a expansão dos institutos federais de educação, ciência e

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A EXPANSÃO DOS INSTITUTOS FEDERAIS DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA E OS DESAFIOS NA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL. Arthur Rezende da Silva 1 Denise Cunha Tavares Terra 2 Resumo A Lei de criação dos Institutos Federais, 11.892 de 29 de dezembro de 2008, preconiza, como missão institucional dos Institutos, a contribuição para o desenvolvimento socioeconômico local e regional. Sendo assim, o presente artigo tem como objetivo primordial realizar uma breve análise da expansão dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, buscando investigar se está havendo uma efetiva interiorização dessas instituições de ensino. Além disso, esse artigo também identifica os critérios adotados pelo Governo Federal para concretizar a expansão dos Institutos Federais e analisa se tais critérios levam em consideração o desenvolvimento local e regional. Por fim, pretende-se analisar as possibilidades e desafios oriundos de uma pesquisa com egressos no tocante ao estudo da relação da educação profissional e tecnológica com o desenvolvimento local e regional. Palavras-chave: Desenvolvimento; Institutos Federais e egressos. 1. INTRODUÇÃO O objetivo primordial deste artigo é realizar uma breve análise da expansão dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e a relação dessa expansão com o desenvolvimento local e regional. A lei de criação dos Institutos, qual seja, 11.892/08, preceitua que um dos objetivos de tais instituições é colaborar com o desenvolvimento local e regional por meio das ofertas de cursos técnicos, tecnológicos e profissionalizantes. O objetivo desses cursos seria a consolidação e fortalecimento dos arranjos produtivos, sociais e 1 Autor. Mestrando em Planejamento Regional e Gestão de Cidades pela Universidade Cândido Mendes (UCAM) Campos dos Goytacazes, RJ. Técnico em Assuntos Educacionais (TAE) do Instituto Federal Fluminense, IFF, campus Bom Jesus do Itabapoana e Professor efetivo da FAETEC em Itaperuna, RJ. 2 Co-Autor. Doutora em Geografia pela UFRJ. Professora associada do Centro de Ciências do Homem da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e colaboradora do Mestrado em Planejamento Regional e Gestão de Cidades da Universidade Cândido Mendes, em Campos dos Goytacazes, RJ. SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

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Page 1: a expansão dos institutos federais de educação, ciência e

A EXPANSÃO DOS INSTITUTOS FEDERAIS DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA

E TECNOLOGIA E OS DESAFIOS NA CONTRIBUIÇÃO PARA O

DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL.

Arthur Rezende da Silva1

Denise Cunha Tavares Terra2

Resumo

A Lei de criação dos Institutos Federais, 11.892 de 29 de dezembro de 2008,

preconiza, como missão institucional dos Institutos, a contribuição para o desenvolvimento

socioeconômico local e regional. Sendo assim, o presente artigo tem como objetivo

primordial realizar uma breve análise da expansão dos Institutos Federais de Educação,

Ciência e Tecnologia, buscando investigar se está havendo uma efetiva interiorização dessas

instituições de ensino. Além disso, esse artigo também identifica os critérios adotados pelo

Governo Federal para concretizar a expansão dos Institutos Federais e analisa se tais critérios

levam em consideração o desenvolvimento local e regional. Por fim, pretende-se analisar as

possibilidades e desafios oriundos de uma pesquisa com egressos no tocante ao estudo da

relação da educação profissional e tecnológica com o desenvolvimento local e regional.

Palavras-chave: Desenvolvimento; Institutos Federais e egressos.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo primordial deste artigo é realizar uma breve análise da expansão dos

Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e a relação dessa expansão com o

desenvolvimento local e regional. A lei de criação dos Institutos, qual seja, 11.892/08,

preceitua que um dos objetivos de tais instituições é colaborar com o desenvolvimento local e

regional por meio das ofertas de cursos técnicos, tecnológicos e profissionalizantes. O

objetivo desses cursos seria a consolidação e fortalecimento dos arranjos produtivos, sociais e

1 Autor. Mestrando em Planejamento Regional e Gestão de Cidades pela Universidade Cândido

Mendes (UCAM) – Campos dos Goytacazes, RJ. Técnico em Assuntos Educacionais (TAE) do Instituto Federal

Fluminense, IFF, campus Bom Jesus do Itabapoana e Professor efetivo da FAETEC em Itaperuna, RJ.

2 Co-Autor. Doutora em Geografia pela UFRJ. Professora associada do Centro de Ciências do

Homem da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e colaboradora do Mestrado em

Planejamento Regional e Gestão de Cidades da Universidade Cândido Mendes, em Campos dos Goytacazes, RJ.

SSEEMMIINNÁÁRRIIOO NNAACCIIOONNAALL DDEE PPLLAANNEEJJAAMMEENNTTOO EE DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO

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culturais locais, identificados com base no mapeamento das potencialidades de

desenvolvimento socioeconômico e cultural no âmbito de atuação do Instituto Federal.

(BRASIL, 2008)[1].

Sendo assim, este artigo investiga três questões, quais sejam: a primeira seria se está

havendo uma efetiva interiorização dos campi dos Institutos Federais. Como recorte regional,

pesquisou-se a expansão dos campi no Estado do Rio de Janeiro. A segunda seria investigar

quais os critérios adotados pelo Governo Federal para concretizar a expansão dos Institutos e

se tais critérios levam em consideração o desenvolvimento local e regional (DELR). O último

seria investigar a utilização da pesquisa com egressos como instrumento metodológico para

averiguar a relação da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e DELR.

2. OS INSTITUTOS FEDERAIS E A CONTRIBUIÇÃO PARA O

DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL.

Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia surgiram com o

propósito de fomentar o desenvolvimento local e regional, além da transferência de tecnologia

e inovação para a sociedade, como constatado na lei de criação das referidas instituições, qual

seja: lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008:

Art. 6o Os Institutos Federais têm por finalidades e características:

I - ofertar educação profissional e tecnológica, em todos os seus níveis e

modalidades, formando e qualificando cidadãos com vistas na atuação profissional nos

diversos setores da economia, com ênfase no desenvolvimento socioeconômico local,

regional e nacional;

II - desenvolver a educação profissional e tecnológica como processo

educativo e investigativo de geração e adaptação de soluções técnicas e tecnológicas às

demandas sociais e peculiaridades regionais;

IV - orientar sua oferta formativa em benefício da consolidação e

fortalecimento dos arranjos produtivos, sociais e culturais locais, identificados com base no

mapeamento das potencialidades de desenvolvimento socioeconômico e cultural no âmbito

de atuação do Instituto Federal; (BRASIL, 2008)[1]

Com a característica de fomentar o desenvolvimento socioeconômico local e

regional, os Institutos Federais podem contribuir com a redução das desigualdades sociais e

regionais. Consoante Bacelar (2000)[2], a redução das desigualdades deve ser um dos

objetivos do desenvolvimento regional:

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A política de desenvolvimento regional não pode deixar de ter, entre seus

objetivos fundamentais a questão da redução sistemática das desigualdades regionais que,

no fundo, diz respeito ao enfrentamento das diferenças espaciais no que se refere aos níveis

de vida das populações que residem em distintas partes do território nacional, e no que se

refere às diferentes oportunidades de emprego produtivo, a partir do qual a força de

trabalho regional tenha garantida a sua subsistência. (BACELAR, 2000, p.133)

Assim, o verdadeiro desenvolvimento deve perpassar pela promoção do bem-

estar social, em que os postos de trabalho e a renda sejam acessíveis à população,

principalmente à local, “gerando qualidade de vida, bem-estar e sustentabilidade ambiental,

econômica, social e cultural”. (CRUZ, 2007, p.47)[3]. Portanto, para que os Institutos Federais

possam contribuir com o combate às desigualdades sociais regionais é fundamental que tais

institutos estreitem a relação com os territórios nos quais se situam.

Esse estreitamento com o território e, consequentemente, a contribuição para o

desenvolvimento local e regional, é um dos objetivos elencados pelo Ministério da Educação

(MEC) para justificar a importância da expansão da rede federal de Educação Profissional e

Tecnológica. Os objetivos são os seguintes: promover a formação de profissionais

qualificados, fomentando o desenvolvimento regional, estimulando a permanência de

profissionais qualificados no interior do Brasil; expandir, ampliar e interiorizar a rede de

Institutos Federais, democratizando e ampliando o acesso de vagas na EPT; potencializar a

função social e o engajamento dos Institutos Federais como expressão das políticas do

Governo Federal na superação da miséria e na redução das iniquidades sociais e territoriais.

Nesse contexto, Diniz e Croco (2006)[4] esclarecem que para se efetivar uma

política de desenvolvimento regional no Brasil, que promova uma estruturação e reordenação

do território brasileiro, deve haver uma gestão governamental multiescalar:

A teoria do desenvolvimento regional e urbano permite-nos identificar um

conjunto de caminhos para a promoção do desenvolvimento das regiões menos

desenvolvidas e para uma melhor estruturação e reordenação do território brasileiro. Nesse

sentido, as políticas deveriam partir da concepção de que o urbano estrutura o espaço.

Dessa forma, e, portanto, a intencionalidade da estrutura urbana que se quer construir

deveria guiar as demais políticas. Entre as políticas e caminhos para uma nova política de

desenvolvimento regional do Brasil a literatura teórica nos permite identificar como

básicas: reforço da capacidade de investimento; criação de sistemas locais de pesquisa e

inovação; melhoria do sistema educacional; melhoria da infraestrutura de transporte e

telecomunicações; reorientação do sistema de subsídios e incentivos. Torna-se, assim,

fundamental a institucionalização das instâncias de coordenação e governança de forma

multiescalar, com destaque para a gestão metropolitana e para as mesorregiões. (DINIZ e

CROCO, 2006, p.29)

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Essa coordenação e governança de forma multiescalar foram considerados

critérios para a concretização da expansão da rede federal de EPT. Afinal, uma gestão

“compartilhada”, em que as esferas municipal, estadual e federal operem juntas, tem mais

condições de enfrentar as barreiras da desigualdade social. É fundamental que se efetive a

melhor coesão possível entre os atores sociais do território: institutos federais, associações

comerciais, Organizações Não Governamentais (ONGs), sindicatos dos trabalhadores, poder

público municipal e estadual, universidades, etc.

Os critérios estabelecidos pelo MEC no que tange à expansão da Rede Federal

de EPT atendem a três dimensões, quais sejam: social, geográfica e de desenvolvimento.

Quanto à social, destaca-se a universalização de atendimento aos Territórios da Cidadania,

programa do Governo Federal, lançado em 2008, cujo objetivo é promover o

desenvolvimento econômico e universalizar programas básicos de cidadania por meio de uma

estratégia de desenvolvimento territorial sustentável; o atendimento aos municípios

populosos e com baixa receita per capita, integrantes do G100, grupo das 100 cidades

brasileiras com receita per capita inferior a R$ 1.000,00 e com mais de 80 mil habitantes; e

municípios com percentual elevado de extrema pobreza.

Referente à dimensão geográfica, destaca-se o atendimento prioritário aos

municípios com mais de 50 mil habitantes ou microrregiões não atendidas, universalização do

atendimento às mesorregiões brasileiras, municípios em microrregiões não atendidas por

escolas federais e interiorização da oferta pública de EPT. Por fim, quanto à dimensão de

desenvolvimento, elucida-se que os novos campi devem ser em municípios com arranjos

produtivos locais (APLs) identificados e que estejam envoltos de grandes investimentos.

Assim, os critérios adotados pelo MEC (social, geográfico e de

desenvolvimento) visam contribuir com a construção de um projeto de nação mais igualitária.

A expansão dos Institutos Federais pode ser observada a partir da visualização

da Figura 1, retirada do site do MEC:

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Figura 1 : Expansão dos Institutos Federais até o ano de 2014.

Fonte: Site do MEC

O amarelo representa os campi já existentes até 2002 (140 campi e 120

municípios atendidos). O verde, os criados entre 2003 e 2010 (354 campi e 321 municípios

atendidos). O vermelho, os previstos até 2014 (previsão de 562 campi e 512 municípios

atendidos).

A tabela 1 destaca, em percentual, o quantitativo de aumento do número de campi

em escala nacional:

Tabela 1 - Dados da Expansão da Rede Federal de EPT

Ano

Número de

campi

Crescimento

absoluto

Crescimento

percentual

2002

140

0 0,00%

2010

354

214

152,86%

2014

562

372

300%

Fonte: Elaborada pelos autores baseado no site do MEC/SETEC

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Observa-se, a partir dos dados apresentados anteriormente, o esforço no que

concerne à viabilização da expansão da Rede Federal de EPT. O relatório elaborado pelo

Tribunal de Contas da União (TCU), datado de 13/03/2013, reforça que está havendo uma

forte interiorização:

Cabe observar que 85% das escolas/campi estarão fora das capitais estaduais, o

que reforça a preocupação com a interiorização da rede. Outro dado reforça essa constatação:

176 campi estão em municípios com menos de 50.000 habitantes e, destes, 45 estão em

municípios com menos de 20.000 habitantes. (TCU, 2013, p.10)[5]

3. A EXPANSÃO DOS INSTITUTOS FEDERAIS NO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO E OS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs)

Para continuar a investigação sobre a interiorização dos campi dos Institutos

Federais, atentemo-nos para os dados do Estado do Rio de Janeiro (ERJ). Os campi existentes

até 2002 no ERJ eram sete: Bom Jesus do Itabapoana; Campos dos Goytacazes (campus

Centro); Macaé; Nilópolis; Pinheiral; Rio de Janeiro (capital) e Seropédica.

Entre 2003 a 2010 foram criados dezoito campi no Estado do Rio de Janeiro:

Angra dos Reis; Arraial do Cabo; Cabo Frio; Campos dos Goytacazes (em Guarus); Duque de

Caxias; Engenheiro Paulo de Frontin; Itaguaí; Itaperuna; Nova Friburgo; Nova Iguaçu;

Paracambi; Petrópolis; Quissamã; Rio de Janeiro (Realengo e UNED Maria da Graça); São

Gonçalo; Valença; Volta Redonda.

No ano de 2012 foi inaugurado o campus Mesquita. E para 2013 e 2014 há sete

previstos: Belford Roxo; Itaboraí; Santo Antônio de Pádua; São João do Meriti; Rio de

Janeiro (Complexo do Alemão e Curicica, Cidade de Deus) e Niterói.

A tabela 2 auxilia a análise da expansão no ERJ:

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Tabela 2 - Expansão dos Institutos Federais no Estado do Rio de Janeiro

Região

do ERJ

Número

de campi até 2002

Número

de campi até 2014

Percent

ual

Norte

Fluminense

2 4 100%

Noroest

e Fluminense

1 3 200%

Serrana 0 1 -

Baixada

Litorânea

0 2 -

Metropo

litana

3 15 400%

Médio

Paraíba

1 4 300%

Centro

Sul

0 2 -

Total 7 31 342%

Fonte: Elaborada pelos autores baseado nos dados do MEC/SETEC.

Nota-se, portanto, que a expansão atingiu todas as regiões do Rio de Janeiro,

mesmo que seja com um campus. A partir desses dados, depreende-se que a região mais

favorecida com a expansão é a Metropolitana. Isso se deve ao fato da alta concentração

populacional, além dos investimentos decorrentes dos megaeventos esportivos e da descoberta

do Pré-Sal.

Deve-se ressaltar que até 2003, somente os municípios da região Metropolitana,

com exceção de Campos dos Goytacazes e Bom Jesus do Itabapoana, possuíam um campus

das escolas técnicas federais. Com a expansão, todas as regiões foram beneficiadas com

campi dos Institutos Federais. Destarte, verifica-se que está ocorrendo uma interiorização da

estrutura da rede federal de EPT.

Esta interiorização dos Institutos Federais poderá contribuir de forma significativa

com a redução das desigualdades sociais e regionais por meio da relação entre ensino,

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pesquisa e extensão, além de possibilitar o diálogo entre as esferas municipal, estadual e

federal.

(...)O fazer pedagógico desses Institutos, ao trabalhar na superação

ciência/tecnologia e teoria/prática, na pesquisa como princípio educativo e científico, nas

ações de extensão como forma de diálogo permanente com a sociedade revela sua decisão

de romper com um formato consagrado por séculos, de lidar com o conhecimento de forma

fragmentada. (MEC/SETEC, 2008, p. 32) [6]

Os Institutos Federais, em sua concepção, amalgamam trabalho-ciência-

tecnologia-cultura na busca de soluções para os problemas de seu tempo, aspectos que,

necessariamente, devem estar em movimento e articulados ao dinamismo histórico da

sociedade em seu processo de desenvolvimento. (MEC/SETEC, 2008, p.34) [6]

A Ciência, Tecnologia e Inovação podem contribuir não só com o setor

produtivo, mas também com a sociedade brasileira como um todo. Exemplos mais evidentes

nesse último sentido são os relacionados às áreas de alimentos, saúde, educação, habitação e

saneamento. Lastres e Cassiolato (2003)[7] elucidam que

Acima de tudo, recomenda-se, a definição e implementação de um novo projeto de

desenvolvimento que concretize a articulação entre a política macroeconômica e social,

industrial e de ciência, tecnologia e inovação, visando a uma inserção mais competitiva e

autônoma, que assegure a coexistência entre a construção de bases produtivas modernas e

dinâmicas e o atendimento dos objetivos de inclusão, equidade e coesão social. (LASTRES

e CASSIOLATO, 2003, p.9)

Esse novo projeto de desenvolvimento perpassa por meio da pesquisa aplicada

e sintonizada com as demandas do desenvolvimento local e regional. Os Institutos Federais

poderão a vir a ocupar um importante espaço no desenvolvimento tecnológico nacional,

principalmente pela possibilidade de aprofundar suas relações com as práticas científico-

tecnológicas locais, investindo, por exemplo, em pesquisas visando ao desenvolvimento local

e regional.

Um critério adotado pelo MEC para conduzir a expansão, como já mencionado,

seriam os APLs identificados. Primeiramente, é importante ressaltar a variedade de conceitos

e abordagens a respeito do tema. De um modo geral, os APLs são um aglomerado de

empresas cuja característica é a complementaridade, ou seja, há uma conexão entre os atores

do APL, havendo uma interdependência:

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Os arranjos produtivos locais são aglomerações territoriais de agentes

econômicos, políticos e sociais, com foco em um conjunto específico de atividades

econômicas, que podem apresentar vínculos e interdependência. Geralmente, envolvem a

participação e a interação de empresas – que podem ser desde produtoras de bens e serviços

finais até fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços,

comercializadoras, clientes, entre outros – e suas variadas formas de representação e

associação. Podem incluir diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para

formação e capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e universidade,

pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento. Engloba o

conceito de Pólo como um aglomerado de empresas de um setor (um ou mais elo da cadeia

produtiva) em um determinado espaço geográfico. (BORIN, 2006, p. 70-71) [8]

Dessa forma, os APLs englobam a ideia de redes, pois formam um sistema

localizado de agentes econômicos, políticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade

econômica, acarretando a concretização de vínculos produtivos e institucionais entre si.

Assim, proporcionam aos produtores um conjunto de benefícios relacionados com a

aglomeração das empresas.

É fundamental, portanto, integrar os cursos técnicos a serem ofertados pela Rede

Federal de EPT com os APLs, para assim, oportunizar geração de emprego e aumento de

renda. No entanto, é necessário um maior detalhamento sobre os cursos ofertados pela

expansão e a relação deles com os APLs identificados. Um instrumento metodológico que

poderia ser utilizado para auxiliar nessa questão da relação dos cursos técnicos e os APLs

seria a pesquisa com egressos. Por meio desse instrumento metodológico, poder-se-ia

investigar, por exemplo, se os técnicos formados estão se inserindo no mercado de trabalho

local e regional.

É válido ressaltar que essa expansão da EPT deve ser compreendida não apenas

como a possibilidade de preparar o trabalhador para executar tarefas instrumentais

(adestramento e treinamento), mas sim, compreendida como uma oportunidade de contribuir

para a emancipação do sujeito, ou seja, ensinar o saber fazer e também o saber pensar.

No tocante a essa EPT contextualizada, em que a formação humanística esteja

integrada à formação técnica, Pacheco (2012)[9] elucida:

Portanto, a educação profissional não é meramente ensinar a fazer e preparar

para o mercado de trabalho, mas é proporcionar a compreensão das dinâmicas

sócio-produtivas das sociedades modernas, com as suas conquistas e os seus revezes, e também

habilitar as pessoas para o exercício autônomo e crítico de profissões, sem nunca esgotar a elas.

(PACHECO, 2012, p. 67)

As mudanças ocorridas no mundo do trabalho, como a mundialização da

economia e os novos paradigmas da organização e gestão decorrentes da competitividade,

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exigem uma nova pedagogia, cujo objetivo é efetivar a substituição da memorização e

repetição pelo domínio das habilidades comunicativas, pelo raciocínio lógico, pela capacidade

de discernir, de trabalhar com a informação, de construir soluções originais e, de educar-se

continuadamente. O próprio capitalismo já não se satisfaz com a pedagogia do taylorismo-

fordista, caracterizada pelo adestramento do trabalhador. (KUENZER, 2009 p.66)[10].

4. POSSIBILIDADES DO USO DA PESQUISA COM EGRESSOS COMO

INSTRUMENTO METOLODÓLIGO PARA IDENTIFICAÇÃO DA

CONTRIBUIÇÃO DOS INSTITUTOS PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL E

REGIONAL

Os Institutos Federais necessitam institucionalizar um instrumento de pesquisa

que investigue de que forma ocorre a relação da instituição com o território no qual estão

instalados. A pesquisa com egressos pode responder algumas das angústias que permeiam a

vida funcional dos servidores federais lotados nesses institutos, quais sejam: se os alunos

estão se inserindo no mercado de trabalho como técnicos, ou se os alunos estão verticalizando

os estudos na graduação, ou se a região na qual se insere o instituto tem mercado de trabalho

para o técnico formado, dentre outras.

O relatório do TCU (2013)[5] evidenciou que a pesquisa com egressos fornece

subsídios para tomada de decisão e avaliação da gestão educacional como um todo. No

mesmo relatório foi detectada a falta de uma política institucional para o acompanhamento

dos egressos:

Não foram detectadas iniciativas estruturadas nesse sentido pelos Institutos

Federais visitados. A falta de cultura institucional foi apontada como fator importante para a

não implantação de programas voltados ao conhecimento do que ocorre com os alunos após a

conclusão dos respectivos cursos. (TCU, 2013, p.43)

As respostas desses anseios são fundamentais para que os gestores desses

institutos consigam planejar melhor as ações de criação de novos cursos, por exemplo. A

pesquisa com egressos é uma oportunidade de retroalimentação:

Ressalte-se que o acompanhamento de egressos representa política que permite a avaliação da

adequabilidade da capacitação fornecida pelos Institutos Federais às demandas do setor

produtivo. Essas informações são necessárias para justificar a continuidade ou alteração dos

conteúdos programáticos das disciplinas integrantes dos cursos já existentes e para dar suporte

à criação de novos cursos. (TCU, 2013, pág. 43)

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11

Com todo o processo de expansão dos Institutos Federais é necessário que haja

uma consolidação de informações sobre o território no qual está instalada a instituição. A

pesquisa com egressos pode contribuir, por exemplo, para mudanças no planejamento

pedagógico dos cursos, sejam eles técnicos ou tecnólogos, e para incrementar disciplinas ou

até a mudança total do conteúdo programático de uma disciplina da matriz curricular.

A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), do MEC,

realizou uma pesquisa com os egressos da Rede Federal de EPT do período de 2003 a 2007

(MEC/SETEC,2009)[11]. O relatório do TCU (2013)[5] faz menção a essa importante

iniciativa:

230. Destaca-se que, em 2007, a Setec/MEC realizou Pesquisa Nacional de Egressos dos Cursos

Técnicos da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Essa pesquisa abarcou egressos

que se formaram entre os anos de 2003 e 2007. Esse estudo estimou que 72% dos egressos dos

cursos técnicos da Rede Federal estavam empregados e, desses, 38%, além de trabalhar, também

estudavam. Do total de entrevistados, 22% só estudavam e 7% não trabalhavam nem estudavam.

Foi observado também que: 44% dos egressos trabalhavam na área do curso técnico em que se

formaram; 36% em áreas parcialmente vinculadas com sua área de formação; e 21% em áreas

diferentes de sua formação. Deve-se louvar essa iniciativa da Setec/MEC e incentivá-la a realizar

novas pesquisas desse tipo. (TCU, 2013, p.44)

As primeiras questões da pesquisa nacional com os egressos da Rede Federal de

EPT investigaram a empregabilidade oriunda dos cursos técnicos e a relação do emprego com

a formação técnica do aluno. Um dos objetivos foi o de analisar se o ensino técnico estaria

servindo apenas como uma via para o Ensino Superior. Ou seja, se o aluno estaria buscando

apenas o Ensino Médio em detrimento ao ensino técnico.

O Ensino Médio é uma competência legal da Rede Estadual de Ensino. Como boa

parte da citada rede apresenta problemas de recursos e gestão, a rede federal de EPT, com os

cursos integrados, em que o aluno estuda em período integral, acaba sendo uma alternativa

para os alunos que mais do que um ensino técnico, colocado em segundo plano, buscam

mesmo é um bom ensino propedêutico, capaz de prepará-los para prestar o vestibular.

A questão da continuidade dos estudos dos egressos demanda uma análise efetiva,

afinal, o mercado de trabalho atual exige um trabalhador de novo tipo, que tenha mais

conhecimentos, trabalhe em equipe, saiba comunicar-se adequadamente, adapte-se a situações

novas e ainda que seja capaz de educar-se permanentemente (KUENZER, 2009, p.57)[10].

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12

Sendo assim, por meio da pesquisa com egressos é possível constatar se o aluno

do curso técnico estaria verticalizando sua trajetória educacional. Caso um aluno curse o

técnico em agropecuária, por exemplo, seria de se esperar que, caso ele opte em não trabalhar

como técnico e sim seguir a carreira de nível superior, prossiga os estudos em cursos como

Agronomia, Zootecnia ou Medicina Veterinária.

A pesquisa com os ex-alunos pode auxiliar na constatação das possíveis causas

para uma não verticalização dos estudos ou pela não inserção no mercado de trabalho como

técnico. Se o mercado de trabalho de um determinando segmento técnico não oportunizar

ofertas de emprego para os profissionais formados, dificilmente o egresso seguirá a área

técnica. Por isso, é indispensável um diálogo entre Institutos Federais e os diversos atores

sociais..

Continuando com a análise breve sobre o questionário aplicado aos egressos da

Rede Federal de EPT e seus objetivos, constata-se que uma das perguntas da pesquisa tenta

buscar respostas sobre a continuidade de estudos. Primeiramente, se o aluno, assim que

concluiu o curso técnico, estaria matriculado em outro curso técnico, ou se estaria matriculado

em um curso superior.

As respostas a esse tipo de questionamento são importantes para constatar a

verticalização ou não do ensino. Além disso, é possível investigar se há relação entre a área

profissional do curso técnico com o curso superior escolhido pelo ex-aluno.

Outro objetivo da pesquisa nacional de Egressos da Rede Federal de EPT foi o de

mensurar o grau de desejo do aluno em trabalhar na área técnica depois de formado. É válido

ressaltar que a pesquisa nacional também verificou a percepção do ex-aluno quanto às ofertas

profissionais da área de formação técnica: se na região em que vivem há uma significativa

oferta de emprego para profissionais da área de formação técnica ou não. Além disso, a

pesquisa também avaliou a opinião do entrevistado quanto à remuneração da sua área técnica,

se esta era pior, equivalente ou melhor do que as outras áreas técnicas.

Portanto, é indispensável um estudo sobre os APLs do território no qual se situa o

Instituto Federal, visto que, para garantir a inserção dos alunos na área técnica, é fundamental

que se tenham ofertas de empregos remunerados na média das outras carreiras técnicas.

É fundamental reforçar a importância do diálogo com o território de abrangência

dos Institutos Federais. É o caráter localista dessa nova instituição, como elucida Castioni

(2012)[12]:

Page 13: a expansão dos institutos federais de educação, ciência e

13

Em passado muito recente, muitas dessas escolas (técnicas) estavam de costas

para a realidade local. Nesse ponto, entra novamente a questão da territorialidade. Nós não

temos essa figura na nossa estrutura federativa. Precisaríamos ter, mas não temos. O território é

uma abstração e um desafio para o nosso planejamento. Muitos dos problemas dos municípios

estão além das fronteiras dele e, claro, também as oportunidades. Do que adianta um município

tratar o problema do seu esgoto a jusante se a montante é o seu vizinho que polui o rio? Esse

exemplo visa mostrar que é necessário termos uma figura institucional que ligue um conjunto

de municípios que junte instâncias estaduais e que tenha a União presente(...) Como você

convence um conjunto de municípios a pensar articuladamente o seu futuro? Será que o

Instituto Federal não pode ser essa referência? (CASTIONI , 2012, p.52-53)

Caso não tenham oportunidades de emprego e as que tiverem não estejam compatíveis

com os padrões do mercado, o jovem, possivelmente, não terá interesse em seguir a carreira

de técnico. Além disso, é importante frisar que, histórica e culturalmente, a carreira de nível

superior sempre foi mais valorizada do que o técnico. O ideal seria que a decisão de o jovem

desempenhar uma função que exigisse uma qualificação mais rápida, fosse tão valorizada

socialmente quanto uma decisão de seguir a carreira superior. (KUENZER, 2009)[10]

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dessa breve análise da expansão da rede federal de EPT, mais

especificamente do Estado do Rio de Janeiro, depreende-se que houve um esforço quanto à

interiorização da educação Profissional e Tecnológica federal, pois há um processo de

construção de novos campi em muitos municípios, inclusive os do interior do país, não

atendidos por essa modalidade educacional.

Prova disso é o campus instalado no município de Quissamã, Norte do Estado do

Rio de Janeiro, cidade cujo contingente populacional é de 20.242 (dados do Censo de 2010)

habitantes. Até 2002, somente as grandes cidades e as capitais, salvo raras exceções,

contavam com uma escola técnica federal.

Vale ressaltar que essa expansão deve vir atrelada a uma boa gestão de pessoas,

com salários compatíveis com o mercado de trabalho, além de estruturas física e pedagógica

adequadas.

Destaca-se também que os critérios adotados pelo MEC para efetivar a

expansão nas dimensões – Social, Geográfica e de Desenvolvimento – levam em consideração

o desenvolvimento local e regional, afinal, construir campi em cidades cujos índices de

pobreza são elevados e microrregiões não atendidas por escolas técnicas federais, só para citar

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algumas das condições para se instalar um campus de EPT, já demonstra a preocupação do

Governo Federal com a redução das desigualdades regionais no Brasil.

Ressalta-se que a pesquisa com os egressos pode ser um instrumento

metodológico fundamental para mensurar a contribuição dos Institutos Federais para o

desenvolvimento local e regional. Ou seja, por meio da pesquisa com os ex-alunos, seria

possível refletir de que forma ocorreria essa contribuição: através de inserção dos alunos no

Mercado de Trabalho? Ex-alunos ingressos nas Universidades? Verticalização? Projetos de

Pesquisa e Extensão atrelados à demanda local? Cursos técnicos atrelados aos Arranjos

Produtivos Locais? Portanto, a pesquisa com egressos é um importante instrumento para

buscar respostas as questões apresentadas.

O fato de se levar um campus federal de EPT para municípios ou regiões não

atendidas por essa modalidade educacional já é uma contribuição importante para efetivar

novas oportunidades de qualificação de mão-de-obra técnica. Mas como ressaltado

anteriormente, torna-se necessária a realização de estudos com vistas a verificar de que forma

a expansão dos Institutos Federais poderá contribuir efetivamente para o desenvolvimento

local e regional, uma das finalidades de sua expansão.

Destarte, para que os Institutos Federais contribuam para a construção de um

projeto de nação mais igualitária, é imprescindível o estreito diálogo com o território como

frisa Muls (2008)[13]:

Quanto maior é o grau de coesão das redes (sociais e econômicas, formais e

informais) entre as formas intermediárias de coordenação, que se manifestam essencialmente

no plano territorial, maior é o estoque de capital social deste território e maiores serão as

chances de sua estratégia de reação autônoma, redirecionar, a seu favor, as forças que emanam

da pressão heterônoma. A elaboração de uma estratégia territorial de reação autônoma deve

contar com a participação de todas as representações institucionais envolvidas (poder público

local, empresas e sociedade civil). (MULS, 2008, pag. 20)

REFERÊNCIAS

[1]BRASIL. Lei 11.892 de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação

Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e

Tecnologia e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 29 de Dez. 2008.

[2]BACELAR, T. A. Ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro: heranças e urgências. Rio

de Janeiro: editora Revan, 2000.

[3]CRUZ, J.L.V. Os desafios do Norte e do Noroeste Fluminense frente aos grandes projetos

estratégicos. Campos dos Goytacazes: Essentia editora, 2007.

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[4]DINIZ, C.C. e CROCO, M (ORG) Economia Regional e Urbana: contribuições teóricas

recentes. Belo Horizonte: UFMG, 2006.

[5]TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Auditoria operacional Fiscalização de orientação

centralizada. Rede Federal de Educação Profissional. Brasília, 2013.

[6]MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA. Concepção e diretrizes: Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia. Brasília: MEC/Setec, 2008.

[7]LASTRES, Helena M. M. e CASSIOLATO, José Eduardo. Novas políticas na Era do

Conhecimento: o foco em Arranjos Produtivos e Inovativos Locais. Rio de Janeiro: UFRJ,

2003.

[8]BORIN, Elaine C.P. O Sebrae e os Arranjos Produtivos Locais: o caso de Nova

Friburgo/RJ. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: IPPUR, 2006.

[9]PACHECO, Eliezer (Org). Perspectivas da educação profissional técnico de nível médio:

propostas de diretrizes curriculares. São Paulo: Moderna, 2012.

[10]KUENZER, Acácia Zeneida (Org.). Ensino médio: construindo uma proposta para os que

vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2009.

[11]MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA, Pesquisa Nacional de Egressos dos Cursos Técnicos

da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Brasília, 2009

[12]CASTIONI, Remi. O Papel dos Institutos Federais na promoção do desenvolvimento

local. IN: CASTIONI, R. e SOUZA, E.C.L (ORGs). Institutos Federais: os desafios da

institucionalização. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2012, p. 45-55

[13]MULS, Leonardo Marco. Desenvolvimento local, espaço e território: o conceito de

capital social e a importância da formação de redes entre organismos e instituições locais.

Brasília: Revista EconomiA. Janeiro de 2008.