a evolução do grafismo e a escrita alfabética

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G A E Es na c Fora Ensi livre prim traba O fruto siste instr 1 Facu CON A UN A GRA A CR A EVOLU EM CRIAN sse trabalh idade de S am selecion no Fundam es e outra meiras tent alhos. desenvolv o apenas d ema de re rumento de uldade de Educ NGRESSO IN NICIDADE D A EV AFIS ALF RIAN S UÇÃO DO NÇAS DE ho é fruto d São Paulo O nados e cole mental, e a as express tativas de vimento do do treinam presentaçã e comunica cação PUC‐SP. v NTERNACIO DO CONHEC VOL SMO FAB NÇA SEIS Maria An O GRAFI E DOIS A das observa O estudo fo etados dive alunos da f sões gráfic produção o grafismo mento espe ão que cul ação e expre vivimart@uol ONAL CIMENTO LUÇ O E A ÉTI AS D S AN nita Viviani SMO E A A SEIS AN ações realiz oi realizad ersos tipos aixa etária cas produ da escrita infantil nã ecífico. Ele lmina com essão. l.com.br ÇÃO A E ICA DE D NOS i Martins 1 A ESCRIT NOS. zadas em al o no decor de desenh a entre 2 e zidas pela a alfabética ão deve se e é um pro m a produç CIE Ce Edu O DO SCR A EM DOIS S TA ALFA lunos de Ed rrer do an ho de aluno e 6 anos. F as crianças a. Foram r mais con ocesso de ção da esc EP ntro de Inve ucação e Ps O RITA M S A ABÉTICA ducação In o escolar 2 os da 1ª sér oram traba s, inclusiv analisados nsiderado c construçã crita como estigação em sicologia A A fantil 2006. rie do alhos ve as 116 como ão do o um m

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Page 1: a evolução do grafismo e a escrita alfabética

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MARTINS, M. (2007) A evolução do grafismo e a escrita alfabética em crianças de dois a  seis  anos.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A  Unicidade  do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

 

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De  acordo  com  os  estudos  realizados  pelos  pesquisadores  como  Ferreiro (1999),  Mèredieu  (1994),  Derdyk  (1989),  Greig  (2004),  e  outros,  nenhuma  das produções  infantis  pode  ser  considerada uma  atividade  sensório‐motora  apenas, descomprometida  e  ininteligível,  pois  todas  elas  desempenham  a  função  de  um registro, expressam a necessidade de comunicação dos sujeitos que as realizam. É através  dessas  produções  que  a  criança  estabelece  uma  relação  de  intercâmbio com o mundo que a cerca. Portanto, tanto o desenho quanto a produção da escrita devem  ser  consideradas  atividades  que,  além de  envolver  uma  operacionalidade prática, o manejo dos  instrumentos e matérias, envolve o uso de uma simbologia complexa  que  se  revela  por  meio  dos  signos  gráficos,  fruto  de  um  complexo exercício mental, emocional e intelectual.  

Várias  pesquisas  sugerem  a  existência  de  etapas  na  evolução  do  grafismo infantil.  Do  primeiro  encontro  da  criança  com  a  folha  de  papel  surge  garatuja, composta de dois componentes típicos: o gesto e o traço. O trabalho gerado dessa forma não possui, a princípio, nenhuma preocupação com a figuração, mas mesmo assim  podemos  encontrar  nele  a  intencionalidade,  o  conteúdo  e  as  significações simbólicas, ou seja, uma tentativa de representação.  

Segundo  Greig  (2004),  o  ato  de  rabiscar  passa  por  um  processo  de desenvolvimento  em  que  podemos  destacar  a  fase  dos  rabiscos  de  base:  o movimento circular e o movimento de vaivém e a fase de rabiscos compostos que darão  origem  ao  traço  circular  e  às  figuras  primarias.  A  passagem  do  gesto  ao traçado  se  faz primeiramente  sem nenhum  controle  visual,  a  intenção  ainda não está na  forma mas apenas no ato. Durante esse período de  rabiscos primitivos a produção da criança pode ser denominada como “marca”: marca‐contato e marca‐penetração.  É  aos  dois  anos  que  começa  o  controle  visual  do  traçado, primeiramente o controle do ponto de partida. A integração completa do olhar com os movimentos da mão e dos dedos conduz  “ao duplo  controle” que se  refere ao mesmo tempo a ponto de partida e a ponto de chegada, permitindo a realização do círculo  por  volta  de  três  anos  de  vida.  Nessa  etapa,  o  traçado  arremessado transforma‐se  em movimento  circular  caracterizado  pelas mudanças  bruscas  de direção  –  “pontos  de  reversão”.  As  produções  criadas  durante  esse  período denunciam  um  evidente  prazer  do  gesto  marcado  pela  auto‐aceleração  e  pela necessidade de repetição. Com isso, a repetição dos gestos ocasiona a produção de diferentes  resultados  descomprometidos  dos  de  figuração,  no  entanto,  à medida que  a  criança  faz  a  associação  de  gestos  e  traços,  ela  desenvolve  sua  atividade mental. 

Page 3: a evolução do grafismo e a escrita alfabética

MARa  seConh

____

Estambrabispor circude setraço

RTINS, M. (2is  anos.  In,hecimento. 

__________

Figur

sse desenhbém  traçadscos primitvolta  dos ular e rabisegurança eo tremulo e

2007) A evo,  V.  TrindaÉvora: Univ

__________

ra 1. Produçã

ho (Figura1dos  com  ativos ao estdois  anos, sco de vaive de afirmae incerto.  

Figura 2 – D

olução do grde,  N.  Trinversidade de

__________

ão gráfica da c

1) caracterangulação  dtabelecimehá  a  matu

vém, cuja dação. O ges

Desenho do m

rafismo e andade  &  Ae Évora. 

__________3

criança de 1 a

iza‐se por de  uma  rento do vaivuração  pardistribuiçãosto gráfico 

monstro – cria

 escrita alfa.A.  Candeia

__________

ano e 11 mes

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ança de 2 ano

abética em as  (Orgs.). 

__________

ses – desenho

egulares, poe  marca  asos. Segundrabiscos  dda reflete u alguns mo

 

os e 6 meses 

crianças deA  Unicidad

__________

 

o livre 

ontilhados,a  passagemdo Greig (2de  base:  rauma assocomentos, c

e dois de  do 

____

, mas m  dos 004), bisco iação om o 

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MARTINS, M. (2007) A evolução do grafismo e a escrita alfabética em crianças de dois a  seis  anos.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A  Unicidade  do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

 

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Podemos perceber nessa produção (Figura 2) a presença do rabisco em vaivém e o surgimento dos traços verticais que anunciam a passagem do rabisco primitivo ao  rabisco  composto.  A  criança,  graças  a  uma  melhor  coordenação  viso‐motor, exercita  um maior  controle  sob  seus movimentos  com  o  lápis,  passando  para  o plano vertical. Esse desenho pode ser considerado um exemplo de surgimento da representação. A  criança é  capaz de antecipar o que vai desenhar e mantém seu propósito. Ela é igualmente capaz de explicar, através da oralidade, o que produziu, diferenciando esta produção de outras que realizou.  

Essa  e  outras  produções  dessa  criança  ainda  não  chegam  a  ser  caracterizada como desenhos, pois não são reconhecíveis por sua forma, ou seja, elas ainda não apresentam  traços  ou  características  do  objeto  –  modelo  ao  qual  ela  está  se reportando.  

Essa mesma criança, um mês depois, quando solicitada a produzir um desenho livre, limita‐se a produzir um mero rabisco circular coberto por um fuso (Figura 3), uma  composição  um  pouco  regressiva  com  relação  às  possibilidades  recém adquiridas. Mesmo assim,  a  criança  é  capaz de  explicar  o que desenhou  (“minha mãe  no  jardim”),  ou  seja,  o  seu  rabisco  exprime  uma  realidade,  possui  uma intencionalidade. Segundo Greig (2004), essas regressões fazem parte da dinâmica da progressão.  

Dois  meses  mais  tarde,  nossa  criança  desenha  uma  série  de  traços  verticais (Figura 4) entre os quais podemos perceber as primeiras efetivas figuras fechadas. Alguns dos traços verticais possuem um círculo nas suas extremidades – exemplos do aperfeiçoamento da motricidade fina. Essas figuras a criança denominou como vovô e vovó.  

Kellog (1969), no seu estudo sobre a natureza da garatuja, chegou à conclusão que aquelas que parecem  linhas  casuais, mais ou menos agregadas e produzidas durante o  segundo ano de vida,  são ao  contrário  enquadradas  em 20  tipos base, linha reta, espiral, ponto. Elas constituem um verdadeiro alfabeto gráfico pictórico que  servirá  de  base  para  a  representação  de  figuras  mais  complexas,  pessoas, edifícios e outros. 

O  próximo  passo  no  desenvolvimento  do  grafismo  é  o  de  transformação  do signo  indiferenciado  para  o  signo  diferenciado:  superação  dos  rabiscos  e  linhas características desta fase para chegar às figuras e às imagens e posteriormente aos signos  formais.  Essa  transformação  exige  um  salto  qualitativo  na  função psicológica ou formas de pensamento. 

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MARa  seConh

____

Dcrianformà  cri(Maros ra

RTINS, M. (2is  anos.  In,hecimento. 

__________

epois da  fança, podemma e a figuraiança a  exprtins, 2007abiscos circ

2007) A evo,  V.  TrindaÉvora: Univ

__________

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olução do grde,  N.  Trinversidade de

__________

atuja, devidar o surgimeira é uma mais  conscieomento o copredominâ

rafismo e andade  &  Ae Évora. 

__________5

Figura 3 

 

Figura 4 

do à maturmento de peconseqüênente  e maionjunto deância do cír

 escrita alfa.A.  Candeia

__________

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abética em as  (Orgs.). 

__________

 

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crianças deA  Unicidad

__________

 

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e dois de  do 

____

ra da são: a rmite ente.” stitui enção 

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MARa  seConh 

____

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A difer“vincverdmomdesamais

O pontdo cí

Esem  fseusdetadessmarc

RTINS, M. (2is  anos.  In,hecimento. 

__________

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ssa mesmaforma  de  c membros lhes: dois oes elementcam a entra

2007) A evo,  V.  TrindaÉvora: Univ

__________

progressãoatuto de foronomia, atr

Figu

se momentre os elemintenção  rsso para umo  acesso 

nto dos rabemoções e 

(Figura 6) aas pontas. Pm eficiência

a criança, doclássica  fige  “contineolhos, nariztos e a repada na figu

olução do grde,  N.  Trinversidade de

__________

o de sua aprma fechadribuindo a c

ura 5 – Desen

to, a criançentos e derepresentam grafismoà  figuraçã

biscos. Elesdos pensam

apresenta Podemos taa. 

ois meses mgura‐girino entes” de  sz, boca, duaresentaçãouração. 

rafismo e andade  &  Ae Évora. 

__________6

prendizageda, de corpocada signo 

nho de uma c

ça torna‐see verbalizarativa  e  aoo maduro.” ão  e  à  ess podem sementos.  

uma volta ambém ob

mais tarde,caracterizseu  rosto. Pas pernas eo no papel 

 escrita alfa.A.  Candeia

__________

m. Segundo de objetográfico um

criança de 3 a

capaz de er  a  sua proo  aperfeiço(Martins, 2crita  não er consider

às  linhas rservar as  t

, desenha sada  pelos Podemos oe dois braçodos três gr

abética em as  (Orgs.). 

__________

do Dedyk (1o, ganha imm sentido de

anos. 

estabelecerodução. Estoamento  d2007) É jusleva  necesrados forma

retas vertictentativas d

seu auto‐reaspectos  “observar  a os. É a comrafemas fun

crianças deA  Unicidad

__________

1989), o címportância. e permanê

r semelhanta verbalizda  forma, s lembrar nssariamentas de “desc

cais com alde “fecham

trato (Figu“irradianteintrodução

mbinação mndamentais

e dois de  do 

 

____

rculo Gera ncia.  

 

nças e zação, é  o neste te  ao carga 

lguns mento 

ura 7) s”  de o dos mental s que 

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MARa  seConh

____

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AlatingIsso 

RTINS, M. (2is  anos.  In,hecimento. 

__________

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2007) A evo,  V.  TrindaÉvora: Univ

__________

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ianças  consdade necesssegundo 

olução do grde,  N.  Trinversidade de

__________

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Figur

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rafismo e andade  &  Ae Évora. 

__________7

mesma crianç

ra 7 ‐ Auto‐re

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 escrita alfa.A.  Candeia

__________

a cinco mese

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abética em as  (Orgs.). 

__________

 

es mais tarde.

o  precocemchada com cisão  e  a 

crianças deA  Unicidad

__________

.  

mente,  anteum traço úconcepção

e dois de  do 

____

es  de único.   não 

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possuem o mesmo ritmo de desenvolvimento. Por essa razão,  fazendo análise do desenho  de  uma  criança  de  2,a11m  (Figura  8),  podemos  facilmente  perceber  a existência da figura‐girino com todos os detalhes presentes. A criança em questão não  possui  ainda  o  controle  duplo  necessário  para  traçar  um  círculo,  por  essa razão a sua criação organiza‐se em forma de um rabisco redondo, mais ou menos nítido,  completado  pelos  olhos  e  pelos  elementos  irradiantes  característicos  do tema.  

Nesse  caso  bastam  3  semanas  para  o  surgimento  de  outros  detalhes:  nariz, sobrancelhas, cabelos, mãos com alguns dedos e pernas com pés. (Figura 9) 

A atenção dedicada à formação da figura‐girino não elimina o desenvolvimento de outras  formas  e  outros  temas.  Este  é  o momento do  surgimento das  cruzes  e outras estruturas personalizadas. O domínio do quadrado é aplicado para a criação de  uma  casa  com  a  porta  e  as  janelas  representadas  por  pequenos  círculos  e cruzes. (Figura 10)  

Por volta dos 4 anos, a figura‐girino não é mais considerada uma representação satisfatória do corpo humano. A próxima etapa caracteriza‐se pela  introdução da figura  agregada  e  a  verticalização  da  figura  humana.  A  forma  agregada  pode também  ser  substituída  pelo  fechamento  do  eixo  vertical,  tomando  então  uma forma  mais  ou  menos  retangular  ou  trapezoidal  (Figura  11).  Aparece  a representação  do  sexo  visível  na  diferenciação  das  roupas:  vestido  para  as meninas  e  a  calça  para  o  menino.  Podemos  também  perceber  que  em  alguns momentos os membros tomam a espessura de seu traçado chamado de contorno duplo (os braços da primeira figura do desenho 11). 

 

Figura 8 

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Figura 9 

 

   

Figura 10. 

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Figura 11 

A verticalização da figura humana ocorre por volta dos 4 e 4 anos e meio assim podemos falar da figuração da cabeça e do corpo. Todavia, esse processo não pode ser  considerado  homogêneo  para  todas  as  crianças,  pois  cada  uma  delas  possui características próprias que podem suscitar a precocidade ou atraso gráfico.  

No processo de desenvolvimento do grafismo infantil, de acordo com o avanço da  idade,  a  criança  apresenta  uma  linguagem  própria  relacionada  com  a construção  do  seu  próprio  eu,  confrontado  com  suas  relações  sociais  e  seu cotidiano.  Podemos  perceber  que  as  crianças  da  faixa  etária  entre  4  e  7  anos, começam  a  vincular  os  seus  desenhos  com  o  mundo  exterior,  logo  começam  a desenhar  pessoas  e  coisas.  A  questão  de  proporção  nessas  produções  está relacionada aos significados que a criança atribui à figura representada, ou seja, a criança  desenha  de  acordo  com  suas  percepções  e  não  com  o  tamanho  real  dos objetos. 

A evolução do desenho do animal acompanha à da personagem. Ela começa com os  rabiscos  verbalizados  como  gato,  cachorro,  etc.,  passa  pela  etapa  da  figura  – girino,  em  razão  do  antropomorfismo  da  criança,  para  chegar  à  etapa  de horizontalização. Nessa etapa, nenhum detalhe pode faltar mais. Da mesma forma que  a  personagem  possui  um  rosto  com  olhos,  boca  e  cabelos,  e  todos  os  seus membros  representados,  para  o  animal,  o  antropomorfismo  humano  é definitivamente superado com o aumento dos elementos inclusos, em particular o focinho e as orelhas. (Figura 12) Podemos, igualmente, perceber o surgimento do tema da flor, com suas pétalas agregadas ao miolo e as folhas agregadas ao caule, o que implica um domínio gestual da forma inclusa.  

O  desenho  da  árvore  feito  por  uma  criança  de  4  anos  e meio  possui  tronco  e copa ‘cheia de frutas e flores’. Ao desenhar o homem amarrado no tronco, a criança 

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MARTINS, M. (2007) A evolução do grafismo e a escrita alfabética em crianças de dois a  seis  anos.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A  Unicidade  do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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nomeia o seu desenho como: ‘a seringueira’ e explica que ‘ele está colhendo o látex para  produzir  borracha’.  (Figura  13)  As  características  dessa  produção,  o  traço certo  e  seguro,  o  espaço  ocupado,  a  pressão  forte  e  marcante,  podem  sugerir liberdade do movimento, necessidade de espaço amplo para se mover, desejo de desenhar e de  crescer. Nessa etapa a  criança  começa a  compreender que quanto mais o seu desenho se assemelha à realidade que quer representar, melhor a sua tentativa  será  interpretada pelos  adultos. Assim  testemunhamos uma  riqueza de detalhes e características transferidos para a folha. 

 

Figura 12 ‐ Os animais da história 

 

Figura 13 ‐ A Seringueira. 

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MARTINS, M. (2007) A evolução do grafismo e a escrita alfabética em crianças de dois a  seis  anos.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A  Unicidade  do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

 

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A  fase de 4  a 5  anos  é uma  fase de  temas  clássicos  como paisagens,  casinhas, flores, super‐heróis, veículos e animais, em que a criança varia no uso das cores e busca um certo realismo. O desenho, nessa época, está também intimamente ligado com o desenvolvimento da escrita. Essa parte atraente do universo adulto exerce uma verdadeira fascinação sobre a criança, e isso bem antes de ela própria poder traçar  signos  reconhecidos  socialmente.  No  começo  do  processo  de desenvolvimento da escrita, a criança encontra ainda dificuldades de diferenciar a atividade de escrever e de desenhar. Na Figura 14 podemos perceber de que forma as  figuras  desenhadas  e  os  elementos  da  escrita  são  parecidos.  Todavia,  o  autor dessa  produção  consegue  identificar  e  explicar  aquilo  que  deve  ‘ser  lido’  como “meus  nomes”  e  a  “chuva”.  O  mesmo  acontece  no  desenho  ‘minha  mãe  é  um dinossauro feroz’ (Figura 15) em que a figura da mãe é ‘desenhada’ e, portanto, se diferencia da escrita dos nomes das personagens.  

Segundo  as  pesquisas  de  Ferreiro  (1985),  essas  crianças  encontram‐se  no primeiro  nível  de  desenvolvimento  da  escrita  que  é  o  da  diferenciação  entre  o desenho e a  escrita. Elas  já  chegaram à  conclusão que as  formas das  letras nada têm a ver com a organização das partes do objeto ao qual se referem. Além disso, elas  perceberam  também  que  as  letras  ou  ‘aquilo  que  pode  ser  lido’,  deve  ser organizado  de  forma  linear.  A  partir  desse  momento,  procurarão  a  melhor representação  escrita  do  objeto  (ela  deve  ser  interpretável,  legível  e  deve  servir para dizer algo) passando pelo princípio da quantidade mínima e, em seguida, pelo princípio das variações qualitativas internas. No primeiro deles constata que para que uma escrita seja legível ela deve ser composta de uma quantidade mínima de letras  (ao  menos  três).  O  segundo  estabelece  que,  para  se  ter  uma  boa representação  de  uma  palavra,  as  letras  utilizadas  na  sua  construção  devem  ser diferentes entre si. Na figura 16, o desenho realizado por uma criança de 4 anos e 10  meses,  representa  outro  nível  do  desenvolvimento  da  escrita  que  é  o  de “fonetização”.  Nesse  momento,  pela  primeira  vez,  as  crianças  chegam  a  uma solução satisfatória para um dos maiores problemas enfrentados no nível anterior, achar um controle objetivo das variações na quantidade de letras necessárias para escrever qualquer palavra que desejam escrever. Elas começam a colocar o mesmo número  de  letras  que  a  palavra  tem  de  sílabas,  ou  seja,  percebem  que  a representação escrita de uma palavra está ligada ao seu padrão sonoro.  

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MARTINS, M. (2007) A evolução do grafismo e a escrita alfabética em crianças de dois a  seis  anos.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A  Unicidade  do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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Figura 14 

 

 

Figura 15 

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MARTINS, M. (2007) A evolução do grafismo e a escrita alfabética em crianças de dois a  seis  anos.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A  Unicidade  do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

 

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Figura 16 ‐ Árvore de Natal. 

O  desenvolvimento  gráfico,  nesse  período,  passa  por  um  salto  qualitativo.  O desenho  da  personagem  ‘ganha’  outros  detalhes  como  pescoço,  rosto  com expressão de uma emoção, cabelos curto ou comprido e outros. Aparece também a técnica  de  preenchimento  que  dá  mais  consistência  ao  corpo  e  às  pernas,  que perdem  seu  aspecto  filiforme  para  tornarem‐se  membros  do  contorno  duplo. Assistimos, igualmente, a um esforço interessante para vestir à personagem: uma calça  com  duas  pernas  diferentes,  sapatos  com  cadarços  amarrados,  etc.  (Figura 17.) 

Segundo  as  pesquisas  de  Martins  (2005),  é  a  participação  da  aprendizagem fisiológica  que  torna  possível  a  passagem  de  uma  capacidade  a  outra.  Nesta aprendizagem estão presentes tanto as organizações das gnoses visioespaciais, que tornam possíveis  a  identificação da  figura  e de  seus  traços  constitutivos,  como a organização das praxias manuais que permitam a reprodução propriamente dita e, além do mais, a convergência practognósica em cada um dos aspectos envolvidos na atividade de passagem de uma capacidade à seguinte. 

O  surgimento da escrita  alfabética nas  crianças de 6  anos  em diante pode  ser entendido como uma  tentação de  representar a  idéia na  forma da  linguagem. Ao chegar  a  este nível,  a  criança  já  ultrapassou  a  ‘barreira de  código’,  compreendeu que cada um dos caracteres corresponde a valores sonoros menores que a sílaba e realiza  sistematicamente  uma  análise  sonora  dos  fonemas  das  palavras  que  vai 

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escrever.  Isso não quer dizer que todas as dificuldades  foram superadas: a partir desse momento a criança se defrontará com as dificuldades próprias da ortografia.  

A partir dos trabalhos recolhidos podemos perceber que muitas vezes a escrita espontânea  está  acompanhada  por  desenhos  que  complementam  a  idéia representada.  O  desenho  enquanto  atividade  simbólica  de  expressão  deve  ser considerada  como  precursor  da  escrita  pois  ambos  podem  ser  lidos  e interpretados. É  jus  lembrar que o desenvolvimento gráfico da criança de 6 anos está  acompanhado por  um enriquecimento da  linguagem oral.  Por  essa  razão  os desenhos  produzidos  durante  esse  tempo  apresentam‐se  como  verdadeiras histórias de vida cotidiana. (Figura 18) 

 

 

Figura 17 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 18 ‐ A lenda da Iara. 

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Finalizando  a  nossa  análise  das  produções  gráficas,  gostaríamos  ainda consagrar  um  pequeno  espaço  à  questão  de  representação  de  volumes  e  à organização  do  espaço.  A  tridimensionalidade,  com  as múltiplas  faces  do  objeto, aparece por volta de 6 anos de idade. Até então a criança se fixava em um ponto de vista único: de frente para as personagens e a casa e de perfil para os animais e os veículos.  A  fig.  19  representa  uma  primeira  tentativa  de  desenho  de  perfil:  os alunos  estão  sentados  do  lado  da mesa,  com  a  perna  esquerda  “atrás”  da  perna direita,  olhando  a  lousa,  de  frente,  sobre  a  parede.  Nesse  mesmo  desenho,  a professora aparentemente está de costas para todos, escrevendo a lição na lousa. A consecução do tema em sua complexidade exige uma coordenação dos objetos de frente,  de  costas,  de  perfil  e  ainda  a  incorporação  da  noção  de  ‘adiante’  e  ‘atrás’ (visível  ou  oculto),  o  que  põe  em  jogo  o  princípio  gráfico  de  interrupção‐continuidade.  O  processo  de  interrupção‐continuidade  está  presente  também no desenho  da  orquestra,  (Fig.  20)  em  que  uma  parte  dos  elementos  desenhados  é oculta por outros: os músicos desenhados no primeiro plano estão representados com  as  pernas  escondidas  atrás  das  estantes  e  o  regente  está  de  costas  para  o público.  Nessa  mesma  produção  podemos  observar  as  primeiras  tentativas  de introdução da perspectiva: os músicos da segunda fileira são de tamanho menor e foram  desenhados  sem  todos  os  detalhes  do  corpo  humano.  Isso  indica  que  se situam numa posição mais  afastada. Constituição de uma verdadeira perspectiva está  ainda  ausente  e  as  figuras  inscrevem‐se  no  cenário  segundo  uma  lógica  de sobreposição.  Segundo  Greig  (2004),  será  preciso  esperar  até  adolescência  para assistir à invenção de uma representação diferente.  

 

Figura 19 ‐ Minha 1ª série. 

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MARTINS, M. (2007) A evolução do grafismo e a escrita alfabética em crianças de dois a  seis  anos.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A  Unicidade  do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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Figura 20. O final da música. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos estudos realizados acerca do desenvolvimento do grafismo infantil entendemos que nenhuma produção gráfica da criança pode ser  considerada um conjunto  de  rabiscos,  ou  desenhos  desprovidos  de  significações.  É  a  forma  de representação  simbólica  pela  qual  a  criança  manifesta  sua  visão  do  mundo, inserida  num  contexto  sócio  cultural  e  dotada  de  um  determinado  nível  de desenvolvimento. 

É através do desenho, por meio dos elementos essenciais da linguagem gráfica que  a  criança  começa  a  perceber  os  limites  do  papel  e  desenvolver  suas potencialidades  iniciais  em  termos  de  reflexão,  abstração  e  conceituação. Entendemos que o desenho na criança poderá ser  considerado não apenas como uma modalidade  de  expressão  ou  de  representação  da  “realidade”, mas  também como  o  resultado  de  atividade  intencional  envolvendo  aspectos  cognitivos  e emotivos.  O  desenho,  ao  dar  forma  gráfica  ao  pensamento,  parece  possibilitar  o exercício  do  conhecimento,  com  a  progressiva  construção  do  conceito  do  objeto focalizado.  Nesse  sentido,  estamos  de  acordo  com  os  resultados  da  pesquisa  da Derdyk  (1989)  que  ressalta  a  importância  do  desenho  para  a  elaboração  e representação  mental,  formação  de  conceitos,  construção  da  significação  e  o desenvolvimento da capacidade semiótica. Justifica‐se o lembrar nesse momento o papel  fundamental da ação do educador que dando apoio ao processo, permite a liberdade de expressão e a sustentação da manifestação individual.  

Ressaltamos a existência de uma seqüência de etapas precursoras da escrita. Ela tem  sua  gênese  nos  primeiros  gestos  da  criança,  ainda  na  fase  da  inteligência prática e tende a ampliar‐se na medida em que a criança se desenvolve e constrói novas  formas  de  representação.  Os  estudos  sobre  a  psicogênese  da  escrita 

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MARTINS, M. (2007) A evolução do grafismo e a escrita alfabética em crianças de dois a  seis  anos.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A  Unicidade  do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora.  

 

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realizados  por  Ferreiro  e  Teberosky  (1999)  também  apontam  para  sucessivas etapas  no  seu  desenvolvimento.  Todavia,  o  desenvolvimento  do  grafismo  e  da escrita  está  sujeito  às  condições  individuais  tanto  no  que  diz  respeito  à  etapa evolutiva, como as peculariedades constitucionais individuais. (Martins, 2005) 

È  importante,  promover  uma  mudança  de  olhar  sobre  as  produções  infantis, avaliando‐as  segundo  as  suas  possibilidades.  Esse  rico  período  que  precede  a aquisição da escrita alfabética era antes considerado quase que exclusivamente em termos  de:  falta  de  maturidade,  ainda  não  aprendeu.  Ainda  hoje,  concebe‐se  a escrita  como  uma mera  transcrição  da  fala,  promovendo,  como  conseqüência  as estratégias  constituídas  por  atividades  fragmentadas,  impostas  e  carentes  de significado.  É  inquietante  o  empobrecimento  da  expressão  gráfica  naquelas crianças em processo de alfabetização, quando não houve um respaldo que desse garantias  para  a  continuidade  de  experimentação  gráfica.  Os  exercícios  de prontidão  impedem  o  aluno  de  assumir  a  responsabilidade  de  seu desenvolvimento.  

Muitas  vezes  ainda,  encara‐se  o  desenho  como  um manual  de  exercícios  que exercitam, de maneira impessoal, o desempenho e a eficiência da mão e do olho. As estratégias  educacionais  que  visam  apenas  o  adestramento  motor  excluem  o entendimento do desenho como uma forma de construção do pensamento através dos  signos gráficos, maneira de apropriar‐se das vicissitudes e de si mesmo. Por essa  razão,  é  essencial  perceber  que  mesmo  as  primeiras  produções  gráficas chamadas de garatujas ou  rabiscos devem ser  interpretadas  como manifestações de  linguagem  não  verbal.  Uma  das  vantagens  da  garatuja  sobre  outras manifestações  é  o  fato  de  que  ela  pode  ser  analisada  também  após  sua  criação, demonstrando uma quantidade maior de significado do que a própria  linguagem oral.  A  garatuja  poderá  expressar  em  ato  a  comunicação  e  a  construção  do processo  de  comunicação.  Ela  desempenha,  também,  papel  fundamental  no estabelecimento  das  relações  entre  a  criança  e  o  mundo  que  a  cerca.  O desenvolvimento  cognitivo,  sabe‐se,  depende  das  modificações  nos  esquemas mentais  que,  por  seu  lado,  não  são  resultado  exclusivo  de  uma  maturação endógena, mas também o resultado da interação com o mundo. Finalmente, poder‐se‐á pelo conhecimento dessa  linguagem e  interpretando‐a, conhecer os aspectos da personalidade da criança. (Martins, 2007) 

Vê‐se, o grafismo partilha da aprendizagem da leitura e da escrita.Ora, qual a co‐relação possível entre o grafismo e a escrita? Talvez fosse melhor indagarmos: que é  uma  letra? A  letra  na  produção  da  escrita  se  constitui  na  combinação:  de  uma atividade motora com a formação de imagens mentais, com a configuração dessas imagens,  visual  e  praxicamente;  constitui‐se  igualmente  na  conformidade  da identificação de uma contingência espacial e a familiarização com a invariância na forma.Na  aprendizagem  da  escrita  estão  presentes  tanto  às  organizações  das gnoses visoespaciais que tornam possível a identificação da figura e de seus traços constitutivos,  como  a  organização  das  praxias  manuais  que  permitam  a reprodução  propriamente  dita  ao  fixar‐se  nas  propriedades  gerais  do  traçado. 

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MARTINS, M. (2007) A evolução do grafismo e a escrita alfabética em crianças de dois a  seis  anos.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A  Unicidade  do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

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Escrever  é  também  reprodução/cópia  de modelos  (o  código  alfabético) modelos esses  aprendidos.  A  passagem  da  atividade  gráfica  espontânea  para  a  cópia  de modelos é dependente da aprendizagem practognósica e da entrada do sujeito no sistema  de  significação  lingüístico  ou  seja:  a  correspondência  do  significado,  o sentido  de  sua  representação  com  a  representação  pelo  traçado  ortográfico propriamente.  Entretanto,  se  apesar  de  se  considerar  a  evidência  da  forma presente no ato da  escrita,  a  forma não precede o  conteúdo e  a  ele  se  sobrepõe. Forma e conteúdo são os meios para a expressão de um sistema de significação a ser representado. Esse processo constitui‐se numa atividade intelectual complexa que  exige  um  sujeito  ativo  em  processo  de  desenvolvimento  contínuo.  É fundamental, que o educador ao adotar a descrição evolutiva como diagnóstico do nível  de  conhecimento  das  crianças  a  adote  como  meio  para  a  justificação  de critérios de maturidade e assim guia para a construção da intervenção docente.  

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