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A FOTOGRAFIA DA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX NO ACERVO DA FUNDAÇÃO ENERGIA E SANEAMENTO Por Luciana Amaral, mestre em Ciências da Informação e supervisora de Conservação do acervo da Fundação Energia e Saneamento. “a atração que a fotografia exerce sobre nossas emoções (...) deve-se em grande parte às suas qualidades de autenticidade. O espectador aceita sua autoridade e, ao vê-la, acredita necessariamente que teria visto a cena ou objeto exatamente da mesma maneira que se tivesse estado ali” Edward Weston, fotógrafo Fotografar é atribuir importância ao que não existe mais. As fotografias históricas que hoje temos acesso, em museus e arquivos, nos transmitem a memória visual do modus operandi, costumes e hábitos do passado, que são refletidos, de alguma maneira, em nosso presente. Desde o registro da patente da fotografia, em 1839, a imagem formada pela luz já foi vista como um registro de um fragmento do mundo, criada num suporte onde havia um recorte temporal de uma ação que se passava na frente da câmera. Essa imagem nos trazia os mínimos detalhes do referente, diferente de uma obra pictórica, que era realizada a partir da criatividade de seu autor e com destaque para os aspectos que ele identificava como importantes. A fotografia surgiu em um período de intensas transformações econômicas, sociais e culturais, no qual as descobertas e os avanços tecnológicos ocuparam um lugar fundamental. Era o tempo das construções de estradas de ferro e de navios a vapor, e da produção de automóveis, por exemplo. Por esse motivo, o serviço dos fotógrafos, com suas câmeras e estúdios, foi rapidamente aceito e assimilado pela sociedade que queria registrar e guardar todas essas transformações em imagens. “À fotografia foi destinada a missão e o fardo de cópia realista e objetiva, impregnada pelo conceito do documental, enquanto reprodução mimética do mundo” (KOSSOY, 2010), mas há um porém: o fotógrafo criava a fotografia a partir de sua visão de mundo, de seus interesses, da cultura que o cercava, de seu repertório pessoal, ideologias e linhas estéticas preponderantes na época, atrelado à limitação técnica da câmera. Al. Cleveland, 601 Campos Elíseos São Paulo SP 01218-000 Tel. (11) 3224 1499 e-mail: [email protected] website: www.energiaesaneamento.org.br

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A FOTOGRAFIA DA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX NO ACERVO DA FUNDAÇÃO ENERGIA E SANEAMENTO

Por Luciana Amaral, mestre em Ciências da Informação

e supervisora de Conservação do acervo da Fundação Energia e Saneamento. “a atração que a fotografia exerce sobre nossas emoções (...) deve-se em grande parte às suas qualidades de autenticidade. O espectador aceita sua autoridade e, ao vê-la, acredita necessariamente que teria visto a cena ou objeto exatamente da mesma maneira que se tivesse estado ali”

Edward Weston, fotógrafo

Fotografar é atribuir importância ao que já não existe mais. As fotografias

históricas que hoje temos acesso, em museus e arquivos, nos transmitem a memória visual do modus operandi, costumes e hábitos do passado, que são refletidos, de alguma maneira, em nosso presente.

Desde o registro da patente da fotografia, em 1839, a imagem formada pela luz já foi vista como um registro de um fragmento do mundo, criada num suporte onde havia um recorte temporal de uma ação que se passava na frente da câmera. Essa imagem nos trazia os mínimos detalhes do referente, diferente de uma obra pictórica, que era realizada a partir da criatividade de seu autor e com destaque para os aspectos que ele identificava como importantes.

A fotografia surgiu em um período de intensas transformações econômicas, sociais e culturais, no qual as descobertas e os avanços tecnológicos ocuparam um lugar fundamental. Era o tempo das construções de estradas de ferro e de navios a vapor, e da produção de automóveis, por exemplo. Por esse motivo, o serviço dos fotógrafos, com suas câmeras e estúdios, foi rapidamente aceito e assimilado pela sociedade que queria registrar e guardar todas essas transformações em imagens. “À fotografia foi destinada a missão – e o fardo – de cópia realista e objetiva, impregnada pelo conceito do documental, enquanto reprodução mimética do mundo” (KOSSOY, 2010), mas há um porém: o fotógrafo criava a fotografia a partir de sua visão de mundo, de seus interesses, da cultura que o cercava, de seu repertório pessoal, ideologias e linhas estéticas preponderantes na época, atrelado à limitação técnica da câmera.

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Registro fotográfico feito em frente à Praça Ramos de Azevedo, São Paulo, em 1925. Ao fundo, o Theatro Municipal. Raul Almeida Prado. Acervo Fundação Energia e Saneamento

Raul Almeida Prado (1896-1945) - era produtor de café em São Paulo e também foi fotógrafo amador, preocupado em fazer o registros da modernização da cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro, no início do século XX.

A essência de uma fotografia é a sua capacidade de registrar em definitivo o que

esteve diante da câmera, sendo um documento importante para estudo de processos históricos, não só pelo seu conteúdo - por exemplo, pode comprovar a existência de prédios que não existem mais -, mas também por guardar a memória das técnicas de

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produção e de composição de imagens, como, por exemplo, o uso de negativos de vidro e a composição fotográfica de linhas estéticas vigentes.

Devemos ressaltar que, apesar da fotografia ser considerada uma réplica do real, há duas abordagens para a construção do registro fotográfico: (a) o chamado instante decisivo, sendo o instante mais representativo de um momento; e (b) a foto realizada após um estudo premeditado, pesquisado anteriormente, para compor um conteúdo encomendado ou que traga um resumo visual de uma ação importante que mereça ser fotografada. Essa consciência do resgate de uma ação é o principal papel da fotografia denominada documental, que tem suas origens nos repórteres fotográficos de guerra e que depois serviram de inspiração para a massiva produção de imagens na área do Fotojornalismo.

Segundo Dondis (2000), já no século XIX, instituições públicas começaram a

contratar fotógrafos para registrar acontecimentos e eventos, cujas imagens seriam capazes de causar grande impacto social por registrarem “a realidade como ela é”.

No século XX, após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), vários profissionais

começaram a explorar e documentar os rápidos avanços tecnológicos. Esse momento pode ser identificado como a Era das Máquinas, servindo de inspiração para registros fotográficos de criação e desenvolvimento de novos equipamentos mecânicos. Essa nova forma de fotografar foi, denominada “a estética das máquinas”, sendo a fotografia forjada a partir de uma composição dinâmica, preocupada em registrar o movimento, com destaque da relação homem-máquina e uso de close-ups para identificação de detalhes de design de equipamentos. Essa nova estética fotográfica, com cortes e enquadramentos considerados incomuns para a época, registrava a geometria e as estruturas industriais, pontes e maquinário que exprimiam o desenvolvimento tecnológico vigente na modernidade, representando imageticamente a importância do desenvolvimento industrial no início do século XX.

Do ponto de vista das mudanças sociais, a questão do registro dessa nova sociedade moderna continuava a ser mostrado nos retratos, gênero fotográfico que foi rapidamente aceito pela burguesia em ascensão. Mas diferente dos retratos do século XIX, feitos em estúdios, os retratos do século XX apropriaram-se do desenvolvimento de câmeras com lentes mais luminosas, como a câmera portátil Leica I. A instalação de luz elétrica nas cidades possibilitou o registro fotográfico realizado dentro de residências ou ambientes de trabalho, onde o retratado podia se portar de maneira mais natural, ampliando sobremaneira a gama de informações imagéticas deste período. Vários fotógrafos foram contratados para produzir livros e revistas, mostrando aspectos da nova

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sociedade moderna. Por se tratar de documentação datada, que reflete um período histórico específico,

há o risco de se pensar que uma fotografia representa a transposição absoluta da realidade, mas na verdade ela foi criada e construída segundo as intenções do fotógrafo, com seu repertório cultural, escolhas estéticas e limitações técnicas da época.

Portanto, na organização e tratamento documental procura-se entender a

contextualização desse documento dentro do acervo, para melhor compreensão da sua formação e função na sociedade. Segundo Carvalho (2010), a tradição metodológica aplicada para sua organização é a constituição de grupos e séries segundo sua gênese documental, ou seja, procura-se entender sua organicidade dentro de um conjunto documental maior, buscando entender qual papel esta fotografia cumpre dentro da empresa, instituição privada ou família que a produziu e guardou. A organização de acervos fotográficos busca pistas e registros da trajetória dessas imagens, para melhor contextualizá-las, visando uma melhor compreensão do seu conteúdo.

Essas fotografias de cunho documental integram o acervo da Fundação Energia e

Saneamento e compõem registros visuais de ações importantes realizadas pelas empresas responsáveis pela produção e distribuição de energia em São Paulo. Parte desse acervo fotográfico do século XX encontra-se acessível para consulta via online no site da instituição. Os documentos trazem informações não apenas sobre a tecnologia de produção de energia, mas também sobre hábitos, costumes, indumentárias, etc, pois pela sua natureza indicial, ou seja, que representa uma realidade que está à frente da câmera, as fotografias nos trazem informações que podem ser lidas de várias maneiras. Um prédio num segundo plano pode ser o único registro daquela edificação; o uniforme dos trabalhadores podem nos dizer sobre as roupas usadas numa determinada época; a paisagem ao redor pode trazer informações sobre a urbanização da cidade ou situação da vegetação em determinada região etc.

A fotografia tem um papel importante para a transmissão e conservação das

atividades políticas, sociais, científicas e culturais de uma sociedade, sendo considerada um documento social de memória visual. No acervo da Fundação Energia e Saneamento, podemos perceber, no caso da cidade de São Paulo, por exemplo, as escolhas de políticas públicas para a execução de obras de instalação de iluminação em determinados bairros; as campanhas de esclarecimentos sobre o uso da energia; a art noveau como estilo utilizado para criação de postes, demonstrando a preocupação em se embelezar a cidade; as mudanças na urbanização, com a entrada dos bondes; as dificuldades

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encontradas para a construção de estradas de ferro e a importância destas no transporte de produtos para outras cidades. Vemos também fotografias técnicas de equipamentos, que compõem relatórios de controle de compra e entrega desses materiais.

Vista do Parque Anhangabaú a partir do Palacete do Conde Prates. Da esquerda para a direita estão o Viaduto do Chá, o Teatro São José e o Teatro Municipal. [1924?]. Otokkar Achtschin. Acervo Fundação

Energia e Saneamento

Otokkar Achtschin (1868-1932) - fotógrafo austríaco estabelecido em São Paulo, provavelmente na década de 1910. Achtschin integrou o grupo de fundadores da Sociedade Austríaca Donau em 1916 e começou a produzir fotografias da Capital, interior e litoral que circularam em cartões postais e álbuns da época.

O pesquisador pode operar a análise das fotografias documentais desse acervo de

duas maneiras: (a) o modo epistêmico, ou seja, a análise do conteúdo da imagem, que nos fornece informações de natureza visual sobre determinada época, sendo essa a função mais comum das fotografias de arquivo; e (b) o modo estético, a avaliação da estética fotográfica de um período, a partir das técnicas empregadas, as escolhas realizadas pelo fotógrafo, ou seja, uma maneira de se fotografar do século XX, referente não apenas a poses, mas também a enquadramentos e composições.

O que é mais significativo numa pesquisa iconográfica é que essas imagens

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possibilitam sempre uma segunda leitura, pois uma das características mais relevantes da fotografia é que seu conteúdo, registrado segundo as intenções do fotógrafo, seguindo orientações de quem encomenda o serviço, pode ser entendido e avaliado de diversas maneiras pelo pesquisador. Por exemplo, a fotografia técnica de Guilherme Gaensly, para registrar a instalação de trilhos para bondes elétricos na cidade de São Paulo, nos mostra a cidade e suas ruas, pessoas e prédios no início do século XX.

No acervo fotográfico da Fundação Energia e Saneamento encontram-se, por

exemplo, várias imagens registradas por fotógrafos contratados por empresas de energia, para documentação de suas atividades. Destaca-se a produção fotográfica de Guilherme Gaensly, contratado pela The São Paulo Tramway, Light & Power Co. Ltd. Na publicação “Imagens de São Paulo: Gaensly no Acervo da Light”, editada em 2001 pela Fundação Energia e Saneamento, o leitor tem informações sobre o conhecido fotógrafo suíço e também pode observar vários aspectos da cidade de São Paulo nas primeiras décadas do século XX, uma imagem idealizada da urbanização e modernização de São Paulo.

Guilherme Gaensly (1843-1928) - nascido na Suiça, veio com sua família para o Brasil, ainda criança. Foi para Salvador (BA) e aprendeu o ofício da fotografia, atuando como profissional por mais de 30 anos Em 1893 muda-se para São Paulo prestando serviços em vários órgãos governamentais, inclusive a São Paulo Light & Power.

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Além de Gaensly, é possível encontrar outros fotógrafos, alguns deles

apresentados a seguir como representantes de uma ampla diversidade de autores presentes no acervo da Fundação Energia e Saneamento. Há de se lembrar, também, da imensa quantidade de fotos produzidas por fotógrafos anônimos, que compõem os vários fundos de arquivo da instituição.

Vista externa de Pátio e Fábrica de produção de gás de água carburado, no Complexo do Gasômetro, que funcionou de 1890 a 1972, no Brás, São Paulo. 1927. Wilschur & Hugo

Zanella. Acervo Fundação Energia e Saneamento

Wiltschur & Hugo Zanella - o escritório especializado em fotografias de Arquitetura Wiltschur & Hugo Zanella registrou prédios importantes da cidade de São Paulo e, além disso, a Fundação Energia e Saneamento tem fotografias autorais do fotógrafo Hugo Zanella compondo seu acervo.

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Homens trabalhando em obras na Avenida Lavandisca, no bairro de Moema, em São Paulo. 1954. Valentim Cruz. Acervo Fundação Energia e Saneamento

Valentim Cruz - fotógrafo paulistano, nascido em 1933. Trabalhou em instituições importantes, como o Photo Color, primeiro laboratório fotográfico do Brasil e a Companhia Cinematográfica Vera Cruz. Além disso, prestou serviços à Prefeitura Municipal de São Paulo, fotografando as reformas realizadas em diversos bairros da cidade, para compor uma mapa das obras, formando, assim, um importante acervo fotográfico para identificação da situação de bairros paulistanos da primeira metade do século XX.

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Avenida Paulista em direção a Consolação. Vista das casas da região, além de carros e bondes circulando. 1952. Alois Feichtenberger. Acervo Fundação Energia e Saneamento Alois Feichtenberger (1908-1986) - imigrante austríaco que chegou ao Brasil em novembro de 1925. Atuou inicialmente na cidade de São Paulo, mas depois foi contratado para registrar a construção de Goiânia, em 1936, sendo considerado um dos pioneiros da fotografia em Goiás. Em 1952, retornou para São Paulo, para realizar registros fotográficos para publicações da Comissão do IV Centenário de São Paulo. Posteriormente, tornou-se responsável pelo Departamento de Reprografia do Grupo Matarazzo.

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Trabalhador no Gasômetro do Brás, SP. [196-]. José Galdão. Acervo Fundação Energia e Saneamento José Galdão (1902-1990) - atuante no Foto Clube Bandeirante, criado a partir do desenvolvimento do fotoclubismo, cujo parâmetro de criação fotográfica implicava em entender a fotografia como uma forma de arte, e não apenas documento visual, tendo como linha mestra na composição das imagens a simplificação de formas geométricas da arquitetura. Com este olhar, José Galdão registrou instalações realizadas pela Comgás na cidade de São Paulo.

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FERRAZ, Vera Maria de Barros (Org). Imagens de São Paulo: Gaensly no acervo da Light 1899 - 1925. São Paulo: Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, 2001. FOTO Cine Clube Bandeirante (São Paulo, SP). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/instituicao13707/foto-cine-clube-bandeirante-sao-paulo-sp>. Acesso em: 1 jun. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7 GASTAMINZA, Félix Del Valle. Manual de Documentación Fotográfica. Editorial Sintesis Madrid, 1999.

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LEMOS, Enri Danza. Fotografia profissional, arquivo e circulação: a produção de Theodor Preising em São Paulo (1920-1940). Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2016.

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