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A GESTÃO DE RISCOS INSERIDA NO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Fernanda Cagnin (UNIMEP) [email protected] Maria Celia de Oliveira (UNIMEP) [email protected] Maria Rita Pontes Assumpcao (UNIMEP) [email protected] A globalização do mercado trouxe mudanças importantes no ambiente de negócios. Estas mudanças impulsionam o aumento dos requisitos dos clientes e trazem a necessidade de adoção de novas práticas para a melhoria da competividade nas organizações. A Gestão de Riscos, um assunto pouco abordado entre os pesquisadores, mostra uma nova abordagem na evolução da história da qualidade. Este artigo apresenta uma pesquisa bibliográfica sobre Gestão de Riscos, considerando sua inserção no Sistema de Gestão da Qualidade. Os resultados desta pesquisa indicam que a maior parte das publicações amostradas refere-se à Qualidade e às normas de série ISO e que a disseminação da Gestão de Riscos está em ascensão na literatura Palavras-chave: Gestão de Riscos; Sistema de Gestão; Qualidade; ISO 9001. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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A GESTÃO DE RISCOS INSERIDA NO

SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

Fernanda Cagnin (UNIMEP)

[email protected]

Maria Celia de Oliveira (UNIMEP)

[email protected]

Maria Rita Pontes Assumpcao (UNIMEP)

[email protected]

A globalização do mercado trouxe mudanças importantes no ambiente

de negócios. Estas mudanças impulsionam o aumento dos requisitos

dos clientes e trazem a necessidade de adoção de novas práticas para a

melhoria da competividade nas organizações. A Gestão de Riscos, um

assunto pouco abordado entre os pesquisadores, mostra uma nova

abordagem na evolução da história da qualidade. Este artigo

apresenta uma pesquisa bibliográfica sobre Gestão de Riscos,

considerando sua inserção no Sistema de Gestão da Qualidade. Os

resultados desta pesquisa indicam que a maior parte das publicações

amostradas refere-se à Qualidade e às normas de série ISO e que a

disseminação da Gestão de Riscos está em ascensão na literatura

Palavras-chave: Gestão de Riscos; Sistema de Gestão; Qualidade; ISO

9001.

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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1. Introdução

As crises econômicas e a globalização do mercado contribuíram para importantes mudanças

no ambiente de negócio (BOWEN et al, 2014).

Estas mudanças impulsionaram um aumento aos requisitos dos clientes, com relação à

qualidade, custo e flexibilidade no atendimento às demandas. Para suportar o aumentos a estas

necessidades as práticas do lean manufacturing são adotadas para contribuir com a redução de

desperdícios, melhoria contínua e competitividade da cadeia de suprimentos (PACIAROTTI

et al, 2014).

Neste cenário destacam-se também os esforços das empresas para garantia da qualidade da

qualidade dos produtos e nos processos. A imagem de uma empresa está diretamente

relacionada com a qualidade do produto e do serviço que ela fornece (JURAN, 1990).

A história da qualidade pode ser apresentada em quatro fases: (i) inspeção da qualidade, (ii)

controle da qualidade, (iii) garantia da qualidade e (iv) gestão da qualidade (SRINIVASU et

al, 2010).

Na era da gestão da qualidade, as empresas aderiram à utilização das normas de sistema de

gestão, séries ISO 9000, objetivando a padronização de práticas em seus processos para

atender de maneira sistemática, as necessidades dos clientes (ILKAY et al, 2012).

Atualmente, a norma ISO 9001 está em um processo de atualização que resultará em sua

versão 2015 (ISO TC 176, 2014). Conforme informações divulgadas pela ABNT (Associação

Brasileira de Normas Técnicas), a principal modificação da ISO 9001 está associada à

inserção da gestão de riscos no sistema de gestão da qualidade (NASCIMENTO, 2013).

A Gestão de Riscos, de acordo com a norma ABNT NBR ISO 31000 (2009), consiste em

atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que se refere a riscos.

Cabe a organização identificar seus riscos e definir ações para o gerenciamento dos mesmos

(ABNT NBR ISO 31000, 2009).

O pensamento baseado em Gestão de Riscos, “Risk-Based Thinking”, como divulgado pela

ISO, tem como objetivo melhorar a satisfação do cliente, garantir a qualidade dos produtos e

serviços e estabelecer uma cultura pró ativa de prevenção e melhoria (ISO TC 176, 2014).

Diante dessa nova problemática para gestão da qualidade, essa pesquisa é norteada pela

questão: “Como incorporar a gestão de riscos nos sistemas de qualidade?”.

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Assim objetivo deste estudo é apresentar resultados de uma pesquisa bibliográfica sobre a

Gestão de Riscos considerando sua inserção no Sistema de Gestão da Qualidade. O artigo está

organizado da seguinte forma: Secção 1 – Introdução; Secção 2 – Procedimentos

Metodológicos para o estudo; Secção 3 – Desenvolvimento da Pesquisa Bibliográfica; Secção

4 – Gestão de Riscos inserida no Sistema de Gestão da Qualidade; Secção 5 – Conclusões.

2. Procedimentos Metodológicos

Este estudo é caracterizado como uma pesquisa bibliográfica por ser baseado em material já

publicado: publicações em periódicos/artigos científicos, boletins, monografias e testes. O

objetivo é colocar o pesquisador em contato com o material escrito sobre o assunto de

pesquisa (PRODANOV et al, 2013 ). A Figura 1 apresenta as etapas para o desenvolvimento

deste estudo e logo em seguida o detalhamento de cada uma delas.

Figura 1 – Etapas do Procedimento Metodológico.

Etapa 1 – Escolha do tema: consiste na definição do tema objeto da pesquisa bibliográfica e

sua importância.

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Etapa 2 – Levantamento bibliográfico preliminar: busca preliminar de referenciais sobre o

tema escolhido com o objetivo de avaliar se o assunto já foi abordado na literatura em algum

momento.

Etapa 3 – Formulação do problema: definição do problema da pesquisa.

Etapa 4 – Busca de fontes e leitura: realização da busca de referenciais por meios de consulta,

definição dos critérios de busca e leitura dos dados obtidos.

Etapa 5 – Fichamento do material: tabulação dos dados encontrados na Etapa 4, estratificação

e análise dos dados.

Etapa 6 – Redação do texto: síntese do conteúdo encontrado na literatura relacionado ao tema

do estudo. Esta Redação estará presente na Secção 4 deste estudo.

Etapa 7 – Conclusão e discussão dos resultados: apresentação das discussões e resultados

obtidos após a pesquisa bibliográfica, apresentação na Secção 5 deste estudo.

3. Desenvolvimento da Pesquisa Bibliográfica

O desenvolvimento do estudo ocorreu conforme Figura 1 definido na secção 2. O

detalhamento de cada etapa será apresentado nesta secção.

3.1. Escolha do Tema

A primeira etapa do estudo consiste na escolha do tema objeto da pesquisa bibliográfica. O

tema para a pesquisa bibliográfica foi definido em função do processo de atualização da

norma ISO 9001 – Sistema de Gestão de Qualidade para a versão 2015, a qual incluirá em sua

nova versão a Gestão de Riscos como um dos requisitos normativos. O tema é importante,

pois com a nova versão da norma as organizações deverão adequar suas atividades para

atendimento ao requisito de Gestão de Riscos.

3.2. Levantamento Bibliográfico Preliminar

Para a condução da segunda etapa do estudo, conforme Figura 1, realizou-se um levantamento

bibliográfico preliminar com o objetivo de avaliar o nível de discussão presente na literatura

sobre o tema da pesquisa.

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Durante esta etapa pode-se observar uma ampla abordagem sobre o assunto Qualidade. Já

para Gestão de Riscos observou-se uma abordagem generalizada, não sendo específica para o

Sistema de Gestão da Qualidade.

Com este levantamento bibliográfico preliminar concluiu-se que seria possível iniciar a

pesquisa bibliográfica em função de materiais publicados para suporte do desenvolvimento do

estudo.

3.3. Formulação do Problema

O problema base deste estudo consiste em avaliar se a Gestão de Riscos já está disseminada

no Sistema de Gestão da Qualidade. Em função de ser um novo requisito normativo na versão

2015 da ISO 9001, este tema pode não estar considerado ainda.

3.4. Busca de fontes e leitura

Durante o desenvolvimento da etapa 4 do estudo, a pesquisa bibliográfica foi iniciada e

realizada por meio da utilização de sites de periódicos, dentre eles:

http://www.periodicos.capes.gov.br/; http://www.sciencedirect.com/;

http://www.emeraldinsight.com/.

Foram consultados também referenciais normativos divulgados pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT) por meio do site: http://www.abnt.org.br/, publicações em livros e

informações disponibilizadas pela http://www.iso.org/iso/home.html referentes à ISO

(International Organization for Standardization).

Ainda nesta etapa foram definidos os critérios para realização da busca, sendo eles:

a. Palavras Chave e Assuntos;

b. Períodos de Publicação: menor ou igual a 5 anos (ano de referência: 2014). Em alguns

casos, como o conteúdo normativo os quais estão vigentes e publicações de livros por

autores reconhecidos no assunto foi aceito um período maior que 5 anos.

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3.5. Fichamento do material

Na etapa 5 do estudo ocorreu a tabulação dos dados encontrados , estratificação e análise dos

resultados.

Para a tabulação dos referenciais encontrados na busca à literatura elaborou-se um

mapeamento em formato de planilha em Excel, contemplando os campos conforme

apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 – Mapeamento do Referencial Bibliográfico

A tabulação do referencial bibliográfico foi base para a estratificação e análise dos dados. A

estratificação foi agrupada em 3 categorias: (a) Palavras Chave e Assunto; (b) Período de

Publicação; (c) País de Publicação, conforme apresentado na sequência.

a) Palavras chave e assuntos:

A estratificação por palavras chave/assuntos é mostrada na Figura 2.

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Figura 2 – Pesquisa – palavras chave e assunto.

Observa-se que a maior parte do referencial encontrado está associada a ISO 9000, Qualidade

e consequentemente Risco. Na categoria Risco, foram encontrados referenciais sobre sua

abordagem no gerenciamento de projetos, cadeia de suprimentos, setor financeiro, não apenas

no Sistema de Gestão Qualidade.

b) Período de publicação:

Dentre um dos critérios de busca do referencial teórico, o período de publicação foi um deles.

A busca iniciou por referenciais publicados nos últimos 5 anos (ano de referência: 2014).

Exceções foram aceitas em função de documentos normativos vigentes e livros publicados

por autores considerados como referência no assunto. Na Figura 3 é apresentado o resultado

da pesquisa realizada.

Figura 3– Período da publicação.

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Pode-se notar um crescimento no número de publicações entre os anos de 2009 a 2014.

c) Países de publicação das pesquisas:

Foi analisado também o país referente às publicações encontradas na pesquisa bibliográfica.

Figura 4 – Países de publicação.

Observa-se um destaque para as publicações realizadas no Brasil, porém cabe ressaltar que 5

destas publicações incluem os referenciais normativos, ou seja, as normas de série ISO, as

quais são publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

4. Gestão de Riscos inserida no Sistema de Gestão da Qualidade

Nesta secção será apresentada uma síntese do conteúdo encontrado na literatura referente ao

tema de estudo.

4.1. Sistema de Gestão da Qualidade

Gestão da Qualidade refere-se ao processo de identificação e administração das atividades

com o objetivo de atender os objetivos de qualidade da organização. O principal objetivo da

gestão da qualidade é obter a competitividade por meio da melhoria do desempenho de

qualidade (LEONG et al, 2012).

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Priede (2012) defende que o Sistema de Gestão da Qualidade é uma das ferramentas mais

efetivas para que as companhias possam aumentar sua competitividade. Esta característica do

Sistema de Gestão foi disseminada pelos gurus de qualidade, Deming e Juran. Estes autores

impulsionaram seus estudos e implementações de práticas da gestão da qualidade nas

organizações pós II Guerra Mundial em suas aplicações na indústria japonesa.

O Sistema da Qualidade pode ser definido como “uma interdependência de processos que

trabalhando em harmonia, utiliza-se de vários recursos para atender os objetivos relacionados

com a qualidade” (LEONG et al, 2012).

Desde a introdução das séries ISO 9000 em 1987, International Organization for

Standardization, as normas de gestão da qualidade são aplicadas em diferentes tipos de

organizações e produtos (NABAVI et al, 2014). Podem ser aplicadas para organizações de

manufatura ou serviço, segmento privado ou público (ILKAY et al, 2012).

Dentre as normas da série ISO, a ISO 9001 que atualmente está em sua versão 9008,

especifica os requisitos para um sistema de gestão da qualidade. A organização busca

aumentar a satisfação do cliente por meio de aplicação de um sistema eficaz; demonstrando

sua capacidade para fornecer produtos e serviços que atendem os requisitos (ABNT NBR ISO

9001, 2008).

4.2. Gestão de Riscos

O gerenciamento de riscos, assim como o gerenciamento da qualidade, foi criado como um

resultado da política, economia, eventos tecnológicos e científicos do século XX

(KARKOSZKA, 2013).

Segundo a ABNT NBR ISO 31000 (2009) o risco pode resultado de:

Efeito de incerteza nos objetivos;

Desvio em relação ao esperado – positivo e/ou negativo.

Ainda segundo esta norma, o risco é muitas vezes expresso em termos de uma combinação de

consequências de um evento (incluindo mudanças nas circunstâncias) e a probabilidade de

ocorrência associada.

O risco também é definido como um evento indesejado que pode ocorrer em um determinado

tempo com consequências indesejadas (QADEER et al, 2014).

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A abordagem baseada em riscos é utilizada em diferentes processos da empresa e aplicada

para priorização de diferentes tipos de ações (UJJWAL et al, 2012).

Na cadeia de suprimentos, por exemplo, o gerenciamento de riscos é definido como:

coordenação ou colaboração entre os parceiros da cadeia para assegurar a rentabilidade e a

continuidade dos negócios (TANG e NURMAYA MUSA, 2011). A principal particularidade

do gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos é o fato deste gerenciamento ser

coordenado entre organizações, ou seja, a identificação e redução de riscos é responsabilidade

de uma única organização, mas sim presente em toda a cadeia de fornecimento (THUN et al,

2009).

No gerenciamento de projetos, também é possível evidenciar a necessidade de identificação e

tratativa de riscos (FERREIRA et al, 2014). No decorrer dos anos, observa-se um crescimento

na necessidade de incluir metodologias para gerenciamento de riscos em projetos, programas

e portfólios (SANCHEZ et al, 2009).

Segundo Sanchez et al (2009), o gerenciamento de riscos aplicado para projetos envolve a

análise dos objetivos do projeto com as interações das variáveis dos projetos.

No processo de gestão de manutenção, a análise de risco considera falhas tomando por base

dois elementos que constituem o risco: a probabilidade da falha ou a consequência da falha

(UJJWAL et al, 2012).

Wu (2012) considera o gerenciamento de riscos em classificação por ele proposta. O risco não

restringe ao risco de mercado, mas também ao risco de crédito, operacional e risco de liquidez

(WU, 2012).

4.3. Gestão de Riscos como um requisito normativo na ISO 9001:2015

Conforme informações divulgadas pela própria ISO, a principal modificação da ISO 9001 está

associada à inserção da gestão de riscos no sistema de gestão da qualidade. Na versão 2008,

vigente, existe uma cláusula separada para ações preventivas. Com a atualização da norma, o

gerenciamento de riscos será difundido por toda a norma e a cláusula de ações preventivas

será eliminada (ISO TC 176, 2014).

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O requisito da nova versão da norma tem como objetivo estabelecer uma abordagem

direcionada a riscos nos processos organizacionais. Esta abordagem é estruturada da seguinte

forma (ISO TC 176, 2014):

Identificação de quais riscos e oportunidades de origem interna e externas existentes

para a organização, de acordo com seu contexto;

Análise e priorização dos riscos e oportunidades na organização identificados;

Plano de ação definidos para riscos e oportunidades identificados;

Implementação do plano de ação;

Verificação da eficácia das ações;

Aprendizado com a experiência.

5. Conclusão

Conforme o objetivo do estudo em apresentar resultados de uma pesquisa bibliográfica sobre

a Gestão de Riscos considerando sua inserção no Sistema de Gestão da Qualidade, pode-se

concluir que:

Maior parte das publicações amostradas refere-se à Qualidade e as normas de série

ISO e que a disseminação da Gestão de Riscos está em ascensão na literatura;

As publicações encontradas sobre Riscos apresentam uma abordagem genérica, ou

seja, consistem na definição de Riscos e não estão totalmente relacionadas ao Sistema

de Gestão da Qualidade, porém podem ser utilizadas como base para desenvolvimento

dos estudos;

Foi possível encontrar publicações recentes, em sua maior parte inseridas em um

período inferior a cinco anos;

Com relação aos países das publicações com exceção do Brasil, observa-se que para

outros países não existe um destaque específico em publicações sobre os temas da

pesquisa.

Como oportunidades para trabalhos futuros poderia ser realizada uma pesquisa bibliográfica

para avaliar o nível de utilização de ferramentas para a Gestão de Riscos.

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