a experiência e a atitude estética2

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A experiência e a A experiência e a atitude estética atitude estética O que define a experiência O que define a experiência estética? O que faz da estética? O que faz da experiência estética uma experiência estética uma experiência diferente? experiência diferente? A resposta sobre a qual todos A resposta sobre a qual todos os filósofos estão de acordo é os filósofos estão de acordo é a seguinte: a seguinte: A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA É UMA A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA É UMA EXPERIÊNCIA DESINTERESSADA EXPERIÊNCIA DESINTERESSADA Isto é, não temos qualquer Isto é, não temos qualquer interesse prático, ela não é um interesse prático, ela não é um meio para satisfazer uma

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Page 1: A experiência e a atitude estética2

A experiência e a atitude A experiência e a atitude estéticaestética

O que define a experiência estética? O que faz da O que define a experiência estética? O que faz da experiência estética uma experiência experiência estética uma experiência

diferente?diferente? A resposta sobre a qual todos os filósofos A resposta sobre a qual todos os filósofos

estão de acordo é a seguinte:estão de acordo é a seguinte: A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA É UMA A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA É UMA

EXPERIÊNCIA DESINTERESSADAEXPERIÊNCIA DESINTERESSADA Isto é, não temos qualquer interesse prático, Isto é, não temos qualquer interesse prático,

ela não é um meio para satisfazer uma ela não é um meio para satisfazer uma necessidade mas vale por si.necessidade mas vale por si.

Page 2: A experiência e a atitude estética2

Ver um desafio de futebol também é Ver um desafio de futebol também é uma experiência desinteressada e uma experiência desinteressada e não é uma experiência estética:não é uma experiência estética:

A experiência estética produz-se com objectos A experiência estética produz-se com objectos estéticos.estéticos.

São os objectos encarados na sua forma, harmonia, São os objectos encarados na sua forma, harmonia, cor que afectam a nossa sensibilidade estéticacor que afectam a nossa sensibilidade estética

Exemplo: Um concerto, Uma dança, uma peça, um Exemplo: Um concerto, Uma dança, uma peça, um filme, um pôr do sol.filme, um pôr do sol.

Objectos sobre os quais podemos emitir juízos Objectos sobre os quais podemos emitir juízos estéticos como:estéticos como:

““É Belo!”, “Emocionou-me!”, “ A 9ª sinfonia é É Belo!”, “Emocionou-me!”, “ A 9ª sinfonia é uma obra-prima!”uma obra-prima!”

Page 3: A experiência e a atitude estética2

Noite estrelada de Van GoghNoite estrelada de Van Gogh

Page 4: A experiência e a atitude estética2

A experiência estética pode decorrer da A experiência estética pode decorrer da contemplaçãocontemplação

ou da produção/criação de um objecto.ou da produção/criação de um objecto.

1. O artista cria a obra e transfigura a realidade, tem 1. O artista cria a obra e transfigura a realidade, tem portanto a experiência dessa transfiguração.portanto a experiência dessa transfiguração.

2. O receptor, aquele que é surpreendido no seu 2. O receptor, aquele que é surpreendido no seu quotidiano pela forma de determinado objecto que lhe quotidiano pela forma de determinado objecto que lhe provoca admiração e emoção.provoca admiração e emoção.

3. O crítico de arte que vai ao encontro do objecto 3. O crítico de arte que vai ao encontro do objecto artístico para o avaliar, segundo o seu gosto mas artístico para o avaliar, segundo o seu gosto mas também segundo determinado conhecimento.também segundo determinado conhecimento.

Page 5: A experiência e a atitude estética2

Artista, espectador, críticoArtista, espectador, crítico

Page 6: A experiência e a atitude estética2

Estético: produção da obra, Estético: produção da obra, avaliação.avaliação.

Page 7: A experiência e a atitude estética2

Duas teorias sobre o juízo estético:Duas teorias sobre o juízo estético:1. O objectivismo estético1. O objectivismo estético2. O subjectivismo estético2. O subjectivismo estético

Estas teorias pretendem responder à questão:Estas teorias pretendem responder à questão: Quando emitimos um juízo estético “É Belo” falamos Quando emitimos um juízo estético “É Belo” falamos

de uma qualidade que está no objecto? Falamos de de uma qualidade que está no objecto? Falamos de uma emoção ou sentimento que surge em nós pela uma emoção ou sentimento que surge em nós pela presença do objecto?presença do objecto?

O Objectivismo atribui ao objecto uma determinada O Objectivismo atribui ao objecto uma determinada qualidade estéticaqualidade estética

O Subjectivismo atribui ao sujeito a capacidade de O Subjectivismo atribui ao sujeito a capacidade de avaliar, de acordo com o seu gosto, o objecto.avaliar, de acordo com o seu gosto, o objecto.

Page 8: A experiência e a atitude estética2

A teoria objectivista na estética:A teoria objectivista na estética: TESE: Um objecto é belo em virtude das suas qualidades e não em virtude TESE: Um objecto é belo em virtude das suas qualidades e não em virtude

do que sentimos quando o observamos.do que sentimos quando o observamos. Argumento:Argumento: As propriedades da beleza (ou outro valor estético) existem As propriedades da beleza (ou outro valor estético) existem

mesmo no objecto e são independentes dos sujeitos que os observam. Quer mesmo no objecto e são independentes dos sujeitos que os observam. Quer o sujeito veja a beleza do objecto ou não, esta não depende do seu juízo, o sujeito veja a beleza do objecto ou não, esta não depende do seu juízo, existe por si no objecto. A beleza está nas coisas e não nos olhos de quem existe por si no objecto. A beleza está nas coisas e não nos olhos de quem vê.vê.

Se nem todos gostam do “David” de Miguel Ângelo, não é por não ser belo Se nem todos gostam do “David” de Miguel Ângelo, não é por não ser belo mas porque não conseguem descobrir na sua forma a beleza. O problema mas porque não conseguem descobrir na sua forma a beleza. O problema está então no sujeito e não no relativismo do juízo de gosto.está então no sujeito e não no relativismo do juízo de gosto.

Se há desacordo estético, isso não quer dizer que o gosto estético seja Se há desacordo estético, isso não quer dizer que o gosto estético seja subjectivo mas apenas que os diferentes sujeitos não se apercebem, por subjectivo mas apenas que os diferentes sujeitos não se apercebem, por dificuldades culturais, intelectuais ou de sensibilidade das qualidades reais dificuldades culturais, intelectuais ou de sensibilidade das qualidades reais do objecto e por isso ajuízam erradamente.do objecto e por isso ajuízam erradamente.

O juízo estético será semelhante a um juízo científico. Há juízos O juízo estético será semelhante a um juízo científico. Há juízos verdadeiros e falsos. Caso descrevam ou não as qualidades intrínsecas do verdadeiros e falsos. Caso descrevam ou não as qualidades intrínsecas do objecto.objecto.

Page 9: A experiência e a atitude estética2

Estas obras terão terá um valor Estas obras terão terá um valor estético intrínsecoestético intrínseco

Page 10: A experiência e a atitude estética2

Para um objectivista:Para um objectivista: O Belo distingue-se por uma série de qualidades O Belo distingue-se por uma série de qualidades

estéticas tais como:estéticas tais como: A proporçãoA proporção das partes que compõem o todo das partes que compõem o todo O EquilíbrioO Equilíbrio da forma da forma A unidade do todo e das partesA unidade do todo e das partes A HarmoniaA Harmonia da figura da figura PerfeiçãoPerfeição DiversidadeDiversidade (Exotismo?) (Exotismo?) Há características específicas (dependendo das Há características específicas (dependendo das

formas de arte) e características gerais: Unidade formas de arte) e características gerais: Unidade Complexidade e IntensidadeComplexidade e Intensidade

Page 11: A experiência e a atitude estética2

O David será belo? Intrinsecamente O David será belo? Intrinsecamente belo?belo?

Page 12: A experiência e a atitude estética2

Intuicionista: (outra forma de Intuicionista: (outra forma de objectivismo)objectivismo)

As propriedades do Belo não são empíricas As propriedades do Belo não são empíricas por isso não podem ser apercebidas pelos por isso não podem ser apercebidas pelos sentidos (Platão)sentidos (Platão)

O Belo não se pode definir, tão pouco se pode O Belo não se pode definir, tão pouco se pode descrever.descrever.

Sabemos que é Belo por uma intuição. Um Sabemos que é Belo por uma intuição. Um dom natural para ter a percepção do Belo, só dom natural para ter a percepção do Belo, só alguns o têm. Teoria das almas.alguns o têm. Teoria das almas.

Page 13: A experiência e a atitude estética2

O Belo é dado numa intuiçãoO Belo é dado numa intuição

Page 14: A experiência e a atitude estética2

Subjectivismo estético:Subjectivismo estético:

Tese: Dizemos que um objecto é belo em virtude do que Tese: Dizemos que um objecto é belo em virtude do que sentimos quando o observamos.sentimos quando o observamos.

A beleza não existe, é o nome que se dá às coisas que nos A beleza não existe, é o nome que se dá às coisas que nos produzem agrado.produzem agrado.

Assim, o belo depende do nosso gosto, depende do modo Assim, o belo depende do nosso gosto, depende do modo como a nossa sensibilidade se deixa afectar pelos objectos. O como a nossa sensibilidade se deixa afectar pelos objectos. O mesmo objecto afecta duas pessoas de diferentes modos mesmo objecto afecta duas pessoas de diferentes modos porque elas têm diferentes sensibilidades.porque elas têm diferentes sensibilidades.

É Belo, porque gosto, porque me causa prazer ouvir ou É Belo, porque gosto, porque me causa prazer ouvir ou contemplar um determinado objecto, daí que esse objecto, pelo contemplar um determinado objecto, daí que esse objecto, pelo facto de me agradar, seja considerado um objecto estético.facto de me agradar, seja considerado um objecto estético.

Page 15: A experiência e a atitude estética2

Francis Bacon e Paul Klee: São belos Francis Bacon e Paul Klee: São belos estes quadros?estes quadros?

Page 16: A experiência e a atitude estética2

O Padrão de gostoO Padrão de gosto Apesar de diferentes gostos é possível haver um padrão de Apesar de diferentes gostos é possível haver um padrão de

gosto, esses padrões resumem-se a certos valores culturais gosto, esses padrões resumem-se a certos valores culturais assumidos por todos.assumidos por todos.

Isso permite ultrapassar o relativismo resultante da plena Isso permite ultrapassar o relativismo resultante da plena subjectividade dos valores, a tese de que: “gostos não se subjectividade dos valores, a tese de que: “gostos não se discutem”discutem”

O gosto também pode ser treinado e educado pela experiência O gosto também pode ser treinado e educado pela experiência e pela discussão. Comparar e conhecer várias obras diferentes e pela discussão. Comparar e conhecer várias obras diferentes permite educar a sensibilidade.permite educar a sensibilidade.

Preconceitos e modas também influenciam os juízos de gosto.Preconceitos e modas também influenciam os juízos de gosto. Podemos justificar racionalmente os nossos juízos estéticos.Podemos justificar racionalmente os nossos juízos estéticos.

Page 17: A experiência e a atitude estética2

O gosto será relativo?O gosto será relativo?Haverá bom e mau gosto?Haverá bom e mau gosto?

Page 18: A experiência e a atitude estética2

Conclusão:Conclusão:

A estética estuda os objectos e juízos estéticos.A estética estuda os objectos e juízos estéticos. Podem ser objectos naturais ou artefactos.Podem ser objectos naturais ou artefactos. Objectos que têm características ou que são Objectos que têm características ou que são

usados de um determinado modo.usados de um determinado modo. Para serem Para serem contempladoscontemplados. Por eles mesmos, . Por eles mesmos,

na sua forma, naquilo que neles nos causa na sua forma, naquilo que neles nos causa emoções estéticas.emoções estéticas.

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