a feira de caruaru

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A Feira de Caruaru

Luz Gonzaga

A Feira de Caruaru, Faz gosto a gente v. De tudo que h no mundo, Nela tem pra vend, Na feira de Caruaru. Tem massa de mandioca, Batata assada, tem ovo cru, Banana, laranja, manga, Batata, doce, queijo e caju, Cenoura, jabuticaba, Guin, galinha, pato e peru, Tem bode, carneiro, porco, Se duvid... int cururu. Tem cesto, balaio, corda, Tamanco, gria, tem cui-tatu, Tem fumo, tem tabaqueiro, Feito de chifre de boi zebu, Caneco acuvitro, Penra boa e m de uru, Tem cara de arvorada, Que pra matuto no and n.

Tem rde, tem balieira, Mode minino ca nambu, Maxixe, cebola verde, Tomate, cuento, couve e chuchu, Armoo feito nas torda, Piro mixido que nem angu, Mubia de tamburte, Feita do tronco do mulung. Tem loia, tem ferro vio, Sorvete de raspa que faz ja, Gelada, cardo de cana, Fruta de paima e mandacaru. Bunecos de Vitalino, Que so cunhecidos int no Sul, De tudo que h no mundo, Tem na Feira de Caruaru.

A Festa do Milho Luz Gonzaga O sertanejo festeja A grande festa do milho } bis Alegre igual a mame Que ver voltar o seu filho Em maro queima o roado A dezenove ele planta A terra j est molhada Ligeiro o milho levanta D uma limpa em abril Em maio solta o pendo J todo embonecado Prontinho para So Joo No dia de Santo Antnio J tem fogueira queimando O milho j est maduro Na palha vai se assando No So Joo e So Pedro A festa de maior brilho Porque pamonha e canjica Completam a festa do milho A Morte do Vaqueiro Luz Gonzaga Numa tarde bem tristonha Gado muge sem parar Lamentando seu vaqueiro Que no vem mais aboiar No vem mais aboiar To dolente a cantar Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo Ei, gado, oi Bom vaqueiro nordestino Morre sem deixar tosto O seu nome esquecido Nas quebradas do serto Nunca mais ouviro Seu cantar, meu irmo Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo Ei, gado, oi Sacudido numa cova Desprezado do Senhor S lembrado do cachorro Que inda chora Sua dor demais tanta dor

A chorar com amor Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo Ei, gado, oi E... Ei... A volta da asa branca Luz Gonzaga J faz trs noites Que pro norte relampeia A asa branca Ouvindo o ronco do trovo J bateu asas E voltou pro meu serto Ai, ai eu vou me embora Vou cuidar da prantao A seca fez eu desertar da minha terra Mas felizmente Deus agora se alembrou De mandar chuva Pr'esse serto sofredor Serto das mui sria Dos homes trabaiador Rios correndo As cachoeira to zoando Terra moiada Mato verde, que riqueza E a asa branca Tarde canta, que beleza Ai, ai, o povo alegre Mais alegre a natureza Sentindo a chuva Eu me arrescordo de Rosinha A linda flor Do meu serto pernambucano E se a safra No atrapai meus pranos Que que h, o seu vigrio Vou casar no fim do ano.

ABC do Serto Luz Gonzaga L no meu serto pros caboclo l Tm que aprender um outro ABC O jota ji, o le l O sse si, mas o rre Tem nome de r O jota ji, o le l O sse si, mas o rre Tem nome de r At o ypsilon l pissilone O eme m, O ene n O efe f, o g chama-se gu Na escola engraado ouvir-se tanto "" A, b, c, d, F, gu, l, m, N, p, qu, r, T, v e z L no meu serto pros caboclo l Tm que aprender outro ABC O jota ji, o le l O sse si, mas o rre Tem nome de r O jota ji, o le l O sse si, mas o rre Tem nome de r At o ypsilon l pissilone O eme m, O ene n O efe f, o g chama-se gu Na escola engraado ouvir-se tanto "" A, b, c, d, F, gu, l, m, N, p, qu, r, T, v e z A, b, c, d, F, gu, l, m, N, p, qu, r, T, v e Z Ateno que eu vou ensinar o ABC A, b, c, d, e F, gu, ag, i, ji, ka, l, m, n, o, p, qu, r, ci T, u, v, xis, pissilone e z

Accia Amarela Luz Gonzaga Ela to linda to bela Aquela accia amarela Que a minha casa tem Aquela casa direita Que to justa e perfeita Onde eu me sinto to bem Sou um feliz operrio Onde aumento de salrio No tem luta nem discrdia Ali o mal submerso E o Grande Arquiteto do Universo harmonia, concrdia harmonia, concrdia". Acordo s Quatro Luz Gonzaga Acordo s quatro Tomo meu caf Dou um beijo na mui E nas crianas tambm Vou pro trabio Com cu ainda escuro Respirando esse ar puro Que s minha terra tem Levo comigo Minha foice e a enxada Vou seguindo pela estrada Vou pro campo trabai Vou ouvindo O cantar dos passarinhos Vou andando, vou sozinho Tenho Deus pra me ajudar Tenho as mias Carneiro, porco e galinha Tenho int uma vaquinha Que a mui vve a cuidar E os menino Digo sempre a Iracema Em Santana de Ipanema Todos os trs vai estudar Pois eu no quero Fo meu analfabeto Quero no caminho certo Da cartilha do abc

Eu mesmo Nunca tive essa sorte Mas eu luto int a morte} bis Mde eles aprender Asa Branca Luz Gonzaga Quando "oiei" a terra ardendo Qual a fogueira de So Joo Eu perguntei a Deus do cu, ai Por que tamanha judiao Eu perguntei a Deus do cu, ai Por que tamanha judiao Que braseiro, que fornaia Nem um p de "prantao" Por farta d'gua perdi meu gado Morreu de sede meu alazo Por farta d'gua perdi meu gado Morreu de sede meu alazo Int mesmo a asa branca Bateu asas do serto "Intonce" eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu corao "Intonce" eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu corao Hoje longe, muitas lgua Numa triste solido Espero a chuva cair de novo Pra mim vortar pro meu serto Espero a chuva cair de novo Pra mim vortar pro meu serto Quando o verde dos teus "io" Se "espaiar" na prantao Eu te asseguro no chore no, viu Que eu vortarei, viu Meu corao Eu te asseguro no chore no, viu Que eu vortarei, viu Meu corao

Assum Preto Luz Gonzaga Tudo em vorta s beleza Sol de Abril e a mata em fr Mas Assum Preto, cego dos io Num vendo a luz, ai, canta de dor (bis) Tarvez por ignorana Ou mardade das pi Furaro os io do Assum Preto Pra ele assim, ai, cant de mi (bis) Assum Preto veve sorto Mas num pode avu Mil vez a sina de uma gaiola Desde que o cu, ai, pudesse oi (bis) Assum Preto, o meu cantar to triste como o teu Tambm roubaro o meu amor Que era a luz, ai, dos ios meus Tambm roubaro o meu amor Que era a luz, ai, dos ios meus.

Z Matuto Luz Gonzaga Z Matuto foi praia s pra ver como que mas voltou ruim da bola de ver tanta rabichola nas cadeiras das muis Z Matuto matutou matutou escreveu para o Clodovil ele logo respostou e atacou isso atraso do Brasil uma tanga minitanga tu pequena piquitinha miudinha no precisa amarrar hora tanga hora bola de ver tanta rabichola e deixa a tanga voar e deixa a tanga voar e deixa a tanga voar hora tanga hora bola de ver tanta rabichola e deixa a tanga voar.

Xote Ecolgico Luz Gonzaga No posso respirar, no posso mais nadar A terra est morrendo, no d mais pra plantar Se planta no nasce se nasce no d

At pinga da boa difcil de encontrar Cad a flor que estava aqui? Poluio comeu. E o peixe que do mar? Poluio comeu E o verde onde que est ? Poluio comeu Nem o Chico Mendes sobreviveu Luar do Serto Luz Gonzaga No h, gente, no Luar como esse do serto No h, gente, no Luar como esse do serto Oh!que saudade do luar da minha terra L na terra branquejando folhas secas pelo cho Este luar c da cidade to escuro No tem aquela saudade do luar l do serto No h, gente, no Luar como esse do serto No h, gente, no Luar como esse do serto Se a lua nasce por detrs da verde mata Mais parece um sol de prata prateando a solido E a gente pega na viola que ponteia E a cano e a lua cheia a nos nascer do corao No h, gente, no Luar como esse do serto No h, gente, no Luar como esse do serto Mas como lindo ver depois por entre o mato Deslizar calmo regato,tranparente como um vu No leito azul das suas guas murmurando E por sua vez, roubando as estrelas l do cu No h, gente, no, Luar como esse do serto No h, gente, no Luar como esse do serto Lendas de So Joo Luz Gonzaga Eu vou, vou solt foguete Eu vou, vou solt balo

Eu vou festej So Pedro Eu vou festej So Joo } bis Diz que Santa Isabel Disse a prima Maria Joo vindo ao mundo Lhe aviso no dia Ao ver no meu rancho Um grande claro E uma fogueira Nasceu So Joo Por isso que o mundo Com muita razo Assim festeja O Senhor So Joo Disse que So Joo foi dormir E que s se acordou No dia de Pedro E So Joo se zangou Pois tinha pedido A santa famlia Que lhe acordasse Chagando o seu dia Mas se ele sasse Do sono profundo Um grande incndio Acabava o mundo

Festa no Cu

Luz Gonzaga

Quero ver soltar foguete Quero ver subir balo At no cu, a festa noite de So Joo No terreiro tem fogueira Tem sanfona no salo Vo furar a bananeira Pr fazer adivinhao Festa animada Chega o Padre do Arraia Z Funil, Rei do Quento Com a Chica vai casar E a charanga enfeitada uma troa

Quando o dia clarear Findo a Festa na Roa Corrida de Mouro Luz Gonzaga Meu serto tem futebol, tem samba tem farinhada Leilo, reizado e Novena Mai nada disso me agrada Meu Fraco Cavalo e Gado Cantoria e Vaquejada! Pra mim o maor Cinema quando eu vou chegando No curral que vejo a pista e ouo o gado berrado Os Vaqueiros numerados e a difusora bradando De toda parte chegando Rural, gipe e caminho Muita moa namorando e o gado na exposio Vaqueiro soltando aboio de doer no corao Eu sou ligeiro na pista e no meio do carrasco quem tiver boi mandingueiro solte que eu desenrasco dou queda que ele conta as estrelas com o casco outro diz o meu cavalo forte gordo e zelado Como feijo, milho e ovos e todo dia banhado Mas s passa perna nele caba que derruba gado dois camaradas de fama que um no outro acredita vo os dois emparelhados mesmo pra fazer fita quem pega passa pro outro pra queda ser mais bonita enxe as nuvens de poeira e os vaqueiros bebendo gado bolando no cho se levantando e correndo em cada salva de palma a pista fica tremendo Adeus quem fez vaquejada Adeus quem vestiu gibo

Pai Nosso Luz Gonzaga Pai Nosso Que estais no cu do serto Santificado Quem vive sobre esse cho Sertanejo faz orao sofrido, vivido de solido Nas quebradas, nos tabuleiros S pensa que a vida est sem razo Passa o vento, redemoinho Que roda e acorda desiluso O po nosso De cada dia nos guia Nos consola e transforma em coisas do dia Sertanejo planta a semente Que a terra no pode plantar Foi o amor que fez o homem Plantar nessa terra, o perdo Na poeira dos caminheiras A marca de uma vida de arribao } bis Perdoai o vaqueiro, Meu Senhor Que ele sempre nas contas lhe perdoou Na caatinga, o caminho, a soluo A lio, a iluso, a conformao Que no caia o vaqueiro em tentao Nem lhe traga perdio, maldio Corre o tempo e o vento pro fim do mundo O cavalo abalou, desembestou Acabou minha vida de vaquejada Numa Sala De Reboco Luz Gonzaga Todo tempo quanto houver pra mim pouco Pra danar com meu benzinho numa sala de reboco Todo tempo quanto houver pra mim pouco Pra danar com meu benzinho numa sala de reboco Enquanto o fole t fungando t gemendo Vou danando e vou dizendo meu sofrer pra ela s E ningum nota que eu estou lhe conversando E nosso amor vai aumentando Pra que coisa mais melhor? Todo tempo quanto houver pra mim pouco Pra danar com meu benzinho numa sala de reboco

Todo tempo quanto houver pra mim pouco Pra danar com meu benzinho numa sala de reboco S fico triste quando o dia amanhece Ai, meu Deus se eu pudesse acabar a separao Pra ns viver igualado a sanguessuga E nosso amor pede mais fuga do que essa que nos do Todo tempo quanto houver pra mim pouco Pra danar com meu benzinho numa sala de reboco Todo tempo quanto houver pra mim pouco Pra danar com meu benzinho numa sala de reboco Minha Ful Luz Gonzaga Minha ful Ai que saudade Ai, ai que dor Ai, ai, ai, minha ful As ful do meu serto So bonita e so cheirosa O pau d' arco e o pau perro Faz inveja a qualquer rosa Canafista e muamb Eu nem sei qual mais formosa por isso Que as abeia Mandaia e jandara Sanhar e uru Faz um mel que admira Vendo as abia Beb mel beijando as fr S rescordo o favo doce Dos beijos do meu amor

Luiz Gonzaga, o Rei do Baio (1912 1989)

Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiara, povoado do Araripe 12km de Exu, filho de Janurio Jos dos Santos e Ana Batista de Jesus (Me Santana). Foi batizado na matriz de Exu no dia 05 de janeiro de 1913, cuja celebrao batismal, foi realizada pelo Pe. Jos Fernandes de Medeiros. Desde sua infncia o pequeno Gonzaga namorava o fole de oito baixos, instrumento este, executado por Pai Janurio no qual comeou seus primeiros acordes. Luiz de Janurio como era conhecido na infncia, aos 8 anos de idade substitui um sanfoneiro que falhou no trato em festa tradicional no terreiro de Miguelzinho na Fazenda Caiara, no Araripe, Exu, a pedido de amigos do pai. Naquela noite o pequeno Lula deleitava-se tocando e cantando a noite inteira, e pensava na possibilidade de Dona Santana deixar ele tocar mais vezes. Luiz Gonzaga tocava feliz porque era a primeira noite que tocava com a permisso de Me Santana. Naquela noite ele recebeu pela primeira vez o cach de 20$000 rs. Luiz Gonzaga recorda as palavras de Dona Santana que pareciam ter uma esperana de tocar com sua permisso: Luiz! Isso gente pra tocar em dana? () E se o sono der nele pru l? Luiz Gonzaga ia crescendo, com sua simpatia e esperteza conseguiu agradar Sinh Aires, passando a ser o garoto de confiana do Cel. Sua primeira sanfona era de marca veado comprada na loja de Seu Adolfo em Ouricori, Pernambuco, com a fiana do Cel. Manuel Aires de Alencar, o Sinh Aires, custando 120$000 rs. (Em 1915 nasce no Iguatu, Cear, Humberto Cavalcanti Teixeira que mais tarde se tornaria parceiro de Luiz Gonzaga. Em fevereiro de 1921 nasce em Carnaba, distrito de Paje das Flores, Jos de Sousa Dantas Filho que posteriormente se torna parceiro de Luiz Gonzaga. Em 1926 nasce em Gravat, Pernambuco, Helena das Neves Cavalcanti, futura esposa de Luiz Gonzaga.) O futuro de Gonzaga estava realmente na sanfona, profisso posteriormente executada em todo Brasil, graas as observaes aos dedos geis de Pai Janurio. Antes de Gonzaga completar 16 anos j era conhecido no Araripe e em toda redondeza. Aos 17 anos o filho de Janurio apaixona-se por Nazarena, filha de um Alencar. O padrasto da jovem, o senhor Raimundo Deolindo sabendo da inclinao do jovem sanfoneiro pela menina-moa, resolve impedir o namoro. Luiz Gonzaga muito magoado com a situao resolve ento encar-lo num sbado na feira do Exu, e disse as do fim!. Foi por causa de Nazinha, como a chamava, que Gonzaga levou uma surra de Dona Santana, por ocasio de seu atrevimento com o senhor Raimundo Deolindo, fugindo de casa em 1930. Lula resolve ento arranjar uma maneira de fugir de casa, foi quando com a ajuda de Z de Elvira, com quem armou sua fuga, caminhando a p cerca de 65Km de Exu ao Crato. Chegando no Crato Luiz Gonzaga vende ao lavrador, o senhor Raimundo Lula, sua sanfona por 80:000 rs. Essa deciso na vida de Luiz Gonzaga foi em julho de

1930, quando chega em Fortaleza e alista-se no 23 Batalho de Caadores do Exrcito, servindo no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraba, Par, Cear, Piau, Belo Horizonte, Campo Grande e no Rio de Janeiro. O ento soldado de n. 122, ganha fama no Exrcito e um apelido: Bico de Ao, por ser um excelente corneteiro. Deu baixa no Exrcito em Minas Gerais, no dia 27 de maro de 1939 e viajou para o Rio de Janeiro, para esperar o navio que o levaria a Recife, em seguida a Exu. Resolveu ento a convite de um amigo, foi ganhar a vida tocando no Mangue, com uma sanfona de 80 baixos, uma Horner branquinha, sua primeira sanfona branca comprada em So Paulo. Vale ressaltar que a partir de ento, Luiz Gonzaga s usa sanfona branca at o final de sua vida. Em 1940 Gonzaga conhece o guitarrista portugus, Xavier Pinheiros, e forma dupla tocando no Mangue e nas casas noturnas(cabars), do Rio de Janeiro. Ele comeou tocando msicas de Manezinho Arajo, Augusto Calheiros e Antengenes Silva, comeou a apresentar-se nas rdios em programas de Calouros. Em 1941 conhece Janurio Frana, no qual transmite a Gonzaga um convite de Gensio Arruda, para acompanh-lo numa gravao na RCA Victor. Logo em seguida convidado para gravar um disco solo; grava dois, e nos cinco anos seguintes, Luiz Gonzaga grava cerca de 30 discos. A partir de 1941, Luiz Gonzaga j tinha o ttulo de MAIOR SANFONEIRO NORDESTINO. Luiz Gonzaga sofreu muito no Rio de Janeiro, para se firmar artisticamente. Com muita luta e vencendo as ironias de Ari Barroso, em 1942 Luiz Gonzaga comea a fazer sucesso nas emissoras de rdio. Em 1944 ele foi despedido da Rdio Tamoio e, logo em seguida foi contratado por Cr$ 1.600.00 pela Rdio Nacional. Recebe neste ano o apelido de Lua, por Paulo Gracindo. Em 1945 Luiz Gonzaga conhece o futuro grande parceiro, o advogado Humberto Cavalcanti Teixeira, nascido em Iguatu, Cear. No dia 11 de abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou seu primeiro disco em voz. No dia 22 de setembro de 1945 nasceu Luiz Gonzaga do Nascimento Jnior, o Gonzaguinha, fruto do amor de Luiz Gonzaga com Odalia Guedes dos Santos, cantora e bailarina profissional do coro de Ataulfo Alves. Gonzaga conviveu com Odalia, cerca de 5 anos. Odalia faleceu de tuberculose em 1952, quando Gonzaguinha tinha 7 anos (vale ressaltar que Gonzaguinha nesta poca j morava com os padrinhos Xavier e Dina no Morro de So Carlos). Em 1946 com Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga compe e grava a primeira de uma srie de 18 parceria: NO MEU P DE SERRA. O sucesso de Gonzaga com esta msica comea a ser enorme e ao mesmo tempo seu nome comea a correr pelo mundo: Europa, EUA, Japo, etc. Neste mesmo ano Luiz Gonzaga resolve ento rever a famlia, e chega em casa pela madrugada. Fica frente a frente com Seu Janurio e interrogado: Quem o Sinh? Luiz Gonzaga seu filho! Isso hora de voc chegar em casa corno sem vergonha!? Deste encontro, Luiz Gonzaga com Humberto Teixeira, compem a msica RESPEITA JANURIO, em homenagem quele homem que foi o responsvel pela inclinao do negrinho fiota para a msica. Em 1947 no ms de maro, Gonzaga gravou a msica ASA BRANCA, que foi inicialmente refutada pelo diretor. A msica ASA BRANCA comeou a receber diferentes interpretaes e gravaes em vrios pases, como Israel e Itlia. Em julho de 1947, na Rdio Nacional, Luiz Gonzaga conheceu Helena das Neves Cavalcanti, sua futura esposa.

No dia 16 de junho de 1948 Luiz Gonzaga casa-se com a contadora pernambucana Helena das Neves Cavalcanti, natural de Gravat PE, (segundo a cronologia de Assis ngelo, Luiz Gonzaga j era estril, mas sobre sua esterilidade fica muito oculto por ocasio de Gonzaga no d nfase a esta questo). Luiz Gonzaga resolve ento fazer um passeio para apresentar a esposa a Pai Janurio, que no pde ir ao Rio de Janeiro para o casamento do filho. Neste dia 05 de abril de 1949, Luiz Gonzaga soube a caminho, que no dia anterior tinha comeado em Exu um conflito poltico entre as famlias Alencar, Sampaio e Saraiva. Em 1949 Gonzaga conhece em Recife o mdico Jos Dantas de Sousa Filho. Com o novo parceiro, Gonzaga grava no dia 27 de outubro, o baio VEM MORENA e o FORR DE MAN VITO. E o Brasil se deliciava com a boa msica do negrinho fiota, que saiu l das bandas do Exu para conquistar o corao dos brasileiros. No dia 01 de novembro de 1949, Seu Janurio, Dona Santana, Geni, Muniz, Chiquinha, Socorro e Alosio seguiram para o Rio de Janeiro, no caminho comprado por Luiz Gonzaga. Em 1950 o Lua recebe dos paulistas o ttulo de REI DO BAIO que o consagra at nossos dias. Neste mesmo ano Lua grava tambm a toada ASSUM PRETO e os baies QUI NEM JIL e PARABA, Gonzaga neste perodo est no auge de sua carreira. A msica PARABA foi gravada por uma cantora japonesa Keiko Ikuta, e tambm pela Emilinha Borba. Em 1951 Luiz Gonzaga coroou a cantora Carmlia Alves como a RAINHA DO BAIO na Rdio Nacional, no programa NO MUNDO DO BAIO de Humberto Teixeira e Z Dantas. No ano de 1952 Luiz Gonzaga tentou projetar para todo o Brasil, nos festejos juninos o talento musical da famlia atravs das rdios Tupi e Tamoio tendo como atrao, OS SETE GONZAGAS: Seu Janurio, Luiz Gonzaga, Severino Janurio, Jos Janurio (Z Gonzaga), Chiquinha Gonzaga, Socorro e Alosio. Em 1953 grava ABC DO SERTO, VOZES DA SECA e a A VIDA DO VIAJANTE. Neste mesmo ano Luiz Gonzaga assume plenamente sua identidade nordestina, comeando a usar o gibo de couro. No dia 09 de julho de 1954 mataram em Serrita Raimundo Jac, primo de Luiz Gonzaga. Em 1959 Dona Marieta, me de Dona Helena, veio a falecer no Rio de Janeiro. O Rei do Baio no parava, andava por todo o Pas cantando e decantando o Nordeste. No amanhecer do dia 11 de junho de 1960, Dona Santana, me de Luiz Gonzaga, falecia no Rio de Janeiro, com a doena de chagas. A partir de 1960 Luiz Gonzaga comea a ser esquecido dos meios de comunicao, e faz ento um desabafo a Dominguinhos: EU VOU PARAR DE CANTAR BAIO, POIS NINGUM MAIS D A MNIMA ATENO PRA MINHA MSICA. VOU COMPRAR UM TRANSISCORDE PARA VOC, PRA GENTE FAZER BAILES. EU TOCO CONTRABAIXO, ENQUANTO VOC TOCA ESSE INSTRUMENTO ELETRNICO QUE SAIU AGORA, ( isso foi s um desabafo, pois Gonzaga continuou compondo baio at o final de sua vida). Neste nterim Luiz Gonzaga estava muito dividido, pois Seu Janurio morava sozinho no Araripe, aps a morte de Dona Santana. Neste ano o Rei do Baio vinha constantemente ao Araripe para est junto de Pai Janurio. No dia 05 de novembro de 1960 Seu Janurio casa-se com Dona Maria Raimunda de Jesus, cuja celebrao foi realizada por Padre Mariano. Aos 72 anos o Vov do Baio demonstrava sua f e o respeito a Igreja, testemunhando seu segundo matrimnio. Em 1961 Gonzaguinha j estava com 16 anos, passou ento a morar com o pai. Em 1961, Luiz Gonzaga entra para a maonaria. Ele compe com Lourival Passos a msica ALVORADA DA PAZ, em homenagem a Jnio Quadros que renunciou, sete meses aps assumir a Presidncia da

Repblica. No dia 12 de maro de 1962, nasce um beb que adotado por Seu Janurio e Dona Maria Raimunda com 03 dias de nascido. Seu Janurio fez questo de registrar o menino como filho legtimo, com o nome de Joo Batista Janurio. Joo Batista continua morando em Exu, honrando o nome da Famlia Janurio. Em 1962 a parceria da dupla (Gonzaga e Z Dantas), se desfaz por ocasio do falecimento de Z Dantas. Em 1963, o REI DO BAIO gravou A MORTE DO VAQUEIRO, uma homenagem a seu primo Raimundo Jac morto covardemente. Neste mesmo ano Luiz Gonzaga foi surpreendido com o roubo que fizeram de sua sanfona e conhece o poeta cearense PATATIVA DO ASSAR, de quem grava em 1964 a msica A TRISTE PARTIDA. Em 1964 Luiz Gonzaga faz uma homenagem a Sanfona Branca roubada, com a msica SANFONA DO POVO. Em 1966 Sinval S, lana o livro O SANFONEIRO DO RIACHO DA BRGIDA, VIDA E ANDANAS DE LUIZ GONZAGA REI DO BAIO, pela edies A FORTALEZA. No ano de 1968, o compositor e versionista Carlos Imperial espalhou no Rio de Janeiro que THE BEATLES acabara de gravar a msica ASA BRANCA, mas foi s brincadeira, THE BEATLES no gravaram e o sucesso de Gonzaga comeou a voltar na dcada de 70. Em 1970 Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira entram na Coleo Histria da MPB, editada pela Abril Cultural. Em 1971 Luiz Gonzaga recebeu o ttulo de IMORTAL DA MSICA BRASILEIRA, pela TV TUP do Rio de Janeiro. Em 1972 Luiz Gonzaga recebe o ttulo de Cidado de Caruaru. Foram os papas do tropicalismo Gilberto Gil e Caetano Veloso, que proclamaram solenemente que a moderna cano popular brasileira deitava razes tambm na arte antemporal de Luiz Gonzaga. No dia 24 de maro de 1972 no Teatro Carioca Tereza Raquel Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga faz uma apresentao com o ttulo: LUIZ GONZAGA VOLTA PRA CURTIR, realizando-se assim, sua volta triunfal. Naquela noite Luiz Gonzaga faz uma sntese falando de toda a sua carreira musical. Naquela oportunidade relatou sua estima pelo o estado do Cear, dizendo: por isso que eu costumo dizer que uma banda minha pernambucana e a outra banda cearense! No ano de 1973, o Rei do Baio resolve deixar a RCA Victor e passa a gravar na Emi-Odeon. Ainda em 1973 Luiz Gonzaga recebe o ttulo de Cidado Paulista das mos do governador de So Paulo. Em 1975, o Rei do Baio conheceu Maria Edelzuta Rabelo, e correspondia com ela, com o pseudnimo de Marcelo Luiz. Em 1976 Luiz Gonzaga recebe em Fortaleza o ttulo de Cidado Cearense. Nos dias 13 e 20 de agosto de 1976, a TV GLOBO fez um exibio com o ttulo de ESPECIAL LUIZ GONZAGA, tendo a participao de Seu Janurio. Em 1977 Luiz Gonzaga entrou na Verso Brasileira da Enciclopdia Universal Britnica. Seu Janurio faleceu num dos duplex do PARQUE ASA BRANCA em Exu no dia 11 de junho de 1978. Para sua alegria, no ano de 1980 Luiz Gonzaga canta em Fortaleza para o Papa Joo Paulo II, que lhe agradeceu ao pegar em sua mo dizendo: OBRIGADO, CANTADOR!. Luiz Gonzaga fica envaidecido. Em 1981 o velho Lua recebe os dois nicos discos de ouro de toda sua carreira ( vale ressaltar que segundo Assis ngelo e Gildson Oliveira, segundo Dominique Dreyfus Luiz Gonzaga ganhou mais discos de ouro). Neste mesmo ano, Gonzaga fica feliz quando consegue pacificar Exu. Foi ao encontro do Presidente da Repblica em exerccio para lhe pedir interveno e disse: Dr. Aureliano, faa um esforo para levar a paz minha terra!. Tempos depois feliz com a paz conseguida para sua terra, em entrevista Luiz Gonzaga diz ao jornalista Assis ngelo: NINGUM DAVA JEITO EM EXU. EU PEGUEI AURELIANO CHAVES NUMA BOA E 15 DIAS DEPOIS ELE MANDOU INTERVIR (NA CIDADE). A INTERVENO SE

ENCAIXOU QUE NEM UMA LUVA, E NUNCA MAIS HOUVE CRIME POLTICO L. Em 1982 Luiz Gonzaga vai tocar em Paris a convite de Nazar Pereira. Permaneceu em Paris dez dias, conhecendo vrios pontos importantes. Em 1984 Luiz Gonzaga recebeu o PRMIO SHELL. Em 1985 Luiz Gonzaga agraciado com o trofu NIPPER DE OURO, uma homenagem internacional da RCA a um artista dela. Em 1986 Gonzago vai pela segunda vez Frana, participando no dia 06 de julho de um espetculo que rene cerca de 15 mil pessoas no Halle de la Villete. Luiz Gonzaga foi ladeado por Alceu Valena, Faf de Belm, Morais Moreira e Armandinho, entre outros artistas brasileiros que integraram o Couleurs Brsil. Foi neste passeio que a jornalista francesa, DOMINIQUE DREYFUS, fala com Gonzago na possibilidade de com ele, fazer um livro autobiogrfico. Ainda em 1986 Jos de Jesus Ferreira lana o livro LUIZ GONZAGA O REI DO BAIO: SUA VIDA, SEUS AMIGOS, E SUAS CANES. Em junho de 1987, a escritora e jornalista DOMINIQUE DREYFUS chega ao Brasil, passando 02 meses no PARQUE ASA BRANCA em Exu. O Rei do Baio desde pequeno trazia em seus lbios um sorriso sincero e, sempre quando podia, gostava de brincar com os outros, oportunidade que aproveitava para saber como estava o serto. Luiz Gonzaga conheceu e tocou em todos os municpios brasileiros com mais 400 habitantes, inclusive, tocou em Sobral CE quatro vezes. Tocou pela ltima vez nesta cidade, terra de Dom Jos Tupinamb da Frota, no dia 28 de novembro de 1987. Quando Gonzago chegava nessas cidades do interior para fazer seus shows, era anunciado por seu motorista com o seguinte anncio: Ateno, ateno! Vem visitar vocs Sua Majestade o Rei do Baio, Luiz Gonzaga, a maior expresso popular brasileira. Hoje aqui em praa pblica! A carroceria de seu caminho servia de palco em seus shows, por este Brasil afora. Em 1988 Mundicarmo Maria Rocha Ferreti lana o livro BAIO DE DOIS: Z DANTAS E LUIZ GONZAGA, fruto de uma tese de mestrado. Em 1988 Luiz Gonzaga rompe novamente o contrato com a RCA. Em junho do corrente ano, Luiz Gonzaga entra com o pedido de desquite na justia pernambucana, por j no se entender com Dona Helena. Ainda em 1988 Luiz Gonzaga passa a morar com Maria Edelzuta Rabelo. A senhora Edelzuta Rabelo nos fala atravs do livro Luiz Gonzaga: O Matuto que conquistou o mundo, o seguinte: Amei Lula sem nada pedir ou esperar, mas sabendo que me bastava estar diante do homem mais extraordinrio que j conheci, que me fez renascer e me ensinou grandes lies. A ltima entrevista de Luiz Gonzaga concedida a imprensa, foi para o jornalista Gildson Oliveira atravs de Ivan Ferraz no dia 02 de junho de 1989. Recife foi o local escolhido por Luiz Gonzaga para passar seus ltimos momentos de vida. O ltimo show realizado por Luiz Gonzaga foi no dia 06 de junho de 1989 no Teatro Guararapes do Centro de Convenes de Recife, onde recebeu homenagens de vrios artistas do pas. Antes de finalizar o show, o Rei do Baio proferiu estas palavras: Boa Noite minha gente! () Minha gente, no preciso dizer que estou enfermo. Venho receber essa Homenagem. Estou feliz, graas a Deus, por ter conseguido chegar aqui. E estou at melhor um pouquinho. Quem sabe, n? Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o serto; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes,

os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros poetas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Valena. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi honesto, que criou filhos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o serto; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Gostaria que lembrassem que sou filho de Janurio e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mm; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Serto. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e tambm o amor. () Muito obrigado. Na quarta feira, 21 de junho de 1989, s 10:00h, o velho Lua foi levado s pressas ao Hospital Santa Joana, permanecendo 42 dias internado, onde veio a falecer. Palavras de Luiz Gonzaga na UTI do hospital: VOCS NO ME LEVEM A MAL. SINTO MUITAS DORES E GOSTO DE ABOIAR QUANDO DEVERIA GEMER. Luiz Gonzaga travava naquele hospital uma luta imensa contra a morte, e o Brasil todo ficava cada vez mais preocupado com o estado de sade de seu maior defensor. Luiz Gonzaga no resistiu, o Brasil e o mundo ficou enlutado com o seu ltimo suspiro. O Asa Branca da Paz voava para a eternidade deixando um grande exemplo de vida a ser seguido. O Rei do Baio faleceu no dia 02 de agosto de 1989, s 5:15min da manh no Hospital Santa Joana, em Recife. Foi na Veneza Brasileira que Luiz Gonzaga dava seu ltimo suspiro. Seu corpo foi velado na Assemblia Legislativa de Recife nos dias 02 e 03 at s 9:45min da manh, foi velado tambm em Juazeiro do Norte. CE, na Igreja Nossa Senhora do Perptuo Socorro s 17h, local onde repousa os restos mortais de Pe. Ccero Romo Batista, apesar de o corpo do Rei ter chegado no aeroporto de Juazeiro Norte s 15:20min do dia 03 de agosto. Palavras de Gonzaguinha ainda no aeroporto de Juazeiro: TUDO BEM, VAMOS ENTRAR NA CIDADE. SE O POVO QUER, QUE PODEMOS FAZER? O corpo do Rei do Baio chegou a sua terra natal, sua querida Exu no dia 03 a noite. Foi velado na Igreja Matriz de Exu, durante a noite do dia 03 e todo o dia 04, saindo para o sepultamento no Cemitrio So Raimundo s 15:45min. Das centenas de coroas de flores que estavam espalhadas na igreja Bom Jesus dos Aflitos em Exu, oferecidas por fs de Luiz Gonzaga, estava esta que o reprter Gildson Oliveira transcreveu a seguinte mensagem: Amado Lula: o silncio acende a alma O Pas canta sua voz Os pssaros se entristecem com a partida da Asa Branca, mas fica em nossos coraes a sua histria. E a nossa festa esta. Quem cr em Cristo, mesmo que esteja morto viver. O corpo de Luiz Gonzaga foi levado no carro corpo de bombeiros, passando por diversas ruas da cidade rumo ao Cemitrio So Raimundo, local onde aconteceram as ltimas manifestaes de carinho, quele que s foi alegria. O caixo desceu a sepultura depois que Gonzaguinha, Dominguinhos, Alcimar Monteiro e mais de 20 mil pessoas cantarem a msica ASA BRANCA s 16:50min. Luiz Gonzaga foi embalado no seio da terra na sexta feira, no mesmo dia da semana, que ele nasceu. Uma outra coincidncia

que ele morreu no amanhecer do dia, assim como ele nasceu no amanhecer do dia 13 de dezembro de 1912. Em 1990 foi lanado pela Editora Martin Claret o livro LUIZ GONZAGA, VOZES DO BRASIL. O filho Gonzaguinha depois de ter passado 15 dias em Exu falando aos amigos sobre a preservao do Parque Asa Branca, veio a falecer subitamente por ocasio de um acidente automobilstico na manh do dia 29 de abril de 1991, morrendo no mesmo dia. Em 1991 o jornalista Gildson Oliveira lanou o livro LUIZ GONZAGA, O MATUTO QUE CONQUISTOU O MUNDO. Sua esposa, Dona Helena Gonzaga, conhecida por MADAME BAIO, faleceu na manh do dia 04 de fevereiro de 1993 na Casa Grande do Parque Asa Branca. Em 1994 o cordelista Pedro Bandeira lana uma 2 edio ampliada do livro LUIZ GONZAGA, NA LITERATURA DE CORDEL. Em 1997 a Francesa Dominique Dreyfus lana o livro VIDA DO VIAJANTE: A SAGA DE LUIZ GONZAGA. Ainda em 1997 o professor Uliton Mendes da Silva lana o livro LUIZ GONZAGA, DISCOGRAFIA DO REI DO BAIO. No ano 2000 a professora Sulamita Vieira, lana o livro SERTO EM MOVIMENTO a dinmica da produo cultural, fruto de sua tese de doutorado. Ainda no corrente ano a professora Elba Braga Ramalho lanou o livro LUIZ GONZAGA: A Sntese Potica e Musical do Serto. Fruto de sua tese de doutorado na University of Liverpool, na Inglaterra. Em dezembro 2001 eu, este pequeno devoto do Rei do Baio, escrevi um opsculo em homenagem ao Rei do Baio, intitulado: Luiz Gonzaga, o Asa Branca da Paz. Graas a Deus consegui a apresentar a Chiquinha Gonzaga, irmo do Rei do Baio, e recebi dela a aprovao do trabalho. ESCRITO POR: Pe Fbio Mota (Colecionador e pesquisador de Luiz Gonzaga)

LUIZ GONZAGA - O REI DO BAIO Magroalmeida

Hoje acordei saudoso Do nobre Rei do Baio Que tanto alegrou o povo Da cidade e do Serto Luiz Gonzaga o seu nome E o apelido Gonzago Gonzago nobre poeta Da cultura popular No Brasil de Norte a Sul Fez sua estrela brilhar Cantando Xote e Baio Fez a sanfona falar Na fazenda Caiara Nasceu o Rei do Baio Cresceu tocando zabumba Mais tarde acordeo E pelo pas inteiro Mostrou a dor do Serto Numa sala de reboco Danou com o seu benzinho Viu Asa Branca voar Partindo triste do ninho Mostrou o flagelo da seca E danou Xote de mansinho Por um amor proibido Luiz Gonzaga apanhou Revoltado com os pais O p na estrada botou E sem saber o que fazer No exrcito se alistou O "cabra da peste" Gonzaga Nordestino arretado Viajou pelo Brasil Ainda como soldado Mas no Rio de Janeiro O "cabra" ficou encantado Pediu dispensa da farda E na zona foi tocar Solando acordeo Foi tentando se firmar Tocando samba e choro No saia do lugar

Mas como um soldado bravo Luiz Gonzaga insistiu E num programa de calouros Despontou para o Brasil Quando a platia de p Empolgada lhe aplaudiu Aos poucos Luiz Gonzaga Foi mostrando a Nao Com talento e humildade Como se canta Baio Conquistou ricos e pobres Na cidade e no serto Cantou com desenvoltura Toada, xaxado e xote Aboio, chamego e baio No sudeste, sul e norte O fole da sua sanfona Somente calou-se com a morte No ano oitenta e nove O Brasil entristeceu Quando o fole da sanfona De Gonzaga emudeceu Naquele dois de agosto O Rei do Baio morreu Gonzago deixou saudades No corao do Brasil Naquela manh de agosto Quando daqui partiu Mas seu canto ainda ecoa Pelo cu azul anil Magno R AlmeidaLUIZ GONZAGA-BIOGRAFIA EM CORDEL Peo licena aos poetas Pra falar de um nordestino O grande Luiz Gonzaga Que cantar foi seu destino Fez de sua Asa Branca Para o nosso povo, um hino. Todo nordestino sente Orgulho deste senhor

Traduziu como ningum Do nordeste seu valor Com a sanfona e seu gibo Foi o nosso cantador. Nascido no ano doze Treze de dezembro o dia Na Serra do Araripe Teve festa e alegria Na Fazenda Caiara Seu Janurio sorria.