a evolução dos arquivos

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A EVOLUÇÃO DOS ARQUIVOS E O ACESSO A INFORMAÇÃO Desde os primórdios da humanidade aos documentos é dada a mesma função, isto é inegável: a sua responsabilidade de registrar e fornecer acesso ao conhecimento. Mesmo que, no começo das civilizações era restrito a um seleto grupo de pessoas. A questão do poder sobre o conhecimento vem desde o século XII, durante a idade média, quando prevalecia à ideia de vida privada e de Estado como Propriedade, onde apenas quem tinha o poder (soberania) poderia criar arquivos – os arquivos eclesiásticos, lugares onde apenas funcionários especializados preservam os registros antigos e praticam ações de registros em livros, chamadas de chancelarias. Os primeiros registros de que se tem conhecimento, a cerca do 4º milênio a.C., são os arquivos das civilizações pré-clássicas, especialmente Nilo e Mesopotâmia. A criação do primeiro arquivo do mundo de fato foi em 460 a.C na Atenas, definido epistemologicamente por “Archeion” pelas civilizações Greco-romanas, dando início a ideia de “proveniência dos fundos”. Nesse período surgem os arquivos dos municípios e os arquivos privados e começa a desenvolver o conceito de Arquivo Público. Posteriormente, com a caída do Império Romano desaparece o complexo administrativo desenvolvido, e passa a valer a noção de Propriedade, característica da Idade Medieval. Somente no século XVI Idade Moderna recomeça o desenvolvimento do conceito de arquivos públicos. Nesse período, surgem os primeiros Arquivos de Estado: Arquivo de Simancas (1540), Arquivo Secreto do Vaticano (1611), Arquivo das Índias (1788). Na época contemporânea, a partir de 1789, após a Revolução Francesa se estabelece o conceito de Estado de Direito: os arquivos passam a ser considerados como garantia dos direitos dos cidadãos e da jurisprudência da atuação dos Estados. Há um fato importante a considerar no contexto arquivístico em 1789: a criação dos ArchivesNacionales Franceses”, que, em 1841, define suas normas para organização dos fundos de arquivo. É notório explicitar ainda, que durante o século XIX e inicio do século XX, os arquivos, mais estritamente ligados à paleografia e diplomática, são analisados como gestores da memória do passado. Somente meados do século XX houve a consolidação dos conceitos e funções de Arquivo.

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A Evolução Dos Arquivos e o Acesso a Informação.

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A EVOLUÇÃO DOS ARQUIVOS E O ACESSO A INFORMAÇÃO

Desde os primórdios da humanidade aos documentos é dada a mesma função, isto é inegável: a sua responsabilidade de registrar e fornecer acesso ao conhecimento. Mesmo que, no começo das civilizações era restrito a um seleto grupo de pessoas. A questão do poder sobre o conhecimento vem desde o século XII, durante a idade média, quando prevalecia à ideia de vida privada e de Estado como Propriedade, onde apenas quem tinha o poder (soberania) poderia criar arquivos – os arquivos eclesiásticos, lugares onde apenas funcionários especializados preservam os registros antigos e praticam ações de registros em livros, chamadas de chancelarias.

Os primeiros registros de que se tem conhecimento, a cerca do 4º milênio a.C., são os arquivos das civilizações pré-clássicas, especialmente Nilo e Mesopotâmia.

A criação do primeiro arquivo do mundo de fato foi em 460 a.C na Atenas, definido epistemologicamente por “Archeion” pelas civilizações Greco-romanas, dando início a ideia de “proveniência dos fundos”. Nesse período surgem os arquivos dos municípios e os arquivos privados e começa a desenvolver o conceito de Arquivo Público. Posteriormente, com a caída do Império Romano desaparece o complexo administrativo desenvolvido, e passa a valer a noção de Propriedade, característica da Idade Medieval.

Somente no século XVI – Idade Moderna – recomeça o desenvolvimento do conceito de arquivos públicos. Nesse período, surgem os primeiros Arquivos de Estado: Arquivo de Simancas (1540), Arquivo Secreto do Vaticano (1611), Arquivo das Índias (1788).

Na época contemporânea, a partir de 1789, após a Revolução Francesa se estabelece o conceito de Estado de Direito: os arquivos passam a ser considerados como garantia dos direitos dos cidadãos e da jurisprudência da atuação dos Estados. Há um fato importante a considerar no contexto arquivístico em 1789: a criação dos “ArchivesNacionales Franceses”, que, em 1841, define suas normas para organização dos fundos de arquivo. É notório explicitar ainda, que durante o século XIX e inicio do século XX, os arquivos, mais estritamente ligados à paleografia e diplomática, são analisados como gestores da memória do passado. Somente meados do século XX houve a consolidação dos conceitos e funções de Arquivo.