a historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

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JOSIANE RODRIGUES RIBEIRO ROSIANE ARIANE DOS SANTOS A HISTÓRIA INFANTIL COMO UM INSTRUMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO MATERNAL Faculdade Eça de Queirós Jandira-SP-Novembro-2009

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Page 1: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

JOSIANE RODRIGUES RIBEIRO ROSIANE ARIANE DOS SANTOS

A HISTÓRIA INFANTIL COMO UM INSTRUMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO MATERNAL

Faculdade Eça de Queirós Jandira-SP-Novembro-2009

Page 2: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

JOSIANE RODRIGUES RIBEIRO ROSIANE ARIANE DOS SANTOS

A HISTÓRIA INFANTIL COMO UM INSTRUMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO MATERNAL

Trabalho apresentado ao curso de Pedagogia da Faculdade Eça de Queirós, como requisito parcial para aprovação na disciplina Educação de T.C. C orientado pela professora Téglis Pepe Barbalho Arnas.

Faculdade Eça de Queirós Jandira-SP-Novembro -2009

Page 3: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

Sumário Introdução.............................................................................................................8

Capítulo 1 ° A relevância das histórias infantis para o desenvolvimento da criança do maternal: Breve Histórico..................................................................................11

Capítulo2 ° O que mais os contos de fadas podem trazer sobre a particularidade infantil....................................................................................................................17 2.1 Grimm..............................................................................................................18 2.2 Hans Christian Andersen...............................................................................18

2.3 As dificuldades de ser criança......................................................................19 2.4 Carência...........................................................................................................20 2.5 Autodescobertas.............................................................................................21 2.6 Perdas e buscas..............................................................................................22

2.7 Walt Disney......................................................................................................23

Capítulo 3

°Observação da prática com o contar das histórias infantis...........................24

3.1 Projetos da escola..........................................................................................25

3.2 O corpo docente e a sua convicção no trabalho com Histórias................36

Considerações finais.........................................................................38 Referências Bibliográficas

Apêndices

Índice de fotos

Page 4: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

Dedicamos este trabalho a Deus que nos

concedeu muita saúde e perseverança e

também aos nossos pais, filhos e todas as

pessoas que nos apoiaram e incentivaram

ao longo destes quatro anos de formação

superior.

Page 5: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

Contar histórias é e sempre será

uma maneira de estimular a

imaginação e o desenvolvimento da

linguagem oral, além contribuir para

formação afetiva e emocional.

Page 6: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

Resumo Neste trabalho desenvolvemos uma pesquisa que trata sobre a importância

de contar histórias para as crianças do Maternal. Tendo como meio para

realização da mesma a observação e pesquisa bibliográfica.

Iniciamos com o Breve Histórico, resgatando a origem dos contos, e alguns

dos principais percussores da literatura infantil, Fénelon, Perrault, Irmãos Grimm,

James Barrie e Hans Christian Andersen, baseadas na obra Literatura Infantil

Brasileira, de Marisa Lajolo e Regina Zilberman.

As narrativas infantis binárias, também é um dos assuntos que será

abordado nesta pesquisa, de acordo com as concepções Brunerianas

apresentadas pela pesquisadora Tizuko Morchida Kishimoto.

Buscamos apresentar a importância que as histórias infantis principalmente

os contos de fadas trazem para a formação de qualquer criança, pois ouvir muitas

histórias, escutá-las é o inicio da aprendizagem para ser um bom leitor e também

é um meio significativo para se trabalhar, elas estão carregadas de emoções,

como medo, tristeza, raiva, espanto, pavor, insegurança, tranqüilidade, saudade e

lembranças suscitando assim o imaginário de cada criança.

Desenvolvemos um capítulo especialmente para tratar sobre as

particularidades de alguns contos que se assemelham ao universo infantil, tais

como, o medo, a dificuldade de ser criança, carência, autodescobertas, perdas e

buscas.

Para obtermos uma experiência quanto à teoria e a prática realizamos uma

pesquisa de campo tendo como o principal método a observação direta, registros

por meio de fotos e questionário para equipe pedagógica de uma Unidade Escolar

de Educação Infantil.

Palavras-chaves Histórias infantis – Desenvolvimento – Aprendizagem prazerosa.

Page 7: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

Abstract

On this work we developed a research about the importance of telling tails

for kindergarten children through observation and bibliographical research.

We introduced a brief historical rescuing the origins of the fairly tails and

some of the main precursors of child literature, such as: Fénelon, Perrault, Grimm

brothers, James Barrie and Hans Christian Andersen, based on Brazilian childish

literature work of Marisa Lajolo and Regina Zilberman.

The binary childish narratives are also subjects that will be boarded on this

research, according to the brunerians conceptions that was showed by the

researcher Tizuko Morchida Kishimoto.

We tried to show the importance of childish tails, mainly the fairly tails, to

any child, because listening many tails can became the beginning of the learning to

a good reader in the future. It is also an important mean to work the emotions like:

fear, sorrow, rage, fright, dread, insecurity, tranquility, longing and remembrances

that recollected the imaginary of each child.

We developed a special chapter to treat about tails particularities that seem

to the childish universe, such as: the fear, the difficult to be a child, needs, self-

discovery, losses and searches.

To get an experience about practice and theory we carried out a field

research having the mainly method the directly observation with registrations

trough pictures and questionnaire for a pedagogical team of a Childish Education

Unit School.

Keywords

Children's stories - Development - Learning pleasant

Page 8: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

8

Introdução

Para nortear este trabalho e desenvolve-lo de maneira clara e objetiva

utilizamos algumas pesquisas realizadas por profissionais da área da educação

e da psicologia. Os autores e obras a seguir serviram como embasamento

teórico para o desenvolvimento desse trabalho: Morchida, Tizuko Kishimoto.

Narrativas Infantis: Um estudo de caso em uma instituição Infantil; Abramovich,

Fanny. Literatura Infantil, Gostosuras e bobices; e Bettelheim, Bruno. A

psicanálise dos contos de fadas...

Destacamos também as seguintes pesquisadoras: Tizuko Morchida

Kishimoto e Maria Letícia Ribeiro dos Santos e Dorli Ribeiro Basílio, em seu

trabalho de pesquisa cujo tema foi: “Narrativas Infantis: Um estudo de caso em

uma Instituição Infantil”, realizada na Escola Municipal de Educação Infantil

Benedito Castrucci. Estas professoras observaram que as crianças nos dias de

hoje estam enfrentando uma pedagogia edulcêntrica e tradicional, ou seja, as

práticas em sala de aula não estão sendo pensadas e aplicadas de acordo com

as especificidades das crianças. A pesquisa realizada por estas autoras mostra

o desenvolvimento de um trabalho com crianças de quatro anos.

Argumentam as autoras que quando os educadores forem contar

histórias o espaço precisa estar adequado estimulando assim a cooperação, o

lúdico e as narrativas. Estando baseadas nas concepções de Jerome Seymour

Bruner, as autoras escrevem sobre as narrativas infantis binárias, que são

aquelas que destacam conceitos como bruxa boa e má, morar perto e longe,

caixa grande e pequena, todas estas concepções evidenciam a estrutura típica

do pensamento infantil, que auxiliam no processo de categorização que as

crianças utilizam em situações cotidianas para representar o mundo a sua

volta. (Educação e Pesquisa, São Paulo, v.33, n.3.p.427-444, set/dez. 2007).

Partindo deste pressuposto podemos afirmar então que as crianças

utilizam as situações vividas em cada história para tentar compreender o

mundo a sua volta. Os pequenos ainda não compreendem que isto está

acontecendo, mas nós os adultos podemos através da observação perceber a

utilidade prática que às histórias infantis podem trazer para os alunos dentro da

sala de aula, um exemplo claro disto seria: o desenvolvimento da oralidade e a

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9

ampliação do conhecimento de mundo que a própria criança começa a

demonstrar através da fala e de suas ações.

Portanto, nós educadores então não podemos fechar os olhos diante de

uma prática tão importante e envolvente como o momento da contação de

histórias. Devemos utilizar este meio para tornar as aulas mais prazerosas e

significativas para os alunos no maternal, lembrando sempre que a busca e

utilização de práticas que respeitam a especificidade da criança sempre trarão

resultados positivos, contudo não podemos nos descuidar do momento em que

vamos escolher o volume a ser usado e também o modo como vamos

encaminhar a atividade, mas este é um dos assuntos que esta pesquisa estará

abordando em seu desenvolvimento. Esse tema tem muito para contribuir para a prática dos educadores de

educação infantil, pois ele trará uma reflexão sobre a prática de contar histórias

aos alunos no nosso cotidiano.

Nosso objetivo com a escolha deste tema é realizar uma pesquisa

teórica que possa auxiliar a nossa prática já que ambas trabalhamos com a

educação infantil há pouco tempo. Com este trabalho buscaremos esclarecer

as nossas dúvidas de como conduzir o momento de contação de história com

as crianças no maternal de maneira prazerosa e espontânea, criando assim um

ambiente de cooperação e aprendizado sem precisar deixar que este momento

fique com cara de aula para que os alunos não percam o interesse e participem

da maneira mais espontânea possível.

Partindo desse pressuposto, podemos afirmar que a nossa pesquisa

partirá da seguinte pergunta: Numa Instituição de Educação Infantil em Barueri, nas turmas de

Maternais de dois anos a quatro anos, as professoras têm utilizado a prática de

contar história para auxiliar o desenvolvimento das crianças? Como vem

acontecendo este momento de contação de história? Qual é a expectativa das

educadoras diante deste trabalho?

Como acabamos de colocar acima algumas idéias que as autoras

citaram como ponto de partida para se trabalhar com o contar histórias na

Unidade Escolar queremos saber se na Instituição EMM Professora Lázara

Augusta Cárdia Sabatine onde uma de nós trabalha como professora no

maternal com alunos de três anos que corresponde a 3ª fase há nove meses.

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Realizaremos a nossa pesquisa, com o intuito de buscar a formação

continuada e eventualmente contribuir com outros educadores que vêem as

histórias infantis como um instrumento para o desenvolvimento de seus alunos,

e observar como eles utilizam esse meio em sua prática educativa.

Queremos através de a nossa pesquisa observar os seguintes aspectos: 1ª- “O corpo docente da escola tem a convicção do papel educativo das

histórias nos maternais”.

2ª- “A categorização que aparece nos Contos de Fada possibilita de fato

a aprendizagem do público Infantil”.

3ª- “O ato de contar e recontar Histórias infantis no ambiente educativo

tem contribuído para o desenvolvimento infantil”.

Page 11: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

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Capítulo 1 A relevância das histórias infantis para o desenvolvimento da

criança do maternal: Breve Histórico

Segundo as autoras Marisa Lajolo e Regina Zilberman em sua obra

Literatura Infantil Brasileira, as primeiras obras publicadas visando ao público

infantil apareceram no mercado livreiro na primeira metade do século XVIII.

Antes disto, apenas durante o classicismo francês, no século XVII, foram

escritas histórias que vieram a ser englobadas como literatura também

apropriada à infância: as Fábulas, de La Fontaine, editadas entre 1668 e 1694,

As aventuras de Telêmaco, de Fénelon, lançadas postumamente, em 1717, e

os Contos da mamãe Gansa, cujo título original era Histórias ou narrativas do

tempo passado com moralidades, Charles Perrault publicou em 1697.

Perrault foi o primeiro escritor que literarizou uma produção até este

momento de natureza popular e circulação oral, sendo os contos de fadas a

principal literatura infantil. Além do sucesso dos contos de fadas deste autor

somou-se também as adaptações de Robinson Crusoé (1719), de Daniel

Defoe, e Viagens de Gulliver (1726) de Jonathan Swift, autores que

asseguraram a assiduidade de criação e consumo de obras.

No século XIX os irmãos Grimm, em 1812, editam a coleção de contos

de fadas que, dado êxito obtido, converte-se, de certo modo, em sinônimo de

literatura para crianças. Essas obras se definem como as que mais agradam o

publico infantil, por obter em suas principais linhas de ação em primeiro lugar, a

predilação por histórias fantásticas, modelo adotado por Hans Christian

Andersen, nos seus Contos (1833), Lewis Carrol, em Alice no país das

maravilhas (1863), Collodi, em Pinóquio (1883), e James Barrie, em Peter Pan

(1911), entre os mais célebres.

No Brasil em 1808, inicia-se a atividade editorial no Brasil, com a

implantação da Imprensa Régia, a partir disso começam a publicar livros para

as crianças: a tradução de As aventuras pasmosas do Barão de Munkausen e,

em 1818, a coleção de José Saturnino da Costa Pereira, Leitura para meninos,

neste período as publicações eram esporádicas e só em 1848, editaram

Page 12: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

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Aventuras do Barão de Munchhausen, agora com a chancela da Lammert, e,

portanto não se caracterizou uma produção literária regular para infância.

As primeiras obras foram traduzidas e adaptadas de várias histórias européias,

que circulavam, muitas vezes em edições portuguesas, que dificultava a leitura

das crianças brasileiras, pois não apresentavam sequer a cumplicidade do

idioma.

Nessa época o famoso Figueiredo Pimentel, cronista do jornal Gazeta de

Notícias, inaugura a coleção Biblioteca Infantil Quaresma que, ao longo dos

vários títulos, vai fazendo circular entre a infância brasileira, as velhas histórias

de Perrault, Grimm e Andersen. A partir de 1915 a editora Melhoramentos

inaugura sua Biblioteca Infantil que, soube a direção do educador Arnaldo de

Oliveira Barreto, publica como primeiro volume de sua coleção O patinho feio

de Andersen.

Como nós já mencionamos em nossa apresentação abordaremos aqui

as contribuições das histórias infantis para ampliação de repertório do

conhecimento de mundo das crianças.

Segundo as concepções brunerianas apresentada pela pesquisadora

Tizuko; Bruner (1986; 1996) valoriza as histórias infantis, do gênero contos de

fadas, por sua estrutura do tipo binário, de situações opostas, típicas do

processo de categorização. A narrativa como categorização exige discriminar

diferentes coisas como equivalentes, agrupar objetos, eventos e povos em

classes (Bruner; Goodnow; Austin, 1956, p.1).

Tizuko Kishimoto escreve em sua pesquisa sobre as

narrativas infantis binárias, que são aquelas que

destacam conceitos como bruxa boa e má, morar perto e

longe, caixa grande e pequena, que todas estas

concepções evidenciam a estrutura típica do pensamento

infantil, e elas que auxiliam no processo de categorização

que as crianças utilizam em situações cotidianas para

representar o mundo a sua volta (Educação e Pesquisa, São Paulo, v.33, n.3.p.427-444, set/dez. 2007).

Page 13: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

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Partindo deste pressuposto podemos afirmar então que as crianças

utilizam as situações vividas em cada história para tentar compreender o

mundo a sua volta. Os pequenos ainda não compreendem que isto está

acontecendo, mas nós os adultos podemos através da observação perceber a

utilidade prática que às histórias infantis podem trazer para os alunos dentro da

sala de aula, um exemplo claro disto seria: o desenvolvimento da oralidade e a

ampliação do conhecimento de mundo que a própria criança começa a

demonstrar através da fala e de suas ações.

Nós educadores então não podemos fechar os olhos diante de uma

prática tão importante e envolvente como o momento da contação de histórias.

Devemos utilizar este meio para tornar as aulas mais prazerosas e

significativas para os alunos no maternal, lembrando sempre que a busca e

utilização de práticas que respeitam a especificidade da criança sempre trarão

resultados positivos, contudo não podemos nos descuidar do momento em que

vamos escolher o volume a ser usado e também o modo como vamos

encaminhar a atividade, mas este é um dos assuntos que esta pesquisa estará

abordando em seu desenvolvimento.

A apreciação de Bruner pelos contos de fadas se dá justamente por

este processo de categorização que ele traz, pois a categorização possibilita a

aprendizagem, pois identifica objetos do mundo reduz a complexidade do

ambiente, mas requer motivos postos pelas crianças e estratégias para sua

finalização, isto quer dizer que o início de tudo partirá da própria criança.

Nesse momento o adulto servirá como um andaime para que essa

criança possa aprender sendo ela mesma a protogonizadora desse processo.

Desse modo à aprendizagem se dará por uma descoberta que depende

da criança e do apoio do adulto, esta então seria a concepção de

aprendizagem por descoberta elaborada por Jerome Seymour Bruner, mas

para isto alguns aspectos são imprescindíveis, como por exemplo, um espaço

que favoreça a iniciativa da criança, o protagonismo, a aprendizagem e

expressão do conhecimento.

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14Como Bruner a professora Fanny Abramovich formada pela USP também escreveu em seu livro

Literatura Infantil, gostosuras e bobices sobre a

importância dos contos de fada para a formação

de qualquer criança, pois ouvir muitas histórias

escutá-las é o inicio da aprendizagem para ser um

bom leitor, e segue afirmando ainda que ser leitor

é ter um caminho absolutamente infinito de

descoberta e compreensão do mundo

(ABRAMOVICH, 1997, p. 16).

Ler histórias então é um meio significativo para se trabalhar com as

crianças, porque elas estão carregadas de emoções como medo tristeza, raiva,

alegria, espanto, pavor, insegurança, tranqüilidade, saudade e lembranças

suscitando assim o imaginário de cada criança.

Portanto ao ouvir histórias à criança pode ter as suas curiosidades

respondidas e conseguir encontrar outras idéias para resolver questões (como

os personagens da história fizeram). É uma possibilidade imensa de descobrir

outros lugares, outros tempos, outra cultura...

A autora Vera Teixeira de Aguiar, em posfácio da coleção Era uma vez (contos de Grimm), edição para as crianças que também foi citada por

Fanny em seu livro Literatura Infantil gostosuras e bobices, também descreve

sobre a estrutura dos contos de fadas, ela afirma que este gênero é muito rico

para trabalhar com o público infantil, porque parte de um problema vinculado à

realidade (como estado de penúria, carência afetiva, conflitos) que desequilibra

a tranqüilidade inicial.

O desenvolvimento é uma busca de soluções para estes problemas, no

plano da fantasia, com a introdução de elementos mágicos (fadas, bruxas,

anões, duendes, gigantes, reis, princesas, rainhas, príncipes etc). A

restauração da ordem acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta

ao real. Os contos de fadas com esta estrutura fixa permitem aos autores, de

um lado aceitar o potencial imaginário infantil, de outro, transmitem à criança a

idéia de que ela não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia, sendo

necessário assumir o real no momento certo.

Page 15: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

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Os contos de fadas são tão ricos que têm se tornado fonte de estudo de

muitos profissionais nos dias de hoje, psicanalistas, sociólogos, antropólogos,

psicólogos, cada um vem dando a sua interpretação de maneira aprofundada

de acordo com o seu eixo de interesse. Entre eles aparece Bruno Bettelheim

que é um destes estudiosos.

Ele alerta sobre o equívoco enorme que podemos cometer no momento

que tentamos explicar para uma criança porque um conto de fada é tão

cativante para ela, isto pode destruir, acima de tudo o encantamento pela

história, e este encantamento só acontece pelo fato da criança não saber

absolutamente porque está maravilhada. “Se abrirmos o jogo e acabarmos

decodificando a história para criança, esta história então perderá o seu

potencial de ajudá-la a lutar sozinha e dominar exclusivamente por si só o

problema que fez a história estimulante para ela”.

Todas ou quaisquer interpretações adultas por mais corretas que sejam,

rouba da criança a possibilidade de sentir que ela mesma possa através de

repetidas audições e de pensar muito a respeito da história, ela consiga

enfrentar com êxito esta situação difícil, é muito importante para a criança.

Todos nós crescemos, encontramos sentido na vida e em nós mesmo,

por termos entendido ou resolvido problemas pessoais e não por eles nos

terem sido explicados por outras pessoas.

È fundamental para o desenvolvimento infantil que a criança descubra

sozinha como resolver problemas e descobrir-se como uma pessoa capaz de

conhecer e aprender, é imprescindível para a sua formação humana dentro de

uma sociedade cheia de desafios e problemas a serem resolvidos.

Segundo Bettelheim, educador e terapeuta de crianças gravemente

perturbadas, quanto mais tentamos entender a razão destas histórias (os

contos de fadas) terem tanto êxito no enriquecimento da vida interior da

criança, tanto mais podemos perceber que estes contos, num sentido bem

mais profundo do que os outros tipos de leitura começam onde a criança

realmente se encontra nos seu ser psicológico e emocional. Falam de suas

pressões internas graves de um modo que ela inconscientemente compreende

e sem menosprezar as lutas interiores mais sérias que o crescimento

pressupõe oferecem exemplos tanto de soluções temporárias quanto

permanentes para dificuldades prementes.

Page 16: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

16

Os contos de fada transmitem a criança de forma

múltipla: que uma luta contra dificuldades graves

na vida é inevitável é parte intrínseca da

existência humana, mas que se a pessoa não se

intimida mais se defronta de modo firme com as

opressões inesperadas e muitas vezes injustas,

ela dominará todos os obstáculos e, ao fim

emergirá vitoriosa. (BETTELHEIM, 1980, P.14)

Para ele os contos de fadas são enriquecedores e satisfatório

para as crianças, pois através dele pode se aprender mais sobre os problemas

interiores dos seres humanos e sobre as soluções corretas para os seus

problemas.

Desta forma os contos de fadas propõem desde bem cedo para criança

uma forma de ir se familiarizando com esta estrutura social na qual está

crescendo e se desenvolvendo, isto se este momento não for deturpado por um

adulto que vê a criança como um ser incapaz de entender por si só a narrativa

ao seu tempo.

Este alerta é muito importante para nós educadores refletirmos sobre

como estamos fazendo este momento de contação de histórias na sala de

aula? Será que temos roubado esta possibilidade apontada pelo psicanalista

Bruno Bettelheim, de deixar que as crianças por si só descubram o porquê do

encantamento pela história?

Se isto estiver acontecendo sabemos que precisamos nos auto-avaliar

para que no futuro essas crianças não venham se tornar pessoas dependentes

sempre de outros para saber o que fazer ou qual atitude tomar na vida diante

de seus problemas pessoais.

Page 17: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

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Capítulo 2

O que mais os contos de fadas podem trazer sobre a particularidade infantil

Neste trecho nós abordaremos sobre os assuntos que estão sendo

narrados em algumas histórias e a particularidade que existe entre estes

assuntos e universo infantil.

Medo, como um dos contos de Grimm traduzido por Ana Maria

Machado, “O homem que saiu em busca do medo” (está no volume

Chapeuzinho Vermelho e outros contos de Grimm). Este conto mostra a

história de um rapaz que quer aprender a se arrepiar e para isso ele enfrenta

monstros, fantasmas, mortos, mas não consegue se arrepiar... Depois das

mais tenebrosas e incansáveis tentativas ele descobre que só sente arrepios

se alguém lhe fizer cócegas..... (mostrando que o que pode provocar medo é

diferente para cada um, às vezes o que pode nos causar muito medo, nem faça

cócegas em outra pessoa).

Os medos estão presentes no nosso dia a dia, medo de escuro, medo

de injeção, medo de cachorro, lobisomem, de ladrão, de dentista, de vampiros,

de levar cascudo, de ser reprovado na escola. Temores reais ou imaginários,

relacionados à escola, temor dos mais fortes do grupo e do próprio ridículo...

Medos que todos convivemos e sentimos, uns numa intensidade outros

noutra, um de um jeito outro de outro, o importante é aprendermos a enfrentar,

a desviar, superar, a substituir, com os quais nós aprendemos a conviver e a

lidar durante a vida. Neste conto a muito que trabalhar com as crianças, ao

ouvi-las podemos identificar os seus medos e trabalhar com ela para que possa

aprender a se desviar dele ou substituí-lo por outro que possa lidar.

Page 18: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

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2.1 Grimm

Na Alemanha no séculoXVIII, foram os irmãos Grimm, – Jacob (1785-

1863) e Wilhelm (1786-1859) - lingüistas e folcloristas, por 13 anos

colecionaram histórias recolhidas da tradição oral, esperando caracterizar o

que havia de mais típico no espírito alemão.

Publicaram um primeiro volume em 1812, que continha o que

recolheram em Hessen, nos distritos de Meno e Kinzing, do condado de

Hanau, onde nasceram. O segundo volume foi concluído em 1814. A maior

parte das lendas do segundo volume foi-lhes contada pela senhora

Viedhmaennin, uma camponesa oriunda da aldeia de Niedezwehn, perto de

Kassel. Jacob era o mais intelectualizado dos irmãos, mas Wilhelm era quem

detinha o entusiasmo e inspiração da poesia; juntos chegaram a editar 210

histórias, a maior parte delas encontrada nos dois volumes originais. São deles

as estórias: Pele de Urso, A Bela e a Fera, A Gata Borralheira e João e Maria

(PAVONI, 1989).

2.2 Hans Christian ANDERSEN (1805-1875) de nacionalidade

dinamarquesa, seu pai era sapateiro e sua mãe lavadeira. Sua vida foi como

seus contos de fadas onde meninos e meninas pobres passam por horríveis

humilhações e, como por magia, chegam a experimentar situações

maravilhosas. Obteve fama pelo seu trabalho ainda em vida. O romantismo da

época, com seu entusiasmo pelas tradições e lendas populares, provocou a

aparição de amplo repertório de contos, onde o lirismo se alterna com o

grotesco, e o encanto oferece faces dramáticas. Pela emoção, fantasia e

lirismo de seus Contos, Andersen tem encantado várias gerações de crianças e

adultos.

Antes de escrever sobre o Amor decidimos colocar um pouco sobre a

biografia do autor do conto “O soldadinho de chumbo”, escrito por Andersen

extraído do livro Contos de Andersen. Rio de Janeiro, ed. Paz e Terra, p. 152,

que nos mostrará através de sua história cheia de fantasias a trajetória de um

Page 19: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

19

soldadinho apaixonado. A história conta que o soldadinho de brinquedo, com

seu fuzil ao ombro se apaixona por uma pequena, linda e delicada bailarina

que mora num belo castelo de papel (os dois juntos com os outros brinquedos

vivem em um canto da casa...). Depois de ter sido posto num barco de papel

pelos meninos, ter navegado quase se afogado, ter sido comido por um peixe,

volta para casa; é quando um dos garotos, num gesto, o joga na lareira, onde o

soldadinho se derrete olhando a suave bailarina que, num único passo, voa

também para dentro da fogueira... “O soldadinho então se derreteu,

transformando-se numa bolinha de chumbo, e quando, no dia seguinte, a

criada tirou as cinzas, viu que a bolinha tinha a forma de um coraçãozinho de

chumbo. Da bailarina só restava a lantejoula queimada, preta como carvão. “

Meio que fez queimar também o coração do leitor sentir que a morte do amado

pode levar ao suicídio a amada que, dessa relação de encantamento mútuo,

feita através de olhares, fica um símbolo forte e indestrutível: a marca do

sentimento.”(ABRAMOVICH,1997,p.126)

2.3 As dificuldades de ser criança:

A narrativa Peter Pan, escrita James Barrie, um escocês em 1904, nos

deixa uma mensagem muito bonita sobre o universo infantil sendo invadido

pelos anseios dos adultos, conta a história que Peter Pan ao nascer escuta os

seus pais conversando sobre como ele seria quando crescesse, neste

momento ele decide que não quer crescer e ser um adulto decide que quer ser

para sempre uma criança. Este momento da história nos faz refletir sobre o

E sobre o amor então, em todas as suas dimensões,

sofrimentos, descobertas, encantos, possibilidades,

entregas e plenitudes, iniciam e término... Quanto esses

contos de fadas nos revelam?... (ABRAMOVICH, 1997,

p.125).

Page 20: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

20

quanto às expectativas do adulto com relação à criança pode assustá-la ou até

mesmo afastá-la a ponto de recusar a idéia de um dia também se tornar um

adulto. È muito difícil viver a sombra das expectativas do outro e nunca poder

ser quem realmente quer ser. No conto também percebemos como Peter Pan se preocupa com que as

crianças acreditem no mundo da fantasia, ou seja, nas fadas, que elas não

percam a sua essência de imaginar que podem estar em outros lugares

quando ainda continua no mesmo lugar, é importante para as crianças

explorarem esse campo da imaginação, e com conseguirem enfrentar as

dificuldades que aparecerão durante a vida.

Acreditar em fadas, papai Noel, super-heróis é muito significante para os

pequenos, pois ter um aliado quando se enfrenta um problema é muito

gratificante, nós, nos sentimos mais fortes e encorajados.

Mesmo quando crescemos continuamos com a necessidade de acreditar

que existem forças superiores a nós que nos ajudam a resolver os nossos

problemas, então porque não deixar que as crianças façam também o uso

desta necessidade que é essencialmente humana.

2.4 Carência

A carência também é assunto que aprece em vários contos, porém me

prenderei a um da Andersen, que me comoveu muito ao ler, e também me fez

refletir sobre a injustiça social cruel, e desumana a qual algumas crianças

podem estar enfrentando cotidianamente.

O conto “A menina dos Fósforos” extraída dos contos de Andersen. 3.

ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, p.355. O conto fala de uma menina que

tremendo de frio, de fome, numa terrível e gélida noite de Ano Novo europeu,

vendo as luzes, a comida, às árvores alegres de Natal em todas as casas por

onde vai passando, a menina só tem uma caixa de fósforos para vender... E,

querendo ver melhor aquele mundo, querendo se aquecer mais vai acendendo

um a um de seus fósforos, e cada pequena chama a faz imaginar coisas

bonitas, boas, iluminadas, maravilhosas, até que recebe o abraço de uma avó,

Page 21: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

21

já morta, que a leva para as alturas, para junto de Deus, onde não há fome, frio

nem medo.

Esta narrativa nos faz pensar no que realmente uma criança precisa

para crescer de maneira digna e ser feliz, proteção, amor, comida, agasalho,

teto são fatores indispensáveis para que isto ocorra.

Podemos também utilizar esta narrativa para trabalharmos com as

nossas crianças as suas carências, as suas ansiedades, os seus direitos

enquanto cidadãos.

2.5 Autodescobertas Este é um assunto bem esposto na narrativa “O patinho Feio”, extraída

do livro de Contos de Andersen (que tem muito de autobiográfico). Rio de

Janeiro, Paz e Terra, p. 240. Nós podemos enxergar neste conto a busca pela

descoberta da própria identidade, o que é fundamental para o crescimento. O

conto narra à história de um patinho que desde seu nascimento foi maltratado,

ridicularizado, bicado (por outros patos e galinhas) por ser feio.... Rejeitado

pela mãe, pelos irmãos, foge e continua sendo martirizado e desprezado, por

sua feiúra, por todos que o encontra em sua triste e melancólica caminhada... E

foge cada vez mais assustado, nunca compreendido (inclusive pela velha com

quem mora um tempo). Fugindo de novo, atravessa um frio gélido e finalmente

se aproxima duma lagoa plácida, onde deslizam belos cisnes, que não só o

reconhecem de imediato, como um dos seus, e mais ainda o elegem o mais

belo e formoso dentre eles!

Contar esta história para as crianças é possibilitar o seu

desenvolvimento na busca da sua identidade, identificando as semelhanças e

diferenças entre as pessoas, mesmo que inconscientemente, fazendo

descobertas a respeito de si mesmas, como por exemplo, se ela se parece

mais com seu pai ou com sua mãe, se seus cabelos são da mesma cor que o

do seu pai, etc.

Page 22: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

22...O poder de se encontrar, se conhecer, depois

de ter sido o patinho feio, que só se percebe cisne

após descobrir sua identidade (o que significa

percorrer uma trajetória longa, difícil e muito

sofrida..) ai a belezura é total!!! É então que nos

sentimos capazes de enfrentar o dragão, o

gigante, o ogro, o monstro, ou o nome que tenha

no nosso dia a dia, enfim, aquele que pensamos

ser maior ou desconhecido, ou inatingível, ou

cercado de forças inabaláveis e poderosas...

(ABRAMOVICH, 1997, p.135)

2.6 Perdas e buscas

Os contos de fada também falam de perdas, buscas, abandonos, de

esquecimentos, de quem um dia foi significativo, marcante, mas que, por várias

razões (até mesmo a morte já não toca ou comove...). Andersen conta isso

linda, triste e poeticamente em “O pinheirinho”, uma bela árvore abandonada,

relegada, após ter vivido uma experiência inesquecível numa noite de natal, e

que a cada novo dia espera um novo momento belo e cálido, um novo

aconchego, uma nova audição de histórias emocionantes a sua volta, que

nunca acontecem... Ao ser levado para fora da casa, imagina um recomeço de

vida. Mas é cortado, transformado em lenha, e gemendo, gemendo... Vai sendo

queimado... (como permitimos que aconteça com nossos avós, nossos sábios,

nossos antigos ídolos) p.135,136 Abramovich Gostosuras e bobices.

Este conto nos dá a possibilidade de trabalharmos com as crianças as

mudanças de fases da vida aceitando uma nova etapa, as perdas, falando para

elas que isto faz parte do seu crescimento e desenvolvimento humano.

Page 23: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

23

2.7 Walt Disney

Walt Disney (1901-1966) foi um cineasta, produtor estadunidense de

desenhos animados e animador. Não criou nenhum conto, mas ficou conhecido

pelas releituras que fez dos contos de fadas, como a primeira: “Branca de neve

e os sete anões”, animação lançada nos cinemas, que na época (como nos

tempos atuais) era uma poderosa aliada midiática. As histórias eram facilmente

compreensíveis, refletindo os valores médios da tradição americana (COSTA e

BAGANHA, 1989).

Em sua adaptação dos contos de fadas clássicos, Segundo Costa e

Baganha (1989), os contos aparecem distorcidos de sua forma original. Muitas

adaptações subtraem passagens consideradas mais fortes, com o objetivo de

não assustar ou chocar as crianças, privando-as do conflito e posterior

resolução.

Assim como a Disney, estúdios como a Pixar, Dreamworks e Warner

Bros, têm ganhado merecido destaque por contribuir com outras histórias, mais

atuais, que se assemelham estruturalmente com os contos.

Page 24: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

24

Capítulo 3

Observação da prática com o contar das histórias infantis

Para realização desta pesquisa, contamos com a autorização da diretora

Solange Vieira Baganha, lotada na Escola Municipal Maternal Professora

Lázara Augusta Cárdia Sabatine, localizada na cidade de Barueri, no Jardim

Mutinga, rua Dom Feliciano, nº 49.

Esta Unidade Escolar iniciou o seu trabalho educativo no mês de agosto

de 2008, contando com apenas uma professora efetiva, três professoras de

apoio, duas assistentes efetivas e mais sete contratadas. Neste ano de 2009,

formou-se uma nova equipe com mais três professoras efetivas e onze

assistentes efetivas.

Nesta escola podemos observar que as educadoras fazem do momento

de contar história uma atividade diária. Todos os dias na roda da conversa é

dedicado um momento para a leitura de histórias infantis. Os alunos participam

efetivamente deste momento, pedindo para ver as imagens, acompanhando

oralmente quando a história já faz parte do seu repertório e também fazem uma

contextualização utilizando a sua própria vivência trazendo-a para dentro desse

momento, proporcionando assim a socialização.

Desta forma a equipe pedagógica da escola percebeu a contribuição

significativa que os contos de fadas trariam para as crianças, a partir desta

reflexão se reuniram e juntas elaboram o Projeto Contos de fadas, por meio de

pesquisas e discussões.

No inicio das pesquisas a equipe que elaborava o Projeto, ficou

surpresa quanto ao fato dos contos serem a princípio histórias para adultos,

ficaram impressionadas com as histórias verdadeiras. Só assim perceberam

que os contos que elas conheciam já haviam sido adaptados para o público

infantil. Houve resistência de algumas professoras de contar as versões

originais destes contos, devido à extensão, muitas acreditaram que o texto era

muito longo e faria com que os alunos se dispersassem e perdessem o

interesse durante a leitura. Então ficou estabelecido que durante a leitura

Page 25: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

25

fossem trabalhadas histórias menores e durante a contação poderia ser

trabalhada a versão original, deixando claro o preparo do contador,

O momento de contação é o mais propício, pois ele proporciona ao

contador o contato visual e maior interação com o público, sendo que este

momento se dá por meio de representação da história escolhida.

Foram trabalhadas mais de uma versão do mesmo conto, o que

proporcionou para as crianças a percepção de ausência de alguns

personagens, ou, o surgimento de outros.

3.1 Projetos da escola

As educadoras além de utilizarem o espaço da sala de aula, contam

também com o espaço Coala. Este espaço é garantido pelo Projeto Coala,

determinado pela Secretaria da Educação Municipal de Barueri, que visa além

da leitura na escola também a participação dos pais para efetivação deste

projeto.

O Projeto Coala objetiva fortalecer e evidenciar ações que já ocorrem no

ambiente escolar pertinentes à nutrição, estimulação a leitura e fomento do

vínculo afetivo entre mãe e filho.

A cada dia um aluno leva a pastinha para casa com um livro para leitura

e um caderno de registro, no qual o adulto responsável após a leitura realizará

o registro de como foi este momento. Este Projeto é permanente na rede desde

2003.

A escola também conta com o Projeto Contos de Fadas, elaborado pelas

professoras, Rosiane Ariane dos Santos, Veridiana Aparecida dos Santos,

Maria Cleide Favaro Santos, Adriana Lira da Silva e Wilma Menezes Barbosa

(sendo estas duas últimas professoras de apoio).

Page 26: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

26Através dos séculos (quando não do milênio)

durante os quais os contos de fadas, sendo

recontados, foram-se tornando cada vez mais

refinados, e passaram a transmitir ao mesmo

tempo significado manifesto e encobertos,

passaram a falar simultaneamente a todos os

níveis da personalidade humana, os contos de

fadas transmitem importantes mensagens à mente

consciente, em qualquer nível que esteja

funcionando no momento. (BETTELHEIM 1980,

p.14)

Este projeto foi desenvolvido pelas educadoras da instituição com o

propósito de auxiliar a criança em seu desenvolvimento, processo de

identificação e na construção de valores. Os contos de fadas encantam e

cativam até os dias de hoje, com suas histórias fantásticas e os personagens

bruxas, fadas, lobo mau, príncipes e tantos outros que de uma forma indireta,

as ensinam a enfrentar o medo, a valorizar a amizade, a desenvolver a

imaginação.

O conto de fadas: uma forma artística única,

enquanto diverte a criança, o conto de fadas a

esclarece sobre si mesma, e favorece o

desenvolvimento de sua personalidade. O

significado em tantos níveis diferentes enriquece a

existência da criança de tantos modos que

nenhum livro pode fazer justiça à multidão e

diversidade de contribuições que esses contos

dão à vida da criança. (BETTELHEIM 1980, p.20)

As educadoras envolvidas neste projeto trabalham um conto por

semana, elaborando algumas atividades semanais relacionadas à história.

Também são trabalhados durantes esses contos as áreas do conhecimento,

Page 27: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

27

como linguagem oral e escrita, formação pessoal e social, movimento, natureza

e sociedade, arte e matemática. Visando o desenvolvimento das habilidades

pré-determinadas, no planejamento semanal.

Conseguimos notar o desenvolvimento oral das crianças, a ampliação do

vocabulário, a prática de recontar a história para os outros, a autonomia na

escolha do conto preferido no momento da contação.

Em muitos momentos em que a professora trabalhava com um

determinado conto havia a insistência de algumas crianças para que se

contasse um dos contos trabalhados anteriormente, sendo necessária a

retomada do conto, já que entendemos que é necessário respeitar este

momento no qual a criança apresenta a necessidade de ouvir novamente a

mesma história a qual por algum motivo ela demonstra um interesse maior.

Durante estas observações ficou claro o trabalho com as

categorizações, por exemplo, quando a professora contou a história do “João e

o pé de feijão”, ela juntamente com os seus alunos começou a categorizar os

objetos através da maquete criada durante a semana do conto.

Na maquete aparecia o gigante que estava sendo representado por uma

garrafa pet grande e João por um rolinho de papel higiênico. Também houve a

elaboração de dois cartazes, aonde o contorno do corpo da criança

representava João, e o contorno do corpo da professora representava o

gigante.

Page 28: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

28

1- Maquete do Conto do João e o pé de Feijão.

2- Alunos brincando com a maquete. 3- Alunas dialogando como se

fossem os personagens.

4- Aluna colocando o João para subir no pé de feijão.

Page 29: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

29

É importante ressaltar que toda a maquete foi construída com materiais

recicláveis, as educadoras aproveitaram este momento para falar para os

alunos sobre a preservação do meio ambiente mostrando a eles que a

reciclagem é um importante passo para a preservação do meio ambiente.

5- Trabalhando com caracterizações (pequeno e grande).

Todo este processo ajudou os alunos a categorizar os objetos

pequenos em um grupo e os grandes em outro, entendendo assim a diferença

entre maior e menor e também a classificar as crianças num grupo de

pequenos e os adultos no dos grandes.

Também houve o momento de plantação de feijão, esse momento

proporcionou grandes descobertas já que as crianças questionavam:

- Tia vai ficar igual ao do João?

Então a professora disse:

-Não, os feijões do João eram mágicos!

Page 30: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

30

6- Plantação de feijão, atividade prática.

Houve muito interesse nesta atividade, com certeza o fato do conto ter

sido trabalhado anteriormente ajudou muito, a familiarização com a atividade.

Durante o projeto também foi trabalhado o conto “O patinho feio”,

buscando a interdisciplinaridade com o projeto “Eu faço parte deste mundo”

que tem como objetivo trabalhar a identidade.

7- Roda de conversa antes de iniciar o conto.

A professora iniciou com a roda de conversa questionando as crianças

sobre os animaizinhos que mais gostavam, perguntou também se eles

conheciam alguma história onde o personagem principal fosse um animalzinho,

essa pergunta gerou dúvidas, então foi necessária a intervenção da professora

que forneceu algumas dicas até que eles descobrissem a leitura da história do

dia.

Durante essa semana foram trabalhadas as duas versões da história “O

patinho feio” que eram bem semelhantes, porém em uma das versões aparecia

uma outra espécie de patos (patos selvagens). Isto gerou a curiosidade das

crianças quanto às diferenças entre uma espécie e a outra. Então a professora

aproveitou este momento para falar sobre as diferenças que existem entre as

pessoas.

Surgiu no decorrer da semana a necessidade de se trabalhar com

gênero, já que uma das crianças disse que pato não bota ovo, que quem bota

ovo é a mamãe, então outra criança se levantou e disse que não, que a mamãe

Page 31: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

31

não bota ovo, ela tem o bebê dentro da barriga. Então a educadora interviu

dizendo que realmente a mamãe não bota ovo, mas a mamãe pata sim.

Depois desta discussão a professora perguntou para os alunos quem é

que bota o ovo, o galo ou a galinha, a pata ou o pato...

Foi construída uma caixa surpresa com espelho, onde os alunos

deveriam observar sua imagem e responder as perguntas da professora sem

falar o nome do objeto que estavam vendo. A educadora então perguntou:

_ Você gosta de quem você está vendo?

_Tem olho? Quantos? Tem nariz? Tem boca? Tem orelha? Tem cabelo?

Qual o nome desta pessoa que você está vendo? Nesta dinâmica foram

trabalhadas as partes que compõe a cabeça (olhos, boca, nariz, olhos, cabelos,

ouvidos) e também o nome de cada criança, pois nesta atividade os alunos

estavam observando a si mesmos, e reconhecendo partes dos seus rostos.

8- Alunos desenhando as partes 9- Desenhos feitos pelos alunos

que compões a cabeça.

Os alunos elaboram vários trabalhos manuais durante este projeto,

atividades dirigidas e lúdicas, muitos desenhos foram produzidos por eles,

representando assim o desenvolvimento de várias habilidades demonstradas

durante estes momentos, a coordenação motora, a oralidade, a memorização,

a organização do pensamento, tudo isto nos podemos observar no decorrer

das atividades.

Page 32: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

32

Todos os alunos da 3ª Fase (três anos) fizeram massinha de modelar

caseira com gelatina, farinha de trigo, sal, óleo e água para a construção da

maquete do conto do patinho feio, além da massinha os alunos construíram

fantoches de palito de churrasco sem a ponta, dos personagens do conto e a

fantasia do patinho feio que foi construída com os seguintes materiais: papel

EVA, tecido, pena e cola colorida.

10- Preparação da massinha de modelar.

11- “Pondo a mão na massa”.

Page 33: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

33

12- Maquete feita com a massa de modelar 13- Fantoches de palitos

14- O faz-de-conta invade a sala de aula, “O patinho feio na maternal”.

Estas fotos ilustram o trabalho feito através da fantasia e da brincadeira

que é realizado na sala de aula, aonde os alunos podem representar os

personagens do conto através de fantasia e brinquedos construídos por eles

para serem colocados na maquete. Estas atividades nos fez enxergar que

trabalhar com os alunos desta fase, momentos como estes são importantes

para que os alunos se socializem e interajam entre si, construindo assim a sua

personalidade gradativamente de maneira espontânea, “brincando”.

Page 34: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

34

A aluna após o momento de contação do conto da Branca de Neve

reconta a história aos outros alunos, fazendo a leitura visual dos personagens

relembrando a história que a educadora acabara de narrar. Momento este

propício para o desenvolvimento da linguagem oral e o contato com a escrita

motivando os alunos a serem leitores desde bem pequeninos.

15- Aluna caracterizada de Branca de Neve reconta a história.

No término de cada semana, os alunos com o auxílio das professoras

preparam um prato relacionado ao conto, por exemplo, na semana em que as

professoras trabalharam com o conto A branca de neve e os setes anões, os

alunos preparam suco de maçã.

16- Maçã para o suco. 17- Preparando o suco.

Page 35: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

35

- 18- As educadoras auxiliando os alunos durante a atividade.

As educadoras apoiavam constantemente os alunos em todas as

atividades, como pode ser visto nas fotos, a relação entre professor e aluno é

ativa e muito produtiva todos trabalham com muito interesse e empenho

durante o projeto.

Na sala da 3ª fase B, foi feito pelas assistentes um tapete em trilha com

os personagens dos Contos de Fadas, que também tem o objetivo de contribuir

com o desenvolvimento do projeto, os alunos gostaram muito.

As educadoras da instituição almejam com este projeto ampliar o

repertório de histórias, despertar em cada criança a curiosidade sobre assuntos

da história trabalhada, proporcionar a formação da linguagem oral, a aquisição

de novos vocabulários, estimular o imaginário, a ordenação e organização do

pensamento por meio das seqüências narrativas, melhorar o convíveo do

grupo, organizar o espaço e os materiais (fantasias, máscaras, fantoches e

jogos), aprender valores importantes para o convíveo social e que vão de

encontro com a formação de hábitos de comportamento e desenvolver

comportamento leitor (manusear livros, identificar personagens e recontar

histórias por meio das imagens).

Page 36: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

36

3.2 O corpo docente e a sua convicção no trabalho com

Histórias

De acordo com o questionário realizado na escola, que se encontra nos

apêndices deste trabalho obtivemos as seguintes respostas:

As histórias infantis ajudam na formação do futuro leitor e na formação

pessoal do aluno. As professoras, as assistentes de maternal e a diretora da

escola, acreditam que os contos de fadas possibilitam integralmente a

aprendizagem das crianças.

Afirmaram também que o momento de contação de história pode

contribuir no desenvolvimento da oralidade, lúdico e afetivo do aluno.

No momento da escolha da história o professor estabelece relações com

a missão da escola.

As educadoras realizam a leitura antecipada do conto a ser trabalhado,

fazem uso dos recursos disponíveis para motivar o interesse e a participação

dos alunos. São utilizados, livros, fantoches, caixa de história, vídeos e CDs de

áudio.

Na seleção do livro são valorizados os seguintes aspectos:

_ Livros com muitas figuras, que prendam a atenção das crianças;

_ Livros com histórias curtas, para que as crianças não percam o interesse

durante a leitura, devido à idade.

Nesta escola, são realizadas reuniões pedagógicas semanais, na qual

são discutidos textos e projetos que estão sendo desenvolvidos na Unidade

Escolar, sendo solicitadas à opinião de todos os envolvidos no processo de

aprendizagem.

A maioria dos profissionais desta escola (professoras e assistentes de

maternal) está concluindo curso Superior de Pedagogia.

Elas também contam com curso de formação anual, proporcionado pela

Secretaria Municipal da Educação.

Neste ano de2009, as Assistentes de Maternal, participaram do CURSO

DE APERFEIÇOAMENTO PARA ASSISTENTE DE MATERNAL, onde tiveram

a oportunidade de aprender sobre o momento da contação de histórias em um

Page 37: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

37

de seus módulos e saber que por meio das histórias mantemos acesa a

imaginação infantil, livre de limitações. Com a magia das histórias concebemos

viagens, aventuras, conquistas, temores, fundamentais ao desenvolvimento

intelectual e emocional.

Page 38: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

38

Considerações finais

Com este trabalho tivemos um novo olhar para momento de contação de

histórias para as crianças do maternal, já sabíamos de maneira superficial que

as histórias poderiam contribuir para o enriquecimento da imaginação, porém

ficamos surpresas de saber que elas podem contribuir também para o

desenvolvimento pessoal e emocional de cada criança.

Estudando sobre o tema conhecemos as primeiras versões de alguns

contos, ficamos surpresas com a linguagem utilizada, pois até então só

conhecíamos as versões da Walt Disney com o feliz para sempre.

Estas primeiras versões tratavam-se de uma literatura direcionada para

adultos e com forte intenção moral. Em 1697 Charles Perrault publicou o livro,

os Contos da Mamãe Gansa, propagando assim a literatura infantil na

França,em 1812, os Irmãos Grimm editam a coleção de Contos de Fadas que

dado o sucesso obtido desses contos, converte-se de certo modo, em sinônimo

de literatura infantil. Foi a partir de então que se definiram com maior

segurança os tipos de livros que agradaria mais aos pequenos leitores.

Posteriormente o autor Hans Christian Andersen, que adotou um modelo de

histórias fantásticas nos seus Contos1833.

E mais uma obra de Jaimes Barrie, em Peter Pan, que aparece em 1911

como um dos contos mais célebres.

A experiência da pesquisadora Tizuko Morchida Kishimoto contribuiu

muito para a nossa pesquisa por que nos proporcionou embasamento teórico a

respeito das contribuições das histórias infantis binárias para o

desenvolvimento da criança, pois elas evidenciam estruturas típicas do

pensamento infantil.

No decorrer da nossa pesquisa também consultamos a obra Literatura

Infantil, Gostosuras e bobices, de Fanny Abramovich, durante a leitura

pudemos perceber que existem particularides entre a literatura infantil e o

universo da criança, e também a importância do trabalho com histórias para

formação de um leitor com um caminho absolutamente infinito de descoberta e

compreensão do mundo.

Page 39: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

39

Dentro dessa obra também contamos com a contribuição da escritora

Vera Teixeira de Aguiar, que escreve sobre a estrutura fixa dos contos que

colaboram para o desenvolvimento imaginário da criança, porém trabalha a

necessidade de assumir o real no momento certo.

Conseguimos compreender ainda mais o significado e a importância de

se trabalhar histórias, principalmente os contos, após a leitura do livro a

Psicanálise dos Contos de Fadas, de Bruno Bettelheim. Ele escreve sobre o que

cada conto pode inspirar na criança, seus medos e problemas, é claro que não

existe uma condição única, cada criança pode apresentar afinidade com uma

ou mais histórias e usa - las como meio para superar os problemas

encontrados no momento. Por isso a importância de resgatar o conto, quando

pedido por alguma criança, esse trabalho deve ser constante e é necessário

que os adultos envolvidos estejam atentos e valorizem esse momento para que

não haja problemas futuros.

Para ele os contos de fadas são enriquecedores e satisfatório para as

crianças, pois através dele pode se aprender mais sobre os problemas

interiores dos seres humanos e sobre as soluções corretas para os seus

problemas. Os contos enriquecem a vida interior da criança por que eles têm

um sentido bem mais profundo que os outros tipos de literatura, pois começam

onde a crianças realmente se encontra, no seu ser psicológico e emocional,

oferecem exemplos tantos de soluções temporárias quanto permanentes para

dificuldades urgentes.

Para a confirmação de nossas leituras fomos a campo, para um trabalho

de observação quanto ao trabalho com histórias. Constatamos que nesta

unidade escolar o corpo docente tem a convicção do papel educativo intrínseco

nas histórias infantis.

O pensamento típico da criança em categorizar as coisas também ficou

visível durante a observação e as histórias infantis apareceram como um

instrumento fundamental no trabalho das educadoras da instituição. Os contos

de fadas que foram trabalhados durante o projeto contribuem para a formação

de mentes narrativas e a categorização que aparece neles possibilita aos

alunos meios para aprender sobre o mundo a sua volta e assim ampliar o seu

conhecimento de mundo.

Page 40: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

40

O ato de contar e recontar histórias foi uma experiência fantástica, pois

os alunos da unidade após o momento de contação de histórias reproduziam

oralmente a narrativa e também as representavam. Assim fica clara a

contribuição que este momento traz para as crianças desenvolvendo nelas o

espírito cooperativo, a oralidade, e a organização do pensamento.

Page 41: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

41

Referências Bibliográficas

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil Gostosuras e Bobices – 5ª edição.

Editora: Scipione – 2002.

BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas – 8ª edição. Editora:

Paz e Terra – 1990.

LAJOLO, Marisa; ZILBERMAM, Regina. Literatura Infantil Brasileira Histórias e

Histórias – 4ª edição. Editora: Ática – 1988.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida, Narrativas infantis: um estudo de caso em uma

instituição infantil, São Paulo, Educação e Pesquisa, v.33, n.3, p. 427-444,

set./dez.2007.

Page 42: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

42

Obras consultadas

ABRAMOVICH, Fanny, As melhores histórias de Irmãos Grimm e Perrault, 1ª

edição, São Paulo, Nova Alexandria, 2004.

COSTA, Marta M, Metodologia do ensino da Literatura infantil, 20ª edição,

Curitiba, IBPEX, 2007.

REGO, Tereza C. VYGOTSKY UMA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL

DA EDUCAÇÃO, 14ª EDIÇÃO, Rio de Janeiro, 2002.

Page 43: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

43

Apêndices

Page 44: A historia infantil como um instrumento para desenvol crianca

44

A importância da literatura infantil na maternal

1) Qual a sua opinião sobre a importância das histórias infantis? a- ( ) As histórias infantis ajudam na formação do futuro leitor. b- ( ) As histórias infantis ajudam na formação pessoal do aluno. c)-( ) As histórias infantis não contribuem para o desenvolvimento da criança devido a faixa etária.

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A B C

2) Os contos de fadas possibilitam de fato a aprendizagem do público infantil? a- ( ) Sim, parcialmente b- ( ) Não contribui c- ( ) sim, integralmente

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A B CAlternativas

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A B C

3) Qual seu grau de formação? a-( ) Ensino médio ou técnico ( magistério) b-( ) Ensino superior incompleto c-( ) Ensino superior completo

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Pesquisa sobre a Importância da História Infantil

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A B CAlternativas

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A B C

4) No que o momento de contação de história pode contribuir para a criança? a-( ) No desenvolvimento da oralidade b-( ) No desenvolvimento da lúdico ( imaginação) c-( ) No desenvolvimento afetivo d-( ) Todas as alternativas estão corretas

Pesquisa sobre a Importância da História Infantil

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A B C DAlternativas

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A B C D

5) Antes do momento da contação como é realizada a escolha do livro? a-( ) Livros com histórias extensas ( longas) b-( ) Livros com muitas figuras, que prendam a atenção das crianças. c-( ) Livros com histórias curtas

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A B CAlternativas

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A B C

6) No momento das histórias, quais recursos utilizados? a-( ) Livro b-( ) Fantoches, caixa de histórias c-( ) Vídeos e cd de áudio

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A B C

7) No momento da escolha da história quais são os critérios estabelecidos pelo educador. a-( ) Somente pela preocupação de cumprir com o planejamento b-( ) Para trabalhar aspectos vinculados com a Missão da escola c-( ) Contar só para distrair

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A B C

8) Quando são realizadas as reuniões pedagógicas na U.E.? a-( ) Semanalmente b-( ) Quinzenalmente c-( ) Mensalmente

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A B C

9) Nos momentos de reuniões pedagógicas há formação continuada para a equipe? a-( ) Não, são discutidos apenas os problemas da escola b-( ) Sim, são discutidos textos e projetos que estão sendo desenvolvidos na U.E. c-( ) O tempo é utilizado somente para o aspecto burocrático, preenchimento de documentos

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A B C

10) Existem projetos relacionados a leitura na U.E? Quais? a-( ) Sim b-( ) Não c-( ) Em processo de elaboração

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A B C

11) Para o momento de contação de histórias, como é realizada a preparação? a-( ) Leitura antecipada b-( ) Escolha da história sem preparação antecipada c-( ) Leitura antecipada e programação para o desenvolvimento da atividade

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Pesquisa sobre a Importância da História Infantil

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Índice de fotos

1- Maquete do João o pé de feijão....................................................28

2- Alunos brincando com a maquete.................................................28

3- Alunas dialogando, como se fossem os personagens..................28

4- Aluna colocando o João para subir no pé de feijão.......................28

5- Trabalho com caracterizações (pequeno e grande).......................29

6- Plantação de feijão, atividade prática.............................................29

7- Roda de conversa antes de iniciar o conto.....................................30

8- Alunos desenhando as partes que compõe a cabeça.....................31

9- Desenhos feitos pelos alunos...........................................................31

10- Preparação da massinha de modelar...............................................32

11- “Pondo a mão na massa”..................................................................32.

12- Maquete feita com a massa de modelar............................................33

13- Fantoches de palitos..........................................................................33

14- O faz-de-conta invade a sala de aula, “O patinho feio na maternal”.33

15- Aluna caracterizada de Branca de Neve reconta a história.................34

16- Maçã para o suco.................................................................................34

17- Preparando o suco.................................................................................34

18- As educadoras auxiliando os alunos durante a atividade......................35

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