a festa que mamãe preparou

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1 1. Mamãe A Festa que Mamãe Preparou 2. A Casa de Mamãe 3. O Trabalho que Dá 4. Tantos Filhos... 5. ... Mal-Agradecidos 6. O Chororô 7. Quem Tem Olhos de Ver que Veja 8. O Que Pode Ser Visto? 9. A Beleza de Mamãe 10. Os Porcos no Chiqueiro Vitória, segunda-feira, 19 de janeiro de 2009. José Augusto Gava.

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A Natureza possui um trânsito característico (a humanidade não é o último estágio)

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1. Mamãe

A Festa que Mamãe Preparou

2. A Casa de Mamãe 3. O Trabalho que Dá

4. Tantos Filhos... 5. ... Mal-Agradecidos

6. O Chororô 7. Quem Tem Olhos de Ver que Veja

8. O Que Pode Ser Visto? 9. A Beleza de Mamãe

10. Os Porcos no Chiqueiro

Vitória, segunda-feira, 19 de janeiro de 2009. José Augusto Gava.

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Capítulo 1 Mamãe

Mamãe não tem uma natureza só, têm várias. AS NATUREZAS DE MAMÃE

NATUREZA (Mamãe amadurece)

CONHECIMENTO TECNOCIENTÍFICO Zero (N.0) Físico-Químico Um (N.1) Biológico-p.2 (segunda ponte)

Dois (N.2) Psicológico-p.3 Três (N.3) Informacional-p.4

Quatro (N.4) Cosmológico-p.5 Cinco (N.5) Dialógico-p.6

Mamãe-Natureza, na realidade, é um todo com Papai-Deus, eles são um e o mesmo, um conjunto, dois-em-um.

É ASSIM

MAMÃE

(um par indissolúvel, eles não estão separados, só parecem assim aos racionais: no não-finito não existe divórcio)

UNIÃO PAPAI

uma

A

qui e

xist

e um

a (p

ossí

vel)

linha

de

uniã

o qu

e va

i dar

no

Cent

ro =

A

BSO

LUTO

= C

RIST

O

Papai é um só em

todos os universos, um ponto insondável.

de início, vazia de racionalidade

aos poucos, vai se enchendo conforme passe de N.0 a N.3

mas no multiverso são zilhões

3

O CENTRO COMUNICA

O centro deve estar EXATAMENTE no centro ou a mensagem não é recebida a contento - quer dizer, ele deve ser totalmente equilibrado ou teremos distorções,

dissonâncias cognitivas.

Se o centro não estiver perfeitamente centrado a mensagem não flui pura e imaculada.

Os planos da esquerda produzem “sombras” insuficientes. Quer dizer, os racionais não perceberão Deus-Papai se não

houver um centro perfeitamente alinhado. É um plano muito esperto, haveremos de convir. Desde lá de longe Papai-Deus “chama”, no apelo que denominei

“chamada escatológica” do fim para o começo, dos possíveis-finais para os possíveis-iniciais; os racionais devem encontrar as possibilidades dentro de sua própria linha de evolução até o Sumo-Bem, até o Armazém de Idéias (como chamei o Banco de Idéias de Platão, seu Mundo das Idéias), as puras formestruturas do Final.

Assim, em cada universo-material há uma forma especial de Mamãe, Mi, todas as “encarnações” da Natureza, todas as manifestações nas quais vão principiar as vidas Vi que subirão a escada até a racionalidade e além, se tal acontecer. Por acaso aconteceu na Terra (e Papai continua chamando, para ver se vamos).

4

Capítulo 2 A Casa de Mamãe

Como disse Jesus, “são muitas as moradas de Meu Pai”, quer

dizer, são muitos os universos materiais de Mamãe, mas o programa que roda neles é um só, fazendo o programáquina não-finito. E até onde poderemos ver, este universo Uo onde estamos é um só.

BOLA DE GUDEU

(como no filme MIB, Homens de Preto) o visto de fora.

Mas no multiverso

eles são variadíssimos.

Cada vez que nasce um Mamãe deve começar a arrumar desde o

logo, desde o principiozinho, detalhadamente. Os retratos que surgem são muito distintos tanto em cada universo quanto, dentro de um deles, nas porções definidas.

universo (por exemplo, UÉ UMA PORÇÃO

o

)

5

superaglomerado, a supercomunidade

aglomerado, a comunidade

galáxia, uma família ampla

constelação, uma família

sistema estelar, uma casa

6

planeta, a oferta de Mamãe: um quarto de estudante

Por assim dizer, estamos aqui para estudar. E lá adiante há uma formatura. Ou não. Há uma festa. Ou não. Em todo caso, trabalho duro. OS MODOS DE ESTUDAR

• modo mágico-artístico (é muito direto, sentimental, emocional);

(Conhecimento geral)

• modo teológico-religioso; • modo filosófico-ideológico; • modo científico-técnico (é o mais racional e pausado,

metódico): 4.1. físico-químico; 4.2. biológico-p.2; 4.3. psicológico-p.3: 4.3.1. psicanalítico ou das figuras; 4.3.2. psico-sintético ou dos objetivos; 4.3.3. econômico ou das produções; 4.3.4. sociológico ou das organizações; 4.3.0. geo-histórico ou dos espaçotempos; 4.4. informacional-p.4; 4.5. cosmológico-p.5; 4.6. dialógico-p.6;

• coração matemático (de todos os modos). APANHA FOLHA POR FOLHA DO CADERNO DE CRIAÇÕES DE MAMÃ

Tatamirô Toquinho / Vinicius de Moraes

E (por toda parte Ela e Ele desenharam muito)

Apanha folha por folha, Tatamirô. Apanha maracanã, Tatamirô.

Eu sou filha de Oxalá, Tatamirô. Menininha me apanhou, Tatamirô!

Xangô me leva, Oxalá me traz,

Xangô me dá guerra, Oxalá me dá paz.

Apanha folha por folha, Tatamirô. Apanha maracanã Tatamirô.

Eu sou filho de Ossanha, Tatamirô. Menininha me adotou, Tatamirô!

Apanha folha por folha, Tatamirô.

Apanha maracanã, Tatamirô. Eu sou filho de Ogun, Tatamirô. Menininha me ganhou, Tatamirô!

Oxalá de frente, Xangô de trás,

7

Xangô me dá guerra, Oxalá me dá paz.

Apanha folha por folha, Tatamirô. Apanha maracanã, Tatamirô.

Eu sou filha de Inhansã, Tatamirô. Menininha me batizou, Tatamirô!

Apanha folha por folha, Tatamirô.

Apanha maracanã, Tatamirô. Ela é a Mãe Menininha do Gantois, Que Oxum abençoou, Tatamirô!

Oxalá me vem, todo mal me vai.

Xangô é meu Rei, Oxalá é meu pai.

8

folha, nervos à flor da pele

OLHANDO DE PERTO UM DOS DESENHOS

fruto, o filho da

árvore

flor, igreja para o

casamento

galho, as ruas do

bairro

caule, o sistema de

transportes

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raízes, os mineradores saem

para trabalhar

uma filha de mamãe

dançando

uma população

E para fazer funcionar a cozinha da casa à espera do habite-se

dos racionais Mamãe preparou fungos, plantas, animais e primatas – nascendo então os hominídeos depois de 3,8 bilhões de anos; a partir dos primatas, há 10 milhões de anos.

O CONJUNTO DOS ALIMENTOS, DA COZINHA E DO FOGAREIRO ONDE COZINHAR TUDO

a fogueira central

(pacientemente Mamãe trabalhou)

10

fungos, os microtrabalhadores

plantas produzem sua

própria energia e a armazenam para os

racionais

animais, o terceiro degrau da subida

primatas, nossos

primos

11

ecossistema solar

12

finalmente, nós

, homem primata, capitalismo selvagem

Pouco importa se veio por acaso de Mamãe ou por necessidade de Papai, ou de ambos, o fato é que está aqui, onde estamos - o que é muito bom.

E DEUS VIU QUE TUDO ERA MUITO BOM

(Gênesis 1,4)

Deus viu que a luz era boa. Deus separou a luz das trevas.

(Gênesis 1,10) Ao solo firme Deus chamou “terra” e ao ajuntamento das águas, “mar”. E Deus viu

que era bom.

(Gênesis 1,12) A terra produziu vegetação: plantas, que dão a semente de sua espécie, e árvores,

que dão seu fruto com a semente de sua espécie. E Deus viu que era bom.

(Gênesis 1,18) presidir ao dia e à noite e separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom.

(Gênesis 1,21) Deus criou os grandes monstros marinhos e todos os seres vivos que nadam

fervilhando nas águas, segundo suas espécies, e todas as aves segundo suas espécies. E Deus viu que era bom.

(Gênesis 1,25) Deus fez os animais selvagens segundo suas espécies, os animais domésticos

segundo suas espécies e todos os animais pequenos do chão segundo suas espécies. E Deus viu que era bom.

13

(Gênesis 1,31) E Deus viu tudo quanto havia feito e achou que era muito bom. Houve uma tarde

e uma manhã: o sexto dia.

Se você chega a uma casa e vê que tudo está posto para uma

festa e que não existem outros moradores racionais que podem entender a oferta, desdenha dela?

Capítulo 3 O Trabalho que Dá

NOVAMENTE O ANO CÓSMICO DE MAMÃE

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O ano cósmico (Jan.01 até Dez.31).

MÊS OCORRÊNCIAS

Janeiro Big Bang – a grande explosão que originou o universo atual

Fevereiro

Março

Abril

Maio Origem da nossa galáxia – a Via Láctea

Junho

Julho

Agosto

Setembro Dia 14 - Surge o planeta Terra

Dia 25 - O planeta conta com os primeiros seres vivos

Outubro Primeiras bactérias e algas azuis

Novembro Dia 01 - Surgimento dos primeiros organismos sexuados (bactérias)

Dia 12 - Primeiras plantas fotossintéticas

Dia 15 - Primeiras células com núcleo (eucariontes)

15

Dezembro Dia 01 - Surge o oxigênio na atmosfera.

Dia 15 - Extenso vulcanismo no planeta.

Dia 16 - Surgem os primeiros vermes.

Dia 17 - Prosperam os invertebrados.

Dia 18 - Prosperam os trilobitas.

Dia 19 - Primeiros peixes e vertebrados.

Dia 20 - Primeiras plantas vascularizadas, colonização vegetal da Terra.

Dia 21 - Primeiros insetos e primeiros animais a colonizar a terra.

Dia 22 - Primeiros anfíbios e insetos alados.

Dia 23 - Primeiras árvores e répteis.

Dia 24 - Primeiros dinossauros.

Dia 26 - Primeiros mamíferos.

Dia 27 - Primeiras aves.

Dia 28 - Extinção dos dinossauros e primeiras flores.

Dia 29 - Primeiros cetáceos e primatas.

Dia 30 - Primeiros hominídeos e proliferação de mamíferos gigantes.

Dia 31 - Primeiros seres humanos.

Descrição do último dia do calendário cósmico.

HORA OCORRÊNCIAS

13:30 Surgem o Proconsul e Ramapithecus, prováveis ancestrais antropóides do homem.

22:30 Primeiros seres humanos surgem.

23:00 O homem está na idade da pedra.

23:46 O homem domestica o fogo.

23:56 Início da última glaciação.

23:58 O homem chega à Austrália.

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Descrição do último minuto do calendário cósmico.

23h59min OCORRÊNCIAS

00s Numerosas pinturas em cavernas datam desta época.

20s Criação da agricultura.

35s Civilização Neolítica e primeiras cidades.

50s Primeiras dinastias na Suméria e Egito.

51s Invenção do alfabeto, império Acadiano.

52s Código de Hamurabi na Babilônia e Reino Médio no Egito

53s Idade do bronze, cultura micênica, Guerra de Tróia, cultura Olmeca, bússola.

54s Idade do ferro, Primeiro Império Assírio, surge Israel, surge Cartago (fenícios).

55s Império Asoka (Índia), Ching (China), Atenas de Péricles, nasce Buda.

56s Império Romano e nascimento de Jesus Cristo.

57s Dinastia Sung (China), impérios Bizantino, Mongol e Cruzadas.

58s Renascimento, expansão européia, Dinastia Ming (China).

59s Descobrimento da América até os dias de hoje.

Capítulo 4 Tantos Filhos...

CAUSA ESPÉCIE TANTA DESCONSIDERAÇÃO... (dizem que são 30 milhões de espécies no mundo)

Todas as espécies do mundo…

May 15, 2007

…vão ser catalogadas em uma grande enciclopédia online. Ela será

escrita colaborativamente, nos moldes da Wikipédia. O projeto,

batizado Encyclopedia of Life (Enciclopédia da Vida), é liderado por

um grupo de institutos de pesquisa americanos. A ambição é

classificar as cerca de 1,8 milhões de espécies do mundo. O projeto,

orçado em US$ 12 milhões, pretende ter uma página para cada

espécie dentro de uma década. Antes que algumas delas

desapareçam.

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Metade de todas as espécies do planeta

podem desaparecer nos próximos 50 anos

Um grupo formado por cientistas de diversos países acaba de divulgar

resultados desanimadores de um amplo estudo feito com animais e

plantas em risco de extinção. A conclusão não poderia ser pior. Segundo

a pesquisa, publicada na edição de 10 de setembro.

10 de Fevereiro de 2005. Publicado por Equipe EcoViagem

Um grupo formado por cientistas de diversos países acaba de divulgar

resultados desanimadores de um amplo estudo feito com animais e

plantas em risco de extinção. A conclusão não poderia ser pior.

Segundo a pesquisa, publicada na edição de 10 de setembro da revista

Science, outras 6,3 mil espécies estão ameaçadas de desaparecer se os

organismos da qual dependem forem extintos.

A equipe, liderada por Lian Pin Koh, da Universidade Nacional de

Cingapura, e por Robert Dunn, da Universidade do Tennessee, nos

Estados Unidos, partiu de estudos anteriores, segundo os quais metade

de todas as espécies do planeta podem desaparecer nos próximos 50

anos, para avaliar algo pouco lembrado: a coexistência das espécies.

Segundo os pesquisadores, os estudos sobre extinção global ignoram

milhares de espécies afiliadas que também correm risco de desaparecer.

Ou seja, a lista de espécies em extinção é muito maior do que se

imaginava até então.

“Estimativas atuais precisam ser recalibradas para levar em conta a

coexistência da espécie”, escreveram os autores do estudo.

Os cientistas utilizaram um modelo baseado em dados reais para

examinar as relações entre espécies “afiliadas” e “hospedeiras”, das

quais as primeiras são dependentes.

Após a compilação de uma lista com 12,2 mil plantas e animais

consideradas ameaçadas, foram estudados diversas seleções de

insetos, aracnídeos, fungos e outros organismos especialmente

adaptados ao hóspede

ameaçado. Os pesquisadores descobriram que outras 6,3 mil espécies

deveriam ser classificadas como “também ameaçadas”.

“A conclusão é que com a extinção de um pássaro, por exemplo, não

está sumindo apenas uma única espécie. Outras, completamente

ignoradas, também estão sendo varridas do planeta”, disse uma das

autoras do estudo, Heather Proctor, da Universidade de Alberta, no

Canadá.

“Nosso objetivo foi tentar descobrir quantas espécies iriam desaparecer

a partir da extinção de outras. Isso seria fácil se a relação fosse sempre

de um para um, entre o hospedeiro e o afiliado, mas nem todos os

parasitas, por exemplo, dependem de um único hospedeiro. A solução

foi determinar quantas outras espécies poderiam atuar como hospedeiro

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e inserir esse grau de dependência no estudo”, disse Heather.

A pesquisadora canadense cita o exemplo de uma planta em Cingapura

que, ao desaparecer do país, levou junto uma espécie de borboleta, a

Parantica aspasia.

“Quando algo do tipo ocorre, jamais poderá ser corrigido”, disse

Heather.

O artigo Species coextinctions and the biodiversity crisis, de Lian Pin

Koh, Robert Dunn, Navjot Sodhi (Universidade Nacional de Cingapura),

Robert Colwell (Universidade de Connecticut, EUA), Heather Proctor e

Vincent Smith (Universidade de Glasgow, Escócia).

Fonte: Fapesp

De todos os filhos só um é malcriado, justamente o que recebeu mais benesses, mais coisas prontas, e o mais avançado em racionalidade.

Capítulo 5 ... Mal-Agradecidos

Os seres humanos somos verdadeiramente mal-agradecidos.

Reclamamos o tempo todo, todo o tempo, em toda parte. Ninguém quer uma pessoa superentusiasmada que fique o tempo todo “dando graças” e se esqueça de trabalhar, de passar pelos problemas para encontrar as soluções – já estaria de bom tamanho parar de chorar tanto, parar um pouco o chororô para olhar em volta.

PROCURAM-SE VIVOShomens

(podem ser perigosos) mulheres

Não foram invasores de corpos nem invasores alienígenas,

fomos nós, os próprios filhos tão queridos que maltratamos Mamãe.

Capítulo 6 O Chororô

Além disso, de uns tempos para cá dei de ficar estarrecido com

a quantidade de choro de todos nós, as contínuas reclamações.

19

Está certo, temos problemas. Mas na escola não dividem o mundo em soluções e em

problemas, não falam absolutamente nada; não dizem que além das recompensas, do riso, das brincadeiras e das festas há também a banda podre, o sofrimento e a dor, as punições e as tristezas, os dias de chuva e desolação. Não nos preparam para o outro lado do equilíbrio, o desequilíbrio e o caos.

Dão-nos (quando é o caso) uma infância boa (o que é ótimo) e esquecem-se de ponderar sobre os tropeços e as bicadas, os pontapés e as porradas que a sucessão de eventos traz à nossa vida.

Aí, quando deparamos com os problemas, quando passamos dos 35 anos e não há mais apoio de ninguém, quando é a hora de nós sustentarmos o mundo nas costas nos sentimos abandonados e danamos a chorar. Somos pirracentos como crianças mimadas.

noite escura VIDA DUPLA

encontro yin/yang dia ensolarado

É ciclo, circula e muda, altera e volta, é dominância

de um e de outro, é combinação mecânica.

dia de praia chuva torrencial

Por não nos vermos todos como filhos e com direito a uma teta

nós batalhamos uns CONTRA os outros, o que em círculo é contra nós mesmos. Nós nos torpedeamos, nós acabamos com a humanidade ao acabarmos com Mamãe, por falta de informações, por parcialidade ao ceder as informações (eu mesmo fui enganado, a maioria de nós foi). Os gerentes do mundo não foram nada bons e agora estamos pagando a conta geral.

E é como se tivéssemos recebido o Paraíso, usando-o com a pior das más intenções e agora culpássemos o proprietário por sermos hóspedes birrentos.

Capítulo 7 Quem Tem Olhos de Ver que Veja

20

PARADISE HOTEL (não é só nas Bahamas, é por toda parte: para quem é rico de imaginação o mundo não parece pequeno nem feio, como disse Fernando Pessoa de outra forma: “tudo vale a pena se a alma não é pequena”)

praias

campos

florestas

montanhas

cachoeiras

corais

floração natural

ondas

pantanal

geleiras

21

grutas

dunas

ilhas

gêiseres

Ainda existem milhões de lugares assim, não os tivemos de fazer, não os tivemos de construir com grandes dificuldades; bastou que não os destruíssemos. Tudo isso veio antes de nós, só tivemos de ter olhos para ver, como disse Jesus: quem tem olhos de ver que veja.

Capítulo 8 O Que Pode Ser Visto?

Pode ser vista toda a grandeza de ter um universo, vida,

racionalidade e chance de ir ainda mais adiante.

• na físico-química: 13,0 bilhões de anos do universo;

COMO ESTÁ DITO EM “CONVIVENDO COM OS BILIONÁRIOS”

• na biologia-p.2: 3,8 bilhões de anos da Vida na Terra; • na psicologia-p.3: os bilhões de seres humanos.

UM, EM TODOS ESSES BILHÕE

instrumentos de sentir

S (100 trilhões de células) – cada lado de fora tem um lado de dentro; cada mente exterior tem uma representação exterior.

22

processador de informações

instrumento para

comunicação

instrumentos de

pegar

uma quantidade

incrível de sistemas de apoio

instrumentos de

caminhar

23

A pessoa que vê tem de estar à altura do que vê: Silas, que é o nosso cachorro-amigo, labrador Pink nose de Gabriel, não vê nem um bilionésimo do que um ser humano vê, porque ele está muitas ordens de crescimento abaixo de nós.

Nós vemos papéis de parede planos de lugares espaciais e podemos reconhecer que representam lugares reais alhures: Silas não tem acesso a essa riqueza. Não vê revistas em quadrinhos, nem filmes, não lê livros, não conversa um milhão de assuntos candentes, não debate as correntes culturais, não entende os prédios – ele é completamente desprovido de todos esses avanços dos mais recentes 10 mil anos.

NEM UMA delas, entre os 30 milhões de espécies, pode perceber nossa construção e o largo projeto da Natureza, não pode compreender o tempespaço profundo, nem as conquistas do Conhecimento, nada mesmo; todas as espécies ainda vivem no Paraíso, embora poluído por nós, que usamos muito mal tudo que nos foi dado, tudo que nos foi oferecido “de bandeja” por Mamãe superatarefada.

Capítulo 9 A Beleza de Mamãe

Mamãe desfilou com sua beleza na passarela da Vida, como toda

mulher ficou insatisfeita com a desconsideração de seus filhos e está reagindo aos excessos humanos com uma fúria inusitada.

Mamãe decidiu nos castigar. A Terra não vai sofrer nada, 10 mil anos para ela é menos que

nada (para quem já existe há 4,5 bilhões de anos); é só preparar o berço de novo para os novos ocupantes. Já houve duas extinções maciças há 270 milhões de anos (sobrou 1 %), há 65 milhões de anos (sobraram 30 %) e nem por isso a Vida acabou.

DIZEM QUE O MUNDO VAI SE ACABA

E O Mundo Não Se Acabou Assis Valente

R (não, o que talvez se acabe é a espécie humana; alguns desafetos diriam que já vai tarde, veja Quem me Mastiga? Guia de Libertação)

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar

E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar

Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada

Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada

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Acreditei nessa conversa mole

Pensei que o mundo ia se acabar E fui tratando de me despedir

E sem demora fui tratando de aproveitar

Beijei na boca de quem não devia Peguei na mão de quem não conhecia Dancei um samba em traje de maiô

E o tal do mundo não se acabou

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar

E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada

Chamei um gajo com quem não me dava

E perdoei a sua ingratidão E festejando o acontecimento

Gastei com ele mais de quinhentão Agora eu soube que o gajo anda Dizendo coisa que não se passou

Ih, vai ter barulho e vai ter confusão Porque o mundo não se acabou

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar

Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada

Por causa disso nessa noite lá no morro nem se fez batucada Mamãe-Terra, uma das menininhas de Mamãe, é muito velha e

muito forte – nós é que somos jovens e fracos, arrogantes e pedantes. O que nós fomos fazer? Não se trata nem de aquecimento global, a questão é outra: de

nossos excessos contra nós mesmos! Contra nossos próximos. Bem que Jesus disse: “amai-vos como Eu vos amei”.

Por toda parte a fúria campeia e falta agradecimento.

Capítulo 10 Os Porcos no Chiqueiro

Então, se os porcos – perante sua própria consciência – estão

conspurcando o lindo lugar onde foram colocados para viver, o que se pode fazer?

Vitória, quarta-feira, 25 de março de 2009. José Augusto Gava.

25

ANEXOS Capítulo 5

lixões por toda parte:

escrófulas, abscessos da Grande Mãe

COMO MALTRATAMOS MAMÃE-TERRA

assoreamento dos rios: as

veias de Mamãe estão

entupindo

poluição dos

rios

secando Mamãe (mar de Aral)

26

desmatamento (cortando os

pêlos)

queimadas

(queimando a pele)

desertificação

corroendo a

pele de mamãe com ácido

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Chuva Ácida

Há anos, setecentos cientistas de mais de trinta países

reuniram-se em Hilton Head, na Carolina do Sul, EUA, para discutir um tema que está literalmente caindo sobre a

cabeça de todos : a chuva. Como se não bastasse provocar um rombo na camada de

ozônio da alta atmosfera e ameaçar o planeta de superaquecimento, a poluição, nas suas diversas

modalidades, também envenena a chuva -–algo tão benfazejo e essencial à vida como o próprio ar. Em conseqüência, 10 mil lagos na Suécia estão

praticamente mortos. Na Noruega, outros 2 mil perderam seus peixes.

E na Alemanha, mais de 35% das florestas estão doentes. O Taj Mahal, um dos mais belos monumentos hindus, está perdendo a sua cor branca. E na Península de Yucatán, ao

sul do México, a chuva está rapidamente destruindo obras da civilização maia, que floresceu ali pelo menos 1500 anos

antes da chegada do homem branco. No Brasil, a poluição da chuva quase não é estudada. Isso não quer dizer que os aguaceiros que aqui desabam sejam sempre limpos. Há cerca de 13 anos atrás, pesquisadores da Universidade Federal Fluminense constataram que a

vegetação da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, estava sendo afetada pela sujeira da chuva.

Outros estudos, realizados pela Universidade Federal de Vicoca, mostraram que a flora do Parque Florestal do Rio

Doce, nas proximidades do Vale do Aço, também tinha sido atingida. Apesar disso, um dos pesquisadores da CETESB

afirmou que, "o problema não tem a gravidade que adquiriu em outros países."

Como sempre, em todos os lugares onde a chuva está servindo de meio de transporte para a poluição, os vilões

da historia são as industrias e os veículos que despejam no

28

ar, todos os dias, toneladas de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio. Esses gases reagem com o vapor de

água e outros compostos químicos da atmosfera para formar o perigoso ácido sulfúrico e o ácido nítrico. Apesar dos compostos serem perigosos, o problema da chuva acida

é a degradação do meio ambiente a longo prazo. Alem de poluir rios e lagos e acabar com a flora e a fauna aquática, a chuva acida se infiltra no solo liberando certos metais potencialmente tóxicos, como alumínio, chumbo e cádmio. Estes podem se introduzir na cadeia alimentar através de plantas e acabar prejudicando a saúde do

homem. Ao contrario do que se imagina, mesmo nos locais mais

limpos, como o Ártico, a água da chuva é levemente ácida, ou seja, tem pH 5,6. O pH mede o teor de íons positivos de hidrogênio de uma solução (por uma convenção, pH designa o universo do logaritmo da concentração desses íons). A

tabela do pH vai do zero ao quatorze : quanto maior for a concentração daqueles íons, menor será o pH, logo, mais

ácida a chuva. Em várias cidades do oeste da Europa e do leste dos EUA, a chuva chegou a ter pH entre 2 e 3, ou seja, entre o do

vinagre e o do suco de limão. A diferença é maior do que parece : uma chuva com pH 3 contém dez vezes mais hidrogênio do que outra com pH 4

e cem vezes mais do que outra com pH 5. O conceito de chuva ácida vai mais além : a acidez é a

ponta do iceberg. Como a manifestação mais óbvia de que a chuva está poluida é o baixo pH, adota-se o nome chuva

ácida para qualquer precipitação com alto teor de poluentes.

Nesses últimos anos, quando o homem parece acordar para os estragos que vem causando à natureza, a chuva ácida costuma ser citada – até com certo exagero – como uma espécie de holocausto ecológico em forma liquida. Mas a

ameaça é quase tão antiga quanto a própria Revolução Industrial. A expressão foi usada originalmente no século

passado, mais precisamente em 1872, quando o químico inglês Robert Argus Smith analisou a qualidade do ar da cidade de Manchester. No seu livro Air and rain : the beginning of a chemical climatology ( Ar e chuva : os

inícios de uma climatologia química ). Smith estabelece pela primeira vez uma ligação entre o pH da chuva e a

29

combustão do carvão naquele centro industrial. Quase meio século depois, o biólogo norueguês Knut Dahl reconhecia a relação entre a acidez das chuvas e a morte

de plantas e peixes em vários lagos de seu país. Os lagos saudáveis em toda a Escandinávia teriam um pH em torno de 7,0. Em muitos deles, esse valor baixou para 5,0. A acidez matou algas, plânctons e insetos. Sem esta vida microscópica, as águas adquiriram uma transparência

não natural. Depois, à medida que o pH abaixava, desapareceram os peixes, em especial salmões e trutas.

Enfim, os pássaros, sem Ter o que comer, também sumiram.

Na primeira Conferencia Mundial do Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, em 1972, os suecos deram o

alerta. Se a guerra química do homem contra a natureza continuasse, em cinqüenta anos, calcularam eles, metade

dos lagos de seu pais estariam mortos. Por ironia da sorte – ou mais exatamente devido ao complexo mecanismo do

clima no planeta – , suecos e noruegueses estavam arcando com um desastre armado a mil quilômetros de distancia, na

industrializada Inglaterra. As correntes de ar que se deslocavam do oceano para o continente carregavam a maior parte dos 5 milhões de toneladas anuais de dióxido de enxofre expelidas pelas

centrais elétricas movidas a carvão das Ilhas Britânicas. Quando alcança o sul da Noruega e o sudoeste da Suécia, a mistura poluída se precipita sob a forma de chuva. Calcula-

se que algumas regiões da Suécia chegaram a ser contempladas todo ano com um presente grego : 2 gramas

de ácido sulfúrico por metro quadrado de chão. A Península Escandinava não foi a única premiada. As

emissões de dióxido de enxofre foram estimadas em 70 milhões de toneladas anuais. Esses gases não respeitaram

fronteiras : Alemanha, França, Republica Tcheca e Eslováquia, a ex-URSS, Itália e Espanha tiveram sua cota de participação no involuntário comércio internacional de poluição. No Brasil, a termelétrica de Candiota, em Bagé,

RS, por queimar carvão de má qualidade, acidifica as chuvas que caem no Uruguai. Paradoxalmente, até as

medidas antipoluentes adotadas na década de 70 contribuíram para o mercado exportador de chuva ácida. Foi o que aconteceu, por exemplo, no Parque Nacional de

Adirondack, uma extensa área verde nos EUA, com

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montanhas e lagos aprazíveis, protegidos por uma rigorosa legislação de defesa do meio ambiente.

Ninguém imaginaria que naquele paraíso terrestre houvesse qualquer sinal de poluição. Mas em 1976

constatou-se que os peixes de mais da metade dos lagos de Adirondack haviam desaparecido. De onde veio o veneno

que teria acabado com eles ? O autor do crime estava a cerca de 800 quilômetros do Parque. Tratava-se do

complexo siderurgico de Sudbury, em Ontário, no Canadá. Para impedir que a poluição prejudicasse as áreas vizinhas, em Sudbury as chaminés têm descomunais 400 metros de altura. Lançados às camadas mais altas da atmosfera, os

gases venenosos são levados por ventos que sopram para o leste até encontrar a barreira dos Montes Apalaches e se

precipitar como chuva ácida em pleno parque. Os americanos se queixaram, mas não puderam fazer papel de vítima inocente. Segundo pesquisas, o Canadá recebe dos EUA quatro vezes mais dióxido de enxofre e onze vezes

mais óxido de nitrogênio do que envia para esse país. As florestas da America do Norte não foram afetadas pela chuva ácida. Mas na Europa, os efeitos parecem

devastadores. Na Alemanha, Suíça, França e Áustria, as arvores estão doentes, talvez porque o solo ou o tipo de vegetação seja especialmente vulnerável à acidez. Na

Alemanha, uma paisagem desoladora : pinheiros e abetos, antes grandiosos, apresentam folhagem amarelada, com

manchas escuras que provam a falta de nutrientes ( calcio e magnésio ). As árvores mais afetadas já perderam a

folhagem: os troncos nus estão cobertos de ramos finos, raquíticos e quebradiços.

Nas cidades, a corrosão dos monumentos, edifícios e veículos e de duas a dez vezes mais rápida do que no campo. Na região de Katowice, no sul da Polônia, por

exemplo, os trens não podem correr a mais de 40 km/h devido à corrosão dos trilhos. Os gregos, por sua vez,

estão lutando contra o tempo para contra-atacar a chuva ácida que aos poucos dissolve seus conhecidos monumentos

históricos. Segundo alguns especialistas, alguns dos grandes templos como o Parthenon, em Atenas, se

deterioraram mais nesse último quarto de século do que em todos os 2400 anos anteriores. A poluição

praticamente já apagou as delicadas frisas e figuras gravadas na entrada da construção.

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Ali, a solução de ácido sulfúrico reage com o mármore transformando a superfície em gesso macio. Problema semelhante se suspeita que esteja ocorrendo com o

Coliseu, em Roma. Às vezes, são falsos alarmes. Quando as esculturas dos doze profetas, obra em pedra-sabão do Aleijadinho, na cidade mineira de Congonhas do Campo,

começaram a ser corroídas, afirmou-se que a culpada era também a chuva ácida. Dessa vez, parece que tudo não

passou de um ataque de fungos. Melhor sorte não tiveram os monumentos no sul do México. Um estudo mostrou que as esculturas e as ruínas maias estão sendo destruídas

pela chuva ácida. Na America do Sul, chuvas com pH médio 4,7 têm sido

registradas tanto em regiões urbanas e industrializadas como em regiões remotas. Isso não quer dizer que a poluição esteja se espalhando. Por exemplo, estudos realizados na floresta amazônica mostraram que os

valores do pH na região ( entre 4,5 e 4,7 ) estão próximos daqueles observados em áreas das cidades de São Paulo e

Rio de Janeiro. A explicação é natural. A chuva ácida provém da oxidação do sulfeto de hidrogênio, ou seja, a

reação do sulfeto em contato com o oxigênio do ar, que se volatiliza nas regiões alagadas. Mas resulta principalmente

da grande quantidade de ácidos orgânicos emitidos pela própria floresta.

Fonte: www.bio2000.hpg.ig.com.br Chuva Ácida

A chuva ácida é uma das principais conseqüências da poluição do ar. As queimas de carvão ou de petróleo

liberam resíduos gasosos, como óxidos de nitrogênio e de enxofre. A reação dessas substâncias com a água forma

ácido nítrico e ácido sulfúrico, presentes nas precipitações de chuva ácida.

Os poluentes do ar são carregados pelos ventos e viajam milhares de quilômetros; assim, as chuvas ácidas podem

cair a grandes distâncias das fontes poluidoras, prejudicando outros países.

O solo se empobrece, a vegetação fica comprometida. A acidificação prejudica os organismos em rios e lagoas, comprometendo a pesca. Monumentos de mármore são

corroídos, aos poucos, pela chuva ácida. Prejuízos para o homem

1. Saúde

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A chuva ácida libera metais tóxicos que estavam no solo. Esses metais podem alcançar rios e serem utilizados pelo

homem causando sérios problemas de saúde. 2. Prédios, casas, arquiteturas

A chuva ácida também ajuda a corroer os materiais usados nas construções como casas, edifícios e arquitetura,

destruindo represas, turbinas hidrelétricas etc. Prejuízos para o meio ambiente

1. Lagos Os lagos podem ser os mais prejudicados com o efeito da

chuva ácida, pois podem ficar totalmente acidificados perdendo toda a sua vida.

2. Desmatamentos A chuva ácida faz clareiras, matando duas ou três árvores.

Imagine uma floresta com muitas árvores utilizando mutuamente, agora duas árvores são atingidas pela chuva ácida e morrem e assim vão indo até formar uma clareira.

Essas reações podem destruir florestas. 3. Agricultura

A chuva ácida afeta as plantações quase do mesmo jeito que das florestas, só que é destruída mais rápido já que as

plantas são do mesmo tamanho, tendo assim mais áreas atingidas.

Como evitar a Chuva Ácida: • Conservar energia • Transporte coletivo • Utilização do metrô

• Utilizar fontes de energia menos poluentes • Purificação dos escapamentos dos veículos

• Utilizar combustíveis com baixo teor de enxofre. Fonte: jmacedoc.sites.uol.com.br

Chuva ácida

As chuvas ácidas são um sério problema de agressão ao

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meio ambiente, são gotas de água que podem ser chuva ou neblina carregadas de ácido nítrico e sulfúrico. Esses

ácidos são resultados de reações químicas que correm na atmosfera a partir da presença do enxofre. O enxofre,

por sua vez, é emitido para a atmosfera pelas indústrias, pela queima de carvão, pelos veículos, etc. Ela pode

manifestar-se tanto no local de origem, como a centenas de quilômetros de distância.

As chuvas ácidas são um sério problema de agressão ao meio ambiente, são gotas de água que podem ser chuva ou

neblina carregadas de ácido nítrico e sulfúrico. Esses ácidos são resultados de reações químicas que correm na atmosfera a partir da presença do enxofre. O enxofre,

por sua vez, é emitido para a atmosfera pelas indústrias, pela queima de carvão, pelos veículos, etc. Ela pode

manifestar-se tanto no local de origem, como a centenas de quilômetros de distância.

A ação corrosiva do ácido é impiedosa, provoca acidificação do solo, prejudicando as plantas e animais, a vida dos rios e florestas. Da mesma forma as edificações presentes na área são afetadas, o excesso de nitrogênio lançado pela chuva ácida em determinados lagos também

pode causar crescimento excessivo de algas, e conseqüentemente perda de oxigênio, provocando um

significativo empobrecimento da vida aquática.

No Brasil, durante muito tempo e até recentemente, a maior e mais famosa região industrial poluidora do meio

ambiente era Cubatão. Todos os tipos imagináveis de poluição e de agressão ao meio ambiente podiam ser encontrados nesse enorme complexo industrial, que

apresenta uma grande siderúrgica (Cosipa) e uma refinaria de petróleo (Presidente Bernardes), além de inúmeras

indústrias químicas (fertilizantes, sabão, etc.). Poluindo

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atmosfera, chuva ácida, chuva química, poluição dos rios, destruição da vegetação da Serra do Mar, população

afetada com problemas respiratórios, abortos e crianças nascendo sem cérebro foram alguns dos problemas

ambientais que deram fama a Cubatão como uma das cidades mais poluídas do mundo.

No mundo as chuvas e neblinas carregadas de ácidos são responsáveis pelo "desgastes" de esculturas de mármore, como ocorre em Atenas e em todos os grandes centros

poluídos por automóveis e fábricas do mundo.

No mundo as chuvas e neblinas carregadas de ácidos são responsáveis pelo "desgastes" de esculturas de mármore, como ocorre em Atenas e em todos os grandes centros

poluídos por automóveis e fábricas do mundo.

Na Europa esse problema é muito grave, pela antiguidade das obras expostas a céu aberto. É o chamado Câncer de Pedra, que faz com que seja necessário recolher essas

obras de arte, substituí-las por réplicas e somente expô-las em ambientes fechados. Infelizmente, muitas obras de

arte e monumentos antigos, já se acham completamente destruídos pela corrosão provocada pelas chuvas ácidas.

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As chuvas ácidas também tem provocado a destruição

completa da flora e da fauna aquática de numerosos lagos nos Estados unidos, no Canadá e na Suécia, também as florestas, como a Floresta Negra na Alemanha, vêm

sofrendo os efeitos dessa poluição. Floresta Negra é o nome dado a floresta de pinheiros típicas do Sul da

Alemanha. O controle da chuva ácida tem de ser feito como o emprego de combustíveis de baixo teor de

enxofre, com a instalação de sistemas de tratamento de emissões gasosas nas indústrias e no veículos com motor

de explosão.

A ingestão de água potável acidificada, por longos períodos

, pode causar a doença de Parkinson e de Alzheimer, a hipertensão, problemas renais e principalmente em

crianças, danos ao cérebro. Estima-se que nos Estados Unidos a chuva ácida é a terceira maior causa de doenças

pulmonares. Continuando no ritmo de poluição do ar, nos próximos 30 a

40 anos a chuva ácida causará maiores alterações na química dos solos do que as florestas tropicais poderiam

suportar. Fonte: paginas.terra.com.br

devastação na mineração

destruição da diversidade

Destruição da biodiversidade empobrecerá o mundo vertiginosa destruição da biodiversidade no planeta foi

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analisada com enorme preocupação nesta sexta-feira, em Potsdam, pelos ministros do Meio Ambiente do G8 e

cinco países emergentes, entre eles o Brasil. Os ministros participantes concordaram em incluir o tema

na agenda dos chefes de Estado e de Governo do G8 e cinco emergentes que será realizada em Heiligendamm

(norte da Alemanha), de 6 a 8 de junho, e que terá como questão principal a mudança climática no planeta.

A destruição da biodiversidade se realiza a uma velocidade de progressão geométrica. "Diariamente destruímos 150

espécies", advertiu o ministro alemão Sigmar Gabriel, cujo país preside este ano o G8. A indústria, com suas emissões

de gases de efeito estufa, e com as atividades humanas que esgotam os recursos naturais, está ocasionando uma verdadeira destruição do banco de dados da natureza,

assinalou. Para as próximas semanas será preparado um informe

sobre a destruição da biodiversidade, seguindo o modelo baseado no recente informe do economista-chefe do

Banco Mundial, Nicholas Stern, sobre a mudança climática, em que se destacarão os efeitos que sete fenômeno -

irreversível - pode ter na economia e no empobrecimento da população mundial.

As perdas ocasionadas por esta destruição também são econômicas, já que 40% do comércio mundial se desenvolve

com base no aproveitamento dos recursos naturais.

AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados.

Sete Quedas nós sofremos

Antes e depois das Sete Quedas: o espaço geográfico de Guaíra PR

José Flávio Marques da Silva Location:

http://tede.unioeste.br/tede//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=309

O objetivo deste trabalho é analisar a organização e a reorganização do espaço geográfico do município de Guaíra - PR relacionado com o desaparecimento das Sete Quedas,

outubro de 1982. Com o desaparecimento das Sete Quedas abriu-se uma discussão sobre a bancarrota da economia de Guaíra, entretanto, o município ampliou o

horizonte de possibilidades econômicas, refletindo

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também em novas formas espaciais. A economia da erva mate em Guaíra será a precursora de uma organização

espacial que constituirá elementos definidores da paisagem, considerando as suas características produtivas.

O fim das Sete Quedas representaram dois grandes impactos, o ambiental e o econômico. O ambiental pela intervenção do homem na natureza e o econômico pelo desmantelamento da atividade turística e a perda de

grandes porções de terras agricultáveis. As diretrizes da reorganização do espaço definiram-se por Planos

Diretores, e em parte, pelo movimento da sociedade com suas novas demandas. Assim, considerou-se necessário,

além das observações e análise das novas formas espaciais, fazer uma análise dos indicadores econômicos

do município. Esta análise demonstrou que apesar das lamentações pela perda do atrativo turístico, Guaíra encontrou uma nova matriz econômica e apresenta

resultados mais vigorosos que no passado. Praticamente todos os ramos de atividade, com poucas exceções,

apresentaram crescimento, bem como o número de pessoas no mercado formal de trabalho, o número de

estabelecimentos comerciais, o PIB municipal e o PIB per Capita do município. Quanto às transformações espaciais, destacam-se as novas regionalizações que se apresentam em decorrência da formação do Lago de Itaipu, como o Conselho dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu, a chamada Costa Oeste e o Corredor da Biodiversidade.

Também se evidencia a importância de Guaíra na Mesoregião Oeste Paranaense, a integração com os municípios do Estado do Mato Grosso do Sul e com

municípios do sudeste paraguaio. A expansão da ferrovia Ferroeste, passando por Guaíra, fortalece a pujança do município e, que, das Sete Quedas se guardará apenas a

memória de suas belezas naturais. matando os irmãozinhos

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matando os corais

Quarta-feira, 23 de Julho de 2008 CORAIS, REVISTA VEJA JULHO 2008

A morte dos corais, causada pela poluição, ameaça 2

milhões de espécies nos oceanos Os recifes de corais, apreciados por sua beleza e profusão

de cores, têm um papel fundamental para os oceanos. Estima-se que sirvam de ABRIGO para 2 milhões de

espécies de peixes, moluscos, algas e crustáceos. Tamanha biodiversidade só encontra paralelo nas florestas tropicais. Há tempos os cientistas observam com

apreensão a degradação e a morte dos corais em diversas regiões. A culpa seria da poluição produzida pelo homem e

do aumento de temperaturas na Terra. (....) Das 1400 espécies de corais conhecidas, 2312 estão em diferentes

graus de extinção. QUANDO OS CORAIS SE EXTINGUEM, O MESMO OCORRE COM PLANTAS E OS

ANIMAIS QUE DELES DEPENDEM PARA OBTER ALIMENTOS E REFÚGIO CONTRA OS PREDADORES.(...) Os recifes de corais também beneficiam as populações nas

regiões litorâneas. Eles servem como um escudo que absorve a movimentação dos mares e diminui a erosão costeira. O declínio mais drástico no número de corais

ocorreu entre 1997 e 1998, durante o fenômeno climático El Niño, que provocou o aquecimento das águas. A elevação

da temperatura provoca a morte das ALGAS ZOOXANTELAS, que vivem em relação de simbiose com os

recifes. São essas algas que, afixadas nos tecidos moles dos corais, lhes fornecem os nutrientes necessários à sua sobrevivência. O calor leva ao branqueamento dos corais

(ver figura).(...) A acidificação dos mares, também é fatal para a saúde dos corais. Ao absorver o excesso de dióxido de carbono da atmosfera, os oceanos ficam mais ácidos, o que compromete a construção dos esqueletos calcários. A

ação direta do homem também tem conseqüências

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nefastas para os corais. Os resíduos do esgoto e do lixo de cidades litorâneas. (...) A pesca predatória (uso de

dinamites) reduz grandes áreas dos recifes a ruínas. a morte dos

oceanos 20 DE JULHO DE 2008

OCEANO DE PLÁSTICOS - O PLANETA PEDE AJUDA

Oceano de plástico

Por Eduardo Wagner Fevereiro 21, 2008

Durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São

produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos

oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.

Foto do vórtex

No oceano pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do

Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10

40

metros . Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100

milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos. Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados

Unidos.

Ocean Plastic O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta

mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem

praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.

Tartaruga deformada por aro plástico

A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como

bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente.. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei

por mais de uma semana sobre todo esse lixo'. Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça

plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum

lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o

fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.

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Todas as peças plásticas à direita foram tiradas do

estômago desta ave

Segundo PNUMA, o programa das nações unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de

mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como

tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.

Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico

E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma

esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar

nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia

alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres

humanos. Fontes: The Independent, Greenpeace e Mindfully - (Colaboração Drª. Amyra El Khalili - BECE-

REBIA)/ Eduardo Wagner

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nós fomos o dragão da maldade

Mamãe chora

Capítulo 10 O CHIQUEIRO QUE CONSTRUÍMOS

Onde colocamos nossos irmãos e irmãs.

O que fabricamos mais: lixo de nós.

Os filhos de Deus e da Natureza.

Porcos, porcos.

No nosso quintal.

Civilização.

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Onde mora a civilização.

A fúria de Mamãe e a humanidade de

joelhos. MONDAY, MARCH 10, 2008

Guerra ao Iraque custa US$ 12 mil milhões por mês,diz Stiglitz 10/03/08

A guerra do Iraque chega ao seu sexto ano em 2008 com um custo de aproximadamente 12 mil milhões de dólares por mês. A conclusão é do prémio Nobel de economia

Joseph E. Stiglitz e de Linda J. Bilmes, no livro "The Three Trillion Dollar War" ("A Guerra de Três Biliões de Dólares"). Segundo o estudo, este gasto é o triplo

do que houve nos primeiros anos da guerra.

Os autores prevêem que os gastos até 2017 sejam de entre 1,7 bilião de dólares e 2,7 biliões com as

guerras do Iraque e do Afeganistão.As projecções da Comissão de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos para 2017 mostram uma previsão de gastos próxima do previsto pelos dois economistas - entre 1,2 bilião e

1,7 bilião de dólares para as duas guerras, sendo que a do Iraque responde por três quartos dos gastos.Apesar de as baixas dos militares americanos e iraquianos

terem caído nos últimos meses, os custos dispararam. Se o Congresso aprovar o orçamento total, ele será 155% mais alto que o de 2004, de acordo com a Comissão.Num relatório de Janeiro, a comissão observou que o governo

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dos Estados Unidos estaria a comprometer uma significativa parte dos recursos com as guerras,

"obrigando os administradores a considerarem complicadas alternativas enquanto o país enfrenta um

crescente desafio económico."

Estes números não incluem os custos destas guerras nos próprios países. Por exemplo, os custos da destruição

infligida nas infra-estruturas iraquianas e em fábricas, hospitais, escolas, residências.No livro, Stiglitz e Bilmes afirmam que as duas guerras devem custar em torno de 845 mil milhões de dólares até

Setembro, fim do ano fiscal de 2008. Estes gastos não contam apenas operações militares, mas custos com

embaixadas, reconstrução e outros gastos relacionados. O total já supera os 670 mil milhões de dólares gastos em 12 anos de guerra no Vietname, diz a comissão de

orçamento. O crescimento dos gastos tem várias origens, dizem Stiglitz e Bilmes. Elas vão do surgimento de novas

unidades no Iraque, ao aumento do preço dos combustíveis, aos novos bónus para o realistamento, e à

necessidade de renovar equipamentos militares destruídos.Os estudos, porém, não contam com todos os

gastos escondidos do orçamento, dizem os autores. Também não levam em conta os potencialmente gigantescos custos do serviço da dívida e ainda com os custos para a economia americana da subida dos preços do petróleo, que quase quadruplicaram desde 2003, uma subida cujas

causas se devem parcialmente à guerra do Iraque.

"As pessoas sentem minha escrita como uma agressão; elas sentem que existe nela alguma coisa que as condena

à morte; eu não as condeno à morte, simplesmente suponho que já estejam mortas"Michel Foucault.(((((a revolta é a nobreza do escravo.Evolução ou Morte)))))

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SUNDAY, AUGUST 03, 2008 Crise do Petróleo: Lobbies, especulação e mercados

virtuais 03/08/08

http://wolf.readinglitho.co.uk/mainpages/oilworldmap.html A especulação é responsável por 60% do encarecimento do crude, afirmou o Presidente da Organização dos Países

Produtores de Petróleo (OPEP) no 19º Congresso Mundial do Petróleo, realizado no início de Julho em Madrid. Segundo

Chakib Jeli, a especulação nos mercados de produtos petrolíferos deveu-se à debilidade do dólar, consequência

da crise hipotecária do "sub-prime".De acordo com a opinião expressa pelo seu líder, a subida de preços não

interessa à OPEP (que está estruturada em torno de empresas estatais e monopólios públicos, em países com regimes mais ou menos autoritários), porque incentiva a

redução da procura e a exploração de outras fontes energéticas. A OPEP vai aumentar, até 2012, a sua

produção diária em quatro milhões de barris, devendo nessa altura atingir uma quota de 52% no mercado mundial (actualmente detém 40%). No entanto, historicamente, as tentativas da OPEP para controlar a evolução dos preços do petróleo raramente foram bem sucedidas. Segundo o seu líder, a missão da organização não é definir preços mas

assegurar a produção.

As experiências com vista à substituição dos derivados do

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petróleo por outras fontes energéticas são cada vez mais intensas, por exemplo, no sector dos transportes, onde 90% da energia globalmente consumida provém do petróleo. O desenvolvimento de automóveis movidos pela fusão de células de hidrogénio já se faz há alguns anos e dois consórcios (um formado entre a Peugeot e a Mitsubichi e outro entre a Nissan e a Renault) anunciaram carros movidos a electricidade já em 2011. Uma eventual

generalização destas viaturas provocaria, de facto, uma redução muito relevante na procura de produtos derivados do petróleo.Outro exemplo é o da utilização dos bio-combustíveis, actualmente generalizada no Brasil, para satisfação do presidente Lula da Silva. No entanto, a

utilização de produtos agrícolas para a produção energética limitou a produção alimentar e criou um vínculo muito apertado entre a dinâmica dos mercados

energético e alimentar, com terríveis consequências sobre a população pobre em muitas zonas do planeta, que foram

abandonando formas de agricultura familiar, de subsistência ou dirigida a mercados de proximidade, para se verem hoje confrontadas com uma subida de preços dos alimentos incompatível com o seu poder de compra.Sendo ainda pouco visíveis os resultados dos esforços de

substituição do petróleo por outras fontes energéticas, mesmo um aumento da oferta petrolífera pode não ser suficiente para contrariar a tendência de subida dos

preços: apesar de algumas iniciativas para se diversificarem as fontes energéticas, o certo é que a

indústria e os transportes ainda dependem em muito larga medida destes combustíveis, cujo consumo tende ainda a subir muito significativamente nas chamadas economias em desenvolvimento. O caso da China é exemplar: o consumo per capita de petróleo na China deverá atingir os cinco barris em 2012, muito longe dos 17 barris per capita que constituem a média do consumo nos países da OCDE. Mesmo assim, os cinco barris per capita representarão vinte milhões de barris de crude por dia, cerca de 25% da produção actual (86 milhões de barris). A economia do

século XX assentou no petróleo e no século XXI ainda não se deu a necessária e inevitável viragem para outras

fontes energéticas: o petróleo ainda representa 40% das transações mundiais de energia.

A regulação dos mercado é hoje um tema recorrente na discussão sobre a evolução do preço dos produtos

petrolíferos. A campanha presidencial norte-americana é

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disso um exemplo, com Barack Obama a sugerir uma apertada supervisão da Comissão de Mercado de Valores de Futuros

(CFTC, na sigla original) sobre os operadores que compram e vendem energia nos mercados electrónicos, actualmente isentos de vigilância graças a um "regime de excepção" impulsionado pela empresa Enron (antes do seu colapso) e implementado através de uma lei proposta pelo senador

Phil Gramm, um dos co-presidentes da campanha de MaCain.É nos mercados de futuros que se faz o essencial da

especulação com os produtos petrolíferos. Um contrato futuro corresponde a um compromisso de compra e venda de um determinado activo numa data específica, por preço e condições previamente definidas. As primeiras transações envolvendo petróleo nos mercados de futuros realizaram-se

em Nova Iorque (NYMEX) e Londres (IPE) nos anos 80, generalizando-se nos anos 90 a outros países.

Originalmente criados para facilitar a redução do risco dos agentes envolvidos nas transações de produtos

“físicos”, estes mercados “virtuais”, cujo funcionamento pressupõe a existência de um número alargado de

compradores e vendedores e não implica o contacto directo com as mercadorias transaccionadas, tornou-se

particularmente apetecível para os especuladores, em particular, naturalmente, nos períodos de subida de preços.Por sua vez, McCain está mais preocupado com a extensão da exploração de petróleo, tendo recentemente

solicitado ao Congresso dos Estados Unidos que levantasse a proibição de construção de plataformas de exploração petrolífera em alto-mar, que vigora desde 1982, para evitar impactos ambientais. As grandes companhias

petrolíferas também aproveitam o contexto de alta dos preços para justificar uma suposta necessidade de

aumentar a intensidade da exploração de petróleo. Um caso muito recente é o da insistente pressão da empresa Exxon

no sentido de exigir ao governo do Kazaquistão a aceleração do processo de abertura da exploração de novas jazidas, que estava prevista para 2005 e foi adiada para 2013. O Iraque anunciou a abertura a empresas privadas da exploração dos seus campos de petróleo, o que contrasta

com as práticas dos países vizinhos, como a Arábia Saudita, o Kuwait e os Emirados Árabes, onde empresas

estatais mantêm um rigoroso controlo sobre o investimento estrangeiro nos sectores petrolíferos. As reservas

provadas do Iraque, de 115 mil milhões de barris, são as maiores do mundo depois das da Arábia Saudita e do Irão e os contratos para a sua exploração estão a ser negociados com contratos estão a ser negociados com a Royal Dutch

Shell, a BP, a Exxon Mobil, a Shell em parceria com a BHP Billiton e a Chevron em parceria com a Total.Três destas grandes empresas - a Exxon Mobil, a Royal Dutch Shell e a BP - controlam mais de metade da produção internacional de petróleo e em 2005 alcançaram um nível de vendas de

cerca de um bilião de dólares, empregando mais de 300 mil pessoas. Estas empresas detêm activos de valor superior a

630.000 milhões de dólares e lideram o ranking dos mercados bolsistas, com a General Electric, a Vodafone e a General Motors.As pressões políticas exercidas por este

poderoso lobby, largamente financiado e dirigido pela Exxon, vão-se conhecendo através da imprensa, como foi o caso da influência sobre George Bush para que os Estados

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Unidos se demarcassem das recomendações sobre desenvolvimento sustentável assumidas globalmente na Cimeira de Joanesburgo, em 2002.Estas empresas, e em particular a BP, tiveram também larga participação na Guerra do Iraque: nos dias anteriores à invasão, uma

equipa de engenheiros treinou no Kuwait tropas de combate britânicas para a manutenção de campos petrolíferos no Iraque e logo após a ocupação do país um director da BP foi nomeado pelo governo inglês para a reconstrução das refinarias iraquianas. Hoje, a exploração do petróleo

iraquiano está a ser repartida entre as grandes empresas do sector a nível mundial.O controle que as grandes

empresas petrolíferas têm sobre a economia e a política internacional foi amplamente contestada em Madrid, por

ocasião do 19º Congresso Mundial do Petróleo. Em resposta, diferentes movimentos sociais promoveram o Encontro Social Alternativo do petróleo, protestando contra o poder de um restrito grupo de governos e

empresas sobre os recursos, a economia, as condições sociais e a política no planeta.Numa pequena

manifestação, algumas dezenas de pessoas vestidas de preto simularam uma "maré negra" que percorreu o centro

de Madrid e irrompeu pelas instalações da Bolsa da capital espanhola. Os engravatados frequentadores do edifício pegaram em cadeiras e tentaram agredir os pacíficos manifestantes. Mostraram que a especulação

financeira tem amplas defesas contra os ataques populares. Até à cadeirada, se for preciso!