a gestão de projetos industriais baseada em analise de custos

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A Gestão de Projetos Industriais Baseada em Análise de Custos* Guilherme Ary Plonski Professor assistente-doutor do Departamento de Engenharia de Produção da EPUSP e do Departamento de Administração da FEAUSP. Henrique Silveira de Almeida Professor assistente-doutor do Departamento de Engenharia de Produção da EPUSP e Diretor-Superintendente do IPT. Ricardo Bemardini George Cury Mestre em Engineering Economic Systems pela Stanford University; Diretor da Bemardini SI A Indústria e Comércio. palavras-chave: Gerência do projeto, custos industriais, indústria do cimento Key words: Project management, industrial accounting, cement industry RESUMO: O trabalho propõe uma técnica de gestão de empredimentos baseada em análise de custos. Ela permite racionalizar a utilização de recursos naturais, entre os quais a energia, em unidades industriais de processo. A metodologia consiste na identificação e quantificação da influência de fatores oriundos de decisões pré-operacionais e operacionais sobre os custos de propriedade e instalação. Como ilustração é apresentado o caso da indústria de cimento no Brasil. Conclui-se pela relevância das decisões pré-operacionais para a minimização do custo de uma unidade industrial de processo. ABSTRACT: This paper presents an enterprize management technic based in cost analysis. It allows the rational use of natural resources utilized in industrialprocess units, highlighting the ational use of energy among others. The methodological approach ofthis work consists in identify the influence of parameters defined by preoperating decisions on the enterpize' s proprietary and installation costs. As example, the Brazilian cement industry case is related. The case study conforms the importance ofthe pre-operating decisions as a relevant factor in minimizing the cost of a industrial process unit. Rec. 06/90 Rev. 09/90 Apr. 10/90 * Este trabalho foi apresentado no III Congresso Pan-Americano de Engenharia Econômica e de Custos PRODUÇÃO - Rio de Janeiro - VaI. 1 - NQ 2 - março 1991 - p.p. 73, 86

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Gestão de Projetos

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  • A Gesto de Projetos Industriais Baseada em Anlise de Custos*

    Guilherme Ary Plonski Professor assistente-doutor do Departamento de Engenharia de Produo da EPUSP e do Departamento de Administrao da FEAUSP.

    Henrique Silveira de Almeida Professor assistente-doutor do Departamento de Engenharia de Produo da EPUSP e Diretor-Superintendente do IPT.

    Ricardo Bemardini George Cury Mestre em Engineering Economic Systems pela Stanford University; Diretor da Bemardini SI A Indstria e Comrcio.

    palavras-chave: Gerncia do projeto, custos industriais, indstria do cimento

    Key words: Project management, industrial accounting, cement industry

    RESUMO:

    O trabalho prope uma tcnica de gesto de empredimentos baseada em anlise de custos. Ela permite racionalizar a utilizao de recursos naturais, entre os quais a energia, em unidades industriais de processo. A metodologia consiste na identificao e quantificao da influncia de fatores oriundos de decises pr-operacionais e operacionais sobre os custos de propriedade e instalao. Como ilustrao apresentado o caso da indstria de cimento no Brasil. Conclui-se pela relevncia das decises pr-operacionais para a minimizao do custo de uma unidade industrial de processo.

    ABSTRACT:

    This paper presents an enterprize management technic based in cost analysis. It allows the rational use of natural resources utilized in industrialprocess units, highlighting the ational use of energy among others. The methodological approach ofthis work consists in identify the influence of parameters defined by preoperating decisions on the enterpize' s proprietary and installation costs. As example, the Brazilian cement industry case is related. The case study conforms the importance ofthe pre-operating decisions as a relevant factor in minimizing the cost of a industrial process unit.

    Rec. 06/90 Rev. 09/90 Apr. 10/90

    * Este trabalho foi apresentado no III Congresso Pan-Americano de Engenharia Econmica e de Custos

    PRODUO - Rio de Janeiro - VaI. 1 - NQ 2 - maro 1991 - p.p. 73, 86

  • PRODUO

    Introduo

    A conscientizao de que os recursos naturais da Terra tm carter finito vem sendo objeto de preocupao crescente em todos os nveis: individual, empresaria, governamen-tal e de entidades supranacionais. A de-pendncia que a civilizao contempornea criou para com a energia faz com que adiar o esgotamento das fontes energticas no-renovveis adquira relevncia mpar.

    A economia de energia na indstria obti-da atravs de dois processos complementares:

    - desenvolvimento tecnolgico de processos de produo e equipamentos; e,

    - desenvolvimento de tcnicas de gesto de empreendimentos.

    Prope-se a seguir uma tcnica de gesto de empreendimentos, baseada em anlise de

    custos, que permite, entre outras contribui-es, obter economia no consumo de energia na indstria. Embora o estudo aqui desen-volvido tenha carter geral, contempla um caso concreto de aplicao: a indstria de cimento no Brasil.

    Em indstrias de processo a energia con-sumida significativa em termos absolutos, e representa adicionalmente parcela substan-cial do custo total do produto.

    Este trabalho apresenta uma metodologia para identificar e quantificar a influncia dos principais fatores, oriundos de decises pr-operacionais e operacionais, sobre os custos de propriedade e operao de unidades in-dustriais.

    Embora repouse sobre os conceitos bsi-cos de custo, a abordagem utilizada hetero-doxa (Quadro 1).

    ~ CA TEGORJA DE PROPRIEDADE OPERAO DE DECISAO Pr- operacional Tradicional Heterodo'i(la

    Operacional -

    Tradicional

    Quadro 1: Abordagem de Custo Industrial.

    A boa gesto de custos da empresa de-pende da qualidade das decises tomadas nas diversas fases por que passa o empreendi-mento. Assim, se uma sensvel parcela do custo total do produto (p.e., na indstria do cimento no Brasil, 80%) for consequncia de decises pr-operacionais, ser sobre a parcela restante de 20% que a gesto opera-cional agir, tornando, muitas vezes, estes

    74

    esforos pouco eficazes ou incuos. Assim, se a tima gesto for 30% melhor que a pss.ima, a variao do custo total do produto final ser de 6%.

    Finalmente, convm ressaltar que a utili-zao extensiva da metodologia proposta gerar significativo benefcio agregado, em termos macroeconmicos.

  • Conceitos Bsicos Sobre Custo Industrial

    CUSTO COMO INSTRUMENTO PARA GESTO EMPRESARIAL

    A gesto empresarial eficaz e eficiente de-pende de um fluxo de informaes que seja capaz de responder a perguntas do tipo:

    1) Qual o melhor processo de produo?

    Esta uma pergunta tpica da fase de projeto do empreendimento e est voltada maximizao da eficcia; no caso da indstria de cimento, tem-se como alternativa de processo a via seca ou a via mida.

    2) No processo de produo escolhido, quais os componentes de maior eficincia?

    Esta pergunta tambm tpica da fase de projeto do empreendimento, porm, at h poucos anos, no era considerada no Brasil, visto que as contrataes obedeciam ao esquema "turn-key"; no caso da indstria do cimento, o empreendedor - tendo optado pelo processo de via seca - tem as seguintes alter-nativas: fomo curto com pr-calcinador, forno Lepol, fomo convencional, fomo curto com pr-aquecedor ou fomo vertical.

    3) Quais as repercusses do custo de implan-tao sobre os custos de operao?

    Esta uma pergunta tpica da fase de im-plantao de um empreendimento; apesar de fugir ao setor industrial que ilustra o presente trabalho, merece citao o recente caso da implantao de uma unidade produtora de celulose no Projeto Jari, na Amaznia, a qual veio completamente montada do Japo por via martima.

    Na indstria do cimento os exemplos no so to espetaculares, mas, por analogia,

    75

    PRODUO

    poder-se-ia viabilizar um projeto cuja implan-tao possua tambm caractersticas no usuais.

    4) Quais os resultados operacionais e suas tendncias? Os resultados esto de acordo com os planejados? Em que reas devem ser concentrados os esforos para a obteno de melhoria?

    Estas perguntas so tpicas da fase de op-erao de um empreendimento. Por exemplo, mesmo sendo o leo combustvel um nsumo caro na indstria do cimento, caso a empresa esteja operando dentro dos coeficientes tcni-cos aceitveis, dever dar prioridade racion-alizao de outros itens.

    A anlise de custo um parmetro rele-vante para resposta a questes como as acima formuladas.

    CUSTO DE FABRICAO TRADICIONAL E TOTAL

    Na prtica, o termo "custo" no utilizado isoladamente, sendo sempre qualificado em funo de seu objetivo. Assim, usa-se expres-ses do tipo: custo direto, custo fixo, custo padro, custo de oportunidade.

    O custo industrial, tambm conhecido como custo de fabricao, apresenta em sua forma tradicional os seguintes componentes:

    c custo direto de fabricao: varivel e fixo; e,

    - custo indireto de fabricao.

    Este conceito considerado tradicional, uma vez que no inclui uma parcela referente amortizao de despesas pr-operacionais.

    Entende-se por despesas pr-operacionais os dispndios efetuados com a organizao, implantao ou expanso de um empreendi-

  • PRODUO

    mento, inclusive aqueles de cunho adminis-trativo, incorridos at o incio das operaes efetivas da instalao. As despesas pr-opera-cionais so computadas como custo do pro-duto somente at a amortizao total do investimento; portanto, oneram este custo provisoriamente. A incluso da parcela de amortizao de despesas pr-operacionais no custo de fabricao tradicional configura o custo de fabricao total.

    CUSTO OPERACIONAL E DE PROPRIEDADE

    Dada uma instalao industrial completa, considera-se custo operacional o incorrido a fim de manter a unidade em funcionamento. Adicionalmente ao custo operacional, deve-se levar em conta um custo que se refere ao projeto e implantao da instalao industrial. Esse custo, denominado custo de pro-priedade, apresenta trs componentes:

    - parcela de depreciao das instalaes; - parcela de amortizao das despesas pr-op-

    eracionais; - custo financeiro no operacional do empre-

    endimento, que pode ser de dois gneros: (caso o empreendedor tenha obtido recur-sos financeiros junto a bancos) custo total do financiamento; e, custo de oportunidade do capital (caso o empreendedor disponha de recursos prprios).

    o custo total de financiamento eventual-mente contrado pelo empreendedor e o seu custo de oportunidade do capital no so necessariamente coincidentes. Na prtica, existe comumente uma composio entre recursos prprios e financiamentos para a consecuo de um empreendimento.

    FATORES QUE INFLUENCIAM O CUSTO DO PRODUTO FINAL

    o custo total de um produto industrial, p.e., o cimento, sofre influncia de diversos fatores, os quais podem ser classificados de

    acordo com a sua origem. Fatores Exgenos

    Representam parmetros de custo com ele-vado grau de liberdade, sendo a capacidade de influncia do empreendedor sobre eles teoricamente nula e, na prtica, muito re-duzida.

    Exemplos desses fatores, so: polticas governamentais, mercado para o produto e preos pagos pelo mercado.

    Fatores Endgenos Representam parmetros cujo controle o

    empreendedor teoricamente detm por completo e, na prtica, em grande parte. Dividem-se em dois grandes grupos:

    - Fatores oriundos de decises pr-operacio-nais: so aqueles cuja anlise e deciso de escolha foram assumidos na fase de projeto do empreendimento.

    A influncia deste tipo de deciso atinge no apenas os custos de propriedade, como tambm os custos operacionais da unidade industrial. Dentre estes fatores, tm maior in-fluncia: localizao das instalaes, escolha do processo de fabricao, escolha do nvel de produo da fbrica, escolha e dimensiona-mento balanceado dos equipamentos e estru-tura de capital.

    76

    - Fatores operacionais: aqueles que apresen-tam variao de custo em funo de deci-ses de rotina operacional da fbrica.

    So exemplos de fatores operacionais: nvel de utilizao, estratgia de comerciali-zao, poltica administrativa e eficincia.

    o inter-relacionamento entre as diversas classes de fatores que influem no custo total do cimento est indicado no Quadro 2.

  • Fatores Ex.6genos : Fatore. PrE-OperKionail ': (de PYojelo) Fllores 0-lencionais i CuSlos dOI ln.mnos II I I Ill'te9o. do. In.umo. II

    Obitido. EItemamenteJ I I

    :1 Locolizolo da I' I

    Hbrica II I

    I I : Proceno EJCOIhido I i Quantidade de

    1

    11 r Insumo. Diretos Utilizado. Eficincia : I Tamanho da F6brica I: i I

    Nlul do Utilizaio II I (N~:IC::~~o) II

    I I II Emuturo II Mercado I Adminiltrativa I I (Pollti"" de Peno.l) I I

    II Ett ..... I. de I i ! I Comerci.liza~lo I I ~,Estruturo do Copitol II I I Nfvei do BDcliYicbmallO)l: I I I I I I I I I I ri ! I Pollti.. de Governo Ettrotip da I Empre .. - II I I

    INTER-RELAO DE FATORES NO CUSTO DO CIMENTO QUADRO 2

    77

    PRODUO

    I CU .... T_ i c.. u.Hrio I : I , , I , 0-"'_ I , Direto. I , I

    II , Outo Dirao II ,I de Fobricalo

    r ir Cu.to. FixOl de rr il Fabricaio Outo do I : Fobrieolo I I I !I De.pe ... ~ ,I Administrativa. I i ~ Il Despesa. de Comercializaio cu .... FIno! do II 1+

    Produto De.pe

    r Financeir I : r Outrol ]+ ! !I P_ de Vendo I I I

  • PRODUO

    Metodologia da Anlise de Custo de Propriedade e Operao de Empreendimentos Industriais

    A metodologia visa a identificar os fatores que influenciam o custo total, que sejam ori-undos de decises assumidas na fase de projeto e na fase operacional do empreendimento.

    Atravs desta identificao, o grupo responsvel pelo gerenciamento pode programar suas atividades de tomada de decises, atravs das vrias fases por que passa o empreendi-mento, evitando esforos inteis e tomando a gesto efetiva.

    Para esta finalidade so efetuados os passos indicados no fluxograma abaixo:

    ESTUDO DO PROCESSO

    PRODUTIVO

    ELABORAO DA ESTRUTURA ANAJ1CA DO EMPREENIlIMENTO

    IDEN11RCAO E DERNIO DOS

    CENTROS DE CUSTO

    QUANTIRCAO DOS COMPONENTES DO CUSTO

    II

  • ESTUDO DO PROCESSO PRODUTIVO

    o primeiro passo na anlise do custo de propriedade e operao de empreendimen-tos industriais consiste no estudo do processo produtivo. Este estudo pode tomar carac-tersticas diversas, conforme a fase que o empreendimento est vivendo. Assim, caso esteja vivendo a fase de projeto, o estudo deve abordar processos produtivos alternativos, bem como os efeitos tcnico-econmicos de inovaes em cada processo. Por outro lado, se a organizao estiver vivendo a fase opera-cional, os graus de liberdade do estudo do processo produtivo estaro reduzidos ape-nas a inovaes no processo dado.

    Os critrios de seleo nesta primeira etapa so: caractersticas macro e micro econmi-cas, fatores exgenos de forma geral, ino-vaes e transferncia de tecnologia.

    No caso do cimento, numa economia em que a conteno do consumo de energia meta prioritria, o processo de produo por via mida descartado "a priori", restando al-ternativas tecnolgicas para o processo por via seca, tais como: via seca sem pr-calcina-dor ou via seca com pr-calcinador.

    Os resultados finais do estudo do processo produtivo so fluxogramas alternativos do tipo indicado no Quadro 4.

    ESTRUTURA ANALtITCA DO EMPREENDIMENTO

    A estrutura analtica do empreendimento explicita os seus objetivos, e fornece o quadro de referncia para o estabelecimento dos demais nveis de planejamento.

    Em se tratando da fabricao de cimento, a estrutura analtica de uma instalao em op-erao, ou a operar, atravs do processo via

    7Q

    PRODUO

    seca com pr-calcinador pode ser represen-tada pelo Quadro 5.

    IDENTIFICAO E DEFINIO DOS CENTROS DE CUSTOS

    A partir da estrutura analtica do em-preendimento, identificam-se os centros de custo industrial pelo critrio do processo produtivo, representando-se atravs de um fluxograma, conforme exemplo apresentado para o caso do cimento (Quadro 6).

    A partir desse fluxograma de blocos, de-finem-se os centros de custo, atravs da de-scrio detalhada dos respectivos componen-tes de custo.

    QUANTIFICAO DOS COMPONENTES DE CUSTO

    Tendo-se identificado cada um dos com-ponentes do custo industrial, passa-se a quan-tific-los em termos de coeficientes tcnicos.

    Para isso, utilizam-se os seguintes procedi-mentos:

    - conceituao, onde se especifica o item que est sendo considerado;

    - alternativa, onde se analisa as consequncias de decises sobre os custos de propriedade e operao referentes ao item em pauta;

    - consideraes tcnicas, onde se examina os principais fatores tcnicos que tm in-fluncia sensvel no custo do item enfocado;

    - coeficientes tcnicos, que so relaes entre consumo do item considerado e o volume de produo; e,

    - faixas de variao dos coeficientes tcnicos, que so fixadas atravs de levantamentos

  • PRODUO

    L----------.~l~~~

    QUADRO 4

    Q('\

  • UTILIDADES 010 - SISTEMA DE GUA 020 - SISTEMA DEELETRI-

    CIDADE 030 - SISTEMA DE LEO 040 - SISTEMA DE CARVO 050 - SISTEMA DE VAPOR 060 - SISTEMA DE AR

    COMPRIMIDO 070 - SIST. DE PROTEO

    CONTRA INCfuIO 080 - SIST. DE ESGOTO E

    GUAS PLUVIAIS

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    800

    JAZIDAS (MATRIA PRIMA)

    PREPARAO DA MAT.PRIMA

    MOAGEM DO CRU

    HOMOGENEIZAO E ESTOCAGEM

    PRODUO DE CUNKER

    MOAGEM DE CLINKER

    EXPEDIO DE CIMENTO

    SISTEMAS AUXILIARES

    110

    ~ ~ 210

    220

    230

    240

    250

    310

    ----ffiE 330 410

    ~ 510

    520

    530 540

    550

    560

    610

    620 630

    640

    650

    710

    720

    730

    740

    810

    820

    830

    840

    850

    860

    870

    CALCRIO QUARTZITO ARGILA

    CALCRIO QUARTZITO ARGILA

    AREIA

    FERRO

    PRODUO

    RETOMADA DA MATRIA PRIMA MOAGEM

    TRANSPORTE

    SILOS DE HOMOGENEIZAO SILOS DE ESTOCAGEM

    ALIMENTAO DO FORNO CALCINAO RESFRIADOR

    QUEIMADOR "By-pass" DOS GASES

    TRANSPORTE DE CLINKER

    RETOMADA DO CLINKER

    RETOMADA E TRANSP. DO GSSO PROCESSAMENTO DO CLINKER

    TRANSPORTE DO CIMENTO

    DESPACHO DE CLINKER

    ENSACADO - FERROVIRIO ENSACADO - RODOVIRIO GRANEL - FERROVIRIO GRANEL - RODOVIRIO

    CONTROLE DE QUAL. DO PROCESSO CONTROLE DE QUAL. DO PRODUTO CANTEIRO DE OBRAS

    HABITAO ESCRITRIO MANUTENO BENFEITORIAS

    QUADRO 5 - ESTRUTURA ANALTICA DO EMPREENDIMENTO

    81

  • PRODUO

    r CUSTOS DE FABRICAO

    EXmN;Aooo~ " .. uGa ........... TEIHEB:O IRTAGBA seclNliRO MAraws SECI..NWn; MAraws~ MAraws~ MAT'ERASCECO&.M)

    ~"T'ERU) CE CG&J.) ~rn:ws CE COSl.M) MAlERMSCE C06..MJ [MIB:S E)IP.flW(S C1RHlESa OtroDesa ....,FGO EtEmIOA OtroDESa [JVER3CS [JVER3CS CXJ&M:) [MIB:S ~ ....,FGO EtEmIOA I- E>EFGOEtEmIOA t- CBWOO

    -MiOCEOIflI\ COB.J,() CXJ&M:) MiOCEOIflII ~ CBWOO CBWOO ~ ~a; MiOCEOIflI\ MiOCEOIflI\ ~ EXAUST li:) CE JAlIJAS ~ ~ ~Cr.'L

    ~a; s::uw.em::s ~Cr.'L ~CM.

    "

    EXmN;AoDE m:v. TPATNJENTOrl'~ I.OIGEM OOCRJ

    MAraws SECI.NlAR::6 MATER&.5 CE COSLUJ "'lERAS SECI.NlAR::6 ~rn:tASCEc:o.6l..t.4O Cl..EOOESB... ccm:st.:lHXHS ..EOOESB. Otro COMBlSTNa [MIB:S [JVER3CS [MIB:S MATEFWS CE COSI.M) MiOCEOIflI\ EJ'.ER:ioIAEt..nocA [MIB:S ~ CO&MJ e.EfGA El.!mcA E

    82

  • PRODUO

    J CUSTOS INDIRETOS

    o.srosNlFaOS lESI'E5OS CE CEF~ ~

    '-'OOIl

  • PRODUO

    em empresas do setor e atravs de consul-tas bibliografia especializada e a entidades pblicas ou privadas que se ocupam do assunto.

    SELEO DOS COMPONENTES MAIS SIGNIFICATIVOS DO CUSTO INDUSTRIAL

    A partir de uma tabela abrangente de co-eficientes tcnicos, parte-se para a seleo dos componentes do custo industrial mais signi-ficativos em termos de valor absoluto e faixa de variao. Em outras palavras, procura-se apontar os componentes que apresentam pos-sibilidades de reduo significativa de custo, atravs da adequada gesto operacional.

    IMPACTO DE DECISES PR-OPERACIONAIS

    Para os componentes do custo industrial relacionados verifica-se a seguir a parcela de custo que funo das decises pr-opera-cionais.

    Com este procedimento consegue-se iden-tificar os pontos que merecem maior ateno do empresrio e do projetista durante a fase pr-operacional. Permite ainda detectar fa-tores que, de outra forma, permaneceriam desapercebidos.

    Sensibilidade dos Custos Industriais face s Decises Pr-operacionais

    Tendo-se chegado a relacionar os compo-nentes de custo industrial significativos, trata-se agora de obter critrios prticos para per-mitir a identificao da "origem" do custo, isto , da parcela de custo que advm de de-cises pr-operacionais e daquela que fruto

    de decises operacionais.

    Tomando-se o fator de produo predomi-nante, verifica-se que, quanto mais a indstria do tipo capital intensivo, maior relevncia adquirem as decises pr-operacionais.

    Existem elementos de custo que so con-sequncia unicamente de decises pr-opera-cionais, como por exemplo a amortizao e a depreciao.

    84

    Por outro lado, h elementos do custo in-dustrial que so derivados de decises opera-cionais, como por exemplo o custo de manuteno inadequada U o custo da manuteno que siga as especificaes dos fabricantes dos equipamentos originrio de decises pr-operacionais).

    Finalmente, o nvel de utilizao da ca-pacidade instalada uma deciso operacional, mas o nvel de produo timo, isto , para a plena utilizao da capacidade til, deciso pr-operacional.

    No que se refere influncia de decises pr-operacionais, apresentado um quadro comparativo dos tipos de fomos de cimento e seus custos operacionais em termos de coeficientes tcnicos de consumo de energia e custo de manuteno (Quadro 7).

    No que se refere a decises operacionais, mostra-se em um grfico a variao percen-tual no custo unitrio do cimento em funo do nvel de utilizao percentual da ca-pacidade instalada (Quadro 8).

    Consideraes Finais

    Da anlise desenvolvida, conclui-se que a boa gesto de custos de uma unidade indus-trial, isto , a minimizao do custo, dar-se-, principalmente, pelas decises assumidas na (ase pr-operacional do empreendimento (no

  • chamado "sinking time").

    Ampliando-se o enfoque, abandonando o mbito da empresa e considerando o sistema econmico maior, a utilizao da metodolo-gia proposta se refletir sob a forma de um aumento da produtividade mdia do parque industrial instalado, que poder ser estimada

    PRODUO

    a partir da reduo agregada do consumo de insumos, p.e. a energia.

    Cabe ressaltar a coincidncia de interesses do ponto de vista privado e social, ou seja, o benefcio simultneo para o empreendedor e para a economia como um todo.

    As decises que conferem ao empreendi-

    Consumo de Combustvel custo de TIPO DE FORNO Manuteno

    KcallKg Clnquer % (1)

    Via Sca

    - Forno curto com pr-aquecedor 760 100 100 de suspenso em 4 etapas.

    - Forno Lepol 960 126 240

    - Forno Convencional 1.600 210 120

    - Forno Vertical 1.050 138 150

    Via mida

    - Forno Comprido 1.400 184 135

    - Forno Curto 1.700 224 130

    FONTE: "LOOK JAPAN" - Fevereiro 1966/BNDE

    Nota (1): nmero ndice 100 para fomo curto com pr-aquecedor de suspenso em 4 eta-pas, representa apenas um padro de comparao.

  • PRODUAo

    +50

    +45

    1\ \ \

    +40

    +35

    ~ +30 '" '"

    i )! +25 ~

    "", ~ +20 +15

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    ~ A ~ V ....

    ......

    t +)0 + 5 ~ O

    -5

    l -.lO 50 60 70 100 110 80 90

    % NVEL DE lITILlZAo

    Variao do Custo Unitrio Total em Funo do Nvel de Utilizao das Instalaes

    mento suas caractersticas bsicas so toma-das pelos chamados "decision makers", baseados no quadro de informaes dis-ponvel na ocasio. A qualidade das decises tomadas depende do contedo deste quadro. No sentido de elev-la num espao de tempo curto, sugere-se a divulgao da metodolo-gia proposta em primeira instncia para um conjunto de organismos que, pela sua pene-trao, permitir irradi-la com rapidez. Entre esses organismos, destacam-se:

    - Organismos internacionais tipo CEPAL, BIRDeBID;

    - Universidades, especialmente Escolas de En-genharia, Economia e Administrao;

    - rgos de apoio industrializao (no Brasil: cm, BNDES, FINEP, Bancos de Desen-volvimento Regionais, e outros);

    - Entidades voltadas reduo do consumo de energia (CNP, etc);

    - rgos representativos de indstria (Sindi-catos Patronais e Federaes);

    - Centros de Pesquisa (IPT, CNPq); e, - Empresas de consultoria.

    Finalmente, deve-se considerar o presente trabalho, como uma contribuio ao desen-volvimento da Engenharia Econmica, pela introduo de uma metodologia para deter-minao de alternativas tcnicas mais conve-nientes, que permitam definir configuraes de unidades industriais mais adequadas.

    Referncias Bibliogrficas

    (1) BACKER, M. e JACOBSEN, L.E. Conta-bilidade de Custos. So Paulo, McGraw-Hill, 1972.

    (2) DEAN, JoeI. Economia de Empresas. Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1962.

    86