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A EVOLUÇÃO DO CABELO E DA MAQUIAGEM NO SÉCULO XX -100 ANOS DE HISTÓRIA E BELEZA UM COMPARATIVO COM OS DIAS ATUAIS Patrícia Nuevo 1 , Silvani Emiliano 2 , Mônica Castellano 3 1. Acadêmica do Curso de Tecnólogia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2. Professora Orientadora da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba,PR) 3. Professora Orientadora da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba,PR) Endereço para correspondência: [email protected] RESUMO: O conhecimento da história da evolução da beleza é de extrema importância para o profissional Tecnólogo em Estética e Imagem Pessoal para execução de trabalhos relacionados a imagem pessoal, visagismo, construções de personagens entre outros. A moda é considerada cíclica, repetitiva e transitória, e nos dias atuais todas as épocas se misturam, sendo plural e definida individualmente. Saber o que já foi usado ajuda a entender as transformações da beleza do século XX através dos tempos. Dependendo do momento social, já que este tem grande influência sobre a moda, percebe-se que o comportamento de cada década tem relevante influência nas tendências atuais, sendo elas, uma releitura de épocas passadas. O objetivo da presente pesquisa é averiguar através da história, a evolução do cabelo e da maquiagem, destacando os fatos e os ícones que determinaram essas mudanças, identificando nos dias de hoje o que foi resgatado de cada década. Com o resultado da pesquisa feita sobre a história da beleza e cruzando com as tendências atuais, fica evidente a referência de cada década, e que hoje usamos tudo que já foi ditado como moda ou tendência, onde é referenciado e acrescentado um toque de contemporaneidade e estilo próprio. Palavras chave: Cabelo, Maquiagem, Moda, Tendência ABSTRACT: The knowledge of the history of the evolution of beauty is of extreme importance to the professional technologist in aesthetic and personal image, to perform work related to personal image, visagism, construction of personages among others. Fashion is considered cyclical, repetitive and transient and nowadays all decades mix, being plural and definite individually. Knowing what has already been used, it helps to understand the transformations of the beauty of the twentieth century through the times. Depending on the social moment, since this has great influence on fashion, it is clear that the behavior of every decade has an influence on current trends, it is a reinterpretation of past times. The objective of the present research is to investigate the evolution through the history of beauty, detaching the facts and the icons that determined these changes, identifying today which was rescued from each década.Com the result of research done on the history of beauty and crossing with the current trends, there is an evident reference of each decade and that today we use all that has been said as fashion or trend, which is referenced and added a touch of contemporaneity and their own style. Keywords: Hair, Fashion, Makeup, Tendency

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A EVOLUÇÃO DO CABELO E DA MAQUIAGEM NO SÉCULO XX -100 ANOS DE

HISTÓRIA E BELEZA – UM COMPARATIVO COM OS DIAS ATUAIS

Patrícia Nuevo 1, Silvani Emiliano

2, Mônica Castellano

3

1. Acadêmica do Curso de Tecnólogia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti

do Paraná (Curitiba, PR);

2. Professora Orientadora da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba,PR)

3. Professora Orientadora da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba,PR)

Endereço para correspondência: [email protected]

RESUMO: O conhecimento da história da evolução da beleza é de extrema importância para

o profissional Tecnólogo em Estética e Imagem Pessoal para execução de trabalhos

relacionados a imagem pessoal, visagismo, construções de personagens entre outros. A moda

é considerada cíclica, repetitiva e transitória, e nos dias atuais todas as épocas se misturam,

sendo plural e definida individualmente. Saber o que já foi usado ajuda a entender as

transformações da beleza do século XX através dos tempos. Dependendo do momento social,

já que este tem grande influência sobre a moda, percebe-se que o comportamento de cada

década tem relevante influência nas tendências atuais, sendo elas, uma releitura de épocas

passadas. O objetivo da presente pesquisa é averiguar através da história, a evolução do

cabelo e da maquiagem, destacando os fatos e os ícones que determinaram essas mudanças,

identificando nos dias de hoje o que foi resgatado de cada década. Com o resultado da

pesquisa feita sobre a história da beleza e cruzando com as tendências atuais, fica evidente a

referência de cada década, e que hoje usamos tudo que já foi ditado como moda ou tendência,

onde é referenciado e acrescentado um toque de contemporaneidade e estilo próprio.

Palavras chave: Cabelo, Maquiagem, Moda, Tendência

ABSTRACT: The knowledge of the history of the evolution of beauty is of extreme

importance to the professional technologist in aesthetic and personal image, to perform work

related to personal image, visagism, construction of personages among others. Fashion is

considered cyclical, repetitive and transient and nowadays all decades mix, being plural and

definite individually. Knowing what has already been used, it helps to understand the

transformations of the beauty of the twentieth century through the times. Depending on the

social moment, since this has great influence on fashion, it is clear that the behavior of every

decade has an influence on current trends, it is a reinterpretation of past times. The objective

of the present research is to investigate the evolution through the history of beauty, detaching

the facts and the icons that determined these changes, identifying today which was rescued

from each década.Com the result of research done on the history of beauty and crossing with

the current trends, there is an evident reference of each decade and that today we use all that

has been said as fashion or trend, which is referenced and added a touch of contemporaneity

and their own style.

Keywords: Hair, Fashion, Makeup, Tendency

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1. INTRODUÇÃO

É perceptível que a escolha do cabelo e maquiagem usados nos dias de hoje seja um

resgate de décadas passadas. Antes de tudo, saber um pouco sobre história nos faz entender

referências atuais de cabelo e maquiagem. Para os profissionais Técnologo em Estética e

Imagem Pessoal é importante o conhecimento da evolução da beleza, dos fatores e do

referencial de cada década e o que foi absorvido desses períodos para ser aplicado nos dias de

hoje.

É importante o conhecimento dessas referências para criação de imagens e estilos em

diversas áreas como, editoriais de moda, personagens de cinema e TV e publicidade. O cabelo

e a maquiagem também seguem tendências, assim como acontece na moda, mas não com

tanta frequência como nas coleções de roupas lançadas a cada nova estação. Saber o que já foi

usado ajuda a entender como o conceito de beleza foi se modificando ao longo do tempo

auxiliando os profissionais da estética a obterem maior riqueza de informações e

conhecimento.

O objetivo desse estudo é apresentar a evolução do cabelo e da maquiagem do século

XX, os fatos e ícones que determinaram essas mudanças, o comportamento de beleza de cada

época e o que as influenciavam, mostrando assim, que nos dias atuais ainda nos referenciamos

em décadas passadas.

2. EVOLUÇÃO DA BELEZA NO SÉCULO XX

Quatro palavras descrevem a mulher do início do século XX: graça, feminilidade,

delicadeza e fragilidade, porém isso começou a mudar na metade da segunda década do

século com a primeira guerra mundial1.

“A época da pré-história estava quase terminada: a grande epopéia dos cuidados de beleza

começava” 2.

2.1. A Belle Époque 1901 a 1919

O início do século ficou conhecido como a Belle Époque que iria até os anos de 1914 e

foi marcado por um período de feminilidade e sofisticação. Gibson Girl transformou-se no

referencial de beleza das jovens da época com seus cabelos em bandos, olhos sonolentos e

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boca carnuda1.

Segundo Marques3 em 1904 Karl Nessler, um cabeleireiro alemão criou o permanente.

Um procedimento caro e que levava doze horas para ficar pronto. Depois de ter conquistado

fama e fortuna mudou o seu nome para Sharles Nestle.

Para Faux2 et alii as mulheres da sociedade tinham uma grande preocupação que era o

brilho da pele, a tez deveria ser de um branco rosado, assim como as das jovens meninas. O

cosmético mais usual era o pó.

Vita1 concorda com Faux

2 et alii e enfatiza que a maquiagem era feita com poudre

de riz (pó de arroz) que era branco, rosado ou rosa forte, o ruge tinha que ser forte e brilhante

no tom escarlate. Esses produtos eram comercializados em livretos com folhas de papel

macias que quando as mulheres usavam aplicava no rosto com o auxílio de um pincel que era

passado sobre essas folhas. A boca não era esquecida e sobre os lábios um líquido vermelho

verniz. Faux2 et alii complementa informando que o batom no formato que conhecemos hoje

só seria apresentando por volta de 1915.

As damas da sociedade jamais seriam vistas com os olhos pintados que só eram usados

pelas artistas de teatro e coristas1.

De acordo com Faux2 et alii em 1907 foi inventada a primeira tintura, que daria

origem as demais que estavam por vir, seu criador Eugène Schueller, criou três anos mais

tarde a L’Oreal. Os chapéus eram a coqueluche do momento, adornado com flores, plumas e

rendas, referencial de posição social, já que só as operárias saiam de cabeça descoberta.

Marques3 complementa que os cabelos longos eram moda, somente as mulheres ousadas

cortavam os cabelos. Os penteados eram volumosos e as menos favorecidas contavam com a

ajuda de apliques para aumentá-los, seu uso era muito comum. Um enfeite com grande

importância naquela época foi o pente de prata, que assim como o chapéu deixava visível a

que classe social pertencia.

Grandes precursores da beleza e da indústria cosmética aparecem no início do século

como Helena Rubinstein, Elizabeth Arden e Max Factor1.

As autoras Vita1 e Faux

2 et alii descrevem que Helena Rubinstein em 1908 abriu em

Londres o Helena Rubinstein Salon de Beauté Valaze, onde oferecia uma dia inteiro dedicado

à beleza, o Day of Beauty, inédito para época. Elizabeth Arden em 1909 abre em Nova York

um salão na Quinta Avenida com o seu nome, que existe até os dias de hoje, atualmente

também spa – Red Door (Porta Vermelha).

Max Factor fez muito sucesso não só com as atrizes, mas também com as “mortais” da

época por seus lançamentos em maquiagem que proporcionavam uma aparência perfeita,

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levando muitos atores e atrizes a roubar os produtos de Max Factor, motivando-o a abrir sua

loja em 19041.

Shiseido (1906), Dorine (1910), Creme Nívea (1911), Peggye Sage (1916), foram

algumas das marcas de cosméticos que fizeram a cabeça das mulheres da época e algumas

dessas marcas fazem até os dias atuais1.

A primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) que durou pouco mais de quatro anos

transformou o comportamento da sociedade européia. As mulheres acabam substituindo as

tarefas masculinas e com isso os cabelos ficam mais curtos e menos rebuscados. Uma nova

realidade surgiu, e agora a mulher trabalhava e ganhava seu próprio dinheiro, aquela

fragilidade que existia no começo do século começou a perder espaço1.

Helena Rubinstein Elizabeth Arden

http://www.art.com Acesso em: 18/09/11 10:10hs http://www.pocanticohills.org Acesso em: 18/09/11 10:25hs

Max Factor Gibson Girl

http://www.perfumeprojects.com Acesso em:18/09/11 9:40hs http://fash224.tripod.com Acesso em: 18/09/11 10:45hs

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2.2. Os Loucos Anos 20

Foi uma década marcante e de muitas transformações. As mulheres lutavam pelo

direito de um estatuto de igualdade. Ficou conhecido como os “loucos anos 20”. O uso dos

produtos de maquiagem foi reavaliado transformando o uso da maquiagem em uma mania

mundial e fazendo com que as indústrias cosméticas progredissem cada vez mais4.

Para evidenciar uma nova personalidade os olhos começavam a ser maquiados,

mostrando uma nova visão do mundo. Segundo Molinos5 as bocas femininas tomaram a

forma de um coração deixando os cantos da boca sem cor, nos olhos sombras preta e muito

rímel à face recebia exageradamente o ruge e claro finalizando com o pó1.

Coco Chanel, uma grande e criativa estilista da época cortou os cabelos bem curtos

com talhe reto e franja, causando uma revolução entre as mulheres e em uma sociedade

inteira1. A intenção era parecer-se com a figura masculina, os cabelos eram apresentados nas

revistas, puxados para trás, com brilhantina e uma nuca quase raspada2.

Querendo um visual mais natural e cansadas dos artifícios, as mulheres deixavam

revelar o volume natural dos fios. Muitos acessórios foram usados para enfeitar os cabelos, as

faixas, toucas de crochê, à noite as mulheres enriqueciam seus adornos com uso de fitas de

veludo ou de seda, com pedras e penas coloridas, broches. Os cabelos ondulados e longos e os

presos não saíram totalmente de moda3.

A musa do cinema Louise Brooks também foi outra que adotou o cabelo à garçonne

corte reto e a franja, inspirado na mulher retratada no livro La Garçonne, um romance que

trazia uma mulher que usava cabelos curtos e fumava em público. Ela retratava esse ideal não

só nas telas, mas também na vida real2. Clara Bow que fazia o gênero “louquinha” de ar

inocente também foi outro acontecimento. Foi muito imitada no quesito maquiagem e

penteado. O que era usado nos cinemas ditava a tendência das ruas1.

Faux2 et alii relata uma novidade que apesar do preço e da dificuldade do uso causaria

grande entusiasmo foi o primeiro curvador de cílios, o Kurlash. Max Factor cria em 1928 o

primeiro gloss labial.

A crise de 1929, também conhecida como a Grande Depressão trouxe além dos

problemas financeiros a escassez dos produtos de embelezamento, já que pó-de-arroz, ruge e

batom em geral vinham de fora. As brasileiras aderiram ao rímel e ruge forte1.

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Clara Bow Louise Brooks

http://misslittlecherry.wordpress.com Acesso em: 18/09/11 11:25hs http://www.divatododia.com Acesso em 18/09/11 12:10hs

Coco Chanel

http://chungkitblog.wordpress.com Acesso em: 18)09/11 11:05hs

2.3. 1930 Anos de Glamour e Crise Financeira

O ano de 1930 iniciou-se com a crise financeira causada pela queda da Bolsa de

Valores de Nova York, mas na contramão da crise a moda transmitia luxo, sofisticação e

esplendor6.

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Segundo Faux2 et alii no seu livro “Beleza do século” o referencial de beleza da época

foi Greta Garbo e Marlene Dietrich. A grande atração era o olhar com sombras escuras

acentuando o côncavo da pálpebra superior para um olhar melancólico, cílios curvados e com

muito rímel, sobrancelhas depiladas e redesenhadas ou a lápis ou tingidas. O blush era bege

ou castanho bem claro. Lops4 comenta que o batom vermelho forte permanece nos lábios.

Max Factor apresenta o pancake que teve sucesso imediato, a partir de então imperfeições não

existiam mais para as atrizes, a pele de pêssego era rapidamente conseguida com o uso dessa

base compacta cremosa1.

As atrizes de cinema ditavam a moda dos cabelos curtos, mas modelados, ondulados,

penteados, tudo era harmônico1. Contudo Marques

3 diz que os cabelos longos voltaram a ser

usados, mas de forma moderada, pois ainda predominava o estilo mais curto. O repartido

podia ser no meio ou na lateral, ambos bem definidos, e as ondas voltaram com tudo.

Turbantes e chapéus complementavam o visual, foi nessa década também que as mulheres

resolveram arriscar outras cores para os cabelos, a cor mais procurada foi o loiro à la Marlene

Dietrich.

Surge em 1932 a Revlon, empresa que é conhecida até hoje e tem uma infinidade de

produtos de beleza1.

Greta Garbo Marlene Dietrich

http://www.garboforever.com Acesso em: 18/09/11 13:40hs http://www.google.com.br Acesso em: 18/09/11 13:25hs

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Joan Crawford – Antes e Depois do Pancake

http://www.google.com Acesso em: 18/09/11 13:15hs

2.4. Anos 1940 – A Moda em Tempos de Guerra

Vita1 e Braga

6 citam em suas obras que o começo dessa década foi marcado pela

Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) que estava acontecendo e que perduraria até 1945.

Mudanças no comportamento foram fatais, como já tinha acontecido no período da guerra

anterior. Vita1 prossegue informando ainda que com a guerra veio não somente a falta de

produtos de beleza como também o racionamento, a dificuldade em conseguir um produto de

beleza era grande e a única solução era o mercado negro o que acabava elevando

significativamente o custo do mesmo.

Molinos5 afirma que os padrões de beleza clássica foram resgatados, linhas perfeitas,

bom gosto e refinamento eram valorizados. Cílios postiços, batom delineado e pancake na

preparação da pele. Neste momento o tom do batom, das sombras e pós combinavam melhor

com cada tipo de pele, a maquiagem ficou individual e não era mais a mesma para todas. O

pancake e o ruge apresentavam várias tonalidades1.

Verônica Lake com seus longos cabelos loiros divididos na lateral e deixando uma

mecha cobrindo metade do seu rosto, foi imitada loucamente por todas as classes sociais. Isso

causaria um problema para operárias já que essa mecha poderia entrar nas engrenagens das

máquinas causando grandes acidentes, levando as fábricas proibirem o penteado Verônica

Lake e a obrigatoriedade do cabelo preso com redinhas. Mais tarde a rede virou moda, já que

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as operárias com pressa acabavam indo embora com elas, foi a primeira vez que a moda saiu

da classe menos favorecida para a elite, com diferença que as mulheres da elite usavam redes

douradas ou prateadas, bordadas com pérolas ou flores, enquanto as operárias usavam redes

pretas. Os cabelos da época eram compostos por ondas, enchimentos, coques, chapéus e

turbantes. Não foram só os penteados presos que caracterizaram essa época, os cabelos soltos

também fora adotado1. Muitos meios de embelezamento não ficaram acessíveis durante o

conflito e os cabelos longos foram uma maneira de mostrar feminilidade2.

As pin-ups surgiram em meio a guerra e Betty Grable foi a mais popular entre todas,

elas serviam meio que para compensar as frustrações do momento que estavam passando2.

Ainda segundo Faux2

et alii New York Times em 1941 relatou que nos EUA vinte

milhões de dólares eram vendidos em batons, isso frisando que estavam em meio a uma

guerra e essa cifra aumentaria ao longo de toda guerra. As enfermeiras não deixavam o

submarino sem antes passar ou retocar o batom.

Verônica Lake

http://itsmonter.blogspot.com Acesso em: 18/09/11 14:35hs

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Betty Grable - Pin up

http://www.google.com.br Acesso em: 18/09/11 14:05hs

2.5. 1950 – Anos Dourados

Para Faux2 et alii os anos posteriores a guerra foram de incertezas e reconstrução.

Foram anos de elegância e de resgate dos valores conservadores.

Cita ainda a autora que as cores da maquiagem seguiam as cores das roupas, assim

como antes da guerra, o que não era bem aceito pelos maquiadores de Hollywood. A pele era

pálida e os lábios intensos, o olhar era modelado por sombra nas pálpebras, rímel e

especialmente delineador, sem esquecer o lápis de sobrancelha, o que estava na moda era o

oposto do olhar fatal. Pó de arroz era usado em casa enquanto o pó compacto ficava sempre

nas bolsas, para uso emergencial.

Segundo Vita1

os cabelos nesta década eram curtos inspirados nas musas do cinema e

não eram mais o foco da sensualidade, podiam ser ruivas, morenas ou platinadas, mas sempre

ondulados.

A autora acima menciona ainda que sensualidade e feminilidade eram os trunfos usados

pelas mulheres, que eram divididas em dois padrões de estilos: as boazinhas (ingênuas) e

destruidoras de lares (fatais). Entre as atrizes esses estereótipos começavam a aparecer

evidentemente

Faux2 et alii diz que Grace Kelly e Audrey Hepburn apareciam entre as ingênuas e suas

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armas eram a naturalidade os cabelos emolduravam o rosto, sobrancelhas naturais levemente

sublinhadas e os lábios claros. Grace Kelly cria o estilo loura chique. Já o oposto delas são

Ava Gardner e Rita Hayworth sendo elas as belezas consideradas fatais. Junto com esses dois

estereótipos teríamos ainda a união de Marilyn Monroe com a mistura perfeita de ingenuidade

e inocência com sensualidade e erotismo ela seria o símbolo sexual de uma década juntamente

com Brigitte Bardot.

A mesma autora revela que a maquiagem de Marilyn era resultado de três horas de

trabalho, tudo era bem estudado era mais natural, porém mais sedutora usava de todos os

artifícios disponíveis base, pó, rímel, sombra, cílios postiços, delineador e batom com um

toque de vaselina para deixar os lábios volumosos. Brigitte Bardot tinha um ar inocente, usava

rabo de cavalo, franja e os olhos sempre muito marcados1.

Chega ao mercado no fim da década mais uma das invenções de Max Factor, o

delineador líquido1

Em 1957 em busca da beleza as mulheres, sobretudo as que trabalhavam gastaram

quatro bilhões de dólares com seu ritual de embelezamento2. As marcas de cosméticos

famosas como Max Factor, Helena Rubinstein, Elizabeth Arden chegavam a terras brasileiras

nessa época4.

Brigitte Bardot

http://www.mariarodryguezmoda.net/ Acesso em: 19/09/11 9:30hs

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Marilyn Monroe Audrey Hepburn

http://vainchic.com/marilyn-monroe-reincarnated/ Acesso em: 19/09/11 9:45hs http://latidasdafifi.blogspot.com Acesso em: 19/09/1 10:10hs

2.6. Os Agitados Anos 1960

Os anos de 1960 foram marcados pela adaptação aos novos tempos, já que tiveram

grandes mudanças com a manifestação da juventude6.

Essa foi a década da revolução comportamental, os jovens nascidos durante ou após a

Segunda Guerra Mundial, já não se prendiam a opiniões antigas e traziam com eles o frescor

de novas idéias, sinal que a geração anterior já demonstrava1. A autora prossegue dizendo é

impossível não citar a celebre frase que sempre remete aos anos 60 “sexo, droga e rock’n

roll”. A transformação da moda foi enorme, surgiram várias tendências que podiam ser

escolhidas, não existia mais um padrão e o que podia ser visto na escolha do penteado e da

maquiagem refletia o comportamento de cada um.

Chamado de “Swinging Sixties” os anos 60 tinha uma maquiagem mais liberal. Os

olhos marcados era o foco, os batons vermelhos deixados de lado e substituídos pelos bem

claros ou mesmo brancos, maquiagem era indispensável4. Molinos

5 concorda e acrescenta na

era espacial, para contrastar com os olhos pesados, delineados e com muito rímel as cores da

maquiagem eram luminosas. Faux2 et alii complementa a maquiagem convencional,

comportada começou a perder espaço na moda, para as mulheres desse período o importante

era a maquiagem dos olhos que era acompanhada de muito lápis preto, sombra, cílios e

delineador, tudo que valorizava os olhos era bem aceito. O olho devia ser além de grande,

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negro.

O ícone dessa geração foi a modelo Twiggy. Outra que chamava atenção pela

elegância foi a primeira dama dos Estados Unidos, Jacqueline Bouvier Kennedy com seus

chapéus e penteados que foram muito copiados por mulheres de todo o mundo1.

Os cabelos longos eram os preferidos, apesar do modismo e variedade da época, mas

não era raridade encontrar mulheres com os cabelos de Twiggy, ou seja, curtíssimos3. Os

penteados altos predominavam nas cabeças femininas. Para segurar os coques geralmente

enormes, conseguidos muitas vezes com ajuda de um aplique ou enchimento estofado ou até

mesmo com esponja de aço esse último trazia muito incômodo, pois causava coceiras, era

necessário o uso de muito laquê. Outro estilo de cabelo muito usado também era o “gatinho”,

as pontas dos cabelos eram penteadas para cima, era bem armado e com muito laquê1.

No final da década surgiu o movimento hippie e começou a se fortalecer se estendendo

até os anos 1970. A juventude adotou o estilo e as maquiagens psicodélicas de cores vivas.

Influenciariam novas imagens de beleza2. A maquiagem fazia mais o estilo “esfumada”.

Saíam de cena os penteados duros de laquê1.

A marca Clinique surgiu em 1968, lançando seus produtos de cuidados com a pele como

limpeza, tonificação e hidratação, com uma novidade para a época, a preocupação dos tipos

de pele existentes e as necessidades de cada uma1.

Jaqueline Kennedy

http://souffle.com.br Acesso em: 19/09/11 10:55hs

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Twiggy

http://lojatress.blogspot.com Acesso em: 19/09/11 10:40hs

2.7. Anos 1970 – É Proibido Proibir

A década começou com a referência da moda Hippie, que já havia iniciado em

meados da segunda metade dos anos de 19606. Surgiram vários estilos, os hippies tiveram

uma influência nos cabelos e maneira de se maquiar. Os black power independente de raça ou

cor da pele adotaram o visual afro de cabelos armados e com bastante volume. Os punks

chocavam com os cortes de cabelos repicados e maquiagem preta nos olhos1.

Marques3 cita que na década do proibido proibir o corte em camadas foi um dos mais

usados e copiados. Cabelos aos ventos, soltos e bagunçados. A beleza dessa década foi

explosiva e a mulher que melhor representava esse ideal era Farrah Fawcett2. Fez de seu

penteado uma de suas marcas registradas, sendo imitada por muitas mulheres tanto no corte

quanto nas luzes1. Os cabelos de Fawcett estavam assegurados em 125 mil dólares

2.

Molinos5 afirma que o rosto da mulher do momento parecia natural, mas na verdade

tudo era calculado. A maquiagem deveria ser mais leve, ágil. Triunfou a transparência,

sumiram-se os contornos, na pele nada de bases em bastão, nada pesado, usava-se quase tudo

cremoso. Vita1 informa ainda que os cílios postiços pesados perderam espaço, a maquiagem

ainda tinha uma pitada da década anterior apesar de aos poucos estar sofrendo modificações.

A força do natural look fez as mulheres buscarem uma aparência mais discreta, entraram em

cena as sombras claras, rosadas e translúcidas deixando de lado as sombras pesadas, o uso do

rímel era sem exagero e os blushes mais atenuados, os cabelos soltos e naturais. Isso durante o

dia, já que a noite as mulheres se permitiam uma maior extravagância na maquiagem usando

nos olhos muito rímel, delineador preto e sombras brilhantes, na boca batom vermelho e

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brilho labial, os cabelos esvoaçantes.

Conforme Lops4 as pessoas começavam a notar que a ansiedade, nervosismo o estresse

podiam influenciar na aparência da pele, com isso o uso de técnicas de relaxamento tanto para

pele como para o corpo era cada vez mais difundida e usada. Vita1 comenta que foi nessa

época, mas precisamente no ano de 1976 em Londres que a Body Shop foi inaugurada, tendo

como referencial dos seus produtos o natural look. Não usavam animais para testes e seus

produtos eram todos naturais. É o tipo de loja que hoje chamamos de “politicamente correta”.

Tem a mesma política até os dias atuais e hoje essa loja faz parte do grupo L’Oreal.

No Brasil Dancing Days, uma novela de Gilberto Braga fez muito sucesso trazendo

referências novas, a TV ficou mais próxima e começou a ditar tendências deixando o cinema

de ser a principal referência1.

Punks Hippies

http://personicaclub.blogspot.com Acesso em: 19//09/11 11:25hs http://sintonizandomoda.blogspot.com Acesso em: 19/09/11 11:40hs

Farrah Fawcett

http://www.eonline.com Acesso em: 19/09/11 11:10hs

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2.8. A Era do Exagero – Anos 1980

Exagero e ostentação, os anos de 1980 foi o período em que a beleza virou uma

competição, as mulheres queriam ser diferentes umas das outras. Brilho, luxo e sofisticação

eram o que as mulheres almejavam. Nesta época o estilo hippie chegou ao fim4.

Cabelos desfiados, soltos e compridos e muitas cores na maquiagem eram o hit do

momento. O cabelo molhado com gel e mousse também fazia sucesso1. Os cabelos lisos não

eram tão aparatosos, mas também não saíram de moda, porém a coqueluche do momento

eram os permanentes que estavam associados ao poder, admiração, sensualidade e presença

notável. O rabo de cavalo era ondulado, esticado e arrumadinho na frente, preso de lado era

outro penteado muito usado3.

Madonna foi o grande referencial da década, Faux2 et alii cita em seu livro:

“tudo é demais nela... E é perfeito!” nada a intimidava, olhos pintados, cabelos louros de

raízes pretas, ela triunfava.

Vita1 cita ainda a princesa Diana como outro referencial, que foi imitada no seu corte

de cabelo em todo o mundo

Surgiu o pó bronzeador, com objetivo de deixar a pele com boa aparência, mesmo no

inverno. Um pouco mais tarde, outra novidade surgiu, os Météorites, um multicolorido de

bolinhas misturadas para finalizar a maquiagem, todos esses produtos lançados pela

Guerlain2.

A cirurgia plástica começou a ter sua ascensão nesse período2.

Lops4 referencia Elizabeth Arden como criadora, em 1983 de um batom que durava

mais tempo nos lábios A marca Helena Rubinstein agora pertencia à L’Oreal2.

Madonna Princesa Diana

http://www.midiatico.com Acesso em: 20/09/11 13:25hs http://garotasbatom.blogspot.com Acesso em: 20/09/11 13:40hs

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2.9. Anos 1990 – Mix do Passado

Para Molinos5 a última década do século XX trouxe um mix do passado, mas com um

olhar mais conhecedor. Vita1 afirma que este foi um período de muitas mudanças, as

tendências desapareciam na mesma velocidade que chegavam, e as pessoas estavam buscando

mais por sua personalidade.

As tribos urbanas eram identificadas facilmente: patricinhas, mauricinhos, cults,

clubbers, punks, surfistas, góticos, roqueiros, cada um com sua identidade sem tentar impor

este ou aquele padrão. E é essa a grande marca dessa década, a diversidade de estilos

convivendo em conjunto1.

Faux2 et alii menciona Cindy Crawford, Naomi Campell e Kate Moss como as

representações da beleza do início dos anos.

Ainda conforme a mesma autora depois do exagero dos anos anteriores agora tudo se

resumia ao minimalismo. A pele trazia a aparência de hidratada, a maquiagem era

imperceptível, a boca também se incluía na linha da descrição. A maquiagem mostrou uma

tendência natural sofisticada.

Os permanentes ainda eram os queridinhos no início da década, mas isso começaria a

mudar quando os cabelos lisos ganharam espaço e importância no caminhar dos anos. Tudo

era permitido, desde a escolha do corte até a cor do cabelo, então o que parecia ser um

processo simples na verdade se tornou complicado. Exigia, além de autoconhecimento, certa

dose de sensibilidade e de descobrimento da beleza e o que a ressaltava. As mulheres

precisavam descobrir o seu próprio estilo. Contudo, apesar da imensa variedade e liberdade de

escolha teve um corte de cabelo muito copiado que foi o de Rachel personagem vivida por

Jennifer Aniston no seriado Friends3.

A cirurgia plástica e os cremes redutores de rugas ganharam destaque. Só a

maquiagem já não foi o suficiente para a busca da perfeição. Os homens começaram a

demonstrar um interesse pelo embelezamento, mais que em décadas passadas. A venda de

cosmético no Brasil esteve em ascensão, prova disso foi o sucesso das feiras de beleza e

cosmética, mostrando competitividade e tecnologia1.

Com pele translúcida, olhar acentuado com auxilio de rímel, boca vermelha opaca e

cabelos degradê louro, surgiu Carolyn Bessete Kennedy, considerada ícone chique do

momento2. Gisele Bundchen, Jennifer Lopez e Christina Aguilera eram os ícones da época

4.

Conforme Faux2 et alii nos anos da beleza on line com lançamentos mundiais, tudo

que era ímpar foi muito bem recebido, ficar belo não tinha preço. No fim do século tudo

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pareceu permitido, o modismo não foi bem aceito, a imposição perdeu efeito e deu passagem

ao estilo e personalidade.

Gisele Bundchen

http://www.bemresolvida.com.br Acesso em: 21/09/11 15:20hs

Jennifer Lopez Jennifer Aniston como a personagem Rachel

http://aovelhacolorida.blogspot.com Acesso em: 21/09/11 15:35hs http://blog.revistacabelos.com.br Acesso em: 21/09/11 15:30hs

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2.10. 2001 até os dias atuais – O Novo Século

O novo século começou com o atentado terrorista de 11 de setembro nos Estados

Unidos, e assim como já acontecera em décadas do século passado, houve toda uma

transformação da sociedade. Notamos o resgate da feminilidade, as cores quentes apareceram,

a maquiagem com várias opções está mais colorida. Nada mais é obrigatório e muito menos

constante. A beleza de agora é mais democrática, as pessoas em busca da felicidade, querem

ser diferentes e com isso afloram a vaidade, o individualismo, buscando suas referências e

com elas modificam o que for necessário para sentirem-se bem, querem ser bonitas para si

mesmas, muito mais que para os outros1. Para Lops

4 a beleza anda de mãos dadas com a

saúde, que é refletida na aparência.

Os cabelos recebem tons contrastantes, negros por baixo e platinados por cima1. Se o

cabelo loiro sempre esteve associado a poder de sedução e sensualidade, os cabelos lisos,

desejo das mulheres atualmente proporcionam status. Apesar do modismo, a liberdade de

escolha é o ponto positivo dessa época e os padrões de rigidez são os opostos do início do

século passado3.

Segundo as autoras Alves7 e Rolon

8 nos dias de hoje a moda traz a tendência do color

block muito forte e aposta ainda no hippie chic. Na maquiagem pele com aspecto natural,

lábios em tons de laranja, coral, rosa, vermelho e nude, ou ainda o gloss. Olhos em tons

cítricos, turquesa, rosa com a maquiagem bem esfumada, o delineador no estilo “gatinho”

também é aposta certeira. O uso do dourado nas sombras e nos bronzer e até mesmo nos

lábios das mais ousadas. Nos cabelos coque baixo podendo ser acompanhado por tranças,

rabo de cavalo com muita textura, ondas grandes e suaves, efeito molhado, desalinhado e

franja.

O que fica certo, é que a história da beleza provavelmente não terá fim, já que a busca

pela mesma é permanente1.

3. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva, onde os fatos ou situações são observados, analisados

e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles, ou seja, os fenômenos são estudados,

mas não são manipulados pelo pesquisador.

Para elaboração da pesquisa documental qualitativa, foram levantadas referências teóricas

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através de obras sobre a história do cabelo e maquiagem, estudo das décadas do século XX,

somados a leituras sobre visagismo, moda, comportamento social e outras informações que se

mostraram necessárias no decorrer do projeto, sempre analisando e cruzando os assuntos para

uma maior abrangência de informações.

As tendências atuais não estão contempladas em referenciais literários, por esse motivo

este referencial foi buscado em editoriais de moda, websites confiáveis, que mostram as

próximas tendências e releituras, que serão utilizadas nas estações vindouras.

4. DISCUSSÃO

É notável o ciclo repetitivo desde o começo da história até os dias atuais. Conseguiu-se

identificar que muitas vezes foi feito um resgate, uma releitura do que mais chamou atenção

em determinadas décadas e modificada com o toque atual, trazendo a contemporaneidade do

momento.

As apostas de estilos trazem referência de muitas décadas, porém para a próxima estação

pode-se observar que a década de 1970 e 1980 foi predominante para a próxima coleção.

O Color block, a mistura de cores fortes, muito usado na década de 1980, é tendência certa

para a próxima estação. A era Disco e a aposta no hippie chic dos anos 1970 com materiais

como crochê, cortiça, corda de juta e couros rústicos. Na maquiagem a pele deve ser

iluminada, ter um aspecto natural assim como nos anos 70 e começo dos anos 90, onde a

beleza se encontrava na pele hidratada e iluminada. Nos lábios os tons de laranja, coral, rosa e

vermelho, trazendo a proposta da boca tudo muito usado nos anos 1950, onde apesar do

delineador nos olhos, o foco eram mesmo os lábios. O batom nude marca presença deixando o

look mais natural, como já tinha acontecido na década de 60 e 90 quando os batons escuros

foram deixados de lado. O gloss também vai ter seu espaço.

Os olhos coloridos com tons cítricos, passando ainda pelo turquesa e rosa, remetem muito

a época do exagerado anos 1980 onde as cores prevaleciam. Delineador gatinho lembra os

anos dourados de Brigitte Bardot e Marylin Monroe, as sombras esfumadas como adotadas

nos anos de 1920 e 1960. O dourado trazendo o brilho luxuoso aparece nas sombras, e nos

bronzer muito usados nos verão, deixando a pele com boa aparência nos remetendo aos anos

80.

Quanto aos penteados o coque baixo de 1940, rabos de cavalo e franja muito usados por

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Brigitte Bardot nos anos 50, só que agora sem volume e baixos, e a franja podendo ser

dividida na lateral, ondulada ou lisa, o efeito molhado da década de 20 e 80, as ondas que

sempre foram moda até os anos 80 e o desalinhado remetendo o estilo de cabelo a vontade

usado nos anos 70.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da pesquisa feita sobre a história e cruzando com as informações sobre

tendências atuais, identificando a referência de cada época fica evidente que hoje usa-se tudo

que já foi usado, acrescentando estilo próprio e contemporaneidade, fazendo assim uma

releitura.

As transformações sociais também demonstraram grande influência sobre a moda, e

fica claro que o conhecimento da evolução do cabelo e da maquiagem é relevante para a

qualificação do tecnólogo em estética e imagem pessoal que tenha interesse nesta área de

atuação. Moda é transitória, cíclica, repetitiva, tudo varia de acordo com o momento, como

aconteceu até a metade do século, onde apenas um modelo de beleza era adotado por década,

isso mudou somente em 1960, perdurando até os dias de hoje.

Nos dias atuais todas as décadas se misturam, contando a história da beleza através

dos tempos, hoje a beleza é plural e se definem individualmente.

6. REFERÊNCIAS

1. VITA, Ana Carlota R. História da maquiagem, da cosmética e do pentado: em busca da

perfeição. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2008.

2. FAUX, Dorothy; CHACHINE, Nathalie; JAZDZEWAKI, Catharine. Beleza do Século.

São Paulo: Cosac Naify, 2000.

pg 90; pg 199

3. MARQUES, Silvia. Historia do Penteado. São Paulo: Matrix, 2009.

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4. LOPS, Giulia. A História da Maquiagem. São Paulo: Editora GBL, 2009. Disponível

em:<http://issuu.com/giulialops/docs/historiadamaquaigem#download> Acesso em 20 Jun.

2011.

5. MOLINOS, Duda. Maquiagem Duda Molinos. 10°ed. Editora Senac, 2009.

6. BRAGA, João. História da Moda. 7°ed. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2007.

7. ALVES, Ana Carolina. Balanço da Temporada Verão 2012: tendências de Cabelo, Jun

2011. Disponível em:

http://www.portaisdamoda.com.br/noticiaInt~id~23559~n~tendencias+cabelo+e+maq

uiagem+verao+2012+fashion+rio+e+fashion+business+.htm. Acesso em 17/10/11

8. ROLON, Camila. Tendências Cabelo e Maquiagem Verão 2012- Fashion Rio e Fashion

Business, Jun 2011. Disponível em: http://mdemulher.abril.com.br/blogs/fashion-

rio/cabelo/balanco-da-temporada-verao-2012-tendencias-de-cabelos. Acesso em: 17/10/11

9. UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ. Normas Técnicas: elaboração e apresentação

de trabalho acadêmico-científico / Universidade Tuiuti do Paraná. 2ª ed. Curitiba: UTP,

2006.

10. Andrade MM. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. 6ª ed. São Paulo:

Atlas, 2003.