povo judeu - uma palavra derivada de 'Sion', o sinnimo tradicional de Jerusalm e da Terra de Israel. O ideal do sionismo - a redeno do povo judeu em sua ptria ancestral - est enraizado na contnua espera pelo retorno e na profunda ligao Terra de Israel, que foi sempre parte inerente da existncia judaica na Dispora atravs dos sculos. O sionismo poltico surgiu em conseqncia da contnua opresso e perseguio dos judeus na Europa Oriental e da desiluso com a emancipao na Europa Ocidental, que no pusera fim discriminao nem levara integrao dos judeus nas sociedades locais. Sua expresso formal foi o estabelecimento da Organizao Sionista (1897), durante o Primeiro Congresso Sionista, reunido por Teodoro Herzl em Basilia, na Sua. O programa do movimento sionista continha elementos ideolgicos e prticos para a promoo do retorno dos judeus sua terra, do renascimento social, cultural, econmico e poltico da vida nacional judaica, procurando tambm alcanar o reconhecimento internacional para o lar nacional do povo judeu em sua ptria histrica, onde os judeus no fossem perseguidos e pudessem desenvolver suas vidas e identidade. O Domnio Britnico (1918-1948) Em julho de 1922, a Liga das Naes confiou Gr-Bretanha o Mandato sobre a Palestina (nome pelo qual o pas era designado na poca). Reconhecendo "a ligao histrica do povo judeu com a Palestina", recomendava que a Gr-Bretanha facilitasse o estabelecimento de um lar nacional judaico na Palestina-Eretz Israel (Terra de Israel). Dois meses depois, em setembro de 1922, o Conselho da Liga das Naes e a Gr-Bretanha decidiram que as estipulaes destinadas ao estabelecimento deste lar nacional judaico no seriam aplicadas regio situada a leste do Rio Jordo, cuja rea constitua os trs quartos do territrio do Mandato - e que mais tarde tornou-se o Reino Hashemita da Jordnia. Imigrao - Motivadas pelo sionismo e encorajadas pela "simpatia para com as aspiraes sionistas dos judeus", expressas pela Inglaterra, atravs do Ministro de Relaes Exteriores Lord Balfour (1917), chegaram ao pas, entre 1919 e 1939, sucessivas levas de imigrantes, cada uma das quais trouxe sua contribuio especfica ao desenvolvimento da comunidade judaica. Cerca de 35.000 judeus chegaram entre 1919 e 1923, sobretudo da Rssia, e tiveram influncia marcante sobre o carter e a organizao da sociedade nos anos seguintes. Estes pioneiros lanaram os fundamentos de uma infra-estrutura social e econmica abrangente, desenvolveram a agricultura, estabeleceram formas de assentamento rural comunal singulares - o kibutz e o moshav - e forneceram a mo-de-obra para a construo de moradias e estradas. A onda Professor: Walter Souza Borges

14

seguinte, entre 1924 e 1932, trouxe uns 60.000 judeus, sobretudo da Polnia, e contribuiu para o desenvolvimento e enriquecimento da vida urbana. Estes imigrantes se estabeleceram principalmente em Tel Aviv, Haifa e Jerusalm, onde criaram pequenos negcios, firmas de construo e indstrias leves. A ltima grande onda imigratria anterior 2a Guerra Mundial ocorreu na dcada de 30, aps a asceno de Hitler ao poder, e comps-se de cerca de 165.000 pessoas. Estes recm-chegados, muitos dos quais eram profissionais e acadmicos, representaram o primeiro grande influxo proveniente da Europa Central e Ocidental. Por sua educao, habilidades e experincia, eles elevaram os padres comerciais, refinaram as condies urbanas e rurais e ampliaram a vida cultural da comunidade. Administrao - As autoridades mandatrias britnicas concederam s comunidades judaica e rabe o direito de gerirem seus prprios assuntos internos. Utilizando-se deste direito, a comunidade judaica, conhecida como o ishuv, elegeu em 1920 um rgo governamental autnomo, baseado em representao partidria, que se reunia anualmente para avaliao das atividades e a eleio do Conselho Nacional (Vaad Leumi), responsvel pela implementao de sua poltica e programas. Este conselho desenvolveu e manteve uma rede nacional de servios educacionais, religiosos, sociais e de sade, financiada por recursos locais e por fundos angariados pelo judasmo mundial. Em 1922, conforme estipulado pelo Mandato, foi constituda a "Agncia Judaica", para representar o povo judeu diante das autoridades britnicas, governos estrangeiros e organizaes internacionais. Desenvolvimento Econmico - Durante as trs dcadas do mandato, a agricultura expandiu-se, foram criadas fbricas e construram-se estradas; as guas do Rio Jordo foram represadas para a produo de energia eltrica; e o potencial mineral do Mar Morto passou a ser explorado. Em 1920 foi fundada a Histadrut (Federao Geral de Trabalhadores), para promover o bem-estar dos trabalhadores e criar empregos, atravs do estabelecimento de empresas de propriedade cooperativa no setor industrial, assim como de servios de comercializao para as colnias agrcolas comunais. Cultura- Aos poucos, ia surgindo uma vida cultural especfica da comunidade judaica na Terra de Israel. A arte, a msica e a dana desenvolveram-se gradualmente, com o estabelecimento de escolas profissionais e estdios. Criaram-se galerias e salas de espetculos onde se apresentavam exposies e espetculos, freqentadas por um pblico exigente. A estria de uma nova pea, o lanamento de um novo livro ou a retrospectiva de um pintor local eram comentados pela imprensa e tornavam-se o tema de animadas discusses nos cafs e reunies sociais. O hebraico - Foi reconhecido como uma das trs lnguas oficiais do pas, ao lado do ingls e rabe, e era usado em documentos, moedas e selos, assim como nas transmisses radiofnicas. A atividade editorial proliferou, e o pas tornou-se o centro mundial da atividade literria em hebraico. Teatros de vrios gneros abriam suas portas a audincias entusisticas, e apareceram as primeiras peas originais hebraicas. Oposio rabe e Restries Britnicas - O renascimento nacional judaico e os esforos da comunidade por reconstruir o pas encontraram forte oposio por parte dos nacionalistas rabes. Seu ressentimento explodiu em perodos de intensa violncia (1920, 1921, 1929, 1936-39), quando os transportes judeus eram molestados, campos e florestas incendiados e a populao judaica era atacada sem motivo. As tentativas do movimento sionista de chegar a um dilogo com os rabes foram infrutferas, e o nacionalismo rabe e judeu se polarizaram em situao explosiva. Reconhecendo os objetivos opostos dos dois movimentos nacionais, a Gr-Bretanha recomendou (1937) que o pas fosse dividido em dois estados, um rabe e um judeu. A liderana judaica aceitou a idia da partilha e encarregou a Agncia Judaica de negociar com o governo britnico, num esforo de reformular alguns aspectos da proposta. Os rabes eram absolutamente contra qualquer plano de partilha.

Professor: Walter Souza Borges

15

Os movimentos clandestinos - Trs movimentos clandestinos judeus operaram durante o perodo do Mandato Britnico. O maior era a Hagan, fundado em 1920 pela comunidade judaica como milcia de auto-defesa para garantir a segurana da populao judaica. A partir dos meados da dcada de 30, ela tambm passou a retaliar os ataques rabes e a responder s restries britnicas contra a imigrao judaica com demonstraes de massa e atos de sabotagem. O Etzel, criado em 1931, rejeitou as restries auto-impostas pela Hagan e iniciou aes independentes contra objetivos rabes e ingleses. O menor e mais militante dos grupos, o Lechi, surgiu em 1940, e sua linha era sobretudo anti-britnica. Os trs grupos foram dissolvidos em maio de 1948, com a criao das Foras de Defesa de Israel. Atos de violncia contnuos e em grande escala levaram a Gr-Bretanha a publicar o Livro Branco (maio de 1939), que impunha drsticas restries imigrao judaica, embora tal restrio significasse negar ao judasmo europeu um refgio perseguio nazista. O incio da 2a Guerra Mundial, pouco depois, levou David Ben-Gurion, mais tarde o primeiro chefe de governo israelense, a declarar: "Lutaremos na guerra como se no houvera o Livro Branco, e combateremos o Livro Branco como se no houvesse guerra." Voluntrios judeus na 2a Guerra Mundial - Mais de 26.000 homens e mulheres da comunidade judaica do pas uniram-se s foras britnicas como voluntrios no combate Alemanha nazista e seus aliados do Eixo, servindo no exrcito, marinha e aeronutica. Em setembro de 1944, aps prolongados esforos da Agncia Judaica no pas e do movimento sionista no exterior pelo reconhecimento da participao dos judeus da Palestina no esforo de guerra, foi constituda a Brigada Judaica, unidade militar independente das foras britnicas, com bandeira e emblema prprios. Formada por cerca de 5.000 homens, a Brigada atuou no Egito, no norte da Itlia e no noroeste da Europa. Aps a vitria dos aliados na Europa (1945), muitos de seus membros uniram-se ao movimento de "imigrao ilegal", para trazer sobreviventes do Holocausto Terra de Israel. O Holocausto - Durante a 2a Guerra Mundial (1939-1945), o regime nazista executou, deliberada e sistematicamente, seu plano-mestre de liquidao da comunidade judaica da Europa; durante este perodo foram assasinados 6 milhes de judeus, entre os quais 1,5 milho de crianas. proporo que as tropas nazistas varriam a Europa, os judeus eram perseguidos selvagemente, submetidos a torturas e humilhaes inconcebveis e fechados em guetos, onde tentativas de resistncia armada trouxeram em conseqncia medidas ainda mais drsticas. Dos guetos eles eram transportados aos campos de concentrao onde alguns afortunados eram submetidos a trabalhos forados, e a maioria era assassinada em fuzilamentos em massa ou nas cmaras de gs. Somente uns poucos escaparam. Alguns fugiram para outros pases, outros uniram-se aos partisanos e alguns foram escondidos por no-judeus, que o fizeram arriscando suas prprias vidas. Em conseqncia, de uma populao de quase 9 milhes, que constitura no passado a maior e mais vibrante comunidade judaica do mundo, sobreviveu apenas um tero, incluindo aqueles que haviam deixado a Europa antes da guerra. Aps a guerra, os britnicos intensificaram suas restries ao nmero de judeus que tinham permisso de entrar e se estabelecer no pas. A comunidade judaica reagiu, instituindo uma ampla rede de atividades de "imigrao ilegal", para salvar os sobreviventes do Holocausto. Entre 1945 e 1948, cerca de 85.000 judeus ingressaram no pas, atravs de rotas secretas e muitas vezes perigosas, apesar do bloqueio naval britnico e do patrulhamento nas fronteiras para interceptar os refugiados antes que eles chegassem ao pas. Os que eram capturados eram internados em campos de deteno na ilha de Chipre.

V - CRIAO DO ESTADO DE ISRAELO Caminho Para a Independncia A inabilidade da Gr-Bretanha em conciliar as exigncias opostas das comunidades judaica e rabe levou o governo ingls a requerer que a "Questo da Palestina" fosse inscrita na agenda da Assemblia Geral das Naes Unidas (abril de 1947). Em conseqncia, foi constitudo um comit especial para preparar propostas relativas ao futuro do pas. Em 29 de novembro de 1947, a Assemblia votou pela adoo da recomendao do comit propondo a partilha do pas Professor: Walter Souza Borges

16

em dois estados, um judeu e outro rabe. A comunidade judaica aceitou o plano; os rabes o rejeitaram. Aps a deciso da ONU, os militantes rabes locais, ajudados por foras voluntrias irregulares dos pases rabes, desfecharam violentos ataques contra a comunidade judaica, num esforo por frustrar a resoluo da partilha e impedir o estabelecimento do estado judeu. Aps vrios revezes, as organizaes de defesa judaicas expulsaram a maior parte das foras atacantes, tomando posse de toda a rea que tinha sido destinada ao estado judeu. Em 14 de maio de 1948, data em que o Mandato Britnico terminou, a populao judaica na Terra de Israel era de 650.000 pessoas, formando uma comunidade organizada, com instituies polticas, sociais e econmicas bem desenvolvidas - de fato, uma nao em todos os sentidos, e um estado ao qual s faltava o nome. O Estado de Israel ...E a salvao [est] no grande nmero de conselheiros. (Provrbios 11:14) A Declarao do Estabelecimento do Estado de Israel, assinada em 14 de maio de 1948 pelos membros do Conselho Nacional, representantes da comunidade judaica no pas e do movimento sionista mundial, constitui o credo da nao. Ela inclui referncias aos imperativos histricos do renascimento de Israel; as diretrizes de um estado judeu democrtico, baseado em liberdade, justia e paz, conforme a viso dos profetas bblicos; e um apelo por relaes pacficas com os estados rabes vizinhos, para o benefcio de toda a regio. O texto da Declarao: " Eretz Israel (a Terra de Israel) foi a terra natal do povo judeu. Aqui tomou forma sua identidade espiritual, religiosa e poltica. Foi aqui que, pela primeira vez, os judeus se constituram em estado, criaram valores culturais de significao nacional e universal e deram ao mundo o eterno Livro dos Livros. ...os judeus se empenharam, de gerao em gerao, no ideal de se restabelecerem em sua antiga ptria... fizeram florescer os desertos, reviveram a lngua hebraica, construram cidades e povoados e criaram uma comunidade prspera, controlando sua prpria economia e cultura, procurando a paz mas sabendo como se defender... O Estado de Israel estar aberto imigrao judaica fomentar o desenvolvimento do pas em benefcio de todos os seus habitantes; basear-se- nos princpios de liberdade, justia e paz, conforme concebido pelos profetas de Israel; assegurar completa igualdade de direitos sociais e polticos a todos os seus habitantes, sem distino de religio, raa ou sexo; garantir a liberdade de culto, conscincia, lngua, educao e cultura, proteger os Lugares Santos de todas as religies; e se manter fiel aos princpios da Carta das Naes Unidas. Estendemos nossa mo a todos os estados vizinhos e a seus povos, com o propsito de paz e boa vizinhana, na esperana do estabelecimento de laos de cooperao e ajuda mtua com o povo judeu soberano estabelecido em sua prpria terra." Os Signatrios da Declarao: Os 37 signatrios da Declarao de Independncia de Israel foram membros do Conselho Provisrio de Estado, os lderes do Estado em formao, representando suas comunidades. O mais velho tinha 82 anos; e o mais jovem, 29. Dois eram mulheres; trs foram primeiro-ministros; um foi presidente; e 14 foram ministros do governo. David Ben-Gurion (1886-1973) - 1 Primeiro-ministro. Daniel Auster (1893-1962) - 1 Prefeito de Jerusalem, aps a declarao do Estado. Professor: Walter Souza Borges

17

Mordechai Bentov (1900-1985) - Lder do "Mapam", Ministro da Casa. Izhak Ben-Zvi (1884-1963) - 2 Presidente de Israel. Eliyahu Meir Berligne (1866-1959) - Lder do "General Zionists" e fundador de Tel Aviv. Perez (Fritz) Bernstein (1890-1971) - Lder do "General Zionists", Ministro de Comrcio e Indstria. Rachel Cohen (Kagen) (1888-1982) - Ativista do WIZO e MK. Eliyahu Dobkin (1898-1976) - Dirigente da Agncia Judaica de Juventude e Departamento do Hehalutz. Wolf (Ze'ev) Gold (1889-1956) - Lder do Sionista Religioso, Membro Executivo da Agncia Judaica. Meir Grabovsky (Argov) (1905-1963) - Secretrio-Geral do Movimento Trabalhista Sionista Mundial. Abraham Granott (Granovsky) (1890-1962) - Presidente do Partido Progressista, MK. Yitzhak Gruenbaum (1879-1970) - Lder de faco Sionista do "El Hamishmar", membro da Executiva Sionista. Kalman Kahana (1910-1991) - Lder do "Agudat Yisrael", deputado e Ministro de Educao. Eliezer Kaplan (1891-1952) - 1 Ministro das Finanas. Sa'adia Kobashi - Membro do Conselho Provisrio de Estado, lder de comunidade do Yemenite. Moshe Kol (Kolodny) (1911-1989) Lder do Partido Liberal, Ministro do Turismo. Yitzhak Meir Levin (1894-1971) - Lder do "Agudat Yisrael", Ministro de Bem-Estar Social. Meir David Loewenstein (1904-1995) - Lder do "Agudat Yisrael", MK. Zvi Lurie (1906-1968) - Lder do Mapam, oficial de Agncia Judaico. Yehudah Leib Hakohen Maimon (Fishman) (1875-1962) - Lder do "Mizrahi", Ministro de Assuntos Religiosos. Golda Meir (Myerson) (1898-1978) - 4 Primeiro-ministro. Avraham Nissan (Katznelson) (1888-1956) - Membro do Mapai; embaixador para os pases Escandinavos. Nahum Nir-Rafalkes (1884-1968) - Lder Trabalhista, segundo porta-voz do Knesset David Zvi Pinkas (1895-1952) - Lder do Mizrahi, Ministro de Transportes. Moshe David Remez (Drabkin) (1886-1951) - Lder do Mapai, Ministro de Comunicaes. Berl Repetur (1902-1989) - Lder Trabalhista, MK. Pinhas Rosen (Felix Rosenblueth) (1887-1978) - Lder do Partido Progressisto, Ministro de Justia. Zvi Segal (Moses Hirsch) (1876-1968) - Lder do Movimento Revisionista. Moshe (Hayim) Shapira (1902-1970) - Lder do Partido Religioso Nacional, Ministro de Asuntos Religiosos. Mordechai Shattner - Industrial, membro do Mapai e do Conselho Executivo do Estado Provisrio. Moshe Sharett (Shertok) (1894-1965) - 2 Primeiro-ministro. Behor Shalom Shitrit (1895-1967) - Lder do "Sephardi", Ministro da Polcia. Ben-Zion Sternberg (1894 -1962) - Membro Revisionista do Conselho Provisrio de Estado. Herzl Vardi (Naftali Herzl Rosenblum) (1903-1991) - Lder Revisionista. Meir Wilner-Kovner (1918 - ) - Lder do Partido Comunista e MK. Zerah Warhaftig (1906- ) - Lder do Partido Religioso Nacional, Ministro de Servios Religiosos. Aharon Zisling (1901-1964) - Lder Trabalhista, MK. A Bandeira do Estado de Israel

A bandeira do Estado de Israel inspirada no desenho do xale de oraes judaico (talit), com uma Estrela de David (Maguen David) azul

Professor: Walter Souza Borges

18

A Menor

O emblema oficial do Estado de Israel um candelabro (menor), cuja forma teria sua origem na planta de sete galhos mori, conhecida desde a antigidade. Os ramos de oliveira dos dois lados representam o anseio de Israel por paz. A menor de ouro era um dos principais objetos de culto no Templo do Rei Salomo, em Jerusalm. Atravs dos tempos, ela tornou-se um smbolo da herana e tradio judaica, em sem nmero de lugares e com grande variedade de formas.

Hatikv - O Hino Nacional

Enquanto no fundo do corao Palpitar uma alma judaica, E em direo ao Oriente O olhar voltar-se a Sion, Nossa esperana ainda no estar perdida, Esperana de dois mil anos: De ser um povo livre em nossa terra, A terra de Sion e Jerusalm.

VI - GUERRA EM BUSCA DA PAZCom o fim da Primeira Guerra Mundial e a vitria sobre o imprio Otomano, os britnicos passaram a controlar a regio da Palestina ou Terra Santa. Na mesma poca, o movimento sionista ganha fora e, em 1917, divulgada a Declarao de Balfour, que defende a criao de um Estado judeu na regio. Aps uma srie de conflitos entre rabes, judeus e ingleses, as Naes Unidas aprovam -com forte apoio norte-americano- a criao de um Estado judeu e o fim do mandato dos britnicos na regio marcado para 14 de maio de 1948. No mesmo dia, os dois principais lderes judeus, Chaim Weizmann (principal figura da Organizao Sionista Mundial) e David Ben-Gurion anunciam a Declarao de Independncia do Estado de Israel. Os regimes rabes no aceitaram a criao de Israel como proposto pela ONU -os judeus, que eram minoria da populao da regio, controlavam praticamente todo o territrio. Os principais lderes da regio se uniram em uma guerra contra o novo pas com o objetivo de destru-lo. A Guerra de 1948-49 foi a primeira de muitas que Israel viria a enfrentar.

Professor: Walter Souza Borges

19

Mas os rabes, que comearam a guerra com certa vantagem, no atingiram seu objetivo. Com apoio norte-americano, os israelenses conseguiram conter a invaso de seus vizinhos e ainda conquistaram territrios ao norte e, principalmente, ao sul. Esta primeira guerra criou um dos mais complicados problemas para a paz na regio: um imenso nmero de palestinos refugiados. J na poca eles eram mais de 300 mil. Os palestinos, rabes que viviam na regio antes da criao do Estado de Israel, ficaram sem uma nao. Muitos fugiram para o Lbano, ao norte, para Gaza, ao sul, ou para a Jordnia, a leste, regio hoje conhecida como Margem Ocidental.

Em 14 de maio de 1948, uma resoluo da ONU dividiu o territrio da Palestina entre rabes e judeus, criando o Estado de Israel. Todos os regimes rabes da poca rejeitaram a criao de Israel, e prometaram destruir o novo Estado judeu. Era o comeo do conflito que j dura mais de 50 anos. Aps vrios anos de guerra, em 1967, Israel invadiu e tomou a Margem Ocidental (controlado pela Jordnia), incluindo a cidade de Jerusalm, as colinas de Gol (que pertenciam Sria), e a Faixa de Gaza (Egito). A bem-sucedida invaso, que durou apenas seis dias, criou uma enorme quantidade de refugiados palestinos, que viviam nas reas invadidas. A partir da dcada de 70 comearam a surgir importantes grupos terroristas, como o Hamas e o Hizbollah, que, segundo Israel, tm o financiamento e a colaborao de pases como Lbano, Ir e Sria. Com a finalidade de se proteger de ataques terroristas contra o norte de seu territrio, Israel invadiu o Lbano, para onde os grupos terroristas fugiram depois de terem sido expulsos pela Jordnia. Desde ento, as tropas israelenses ocupam uma faixa de 15 km no sul do pas. Professor: Walter Souza Borges 20

Em 1993, o ento primeiro-ministro israelense Yitzak Rabin (assassinado em 1995 por um extremista judeu) e o lder palestino, Iasser Arafat, fecharam o primeiro acordo que daria o controle da Margem Ocidental e da Faixa de Gaza aos palestinos. Conhecido como o Acordo de Oslo, a base para o processo de paz discutido entre Israel e a Autoridade Palestina. As conversas sobre o processo de paz foram interrompidas por Israel em 1997, aps a exploso de uma bomba em um mercado de Jerusalm que matou vrias pessoas. Em janeiro de 1998, o presidente norte-americano, Bill Clinton, recebeu na Casa Branca Iasser Arafat e Benjamim Netanyahu. Era o recomeo da conversas sobre o processo de paz entre palestinos e israelenses, que foram retomadas nesta semana em Camp David. Guerras rabes - Israelenses Crise de Suez 1956 - Em 1956, o presidente egpcio Gamal Abdel Nasser nacionaliza o canal e impede a passagem de navios israelenses, originando um conflito internacional. Com o apoio da Frana e do Reino Unido, tropas israelenses invadem o Egito em outubro de 1956. Apesar da derrota militar egpcia, a interveno da ONU e as presses dos EUA e da Unio Sovitica garantem o controle do Egito sobre o canal, com a obrigatoriedade de mant-lo aberto navegao mundial. Guerra dos Seis Dias 1967 - Conflito armado entre Israel e a frente rabe, formada por Egito, Jordnia e Sria, e apoiada pelo Iraque, Kuweit, Arbia Saudita, Arglia e Sudo. O crescimento das tenses rabe-israelenses, em meados de 1967, leva ambos os lados a mobiliza suas tropas. Sem esperar que a guerra chegue s suas fronteiras, os israelenses, fortemente armados pelos EUA, tomam a iniciativa do ataque. O pretexto a intensificao do terrorismo palestino no pas e o bloqueio do Golfo de caba pelo Egito passagem vital para os navios de Israel. O plano traado pelo Estado-Maior israelense, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), comea a ser posto em prtica s 8 horas da manh do dia 5 de junho de 1967, quando os caas israelenses atacam nove campos de pouso e aniquilam a fora area egpcia no cho. Ao mesmo tempo, foras blindadas israelenses investem contra a Faixa de Gaza e o norte do Sinai. A Jordnia abre fogo em Jerusalm e a Sria intervm no conflito. Mas, no terceiro dia de luta, o Sinai inteiro j est sob o controle de Israel. Nas prximas 72 horas, os israelenses impem uma derrota devastadora aos adversrios, controlando tambm a Cisjordnia, o setor oriental de Jerusalm e as Colinas de Gol , na Sria. A resoluo da ONU de devolver os territrios ocupados rejeitada por Israel. Como resultado da guerra, aumenta o nmero de refugiados palestinos na Jordnia e no Egito. Sria e Egito estreitam ainda mais as relaes com a URSS, renovam seu arsenal de blindados e avies, e conseguem a instalao de novos msseis perto do Canal de Suez. Guerra do Yom Kippur 1973 - Quarto conflito armado entre Israel e os pases rabes vizinhos. Tem incio com o ataque da Sria e do Egito s posies israelenses no Sinai e nas Colinas de Gol , em 6 de outubro de 1973, dia em que os judeus comemoram o Yom Kippur (Dia do Perdo), feriado religioso. Os rabes tentam recuperar as reas perdidas para Israel na Guerra dos Seis Dias (1967), alm de responder aos bombardeios israelenses na Sria e no Lbano, em busca das bases militares da Organizao para a Libertao da Palestina (OLP). A guerra dura 19 dias e concluda sob interveno das potncias mundiais. Os srios, ajudados por tropas jordanianas e iraquianas, avanam ao norte em direo a Gol , enquanto as foras egpcias invadem pelo sudoeste, a partir do Canal de Suez . Obrigam os israelenses a abandonar as suas linhas de defesa em Bar-Lev e os campos petrolferos de Balayim, ocupando toda a rea do Canal, de Port Said a Suez . Mas o contra-ataque de Israel fora o recuo dos egpcios e srios. Damasco bombardeada e os blindados israelenses obrigam as foras srias a retroceder at as linhas demarcadas pela guerra de 1967. No Sinai, cerca de 200 tanques e 10 mil soldados de Israel cruzam o Canal, destruindo instalaes de artilharia e bases de lanamento egpcias na margem oeste. Essa manobra militar de Israel isola o Exrcito adversrio na margem leste do deserto. Presses diplomticas dos Estados Unidos e da Unio Sovitica impedem o massacre das foras egpcias cercadas no Canal. O cessar-fogo assinado em 24 de outubro. As posies Professor: Walter Souza Borges

21

vigentes ao final da Guerra dos Seis Dias so praticamente restabelecidas com os acordos assinados entre Israel e Sria, em 1974, e entre israelenses e egpcios, em 1975. As perspectivas de paz no Oriente Mdio Egito - Foi o primeiro pas da regio a desafiar o boicote do mundo rabe e assinar, em 1978, um acordo de paz com Israel. Em troca da normalizao de relaes, recebeu de volta a pennsula do Sinai e passou a ser aliado estratgico dos EUA. Atualmente, mantm uma paz fria com Israel: a cooperao econmica e cultural entre os dois pases bastante limitada Lbano - Diz que aguarda retirada israelense sem condies do sul do pas, onde h uma faixa territorial ocupada pelo Exrcito de Israel, para negociar um acordo de paz. O governo atual se diz ctico em relao ao reincio das negociaes Sria - Damasco aceitou retomar negociaes com Israel esta semana, em Washington. Os dois pases, que j se enfrentaram em trs guerras tm disputa territorial nas colinas do Gol, ponto chave no dilogo de paz. Arbia Saudita - Critica o governo israelense pela ocupao de terras rabes. O pas, que forte aliado dos EUA, poderia assinar acordo com Israel aps a resoluo das negociaes com os palestinos e a Sria. Turquia - Aliada estratgia dos EUA e de Israel no Oriente Mdio (os trs pases fizeram recentemente manobras militares conjuntas). Mantm relaes diplomticas e comerciais com Jerusalm e um dos principais destinos tursticos entre os israelenses. Iraque - , ao lado do Ir, um dos piores inimigos histricos de Israel. Durante a Guerra do Golfo (1991), o ditador Saddam Hussein lanou msseis contra territrio israelense. Enquanto permanecer no poder, as chances de um acordo de paz so pequenas. Ir - um dos maiores inimigos de Israel. Teer financia os principais grupos terroristas que combatem Israel (Hamas e Hizbollah). O processo de paz, que costuma trazer uma abertura em relao ao Ocidente, visto como uma amea pelo clero conservador iraniano, que adota discurso anti-sionista e anti-EUA para justificar uma ameaa externa e se manter no poder. Jordnia - Em 1994, o rei Hussein firmou um tratado de paz com Israel, o que possibilitou o fim da tenso e a abertura de pontos de passagem na mais extensa fronteira israelense. Seu filho, rei Abdallah, assumiu aps sua morte, no incio do ano, e mostra estar comprometido com a paz. Autoridade Nacional Palestina - Desde 1993, com os Acordos de Oslo, os palestinos vm recebendo autonomia de governo nos territrios da faixa de Gaza e da Cisjordnia. Israel e ANP trabalham agora num acordo definitivo, que seria concludo at setembro de 2000. O Fundamentalismo Fundamentalismo Islmico - Manifesta-se em movimentos empenhados na criao de sociedades regidas pelo Coro , o livro sagrado do islamismo , e contrrios aos modelos polticos e filosficos ocidentais (como a separao entre Estado e religio, a democracia e o individualismo). O fundamentalismo propaga-se entre os muulmanos especialmente aps a Revoluo Iraniana de 1979, que instala no pas um Estado teocrtico, conduzido pelo lder xiita Ruhollah Khomeini . Tambm possvel destacar a atuao, no Egito, do grupo extremista Gammaat-i-Islamia, responsvel por atentados terroristas no pas; da Frente Islmica de Salvao (FIS), na Arglia, que reivindica um pas regido pelas leis do Coro; da milcia xiita libanesa Hezbollah (Partido de Deus), diretamente envolvida no combate com tropas israelenses instaladas no sul do Lbano; do Hamas, nos territrios ocupados por Israel, contrrio aos acordos de paz entre palestinos e israelenses; e da milcia Taliban, que luta, no Afeganisto, pela criao de um Estado islmico "puro". Professor: Walter Souza Borges 22

Fundamentalismo Judaico - Atualmente, est associado a faces religiosas radicais em Israel, como o Eyal (Fora Judaica Combatente) e o Kahane Vive. Esses movimentos condenam o acordo de paz entre palestinos e israelenses, que prev a devoluo dos territrios conquistados por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967). Para eles, a entrega de terras bblicas como Hebron, Jeric e Nablus, na Cisjordnia, uma afronta vontade de Deus. Ela contraria a aspirao judaica do retorno a uma Grande Israel, similar aos tempos do Rei Davi, que por volta de 1.000 a.C. pacifica a regio e transforma Jerusalm em centro religioso. A efervescncia dessas idias leva ao assassinato, em 1995, do primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin , mentor dos acordos de paz, ao lado de Yasser Arafat. O assassino, Yigal Amir, um fundamentalista pertencente ao Eyal, justifica a sua atitude afirmando que Rabin era um "traidor do ideal judaico", por devolver terras ocupadas aos palestinos. Organizao pela Libertao da Palestina - OLP A Organizao pela Libertao da Palestina (OLP) um "governo no exlio" dedicado ao objetivo de estabelecer um Estado palestino independente no territrio hoje ocupado por Israel. Formada em 1964, a OLP props-se coordenar e comandar o movimento nacionalista palestino. Politicamente, obteve muitas vitrias - desde 1964, mais de cem pases passaram a reconhec-la como representante legtima do povo palestino. Um dos principais problemas da OLP tem sido uma consistente falta de consenso com relao ao uso da fora militar. O primeiro lder da organizao, Ahmad Chukeiry, era favorvel a criao de um "exrcito no exlio" para destruir Israel com auxlio dos exrcitos de outros Estados rabes. Mas, como a guerra de 1948-49 havia demostrado, essa era uma posio discutvel, pois implacava uma dependncia de foras no palestinas e a subordinao da OLP em termos militares. J em 1965 a organizao Al Fatah (Luta), de Yasser Arafat, executara pequenas aesrelmpagos contra Israel, indicando o potencial da guerra de guerrilhas. Aps o esmagador fracasso da Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, a guerrilha passou a ser a estratgia preferida dos palestinos. Arafat acabaria eleito presidente da OLP em fevereiro de 1969, mas no foi capaz de unificar o movimento em torno de uma diretriz nica. Georges Habache, outro lder palestino, havia preferido adotar o terrorismo e fundara a Frente Popular para a Libertao da Palestina (FPLP) em 1968. A partir da, surgiram vrios grupos dissidentes, cada um mais extremista que o anterior e todos teoricamente subordinados OLP. o caso, entre outros, do Saiqa (Vanguardas de Guerra de Libertao Popular, fundado em 1968 e apoiado pela Sria) e da Frente de Libertao rabe (FLA, criada em 1969 por Abd alWahhab al-Kayyali, sob orientao do governo do Iraque). Apesar da existncia de uma grande massa de refugiados predominantemente pr-OLP, entre os quais poderiam ser arregimentados guerrilheiros, os palestinos no tinham as vantagens de contar com bases seguras e inexpurgveis. No incio dos anos 60, esse problema ainda no era muito srio - campos de refugiados na faixa de Gaza, na margem ocidental (esquerda) do Jordo e no Lbano ofereciam bases prximas s fronteiras israelenses - mas a partir de 1967 os palestinos foram gradativamente rechaados. Na Guerra dos Seis Dias, os israelenses capturaram o Sinai, a margem ocidental do Jordo e as colinas de Gol, obrigando a OLP a se retirar para o interior do Egito, Jordnia e Sria. Isso reduzio o impacto de suas aes, pois eles precisavam percorrer vrias distncias em terreno hostil para atingir alvos preferenciais em pleno territrio de Israel. Momentos de grande tenso foram criados entre os palestinos e os territrios que os abrigavam. medida que os Estados rabes hospedeiros sofriam os efeitos das retaliaes israelenses em resposta a ataques dos palestinos e enfrentavam o surgimento de enclaves controlados pela OLP dentro de seu prprio territrio, o movimento foi perdendo apoio. Em 1970, o rei Hussein expulsou a OLP de suas bases a leste do rio Jordo, enquanto o Egito e a Sria comearam a impor um rigoroso controle sobre as populaes palestinas abrigadas em suas fronteiras. Uma mudana da OLP para bases no sul do Lbano permitiu aos guerrilheiros reconquistar um certo grau de eficincia, mas a subseqente guerra civil naquele pas (1975-76), seguida por uma invaso israelense (1982), veio a enfraquec-los ainda mais. Professor: Walter Souza Borges

23

Em fins de 1983, uma verdadeira guerra foi travada no norte do Lbano entre os partidrios de Arafat e de outras organizaes palestinas filiadas OLP (principalmente o Saiqa, controlado pelos srios). Arafat sobreviveu, explorando a fora poltica da OLP, mas os srios assumiram a estratgia palestina. Com isso destruram a iniciativa militar da OLP e subordinaram suas aspiraes quelas de um mundo rabe mais amplo. Hoje, a OLP controla vrias reas administradas pela Autoridade Nacional Palestina, da qual Arafat presidente, eleito pela maioria dos palestinos. Principais obstculos para acordo de paz

Jerusalm - Israel conquistou Jerusalm Oriental e a Cisjordnia na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Tradicionalmente afirma que Jerusalm sua capital eterna e indivisvel. Na cpula de Camp David, pela primeira vez, um governante seu aceitou negociar alguma forma de soberania compartilhada na cidade. Os palestinos reivindicam a parte oriental da cidade como capital de seu futuro Estado. Os assentamentos - Mais de 170 mil judeus vivem em assentamentos nos territrios ocupados por Israel na Cisjordnia e na faixa de Gaza. O premi Ehud Barak diz querer manter os assentamentos sob soberania israelense. Os palestinos afirmam que os assentamentos devem deixar os territrios. gua - Israel reivindica controle total dos recursos hdricos, incluindo os lenis subterrneos na Cisjordnia, cuja administrao reivindicada pelos palestinos.

Professor: Walter Souza Borges

24

Refugiados palestinos - H mais de 3,5 milhes de refugiados palestinos em pases da regio. Israel rechaa a idia de permitir a volta de todos eles a seu territrio. Nas negociaes, discutese a autorizao do retorno de pequena parte deles, em casos de reunificao familiar, e o pagamento de indenizao aos outros refugiados. Fronteiras e segurana - A Autoridade Nacional Palestina quer uma Palestina independente, com poderes soberanos na Cisjordnia, incluindo Jerusalm Oriental e faixa de Gaza. Diz que as fronteiras em relao a Israel devem voltar ao que eram antes de junho de 67. Israel diz que no voltar s fronteiras de 67. Entenda a crise atual

O estopim - Em 28 de setembro de 2000, Ariel Sharon, lder da oposio israelense, fez uma visita Esplanada das Mesquitas, local mais sagrado de Jerusalm para palestinos e judeus (que o chamam de Monte do Templo), provocando protestos palestinos. A escalada - No dia seguinte visita, foras israelenses reprimiram violentamente protestos palestinos na esplanada, deixando pelo menos quatro mortos Desde ento, novos protestos de palestinos em Gaza e Cisjordnia e de rabes israelenses dentro de Israel j fizeram cerca de cem mortes, a quase totalidade palestina ou rabe israelense. Na quinta-feira, helicpteros de Israel bombardearam centros palestinos aps o linchamento de soldados israelenses. Foi o maior ataque Autoridade Nacional Palestina. Os antecedentes - Aps dcadas de disputa, Israel e palestinos iniciam um processo de paz em 1993, com os acordos de Oslo (Noruega). Israel retirou-se de boa parte dos centros urbanos palestinos em Gaza e Cisjordnia, dando autonomia administrativa aos palestinos, mas mantendo encraves protegidos em cidades como Hebron, Gaza e Nablus. Oslo previa um acordo final at maio de 99, prazo adiado devido falta de avano nos temas mais polmicos: soberania sobre Jerusalm e retorno de ou compensao a refugiados Professor: Walter Souza Borges

25

palestinos que deixaram ou foram expulsos de suas casas desde a criao do Estado de Israel (1948). Em julho, reuniram-se em Camp David para tentar chegar a um acordo final. Israel ofereceu pela primeira vez soberania aos palestinos em certas reas de Jerusalm Oriental, mas Arafat afirmou que no poderia abrir mo de soberania plena nos locais sagrados de Jerusalm. VII - O ESTADO PALESTINO - CAPITAL JERUSALM Impossvel! Por que lutas sem sim so travadas na regio que conhecemos como "Oriente Mdio" e principalmente em torno da cidade de Jerusalm? Por que os palestinos exigem que Jerusalm lhes seja dada como capital do Estado Palestiniano? Seria Yasser Arafat um visionrio ou simplesmente um homem que busca o conflito atravs de meias-palavras tentando impor sobre os judeus fora a vontade de seu povo? Estas e outras perguntas so feitas diariamente aos palestinos e judeus e j houveram vrias tentativas de resoluo do conflito, mas todas sem soluo! O que pode e deve ser feito ento? Vejamos o que aconteceu no passado e o que acontece hoje e porque estes fatos conduzem a histria a tal situao. O Princpio Palestiniano O lder da oposio israelita e ltimo primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu chamou de pesadelo o confronto em seu pas, no qual a uma minoria Palestina tem sido dadas terras que eles no tem direito, a teoria do "Princpio Palestiniano", no qual o ditado "qualquer minoria que no quer ser minoria, no tem que ser nica". E este pesadelo que deve retornar amanha para assombrar aqueles que impuseram isto sobre os judeus... Pela insistncia de que os palestinos tm direitos a um estado rabe no centro de Israel, as naes do leste esto abrindo um precedente pelo qual uma minoria em outro pas (como os palestinos em Israel), os quais relutam em obedecer s leis do pas hospedeiro no qual so minoria - comeam a exigir o direito de separarem-se da nao hospedeira e estabelecerem-se como um estado islmico independente. Netanyahu disse: "O Princpio Palestiniano" tem sido, claro, entusiasticamente aceito pelos muulmanos em todo o mundo que vem isso como uma extenso lgica do ideal do Reino do Isl.O escritor americano Charles Khathamener est apto a apontar que a intifada no est restrita disputa rabe-israelense. Esta uma iniciativa mundial dirigida a todo o governo nomuulmano pelas minorias muulmanas exigindo secesso: no Azerbaijo e Tajakisto, na Unio Sovitica depois de sua independncia, em Kashmir na ndia, em Kosovo na Iugoslvia, em Xin Jiam na China; e assim por diante. O princpio palestiniano parece significar que se h sempre uma maioria muulmana significativa em uma regio da Inglaterra ou da Frana, eventualmente poder haver uma demanda por separao ali tambm. Netanyahu chama o princpio palestiniano de uma bomba de fragmentao poltica que explodir a paz civil e nacional em muitos pases. Todas as tentativas de acordos feitas por Israel e os Palestinos nas chegam a um denominador comum. Sempre h um empecilho paz. Os apertos de mo e as tentativas de se promover a paz redundam em nada! Os EUA tem tentado ajudar as partes a entrarem num acordo, mas parece que estamos longe do ponto comum entre eles. Parece que as tentativas teem sido pura perda de tempo... Estes fatos no somente ameaa a Israel, como tambm todos os pases livres do mundo! Imaginemos que os palestinos (muulmanos) resolvam fazer o mesmo em cada pas "hospedeiro" em que se encontram! Isso geraria um caos no mundo, pois a ttica destes fanticos a luta armada a fim de desestabilizar os governos, atraindo sobre si as atenes como minorias, e depois reivindicando sobre si os "direitos humanos" estabelecidos internacionalmente pela ONU. Isto alm de ser um disparate uma ttica diablica a fim de estabelecer na terra um governo totalmente alijado da Palavra de Deus. Para estas "minorias" o nico Deus que eles conhecem Al e seu livro guia (o Alcoro) autoriza-os guerra para conseguir o paraso! Professor: Walter Souza Borges

26

Os fatos Os fatos falam por si s e nos apresentam uma situao realmente alarmante, principalmente se considerarmos que a terra de Israel foi dado aos judeus como herana pelo proprietrio do Universo: o eterno D-us! Isso no parece ser suficiente para intimidar (ou convencer) aos palestinos - e tambm aos rabes - que lutam continuamente pela expulso dos judeus da terra onde esto e tambm por sua total aniquilao! H uma aliana entre os rabes a fim de destrurem Israel, pois eles o consideram seu maior inimigo. Isso nos mostra haver uma perpetuao do esprito que atuou na poca de Ester atravs de Ham, a fim de destruir o povo de Israel. Inclusive, a argumentao apresentada pelos rabes e palestinos no mudou desde aquele tempo: "E Ham disse ao rei Assuero: Existe espalhado e dividido entre os povos em todas as provncias do teu reino um povo, cujas leis so diferentes das leis de todos os povos, e que no cumpre as leis do rei; por isso no convm ao rei deix-lo ficar. Se bem parecer ao rei, decrete-se que os matem; e eu porei nas mos dos que fizerem a obra dez mil talentos de prata, para que entrem nos tesouros do rei" - grifo nosso - (Ester 3:8,9). Esta exatamente a mesa atitude compartilhada pelos rabes e palestinos hoje! No nos parece ser um tanto "estranho"?

VIII - TENHA SUA PRPRIA OPINIOA mdia internacional acusa Israel de matar palestinos desarmados e indefesos. Acusa Israel de responder com metralhadoras, tanques e helicpteros as manifestaes pacficas dos palestinos que somente usam pedras. Ser que a mdia fala a verdade ou no quer abrir os olhos ? Este documento dedicado a esclarecer os estudantes sobre o estado atual dos conflitos entre palestinos e israelenses. Entendemos que necessrio uma enrgica atitude por parte das comunidades muulmanas, judaicas e crists em todo o mundo no sentido de frear as ambies terroristas e os mtodos violentos para obt-las. No existe poltica sem esclarecimento. Este estudo no tem como objetivo agredir o povo palestino ou fazer as pessoas acreditarem que todos os palestinos sejam terroristas, pois isso seria uma grande mentira reservada para os tolos. Esse estudo tem como objetivo claro, mostrar que existem massas de palestinos lideradas por terroristas e fundamentalistas islamicos e que a imprensa nem sempre imparcial e justa, tornando-se uma grande manipuladora de opinio pblica.

A imagem que palestinos e mdia internacional querem passar para a opinio pblica.

Ao

Reao

Adolecente palestino com estiligue de pedras.

Palestino ferido sendo socorrido.

Professor: Walter Souza Borges

27

Adolecente palestino com estiligue de pedras.

Criana palestina sendo morta em tiroteio.

A verdade que a mdia internacional e o mundo no querem ver.

Crianas palestinas treinadas para matar

Criana palestina sendo presa.

Porque crianas palestinas matam? Israel est sendo acusado de ser assassino de crianas e crimes contra a humanidade. O maior motivo para estas acusaes o video da criana palestina sendo morta no colo do pai. Os palestinos e a mdia rabe criaram uma propaganda enganosa de tal tamanho, que para todas as mortes de crianas palestinas, as pessoas associam a imagem da criana inocente no colo do pai , levando o tiro de um soldado israelense selvagem, cruel e imoral. Como j mostramos, a verdade sobre a morte dessa criana palestina outra. Ela morreu pelo ERRO INDUZIDO de um soldado israelense. Mas porque morrem tantas outras crianas palestinas nos conflitos da nova intifada ? Simplesmente porque os soldados israelenses se defendem da educao insana que estas crianas tem recebido de terroristas palestinos. O que voc faria, estando tambm armado,se um desses dois garotos mirasse o fuzil na sua direo? Para onde voc atiraria, se eles estivessem atirando escondidos, propositalmente para confundir, no meio de uma multido jogadoras de pedras?

Criana palestina armada aprendendo a odiar.

Professor: Walter Souza Borges

28

Crianas e adolecentes palestinos fazendo uma manifestao (INTIFADA)

Criana palestina com o Alcoro (livro sagrado do

Isl) numa mo e uma arma.

Porque crianas palestinas morrem? Crianas palestinas morrem aos montes, em conflitos armados por ambos os lados, porque os palestinos ensinam suas crianas, desde o bero a odiarem Israel. Crianas palestinas morrem aos montes porque os palestinos no medem consequencias em colocar suas crianas no meio de tiroteios, quando estas deveriam estar em lugares seguros e nas escolas. Crianas palestinas morrem aos montes porque palestinos usam elas como escudos humanos para que solados israelenses sejem culpados de se defenderem ou acertem alguma por erro induzido. Crianas palestinas morrem ao montes para que sejam criados mrtires e sensibilizem a opinio pblica. Quem tem a ganhar com essas mortes? Israel ou Yasser Arafat ? Desde que crianas comearam a morrer, Arafat ganhou ajuda financeira bilionria de pases rabes e apoio da opinio pblica mundial. O que Israel ganhou? Mesmo supondo que os Israelenses so assassinos cruis de crianas, pense: Que tipo de pai um palestino que deixa seus filhos na frente de um soldado armado e hostl , como as crianas da foto ?

Professor: Walter Souza Borges

29

Criana palestina entre dois atiradores palestinos seu (conhecido como escudo humano).

Criana palestina nos ombros de pai com um fuzil M-16 nas mos.

Porque Judeus so culpados at mesmo quando so vtimas Olhe bem para esta foto. Ela foi publicada no NYTimes e repitida em vrias publicaes internacionais com a legenda : Um policial israelense e um palestino no Monte do Templo. Olhando a primeira vez revoltante ver a raiva e selvageria com que o policial israelense espanca o jovem palestino. A verdade outra: Em primeiro lugar, o monte do templo, onde esto as mesquitas, administrado pelos prprios pelestinos e no tem nenhuma placa ou letreiro em Hebraico, mas somente em rabe. . O letreiro da foto est em Hebraico. Em segundo lugar, no fundo da foto possvel ver dois carros, quando seria impossvel haver carros no Monte do Templo, pois no existe acesso para estes. Em terceiro lugar o letreiro em hebraico, na foto, faz referencia a um posto de gasolina. No existem postos de gasolina no Monte do Templo. O mais chocante agora : O garoto da foto JUDEU!! Pois .... o garoto estava dentro do taxi com outros amigos, quando o motorista, rabe, desviou o caminho e levou estes para um lugar cercado de palestinos. Estes palestinos retiraram eles do taxi e comearam a espancar os garotos at que o soldado israelense apareceu para salvar a vida deles. O soldado esta berrando com algum que est fora do plano da foto, e no com o garoto espancado. Se no fosse o soldado o garoto estaria morto. O pai deste garoto viu a foto do filho pblicada nos jornais com esta legenda, e mandou uma carta a imprensa, a qual esta copiada abaixo : Subject: To the Editor Date: Mon, 02 Oct 2000 00:15:07 -0500 From: aaronnoach To: [email protected] Relativo a seu quadro na pgina A5 (de 30 de setembro) do soldado israelita e o palestino no Monte de Templo - aquele palestino de fato meu filho, Tuvia Grossman, um estudante judeu de Chicago. Ele, e dois amigos, foram puxados do txi deles enquanto trafegavam em Jerusalm, por uma rua de rabes palestinos o meu filho foi espancado e apunhalado severamente. Professor: Walter Souza Borges

30

Aquela foto no poderia ter sido tirada no Monte do Templo, porque no h nenhum posto de gasolina no Monte do Templo e certamente nenhum com letreiro hebreu, como claramente visto atrs do soldado israelita que tenta proteger meu filho na rua. Aaron Grossman, M.D. 6737 N Richmond Chicago, IL 60645 (773) 743-1194 Subject: (no subject) Date: Mon, 2 Oct 2000 14:54:39 EDT From: [email protected] To: [email protected] CC: [email protected], [email protected] Querido Editor, At mesmo o NY Times tipicamente Imparcial em relao ao Oriente Mdio, informou um fato com tendncia e desejo de convico que os Palestinos so todos os cordeiros inocentes e que so atormentados por um opressor agressivo, que nem se deram ao trabalho de averiguar a veracidade das informaes e nem mesmo conceba que os feridos no sejam Palestinos. O caso atual em muitos pontos muito pessoal. No Times do sbado na pgina A6, o quadro dos " feridos palestinos " , de fato, meu sobrinho, Tuvia Grossman, um estudante judeu AMERICANO que estuda em Israel. O nico crime dele ser judeu. Ele no estava em " zona de fogo " mas somente o objetivo dos cordeiros palestinos que apedrejaram o txi dele, o arrastou do veculo, abriram a cabea dele com pedras e o apunhalou na perna. O soldado israelita quem voc desejou retratar obviamente como vitimando o pobre, ferido palestino estava economizando a vida de meu sobrinho de fato. Um olhar casual ao fundo do quadro pode contar para qualquer um que no o Monte de Templo nada. Eu acredito que um retrao, em uma posio proeminente no papel, necessrio e uma desculpa aos pais, vindouro. Howard Gissinger 2809 Avenida S Brooklyn, Nova Iorque 11229 718-998-2909 Veja as armas que palestinos usam alm de pedras

No importa quantas guerras ainda o povo judeu ir passar, no importa quantas naes ainda iro levantar-se contra eles. Na ltima guerra no Armagedom eles tero a vitria final. Porque certamente ns sabemos que as promessas de Deus para o povo judeu esto acontecendo lentamente e sofridamente. Ainda tem muito para acontecer...

Professor: Walter Souza Borges

31