a europa e os migrantes no século xxi · 2013. 1. 21. · o século xxi, como já referiu antónio...
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Inês Oliveira
Coimbra, Dezembro de 2012
A Europa e os migrantes
no século XXI
Inês Oliveira
Coimbra, Dezembro de 2012
A Europa e os migrantes no século XXI
Trabalho de avaliação contínua realizado no âmbito da disciplina de Fontes
de Informação Sociológica do 1ºano da licenciatura em Sociologia.
Professor: Dr. Paulo Peixoto
Aluna: Inês Filipa dos Santos Oliveira
Nº 2012170834
Ano lectivo: 2012/2013
Imagem da capa retirada de:
http://www.google.pt/imgres?q=migra%C3%A7%C3%B5es&start=365&h
l=pt-
PT&tbo=d&biw=1440&bih=708&tbm=isch&tbnid=DRtsLRyo_yGDvM:
&imgrefurl=http://www.reconquista.pt/pagina/edicao/216/13/noticia/23293
&docid=2aXREJb7EkmNBM&imgurl=http://www.reconquista.pt/~media/
downloads/8151.big.jpg&w=500&h=324&ei=i2HXUJqfN8rLhAf9noDQB
A&zoom=1&iact=rc&dur=527&sig=100080381861886310171&page=11
&tbnh=132&tbnw=200&ndsp=29&ved=1t:429,r:81,s:300,i:247&tx=167&t
y=88, em 23 de Dezembro de 2012.
Inês Oliveira
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Índice
1. Introdução ........................................................................................................... 1
2. Estado das Artes ................................................................................................. 2
2.1. A gestão de um processo social e económico global ................................... 4
2.2. História migratória – caracterização ............................................................ 4
2.3. As fases das migrações internacionais ......................................................... 5
2.4. Factores causadores, desencadeadores e facilitadores das migrações ......... 6
2.5. Como gerir melhor as migrações internacionais: princípios e perspectivas
para maximizar os benefícios das migrações ...................................................... 6
2.6. Categorias de migrantes ............................................................................... 7
2.7. Dinâmica social e familiar dos projectos migratórios .................................. 7
2.8. As migrações e o envelhecimento generalizado ........................................ 11
3. Descrição detalhada da pesquisa ...................................................................... 12
4. Ficha de Leitura ................................................................................................ 13
5. Avaliação da Página de Internet ....................................................................... 19
6. Conclusão ......................................................................................................... 21
7. Referências Bibliográficas ................................................................................ 22
Anexo I
Texto de suporte da ficha de leitura
Anexo II
Página de Internet avaliada
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1. Introdução
A partir da lista de temas que nos foi sugerida para elaborar o trabalho
para a disciplina de Fontes de Informação Sociológica em regime de avaliação
contínua, optei por abordar o tema: “A Europa e os migrantes no século XXI”
para a realização do meu trabalho.
A escolha deste tema prende-se com o facto de ser um tema que para mim
tem interesse, queria ficar com mais conhecimento sobre ele e também porque é
um tema bastante actual. Os fenómenos migratórios, quer por problemas
económicos, quer pela globalização, estão cada vez mais presentes nas
sociedades actuais. Considero que é um tema relevante, do ponto de vista
sociológico, uma vez que as migrações provocam alterações nas sociedades,
tendo em conta a conjuntura actual em que cada vez mais pessoas abandonam os
seus países de origem procurando trabalho e melhores condições de vida noutros
países. Esta é uma questão central nos debates e negociações aos níveis nacional,
regional e “global”.
Este trabalho final engloba todos os trabalhos realizados anteriormente,
nomeadamente: a ficha de leitura, o estado das artes e também a avaliação de
uma página da internet. E pretende mostrar a realidade das migrações
contemporâneas no continente europeu, salientar as dinâmicas sociais e
familiares e referir qual o papel da família em projectos migratórios.
No estado das artes, do presente trabalho, abordei vários tópicos como: a
“Gestão de um processo social e económico global”, a caracterização da
“História migratória”, quais “as fases das migrações internacionais”, quais os
“factores causadores, desencadeadores e facilitadores das migrações”, “como
gerir melhor as migrações internacionais”, quais são as “categorias de
migrantes”, a “dinâmica social e familiar dos projectos migratórios” e a
problemática das “migrações e o envelhecimento generalizado”.
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2. Estado das Artes
O Estado das Artes é uma parte importante do trabalho científico, uma vez
que faz referência ao que já se tem descoberto sobre o assunto pesquisado.
Pretende reunir determinados conceitos e paradigmas acerca desse mesmo
assunto. Trata-se de uma actividade crítica e reflexiva, uma vez que se tem de
relacionar e seleccionar os dados e o resultado da pesquisa elaborada com o tema
que se está a desenvolver. Dessa reflexão resulta um novo texto com argumentos
e conclusões sobre a temática trabalhada.
O “Estado das artes procura reunir, analisar e discutir as informações
publicadas sobre o tema até ao momento que o trabalho é elaborado. O seu
propósito é fundamentar teoricamente o objecto de investigação com bases
sólidas, e não arbitrariamente. É o "pano de fundo" do problema de pesquisa.
Compreende uma minuciosa busca na literatura, seleccionando-se e
sintetizando-se ideias, estudos e pesquisas que se relacionem com problema
investigado.” (Peixoto, 2002).
No Estado das Artes do presente trabalho, a explicação científica fez-se
através de oito (8) tópicos. Tratarei, pois, da Gestão de um processo social e
económico global; da caracterização da História migratória; quais as fases das
migrações internacionais; quais os factores causadores, desencadeadores e
facilitadores das migrações; como gerir melhor as migrações internacionais;
quais são as categorias de migrantes; a dinâmica social e familiar dos
projectos migratórios e a problemática das migrações e o envelhecimento
generalizado.
O século XXI, como já referiu António Guterres (Alto Comissário das
Nações Unidas para os Refugiados) é o “século do povo em movimento”. Acerca
deste fenómeno fala-se em três forças motrizes: Globalização, urbanização e
migrações.
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A globalização caracteriza-se por:
- A mudança dos conceitos de espaço e de tempo;
- O aumento do volume das interacções culturais;
- A comunhão dos problemas que se deparam aos habitantes do mundo;
- As interligações e interdependências crescentes;
- As redes cada vez mais complexas de intervenientes e organizações
transnacionais;
- A sincronização de todas as dimensões envolvidas na globalização.
A globalização é um fenómeno crescente e praticamente universal hoje
em dia. Assim como as migrações que afectam a vida de um maior número de
pessoas actualmente, estas assumem uma questão importante nas esferas política
e económica de um crescente número de estados. As Nações Unidas (ONU),
estimam que o número de migrantes ultrapassa os 200 milhões de pessoas à
escala global, e que quase nenhum país do mundo se encontra à margem das
migrações internacionais ou é isento dos seus efeitos.
Ao longo dos anos, o quotidiano da maioria das pessoas, especialmente o
dos migrantes, tem vindo a ser afectado por factores económicos, políticos e
culturais de carácter global. Este processo de globalização está associado à
urbanização e o aumento da influência das cidades globais, que são pólos de
concentração da população e do poder económico, político e cultural. Estas
cidades formam uma rede hierarquizada que liga os países, as regiões, as
empresas, as organizações, as comunidades e os indivíduos do mundo inteiro e é
para estes pólos que, de uma forma crescente, os migrantes tendem a dirigir-se.
No caso de Portugal, este “é considerado o 4º país comunitário com maior
índice de crescimento da população estrangeira residente em Portugal. Não
obstante, ocupa o terceiro país com menos população estrangeira dentro do
espaço Europeu” (Ferreira e Rato, 2000).
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2.1. A gestão de um processo social e económico global
A interdependência (económica e não só) já referida neste trabalho, coloca
países e regiões inteiros à mercê de um sistema migratório cada vez mais global,
no qual todos os acontecimentos económicos ou sociopolíticos têm
consequências directas ao nível dos fluxos migratórios. Para que isso ocorra de
forma pacífica e vantajosa, tanto para os migrantes como para os países que os
acolhem, é necessário combater a xenofobia e evitar o estigma que existe em
relação a determinadas comunidades imigrantes, étnicas e religiosas.
2.2. História migratória – caracterização
Trabalho, reforma e escolha de modo de vida:
Nos anos 60 e 70 os emigrantes (no caso português) eram pouco
qualificados, tinham baixo nível de escolarização e de formação, o que não se
verifica actualmente em que as pessoas que abandonam o país são na sua maioria
qualificadas, tendo muitos deles cursos superiores.
Razões para manterem a permanência nos países que os
acolheram após se reformarem:
- Terem filhos, netos e familiares que ai residem;
- Sentirem-se bem nesse país;
- Não terem elos de ligação noutro lado;
- Beneficiarem dos cuidados de saúde desse país;
- Terem o cônjuge que deseja permanecer;
- Sentirem-se estrangeiros no país de origem e recearem a reinserção;
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Outro tipo de migrantes preferem viajar e residirem por determinado
tempo nos dois países (o de origem e o que os acolheu), desejam fazê-lo porque:
- Tem familiares nos dois países;
- Sentem-se ligados aos dois países;
- Dispõem de alojamento num e noutro país;
- Pretendem beneficiar dum clima melhor;
- Têm projectos nos dois países;
- Desejam beneficiar (por exemplo) da segurança social desse país.
2.3. As fases das migrações internacionais
Em cada fase, as migrações globais têm-se dirigido e oscilado de uns países e
regiões para os outros, com consequências significativas ao nível das políticas
urbanas.
A década de 60 constituiu um ponto de viragem para as migrações
internacionais, sendo o momento de referência mais útil para se iniciar qualquer
discussão das migrações actuais na sua relação com as políticas urbanas. Até
1925, 85 por cento das migrações internacionais tinha origem na Europa.
Nos anos 90, os fluxos migratórios globais com destino aos países
desenvolvidos eram já constituídos por migrantes provenientes de origens muito
variadas, bem diferentes das que era possível observar até ao início dos anos 70.
A reestruturação da economia global, a difusão por todo o mundo dos
mecanismos de concorrência e o agravamento das disparidades em termos de
desenvolvimento provocaram um aumento das migrações.
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2.4. Factores causadores, desencadeadores e facilitadores
das migrações
Os conflitos e os desastres em grande escala, tanto naturais como de origem
humana, constituem factores desencadeadores evidentes das migrações, na
medida em que levam as pessoas a deslocarem-se para salvarem as suas vidas.
Outros factores desencadeadores incluem a vontade dos indivíduos se protegerem
a si e às suas famílias de se sujeitarem persistentemente a dificuldades físicas e
económicas (este, a tentativa de melhorar a situação económica, é sem dúvida um
dos aspectos que caracterizam a generalidade das migrações) e de evitarem
situações de declínio das oportunidades económicas. A incapacidade constante
por parte dos governos de actuarem em relação à exclusão económica, étnico-
racial, religiosa ou linguística que prejudicam sistematicamente determinados
segmentos da população, é outro dos desencadeadores de migrações.
Facilitadores das migrações:
- Existência de uma tradição migratória (quando existe um passado de fluxos
migratórios em que entre os países de origem e os de acolhimento preexistem
relações políticas, sociais e económicas);
- Existência de comunidades da mesma etnia (o que promove muitas vezes a
integração inicial dos recém-chegados).
2.5. Como gerir melhor as migrações internacionais:
princípios e perspectivas para maximizar os benefícios das
migrações
A transformação do perfil das sociedades e do padrão europeu deve conter um
modelo de coesão social, para que se desenvolvam valores de tolerância pelo que
é diferente, de respeito mútuo, de diálogo entre diversas culturas e de procura de
dinâmicas de integração que preservem a dignidade humana de todos os
envolvidos. É, pois, importante que se promova o respeito e a tolerância entre os
migrantes e as sociedades que os acolhem e que se continue apoiar a migração,
uma vez que esta troca de experiências é vantajosa para ambas as partes.
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2.6. Categorias de migrantes
No que diz respeito às categorias de migrantes, o grupo mais numeroso tem
correspondido e continua a corresponder ao reagrupamento familiar, que
continua a ser o elemento central e o multiplicador de todos os sistemas
migratórios. Muitos dos migrantes pertencentes ao grupo dos trabalhadores legais
migram desde logo acompanhados pela sua família próxima, enquanto outros
(re)unem-se com as suas famílias algum tempo depois da entrada no país de
destino.
2.7. Dinâmica social e familiar dos projectos migratórios
Para os sociólogos esta é uma área de interesse e que importa analisar e
reflectir uma vez que “permite estudar a relação dos indivíduos com as
sociedades em situação de mudança, ou seja, numa perspectiva de dinâmica
social e cultural.” (Leandro, 2004: 95).
A família também representa nesta situação um papel importante, na
medida em que pode ser através desta que se concebe e (re)elaboram os projectos
migratórios.
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A natureza da dinâmica social e familiar
Na perspectiva de G. Simmel, G. Balandier, A. Touraine e P.-H.
Chombart de Lauwe, a noção de dinâmica social tem que ver com “uma ideia de
força que faz com que nenhuma sociedade ou sistema social sejam imutáveis,
mas antes movidos por algo que os incita a transformarem-se, quer no decorrer
do tempo, quer em virtude das várias influências internas e externas que se vão
exercendo.” (Leandro, 2004: 97).
Saint-Simon (1965) define a sociologia como o estudo das sociedades em
acção e que estas seguem uma tendência e um desenvolvimento. “Logo, a
dinâmica dos sistemas sociais é um movimento irreversível associado ao sistema
das relações internas situadas no tempo e no espaço, com ritmos e andamentos
próprios determinados pelas estruturas internas e externas.” (Saint-Simon apud
Leandro, 2004: 97).
K. Marx considera que a organização das sociedades “tem de ser
percepcionadas nas suas próprias contradições e na dinâmica que daí decorre”. G.
Deleuze, tem uma perspectiva diferente, a de que o ser humano é portador do seu
futuro e que a realização deste irá depender das condições sociais. R. Nisbet
assenta na perspectiva de que há uma transformação das sociedades no decorrer
do tempo, “mas no interior de uma entidade que se mantém, esta permaneça
eternamente igual a si própria”. E. Durkheim “fala de sociedades em movimento,
ou da inelutável conjunção da estrutura e do devir ”. Para G. Simmel, na sua
teoria sobre dinâmicas sociais considera que o conflito, as correntes convergentes
e divergentes, a harmonia e a discórdia, as tendências favoráveis e desfavoráveis,
são a grande força de movimento das sociedades. G. Balandier, na sua reflexão
sobre as dinâmicas sociais afirma que quando se forma uma sociedade, forma-se
também dinâmica. Esta dinâmica (social global de uma sociedade) é influenciada
tanto por uma dinâmica interna como externa, uma vez que cada vez mais se vive
na era da globalização, em que se revelam manifestações sociais e culturais. O
caso da sociedade portuguesa é exemplo disso através do fenómeno migratório.
Estes movimentos migratórios embora sujeitos às condições estruturais
das sociedades estão, segundo a autora: Maria Engrácia Leandro, muito mais
sujeitos à conjuntura familiar.
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A imbricação entre dinâmicas sociais e dinâmicas
familiares em situação migratória
Maria Engrácia Leandro refere: “a família é um espaço de construção de
normas e de sentido tanto sob o ponto de vista material como simbólico, ou seja,
é sobretudo nela e a partir dela que se interiorizam os sistemas de valores”, é
ainda a partir da família que se definem objectivos, estratégias, projectos e “se
orientam as condutas dos vários membros do grupo familiar”. As intervenções da
família na sociedade e na vida dos indivíduos promove dinâmica social.
Considerando o caso das migrações económicas internacionais
portuguesas e citando Maria Engrácia Leandro: “muitos portugueses emigram,
individualmente ou em família, em busca de uma vida melhor. Mas outros,
vivendo em condições similares, preferem ficar. O mesmo se diga no que se
refere às migrações internas”. (Leandro, 2004: 102).
A família pode influenciar nos projectos migratórios por duas razões:
- “A natureza dos próprios projectos migratórios” que “no caso das migrações
económicas, gravitam em torno da família”. Após a realização de observação
directa e entrevistas concluiu-se que os portugueses que emigraram na década de
60 para países europeus, nomeadamente para a França (desde os anos 80) e mais
recentemente para a Alemanha, emigraram pelos seguintes motivos: “para
melhorar as suas condições de vida e as da família e poder proporcionar aos
filhos um futuro diferente do que parece determinado pela actual condição social.
Outros dizem ainda querer formar a sua família de procriação em condições
diferentes da sua família de orientação”
Os migrantes prolongam a sua estadia nos países que os acolhem para
cumprir os objectivos a que se propuseram mas também porque muitos deles não
concebem os seus projectos migratórios de forma individualizada e para cumprir
os seus objectivos pessoais, mas sim como um projecto de família, uma vez que
ao longo do processo de migração os objectivos se vão alterando (primeiro
proporcionar melhores condições à família, acompanhar e orientar os filhos no
percurso escolar, chegada a idade da reforma não se regressa pois os filhos e os
netos fixaram-se no país que os acolheram).
- Nos anos 60-70 em que e/imigravam por necessidade económica, os projectos
migratórios raramente eram concebidos a longo ou a médio prazos. Normalmente
migrava-se para sair da precariedade e para cumprir objectivos definidos à
partida como: (re)construção da casa, compra do carro, melhoria geral das
condições de vida familiares. O lema destes migrantes era trabalhar o máximo,
poupar o máximo, gastar o mínimo para realizar os objectivos que os fizeram sair
do seu país e para poderem regressar rapidamente a ele.
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Contrariamente ao que por vezes se pensa e referindo Maria Engrácia
Leandro: “os emigrantes, sendo geralmente oriundos de grupos de condição
social modesta, não são os mais miseráveis, até porque, e/imigrando, lutam
contra o conformismo, procuram romper com a sua condição social”.
A emigração entre nós, é um mal. Em Portugal quem emigra
são os mais enérgicos e os mais rijamente decididos; e um
país de fracos e de indolentes padece um prejuízo
incalculável, perdendo as raras vontades firmes e os poucos
braços viris. Em Portugal a emigração não é, como em toda
a parte, a transbordação de uma população que sobra; mas
a fuga de uma população que sofre. Eça de Queirós (1872)
apud Morgado (1989:65)
No caso da emigração em Portugal existem várias hipóteses para este
fenómeno, entre as quais, os factores socioeconómicos e o facto de Portugal ter
uma tradição secular nestes projectos migratórios. “O quadro migratório
internacional português” resulta “de um processo interactivo influenciado pela
dinâmica interna da sociedade portuguesa, pela dinâmica externa das sociedades
para onde se tem dirigido a maioria dos e/imigrantes portugueses e pelas
estratégias dos actores familiares e sociais envolvidos pelas tramas das migrações
internacionais”. (Leandro, 2004: 110)
Referenciando a autora: “Aquilo que agora caracteriza a principal
orientação dos projectos familiares é o investimento de forma muito mais
explícita na dimensão cultural, quer em termos de abertura a outros sistemas de
valores mais conformes com a modernidade avançada das sociedades ocidentais
no dealbar do século XXI, quer no respeitante à escolarização dos filhos”. “O
diploma escolar tem-se tornado o principal passaporte de construção do futuro
das jovens gerações e dos jovens portugueses no contexto migratório europeu, o
que lhes permitirá aceder ou não a outro estatuto social”.
As motivações para migrarem são agora mais direccionadas para o cultural
embora não se esqueçam os factores económicos, que são concebidos de forma
diferente.
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2.8. As migrações e o envelhecimento generalizado
O envelhecimento generalizado foi provocado essencialmente pelo aumento
da esperança média de vida e pela diminuição da taxa de fecundidade. Esta
problemática é mais acentuada nos países industrializados e a Europa é o
continente onde o envelhecimento se verifica mais actualmente. Isso constitui
apenas parte do “problema” uma vez que a crescente implementação dos
métodos de planeamento familiar e o efeito de determinadas de forças sociais,
culturais e económicas poderosas e profundamente enraizadas nas sociedades
actuais contribuem também para manter o número de jovens a níveis bastante
baixos. Em conjunto, estas duas realidades estarão na origem dos dilemas
económicos, sociais e políticos que irão passar a ocupar gradualmente lugares
cada vez mais cimeiros na lista das preocupações políticas do Ocidente. De
forma ainda mais significativa, as estimativas actuais para os países
desenvolvidos do montante das despesas futuras com pensões (cujo
financiamento não está assegurado) elevam-se e as despesas com cuidados
médicos a idosos acrescentam um montante igualmente elevado a esse valor.
Sendo assim serão necessários mais trabalhadores que ajudem a garantir a
sustentabilidade dos sistemas de pensões e de saúde através dos seus impostos e
contribuições, bem como, em muitos casos, para contribuírem para a estabilidade
dos níveis de produção e de consumo.
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3. Descrição detalhada da pesquisa
Após a escolha do tema, que como já referi não teve muita dificuldade pois
o tema das migrações foi o que achei mais interessante, comecei por pesquisar na
internet. Nesta primeira etapa da minha pesquisa, utilizando o motor de busca do
Google, considerei que a informação que estava a encontrar podia ser pouco
fiável, pois ainda não tinha muita informação acerca do tema e podia ser induzida
em erro, por isso decidi primeiro recolher informação em livros. Desloquei-me à
biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra com o intuito
de encontrar livros e revistas de ciências sociais que me podiam fornecer
informação sobre as temáticas das “migrações” e dos “migrantes idosos”. Mas
não utilizei de lá nenhum livro, pois devo referir que encontrei algumas
dificuldades em pesquisar lá. Na biblioteca do concelho onde resido, requisitei
alguns livros e revistas sociais que abordam os temas que tratei neste trabalho e
que me foram muito úteis, e onde não encontrei nenhumas dificuldades de
pesquisa devido à familiaridade que já tinha com esta biblioteca. Sabendo que o
material que tinha para a realização do trabalho ainda não era suficiente, recorri à
biblioteca do CES. Onde encontrei mais alguns livros relevantes para a
elaboração do trabalho. Nesta etapa da pesquisa, as revistas de ciências sociais e
os livros foram-me vantajosos, uma vez que são mais credíveis do que a
informação que encontrei inicialmente na internet. Posto isto, recorri novamente
à internet, utilizei o motor de busca do Google e os operadores booleanos que
aprendi durante as aulas de Fontes de Informação Sociológica. Utilizei palavras-
chave, para restringir a pesquisa, como: “migrações no século XXI, “migrantes
idosos”, “envelhecimento generalizado”, “migrantes idosos”, entre outros.
De referir que na realização de um dos primeiros trabalhos para esta
disciplina (a ficha de leitura) utilizei, no motor de busca do Google, o operador
booleano aspas para encontrar o artigo que continha o texto necessário para
realizar a ficha de leitura.
Seleccionei os sites que me pareceram fidedignos e credíveis, e recolhi a
informação que considerei pertinente e objectiva, seguidamente tratei a mesma.
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4. Ficha de Leitura
TÍTULO DA PUBLICAÇÃO: Imigrantes idosos: uma nova face da imigração em
Portugal
AUTOR(ES): Fernando Luís Machado e Cristina Roldão
LOCAL ONDE SE ENCONTRA: online
DATA DE PUBLICAÇÃO: Janeiro de 2010
EDIÇÃO: ALTO-COMISSARIADO PARA A IMIGRAÇÃO E DIÁLOGO
INTERCULTURAL (ACIDI, I.P.)
LOCAL DE EDIÇÃO: LISBOA
EDITORA: ALTO-COMISSARIADO PARA A IMIGRAÇÃO E DIÁLOGO
INTERCULTURAL (ACIDI, I.P.)
TÍTULO DOS CAPÍTULOS: MIGRAÇÕES, CICLO MIGRATÓRIO E
ENVELHECIMENTO DOS IMIGRANTES e PERFIS SOCIAIS DE IMIGRANTES
IDOSOS EM PORTUGAL
Nº DE PÁGINAS: 230
ASSUNTO: A Europa e os migrantes no século XXI
PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento, imigrantes, ciclos migratórios
DATA DE LEITURA: Outubro de 2012
ÁREA CIENTÍFICA:Imigrantes idosos
SUB-ÁREA CIENTÍFICA: Migrações, envelhecimento dos imigrantes e imigrantes
idosos em Portugal
NOTAS SOBRE OS AUTORES: Fernando Luís Lopes Machado é Professor Auxiliar - ISCTE - Instituto Universitário
de Lisboa. Publicou 36 artigos em revistas especializadas e 5 trabalhos em actas de
eventos, possui 32 capítulos de livros e 12 livros publicados. Possui 27 itens de
produção técnica. Participou em 51 eventos no estrangeiro e 4 em Portugal. Actua na
área de Sociologia. Nas suas actividades profissionais interagiu com 30 colaboradores
em co-autorias de trabalhos científicos.
Cristina Roldão é assistente de investigação do Centro de Investigação e Estudos de
Sociologia, tendo participado, entre 2008 e 2009, nos projectos “Imigrantes Idosos:
Uma Nova Face da Imigração em Portugal” (CIES, ACIDI) e “Imigrantes Africanos em
Portugal: Percursos Migratórios, Trajectórias Sociais e Modalidades de Integração”
(CIES, Fundação Aga Khan). Actualmente, frequenta o Programa de Doutoramento em
Sociologia do ISCTE-IUL, encontrando-se a desenvolver o projecto “Factores e Perfis
de Sucesso Escolar „Inesperado‟: Trajectos de Contratendência de Sentido Ascendente”.
Entre 2006 e 2009, participou, enquanto investigadora do ISCTE-IUL, no Observatório
de Trajectos dos Estudantes do Ensino Secundário (OTES-GEPE/ME) e, enquanto
investigadora do Centro de Estudos Territoriais, na avaliação externa do Programa
Escolhas 2.ª Geração.
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RESUMO / ARGUMENTO:
No texto pretende-se aprofundar a problemática das migrações, ciclo migratório e
envelhecimento dos imigrantes. No capítulo 1 tecem-se considerações a cerca do
envelhecimento de idosos nas sociedades contemporâneas, envelhecimento das
migrações e imigrantes idosos. Procura-se no capítulo 2 definir perfis sociais de
imigrantes idosos em Portugal. É, ainda, neste capítulo que se fazem clarificações
metodológicas, se apresentam stocks e fluxos recentes, se definem os perfis:
sociodemográfico, familiar, socioeducativo, socioprofissonal e definem tipos sociais de
imigrantes idosos.
ESTRUTURA (organização da obra e o significado das suas partes)
Introdução/Apresentação:
Com o desenrolar normal do ciclo migratório observamos que as migrações e os
imigrantes envelhecem. Estas nem sempre representam um potencial de
rejuvenescimento demográfico das sociedades que as acolhem, nem os imigrantes são
sempre jovens adultos. O resultado do processo de sedentarização das migrações é a
formação de uma nova categoria de imigrantes: imigrantes idosos.
Muitos dos migrantes que chegam, enquanto jovens adultos acabam por se fixar e,
passadas três ou quatro décadas, entram na fase do ciclo de vida a que se
convencionalmente se chama: terceira idade. Estes coexistem com as gerações de
descendentes seus e com os novos imigrantes que vão chegando.
Os imigrantes envelhecidos nas sociedades que os acolheram e os reformados que
migram já idosos, constituem os dois tipos principais de migrantes idosos que podemos
incluir nos fluxos e perfis sociais.
No texto é estudada a situação actual dos imigrantes idosos, em termos de condições
socioeconómicas, enquadramentos familiares e sociais, são reconstituídos os seus
trajectos migratórios e as suas vidas profissionais. E são identificados diferentes perfis
sociais, que são comparados uns com os outros e também comparados os imigrantes
idosos em geral com os idosos autóctones.
O primeiro capítulo incide sobre a questão do envelhecimento e dos idosos em geral
nas sociedades contemporâneas e a questão do envelhecimento das migrações e dos
imigrantes idosos em particular.
No segundo capítulo são caracterizados os idosos imigrantes em geral, começando pela
identificação de fluxos e stocks e incidindo depois sobre as propriedades sócio
demográficas, familiares, educativas e socioprofissionais dos imigrantes, na qual se
introduz elementos de análise comparativa com os idosos portugueses. Este capítulo
termina com a sinalização de tipos sociais de imigrantes idosos.
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Desenvolvimento:
CAPÍTULO 1 MIGRAÇÕES, CICLO MIGRATÓRIO E ENVELHECIMENTO DOS IMIGRANTES
1. ENVELHECIMENTO E IDOSOS NAS SOCIEDADES
CONTEMPORÂNEAS
Nos países industrializados e em muitos países em vias de desenvolvimento verifica-se
um aumento contínuo da esperança de vida dos seus habitantes, o que reflecte uma
melhoria das condições de saúde e materiais das populações.
O duplo envelhecimento, que se entende pelo aumento do número de idosos e pela
diminuição do número de crianças e jovens, é um problema generalizado. São vários os
problemas colocados pelo duplo envelhecimento, ente os quais se destacam: o
financiamento dos sistemas de protecção social, nomeadamente na vertente das pensões
e o das respostas sociais e familiares a um número crescente de pessoas que, embora
cada vez mais tarde, acaba por ficar dependentes e precisam de condições adequadas de
acolhimento e cuidado.
É por isso que se procuram adoptar politicas públicas que promovam o envelhecimento
activo (a passagem à reforma encarada como algo que pode ser saudável e não levar à
solidão e ao isolamento devido à quebra de rotina). Esta noção abrange aspectos como:
participação em actividades domésticas, cuidado com terceiros, envolvimento em
actividades de voluntariado, lazer, o prolongamento da actividade profissional.
Os idosos vivem de maneiras diferentes a sua condição (estados de saúde, condições
socioeconómicas, práticas de tempos livres, enquadramentos familiares e de
sociabilidade).
Ser idoso pode significar desigualdade social, no sentido de menos oportunidades,
menos participação, menos estatuto. Pode significar também desigualdades sociais entre
diferentes categorias de idosos, que tiveram trajectórias de classe diferentes e vivem de
maneira diferente a velhice. (exemplos: os que ocupam o tempo em bancos de jardins,
centros comerciais, em frente à televisão ou os que frequentam Universidades seniores,
visitam museus; e ainda os que tem de continuar a trabalhar para sobreviverem).
Fracas remunerações durante a vida profissional, descontos irregulares e tardios para a
segurança social e insuficiência do sistema de protecção estatal fazem com que mais de
metade dos idosos portugueses viva em situação de pobreza.
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Inês Oliveira
Coimbra, Dezembro de 2012
2. ENVELHECIMENTO DAS MIGRAÇÕES E IMIGRANTES IDOSOS
O envelhecimento das populações de migrantes laborais dá-se ao longo de um
ciclo que se inicia com a chegada ao país receptor de adultos jovens, passa pela
formação de uma geração de descendentes (que nascem e crescem nesse país) e termina
com a entrada dos imigrantes na velhice, depois de terminada a vida activa profissional,
quando os seus filhos já são adultos e têm os seus próprios descendentes.
Ao analisarmos a história das migrações do século XX verificamos que mesmo que,
inicialmente os imigrantes tivessem expectativas de regressar ao país de origem depois
de concluída a sua vida profissional no país que os acolhem, acabam por ficar
definitivamente. As razões porque ficam são várias: de ordem psico-cultural (hábitos
quotidianos, custos afectivos e psicológicos, a presença dos seus descendentes), outras
são as vantagens que o país de emigração oferece em termos de bem-estar e qualidade
de vida. Há aqueles que regressam porque os rendimentos para permanecer podem ser
escassos ou porque têm familiares à espera com os quais mantiveram uma relação ao
longo dos anos.
Entre ficar ou partir, uns optam por circular entre os dois países, passando temporadas
num e noutro.
Outro grupo importante é os que migram já idosos (depois de concluída a sua vida
profissional nos seus países de origem). Esta é uma migração bastante comum dentro da
Europa, dos países do Norte para os países do Sul. As motivações desta migração são,
principalmente: a busca de amenidades climáticas, de custos de vida mais baixos onde
as suas reformas rendem mais e o conforto de zonas de acolhimento.
Estes imigrantes reformados vêm habitualmente de países mais ricos e dispõem de
pensões de reforma que lhes permitem condições de vida desafogadas ou até bastante
acima da média dos autóctones.
Os imigrantes laborais que envelhecem no destino têm uma condição menos favorecida,
o que decorre dos seus perfis profissionais (trabalho assalariado industrial, construção
civil, serviços pessoais e domésticos ou o trabalho independente no pequeno comércio).
O problema da pobreza é um parâmetro incontornável quando se fala dos imigrantes
laborais idosos. Além do estatuto socioeconómico, outro aspecto fundamental da vida
dos imigrantes idosos é o das sociabilidades e dos laços sociais (há situações de
isolamento e até de abandono).
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Inês Oliveira
Coimbra, Dezembro de 2012
Síntese
Como suma, podemos considerar os seguintes aspectos:
- Nos países industrializados e em muitos países em vias de desenvolvimento verifica-se
um aumento contínuo da esperança de vida dos seus habitantes, o que reflecte uma
melhoria das condições de saúde e materiais das populações.
- Existe uma preocupação com o duplo envelhecimento e por isso procura-se
desenvolver medidas que promovam o envelhecimento activo.
- O envelhecimento das populações de migrantes laborais dá-se ao longo de um ciclo
que se inicia com a chegada ao país receptor de adultos jovens, passa pela formação de
uma geração de descendentes (que nascem e crescem nesse país) e termina com a
entrada dos imigrantes na velhice, depois de terminada a vida activa profissional,
quando os seus filhos já são adultos e têm os seus próprios descendentes.
- O envelhecimento das populações migrantes é uma consequência da sua
sedentarização.
- O problema da pobreza é um parâmetro incontornável quando se fala dos imigrantes
laborais idosos.
- Além do estatuto socioeconómico, outro aspecto fundamental da vida dos imigrantes
idosos é o das sociabilidades e dos laços sociais.
- O envelhecimento é uma realidade e por isso tem de ser encarada e é necessário
desenvolver medidas que promovam a qualidade de vida dos idosos até tão tarde quanto
possível.
Pontos fracos e fortes do documento O envelhecimento das populações migrantes é uma consequência da sua
sedentarização; Procura-se a promoção de um envelhecimento activo; Verifica-se um
aumento contínuo da esperança de vida das populações; O problema da pobreza é um
parâmetro incontornável quando se fala dos imigrantes laborais idosos.
Conclusão Com a leitura que fiz deste texto posso concluir que existe uma tendência para aumentar
o número de imigrantes, tanto em Portugal como na Europa. Que estes são cada vez
mais velhos e que os motivos porque imigram são vários. A pobreza é um problema
crescente e por isso há uma preocupação com o envelhecimento activo e que se
procuram desenvolver politicas nesse sentido.
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Inês Oliveira
Coimbra, Dezembro de 2012
AUTORES/PERSONAGENS/ESCOLAS DE PENSAMENTO
Principais Autores Citados ou eventuais Protagonistas identificados no texto: (Fernandes, 2001; Mauritti, 2004); (Casanova, 2001); (Barros, 2006); (Avramov e
Maskova, 2003); (Bourdieu, 1979); (Pais, 1993; Guerreiro e Abrantes, 2005); (Jovelin,
2003); (Aggoun, 2002); (Warnes e Williams, 2006); (Warnes e Williams, 2006) e
Aggoun, 2002
REFERÊNCIAS HISTÓRICO-CULTURAIS (tempo, espaço, factos históricos:
contextualização): Serviços de Estrangeiros e Fronteiras; Idosos africanos; Europa;
Portugal; Colonialismo; Ocupação Colonial Portuguesa em África; Descolonização;
Angola; Moçambique; Brasil
CONCEITOS (temas, problemáticas)
Migrações; pobreza; envelhecimento activo; conceito de idoso; Duplo envelhecimento;
Sedentarização das migrações;
DISCIPLINA: FONTES DE INFORMAÇÃO SOCIOLÓGICA
PROFESSOR (A): Paulo Peixoto
ALUNO (A): Inês Filipa dos Santos Oliveira
Nº. 2012170834
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Inês Oliveira
Coimbra, Dezembro de 2012
5. Avaliação da Página de Internet
O Web site sobre o qual vou fazer a avaliação é o do Observatório da
Imigração e está disponível em http://www.oi.acidi.gov.pt/ .
Escolhi este Web site porque me foi muito útil na elaboração da ficha de
leitura, do qual retirei o texto em pdf necessário para a elaborar, mas também na
recolha de informação para toda a realização deste presente trabalho, uma vez
que a informação que contém é autêntica, fiável e de uma fonte confiável (sendo
estes critérios gerais).
Considerando os critérios específicos, relativamente ao alcance este site
dirige-se principalmente aos cidadãos imigrantes, mas na minha opinião, também
à população em geral, visto que desenvolve um trabalho que é importante para
todos nós, nomeadamente os eventos e as iniciativas que realizam, os relatórios
sobre várias realidades, a divulgação de testes de mestrado e doutoramento,
informação estatística, etc. Tendo em conta a amplitude, este site é especializado.
Pois a informação que dispõe é toda acerca da mesma temática: imigração.
Quanto à profundidade posso dizer que trata as realidades de forma profunda e
não de forma superficial.
O site disponibiliza instrumentos de pesquisa e navegação como o motor de
pesquisa interna que facilita uma pesquisa especializada, restringindo a pesquisa
à “escolha do tema”, à “antiguidade” e à “expressão a procurar”. Não tem
publicidade o que faz com que não prejudique a leitura da informação, o único
custo que a consulta desta informação pode ter é fornecermos os nossos dados se
quisermos ser reconhecidos como utilizadores do Web site. É fácil navegar na
página e aceder a informação pois está dividida em vários tópicos o que facilita a
navegação. Tem um “directório de ligações” que nos remete para ligações
internacionais e nacionais na área da imigração em vários sitos da internet úteis a
quem consulte este Web site. Tem ainda os contactos do Observatório da
Imigração, como o telefone, o fax, a morada e o e-mail.
Relativamente à singularidade da página, considero que contém informação
inédita, não reproduz informação já conhecida. A informação tem uma redacção
clara, parece-me exacta e objectiva e sem erros.
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Inês Oliveira
Coimbra, Dezembro de 2012
O site está disponível para consultar em português e em inglês, o texto é
legível sem esforço visual mas tem uma funcionalidade que permite aumentar o
tamanho da letra, o que é bom para as pessoas que tenham dificuldades de visão.
O grafismo do site é atractivo, apelativo e acessível visualmente.
Não é visível a data da última actualização mas considero que a informação
está actual, é visível pela data de alguns artigos que são recentes.
O endereço URL é intuitivo e curto e de fácil acessibilidade e o site cobre
algumas das questões que abordei no texto.
Globalmente, a avaliação que posso fazer desta página de internet é
positiva, foi-me útil para a realização deste trabalho mas com certeza que será
útil aos seus utilizadores e frequentadores da página, nomeadamente imigrantes
que necessitem de informação e apoio em determinadas circunstâncias.
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Inês Oliveira
Coimbra, Dezembro de 2012
6. Conclusão
Como conclusão, devo referir que foi importante abordar esta temática de
forma a acabar com os preconceitos racistas, nacionalistas e as ideias feitas
acerca das migrações. De forma a combater a xenofobia e evitar o estigma que
existe em relação a determinadas comunidades imigrantes, étnicas e religiosas.
Pois é importante que se desenvolva tolerância, respeito e diálogo entre os que
“chegam” e os que “acolhem” preservando a dignidade humana, uma vez que a
troca de experiências e as dinâmicas das diversas culturas são vantajosas para
ambas as partes.
Neste trabalho, nomeadamente no Estado das Artes, abordei vários tópicos
de forma sucinta de maneira a que ficasse com conhecimento (embora não seja
muito aprofundado) sobre várias realidades acerca deste tema.
O trabalho permitiu-me identificar e tomar conhecimento sobre os motivos
que levam as pessoas a migrarem, compreender as características da dinâmica
social e as dinâmicas das famílias em contexto migratório. Foi importante fazer
um paralelismo entre “as migrações e o envelhecimento generalizado”, uma vez
que na ficha de leitura o texto que trabalhei abordava essa mesma temática. A
escolha do Web site para avaliar também foi de encontro ao tema das migrações,
por isso pareceu-me oportuno avaliar o site do Observatório da Imigração visto
que está relacionado com o tema deste trabalho e foi-me útil para a recolha de
informação.
A elaboração deste trabalho permitiu-me tomar conhecimentos que não
tinha acerca do tema das migrações e por em prática o que me foi ensinado ao
longo das aulas de Fontes de Informação Sociológica. São exemplos desses
ensinamentos: a pesquisa com operadores booleanos, a recolha de informação
fiável, a realização de referências bibliográficas, entre outros. Devo referir que
estes conhecimentos adquiridos, ao longo das aulas, foram úteis para a realização
deste trabalho mas também para a realização de trabalhos para outras disciplinas
este semestre e para os que terei de realizar futuramente.
Como principais dificuldades na realização deste trabalho identifico: a
escolha de informação relevante na internet em que tive de seleccionar aquela
que era credível, uma vez que me apareceu muita informação sobre o tema:
migrações. Para restringir a pesquisa recorri aos operadores booleanos. Contudo,
sobre o tema que abordei no trabalho encontra-se muita informação científica em
livros e revistas sociais, desta forma devo referir que a pesquisa que fiz na
biblioteca do CES me foi bastante útil.
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Inês Oliveira
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7. Referências Bibliográficas
Leandro, Maria Engrácia (2004), “Dinâmica social e familiar dos projectos migratórios
– uma perspectiva analítica”. Análise Social, 170, 95-118.
Morgado, Fernando Ilharco (1989), O leme e a deriva – problemas da sociedade
portuguesa. Lisboa: Horizonte.
Peixoto, Paulo (2002), “Estado das Artes”, página da cadeira de Fontes de Informação
Sociológica. Acedido em 22 de Novembro de 2012, disponível em
http://www4.fe.uc.pt/fontes/restos/estado_das_artes.htm
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Inês Oliveira
Coimbra, Dezembro de 2012
Anexo I: Texto de suporte da ficha de leitura
Machado, Fernando Luís e Roldão, Cristina (2010), Imigrantes idosos: uma nova face
da imigração em Portugal. Lisboa: PROS, 17-65.
Disponível em http://www.oi.acidi.gov.pt/docs/Estudos_OI/OI_39_actualizado.pdf
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Anexo II: Página de Internet avaliada