a exposição de estereótipos do secretário executivo veiculados pela mídia

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73 Linguagem Acadêmica, Batatais, v. 2, n. 1, p. 73-91, jan./jun. 2012 A exposição de estereótipos do secretário executivo veiculados pela mídia Elisandréia Fontana Terra 1 Juliana Uchimura 2 Raquel Albano Scopinho 3 Resumo: A profissão de secretário executivo é de grande importância em toda organização, seja de pequeno ou grande porte, e teve seu valor reconhecido através dos tempos, mas, ainda sofre com os estereótipos e com o preconceito. Este artigo visa discutir a visão estereotipada do profissional secretário ainda vigente em alguns segmentos da sociedade contemporânea. Os dados trazidos neste artigo estão embasados por uma pesquisa bibliográfica acrescida de uma pesquisa exploratória realizadas com profissionais secretários e com profissionais de outras áreas. Para ilustrar o estereótipo vigente, foram destacados alguns exemplos de visões estereotipadas acerca do profissional secretário em alguns meios midiáticos brasileiros. Palavras-chave: Estereótipo. Preconceito. Secretariado Executivo. Mídia. 1 Bacharel em Secretariado Executivo Trilíngue pelas Faculdades Integradas Claretianas de Rio Claro (SP). E-mail: <[email protected]>. 2 Bacharel em Secretariado Executivo Trilíngue pelas Faculdades Integradas Claretianas de Rio Claro (SP). 3 Mestre em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Licenciada em Letras pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Bacharel em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Coordenadora do Curso de Secretariado Executivo Trilíngue das Faculdades Integradas Claretianas de Rio Claro (SP). E-mail: <[email protected]>.

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Discussão sobre a exposição de estereótipos do secretário executivo veiculados pela mídia

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  • 73Linguagem Acadmica, Batatais, v. 2, n. 1, p. 73-91, jan./jun. 2012

    A exposio de esteretipos do secretrio executivo veiculados pela mdia

    Elisandria Fontana Terra 1

    Juliana Uchimura 2

    Raquel Albano Scopinho 3

    Resumo: A profisso de secretrio executivo de grande importncia em toda organizao, seja de pequeno ou grande porte, e teve seu valor reconhecido atravs dos tempos, mas, ainda sofre com os esteretipos e com o preconceito. Este artigo visa discutir a viso estereotipada do profissional secretrio ainda vigente em alguns segmentos da sociedade contempornea. Os dados trazidos neste artigo esto embasados por uma pesquisa bibliogrfica acrescida de uma pesquisa exploratria realizadas com profissionais secretrios e com profissionais de outras reas. Para ilustrar o esteretipo vigente, foram destacados alguns exemplos de vises estereotipadas acerca do profissional secretrio em alguns meios miditicos brasileiros.

    Palavras-chave: Esteretipo. Preconceito. Secretariado Executivo. Mdia.

    1 Bacharel em Secretariado Executivo Trilngue pelas Faculdades Integradas Claretianas de Rio Claro (SP). E-mail: .2 Bacharel em Secretariado Executivo Trilngue pelas Faculdades Integradas Claretianas de Rio Claro (SP).3 Mestre em Lingustica pela Universidade Federal de So Carlos (UFSCAR). Licenciada em Letras pela Universidade Metodista de So Paulo (UMESP). Bacharel em Administrao de Empresas pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP). Coordenadora do Curso de Secretariado Executivo Trilngue das Faculdades Integradas Claretianas de Rio Claro (SP). E-mail: .

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    1. INTRODUO

    Presentes em todos os nveis estruturais e seguimentos das empresas brasileiras esto aproximadamente dois milhes de secretrios executivos. Atualmente, a profisso de secretrio executivo exercida por homens e mulheres, todavia, a participao feminina notoriamente maior que a masculina e, sendo assim, no raro deparar-se com vrias nomenclaturas no feminino para se referir a esta categoria profissional, chegando at ao extremo da profisso ser confundida com a prpria imagem da mulher.

    Vivenciam-se ainda posturas machistas, muitas das quais consideram a beleza feminina como um dos critrios de seleo para ocupar o posto de secretrio executivo. Trata-se de um esteretipo formado para esses profissionais, o qual representa discriminao e estereotipa toda uma categoria profissional.

    A mdia refora esse esteretipo atravs de matrias cujo contedo generaliza o gnero feminino para a categoria do secretrio executivo e, em alguns casos, deixa explcita a no necessidade de formao acadmica para tal profisso, ou mesmo impe a ideia de que no precisa ser pensante e nem competente para exercer sua profisso e sim se enquadrar nos padres de beleza determinados pela sociedade. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa discutir a existncia dos esteretipos relacionados ao secretrio executivo que so comumente veiculados pela mdia e analisar suas consequncias.

    2. ESTERETIPO

    A definio para a palavra esteretipo, segundo o Dicionrio Magno (1995, p. 402), a seguinte:

    [...] gravao em uma chapa de caracteres fixos, diz-se do clich es-teretipo. (sociol.). Complexo de ideias aceitas sem a mais fun-dada crtica, a respeito de uma situao, classe, raa, ou grupo so-

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    cial particularizado; complexo de atos favorveis ou desfavorveis atribudos por componentes de um grupo em relao a outro.

    Esse termo tambm utilizado na questo psicossocial e designa uma matriz de atitudes, sentimentos, opinies e reaes de um membro de um grupo, com as caractersticas de rigidez e homogeneidade. Dessa forma, na vertente social, a viso estereotipada relaciona-se a prototipia que atribui a um determinado objeto todas as caractersticas que supe compor a categoria inteira a qual ele pertence (DINIZ, 2010).

    Na sociedade, o esteretipo ocorre medida que o individual passa a caracterizar o coletivo e gera um conceito simplificado e distorcido, moldando um clich, ou seja, consiste em uma imagem mental padronizada e tpica de um grupo que reflete uma opinio demasiadamente simplificada, isto , uma valorao, como um rtulo, sem fundamentao, sem um critrio preciso acerca de um grupo, pessoa, fato, raa ou classe.

    Nessa tica, Gahagan (1976) afirma que o esteretipo no pode ser considerado como uma verdade que se aplica a todo membro de um dado grupo por ser inexato e supergeneralizado. A cultura permite que esses comportamentos sejam transmitidos de gerao para gerao, seja intencionalmente ou sem propsito algum, assim, a atuao do esteretipo interfere na realidade de percepo do indivduo de um modo pr-construdo pela cultura.

    Isso mostra que a viso estereotipada cotidiana, e dessa maneira, ao se deparar com um indivduo, normalmente rotula-se sem se preocupar se essa caracterizao est correta.

    Contrapondo a concepo de esteretipo como um fator negativo, Diniz (2007) comenta que o esteretipo, por ser pr-definido, facilita no cotidiano, por apresentar objetividade, uma vez que o indivduo no precisa analisar determinado objeto por muito tempo, afinal o objeto j foi analisado anteriormente e difundido a ele.

    Gahagan (1976) faz uma importante ressalva ao alegar que, quando as pessoas se comportam de acordo com a expectativa, a interao torna-se mais fcil; todavia, o comportamento dessa pessoa pode ser divergente

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    do que se espera, pois ela pode corresponder ou no s atitudes esperadas daquele determinado esteretipo.

    Outra importante contribuio trazida por Baccega (1998), ao enfatizar que os esteretipos existem e sempre vo existir, mas o que prejudicial formular conceitos baseados nessas representaes, pois assim que nascem os preconceitos, como o profissional secretrio ser chamado de secretria, por exemplo.

    A presena do esteretipo viabiliza o preconceito que tem como uma de suas consequncias o repdio, porm, h possibilidade de reformular as impresses anteriormente estereotipadas. Para isso, utiliza-se da capacidade de ultrapassar a barreira do esteretipo, que reside na dinmica da interao do homem com a realidade.

    Dessa forma, pode-se observar que o esteretipo a imagem que surge espontaneamente acerca de algo ou algum, e ele est presente no cotidiano dos indivduos, mas no se pode consider-lo como uma verdade, uma vez que ele supergeneralizado. Basear-se em esteretipo atitude preconceituosa e nenhuma forma de preconceito boa.

    3. MDIA

    Segundo Moreira (1996), mdia um termo advindo do verbete mass media da lngua inglesa e tem como acepes: 1. Canais de comunicao impessoal que incluem a mdia impressa (jornais, revistas, mala direta), a mdia falada (rdio, televiso) e a eletrnica (outdoors, cartazes e posters). 2. Designao dos meios de comunicao social, como jornais, revistas, cinema, rdio etc.

    Para Ribeiro e Siqueira (2007), a mdia teve seu incio no sculo XV com a circulao de alguns impressos e continua evoluindo at os dias atuais, momento em que a quantidade e a velocidade de informaes que chegam s pessoas acontecem de forma muito mais gil. Tem-se acesso a essas informaes por meio de jornais, revistas, televiso, rdio e internet, de onde so obtidas as informaes quase que em tempo real dos acontecimentos.

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    Todas essas novas tecnologias facilitam a comunicao, mas importante salientar que o contedo das matrias que so veiculadas pela mdia pode influenciar pessoas. comum ver personagens satirizados em programas de humor, mas no interessante observar stiras de profisses nos meios de comunicao de massa, visto que o seu teor generaliza uma categoria de forma preconceituosa e no idnea, e esses meios so fontes formadoras de opinio.

    4. O SECRETRIO EXECUTIVO

    A profisso foi iniciada pelos escribas na Idade Mdia e provavelmente era exercida por homens letrados que eram responsveis por fazer transcrio de documentos, por vezes secretos; estes homens gozavam de prestgio. Como os escribas eram indispensveis aos seus superiores, criou-se a estabilidade atravs do trabalho pblico.

    Sculos depois, com a Revoluo Industrial, a demanda exigia profissionais capazes de administrar os processos burocrticos necessrios para produo em escala. Nesse perodo, o trabalho do secretrio torna-se comum.

    Em um levantamento feito em 1940, foi detectada a existncia de vinte milhes de secretrios no mundo (ALMEIDA, 2009). Posteriormente, na dcada de 60, ter um secretrio era sinnimo de status para o gerente. Dessa forma, era interessante para as empresas ter muitos secretrios. Contudo, como o volume de tarefas no era o bastante para tantos profissionais, eles acabavam apenas por enfeitar o escritrio para assegurar o status da empresa.

    De acordo com o site da Federao Nacional das Secretrias e Secretrios - FENASSEC (2010A), a profisso comeou a ganhar fora e foi regulamentada pela Lei 7377, de 30/09/1985, complementada pela Lei 9261 de 10/01/1996 e teve seu Cdigo de tica publicado em 1989. Nessa poca, os conceitos de qualidade, organizao e informtica passaram a ser visados nas empresas e o profissional secretariado passou a

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    ser fundamental nas grandes organizaes.A partir disso, o profissional secretrio comeou a ser visto como

    um assessor. No contexto atual, pode-se afirmar que ele um profissional multifacetado e atualizado, que se interessa tambm por assuntos que no sejam restritos da sua rea, agindo como assessor, co-gestor, empreendedor e consultor.

    A competncia, nesse caso, conhecida como um bloco composto pelas capacidades humanas: conhecimentos, habilidades e atitudes, que justificam o alto desempenho do indivduo e agregam a ele valor social e organizao, valor econmico. Diante dessa constatao, pode-se afirmar que no h razo para manter o esteretipo que ainda se tem acerca do profissional de secretariado.

    Ao analisar a Diretriz Curricular fixada pelo MEC e implementada para o curso de graduao em Secretariado Executivo, percebe-se quo competente e bem preparado deve ser o profissional que atua nesta rea. Segundo o Parecer N CES/CNE 0102/2004, as competncias e habilidades desse profissional devem ser: capacidade de articulao; viso generalista da organizao e das peculiares relaes hierrquicas e intersetoriais; exerccio de funes gerenciais; utilizao do raciocnio lgico, crtico e analtico; habilidade de lidar com modelos inovadores de gesto; boa capacidade de comunicao; receptividade e liderana; gerenciamento de informaes; gesto e assessoria administrativa; capacidade de maximizao e otimizao dos recursos tecnolgicos; iniciativa, criatividade, determinao, vontade de aprender, abertura s mudanas, conscincia das implicaes e responsabilidades ticas do seu exerccio profissional.

    Desse modo, a questo de ele estar ou no enquadrado no padro de beleza determinado pela sociedade no auxilia e nem atrapalha seu trabalho, irrelevante, ou seja, no h relao entre a beleza e competncias tcnicas e humanas. No aparncia fsica que assegura a existncia dessas competncias e sim a qualidade profissional que enriquecida medida que ele conhece a epistemologia e o histrico da sua profisso, bem como seus pontos fortes, suas dificuldades e seus desafios, conhecimentos esses que podem ser adquiridos atravs de um curso superior.

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    5. A PRESENA DO ESTERETIPO NA PROFISSO DO SECRETRIO EXECUTIVO

    A existncia do esteretipo aplicado ao secretrio pode ser mais bem compreendida se analisar o contexto histrico da profisso. A primeira pessoa a escrever em pblico numa mquina de datilografar smbolo, na poca, associado profisso de secretrio - foi uma mulher, Llian Sholes. Em 30 de setembro de 1950, foi promovido o primeiro concurso de datilgrafos que teve a presena macia de mulheres e se passou a comemorar o Dia do Secretrio nessa data, visto que a maioria das mulheres presentes atuava como secretria.

    Outro agravante para o esteretipo criado ocorreu durante o perodo das grandes guerras mundiais, no sculo XX. Devido falta de mo-de-obra masculina, recrutada pelo servio militar, a profisso comeou a ser ocupada por mulheres. As mulheres que participavam das tarefas administrativas eram responsveis por organizar documentos, arquivos, atendimento telefnico, recepo e datilografia, cuja habilidade era atribuda ao sexo feminino, por se tratar de uma habilidade manual (NATALENSE, 1998). Vrias dessas mulheres eram esposas, irms ou tinham outro grau de parentesco, ou eram amigas da famlia do contratante, portanto, acabaram se inserindo no mercado de trabalho por indicao ou por grau de parentesco. Nesse perodo, cria-se o falso entendimento que se arrasta at a contemporaneidade de que o secretariado cargo de confiana e no cargo profissional.

    Essas so algumas das possveis explicaes encontradas que podem justificar o estigma da profisso nas dcadas passadas e associao da funo secretarial mulher, mas no se justifica esse estigma estar presente nos dias atuais.

    O esteretipo referente ao secretrio est presente em vrios tipos de mdia. Nota-se que ao pensar no secretrio, a primeira crena que se estabelece que se trata de uma mulher, em seguida vem a ideia de que essa mulher deve ser esbelta e no raramente apontada como a amante do chefe. De acordo com Johnson (2010), atravs de pesquisa realizada

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    pela Escola de Administrao da Universidade do Colorado, USA, comprovou-se que mulheres bonitas so mais cotadas para vagas de recepcionistas ou secretrias, pois embelezam o ambiente, enquanto para cargos como carcereiras, repositoras, diretoras financeiras no h essa necessidade, mostrando com clareza o quanto a aparncia fsica feminina influencia as decises de contratao para os cargos de secretariado.

    6. O ESTERETIPO PRESENTE NA MDIA

    Ao explorar o site da FENASSEC, foi possvel constatar que a divulgao de matrias preconceituosas ocorre com grande frequncia; e, na maioria das vezes, a sociedade no s compartilha dessas informaes, mas acredita nelas. Afinal, o nmero de ocorrncias alto e chega populao com rapidez, de modo que as pessoas no tm tempo de checar o seu teor de veracidade. Todavia, pode-se afirmar que nem todas as matrias divulgadas, ainda que por mdias formadoras de opinio, so verdadeiras.

    O site traz exemplos interessantes de como os profissionais de secretariado podem se manifestar ao tomar conhecimento de matrias ou anncios que denigram a imagem da sua profisso, manifestando sua indignao e utilizando tica.

    Seguem exemplos de contedos divulgados por diferentes mdias, cujo contedo prejudica especialmente os profissionais em secretariado.

    Exemplo 1 Matria publicada em revista: Compre um perfume para sua secretria e outro para sua mulher. Assim ela no vai perguntar que perfume esse. Campanha publicitria da Chlorophyla publicada na revista Playboy de Setembro de 2000. (FENASSEC, 2010B)

    A FENASSEC escreveu Chlorofhyla e agncia de publicidade intitulada First, responsvel pela campanha. A First encaminhou um pedido de desculpas FENASSEC e, no prprio pedido de desculpas, justificou que a inteno era comparar a secretria esposa do chefe.

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    Mostrou-se, assim, mais uma vez preconceituosa com a profisso, visto seu perfil profissional no levado em considerao e nem mesmo respeitado. Segue um trecho da resposta da First: [...] pelo contrrio, sabemos evidentemente de toda importncia que esta classe tem e at por isso que a colocamos com tamanho destaque dentro do anncio, visto que ela se encontra no mesmo nvel que a esposa do chefe.

    Exemplo 2 Matria publicada em jornal: CASA CHEIA. A estatstica de um tradicional empresrio do ramo. O Dia da Secretria, comemorado no ltimo sbado, foi responsvel pela segunda melhor invaso de clientes aos motis de Campo Grande. S perdeu para o Dia dos Namorados. Coisa de doido. ( Jornal Folha do Povo, 06 out. 2000, apud FENASSEC, 2010C).

    A FENASSEC contatou o jornal em questo e exigiu retratao sobre a matria ofensiva. No dia 9/10/2000, o jornal publicou uma matria de retratao pedindo desculpa pelo lamentvel equvoco perante os leitores e em especial, a categoria de secretrios, vtimas de discriminao e preconceito reproduzido pela nota por eles divulgada.

    Exemplo 3 Matria veiculada atravs de rdio: As Secretrias ainda tm um caso com os seus Chefes. Pesquisa divulgada por uma emissora de rdio de Pernambuco intitulada Rdio Jornal (PE), no dia 01/10/2003. (FENASSEC, 2010D)

    No dia 02/10/2003, a FENASSEC escreveu rdio sobre a inconsequente pesquisa que a rdio fez, mas no obteve manifestao alguma a respeito.

    Exemplo 4 Matria veiculada atravs de outdoor publicado em jornal: Nossas camas so bem mais confortveis que a mesa do escritrio. (FENASSEC, 2010E).

    Trata-se de uma campanha do Hotel Elegance - Hotel Cambuquira, do Rio de Janeiro/RJ, feita em setembro de 2003, por ocasio da semana do profissional em secretariado.

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    O SINSERJ, Sindicato dos Secretrios do Estado do Rio de Janeiro, tomou conhecimento da nota e em 13/10/2003, entrou com ao judicial contra o referido hotel. Em 18/03/04, o Termo de Concluso dos autos informou a ordem de que eles publicassem no mesmo jornal, na mesma sesso e nas mesmas dimenses do anncio ofensivo, um novo anncio desculpando-se com a classe, no prazo mximo de dez dias e sob pena de multa diria de R$ 1.000,00. Aps deciso judicial, o hotel Cambuquira publicou uma nota pedindo desculpa. O SINSERJ considerou o teor do pedido de desculpa incompleto e pediu uma nova publicao. Em 22/07/05, o SINSERJ e a categoria de Secretrios foram premiados pelos Senhores Desembargadores do Tribunal de Justia do Rio de Janeiro, por unanimidade, pela procedncia da ao, como segue: Esta a primeira vez que determinada classe obreira, representada exclusivamente pelo Sindicato de Classe, vitoriosa em ao deste tipo, reconhecendo, tambm, a importncia desta laboriosa classe, nobre e importantssima, para qualquer pas. Parabns s Secretrias. No exposto pelos Senhores Desembargadores, v-se novamente a generalizao da categoria como profisso feminina.

    Exemplo 5 Matria publicada em jornal: O dia delas: sexta-feira passada, Dia da Secretria, foi um dia muito bom para os motis. O Bambina Motel teve um aumento de 30% de clientes. Alguns casais chegaram na hora do almoo e saram uma hora depois. ( Jornal O Globo, de 04 out. 2005 apud FENASSEC, 2010F)

    A FENASSEC entrou em contato com o motel Bambina, que por sua vez, respondeu FENASSEC afirmando que no forneceu nenhuma informao e nem autorizou a publicao da nota inverdica. A FENASSEC entrou em contato com o jornal O Globo, solicitando retratao sobre a matria veiculada. O jornal no se manifestou a respeito do ocorrido e dessa forma o caso se deu por encerrado.

    Observando alguns exemplos preconceituosos que diferentes tipos de mdia veiculam, questiona-se o porqu, prximo ao dia de comemorao

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    do Dia do Secretrio, a mdia, ao invs de parabenizar os secretrios por sua ao profissional, ela veicula dados falsos e ultrapassados relacionados a questes sexuais, o que representa um regresso da qualidade das informaes.

    Dos exemplos citados, ainda que tenha existido o pedido de desculpas, notas de retaliao, ou que o contedo tenha sido retirado de circulao, essas matrias j haviam contribudo negativamente atravs de notcias por vezes falsas e preconceituosas que foram lanadas sociedade, todavia, interessante que a categoria de secretrios, ao presenciar fatos como estes, se manifestem com o objetivo de erradicar o preconceito que ainda existe com relao sua profisso.

    Garcia (1999) aponta um anncio publicado pelo Jornal Estado de So Paulo em 06/11/1994, que mostra uma oferta de emprego para 5 secretrias de diretoria que tenham idade entre 18 e 25 anos, boa aparncia e dentre outras qualificaes. Pede-se ainda que, para considerao sobre a apresentao da candidata, que ela anexe uma foto 5x7 ao currculo. A foto ser previamente analisada e, possivelmente, servir como critrio para a classificao das candidatas ao processo seletivo. Nota-se que as exigncias principais aos candidatos s vagas secretariais podem ser traduzidas e resumidas em: gnero feminino, idade jovem, boa aparncia - forma mais sutil para a expresso beleza e os conhecimentos especficos na rea de secretariado so dispensveis.

    O Jornal Gazeta de Limeira, de 24/10/2010, traz na pgina de classificados um anncio para ocupar o cargo de secretria. Pedem-se candidatos do sexo feminino, que tenham experincia e apresentem foto. A formao na rea no mencionada e homens esto excludos do processo de seleo, assim como as mulheres que no apresentarem a foto para prvia anlise. (CLASSIFICADOS, 2010).

    Por meio dos exemplos mostrados possvel afirmar que a aparncia fsica, especialmente no que diz respeito beleza da mulher ainda um fator relevante na questo da imagem do profissional secretrio e que para atuar na rea, a formao em Secretariado no tem sido considerada como imprescindvel. Assim, o profissional formado em Secretariado,

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    conhecedor da epistemologia, do histrico da profisso bem como a prtica das tcnicas adquiridas atravs de estgios obrigatrios, ao participar de um processo de seleo, compete com pessoas cujo grau de escolaridade inferior ao dele ou ainda com pessoas cuja formao em outra rea do conhecimento. Vale ressaltar que a pessoa que ocupa o cargo de secretrio e tem formao em outra rea, est desenvolvendo atividades que se caracterizam como desvio de funo.

    7. PESQUISA EXPLORATRIA

    Para melhor retratar a realidade sobre a ocorrncia do esteretipo desse profissional e relacionar a participao da mdia no processo de sua divulgao, foi feita uma pesquisa exploratria, realizada por meio de entrevistas aplicadas a 10 pessoas da sociedade e a 5 profissionais formados e atuantes como Secretariado Executivo, totalizando 15 colaboradores.

    Utilizou-se de dois roteiros de perguntas distintos, um para orientar as entrevistas feitas com os profissionais da rea, os quais sero chamados de secretrios; e outro roteiro para orientar as entrevistas feitas com as pessoas que no esto inseridas nesta profisso, cuja faixa etria varia entre 22 e 65 anos. Estes sero, neste artigo, representantes da sociedade, e sero denominados profissionais de outras reas.

    Foram relatadas primeiramente as respostas advindas dos secretrios, grupo este constitudo de 5 profissionais, sendo 4 mulheres e 1 homem, formados em Secretariado e atuantes na rea h mais de 3 anos.

    Ao ser feita um pergunta sobre as caractersticas curriculares relevantes na hora da contratao, ficou evidente que, o potencial atrelado ao domnio da profisso foi o item mais considerado tendo sido o mais citado pelos entrevistados. A formao em Secretariado, considerada como pr-requisito necessrio, foi citada pela minoria dos entrevistados, assim como a experincia e o conhecimento da lngua inglesa.

    Por ser muitas vezes pedida boa aparncia como critrio para anlise do candidato vaga na rea de secretariado, foi feita uma questo

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    sobre a boa aparncia ser ou no ser critrio que pode auxiliar o candidato no processo de recrutamento para a vaga de secretrio. Houve uma dupla interpretao do termo boa aparncia por parte dos entrevistados, pois 60% interpretou o termo como sinnimo de beleza e 40% interpretou como postura, no que diz respeito ao modo de falar, gesticular, vestir e andar. Dos que consideram a boa aparncia como sinnimo de boa postura, 100% afirmou que ela influencia no momento da contratao, ou seja, eles acreditam que a maneira de se portar fator de grande importncia. Dos que consideraram a boa aparncia como sinnimo de beleza, 66,67% a considerou relevante no momento da contratao, o que um preconceito. E 33,33% afirmou que a boa aparncia no interfere no processo de recrutamento e seleo.

    Os entrevistados foram questionados tambm sobre a preferncia no momento de contratar um profissional secretrio, com relao ao gnero. Para esta questo, 80% considerou o gnero feminino como preferencial e 20% afirmou que atualmente no existe mais essa distino. possvel observar que ainda hoje existe a crena de que a prtica de atividades secretariais so genuinamente femininas.

    Quando questionados sobre o contedo veiculado pela mdia e seu reflexo na sociedade, 80% afirmou que as matrias divulgadas pela mdia influenciam negativamente por trazer contedos que do destaque ao mau profissional de forma a generalizar toda a categoria. O mesmo acontece com relao ao gnero, pois na maioria das vezes ela se refere ao profissional como secretria, em textos, frases e imagens. A imagem da mulher de corpo exuberante tambm foi citada como item negativo que a mdia expe acerca do profissional em questo, bem como as relaes ntimas entre a secretria e o chefe.

    As entrevistas com os secretrios foram finalizadas com uma pergunta sobre a possibilidade de reverso do paradigma que se tem sobre sua profisso, e 100% dos entrevistados respondeu que a reverso certamente possvel. Quanto ao meio de conquistar esta reverso, observou-se a pluralidade de pensamentos e pontos de vista de cada entrevistado. O aperfeioamento do comportamento profissional, o aumento da produo

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    de textos cientficos e publicaes em revistas de maior circulao e no apenas nas revistas da rea de secretariado tambm foram citados. Outros afirmaram que a reverso do paradigma ir se desenvolver medida que o Conselho Profissional de Secretariado for aprovado pelo Congresso Nacional. A mdia tambm foi apontada como ponto de partida a favor da reverso do atual paradigma, atravs de veiculao de contedos atuais e verdadeiros da profisso. Por fim, foi indicado tambm que as universidades que oferecem o curso de Secretariado devem se manifestar expondo a importncia da profisso para o mercado e a atuao masculina na profisso.

    Ao finalizar as entrevista com os secretrios, foram feitas 10 entrevistas com os profissionais de outras reas, sendo 6 homens e 4 mulheres.

    Quando questionados sobre o perfil ideal do profissional em secretariado, os entrevistados consideraram a eficincia, a confiabilidade, a boa comunicao e a organizao como os itens mais relevantes. O bom convvio, a seriedade, a atualizao, o comprometimento, a boa aparncia e a dignidade tambm foram tidos como de grande importncia. Nesta questo, independente do termo boa aparncia ser interpretado como beleza ou como postura, fica evidente a existncia de preconceito. Deve-se salientar que o quesito beleza ou boa aparncia, dentre as funes corporativas, restrito atuao na rea de secretariado, pois, dificilmente se houve falar que boa aparncia faz parte do perfil para atuar como analista de sistemas, gerente, supervisor, contador, entre outras. Como tambm no vista a necessidade desse quesito em diversas profisses, tais como: professor, porteiro, jardineiro, mdico, enfermeiro, advogado etc.

    No que diz respeito s caractersticas relevantes do currculo de um candidato vaga de secretariado, os entrevistados citaram a experincia com grande destaque. Tambm foram consideradas relevantes a eficincia, a organizao, e a formao em reas relacionadas ao secretariado. A formao em Secretariado foi citada em 10% das entrevistas, assim como a boa aparncia, que novamente foi citada. Com relao formao em reas relacionadas ao secretariado, importante lembrar que, dentre outras consequncias, ela favorece o desvio de funo.

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    Com relao preferncia de gnero para assumir o cargo de secretrio, 90% dos entrevistados apontou que a mulher privilegiada, por esta ter melhor relacionamento com o pblico, ser mais organizada, e ter raciocnio rpido. Os outros 10% dos entrevistados concluiu que atualmente no existe mais essa preferncia entre o candidato e a candidata.

    Quando questionados sobre a mdia influenciar a sociedade no que diz respeito ao esteretipo da profisso de secretario executivo, 30% das entrevistas apontou que a mdia influencia de maneira positiva, 30% apontou que a influncia negativa e 20% dos entrevistados afirmou que a sociedade no sofre influncia da mdia nesse caso. Os entrevistados manifestaram opinies acerca do contedo veiculado pela mdia, e coincidentemente ou no, todos os exemplos citados tinham um teor pejorativo. Eles afirmaram que a mdia mostra a imagem da profisso sempre associada imagem de uma mulher bonita e no profissional, especialmente em novelas que mostram o profissional secretrio como uma mulher bonita, sensual, desqualificada e cmplice de sabotagens. A questo de a secretria ser amante do chefe tambm foi mencionada. A influncia negativa das matrias atualmente veiculadas grande o suficiente para fazer perpetuar o antigo esteretipo que se tem acerca do secretrio. Nenhum exemplo positivo foi citado.

    Os entrevistados foram indagados tambm sobre conhecimento das funes que o secretrio desempenha. Foi observado que as funes de atender o pblico, agendar horrios do chefe, e atender e fazer telefonemas foram as mais citadas. A organizao de eventos, organizao de documentos em arquivos e alguns servios de Recursos Humanos tambm foram destacados. Foi tambm citada a participao em reunies, a responsabilidade por algumas decises importantes para a empresa, bem como o auxlio na elaborao do planejamento estratgico. Ao analisar a resposta para esta questo, verifica-se que as atividades mais mencionadas fazem jus ao secretrio da dcada de 60. Ainda assim, felizmente, parte dos entrevistados mostrou ter uma viso mais atualizada acerca deste profissional.

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    Com relao ao ponto de vista dos entrevistados acerca da possibilidade de mudana do paradigma que a profisso carrega, foi verificado que 90% acredita que sim, de trs maneiras: atravs da mdia, medida que ela passar a divulgar quo importante o secretrio executivo dentro das grandes empresas e fazer propaganda correta sobre as funes por ele desempenhadas; atravs dos contratantes quando no ato da contratao selecionarem pessoas que atendam ao perfil de secretariado, deixando de dar importncia questo da beleza fsica e valorizando mais o teor profissional do candidato; e por fim, atravs da prpria atuao do secretrio, mostrando trabalho srio e profissionalismo. Apenas 10% dos entrevistados afirma que a reverso do paradigma no possvel no que diz respeito ao gnero, pois acredita que as mulheres sempre estaro mais aptas a exercer a profisso.

    8. CONSIDERAES FINAIS

    Aps analisar a pesquisa exploratria, verificou-se que h uma ntima relao entre as respostas apresentadas pelos secretrios e pelos profissionais de outras reas, de modo que se pode perceber o reflexo do contedo citado na pesquisa bibliogrfica. Pode-se notar tambm, que ainda no ano de 2010, aps dcadas de trabalho profissional qualificado e grandes conquistas, o esteretipo do secretrio representado por uma mulher bela, no muito qualificada e que mantm relaes ntimas com o chefe ainda apresentado pela mdia e foi rapidamente lembrado pelos entrevistados.

    Foi verificado tambm que a maioria das pessoas acredita que a profisso de secretrio de grande importncia e indispensvel dentro das organizaes, mas no assim que ela comumente lembrada por conta do esteretipo enraizado nas mentes das pessoas h dcadas.

    De acordo com a pesquisa exploratria, a maioria de entrevistados acredita na reverso desse atual paradigma e que este processo poder acontecer de diversas maneiras, sendo um deles atravs da mdia, ao veicular

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    contedo do profissional secretrio que no se baseie em esteretipos e sim na real competncia profissional da categoria, mostrando sua grande importncia no meio corporativo.

    Outros meios se referem aprovao do Conselho Profissional de Secretariado, que fiscalizar a atuao desses profissionais; ao empenho dos secretrios, que so os maiores interessados, no que diz respeito ao aperfeioamento acadmico e no desenvolvimento de suas funes; manifestao das universidades que fomentam o curso de Secretariado Executivo; e por fim, conscientizao por parte dos contratantes, que valorizem a capacidade intelectual dos secretrios e descartem o quesito beleza fsica que est atrelado profisso.

    Por fim, a pesquisa exploratria confirma a literatura apresentada pela pesquisa bibliogrfica e para maior explorao do estudo, que foi desenvolvido na cidade de Rio Claro-SP. Sugere-se a continuidade desses estudos em outras regies do pas, uma vez que o Brasil referncia no que diz respeito profisso de secretariado, sendo o nico lugar onde a profisso regulamentada.

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    Title: The Exposure of Stereotypes of Secretary Executive by the Media.Authors: Elisandria Fontana Terra; Juliana Uchimura Raquel; Albano Scopinho. ABSTRACT: The profession of executive secretary has great importance in all organization, whether small or large. It has been recognized through the ages, but still suffers because of the stereotypes and prejudice. This article discusses the stereotypical view about the secretary that still prevails in some segments of the contemporary society. The data provided in this article are grounded on a literature search plus an explanatory research conducted with secretaries and professionals from others areas. To illustrate the prevailing stereotype, some examples of stereotypical views about the professional secretary in some Brazilian media were pointed out. Keywords: Stereotype. Prejudice. Executive Secretary. Media.