a fala em interação na sala de aula
DESCRIPTION
Apresentação dos textos: A organização da fala-em-interação na sala de aula: controle social, reprodução de conhecimento, construção conjunta de conhecimento (Garcez, 2006) O revozeamento no discurso da escola pública cidadã (Conceição e Garcez, 2005) Trabalho do curso de MestradoTRANSCRIPT
A fala-em-interação na sala de aula
A organização da fala-em-interação na sala deaula: controle social,
reprodução de conhecimento,construção conjunta de conhecimento
(Garcez, 2006)
O revozeamento no discurso da escola pública cidadã
(Conceição e Garcez, 2005)
Vanessa Dagostim
Perspectivas Analíticas Sociointeracionais 2007-2
A fala-em-interação na sala de aula
Os artigos são resultados do Projeto de Pesquisa
“A organização do reparo conversacional, intersubjetividade e controle social”;
Os dados foram coletados em uma escola municipal de ensino fundamental em Porto Alegre, por sistema de ciclos, com sólido projeto político-pedagógico para formar alunos cidadãos críticos.
IRA (Sinclair e Coulthard, 1975)
Seqüência canônica na fala-em-interação em sala de aula.
I = Iniciação (pergunta cuja resposta pode ser conhecida pelo perguntador)
R = Resposta A = Avaliação
Exemplo
Revozeamento
Prática alternativa à seqüência IRA descrita por O’Connor e Michaels (1996);
Redizer do turno anterior para reexame pelo seu produtor, que recebe crédito pela autoria da articulação que produziu da questão cognitiva sob exame do grupo.
A organização da fala-em-interação na sala de aula: controle social, reprodução de conhecimento,construção conjunta de conhecimento (Garcez, 2006)
A observação da seqüência IRA e não o lugar físico é o que poderá caracterizar um evento em sala de aula;
IRA – seqüência diferente da conversa cotidiana; Uma sala de aula movida por essa seqüência tem,
como objetivo, a constante avaliação do aluno; IRA: apresentação de informações, testagem, controle
social do aluno; Não exige engajamento dos participantes na produção
e apropriação do conhecimento em pauta; Também o professor, nessa seqüência, não será um
aprendiz, pois não há espaço para a criatividade, legitimidade, apenas reprodução de conhecimento;
A organização da fala-em-interação na sala de aula: controle social, reprodução de conhecimento,construção conjunta de conhecimento O não-reconhecimento de legitimidade da
participação do aluno e a correção podem servir para que este entenda a fala-em-interação em sala de aula como um jogo de “fazer o que o professor quer” ou “não fazer o que o professor quer”, conforme o interesse dele → arena micropolíticaarena micropolítica;
Seqüência 1 – p.70; (impossibilidade da resposta desejada pelo professor);
A organização da fala-em-interação na sala de aula: controle social, reprodução de conhecimento,construção conjunta de conhecimento
Quando o aluno se submete a esta organização interacional da sala de aula, ele já se encontra em uma posição relativamente controlada, de receptor de informações;
Reparo (Schegloff et al, 1977) – preferência para que o próprio falante que produz qualquer item potencialmente problemático ao falar aponte para a necessidade de lidar com esse problema, iniciando reparo;
Manutenção de preferência pelo auto-reparo – o professor inicia o reparo, mas deixa o aluno buscar outra proposta; talvez esse seja o caminho para a construção de uma aprendizagem legítima pelo aluno.
A organização da fala-em-interação na sala de aula: controle social, reprodução de conhecimento,construção conjunta de conhecimento
A interação em sala de aula é possível fora do padrão IRA?
Sim! O’Connor e Michaels (1996) descrevem o uso de uma prática alternativa de interação em uma aula de Física, nomeada de revozeamento;
Na Seqüência 2 (p.73 a 77) a interação não se desenvolve apenas mediante perguntas de informação conhecida por Silvia, mas há perguntas abertas sobre a opinião dos alunos;
Ex.
O revozeamento no discurso da escola O revozeamento no discurso da escola pública cidadã pública cidadã (Conceição e Garcez, 2005)(Conceição e Garcez, 2005)
Objetivo do artigo: relacionar a ocorrência do revozeamento e da seqüência IRA;
Espera-se encontrar interações além do modelo IRA em uma escola pública cidadã (sólido projeto político-pedagógico);
Ex. de seqüência IRA – p.3;
O revozeamento no discurso da escola pública cidadã
Neste exemplo, na avaliação da professora fica evidente que a resposta da pergunta já era conhecida por ela -> reprodução por parte dos alunos do conhecimento dominado por Sílvia;
Revozeamento (p.4) : Na prática do revozeamento, os colegas são instigados a
fazerem comentários críticos sobre as contribuições dadas; O revozeamento possibilita uma construção conjunta mais
igualitária entre professor(a) e aluno(a) do que a seqüência IRA;
Ao contrário da seqüência IRA, ele permite que a interação se prolongue mais, promovendo uma construção coletiva de conhecimento;
As perguntas não são pontuais, mas requerem uma compreensão e reflexão do aluno sobre o texto;
O aluno deve justificar sua resposta com elementos textuais.
Avaliação na prática do revozeamento: É constituída por múltiplas vozes; Estimula a participação dos alunos, todos se
sentem no direito de contribuir, pois as perguntas não são dirigidas a um aluno específico;
A ocorrência analisada não apresenta todas as características do revozeamento descrito por O’Connor & Michaels (1996), mas possui semelhanças importantes, como a reformulação; (ex. p. 7)
O revozeamento no discurso da escola pública cidadã
A professora organiza as participações dos alunos, mas também depende delas (construção conjunta de conhecimento);
Ela dá o crédito da produção ao estudante (ex. p. 7 linha 39 e p.8 linha 97);
O revozeamento no discurso da escola pública cidadã
Seqüência com propósitos de produção conjunta de conhecimento – e não simplesmente de reprodução de conhecimento;
Por que o revozeamento é uma prática rara? Demanda engajamentoengajamento de professor e todos os alunos (e
não apenas alguns deles), um grande esforçoesforço do professor e tempotempo disponível em aula;
Vantagens: incluiinclui os alunos e estes constroem constroem conjuntamenteconjuntamente o conhecimento, prática que vai além de “tentar adivinhar o que o professor quer”;
A presença do revozeamento ou de práticas próximas a ele nesta escola condiz com as expectativas iniciais.