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Capítulo 9 A Face Repugnante As organizações vistas como instrumentos de dominação Equipe: Breno Eustáquio, Ednei Duarte, Mauricio Torchia Zanon e Rodrigo Pereira Duarte

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Page 1: A Face Repugante

Capítulo 9

A Face RepugnanteAs organizações vistas como instrumentos de dominação

Equipe: Breno Eustáquio, Ednei Duarte, Mauricio Torchia Zanon e

Rodrigo Pereira Duarte

Page 2: A Face Repugante

5º andar – Forças e limitações da metáfora da dominação

1º Andar – Introdução

3º Andar – Como as organizações usam e exploram seus empregados

4º andar: Multinacionais e economia mundial

2º Andar – Organizações como dominação

Sala 301 – Organização, Classe e ControleSala 302 – Perigos, doenças ocupacionais e acidentes de trabalhoSala 303 – A mania pelo trabalho, stress social e mentalSala 304 – Política organizacional e organização radicalizada

Sala 401 – As multinacionais como potências mundiais Sala 402 – Multinacionais: um recorde de exploração?

Page 3: A Face Repugante

1º ANDAR → INTRODUÇÃO

NOSSAS ORGANIZAÇÕES ESTÃO NOS MATANDO

NOSSAS ORGANIZAÇÕES ESTÃO NOS MATANDO

Page 4: A Face Repugante

1º ANDAR → INTRODUÇÃO

AS ORGANIZAÇÕES INTENCIONAMENTE OU NÃO FREQUENTEMENTE APRESENTAM UM GRANDE

IMPACTO NEGATIVO NO MUNDO QUE VIVEMOS.

O OBJETIVO DESSE CAPÍTULO É ESTUDAR ESTA FACETA DAS ORGANIZAÇÕES EXPLORANDO AS SUAS

CARACTERÍSTICAS ENQUANTO INSTRUMENTO DE DOMINAÇÃO.

AS ORGANIZAÇÕES INTENCIONAMENTE OU NÃO FREQUENTEMENTE APRESENTAM UM GRANDE

IMPACTO NEGATIVO NO MUNDO QUE VIVEMOS.

O OBJETIVO DESSE CAPÍTULO É ESTUDAR ESTA FACETA DAS ORGANIZAÇÕES EXPLORANDO AS SUAS

CARACTERÍSTICAS ENQUANTO INSTRUMENTO DE DOMINAÇÃO.

Page 5: A Face Repugante

ENTENDIMENTO

1. A humanidade está se envenenando lentamente.2. A saúde humana tem sido prejudicada por

práticas empresariais que colocam o lucro acima do bem-estar da humanidade.

3. Acidentes e doenças ocupacionais são vistos com maior ênfase nos custos financeiros do que nos prejuízos à saúde humana.

Page 6: A Face Repugante

ENTENDIMENTO

Page 7: A Face Repugante

2º ANDAR → ORGANIZAÇÕES COMO DOMINAÇÃO

AS ORGANIZAÇÕES SÃO FREQUENTEMENTE USADAS COMO INSTRUMENTOS DE DOMINAÇÃO QUE

MAXIMIZAM OS INTERESSES ESGOÍSTAS DE UMA ELITE ÀS CUSTAS DOS INTERESSES DE OUTROS

Page 8: A Face Repugante

2º ANDAR → ORGANIZAÇÕES COMO DOMINAÇÃO

Page 9: A Face Repugante

2º ANDAR → ORGANIZAÇÕES COMO DOMINAÇÃO

TANTO EM CONSTRUÇÕES DE PIRÂMIDES QUANTO NAS MULTINACIONAIS OU EM

UM NEGÓCIO FAMILIAR É POSSÍVEL ENCONTRAR RELAÇÃO DE PODER

ASSIMÉTRICAS, A MAIORIA TRABALHANDO PARA MINORIA.

Page 10: A Face Repugante

OS EMPREGADOS TRABALHAM PARA OS

ACIONISTAS E NÃO MAIS PARA OS FARAÓS, POR

ISSO AS ORGANIZAÇÕES SÃO COMPREENDIDAS

COMO UM PROCESSO DE DOMINAÇÃO.

2º ANDAR → ORGANIZAÇÕES COMO DOMINAÇÃO

Page 11: A Face Repugante

2º ANDAR → ORGANIZAÇÕES COMO DOMINAÇÃO

ESTUDO DAS ORGANIZAÇÕES(MAX WEBER, KARL MARX, ROBERT MICHELS)

ESTUDO DAS ORGANIZAÇÕES(MAX WEBER, KARL MARX, ROBERT MICHELS)

Page 12: A Face Repugante

2º ANDAR → ORGANIZAÇÕES COMO DOMINAÇÃO

PARA WEBER A DOMINAÇÃO SURGE QUANDO UMA OU MAIS PESSOAS

COAGEM OUTRAS ATRAVÉS DO USO DIRETO DE AMEAÇA OU FORÇA.

TIPOS DE DOMINAÇÃO(Max Weber)

TIPOS DE DOMINAÇÃO(Max Weber)

Page 13: A Face Repugante

2º ANDAR → ORGANIZAÇÕES COMO DOMINAÇÃO

• Carismática (base nas qualidades pessoais)

• Tradicional (base nos usos e costumes, na cultura)

• Racional-legal (base em normas e regulamentos)

TIPOS DE DOMINAÇÃO(Max Weber)

TIPOS DE DOMINAÇÃO(Max Weber)

Page 14: A Face Repugante

2º ANDAR → ORGANIZAÇÕES COMO DOMINAÇÃO

PARA ROBERT MICHELS AS ORGANIZAÇÕES TERMINAM SOBRE O CONTROLE DE GRUPOS RESTRITOS ,

MESMO CONTRA O DESEJO DOS LÍDERES E LIDERADOS.

DOMINAÇÃO(ROBERT MICHELS)DOMINAÇÃO(ROBERT MICHELS)

Page 15: A Face Repugante

2º ANDAR → ORGANIZAÇÕES COMO DOMINAÇÃO

EXEMPLOS:

SINDICATOS E PARTIDOS POLÍTICOS.

DOMINAÇÃO(ROBERT MICHELS)DOMINAÇÃO(ROBERT MICHELS)

Page 16: A Face Repugante

3º ANDAR → COMO AS ORGANIZAÇÕES USAM E EXPLORAM SEUS EMPREGADOS

Page 17: A Face Repugante

• Indivíduos e comunidades inteiras são descartados, quando as organizações não precisam mais deles.

• Comunidades são prejudicadas, quando organizações das quais dependem são extintas ou se mudam.

• Executivos privilegiados, além da dispensa, recebem um golpe na auto-estima, pela desconfiança dos antigos chefes.

PROBLEMAS ATUAISPROBLEMAS ATUAIS

3º ANDAR → COMO AS ORGANIZAÇÕES USAM E EXPLORAM SEUS EMPREGADOS

Page 18: A Face Repugante

SALA 301 → ORGANIZAÇÃO, CLASSE E CONTROLE

Historicamente, o crescimento da organização capitalista foi sempre acompanhado pela diminuição do número de trabalhadores autônomos e pelo aumento de trabalhadores assalariados

Page 19: A Face Repugante
Page 20: A Face Repugante

SALA 301 → ORGANIZAÇÃO, CLASSE E CONTROLE

O emprego do trabalho assalariado levou os capitalistas a enfatizarem, primariamente, a eficiência no uso do tempo dentro do trabalho e a buscarem crescente controle sobre o processo de produção.

Cada segundo de tempo perdido ou de uso ineficiente do tempo passou a representar perda de lucros.

Força de trabalho(deixa de ser massa

homogênea e passa a ser dividido em classes)

Mercado Primário

Mercado Secundário

Controla

Sindicato (organiza e autocontrola)

Page 21: A Face Repugante

SALA 302 → PERIGOS, DOENÇAS OCUPACIONAIS E ACIDENTES DE TRABALHO

• Empregadores capitalistas levam seus empregados à morte devido às terríveis condições de trabalho.

•Excesso de horas de trabalho faz parte das histórias das organizações

•Mesmo em sociedades ocidentais desenvolvidas, acidentes e doenças ocupacionais continuam a levar alarmante parcela da vida humana

Page 22: A Face Repugante

SALA 302 → PERIGOS, DOENÇAS OCUPACIONAIS E ACIDENTES DE TRABALHO

•Em 1980, 100 mil americanos morriam a cada ano como resultado de doenças de trabalho.

•Doenças ocupacionais mataram que acidentes de trânsito nos Estados Unidos e mais que na Guerra do Vietnã.

•Mais de 50 milhões de dias de trabalho são perdidos a cada ano devido a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais a um custo de bilhões de dólares.

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SALA 302 → PERIGOS, DOENÇAS OCUPACIONAIS E ACIDENTES DE TRABALHO

•Apesar dos dados alarmantes, não há uma preocupação pelos empregadores. O autor cita que “a verdade é que quase sempre é mais barato pagar indenização por acidente de trabalho que melhorar as condições de trabalho”.

•Organizações trabalham com esforço para parecerem bem nos registros oficiais, reduzindo o número ou a gravidade de riscos potenciais identificados através de várias técnicas diferentes de camuflagem.

Page 24: A Face Repugante

SALA 303 → A MANIA PELO TRABALHO, STRESS SOCIAL E MENTAL

•Doenças do coração são tidas como assassinas dos executivos. São causadas pelo excesso de stress.

•Situação crítica da mulher: problemas para gerenciar, ao mesmo tempo, família e trabalho. Elas também sofrem com problemas coronarianos.

Page 25: A Face Repugante

SALA 303 → A MANIA PELO TRABALHO, STRESS SOCIAL E MENTAL

•Stress indevido tem impacto e custo de longo prazo nas organizações em função de doenças e tempo de trabalho perdido.

•O impacto negativo na vida familiar e na incidência de divórcios é enorme.

•No caso de carreiras duplas, as tensões e restrições são ainda frequentemente ampliadas. Embora seja os próprios indivíduos envolvidos que fazem as escolhas que determinam esses eventos, estes são, em muitos casos, motivados pelo desejo de se sujeitarem às normas e valores do mundo empresarial no qual estão tentando deixar as suas marcas.

Page 26: A Face Repugante

SALA 304 → POLÍTICA ORGANIZACIONAL E ORGANIZAÇÃO RADICALIZADA

Page 27: A Face Repugante

SALA 304 → POLÍTICA ORGANIZACIONAL E ORGANIZAÇÃO RADICALIZADA

X

Page 28: A Face Repugante

A economia mundial acha-se dominada por empresas gigantes, na sua maioria as originárias dos EUA e que atuam principalmente nos setores petrolífero, automobilístico, de componentes elétricos e eletrônicos, indústria química, alimentícia, vidraria e aço.

Essas empresas transnacionais acabam caracterizando-se por concentrar recursos econômicos e poder, assumindo muitas vezes uma postura monopolista.

4º ANDAR →MULTINACIONAIS E ECONOMIA MUNDIAL

Page 29: A Face Repugante

Empresas multinacionais acabam se tornando maiores e mais poderosas do que muitas nações e que têm uma postura super centralizadora em que as subsidiárias estrangeiras são super controladas por políticas e regras definidas pela matriz central.

• São as que mais perto chegam de regimes totalitários;• Servem aos interesses de uma classe dominante detentora de um poder quase inabalável;• Cartéis internacionais são formados, acordos de proteção de mercado são Firmados;

• Abertura de mercados compondo o jogo de dominação da economia em nível mundial por essas empresas.

SALA 401 - AS MULTINACIONAIS COMO POTÊNCIAS MUNDIAIS

Page 30: A Face Repugante

Os conglomerados diversificados multinacionais desenvolveram-se à medida que as empresas começaram a:

• controlar fontes de matérias-primas vitais;• desejar a criação de um portfólio de negócios;• restringir riscos associados a um único local;• políticas de um único governo local;• abrir possibilidades em mercados não saturados.

Organizações gigantes chamadas “multinacionais” dominam a operação da economia mundial e influenciam nas

estruturas de poder em todo o mundo.

SALA 401 - AS MULTINACIONAIS COMO POTÊNCIAS MUNDIAIS

Page 31: A Face Repugante

• Prós: Desenvolvimento econômico, criação de empregos, investimentos, tecnologia e especialização para a comunidade.

• Contras: exploração e dependência de ações sociais.

• Interesses centralizados e estratégicos, de crescimento e lucratividade assumem posição de destaque, colocando em detrimento do interesse local.

SALA 402 - MULTINACIONAIS: UM RECORDE DE EXPLORAÇÃO?

Page 32: A Face Repugante

Terceiro MundoExploração

Matéria-Prima Produtos Alimentícios

• Quando evidencia a possibilidade de lucros maiores em outros lugares, a decisão de encerrar as atividades não leva em conta as consequências locais, podendo muita das vezes encerrar o fluxo econômico vital da comunidade.

• E quanto o governo anfitrião decide por tentar controlar as ações das multinacionais, acabam deixando de atrair investimentos.

SALA 402 - MULTINACIONAIS: UM RECORDE DE EXPLORAÇÃO?

Page 33: A Face Repugante

• O controle, o conhecimento e a tecnologia permanecem no país de origem.

• Em 1970, a OIT relatou que: os países industrializados ficaram com 85% da bauxita, 100% do cromo, 17% do cobre , 95% do estanho e praticamente com toda a colheita do Terceiro Mundo.

• E o processamento e a manufatura (que realmente agregam valor) eram feitas nos países industrializados.

SALA 402 - MULTINACIONAIS: UM RECORDE DE EXPLORAÇÃO?

Ex: Cobre no Chile, investimento de US$ 30 mi, para um lucro de US$ 4 bi.

O Terceiro Mundo, apesar da fome em larga escala, é o maior exportador de gêneros alimentícios.

Page 34: A Face Repugante

• A pobreza do Terceiro Mundo, foi frequentemente produzida pelo processo de “desenvolvimento? Ou “dominação multinacional”?

• Produziam café, nozes e outros produtos de liquidez imediata, substituindo ítens de sua própria subsistência, resultando em alta dos alimentos de primeira necessidade.

• Tereza Haiter, afirma que :[…]estas empresas estão envolvidas com a “criação da pobreza mundial”

SALA 402 - MULTINACIONAIS: UM RECORDE DE EXPLORAÇÃO?

Page 35: A Face Repugante

• O modo em que criou-se a dependência da mão-de-obra assalariada, fez com que o Terceiro Mundo deixasse de manter os meios tradicionais de sobrevivência. E a expansão das multinacionais ainda hoje, faz com haja a eliminação da agricultura local, criando uma classe trabalhadora sem posse e extremamente dependente.

• 12 horas de trabalho por menos de US$ 1,00.

SALA 402 - MULTINACIONAIS: UM RECORDE DE EXPLORAÇÃO?

Page 36: A Face Repugante

• O domínio acontece de forma que, toda tecnologia é transferida do país de origem, evidenciando um controle para conter o desenvolvimento e capacitação tecnológica própria.

• “Transferir tecnologia é também transferir uma nova forma de dependência.”

• Criação de preço de transferência para evitar pagar impostos.

SALA 402 - MULTINACIONAIS: UM RECORDE DE EXPLORAÇÃO?

Page 37: A Face Repugante

5º ANDAR → FORÇAS E LIMITAÇÕES DA METÁFORACONSIDERAÇÕES FINAIS

Aumenta polarização entre grupos sociais Inculpa pessoas em vez de sistemas Enfoque equivocado pode levar a perder oportunidades

de criação de formas de organização não-dominadoras Visão por demais extremista

Page 38: A Face Repugante

REFERÊNCIA

MORGAN, Gareth. A Face Repugnante: as organizações vistas como instrumento de dominação. In: MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 210. p. 279-323.