a família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

17
7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 1/17 estabelece u m a rel ac a o bi di reci onal e de mu- tua influencia co m o contex to socio - hi stori co - cultural no qu a l es ta ins erida (M in u ch in , 198 5 , 1988)  A familia e , tarnbern  v ista co mo um dos primeiros cont ex tos de so c i al i zacao do s i n- di v iduos, possuindo papel fund amental para o entendimento do processo de desenv ol vi men- to humano (Dess e n, 1997; K reppner , 1992, 1 995, 2000, 2003) . desenvol vim e n to humano, po r sua v e z, ta mbern e u m fenomeno comp le xo , p ois co m- preende um proc esso d e transfor rn a c ao q u e ocorre ao l ongo d o temp o, sendo mult ide ter- minado tanto p or fatores proprio s d o s i ndi- viduos (traces de p erso nalidade , caracteri sti - cas fisicas) quanta por a specto s mais amplo s do contexto so cia l no q ual ele s e st ao ins eri do s . Constituem ex em plo s de tais asp ec to s o a m- biente fisico, as o portunidade s e o s recurso s oferecidos pelo co nte x to, os v alores e as cren- cas disseminados e m determinada cultura, o s momentos hi storic o s espedficos, a s questoe s sociais e economicas, alern de diversos outros componentes  Inda mais alem, Kreppner (2003 ) define o desenvolvi mento humano c oma uma inter-relacao compl exa e ntre c ons ti tuicao ge - netica e fator es ambienta is, delimitada p or u m contex to relacional espedfico que, p o r sua v ez, e caracteriza do por um cl ima emo cio nal parti- c ular  processo d e desenvolv imento implica, p ortanto, momentos de estabilida de e c aos, continuidade e descontinuidade, movime nto e M ari a Au xi l iadora D ess e n Ma r ce la P e reira B ra z ca pit ul o fo i e scrit o com o apoio do I nstit ute . ill c k pa r a o De se n v olvimento Human a -MP I , s ob a mo dalidade de balsa de p cs - ::r::arnento pa ra a pri meira aurora . Agra de cem os __ _..._.,, ente a o P ro f. Dr. K urt Kreppner, nao so pe l os os e s uge stoes a vers a o prelimina r de ste ma s t ambem por su a infinita dis posi cao 3 es t e e ou t ro s manuscri t os em portugues, - p s ic o l og ia da fa mfli a e uma area d e c o - ~ n to que trata da relacao que cada um e as m emb ros estabelece, individualmen- o s d emais inte grante s de uma mesma enquanto a sociolog ia e a terapia fa- zres fo c al i z am a fa milia como unidade ou :::::: a, indo al e m d as interacoes indivi duais os mem bros familiare s (IAbate, 1994)  ~ rratar d e um campo relativament e novo ui s a , fa lta a are a da psicologia da fami- :::s:em a ti za ;: ao te6r ica e d efinicao clara de o de e studo (Petzold, 1996), apesar zvan co s oco rri dos nos u ltimas 10 anos e esfo r co s dos pesquisador es, sobretudo da - -- q ue e studam a famil ia sob a otica do o l vi m ento humano. E e para essa pers- q ue vol ta mos a nossa atenca o neste ca- a, is to e, p ara que stoes r elativas a famili a _ te x to d o desenv olvimento  .:::studar a familia e uma tarefa dific il , ten- :::: vi sta a co m plex idade que a envolve  A e um Siste ma comple xo, composto por s: e m as inte gr ados e interdependentes, que A famil i a e suas inter relacfies com o desenvolvimento humano

Upload: rosaclio

Post on 23-Feb-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 1/17

estabelece u

m

a re

l

a

ca

o

bi di

recional e de mu

-

tua

influenci

a

c o

m o

conte

x

t

o

soci

o

-

h

istori

c o

-

cultural no qu a

l es

ta

i

ns erida (M inuc hin , 19 8

5

,

1988)   A famil

i

a

e

, tarnbern   vista como um

dos primeiros

conte x

tos de

so c

i

al i

zacao

dos

in-

di viduos, possuindo papel fundamental para o

entendiment

o do

pro

cesso de des

env

ol vimen-

to humano

(Dess

en

,

1997;

K reppner ,

1992,

1

995, 2000,

2003)

.

desenvol

vim ent

o

human

o,

po

r

s

ua

ve

z,

tambern e um fenomeno comp le xo , po

is

com-

preend

e um

proc

esso

d

e tran

sf

o

rrn ac

a

o que

ocorre ao

l

ongo

d

o

temp

o,

s

endo

multide

ter-

minado

tant

o por fatores

prop

rios dos i

ndi

-

viduos

(trac

es de

p

ersonalida

de

,

caracteri

st i-

cas fisicas)

quan

ta por aspec

to

s mais amplos

do contexto

so

c ia

l

no

qual e le s est

ao

i

nseri

do s .

Constituem

ex

em

pl o s

de tais asp

ec tos o a

m-

biente fisico, as oportunidade

s

e os recursos

oferecidos pelo

contex

to, os

v

a

lor

es

e

a

s

cr

en-

cas disseminados em determinada cultura, os

momentos hi

storic

o

s

espedficos,

as

questo

es

sociais e economicas, alern de diversos

o

utros

componentes

 

Inda mais alem, Kreppner (20

03 )

define o desenvolvimento humano c

om

a uma

i

nter-relacao

comp

lexa

e

ntre

cons

tituicao ge

-

netica

e fator

es

ambienta

is,

delimit

ada

p

or

u

m

contex

to

relacional

espedfico que,

po

r

s

ua

v

ez,

e carac

t

erizado por um

c l

ima emo

c io

nal parti-

cular  

processo

de desenvolviment

o implica,

p

ortanto, momentos de

estabilida

de

e c

aos,

continuidade e descontinuidade, movim

e

nto e

M a r i

a A u x i

l i a d o r a D e s s

e

n

M a r c e l a P e r e i r a B r a z

ca

pit

u

lo fo i e

scrit

o

com

o

apoio do

Instit

ute

. illck pa r

a o De

se nvolvimento Humana

-MP

I

,

s

ob

a

m

o

dalidade de balsa de

p

c s

-

::r::arn

ento

pa

ra

a prim

eira

aurora . Agradec em os

__

_ . . . _ . , , e

nte

ao P ro f. D r . K

urt Kreppner

,

nao

so pe los

os e

s

uge

stoes

a vers

a

o

preliminar de ste

ma s tambem por sua infinita disposicao

3

es te e ou tro s manuscritos em

portugues,

- p

s

ic o logia da

famfli

a

e um

a area d

e c

o

-

~

n

to

q

u

e

tra

ta da

rela

cao que cada um

e

as

m

em

b

ros

est

abelece, individualmen-

os demais inte

grant

e

s

de uma mesma

enquan

to a sociolo

g

ia

e

a terapia fa-

zres foc

al iz

am a familia como unidade ou

:::::: a, i

ndo

al e

m

d

a

s inter

acoes

indiv

i

duais

os me

m

bros familiares (IAba

te

,

1994)

 

~

rra

tar de

um campo re

lativamente novo

ui s a

, fa

lt

a

a are

a da

p

sicologia

d

a

fami-

:::s:em at

i

za ;: ao te6rica e definicao clara de

o de

e

studo (Petzold, 1996), apesar

zvanco

s

oco

rr

i

dos

nos ultimas 10 anos

e

esfor

co

s dos pesquisadores, sobretudo da -

-- que estu

da

m a familia sob a otica do

o l vim

ent

o humano.

E

e para essa per

s-

q

ue

volta

mos a

noss

a

atenca

o neste ca

-

a

, isto

e ,

p

ara

que

stoe

s r

elativas

a

familia

_ te

xto do desenvolvimento  

.:::studar a familia e

um

a tarefa dific

il

,

t

en-

::::

vist

a a

c om

ple

xidade

que a envolve

  A

e

um

Siste

ma compl

e

xo, composto

po

r

s: emas integr

ado

s e interdependentes,

qu

e

A

f a m i l

i

a e

s u a s

i n t e r r e l a c f i e s

c o m

o d e s e n v o l v i m e n t o

h u m a n o

Page 2: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 2/17

:st

a

a

ut

ora,

a er

aos

s

i

st

ernas

rmaco

e

s

o

c

. . . : :c lo de vida

-

o

e

s

d

e

u

m

da

n

ova

c

3erda de um

~abe

le

cim

:on d i c ; :

ao

qu

e

:: Zam o

qu

e

_

r

6

pri

a

d

a

a

'

:;:R os, av6s-ne

: : . 9 92 , 2000).

: s

por

front

e

. . : : : ; : n i

t

e

s p

ropr

i

os

;s'" l8 .bele

cido

s -

znt

e

n

cao de

s

ua

_ 6

p

ri

os

 

A

do dessas

' . : : I la e

st

rutura,

~ as rel

acoes e

eq

uilib

rio e -

.:e

ret

ro

alime

n

A

dotar

a

:xalizar a famflis

A teoria sisternica

cons

tit

u

i

u

m dos

p

rin

-

c

ipais

arcaboucos

t

eo

ricos par

a a c

ompreens

a

da famflia como um sistema complexo  

E s

se

parad

igma sisternico

revoluc i

o

n

ou as cien

c i

as

b

io l6

g

icas e exatas e influencio

u

, profun

d

a

-

m

ent

e

,

as c ie

n

cias

s

o

c i

ai

s durant

e 0 seculo

xx

A i

n

fluencia dessa teoria ex

p

a

ndiu

-se a

pa

rtir

d

a

nec

es

sidad

e

suscitad

a

p

elo

mo

vimento

d

a

ciencia, em especial

d

a

fi

sica

qu

a

n

tica, de e

s

-

tab

elecer um novo mo

d

elo

para

a

compreen

-

s

a

c dos

fenomenos. A credi

ta

va-s

e que

O S

o

bje-

tos d

e e

st

udo nae poderiam

s

er mais

c o

m

pr

een-

di

dos a

par

tir de

u

m

mode

lo de c

ausalidad

e

li-

n

ea r , ou seja, causa e e

f

eito e ,

si

m, com base

e

m

uma vi s ao c

o

mplexa da realidade (M in

uch

in,

1

9

85,

1 98

8

)

.

De ac

ordo

c o

m a

te

o

ri

a

siste

mica, os

s is-

temas v ivos, tais c

o

mo a familia , sao regido

s

p

or

alguns

princ

ip

io

s bas

ic os,

d

e

n

tre

eles

:

(a )

o

sistema e

um

t

odo

orga

niza

do;

(b) os pa-

dr

oe

s,

em um

sis

tema,

s

ao circ

u

lare

s

e

nao

line

ares,

OU s

eja,

ha

influenci

a

rnutu

a e

b

idire-

ciona

lid

ade

entre os

seus

compone

ntes; (c

)

O S

s

i

ste

m

as

V i V O S sa

o

abertos,

isto

e ,

est

abele-

cem trocas com o ambiente

exter

no

qu

e,

po

r

s

ua

vez

,

provocam

t

ransformaco

e

s

n

o siste-

ma

,

al

ern de poss

u

irem

elem

entos horneosta-

t

ico

s

e mecanismo

s

de

reequilibrac

ao

que

mantern a

estabilidade

de seus

padroes ,

e

(d )

O S si

stemas tam

b

ern sao

complex

os

,

i

s

to

e

,

compost

o

s

por

subsi

stemas

interdepend

e

ntes

.

v

o

lvimen

to da

famili

a

, de st

a

cando

a rne

t

o-

dologi

a

empregada

por

K ur

t

K reppner, re

n

o-

mado pesq

uis

ador do

Institu

to

M

ax

P l

anck

p

an:

o

Desenvolvimento

Humano,

situado ez;

B

erlim, A lemanha. Para

finalizar

,

tec

emos

gumas c onsideracoes

sobr

e as

transforrnac

oes

oc o

rr

i

das nas

famf

l

ias

nos

ult

i

mos

tem

p

os

co

mo

d

ecorrencia de

mudancas n

o

conte

xt;

so

c i

o-historico-cultur

a

l,

e ap

resent

amos

nos

sas

p

ri

n

c i

p

ais conclus6es a

r

espeito < l as

int

e

r-re

la.

c oe

s

entre familia, cultura e de

s

e

n

volvimento

ressa ltan

do a

importan

c ia

d

e

s

e

bu

scar

n

ova

alternativas

para

o estu

d

o

d

a

fam

il ia, visa

n

d

s

o

bret

udo,

a compreens

ao

d

os processos de de-

s

en

volvimento

huma

no.

estruturacao (E l

der, 1 996;

G ariepy , 1996;

Valsin

er,

989a,

1

9

89b), para

os

quai

s

o

s

pes

-

quis

adores deveriam c o

n

cent

rar

a sua at

encao

.

A

integracao formal entr

e

essas duas

area

s

(familia e

desenv

olvimento humano),

que

cons

titui, hoje, o foco de

interess

e da

ps

i-

c

o

lo

g

i

a do

desenvolvime

n

to

fa

miliar

,

foi

pro

-

p

o

sta na decada

de 1950 por Duvall (1962).

E ss

a ideia

eme

r

giu

durante

o

pri

meiro

organi

zado

pela propria E

velyn Duvall, na

U

ni

versidade de Chicago,

durante

o ano de

1

95

0 .

Na

apresentacao

de

s

eu livro

intitulado

pub

li

ca

do o

riginalmen-

te em

1957,

a

autor

a

d

e

ix

a

c l

aro

qu

e o grupo

d

e

trabal

ho sobre

P esquis

a

d

o

Desenvolvimen-

to

F

amiliar, do qual fazia

part

e,

fo i

o primeiro

a

fo

rmular o

conce

ito de

ta

refas

d

e desenvol-

vi

me

n

to familiar .

A

pesqui

sa que

i

nte

gra famili

a e desen-

v

olvimento caracteri

za-s

e pela expansao da

te

oria familiar sisternica,

incluin

do a

dimen-

sao temporal, na qual a

fam

ilia tern

u

ma serie

de tarefas a serem

cumprid

as

e

m funcao dos

p

eriodos

especifi

cos do

se

u

desen

volvimento

enquanto

grupo e

d

o

de

sen

vol

vimento indi-

v

i

dual

de seus

m

em

b

ros

( K r ep

pner,

2003).

Esta area

investig

a

OS process

o

s

de

continui-

d

a

d

e e de

s

contin

uid

ade que ocorrem

dentro

do

context

o famil iar,

qu

e

poss

ui seu pr6prio

proce

sso

d

e tra

n

sfo

rrn

aca

o e

de s

envolvimen

-

to,

que vai alem

d

a

i

nterde

p

e

nd

e

n

cia

entre

as

tra

je

t6rias do

desen

volvimen

t

o do individuo

e

d

e

su

a

familia (Dessen, 1 9

9

7 ;

Kreppner,

1992, 2000,

2 0

03) .

0

pre

s

ente

capitul

o

busc

a, a

s

sim, desper-

t

ar o

intere

sse

d

o

leit

or

acerc

a da

c

o

ns

trucao

d

e possiveis

in

ter-

relacoe

s existentes entre fa

-

milia e

desenvolv

imen

t

o e

dos

processos

q

ue

os

unem

. Na prime ira seca

o

,

s

ao discutidas

qu

estoes relativas ao c onceito e

a caracter

iz a

-

c ;:

ao de familia,

ten

do c omo

b

ase a vis ao de fa -

m

i

lia como um sistema c o

mpl

exo  

N

a

s

e

gund

a

secao , apresentamo

s

ar

gume

ntos e

m direcao

a uma inevitavel inte

gr

a

ca

o e

ntr

e familia, cul-

tura

e

des

e

nvolvimen

to

humano,

enfatiza

nd

o

,

p

a

rt

ic

ularmente

, a import

anc

ia da fam ilia e da

cultu

ra na

prorno

c

a

o

d

o

desenvolv i

me

nt

o

. A

te

rc e

ira

s

ecao e

dedic

a

d

a a di

scuti

r

altern

ati

-

v

a

s p

ara pe

squis

a

s fut

uras

n

a

ar

ea de

d

e

se n

-

1 4

Page 3: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 3/17

No

intui

to de compreender as

muda

ncas

-

-

ci

clo

d

e vida familiar,

Car

t

er e McGold

r

i

ck

:

989/1995 ) propuseram estagios de de

sen

-

~vi

me

nto familiar, com

ba

se em

peculiari

d

a -

-- da c lasse media dos Estados Unid

os

da

- - .fa

ica. A

proposta

dessas autoras,

po

r

s

er

:strita a

fami

lia nuclear tra

d

icio

na

l, apenas

orient

a no sentido de

entend

er

melh

or a

. . . ' . : 1 . f u n ic a e o funcionamento das familia

s

ao

c

ompon

ente

s;

_

ros, i

st

o e,

es

t

a

bee

-

e ex

ter

no

que, _

- rmacoes

:::e

m

ent

os

hom e

ree

q

ui

li

bracao _

· - seus

p

adr6es, e : :

-

co

mple

xos,

is t

o ~

interdep

end

e

r : a

sist

ern

ica,

os

2.milia, sao regi;

s,

d

entre

eles:

_~

za

d

o; (b) os ~

-o

cir

culares e --

ntamos

n

das

inter-

rs

. :rs

envolvim

e:::::

_ acordo com esses principios, a

famili

a

e

::::isiderad

a como um todo,

um

grupo que tern

a

estrutura, uma dinamica e um

a funcao,

i

a

s re

l

acoes

entre

os seus

membros

tendem

- equilibrio e sao

regulad

a

s

pelos

p

rindpios

retroalimentacao,

Adotar a concepcao

sist

ern ica significa

-;::al i

zar a familia como um sistema

comple-

' comp

o

st

o

por var

i

es s

ubsistemas, como

::ar

i

do-

e

sposa, genitores-filhos,

irmaos

-i

r-

i,ps, av6s- netos

(Dessen

, 1997;

Kreppn

er,

_

-92

, 20

00).

Esses

subsis

temas s ao sep

ara-

s

por

fronteiras

e

constituidos

por

regras

e

it

es pr6prios que

regulam

os

int

ercambios

b

elecidos

entre

eles, o que

permite

a m

a -

e

n

cao de sua

integridade

e de seus

padr

oe

s

p

rios. A falta ou o

afrouxame

nt

o

exac

er

-

o dessas fronteiras e <lesses

li

mites pode

~terizar

a

patologia

em um

sis tem

a fami-

~

(

Minuchin

, 1985, 1988). De acordo com

autora,

a

evolucao

e a

mudan

c

a,

ine

ren

-

ao

s

sist

emas abertos,

repr

esentam as trans-

=m

ai;6

es ocorridas ao longo do tempo no

- o de

vid

a da familia, em que as

diferen

c i-

- s

de

u

m

momenta

ant

er

ior e a

ernerg

e

n

-

-

da nova condicao ou situacao

provoc

am a

erd

a d

e

um equilibrio ja estabelecido

e o

-sza

belec

imento

de

um

novo,

c o

m base na

d

icao que

emerge

. Estes

period

os caracte-

- : : : : a r u

o que

denominamos

ou,

usando uma

terminologia

pria da

abordagem

sisternica da familia,

-r

ses

A ss im, no

pr6xi

mo t6pico,

a

camos,

sucintamente,

as transicoes no

- o de

vi

da da familia,

enfatizando

as

pri

n-

tarefas

d

e

desenvolvimento

familiar,

e c uliar

e

s

a

cada estagio

.

longo do tempo, nao devendo se r

g

e

nerali

za-

da a todos

os

tipos de familias e

culturas

.

Para elas

(Cart

er e M c G

o ldric

k,

1

9

89/

1

995),

o

pr

imeiro

estag

io do

des

envo

l

vim

e

nto

familiar e

caracterizad

o

p

ela

s

eparaca

o

d

o jo-

vem adulto de sua

f

a

mil

ia

de

origem e

p

ela

busca da pr6pria independencia financeira e

emocional. A tarefa da fa

m

ilia e do

jovem, n

esse

estagio,

e

estabelec

er essa s

eparacao

sem, no

entanto, romper

brusca

m

ent

e com ou fugir das

relacoes

familiares

.

0

problema ou a

disfun

cao

mais comum nessa

etapa

e a inexis

tenc

ia de

u

m

relacionament

o

mais igualitario entr

e os

genit

or

es e seus f ilhos adultos , o que dificulta

o

afroux

amento

d

os lacos de

d

epe

nd

encia en-

tre eles e o

esta

belecimento

d

a i

nd

ependencia

do jovem

a

dulto.

segundo es

tagi

o , de acordo com Carter

e

M

c G o ldr

ick

(1989/199

5

), ea

uniao das fa

-

milias de

o

rigem dos jo

v

ens adultos pelo ca

s

a-

mento,

OU

seja, e a

et

a

p

a de

est

a

belecime

nto

de uma nova

re

lacao

conjug

al. A tarefa de de-

senvolvimento

pr6pri

a dessa fase e a trans

fo

r-

macao dos doi

s

si

s

tema

s

f a

miliar

e

s

de origem,

s

ua sobreposicao e , consequentemente, a

pro-

mocao do

surgi

mento de

u

m

te

r

ceiro

sistem

a

composto pelo novo casal. O

s

problemas corri-

qu

eiros dessa fa

s

e incluem a inca

pa

cidade de

promover a modificacao

d

o

vigent

e das

familias de origem

d

os

p

ar

c

ei

ros e a

di

f

ic

u

lda-

de de formalizar o

rela

c

ionamen

to

d

o

n

ovo

casal em

fu

ncao

das

deficie

ncies

exi

stentes

na

s

fronteiras de um OU de ambo

s

OS conjuges com

a sua

pr6

pria

fam

ilia

d

e origem.

A

terc e i

ra

et

a

p

a

d

o ciclo de vida

famili

ar

ea transicao do casal decorrente do nas

c

imen-

t

o

d

o

s

f il

hos ;

e 0 momento em que

OS conjuges

se

torna

m genitores e a

fa

milia convive com

criancas pequenas . A

principal tarefa d

esse

periodo e avancar uma

geracao

, cuidando

d

a

pr

omocao do desenvolvimento da geracao

mais

nova ou dos filhos pequenos. Os filhos pass

am

,

entao

,

a ser

genit

ores e os

g

en

itores, av6

s

.

A

disfuncionalid

ade mais comum, neste

mom

en-

to, e

0

conflito conjugal decorrente de desen-

tend

imentos

re

lacionados ao cu

i

dado

dos

f

i-

lhos e a divisao das tarefas

domesticas

. :E

n

es-

sa fase que

oc

orre o maior numero de

divor-

cios, estando

o

s casais, em

gera

l , entre o pri-

meiro e o

qui

nto ano de casamento.

1 1 5

Page 4: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 4/17

0 termo farnilia, do ponto de vista

c

tff ico ,

e extremamente dificil de defin

i

r ,

ticularmente nos tempos pos-modern

o

s,

ide i

a de p6 s

- modernidade

, c

aracterizad

a -

rompimento com visoes

uni

v

ersa

li

stas

e -

busca da descentralizacao de modelos precs

terminados

(Vaitsma

n, 1994), tern

car

act

er

zado a ciencia, de modo ge ral, e, consequ

e

zrs

mente, a psicologia da familia. Essa

ide

ia

i

mplicacoes importantes

pa

ra o

conc

e ito e

q u e f a m i l i a?

tes eram filhos passam a se r genit

o

re

s; ac;

que antes er

a

m genitores passam a s

er

: : .

c

om o

nasci

mento dos netos

exigind

o

adaptacao ao novo p

a

pel familiar e

a

ciencia do envelhecimento

  0

principal pr

ma dessa fase consiste em lidar com qu

pr6pr

ias da idade madura, como a

ap

o

do ria,

um

casamento

, mu

i

tas

ve ze s

,

des

brado e disfuncional, e o

falecim

ento de _ :

queridos  

A

pesar de a proposta de Carter e M certi

(1989/1995) nao

i

ncluir

caract

er

ist ic

as

_

prias

<las

formas al ternativa s de famil i a , -

estruturas monoparentais

e

farnflias

rec

asazz,

e tambern as especificidades dos d ife rez

contextos s6cio

-

hist6rico-cultur

a

is, e la

a interconexao entre

o

desen

volvimentr:

grupo familiar e o desenvolv

im

ento do ·-

duo. E durante os periodos de mudanea

d

e

senvolvimento dos

indiv

i

d

u

os

q

ue

nr

n

e

cessidades

e demanda

s tern que s

e

r

in t _

das no estilo e no conjunto de regras da

-

li

a , ocorrendo, entao, transformacoes em

o grupo familiar

(Kr ep

pner,

2002). A

d

i ; :

a

o de estagios do ciclo de vida famil

i

ar

-

a

proxima de

realidade

s impo

rta

ntes do proce;

so de desenvolviment

o

familiar, definind

rac

t

eristica

s pr6pri

a

s de cada periodo e e : : . . . . . c

d

a

ndo as tarefas de

de senvol

vi

mento,

tan

f amilia como de seus membros em parti

alern de enfatizar os

probl

emas proprios

ca

da

fase .

Mas, afinal, o que constitui urna

milia? Que conceito (ou conceitos)

d

e

f

ac:.....

a

dotar, considerando que a familia

e

um

. -

ma comp

l

exo, em constante desenvolvim

em um contexto tambern em desenvo

lv i

mezzz

0

quarto estagio e a

trans

forrnacao do

sistema familiar em funcao do periodo da

ado

-

lesc encia dos fi lhos . A

ad

ol

e

sc encia e uma fase

em que os individuos buscam a c onstrucao de

sua identidade e , portanto, questionam diver

-

sas regras,

valor

es

e cre

ncas,

a

nteriormente

es

t

abelecidos no

r

e

lacionamento com seus ge-

nitores e no c

o

ntexto social em que estao inse-

ridos, no intuito de diferenciarem-se, tornarem-

se

mai

s independentes e construirem seu es-

p a i ; : o como individuos. A familia vivencia estas

experiencias juntamente com os adolescentes

e o que representa o marco de entrada do

sis-

tema

fami

liar,

nes

sa fase,

e

0 adolescer do

fi

-

lho p

r

imogenito. A principal tarefa, no momen-

to, e aumento da flexibilidade

na

s

inter

acoes

e

ntre os

geni

tores e os filhos adol

escent

es

e,

conseqi. ienteme nte, uma diminuicao da auto -

r

idade dos

primei

ros.

A

dificuldade mais co-

mum

enfren

tada pelas

f

am i

lia

s,

nessa fase, e

0

que

Car

ter e McGoldrick (1989/1995)

deno-

minam crise que e vivenciada

especificamente

pel

o casal e caracterizada pelo

questionamento e pela ref lexao acerca das sa-

tisfacoes e insatisfacoes pessoais, profissionais

e conjugais.

A

pr6xima etapa e a chegada das familias

a

o meio da v

i

da, proporcionando os recursos e

o suporte

ne

cessaries para que

o

s filhos se tor-

nem in dependentes e construam seus espacos

pe

s

soai

s e p

rofi

s s

i

onais, dando

prosseguimen-

to

a

tra je

t6r

ia do c ic

l

o de vida familiar. A

tare-

fa bas ica dess e periodo e encaminhar OS filhos

a

dultos e buscar a

reestrutu

racao do relacio-

namento c onjugal. Portanto, e

fundam

ental que

os conjuges res ga tem o momento inicial de sua

vida

conju

gal, para que

poss

am suportar a au-

s

encia dos

fi lhos .

Quando

is

s o nao o

c

orre,

OS

principais problemas sao as familias agarrarem-

se aos

fi lhos , di

ficultando o rompimento n

a

tu-

ra

l

do vinculo genitores-filhos, e a emergencia

de s

e

ntimentos de vazio e

de

p

r

essao por parte

dos genitores , em especial entre as mulheres  

0

s exto e u

l

timo estagio,

prop

os to por

Carter

e M

cG

o

l

drick

(1989/19

9

5),

e

a

f am

ilia

no e s tagio tardio da vida, ou s

ej

a, a etapa em

que os

ge nit

ores ficam

idoso

s ou chegam ao

qu

e

e

cotid

i anamente

denomi

nado

de.

A

tarefa

basic

a

e

a

aceita

cao da mudanca

nos pape i s geraciona

i

s , isto e,

aqu

e

l

es que an

-

1 1 6

Page 5: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 5/17

1 1 *

: : l

pluralidade

de tipos de casamento e formas

alternativas de

familia

.

(Trost,

1995).

Algumas

dessas formas sao genuinamente novas, coma

familias de homossexuais ou com filhos

conce

-

bidos por meio de inserninacao artificial,

en-

quanto outras sempre existiram, mas s6 rece-

beram uma denominacao recentemente, como

no caso das (Stratton,

2003).

Todas as formas de familia, independen-

temente da epoca de seu surgimento, reque-

rem investigacoes mais sisternaticas, pois

qua

-

se nada sabemos a respeito de sua funcionali-

dade e implicacoes

para

o desenvolvimento da

crianca. Por exemplo, o que significa crescer

em um lar com apenas um genitor? No passa-

do, a existencia de familias constituidas por

apenas um genitor decorria, geralmente, da

morte do pai, enquanto hoje a maioria delas

e

resultante

de div6rcio.

0

div6rcio, por sua vez,

introduziu

novos

compon

entes no

funciona

-

mento <las familias, cujas consequencias e im-

plicacoes

para

o desenvolvimento de criancas

e

adolescent

es

nao

sao,

ainda,

conclusivas

(Amato, 1995; Erel e Burman, 1995; Kier et

al., 2000; Olson e Hay

n

es, 1993). Segundo

Stratton

(2003),

essa

area

de investigacao

e

complexa, uma vez que as

ou que optaram por ter filhos sem um compa-

nheiro enfrentam problemas

que estao associados a desvantagens

economi-

cas, exigindo do pai ou da mae um consumo

de energia e tempo muito maior, nao s6 no

tra

-

balho, a fim de aumentar a renda familiar, como

em casa, no que tange as atividades domesti-

cas. Em outras palavras, o genitor tern pouco

tempo

para

estar com

a(

s

)

criancats), alern do

estresse e do cansaco provenientes dessa situa-

c;ao

peculiar, o que pode prejudicar a qualida

-

de das relacoes parentais.

As por sua vez,

"requerem consideravel ajustamento

par

par-

te de todos os seus membros e as dificuldades

podem

continuar

por muitos anos ap6s a in-

sercao do padrasto ou da

madrasta

na familia"

(Stratton,

2003,

p. 346).

N e

s

se caso, as

crian

-

cas tern que se

adaptar a

diminuicao do tempo

despendido com seu

pai/rnae

e as mudancas

na rotina da casa, enfrentando o conflito que

surge frequenternente entre a "lealdade" com

1 1 7

muito tempo, a familia conjugal mo-

pr

edominou modelo aceito social-

;

entretanto,

a participacao e a insercao

=-tlh

er nas diferentes esferas sociais e sua

tuic;ao

como individuo

abalaram

o pa-

mo e, consequentemente, a "familia

- c ional nuclear"

(Singly,

2000;

Torres,

)

.

0

modelo tradicional

e

entendido como

-

p

o cornposto por pai, rnae e filhos

na-

d

esta uniao, com papeis de genero cla-

- t

e definidos, ou seja, o pai ocupa a fun-

:.1) p

rovedor material da farnflia e a mae, a

resp

onsavel pelas tarefas dornesticas e pelo

o dos filhos. As mudancas no papel

o geraram

uma

maior flexibilizacao das

.:4)e

s

, provocando instabilidade e volatili-

"' n

as relacoes Intimas e

uma constante

ulacao de projetos individuais e grupais.

A familia tradicional nuclear esta, de acor-

m Petzold (1996), decrescendo nas ulti-

decadas porque os criterios que a definem

re stritos, isto e: (a) as leis e restricoes le-

-

: : ratam a familia e o casamento de manei-

-gi

d

a; (b) a abordagem geneal6gica restrin-

-

l

aces familiares as linhas de parentesco e

;..:5tr

alidade; (c) a perspectiva biol6gica as-

a ideia de familia a de parentes, em fun-

o

s

laces de consanguinidade, e (d) as es-

icas

governamenta

i

s

definem, em geral, a

ia com base na divisao da mesma residen-

= n

a presenca de filhos em comum.

Esses pressupostos definidores da familia

- =

·

aonal estao sendo ultrapassados, a medi-

01e os padroes de mudanca na vida fami-

:n

oderna colocam a familia nuclear, ou "ca-

de genitores casados ou solteiros vivendo

s

eus filhos solteiros em

uma

mesma casa"

old, 1996, p. 29), em um espaco secun-

io .

Embora esse modelo de familia ainda

o tipo inais

encontrado

nas sociedades

e

ntais, diversas outras formas tern surgido

-

e

rentes padroes de institucionalizacao de

< ;6es afetivas e sexuais passaram a coexis-

de forma legitima, havendo,

hoje,

uma

terizacao de familia, em diferentes enfo-

disciplinares.

Page 6: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 6/17

m

Cl)

Cl)

C "")

0

Cl)

);

'-

c:

z

6

CCI

Page 7: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 7/17

A

definicao proposta por Petzold

(1996) e

basea-

da na teoria dos sistemas ecol6gicos. Para uma

me-

lhor compreensao do conceito de sistemas

ecologi-

cos, ver o Capitulo 4 deste livro.

tarefas

domesticas ,

cuidados com a prole e

cooperacao rmitua em varias outras atividades.

De acordo com a concepcao

ecopsicol6-

g

ica, familiares sao aqueles com os quais

man-

temos um vinculo

baseado

na intimidade e

nas relacoes

inte

r

geracionais. Essa visao in-

corpora

var

iaveis externas e caracteristicas

<las

r

elacoes entre

OS con

juges,

entre genitores

e

filhos e entre estes e outras pessoas que po-

dem

faze

r

parte

da

familia

. Essa visao incor-

pora tambern aspectos proprios dos cinco sis-

temas

ecologicos :

o macro, o

exo,

o

me

so , o

micro e o cronossist

e

ma. Para Petzold (1996),

em cada um

<less

es sistemas ex

is

tem varia

-

veis que

influenci

am a

formaca

o ea caracteri-

zac

a

o da

familia

.

Na perspe

ct

iva do macrossistema, q

u

e

envolve

aspect

os socioculturais

mais am

plos,

ha quatro

grup

o

s

de

fa

tores que podem

i

nfluen-

ciar a

caracteriza

cao de uma familia:

s

e

os

ca

-

sais Sao

OU na

o leg

a

lmente

C

asados,

Se

0 a

r-

ranjo de seus

rel

acionamentos

e vitalic io

ou

temporar

io, se os rendimentos e ganhos de ca

d

a

um dos

con j

uges

s

ao compartilhados

OU

sepa-

r

ados e

s

e eles

habit

am uma mesma

resi

d

enc

ia

ou tern

morad

ias separadas. No

exossistema,

que envolve

conte

xtos e redes sociais

especifi-

c os , a influencia e verificada pelo tipo

d

e rela

-

c;ao estabelecida

ent

re os membros

familiares,

isto

e ,

se a

relaca

o ocorre com base nos laces

sanguineos ou no casamento, se

os memb

ros

Sao

auto-suficient

e

s

OU

dependentes de

c

uida-

do, se sao economicamente

dependen

tes ou

independentes e se compartilham ou

n

ao

um

a

mesma cultura.

0

mesossistema envolve tres

var

iaveis

:

a presenca

OU

ausencia de filhos,

fato de os filhos serem naturais ou adotivos e o

tipo de relacao parental, ou seja, se a

figura

parental

e biolog

ica

OU

nao, Por fim, tres

sa

o

os possiveis

aspe

c tos que comp6em o

micros-

sistema, definido do ponto de vista da

relaca

o

diadica estabelecida entre os

genitores:

se o

estilo de vida e compartilhado OU separado, se

a relacao estabelecida

e

hetero OU homossexual

A

C I E N C I A

D O D E S E N V O L V I M E N T O

H U

M A N O

1 1 9

As

a

b

o

rd

agens conternporaneas no

est

u

-

-00

f

amili

a tern

d

efinido seu objeto com

bas

e

se

gu

int

es pr

emi

s

sas: (a) a

defini c

ao de

- -a deve

e

star

ba

seada na

opiniao

de seus

·

ros, c o

n

si

de

r

ando a afetividade e a

p

ro-

d

e

c

o

m

os en

tes queridos

com

o

c

r

it

e

-

:::m

a a

c ompos i

cao de

fa

milia e (b) d

iv

er-

- o

os

tipos e a

s

possibilidades de

famil

ia

ntexto a

tu

al, nao se restringindo a uma

fo

rma.

Arra

njos familiares, como

pes

-

so l

t

e

ir

a

s v

iv

end

o sozinhas;

conjuges n

ao-

io s, que

h

a

b

itam a mesma casa; casamen-

ou convivencia

ternporar

ia

an-

tomada de dec isao de oficializar o ca-

to ; cas ais

homossexuais

; familias reca

-

- - ; conjuges que moram em casas separa-

e

p

e

ssoas

que

v

ivem com

parentes

que

~ cuida

do

s, sao construcoes de vida fa-

b

as

ea

das, pri

ncipa

l

mente,

nos

sent

i

-

:os n

u

trid

o

s pel

os

envolvidos. Petzol

d

- ..

6

) sinte

tiza

esses

diferentes

arranjo

s

,

_

an

do-o

s

na

pro

posicao de um conceito

ge

nte de familia, por ele denominado

S egundo esse autor (Petzold, 1996) , "uma

e

um grupo social

especial , caracteriz

a

-

- r re lacoes Intimas e intergeracionais en-

se u

s

memb

ro

s. Variavei

s

como

'cont

inuida-

l

on

g

o da vida',

'r

elacionamento

heteros-

', '

d

ividir a mesma casa', nao sao parte,

si

s

o

,

de

noss

a

defin

i

cao de

familia" (

p.

l

ss

o significa que alguns cr

iterios

,

c om

o

relacionamento heterossexual e

vital

ic ie

-

= nao podem mais constituir condicao

p

a

ra

definir familia. Zamberlan e co-

- <lores (1997) apresentam

um

a

concep-

- semelhante no que tange enfase nas re-

interpessoais. Segundo elas, a familia

e

gru po mantido pelo parentesco e

pelas

re-

interpessoais entre os seus

membros,

que

sustentadas por afeicao, apoio, partilha de

a o e c o p s i c o t i gc a e f am a

:;xi

s

de familias, alem de favorecer a for-

.

-

o

de quest6es de pesquisa mais relevan-

?ar

a que isso ocorra, necessitamos

exp

li-

o

conceito cientifico de familia que es-

ad

o

tando em nossos projetos.

Page 8: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 8/17

j

.::;;:::I o

s

me

estabelecim

e

i entre ~

famflia

des

se

_..""Ur

a espe

co

on

al

p

ar:

-

ou

, me

s

rno,

= var

ias

h

a

:

--:::e

n

cialida

d

e

. . : . . . e : : lte aprop

ris

~ pt

acao do

s

::-a:l itada a

c p

· da

s

entre

zreracoes e re

-;;crta

n

tes para

d

e s envolvi

n

Para este

autor

(Kreppner,

2000, 2003),

a famflia

e

definida por um tipo especial de

rel

a

c

ao, isto

e ,

as relacoes intergeracionais en-

tre, pelo menos, um pai ou

uma

mae e seu fi

-

lho   Port

anto,

para

ele, a famflia

e

constituida

p

e

l

as relacoes e pela transmissao de padroes

novos conceitos baseados na teoria dos siste -

ma s , na cibernetica e na teoria da informa -

cao,

em

combinacao

com velhas abordagens,

como a

t

eoria

psicanalitica,

formou uma pers-

pe

c tiva inteiramente nova sobre a complexi-

dade

ea re

ciprocidade do comportamento hu-

mano e seu desenvolvimento dentro da rede

de

relacoes

e da cultura da

comunicacao

den-

tro da familia. (p. 202)

A concepcao dominante, por

mui

to

tez 

po, no

ambito

<las

ciencias

que estudam a

milia, restringia 0 seu papel a

transmissa

o

genes, dando pouca ou quase

nenhuma

i

m

por-

tancia para sua funcao de construcao

d

o co-

nhecimento intergeracional. Kreppner (2 0

0C

propoe, entao, a redefinicao da

famflia

, p

ri

ori-

zando

na

o so o seu importante papel na

pr

ote-

c ; : a o

do fu

n

cionamento biologico e

na

sobrevi-

vencia humana, mas

tamb

ern na

manutencs;

e na

transmissao

de valores,

tradicoes

e

si

gri-

ficados

culturais.

De acordo com esta concepcao, os mem-

bros de determinadas famflias e culturas

pre-

cisam co

nstantemente

se

adaptar

as

dern

an

<las e tarefas propostas pelos contextos n _

quais

esta

o inseridos (Kreppner,

2000, 2 0

0

34

uma vez

q

ue cada familia possui seus

pro

p

ri

rz

padroes de comunicacao, que, por sua

vez,

F a m i l i a e c u l t u r a  

p r o m o

v e n d o

o d e s e n v o l v i m e n t o

u m a n o

A famflia constitui um contexto em

li::-

senvolvimento, que promove a evolucao

individuos

, sendo considerada um

n

icho

eer

-

16gico primario

para

a promocao da so b

r

ers,

vencia e da socializacao da

cri

anca,

tra

nser

-

tindo significado social a vida de seus

bros (Kreppner,

1992, 2000).

Por ser a

farnfr

um

contex

t

o

primario

de

desenvolv

imento , -

ciclo de

vi

da do individuo se

inse

re

n

o

propn;

ciclo de

vi

da

familiar.

de uma ge

r

acao

para

outra. A pr6xima

se¢;.

focaliza a

i

mportancia de adotarmos

um

a

~

sao sisternica que integre

famflia, desen

vo -

mento individ

u

al e cultura

para compreende-

mos nao so

0

processo de

desenvolviment

o

mano, mas

o

conceito de familia na

pe

rs

p

ecz-

va do desenvolvimento, isto

e ,

<las

int

ern

~

e relacoes mantidas entre os diferente

s m ew.-

bros de uma famflia.

e

Se

0

p

a

dr

ao de

in

teracao e

igu

a

lit

ario

OU

do-

minante-subordinado

.

Pela proposta de Petzold

(1996)

, a com-

b

ina

c

ao d

essas

14 variave

is

qu

e

com

p

o

ern os

cinco sistemas ecol6gicos prod

u

ziria, pelo me-

nos,

196

tipos

dife

r

en

t

es de familias,

d

o ponto

de

vi

sta

teorico. N

ao

p

odemos

nega

r

q

ue, nas

socied

ades

contemporaneas,

ha

uma

plura-

lidad

e

d

e

t

ipos de f

amfl

ia e, portanto, a defini-

c ; : a o ecopsicol6gica de Petzold inclui a maior

par

te de

tip

o

s

de familias existentes na atuali-

dad

e, sem produzir preconceito ou

exc

lusao em

re

lacao a este

OU

aquele tipo de familia. No

entanto, a sua definicao e te6rica e, apesar de

ressalta

r c r

it

erios de intimidade e intergera-

cionalidade na constituicao de familia, estes

na

o

Sa

o devidamente enfatizados

OU

conside-

rad

os do ponto de vista empirico.

Grande tern sido a contribuicao

d

a teoria

dos

sis t

emas

para

a compreensao que se tern

d

o c

on

c

ei

to de famflia e de seu funcionamen-

to

 

D

entre as contribuicoes, Petzold (1

996)

res-

salta a

o

rientacao c ientffica da teoria

s

isternica

no

q

ue tange aos

inumeros

processos regula-

torios internos e externos a f

amilia

, conside-

rando:

(a) o ponto de vista

ecologico ;

(b) a

perspectiva

analit

ica, que focaliza as relacoes

entre

geracoes,

e (c) a

visao construtivi

sta, que

solidifica a

i

deia de que a famflia nao

e

um

obje

t

o

natural,

mas

uma ideia,

um

co

nceito

vivenciado e compartilhado

pel

as pessoas. Se-

gundo

K r

eppner

(2003),

durante

as decadas

de 1

94

0

e

1950,

1i 1

  ~

11

1 2 0

&

Page 9: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 9/17

: : :

A s

interacoes

e

as

rel

acoes desenvolvi-

das entre os membros da familia, bem como

os padr6es de comunicacao estabelecidos en-

tre eles nos diferentes subsistemas farniliares,

constituem as unidades minimas de analise

no estudo dos processos familiares. Mais do

que comportamentos isolados, o que interes-

sa no estudo desse sistema sao as interacoes

estabelecidas entre seus membros, entre os

seus subsistemas e entre estes e o contexto

socio- historico-cultural,

Os conceitos de interacao e relacao social

desenvolvidos por Hinde

(1979, 1997)

tern se

mostrado adequados ao estudo da dinamica das

relacoes familiares, conforme enfatizado por

Dessen

(1994, 1997)

e Dessen e Lewis

(1998).

Segundo Hinde, a interacao pode ser compre-

endida como incidentes ou epis6dios entre, no

minimo, duas pessoas. Nesses episodios, uma

pessoa emite determinado comportamento em

direcao

a

outra pessoa e esta, por sua vez, emite

uma resposta, formando cadeias de comporta-

mentos que caracterizam o fluxo da interacao.

Uma interacao envolve tambern uma serie de

outros aspectos como objetivos, duracao, sig-

nificados, expectativas. Os individuos em inte-

racao estao em uma troca mutua constante,

monitorando um ao outro, o que implica o sur-

gimento de respostas emocionais e interpreta-

coes cognitivas, as quais afetam a continuida-

de nao dessas interacoes e comportarnen-

to futuro desses individuos.

Uma relacao

e

composta por interacoes

ja estabelecidas entre, no minimo, duas pes-

soas, envolvendo, portanto, uma historia pas-

sada que influencia as interacoes presentes e

futuras (Berscheid e Reis, 1998; Hinde, 1979,

1997).

A s relacoes incluem trocas verbais e

nao-verbais entre as pessoas, ao longo de de-

terminado periodo de tempo, constituindo um

potencial para o estabelecimento de interacoes

futuras. Em uma relacao social, as interacoes

entre os participantes tern um efeito cumulati-

vo; OS individuos nao precisam estar continua-

mente em interacao para que sua relacao seja

mantida. Mesmo em periodos em que os indi-

l n t e r a ~ i i e s

r e l a ~ i i e s :

a b a s e

p a r a

a

c o m p r e e n s a o

d a d i n a m i c a

f a m i l i a r

1 2 1

Essa ou

e

entendida como "um conjun-

d

e regras tradicionais, implicitas e explici-

s,

v

alores, acoes e ambientes materiais que

-

o

transmitidos pela linguagem, pelos simbo-

e comportamentos, por um grupo de

pes-

que interage de forma duradoura" (Saami

= : : al . , conforme citado por Kreppner, 2003, p.

_ 8). Assim, a troca entre a crianca e seu

=undo externo vai formando o que Kreppner

000, 2003)

denomina da

: i

a

nc;a, o que definira, futuramente, seus re-

_ ionamentos e provera um fundamento es-

sen

cial

para

as suas possibilidades de explo-

rar o mundo e construir significado. Portan-

:n

,

ja nos primeiros meses de vida, a crianca

zn

gaja-se em diversas interacoes peculiares

co rn

os membros familiares,

o

que possibilita

estabelecimento e a manutencao de uma re-

lacao entre eles.

A familia funciona, entao, como media-

dora desse processo, tanto promovendo uma

cultura espedfica de comunicacao e um clima

e

mocional particular, como oferecendo supor-

t

e

ou, mesmo, impedindo o desenvolvimento

d

e varias habilidades infantis. Em sintese, a

p

otencialidade para promover nao um am-

biente apropriado para o desenvolvimento e a

adaptacao dos membros familiares pode ser

c

reditada

a

qualidade

das relacoes

estabe

-

l

ecidas entre eles. Mas o que entendemos por

interacoes e relacoes? Sao esses conceitos im-

portantes

para

a cornpreensao dos processos

de desenvolvimento familiar?

cada familia e sua forma particular de manter

a motivacao e o significado entre seus mem-

bros pode ser interpretada como representan-

do uma "cultura" particular, um tipo de uni-

dade que produz modos peculiares para se

comunicar com o

mundo

externo e

para

ava-

liar experiencias, (Kreppner, 2000, p. 13)

d

am as experiencias de seus membros

ess,

1926).

Segundo Kreppner

(2003),

padroes de comunicacao sao construidos

r

elacoes estabelecidas pelos individuos no

r

e

x

to da famflia, com base em um determi-

o clima emocional associado a eles. Dessa

in-

Page 10: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 10/17

P

ensar em desenvolvimento humano sig-

nifica

pe

nsar

n

o

est

a

beleciment

o de

r

elacoes

qu

e o individ

u

o mantern com

s

eus contextos

proxi

m

ais -

isto

e ,

a

familia, l

ocal de traba-

l

ho ou

est

udo, sua comunidad

e

-

e

c

om os con-

textos di

stais

- coma

os

valores

,

as crencas, a

c

u

ltu

ra. Para

K r

eppner (200

0

)

,

a transmissao

de conhecimento a

cum

ulado de uma geracao

a

outr

a

e um

a

i

deia

central para

a compreensao

d

o conceito de ciclo de desen

vo

lv imento cul-

A

f

a m i l i a e m u m a p e r s p e c t i v a i n t e r g e r a c i o n a l

tural, o que reflete a clara

inter- r

elacao

desenvolvimento, familia e cultura. A

n

o

¢=

familia que percebe o homem como

relacional, habilitado

para

acumular co

-

mento ao longo das geracoes e capaz de

belecer padroes comuns de valores,

c re

nc

normas

,

o

u seja, de criar e recriar a

cul

tura

portanto

, essencial.

0

sistema familiar e os

relaciona

m

estabelecidos entre os membros de uma

lia sofrem modificacoes ao longo do

prO C ' E : : ::

de

desen

volvimento familiar e

individual

  ~

tanto, uma cornpreensao mais

aprofu

ndads

dinamic

a e do funcionamento desse

siste

ma

quer c o

n

siderar, ao menos, tres

geraco

es

aves, o

s

genitores e os filhos) e suas re s

vas e

xp

eriencias quanto as t

ransico

e

s d

o

de vida familiar (Carter e

McGoldr

ic k, 19.:

1995). A socializacao da crianca

ea p

o

s

sir

dad

e de agregar

c

o

nhecimento fazem

p

ara:

traj

e

t6r

ia das diferentes ge

r

acoes (Kr e

pp-

2000). E

mbora haja

uma fo r

te influe

nc

ia -

ger

a

c

oes mais velhas nas geracoes mai

s n

o

a

crian

ca

e entendida

como

particip

a

n

te

a =

pois, desde muito cedo,

mantern troc

a

s d

e

nificados nas relacoes que

e

stabelec

e

c

om = -

genit

or

e

s,

avos e demais pes

s

oas.

E

,

ness

a

::-

ca

c

om seus familiares e com

out

ras

pe

s

e

x

erce influencia na

const

rucao do conh

mento intergeracional e

n

a

tr

a

nsm

i

s

sao de

nificad

o e cultura no contexto

d

a

famil ia .

As transicoes de um e

s

tagio para ou::

n

o ciclo

d

e vida

familia

r

,

po

r

su

a

vez

,

te

rn

efeit

o c o

ntinuado

sabre o

desenvol

vi

ment

o -

familia, influenciando os membros < la

s d

ife

tes

g

er

ac

o

es

. Esse processo

tr

ansm

it

e

p

a

dmz

d

e

func ionament

o e

relacionamen

to e

ntr

e

membros e acarreta estresse e ansiedade

p

rop

desta ex

peri

encia e do momenta

vivi

do

n

o

te

xto

s

o

c io

-historico-culrural . Comp

reend

er

process

o de transmissao de

padro

es em ·

c

o

ntex

to

comple

xo de

integraca

o

en

tre

li

a,

cultu

ra e de

s

envolvimento

hu

mano consc-

tui

um

desa

fio que requer, sobretudo,

t

e

nova

s

a

lternativas metodol6gicas de in

v e s : : : .

gaca

o,

A

proxima secao apresenta as

tend

e

n

·

atuais

e os

desa

fios metodologicos

encontr

a

qua

ndo se

adota

uma

perspect

i

v

a do de

s

ez

volvimento humano na pesquisa

sabr

e

fa

mila,

viduos nao tern contato, as interacoes

pass

a

-

das exercem influencia e auxiliam a dar

conti-

nuidade a relacao,

que

nao

acontece em

interacoes

com pessoas

estranhas.

Portanto,

interacoes

totalm

ente independentes umas das

o

utras , mesmo que em seqiiencia, nao caracte-

rizam

uma

relac

a

o

;

o que essencialmente a

defi

ne

e

a

i

nfluencia de

uma interacao

sobre

as

o

utras.

Em sintese,

uma interacao

envolve

um

c ic l

o de tempo

estritamente

limitado e

uma

relac

ao envolve passado, presente e futuro. As

traj

etorias de

uma

relacao dependem, sobre-

t

ud

o, das caracteristicas individuais dos parti-

c i

pantes, das influencias sociais ou de outras

diades na relacao, dos processos cognitivos de

di ssona

nc

i

a e atr

i

buicao entre os membros da

diad

e,

dentre

outros fatores. Os conceitos de

int

era

cao e

r

elacao social constituem a base

p

a

r

a

as

i

nvestigacoes empiricas sobre o funcio-

na

mento das

familias

. Nesse contexto , os par-

tici

pant

es se restringem aos

membros

familia-

res

qu

e comp6em diades, triades e tetrades na

famil i

a   Os

padro

es familiares que se estabele-

cem e

n

tre eles

dependem

das tra

j

etorias de

de

se

nvolvimento de cada i

ndividu

o e do gru-

po familiar. A

c

onexao existente

entr

e o desen-

volviment

o

d

o

i

ndividuo e da

famf

lia

e

facil-

mente

compreen

dida a

parti

r dos estagios do

c iclo de

v

ida familiar,

c

onforme

d

e

s

crito ante-

ri

ormente neste capitulo.

E

a nocao de ciclo de

vi

da familiar traz, inerente a ela, a

importan-

c i

a

das

g

e

r

acoes mais velhas na transmissao

d

e valo

r

e

s

e c

re

ncas,

contri

buindo

para

a for-

ma

cao da

1 2 2

1

Page 11: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 11/17

comecou a

mudar .

Os estudos de Belsky, por

exemplo, mostraram diferencas nas

inte

racoes

estabelecidas entre um dos genitores e a crian-

c;a,

quando sozinhos e quando o casal e a

c

r

i

an-

ca estavam juntas, o que estimulou a inclusao

da analise das relacoes pai-crianca,

Entretan-

to, cabe

r

essaltar que, ainda

hoje

,

ha

uma pre-

v

alencia de estudos que focalizam sornente a

interacao

mae-crianca, conforrne

enfatizado

por Dessen e

Le wi s .

subsisterna conjugal constitui fator pre-

pond

eran

te

d

e investigacao na

atualidade, ha-

v

end

o consenso entre os pesqui

sadores

quan-

to ao

pre

ssup

ost

o de que a

r

e lacao m

arital

exe

r-

ce urn papel importante no dese nvolvimento

da

c

rianca, especialrnente

n

os pri

m

eiros a

nos

da

infanc i

a

(E re

l e

Burman

, 19 95; K reppner,

2000,

2003)

  De acordo com K re

ppne

r , a influe

n-

cia da relacao conjugal no

desen

volvimento d

os

filhos oc

orr

e,

principalrnente,

por

me

io da qua-

lidade da

c

ornunicacao estabelecida

e

ntre os

conjuges   Esta comunicacao influencia

direta

ou indiretamente as trocas

comunicativ

as corn

os filhos, nas mais diversas situacoe

s

familia-

res. Os

padroes

de comunicacao

conjug

al e

parental desenvolvidos em uma determinada

familia servem, entao, de modelo

para os

fi

-

lhos, que

tendem

a reproduzi-los na formacao

de um

nov

o ciclo familiar.

A metanalise de Erel e Burman (1 995)

mostra e

v

idencias contundentes da

i

nfluencia

da

relaca

o marital no

bem-

estar da cr

i

anca e

sugere que a

satisfacao

m

arit

al

e predi

tor

d

e

uma boa saiide fisica e

emoci

o

n

al

dos filhos

,

enquan

to as tens6es na

rela

cao

conj

ugal

p

ro-

duzem u

rn

mau funcionarnento n

a

relaca

o

genit

or

es-

crianca, Kreppner

(2000)

tambern

ressalta

o impacto

da qualidade

da

relaca

o

marit

al no desenvolvimento

adolesc

ente e vice-

versa,

durante

a transicao

normativ

a da infan-

cia

par

a a adolescencia, Segundo esse

auto

r

,

o

momenta de transicao

para

a

adolescenci

a traz

consigo a expectativa de mudancas nos padroes

de comunicacao

familiares

, pois contrap6e o

indiv i

duo com a necessidade de

auto-a

firma-

<;ao

e de desenvolvimento de um novo senso

de si mesmo.

Outro aspecto

r

ele

v

ante a ser considera-

do, e que

ha

muito se da a devida importancia

1 2 3

As

pesquisas

sobre desen

v

ol

vimento

e

int

e

r

ligacoes com a

famfl

i

a tern sugerido

. : : : : : : : a

umento do

n

umero de estudos que

pr

ivi-

em as interacoes, em vez de aspectos indi-

u

ais do

comportamento,

e que

busquem

m

pr

eender a influencia mutua nao apenas

_rre os membros familiares que compoem

zna diade,

mas tambern entre os que

c

ompoem

_ triades, t

etrades

, etc. (Dessen, 1997; Kreppner,

-~

5,

2000,

2003).

As ultimas

de

cadas tern

::=gi

str

ado

uma mudanca

no foco de interesse

pesqui

sas sabre familia,

pass

ando de uma

:S

ao rnacrossociol6gica para uma analise de

~oc e

ssos

microrregula

t

6rios

(K reppner,

2002).

Se

gu

n

do esse autor,

e

necess

ario

estudar tan

-

:0 a

estrutura quanta

a

dinam

ic

a

familiar, con-

_: dera

ndo

toda

a rede de

relaco

e

s,

que consis

-

.e de constelacoes

comple

xas de

diades

, triades

e c

ombinacoes de ordem

superio

r de membros

a

fa

milia.

0 aumento

do interesse

pel

a r

elacao

pai-

eri

anca (Dessen e Lewis,

1998;

Le

w

is e Dessen,

_ 99

9)

e decorrente, em parte,

dess

a mudanca

d

e foco de

analise.

Ao longo de muitos

anos,

O S

estudiosos da area

de

desenvolvimento

e

n

focaram,

principalmente ,

a

relacao mae-

c ri

anca. Com as descobertas

d

a

i

nfluencia

da

r

e l

acao

c o

n

jugal

no desenvolvirnento infantil,

n

as decadas de

1 970

e

1980 ( B e l

s

ky , 1981,

1 9

84),

o

panorama

da pesquisa sobre infancia

e n c i

a s

a t u a i s :

0 q u e

e v a

n t e

c o n s i d er a r ?

P

rimeiram

ente,

apresentamos

algumas

-en

cias metodol6gicas que consideramos

' . : O . I ltes e que, se forem incorporadas aos

ejamentos de pesquisa, trarao contribui-

inovadoras

para

a compreensao da fami

-

" ' se

u funcionamento. Em

s

eguida, apr

esen-

os

, resumidamente,

como a metodologia

a

po

r Kreppner (2002) tern

contri

buido

o avanco do conhecimento sobre os pro-

s

de comunicacao na famflia  

•r::::

? a n o

c on

s t : :-

--

d

o, testar

-

d

e investi-

te

ndencias

Page 12: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 12/17

 

s

e

1.

.:ep

p

ne

re

z

al .

,

2

00

2

),

: : ,; O e

s, os

re la

cao co

d

a aut

o-e

-

es

cal

as

.

T

a

l

pla

ns

reppner (2

.zse

nvolvi

me

e

6 meses

an

o

s m

ais

As

de

tre

 is,p

e . . _

-

d

e

cole

ta

C

Desde o inicio da decada de

1980, Kr ep

p

vem

adotando uma abordagem holistic

a

funcionamento da familia em suas

pesq

uisar

(1988, 1989, 1991, 1992, 1995, 2000,

2 0

0

:

2002),

focalizando

tanto

os aspectos est ru

i -

rais e

dinamicos

da

interacao

familiar

qu

an::.

os componentes de adaptacao, tais como o ~

de flexibilidade das relacoes familiares e d

padroes de comunicacao e as mudancas ao lo

::-

go do tempo. Tais aspectos sao investigados

meio de uma perspectiva longitudinal da

f

arm-

lia,

durante

periodos de

transicao acentuad

no desenvolvimento, como a passagem da

fancia

para

a adolescencia. A observacao

dire -

ta da comunicacao entre cada genitor com

c

a

" '

uma de suas criancas

e

utilizada como

tecnica

principal de coleta de dados,

enquanto

entre-

v

istas e questionarios fornecem informaco

complementares.

Adotar

uma

perspectiva do

desenvo

l

· _

mento da familia implica focalizar a rede com-

plexa de relacoes entre os diferentes mernbros

da farnflia. Com essa perspectiva em

men

te,

Kreppner

(2002),

em seu estudo sobre as

Re-

descreveu as mudancas

n

os

estilos de comunicacao

entre

genitores-

filhos

,

durante

as transicoes do primeiro filho

pa

ra a

adolescencia

.

A amostra

era

composta por 6

familias de classe media, residentes em

B e r l irn,

sendo 4 7 delas constituidas pelo casal e 20

apenas por um genitor. A coleta de dados

fo i

iniciada quando o primeiro filho (Cl) tinha

11

D e s a f i o s m e t o d o l o g i c o s n o e s t u d o d a

i n t e r r e l a ~ a o f a m i l i a e d e s e n v o l v i m e n t o :

u m a p r o p o s t a p a r a g e r a r d a d o s

ainda pouco adotada pelos

pesquisadores

,

contribuido

para

o surgimento de uma

visao sobre as diferentes facetas do fu

n

cio;

mento familiar mais relacionada ao desen

vimento" (Kreppner, 2002, p. 3). Tal ab

o

rr.:

gem, descrita na secao seguinte, implica

lizar os periodos de transicao

espedfic

o

s -

ciclo de vida familiar, na

tentativa

de

d

esers

ver as tarefas de desenvolvimento da farnifu..

do ponto de vista te6rico, e papel de fatores

contextuais na constituicao de valores, cren-

< ; : a s e

praticas

parentais, priorizando a

comple-

xa relacao

entre

os fatores

socioeconomico-

politicos e

hist6rico-cu

lturais. Ha necessidade

de continuar investigando a influencia de al-

guns desses fatores no processo de desenvolvi-

mento, usando delineamentos

de

pesquisa

apropriados para investigacao da complexa

rede de relacoes

entre

diferentes subsistemas,

conforme proposto por Bronfenbrenner

(1979

I

1996,

1999). Por exemplo, a classe social e o

nivel educacional dos individuos colaboram

na

construcao dos valores e crencas

parentais

que, por sua vez, tern um impacto positivo ou

negativo nas

praticas

dos genitores em rela-

< ; : a o

aos seus filhos (Luster, Rhoades e Haas,

1989; Sigel, McGillicuddy

-

DeLisi e Goodnow,

1992;

Tudge

et

al.,

2000;

Tudge et al.,

1999).

A ss

i

m, as

grandes mudancas ocorridas

nos

ultimas anos, nas sociedades conternporaneas

e, consequentemente, nas relacoes

genitores-

criancas (Dessen e Torres,

2002),

por si s6,

justificam a

continuidade da

analise de tais

construtos.

Em sintese,

OS ultimas

anos tern regis-

trado um aumento crescente da enfase

no

papel da familia, ate mesmo em estagios ini-

ciais do ciclo de desenvolvimento huma

n

o, e

na bidirecionalidade

<las influencias genitores-

crianca. 0 foco de interesse vai alern <las diades

mae-

crianca e

pai

-crianca, incluindo 0 funcio-

namento da famflia como um todo, em que as

relacoes estabelecidas

entre OS

conjuges Sao

consideradas

tanto

do ponto de vista

<las

rela-

< ; : o e s maritais quanto parentais. Os estudos so-

bre a dinamica familiar devem levar em consi-

deracao

a

inevitavel inter-relacao existente

entre o desenvolvimento do individuo e da

fa-

mflia,

as peculiaridades dos diferentes subsis

-

temas dentro da farnflia, os padroes de relacao

tipicos de cada fase do desenvolvimento do in-

dividuo e do grupo familiar e a insercao da

familia em um determinado contexto s6cio-his-

t6rico-cultural.

Portanto,

um enfoque de pesquisa que

priorize a interconexao

entre

familia, cultura

e desenvolvimento possibilitara

uma

nova

vi -

sao sobre a compreensao do desenvolvimento

humano. Essa

maneira

de pesquisar

,

embora

24

Page 13: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 13/17

Esses sao

ap

enas

e

xemplos de algum

a

s

questoes que

pode

m ser formuladas quando

adotamos uma

pe

rspectiva de pesquisa basea-

da no

desenvolvim

ento do grupo

familiar  

Para

responder questoe s coma essas, e fundamen-

tal ernpregar um

pl a

nejamento de

pesq

uisa

l

on

-

gitudinal - que en

g

lobe, no minimo,

o

periodo

completo de transic

a

o focalizado no estudo em

questao

- e

tambem incluir toda a familia na

coleta

de dados,

usando

uma

aborda

gem

multimetodol6gica. Adotar um planejamento

tal qual vem sendo proposto por Kreppner

(1989, 1991,

19 9

2 , 1995, 2000, 2001, 2002)

significa, sobretudo, efetuar analises de dife-

rencas nos padroes de comunicacao dos subsis-

temas genitores-filhos, marido-esposa e irrnao

-

irmao, levando em consideracao que os padroes

de comunicacao diferem em diades e

tr

iades.

Portanto, para que possamos, de fato, com-

preender os padroes de comunicacao no con-

texto da familia, precisamos desenvolver siste-

mas de categorias para analise de dados que

sejam aprop

r

iados e independentes para cap-

turar os padroes de relacao que sejam

per

ti-

nentes aos subsistemas diadicos e triadicos

(para detalhes,

ve

r Kreppner, 2001).

0 foco de interesse na analise dos resul

-

tados de uma pesquisa implementada de acor-

do com esta abordagem recai,

sobretud

o, nas

mudancas ocorridas no tempo, isto e , na com-

pa

r

acao

<las

medidas entre os diferentes perio-

dos de coleta de dados, assim coma nas varia-

<;oes de frequencia <las dimensoes ou aspectos

selecionados para a

nal

ise. Por exemplo, no es-

tudo de Kreppner (2002)' a analise de dados

revelou mudancas na comunicacao

ge

ral dos

genitores com seu primeiro filho ao longo do

t

empo

 

Os

est

ilos de cornunicacao

pa

r

ent

a

l

coma ou decresceram du

-

rante o periodo de

tres

anos e me

i

o nas

sit

u

a -

tacoes p

i

oneiras ocorridas com o ir

mao mais velho?" (p. 6)

3. ' 'As

criancas primogenitas

experien-

ciam

cena

rios de

comunicac a

o ge-

nitores-crianca que Sao similares OU

diferentes daqueles experienciados

pel

a s criancas que ocupam o s egun

-

do

l

uga

r na ordem de

nascimento?

"

6)

A C I E N C I A D O D E S E N V O L V I

M E N T O

H U M A N O 1 2 5

1. O s geni

t

o

r

es lidam com as

dem

a

n-

das e novas capacidades do primo-

ge

ni

to ao mesmo tempo em que

ma

n-

tern o estilo de comunicacao com o

se

gund

o filho? Em outras

pala

vras ,

"como os

genitore

s interagem com a

segunda

c r i

anca, quando e le s

m

e s -

mos e

st

ao enfrentando um processo

de

adap

tacao com a

passag

em do

pri

m

og

e

nito

para

a

adolesc

e

nc i

a?"

6)

2 . ' 'As

a

daptacoes

s

ao

necessar

ias nas

tra

n

si

coes do desenvolv

i

mento de

cada c

r

ianca ou as transicoes de

de

-

senvolvimento do primeiro filho

i

n

-

te

rr

o

m

pem padroes estabelecidos e o

segundo filho tira proveito

<las

ad

a

p-

s e

mes

es de idade e o segundo (C2) era

anos mais jovem.

A

s famili

a

s foram acompanhadas por um

l

ode de

tr

e s

a

nos

e

seis meses, com vis

i

tas

e s trais, perfazendo um total de oito pe rio-

- de

co let

a de dados.

A s

observacoes foram

zsli

zad

a s em situacoes estruturadas, tanto

di

c

as (M-Cl, P-Cl

,

M

-

C

2, P-C2,

M

-

P ,

Cl

-

C

2)

~

o

triad

i

c

a s (M-P-Cl e M-P-C2), e cons

i

s-

de d

i

scussoes, cujo tema central, im pres-

an cartao-estimulo,

era fornecido pelo pes

-

. :3ador. Um dos membros da familia lia o con-

o imp

r

esso nos c

artoe

s , por exemplo,

"a l

-

.:- na familia nao limpa o seu quarto

c

oma

ria"

ou "nos estamos

pl a

nejando

faze

r u

m

a

sa

o j

untos

, na

pr6xim

a semana"

(p .

8

- 9)

,

S31

segu

id

a, os participantes discutiam, por

minutos consecutivos, o conteudo de cada

-o.

A

s d

i

scussoes eram registradas em

:: ep

ois, transcritas por observadores inde-

e

nt

es, de acordo com um sistema de

c

a

te-

;:jas desen

v

ol v i

do para analisar modos ver-

e n

ao -

verbais de cornunicacao em diades

: : :p

p

ner e Ullrich, 1996) e triades (Kreppner

2002), se paradamente. Alern <las obser-

- s , os adolescentes avaliaram a qualidade

re lac ao com seus genitores e varies aspec-

na

a

uto-es

tim a

, a cada seis meses, por

mei

o

es

cala

s.

T

al p l

a

nej a

mento foi elaborado

por

- pner (2 002) para responder questoes de

volv

i

mento tais coma  

Page 14: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 14/17

a

s

maes

·

ado das

s evi

denci

a

-

-

resp o

n

s

a

o

s dom

e

:_aa

t

o os ho

es (

S

tra

t

A

amb

i

_

p

a

pel

p

r

mu

d

ancas

o

ta

m

be

-

d

o

pap

el

d

e

cuidad

ainda

p

::;Jes

tradici

=:ias (Desse

rz s

,

a

s

inte

idade

s

re

,o a

u

ment

. .x:no

nstr

a qu

~o

s

e

e sta

dancas

, ta

_ To

r

res, 200

;'9

8;

Petruc

..ngly ,

2000)

'

6; Trost,

A

s

esta

t

. . . ; : . t

axa de c

::f:TO de

dive

fi lhos por

_

~6 ; Ribeiro

: ; : : ; : o

re

s

defen

As

transformaco

es

sociais

, ec

o

nomicas

politic

as

ocorridas nas so

cie

d

ades

ocid

e

nrzz

particularmente n

o

ult

imo

se

culo,

tive

ram

pact

o

na

vida familiar,

am

pliando o

en

te

me

n

to da familia como sistema

compl

exo , : : _

cluin

do

n

ao

ap

e

nas

a

rela

cao

mae-c

ri

anc

mas

tambern as

demais relac

oes

est

abeleci

·

pelos outros

m

e

m

b

ros

d

a

fa

milia no

e

s

·

-

do

desenvolvimen

to

hum

a

no

  A di

s

semi

n

ar -

do

individualis

mo

(Vait

s

man, 1994) e as

·

-

tens

as

trans

for

macoes

no

p

a

p

el

feminin

o

fra

q

ueceram a relevancia do

mod

elo tradi -

A s t r a n s f or m a ~ i i e s o c o r r i d a s n a

f a m i l i a a o l o n g o d o s t e m p o s

A famili

a e as relacoes

qu

e os mem

b

r

familiares mantem entre si

n

ao podem

ser

a

nalisadas hoje

s

em

le

var em

consid

e

r

a

c -

-

a sua integracao ao contexto

socio-hist

ori

c

u

ltural. Assim, finaliza

m

os e

s

te

capitul

o

alg

u

ns

comentari

o

s

a

resp

eito das transforrzs-

c

o

e s ocorri

das na

famfl

ia ao longo das

ul

tircz;

d

ecadas, que

geraram mudan

cas no

pro

pri

c

o

nceit

o de familia,

cont

ribuindo

par

a a

con

s

trucao te6rica e

nquan

to

s

is

t

ema

c o

m

xo, conforme di s

cut

ido nas

s

ecoes

ant

eri

o

r-

Em seguida, apres

en

tamos nossas

pr

inc i

conclus6es,

ressaltan

do a importancia de es:::

dar

as relacoes

famil iar

e

s para

a

comp

ree -

d

o

process

o

d

e

desenvol

vimento

hum

an

o.

C O N S I D E R A C O E S F I N A I S

intitulado

apontavam

que uma

d

as tarefas

mar;

d

if iceis no estudo

d

as in

teracoe

s familiares

ria

"en

contrar um

niv

e l apropriado de

an

iU-

se

empirica para descrever

a

inter-rel acz;

entre o

desenvolvim

e

n

to

d

a fa

m

ilia e

d

o

vidu

o"

(p

 

11)

 

desafi

o

a

ssu

mi

d

o pelo

pr

op

K re

ppner e

descri

to,

resu

midamente,

p

or

_

n

este

capitulo

. Acreditam

os qu

e este

m

ento nos

conduz

ira

n

a di

rec

ao de

desc

o

ber-

tas

inovadoras no que tange ao

funcion

amez

-

to das

fami

li

as

que,

p

or sua vez,

desenc

a

des

.

rao novas alternativas de

p

e

s

quisa.

coes diadicas M -C e

P-

C, enq

uan

to as

frequ

en-

c ias

de

comporta

m

ent

os

c

omo a

u-

me

ntaram.

Compara

coes

entr

e as

dimens6es

de qualidade

das r

e lac oes e os estilos de co -

m

uni

cacao

desenvolvidos p

or

pai

s

e maes

c

om

seus filhos mostraram que a comunicacao do

pai com sua

filha

,

mais

do que com o

filho,

e

caracterizada pelo estilo de embora,

em termos de os pais se reve-

lem menos

para

as

filhas

que para os

filhos .

Alern disso, os pais e

x

ibem um grau de ten

s

ao

ma

ior quando disc

u

tem com suas

fi l

has do que

quando discutem com seus fi lhos .

As

comparac

oes

d

ia

dic

a

s

e t

riad

icas, por

sua vez, fornecem

out

ro

t

ipo de

informacao.

Por

exemplo

, ao

comparar

diades

genitor-

Iv

filho e

genitor-z

-

filh

o, os dados revelaram

q

ue

a dos geni

tores

, o inve

st

imento em

principios

morais

e

as visand

o a

afirm

a

cao de

autono

m

ia

s

ao

m

e

nos

freqi.i

e

n-

tes nas interacoes

dia

dicas pai-Z ? filho. No en-

tanto, quand

o

comparac

oes triadicas sfio

e fe

-

tuadas, inforrnacoes especffic as emergem por

exemplo

, os genitore

s s

e

m

os

tram

mais

e a comunicacao e mais

com a 2a

crianca

,

Kreppne

r (1995)

e Kreppner e Ullrich

(1 99

8) mostram claramen-

te que ,

durante

a passagem

para

a

adolescen

-

cia,

h

a um aumento nos estilos de

comunic

a

-

cao que privilegiam a

ne

gociacao e a afirma-

c;ao da posicao do

pri

meiro filho enquanto

s

u-

j

ei

to

.

E l

es

tamb

ern

o

bservaram mudancas

n

a

s

trocas

comunica

tivas

en

tre o casal na

ause

n

cia

do filho

adolesc

e

nte - particularmente, u

m

aumento no

gra

u de tens ao durante as di

sc

us-

s6es

-

e que diferentes padr6es de

comuni

ca-

cao e

divergen

c

ias quan

to a flexibilidade

para

se

adaptar

as

deman

das

d

e autonomia e co-

municacao

adulta

de se us f ilhos emergem nas

familias

.

Em

sintes

e,

ado

tando

u

ma abordagem de

pesquisa

,

como a

apresenta

da aqui, podemos

descrever nao s6

p

rocesso de desenvolvime

n

-

to da adaptacao fa

mili

ar

e , cons

eqi.ienteme

n-

te, como todos

OS

membros da

f

arnilia sao

i

nfluenciados e

i

n

fl

u

enciam o

desen

v

olvimen

-

to de cada um,

com

o

t

ambem a influencia

das

t

ransicoes

n

a

d

ina

mic

a das

relac

oes

familiares .

E interessante

n

ot

ar qu

e Kreppner e L

ern

er

(

1 989), no

capitu

lo

in

trodut6rio de seu

l ivr

o

1 2 6

Page 15: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 15/17

miliar (Dessen

e

Braz,

2 0

00). Apesar da

mai

or

participacao dos av6s e dos pais na vida da

familia, as

crianc

as e

s

tao cada vez mais che-

gand

o da

escol

a

e encon

trando uma casa

va-

zia e p

articipa

ndo de arranjos complex

es

em

que

o

transporte

e o

s

se

us cuidados sao com-

partilhados

com outras familias. Segundo

Strat

ton (2003), esse

es

tilo de vida tern

a

car-

retado mudancas

ta

rnbem nos papeis da cr

ian

-

ca dentro da familia, pois e exigido delas uma

maior independencia e o uso de suas compe-

tencia

s tecnicas, quer para preparar

su

a pro-

pria

comid

a no

microondas

,

manuse

ar

l

ava-

louc

a

s ou p

r

eparar o seu

caf

e da

manha

, quer

para

c

uidar de suas pr6prias roupa s e de seus

quartos

. E videntemente, nao estamos nos re-

ferindo aqui as familias brasileiras pobres OU

que vivem abaixo da linha da

pobreza

, as qua

i

s

nao dispoem de equipamentos domesticos

e

cuja dinamica de relacoes e totalmente dife

-

rente de familias de

c la ss

e media (Dessen

e

Torres, 2002).

A s modificacoes n

a

s relacoes

parenta

is

tern sido acentuadas nas ultimas decadas, p

ar-

ticularmente quanto

ao s

valores relativos a

educacao e ao processo de socializacao dos

f i-

lhos (Dessen, 1997;

Kr epp

n

er,

1992; Zamberlan

e

Biasoli-Alves, 1997)

.

A s mudancas

oc orrer

am,

particularmente, nos habitos de alimentacao,

decorrente do estilo de vida moderna,

so br

e-

tudo

<las

cidades urbanas de portes med

i

c e

grande.

Stratton

(2003)

a

r

gumenta

qu

e, a

med

i

da que houve um aumento da

dispon

ibi-

lidade e da variabilidade de alimentos,

c

ada

membro da familia passou a comer de

a

cordo

com suas preferencias, em diferentes horarios,

acarre

tando uma diminuicao

<las

refeicoes

rea

-

lizadas em conjunto  

E s

sa mudanca de habito

<las

familias pode

acarreta

r danos, uma ve

z

que

as refeicoes

c

onjuntas constituem uma opor

-

tu

nidade

pa

ra trocas de

interacao,

Con forme

ressaltado por Stratton,

faze

r as refe

i

coes em

conjunto pode facilitar formas de

intera

cao

positiva

, enriquecer a experiencia e expandir o

repert6rio social da famflia,

Portanto, as transformacoes

oc orrid

as nas

sociedades

industrializadas

, principalmente a

partir de meados do seculo X X , provocaram

a

lteracoes na estrutura e na dinam

i

ca das rela-

coes familiares, contribuindo e

feti

vamente para

1 2 7

nu

c

lear de

fam

flia

e p

rovocaram outras

c

as, tanto

n

o contexto brasileiro (Dessen

zrr

es , 2002; G o

m es - da

-

C

osta, 1998; Neder,

; P

etruc

elli, 1 998;

R i

beiro et al., 1998;

, 2000), co

m

o em outros paises (Petzold,

;

T

rost,

19 9

5) .

A

s

estatisti

cas mostram uma

dimin

uicao

ta x

a de

casam

entos, um aumento do nu

-

ero de div6rcios e uma reducao do numero

filh

os por familia

(

Petrucelli, 1998; Petzold,

- 6; Ribeiro et

a

l. , 1998; Trost, 1995).

E

sses

:::ore

s defendem a po

si

c

a

o de que a d

im i

nui-

- de casamentos nao representa uma re du-

- do

s

relaci

onamento

s

conjugais  

A o con

tra

-

'

o aumento

<las

unioes consensuais estaveis

-

on s tra que os casais tern optado por viver

t

o

s e

esta

belecer

uni

6es Intimas

se

m, no

znant

o, re

al i

zarem o ma

t

rimonio por

me

io dos

: : : : : . : n i

tes civil e religioso. Por outro

lad

o

,

a di-

. uicao do tamanho das familias e do

mim

e-

d

e

filhos

par

ece se r

ma

is um reflexo do

au-

_,, to das taxas de div6rcio e separacao viven

-

zad

o por

dif

erentes classes sociais, da

inser-

:§o da mulher no mercado de

trabalh

o , do

giment

o da

p

f lula

anticoncepcion

al

e

das

ar ias

mud

ancas nos v

a l

ores

socioculturais.

A pe sa

r das diversas mudancas

oc orr

idas

interaco

es

familiar

es

e

de um

aument

o

d

a

-o

al

d

a

de e do equilibria entre marido e mu-

.aer,

ainda permanece a manutencao de pa-

:: roe s tradicionais de genero no ambito

da

s

fa

-

::lll

i

a

s

(Dessen e

Braz

,

2000). Em outras

p

ala-

vr a

s ,

a

s

inter

acoes

mae-

filho baseiam-se em

a

tividades

r

elativas a criacao

e

ao

cuida

do dos

filh

os

, enqu

a

nto o pai continua desempenhan-

do a funcao de

pro

ver o sustento

mater

ial,

em

bora venha compartilhando cada vez ma

i

s

co

m a s maes a lgumas tarefas re lacionadas ao

cuidado das criancas (Lewis e Dessen, 1999).

As ev idenc ia s

mostram que as

mulheres a

inda

sa

o

responsa

veis pela grande

maiori

a dos

t

ra-

balhos domesticos e cuidados da crianca, en

-

qu

a

nto o s ho

me

ns

parti

cipam apenas como

a

ju-

dantes (Strat

ton, 2003).

A amb

i

va lencia da mulher em relacao ao

s

e

u pap

e l

pro

fi

s

sion

al e de mae

provoc

ou nao

s6

mudan

cas nas rela

c

oes maritais e

pa

rentais,

c

o

m

o

tambe

rn

propic i

ou uma maior

va

loriza-

c ;

ao do p

ap

e

l

dos av6s e dos irm

a

os como ag

en-

t

e

s de

c uidad

o e supo

rt

e social no contexto

fa -

Page 16: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 16/17

Assim, se quisermos emender as inter-re-

lacoes entre farnflia, desenvolvimento e cultu-

ra, precisamos, conforme salienta

Kreppn

er

(2003):

(a) direcionar 0 foco de analise nao

para as pessoas, individualmente, mas para as

1. An

alisar

as relacoes

familia

res

ponto de vista qualitativo e

his

to;

considerando a capacidade de a·

tacao

e

recuperacao dos

individ

u

<las

familias diante de

situ

acoes

-

estresse.

2. Considerar nae somente as troca

s

bais, mas tambern aspectos

d

a

municacao

nao

- verbal

existent

e s

relacoes.

3. Avaliar o maior numero

pcssive l

relacoes em uma familia, ou

s

e '

z

diades, triades e outras. -

4. Criar variaveis descritivas de

c

arac-

teristicas

molares das

relacoes, a:

analisar a comunicacao e as

in t

era-

coes familiares.

5. Estabelecer recortes

centrados

nos

momentos de transicao,

6. Utilizar metodologias

longitudi

nais s

amostras mais representativas.

7

.

Considerar a familia como

conte

xm

central de producao,

manutenca

o e

transmissao de significado e cultura,

coes existentes entre os membros

d

a ~ -

levando em consideracao a

fundamen

tal -

tancia

do contexto

socio-historico-culnm,

Dada a importancia <las relacoe

s

res para o entendimento do proces

s

o

- z,

senvolvimento humano, chamamos a

dos pesquisadores para o estudo

dest

a

relacao, Em funcao de influencias

rec

e

b

i

diferentes campos do saber, como a

gia, a psicologia e a antropologia, a

s te : : : . : . .

cias atuais tern focalizado

construcoe

s

e metodol6gicas mais complexas, que se

trapcem

a uma visao reducionista dos

fenc:::..:

nos estudados.

Com base na complexidade do

si

familiar, Kreppner

(2000)

menciona als

desafios a serem enfrentados pelos pes

i"

<lores da

are

a de desenvolvimento familiar-

0

presente capitulo apresentou as inter-

relacoes existentes entre o processo de desen-

volvimento humano e a famflia, Considerando

que esta vem sofrendo o impacto de diversas

mudancas

s6cio-hist6rico-

culturais nos ultimas

tempos, conceitua-la

e/ou

encontrar consenso

sobre sua definicao tornou-se uma tarefa difi-

cil. No entanto, nao podemos negar que "a fa-

milia ainda continua sendo

uma

instituicao

forte e de influencia, mas um pouco mais com-

plexa e flexfvel do que as imagens do passado

nos levariam a pensar" (Stratton,

2003,

p.

337).

De acordo com este autor, independentemen-

te da diversidade de tipos de famflias que ca

-

racterizam as sociedades ocidentais contempo-

raneas, ainda prevalece enraizada a tendencia

em manter o compromisso e o suporte social e

economico entre os membros de uma familia,

visando fornecer

uma infra-estrutura para

o

desenvolvimento de suas criancas.

A famflia

e

vista, hoje, coma um contexto

complexo promotor do desenvolvimento prima-

rio, da sobrevivencia e da socializacao da crian-

ca, alem de ser um espaco de transmissao de

cultura, significado social e conhecimento co-

mum agregado ao longo <las geracoes. Como

argumenta

Kreppner

(2000),

familia e um

construto fragil que esta em constante processo

de adaptacao e readaptacao em funcao de even-

tos normativos e nao-normativos pr6prios de seu

desenvolvimento

.

Portanto, tanto

a crianca

quanta

OS

membros familiares sao

participan-

tes ativos nas relacoes,

s

endo as influencias

exercidas entre eles rmituas e bidirecionais. Con-

sequenternente, estudar o desenvolvimento

fa-

miliar envolve, necessariamente, estudar os pro-

cesses de comunicacao e as interacoes e rela-

C o n c l u s o e s

a concepcao conternporanea de famflia. Essas

transformacoes nos levam a questionar o con-

ceito de famflia e as ideias de normalidade re-

lacionadas a ela, a

tentar

compreende-la como

Sistema complexo, influenciado por multi-

plos fatores e eventos internos e externos, que

sofre variacoes em

func

ao dos contextos cul-

tural, social e

hist6rico

 

1 2 8

i-   ;

1 1 1

Page 17: A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

7/24/2019 A família e suas inter-relações com o desenvolvimento humano

http://slidepdf.com/reader/full/a-familia-e-suas-inter-relacoes-com-o-desenvolvimento-humano 17/17

Burg

e

ss , E .W . (1926). The family as a unity of

interacting personalities. 3- 9 .

Carte

r , B . e

M

cGoldri

ck, M.

(1995) . mudancas

no c i

c l

o

d

e

vi

da familiar: uma

estrutu

ra para a tera-

pia

fa miliar .

Em

B .

Carter

e

M. McGoldrick (

Orgs .

),

(p. 7-29).

(M.A.V.

Veronese

,

Trad)

Porto

A le g

re: A

rte

s

Medi-

c as .

(

Trabalho originalmente public ado em 1 989

)

Dess

e

n

, M . A . (1994). In

t

eracoes e relacoes no con-

tex

to

fa

miliar:

questoe s

te6ricas e

me

todol6gicas.

10 2 13

-2

20 .

Dessen,

M . A .

(1997)

.

Desenvo

lvim

e

nto familiar:

trans

ica

o de

um

sistem

a triadico

pa

ra

pol

ia

di

co,

5 1 -6 1.

De ss en,

M.A.

e B ra z

,

M.P. (2000)

. Rede

so

cial

d

e

apo io du

rante

transi c

oes

familiares decorrent

es

d

o

nascimento

d

e

filhos

 

221-231.

De ss e

n, M.A.

e

Lewis, C. (1998). Como estudar a

"

famf

lia"

e

o "p

ai

"?

105-121.

Dess

en, M . A . e Torr

e

s,

C. V .

(2002). Family

a

nd

so

-

cializ

a

tion factors in Brazil:

A

n

overvi

ew

 

E

m

W .

J

Lonner, D .

L.

Dinnel, S . A . Hayes e D.N . S attler

(Org

s .),

(Unidade 1 3, Cap. 2), (h

tt

p: //www .www.edu/

+cultu

re

) ,

Center

for

Cross

-Cul

tural Res

ear

ch  

Western

W a

shington University,

B e l l ingham

, Wa-

shington, USA.

Duvall,

E . M . (1962). (

2

. ed. re-

visada

). N

e

w York:

Lipp i

ncott.

E lder,

J

r , G .H . (1996) .

H

u

ma

n

li

v

e

s in changing

societies:

Life course and

developm

ental

insights.

Em R .B .

Cairns

, G.H. Elder,

Jr

. e

E

.J.

Co

stell o

(O

rgs),

(p

  31

-

62

).

New York

 

Cambridge University Press .

Erel,

0.

e

B

urman,

B

. (1995). In

terrelatedn

ess of

marit

a

l

rel

at

ions and

parent

-

child

r

e

l

at

ions

 

A

met

a

-

analytic re vi ew   108-132  

Gar

iepy, J.L.

(1996)

.

Th

e question of continuity and

change in development. Em

R

. B . Cairns, G .

H

. Elder

,

Jr

.

e

E .

J

  Costello (Orgs.), (p .

78-96). N

e

w

Y o

rk: Cambridge U

niver

sity

Press

 

Gom

e

s-da-Costa, A .C . (1998). A

famili

a como

que

s-

tao no B rasil. Em S . M . K aloustian

(O

r

g

. ) ,

(p.

19 - 25)

. Sao

Paulo  

Cortez Editora .

Hinde, R .A .

(1979)

.

Landres: A c ad

emic

Press  

Hinde, R .A .

(1997).

Landres: Psycho

l

ogy P

res

s.

Hodkin,

B .,

Vac

he

resse, e B u f f

e

tt,

S.

(1

996)  

Con

-

cepts of family: Methodological issu

e

s in as ses sing

pe

rcei

ve

d family memberships. Em M .

C

usina

t

o (

O rg

.),

(p . 45-54)   Milao: LED Edicioni

U ni

versitarie.

1 2 9

o

,

P . P . (199

5). Chil

d

ren's

a

djustment to

div

orce

 

eories, hypotheses, and empirical support.

628-640

 

-·"f,

J. (1

98

1 ). Early

h

uman

experience  

A family

tiv e. 3-23.

- , , , . / ,

J.

(1

984).

T

he

determ

inants of parenting: A

-=x:ess model. 83-96.

id,

E .

e

R ei s

,

H .T

. (1998). A ttraction and close

~nships. E m D.T. Gilbert, S . T . Fiske e G . Lindzey

_:gs.)

,

(p. 193-

_: :

:.

)

.

N

ew

Y

ork: Oxford University Press  

nfe

nb

renner

,

U . (199

6

).

s, C M .A .Veris

simo,

Trad. )

Porto

Alegre   A rtes

Me-

: ..rns

.

(Trabalho original

ment

e publicado em 1 979 )

- :: n

nf

e

nbrenn

er, U . (1999). Environments in deve-

-

m

e

ntal perspective:

Theor

etical

an

d operational

zode ls. Em S.L. Friedman e T.D . Wachs (Orgs),

(p

 

3 - 28)

.

Washingto

n, DC:

-z neric an P sychological Assoc iation.

E N C I A S

::Ses;

(b)

compreender

que a qualidade

cn

al

d

a

comunic

acao entre

o

cu

ida

dor e

:::;.::::;t;a

e

uma das bases para se est

a

belecer

- nam

e

nto de uma relacao e

um

a

c

u ltu-

zo

municacao comum no seio de

um

a fa-

" ' (

c )

te

r em mente que a rede

c o

m

plet

a

= . . - < ;

o

es

d

e uma familia deve ser focali

za -

:;z:tic

u

la

r

mente

qua

ndo

sao

in

vestigadas

-

c i

as contextu

ais nos

estagi

os

d

e

desen-

nto d

a

crianca

.

~

ram

os que esta

d

ecada seja

mar

c

ad

a

- : : = = - c res cen

te aumento

d

o

mime

ro de pes-

or

es que utilizem

d

ife

r

entes

trata

rnen-

zzrodolog

icos, que

p

r

iorizem os

p

ro

cesses

: .esenvolvimento em situacoes naturais e

= = l i

a

tizem, sob

r

etudo, o e

quilibr

ia entre

ntos desc

r

itivos e e

x

plicati

vos

. Acre-

o  que

e

studar a familia sob a p

e

rspecti-

- des

envo

lvimento

famili

ar consti

tu

i a rota

prorn isso r

a para

compr

e

ende

r com

o

as

.::::.:::=.yis aprendem sabre sua cultura e

a

dqui-

os seus valores e, conse

qiientemente

, de-

lv e

m

u

ma

identidade,

que

c

ont

in

ua sen-

.irtem ent

e

influenciad

a pelas

e

x

pe

rie

nc ias

= -a

r ; oes m

a

ntidas com outros

memb

ro

s

de

:'am.ilia , i ndependentemente do tipo de fa-

a

o lo

ng

o do ciclo de vida.