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InterparadIgmas, Ano 3, N. 3, 2015.

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A ESTRUTURA COGNITIVA DO

PENSAMENTO CIENTÍFICO:

UMA HIPÓTESE

Tanise Knakievicz

RESUMO. A história evolutiva da inteligência biológica correlaciona a cren-ça à aprendizagem. Ao estudar o neurotransmissor dopamina, constata-se seu papel decisivo na evolução neuronal dos comportamentos motivados por re-com pensa. A dopamina, em combinação com diferentes neurotramissores, me deia a interação ambiental e social, está associada tanto à criatividade quan-to à esquizofrenia, participa do balanço energético e do estabelecimento de há-bitos neurofisiológicos de recompensa, mesmo a partir de rotinas anacrônicas ou disfuncionais. Uma vez identificados os hábitos disfuncionais, é responsa-bilidade pessoal modificá-los, por meio de estratégia de reciclagem de hábitos. Neste artigo, o hábito de pensamento religioso é estudado visando propor uma estratégia hipotética de reciclagem. Os hábitos organizados em torno do prin-cípio da descrença seriam suficientes para fazer a profilaxia do pensamento mágico e da dependência das crendices e mitos? Reflexões sobre essas questões são explicitadas ao longo deste texto.

PALAVRAS-CHAVE: Comportamento social; Interassistencialidade; Recicla-gem intraconsciencial.

INTRODUÇÃO

“O primeiro pecado da humanidade foi a fé;a primeira virtude foi a dúvida.”

Carl Sagan

Há diversos paradigmas atuando simultaneamente e sobrepostos, por exem plo: os paradigmas da escassez e da abundância, os materialistas e os espi-ri tualistas, o dogmático e o científico, entre outros. Essas diferentes visões do mun do se devem à grande capacidade de aprendizagem emocional e cognitiva hu mana. O paradigma da escassez e o religioso se mantém por reforço de apren-di zagem emocional (SILVA, 2006) em detrimento do desenvolvimento das ha-bilidades de discernir e refletir. Seus principais recursos didáticos são medos

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e amea ças imaginárias. Estabelecem-se por lideranças monárquicas e aristocráti-cas, as quais visam a manutenção do status quo de seu clã. Já os paradigmas da abun dância, científico e consciencial têm a fragilidade de serem dependentes da co operação, cognição e interassistencialidade, entretanto têm como pontos fortes a democracia, meritocracia, cognocracia1 e a lucidocracia2.

Quando mais inteligente, maior a capacidade de aprendizagem, maior a ten-dência de adquirir novos conhecimentos, e assim desenvolver habilidades de dis-cernir em qual paradigma se está atuando e saber em qual se quer atuar; isto é mais importante do que ter alta capacidade de aprendizagem. Segundo Orsi (2014), há forças empurrando as sociedades, alternadamente, na direção de maior ou me-nor desigualdade. Contudo, ao mesmo tempo em que aumenta a desigualdade absoluta, o crescimento dos conhecimentos tende a reduzir a pobreza extrema e a miséria, pois a classe intelectual de uma nação, com alto desempenho cogniti-vo e realizações em ciências, tecnologias e qualidade de vida tem importância de cisiva para a riqueza das nações (RINDERMANN & THOMPSON, 2011). Se-gundo as pesquisadoras Maja Horst e Cecilie Glerup, muitos cientistas e empre-sas financiadoras de pesquisas se colocam em uma “Torre de Marfim”, evitando a publicidade de seus objetivos e, assim, dificultando e impedindo uma discussão frutífera sobre a ética na ciência e a dos cientistas (DIARIO DA SAÚDE, 2014). Discussões sobre pesquisa responsável são particularmente importantes, pois fomentam observar, refletir e discernir as ações irresponsáveis ou controversas e es clarecer o quanto antes as possíveis profilaxias e soluções mais cosmoéticas. “Compreender é, no mundo da mente, diverso de manipular: é ter empatia” (DEL ÑERO, 1994, p. 119).

Quais seriam essas forças da sociedade que empurram na direção da maior desigualdade social? Os questionamentos de Maturana e Varela (1995) introdu-zem uma reflexão sobre a natureza biocultural humana quanto ao determinismo no operar humano: Porventura sabemos como nosso cérebro opera? E sabemos qual é a relação deste operar com o poder especificador da realidade a partir da imitação do comportamento? Qual é o processo de aprendizagem que produz a intolerância ao diferente? Por que jamais pensamos que talvez o processo de aprendizagem social esteja contribuindo constantemente para aumentar a polari-zação e a divergência social?

O comportamento humano resulta da interação de inúmeras variáveis, mas neste estudo focar-se-á na interação de duas variáveis fundamentais, uma fisio-lógica, somática ou genética, e outra psicológica, psicossomática ou paragenética

1 Cognocracia: forma de governo onde os governantes sãos escolhidos pelo seu nível de conhecimento.

2 Lucidocracia: a forma de governo onde os governantes são escolhidos pelo seu nível evo lutivo e lu cidez valorizando a cosmoética e o bom governo. Corresponde à governança lúci da, baseada na omni-di mensio-existencialidade.

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(VIEIRA, 2014, p. 626; KNAKIEVICZ, 2014). Devido à complexidade das in-terações entre os diversos neurotransmissores e os comportamentos humanos, optou-se em trazer ao foco da análise as correlações entre dopamina e crenças. Assim, em 1º lugar, apresenta-se as definições de espiritualidade e religião. Em 2º lugar, diferencia-se crenças e hábitos. Em 3° lugar, correlaciona-se dopamina e crenças. Em 4º lugar, faz-se uma breve revisão acerca da neurofisiologia da do-pamina no sistema nervoso. Em 5º lugar, apresenta-se uma hipótese para explicar a interação entre cérebro e o paracérebro. Em 6º lugar, apresenta-se uma proposta vivencial para a mudança do hábito religioso pelo hábito científico e 7º lugar su-mariza-se algumas conclusões a partir desta análise.

Não acredite em Nada, Nem mesmo Nas iNformações forNecidas Neste artigo. o iNteligeNte é fazer pesquisas

pessoais, repetidas e autocríticas sobre creNças.

1. ESPIRITUALIDADE & RELIGIÃO

A espiritualidade está associada com a experiência direta de autotranscen-dência e a sensação de conexão com todos, valorização das autopercepções não materiais, tais como intuição, insight e inspirações (ROEHE 2004; HIRSH et al, 2013; ALDWIN et al, 2014). A espiritualidade também tem papel na proteção contra a depressão grave, aumento do espessamento do córtex cerebral e con-tribuições às posturas mais progressistas na política (JOHNSTONE et al, 2012; HIRSH et al, 2013).

Já a religiosidade é a formalização social da espiritualidade. Está vinculada aos determinismos psicológicos, caracterizada por devoção a uma tradição espe-cífica, a um conjunto de princípios, ou código de conduta (HIRSH et al, 2013). As circunstâncias preveem o grau de religiosidade, circunstâncias difíceis induzem mais fortemente as pessoas a se tornarem religiosas (DIENER, 2011). No caso das religiões judaico-cristãs, destaca-se a visão antecipatória da finitude da vida, a crença da morte alimenta a tanatofobia, a qual, então, constitui angústia básica vivencial dos adeptos destas religiões. Sob esse paradigma, a experiência religiosa compensa as dificuldades vitais de tal modo que a pessoa pode atingir um nível de ajustamento além do que seria esperado (ROEHE, 2004). Contudo, quanto mais religiosa a pessoa é, mais agressiva ela se torna depois de consumir álcool (GIANCOLA et al, 2012). Assim, a experiência religiosa pode se confundir com a recuperação emocional (ROEHE, 2004), por eliminar a expressão de alguns sen-timentos e/ou promover comportamentos esperados, contudo a autorrepressão



dificulta a autopercepção das emoções, um passo-chave para a busca de psicote-rapias.

A experiência religiosa ou espiritual não tem correlação com a felicidade e bem-estar presentes nas comunidades e grupos religiosos, e sim com a rede so cial organizada em torno destas congregações (LIMA & PUTNAM, 2010). O pen samento analítico, forma de pensamento que usa a lógica indutiva ou de-dutiva para compreender ou explicar as coisas através da decomposição em par-tes mais simples, aumenta a descrença tanto entre crentes quanto entre céticos e pode diminuir a crença religiosa, mesmo nos crentes mais devotos (GERVAIS & NORENZAYAN, 2012).

2. CRENÇAS & HÁBITOS

Sempre que uma dúvida está presente, o ser humano gera hipóteses, em acordo com suas emoções e convicções, que venham a mitigá-la. As ideias origi-nadas desse processo, que atuam como verdades existenciais garantindo o equi-líbrio pessoal em um determinado contexto, independentemente de sua validade objetiva, dão origem às crenças. Assim consideradas, as crenças podem desempe-nhar uma importante função de defesa, uma tentativa de solução para a ambigui-dade, estabelecendo um maior nível de ajustamento e sociabilidade (PETERSON, 1999; DIENER, 2011).

As crenças não são a verdade, são apenas alguns pressupostos que foram aceitos como verdade e essa percepção, nem sempre precisa, controla o compor-tamento, ou seja, a biologia (LIPTON, 2007, p. 160). As crenças, conjunto de opi-niões, filtros de seleção de fatos, às vezes incoerentes entre si, estruturam hábitos (rotinas) também incoerentes entre si, gerando conflitos intraconscienciais. Os há bitos são reações instintivas e não uma escolha, assim a linha que separa os há-bitos dos vícios é difícil de medir (DUHIGG, 2012, p. 86 e 97), conforme é ilus-trado na história a seguir.

“Tem dois peixes jovens nadando juntos e eles encontram por acaso um peixe mais velho nadando no outro sentido, que acena para eles e diz: ‘Bom dia meninos. Como vai a água?’ E os dois peixes jovens continuaram nadando um pouco; e então uma hora um deles olha para o outro e diz: ‘Água? O que é água?’” o escritor David Foster Wallace contou essa história a uma classe de graduandos em 2005 (DUHIGG, 2012, p 286).

Por analogia, a água como crença e seus respectivos hábitos, escava um ca-nal para si, e mesmo depois de deixar de fluir, a água retoma novamente o cami-nho traçado por ela própria. Os hábitos surgem porque o cérebro está o tempo



todo procurando poupar energia, assim automatiza etapas do processamento da tomada de decisões (DUHIGG, 2012, p. 35; HALL, 2011, p. 792). Inúmeras cren-ças multiexistenciais podem estar direcionando hábitos e comportamentos. Há hábitos que geram felicidades e outros, sofrimentos, e o balanço entre eles conduz ao destino qualquer que seja ele. Uma vez que se sabe ter hábitos estagnadores ou destrutivos, também se tem a responsabilidade de mudá-los. Os hábitos, mesmo sendo escolhas impensadas e decisões invisíveis do cotidiano, são identificáveis e evitáveis (DUHIGG, 2012, p. 283).

O cérebro é uma máquina de crenças pelos processos de padronicidade e acionalização, ou seja, a tendência de encontrar padrões significativos em dados que podem ou não ser significativos e a tendência de dar aos padrões intenção e ação (SHERMER, 2012). Assim, descobrir crenças e seus hábitos associados é semelhante ao trabalho de um arqueólogo: buscar, juntar peças, compor, cavar mais, limpar com cuidado, tratar as descobertas com delica deza e atenção aos mí-nimos detalhes. Somente depois das crenças identificadas e as rotinas correlatas, pode-se criar estratégias para mudar, adequar ou instalar novos hábitos (DUHIGG, 2012. p. 285).

A Conscienciologia propõe 3 ferramentas na identificação e reciclagem de hábitos: a 1ª é a aplicação do princípio da descrença (VIEIRA, 2010, p. 5704); a 2ª é o estado vibracional e a 3ª são as pesquisas seriexológicas (VIEIRA, 2010, p. 3067; VIEIRA, 2014, p. 368 e 802).

O princípio da descrença é a proposição fundamental e insubstituí-vel da abordagem da Conscienciologia às realidades, em geral, do Cosmos, em qualquer dimensão, recusando a consciência pesqui-sadora e refutadora todo e qualquer conceito de modo apriorista, dogmático, sem demonstração prática ou reflexão demorada, con-fronto da causação, lógica e a plenitude da racionalização pessoal. (VIEIRA, 2010, p. 5704)

3. DOPAMINA

A dopamina é uma amina biogênica que atua na sinalização celular, encon-trada em todo o filo animal (MOYES, 2010). A dopamina é um im portan te neu ro-transmissor nos processos de aprendizagem por condicionamen to reforçado por repetição (Figura 1) e o mais relacionado com os processosneuronais da crença. A dopamina está associada ao centro de recompensa neuronal, o qual é composto por 2 processos neuroquímicos: 1) o “querer” (motivação) e 2) o “gostar” (re-compensa). O “gostar” está ligado ao puro prazer de um orgasmo, por exemplo.



O “querer” está ligado à ansiedade da dependência, à incerteza da próxima expe-riência e desencadeia a energia necessária para mobilizar a ação (Figura 1). Há vários indícios de que o papel da dopamina é vinculado à motivação, enquanto que a serotonina e a ocitocina estão vincula das à recompensa, pois quando se blo-queia o sistema da dopamina, continua--se desfrutando o prazer das recompen-sas, mas não mais se trabalha para obtê-las (DUHIGG, 2011; SHERMER, 2012).

Figura 1. Sistema instintivo de sobrevivência. O Loop do Hábito é composto de 3 etapas – a deixa, a rotina e a recompensa (adaptação de DUHIGG, 2012. p. 37). Deixa refere-se

à pulsão de vida. Rotina, a ativação de músculos e glândulas de controle das ações do corpo. Recompensa refere-se ao relaxamento fisiológico, aumento sanguíneo no córtex cerebral

e aprendizagem. As atitudes fazem a adequação do comportamento ao contexto.

Também foi verificado que pessoas com altos níveis de dopamina têm maior probabilidade de encontrar sentido nas coincidências e descobrir significa dos e padrões onde eles não existem. A criatividade pode ser definida como a ca pa ci-da de de detectar padronicidade onde realmente existe, e a loucura como a iden ti-fi cação de padronicidade onde ela não exista. A dopamina aumenta a capacidade de detecção de padrões, favorece o aprendizado, mas em altas doses é capaz de desencadear sintomas de psicose, como alucinações, esquizofrenia (Figura 2). Há uma linha tênue que separa a criatividade e a loucura (SHERMER, 2012, p 138). Por outro lado, a criatividade é sempre um risco de desestabilizar a ordem e assim possibilitar o novo (KEHL, 2004, p. 242).



Figura 2. Mapa conceitual neurofisiológico da dopamina. A dopamina, produzida na subs-tância nigra (Cérebro reptiliano), tem correlação com o nucleus accumbens (sistema lím bico),

o centro de recompensa neuronal, o qual coordena as sensações de euforia e bem-estar.

O aumento nos níveis de dopamina pode ser desencadeado por feniletila-minas endógenas, produzidas a partir de atividades físicas, e pela paixão além de feniletilaminas exógenas, via ingestão de alguns alimentos, tais como chocolate, trigo e carne (IRSFELD et al, 2013; SICILIANO et al, 2014; BRALY & HOGGAN, 2014, p. 177). Para os Maias e os Astecas, o cacau era o alimento dos deuses, pois acreditavam conferir-lhes sabedoria e conhecimento universal (VERNA, 2013). Enquanto a comunidade judaico-cristã tem o trigo, carne e vinho como alimen-tos sagrados (OLIVEIRA, 2006). Além das feniletilaminas naturais rapidamente degradadas nos organismos, há as anfetaminas sintéticas que permanecem ati-vas por muito tempo, usadas como medicamentos ou drogas (OLIVEIRA et al, 2013). Devido ao papel crucial da dopamina na interação social, esses compos-tos podem interferir ou prejudicar nos comportamentos pró-sociais, incluindo a formação de pares sexual-afetivos e o com portamento maternal (YOUNG et al, 2014).

Situações de risco

Paixão e/ou amor

Interação social

Alimentação

Atividade física

Formação de par sexual

Aprendizagem

Interação Social

Alimentação

Luta ou Fuga

Interação Ambiental

Feniletilamina endógenas

Exorfinas de glúten

Feniletilamina exógenas

Chocolate

Alguns grãos

Afetaminas

Medicamentos

Drogas psicóticas

Adrenalina

Melanina

Noradrenalina

Doença de Parkinson

Criatividade

Esquizofrenia

Crenças

TDAH

Tirosina

a partir de

DOPAMINA

é precursor

Promove comportamentos motivados por recompensas

Pâncreas

Substância Nigra (Cérebro reptiliano)

Proteção da mucosa intestinal

Homeostase energética

regu

lada

por

sínte

se e

m



Tanto os níveis de dopamina quanto o grau de apego às crenças têm sido correlacionados à violência social. A violência social pode ser promovida por pessoas com enzimas disfuncionais que regulam os níveis de dopamina e sero-tonina no cérebro (TIIHONEN, et al, 2014), ou pelo rancor gerado pela defesa de certezas e verdades absolutas (MATURANA & VARELA, 1995; MÜCKE et al., 2011). A violência social é considerada uma doença contagiosa em que um tipo de violência provoca outro, num destrutivo círculo vicioso. Para reverter os surtos de violências, deve-se atacar o foco inicial antes que se espalhe e se torne uma epidemia (SLUTKIN, 2015). Assim, desconstruir falsas crenças é um dos pilares dos programas de contenção da violência, por meio de agentes empáticos (MÜCKE et al., 2011).

Pessoas empáticas são mais curiosas, neofílicas, empreendedoras e mais au toconscientes (GOLEMAN, 2014; KNAKIEVICZ, 2014). A autoconsciência per mite reconhecer e identificar as emoções quando elas brotam, examiná-las e re fletir sobre as ações e as consequências destas (MÜCKE et al., 2011). Assim, essas ações autoconscientes fornecem alternativas comportamentais saudáveis por espelhamento neuronal (CARTER, 2012, p. 120) de comportamentos neofí-licos (Figura 3).

Figura 3. Mapa conceitual comparativo da observação. A realidade pode ser percebida a partir do prisma da ingenuidade e/ou da empatia.

Acriticismo

Senso de Superioridade

Intolerantismo

Apriorismo

Narcisismo

OBSERVAÇÃO

Imaginação Experimentação

a favor de validar

CRENÇAS FATOSNível de discernimento

Ingenuidade Empatia

gera gera

Fobia Neofilia

Criticismo

Senso de discernimento

Autocrítica

Cosmovisão

Fraternismo

Pessoal Social Saberes Tecnológica



O contraponto entre ingenuidade e empatia não está bem esclarecido, con-tudo não são mutuamente excludentes. Comportamentos empáticos diminuem a ingenuidade pelo aumento das experiências sociais, mas o ingênuo pode ser em-pático também. O ingênuo pode ter pouca experiência em um determinado con-texto novo, e sua habilidade de empatia contribui para que deixe de ser ingênuo à medida que adquire experiências vivenciais de modo mais eficiente. O compor-ta mento ingênuo mantém a consciência ignorante por mais tempo. Parece haver um gradiente percentual de ações ingênuas e empáticas, e, à medida que a cons-ciência acumula experiências refletidas, esse percentual muda.

Assim, vimos que a dopamina está envolvida na interação ambiental e so-cial motivada por recompensa. Portanto, o ato primário instintivo de responder a estímulos e gerar comportamentos pró-sobrevivência contribuiu para o desen-volvimento neurofisiológico dos processos de cognição, por meio da atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem.

4. NEUROFISIOLOGIA INSTINTIVA

Durante a evolução cerebral dos primatas, destaca-se o aumento do cérebro por meio do aumento do tempo de maturação. O aumento relativo das estruturas mais recentes do desenvolvimento ontogenético, tornou o neocórtex despropor-cionalmente maior, especialmente em mamíferos (DALGALARRONDO, 2011). Contudo, todos os seres humanos possuem um cérebro reptiliano, localizado no topo da espinha dorsal, o qual define as regras de sobrevivência. A expressão da agressividade é uma parte tão necessária do ser humano quanto a da sexualidade (STORR, 2012, p. 43), ou seja, pulsão de vida (GUTIÉRREZ-TERRAZAS, 2002), responsável pela mobilização orgânica do corpo para realizar as tarefas do dia a dia de modo a atender as necessidades fisiológicas básicas de manutenção da vida biológica. Assim, o cérebro reptiliano tem fome, sede, libido sexual, medo e raiva, pois sua principal função é a sobrevivência e a segurança, via neurotrans-missores catecolaminérgicos. A resposta ao estresse é precisa e biologicamente planejada para promover a saciedade fisiológica e proteger de perigos diretos, identificáveis e de curto prazo do tipo “lutar ou fugir” (CARTER, 2012). Assim, sob situações de risco, as reações rápidas e automáticas tendem a refletir o padrão de processamento deste órgão, o qual é irracional e de dimensão instintiva (CAR-TER, 2012; MENDES, 2014). Uma vez atendidas as suas necessidades básicas, o cére bro reptiliano entra em estado de latência, de silenciamento. Assim, o seu uso é a conduta-exceção tão somente orgânica, material ou animal, no atual está-gio humano (VIEIRA, 2012, p. 124).



Essa fisiologia neurológica protege os organismos de uma situação amea ça-dora real e promove a sobrevivência e reprodução (Figura 1), no entanto o cérebro não distingue com precisão uma situação real de uma imaginária, e essa ce gueira do cérebro reptiliano ou emocional é responsável pela magia e diversão do en-tretenimento virtual (CARTER, 2012, p. 120) e do prazer com as aventuras, com os comportamentos de risco (CLARK et al, 2013). Contudo, as consequências fisiológicas de tais estímulos são reais. Por exemplo, em uma situação de conflito crônico ou uma ameaça imaginária constante, as reações de estresse sem tréguas, mantém o fluxo sanguíneo aumentado no sistema límbico em detrimento do cór-tex pré-frontal, causando a intensificação de medo, da raiva, da euforia e o declí-nio do raciocínio lógico (LUSKIN & PELLETIER, 2008) e acúmulo de quelóides emocionais no psicossoma. Uma vez que as reações fisiológicas pró-sobrevivên-cia, independente do julgamento ético, ativam o sistema de recompensa, muitas consciências incautas viciam-se em adrenalina, praticando jogos de azar ou es-portes de alto risco (SKABA, 1997; PAIXÃO et al, 2011; CLARK et al, 2013), e no extremo há os que promovem os conflitos armados e as guerras em função deste vício inconsciente. Essas respostas extremadas de agressividade são antifisiológi-cas e patológicas, uma vez que atentam contra a vida. As pessoas verdadeiramente perigosas são essas que não têm medo de morrer, pois não dão valor nem para a própria vida (VIEIRA, 2015).

Nos contextos de agressividade há redução do discernimento e da diferen-ciação entre uma ameaça real de uma imaginária, contribuindo para a manu-tenção de posturas inflexíveis e conservadoras. Por isso, é muito difícil contestar crenças e tradicionalismos milenares, pois estes se estabeleceram e se mantêm intactos, justamente por ativarem os sistemas reptiliano e límbico de sobrevivên-cia e os centros de recompensa instintivos. Em resumo, a declaração de Hypatia (350–415 e.c.) continua contemporânea: “governar acorrentando a mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a força”.

5. CÉREBRO & PARACÉREBRO

Há duas realidades no Cosmos: energia e consciências. A matéria e a ener gia são a mesma coisa; o corpo humano é matéria/energia biológica. A cons ciência domina a energia e assim faz funcionar e dirige o cérebro. Uma pes soa, ou uma consciência intrafísica, se manifesta por meio do holossoma, o qual se compõe do soma, energossoma, psicossoma e mentalsoma. A consciência é o mentalsoma ou se une, de algum modo ainda ignorado, diretamente a ele, que tem por sede o paracérebro do psicossoma, e o psicossoma interage via energossoma com o so ma (VIEIRA, 2012, p. 12-18 e 118-119).



O cérebro intrafísico é o principal órgão do soma, ordenando os demais ór gãos e sistemas (HALL, 2011; VIEIRA, 2012, p. 118). O cérebro funciona tal como uma orquestra de circuitos neuronais e extraneuronais, mergulhado em uma constante atividade elétrica, mediada tanto por sinapses químicas neuronais quanto por campos elétricos sobrepostos. Esses campos elétricos extracelulares podem representar uma forma adicional de comunicação neural, independente das sinapses, e são particularmente fortes e robustos em regiões específicas, como no hipocampo, que está envolvido na formação da memória, e no neocórtex, que se acredita ser a área onde as memórias de longo prazo são guardadas. A codifi-cação cerebral depende de pulsos e suas temporizações das sinapses neuronais, que podem operar em ambos sentidos, ou seja, os axônios podem enviar sinais para o corpo celular e realizar suas próprias computações neurais, sem qualquer envolvimento do corpo celular ou dos dendritos. O processamento realizado nos dendritos é milhares de vezes mais rápido do que nos axônios, provavelmente um mecanismo para que os neurônios calculem coisas mais urgentes nos dendritos e usem os axônios para as coisas mais lentas (KATZ et al, 2009; LISMA & SPRUS-TON 2010; SPRUSTON, 2001; BUZSÁKI et al, 2012). Essas observações sugerem que o cérebro funciona em diversos níveis de processamento de informações si-multaneamente.

O paracérebro do psicossoma é o paracorpo do discernimento, determina o modo de ser, o comportamento, pois é o centro de controle ou sede da ma-nifestação mentalsomática da consciência (VIEIRA, 2014, p. 906). Conhece-se o paracérebro de uma pessoa por meio da observação da qualidade de seu discer-nimento, de seu temperamento e dos resultados de seus comportamentos (Figura 4). O processo de ação do paracérebro está correlacionado à serendipidade, que desempenha um importante papel nas descobertas científicas e inovações (GO-LEMAN, 2014, p. 47). O paracérebro é o responsável pelo gênio criativo e inven-tivo, o qual é inibido pelo medo da repressão social (MENDES, 2014).

O paracérebro, na condição de paraobjeto mais sofisticado, susten-ta, por exemplo, a parafisiologia, a paragenética, a holomnemônica, a holobiografia e a seriexologia da consciência (VIEIRA, 2010, p. 5115).

O cérebro é uma máquina de tarefas, ou seja, é um órgão orientado às ta-refas da sobrevivência intrafísica, não é uma máquina sensorial, embora mui-tas vezes ele se pareça com uma (SPRUSTON, 2001). O paracérebro é o centro da vontade, do controle das ações, das memórias, das associações de memórias e das funções sensórias (VIEIRA, 2012, p. 49). Paradoxalmente, a consolidação da evolução se dá com a fixação das virtudes no cérebro físico (TELES, 2014, p. 140).



Figura 4. Diagrama esquemático da hipotética conexão Cérebro-Paracérebro. Paracérebro é o centro da vontade e conecta-se via chacra coronário ao cérebro.

Cérebro é o centro de operações das tarefas de manifestação intrafísica da consciência, que opera em 3 níveis de processamento. O cérebro reptiliano é responsável pelo processa-

mento de estímulos estritamente de natureza biológica, orgânica e instintiva; o sistema límbico responde ao processamento das emoções; e o neocórtex à elaboração das ideias.

A conexão entre o cérebro e o paracérebro se dá através das experiências parapsíquicas, projetivas e telepáticas (VIEIRA, 2008; VIEIRA, 2010, p. 5118). Os fluxos de energias entre o cérebro e o paracérebro fazem os intercâmbios de informações, os quais são dependentes da qualidade pensênica da cons ciência. Essa conexão cérebro-paracérebro via energossoma permite a mani festação dos atributos do mentalsoma na infrafisicalidade (VIEIRA, 2014, p. 352) e a fixação no mentalsoma dos novos conhecimentos e virtudes.

O energossoma resulta da interação energética do soma com o psicossoma e é responsável pela conexão cérebro-paracérebro por meio do chacra coronário, enquanto que os chacras frontal, laríngeo, cardíaco, solar, umbilical, sexual e seus correspondentes posteriores atuam nos intercâmbios energéticos nos inter-rela-cionamentos interconscienciais. Na superfície dos chacras existem numerosos canalículos energéticos que funcionam como receptores e exteriorizadores de energias e bioenergias e podem atuar simultaneamente em ambos fenômenos ou em um só, dependendo da vontade e da circunstância (HAMUD, 2000).

O energossoma apresenta ressonância entre os chacras (HAMUD, 2000, p. 107), estabelecendo o padrão vibracional a partir da pensenidade pessoal, (VIEIRA,



2014, p. 368). Por meio de ressonância holochacral ocorrem assimilações ener-géticas entre consciências constantemente, as quais podem ser patológicas ou ho-meostáticas e curativas (VIEIRA, 2014). Consciências motivadas a melhorar sua performance pensênica, contam com a assistência de amparadores qualificando o seu padrão vibracional (VIEIRA, 2014, p. 36).

Pensamentos, sentimentos e emoções modificam o padrão vibracional do holossoma (HAMUD, 2000; VIEIRA, 2014, p. 664), e também dos objetos, ambi-en tes e nutrientes (DAVIDSON, 1999). Por exemplo, alterações do ritmo do cha-cra solar decorrente de alimentos com padrão vibracional disfuncional, podem provocar distúrbios no estômago, fígado, pâncreas e atingem, principalmente, os chacras umbilical e cardíaco (HAMUD, 2000).

O paracérebro é o repositório de cultura inútil ou útil da consciência, e a qualidade desta cultura depende do nível de lucidez e de cosmoética da mes-ma. Consciências com baixa lucidez, em uma nova vida humana, podem reciclar sua paracultura inútil em novas formas de lixo cultural. Enquanto que consciên-cias sensatas, à medida que adquirem lucidez, passam a aumentar a sua bagagem de paracultura útil, a qual auxilia de modo prático e imediato na melhoria das manifestações conscienciais próprias e de outrem, fruto de permanente esforço na atual vida intrafísica (VIEIRA, 2014).

Muitas consciências mantêm a sua paracultura inútil, devido à lavagem ce re bral espúria dos condicionamentos irrefletidos, tradicionalismos, mimeses, sa cralizações e pressões de consciências enfermas, via a exacerbação de medos ima ginários, provocados por energias intrusivas e dominadoras capazes de frear a autopensenidade e a livre expressão do mentalsoma da cons ciência na intrafisica-li dade (VIEIRA, 2014, p. 507).

Assim, constantemente a consciência na intrafisicalidade faz a integração das informações sensoriais advindas do paracérebro e do cérebro intrafísico, na tomada de decisões, via energossoma. A qualidade das resoluções pessoais está diretamente correlacionada ao nível de discernimento da origem, natureza, e quali-dade destes dados. O discernimento é qualificado por diversas técnicas de desen-volvimento de atributos mentaissomáticos, tais como detalhismo, exaustividade, persistência (VIEIRA, 2010, p. 5115) e pelas técnicas de domínio e profilaxia energéticas (VIEIRA, 2014, p. 312).

6. HÁBITO RELIGIOSO E HÁBITO CIENTÍFICO

Pela ação do sistema de recompensa por comportamento social e apren-dizagem, tanto o antigo, o familiar, o tradicional, o conhecido, o certo quan to



o novo, o inédito, a dúvida, o risco, acionam o sistema dopaminérgico e o cen tro de recompensa cerebral (Figura 5). Assim, a alegria é um sentimento fru to da interpretação das emoções neurofisiológicas, como tal, pode ser moldado pela cultura (CHAUÍ, 2000; VILLA, 2008), e não está correlacionada diretamente com os comportamentos mais assertivos pelo prisma evolutivo consciencial.

Comportamentos desejados advindos da reflexão e compreensão do me-lhor, requerem esforço persistente e técnicas de remoção, modificação de hábi-tos (DUHIGG, 2012), pois caso contrário surge o esquecimento daquilo que era novo, esquecimento que nem sempre é recalcamento (VILLA, 2008). A aprendi-za gem e adaptação a novos contextos é dependente da aptidão de transferir uma lição de uma situação à outra, por um tempo necessário para que os novos hábi-tos sejam treinados e fixados no cérebro intrafísico. Assim, a disposição de trans-ferência está universalmente presente em todos os humanos, via espelhamento neuronal (CARTER, 2012, p. 120).

A paracultura inútil são as crenças, as quais parte dos cientistas consideram anticientífico questioná-las, por exemplo, a crença de que o corpo gera a cons-ciência e a consciência morre quando o corpo morre. Segun do o biocentrismo, a morte só existe como um pensamento porque as pes soas se identificam com os seus corpos (LANZA, 2007). Na Conscienciologia, tal fenômeno é nomeado de dessoma, na qual a consciência descarta um de seus veículos de manifestação (VIEIRA, 2014, p. 319). Muitas consciências se mantêm apegadas afetivamente a esse medo imaginário, sem questioná-lo, o qual, então, constitui-se no nó gór-dio organizador de vários sistemas de crenças e tradicionalismos culturais que aprisionam as consciências em um nível de manifestação subcerebral, ou seja, de dimensões do cérebro repti liano.

Os condicionamentos culturais e comportamentais a partir da inconsci-ência de consciências intrafísicas têm gerado uma grande produção de cultura inútil, na qual a alegria é fruto do pensamento mágico e da exacerbação da adre-nalina (CHAUÍ, 2000, p. 422-227), mantedoras de posturas belicistas (VIEIRA, 2014, p. 209). Por sermos criaturas de hábitos (DUHIGG, 2012), podemos utili-zar a estrutura fisiológica destes a favor da evolução e deliberadamente modificar as rotinas retrógadas ou adotar novos hábitos saudáveis de modo a fixar as novas virtudes nas sinapses neuronais. Para isso, o primeiro passo é identificar os com-ponentes do hábito, ou seja: a deixa, a rotina e a recompensa. Portanto, a partir da sobreposição das pesquisas de Duhigg (2012) e Shermer (2012) sobre hábitos e crenças, respectivamente, foi possível decompor o hábito do medo da morte em seus componentes principais hipotéticos, ilustrado na figura 5.



Figura 5. Hábito Dogmático Cristão. A partir da cultura cristã, a crença na finitude da vida, o medo da vida e da morte molda o sistema de recompensa neurofisiológico.

A curiosidade, ou a deixa para a busca do conhecimento, é símbolo do pecado original. A rotina é composta de ações para evitar a aquisição de novos conhecimentos.

Quanto maior o medo, maior a recompensa neuroquímica. Desta maneira, uma vez instalado esse sistema, se não desafiado, ele tende a se manter por retroalimentação.

O reforço do sistema de recompensa se dá pela repressão das necessidades básicas, a elas atribuindo o papel esquizofrênico de algoz-salvador. Com o passar do tempo, a recompensa e a deixa são quase que indistinguíveis, deslocando o foco da atenção

para o passado ou futuro, pois as ações do tempo presente é a repressão, consolidando as rotinas de automartírio constante.

As incertezas em relação à morte biológica e o mecanismo de proteção da vida, ativado pelo medo, estão no centro da organização dos hábitos religiosos de inúmeras religiões. Em contextos de extrema incerteza, a religião pode forne-cer uma estrutura imaginativa de tampar o buraco da ignorância e minimizar o medo, contudo, paradoxalmente, aumenta a incerteza e as inseguranças e refor-ça o apego aos mitos e dogmas (WHITE, 2009; LUZ, 2011), em um ciclo vicioso cada vez mais consistente. Então, tampar o vazio do desconhecido é realmente possível? Ou é só uma ilusão? E como a cultura religiosa tem lidado com as desi-lusões de suas crenças ao longo da história?



O que o hábito de temer a morte tem fixado na holomemória das consciên-cias incautas, vida após vida? A crença na dependência de um salvador, ou seja, a cronificação do estado de neotenia consciencial (NASCIMENTO, 2004). Cren-ça é escravidão, é servidão ao passado em função do medo ou do afeto. Assim, ter ídolos escraviza tanto quanto ter algozes (LUZ, 2011). O que define se uma pessoa é escrava ou não é a sua inteligência emocional (GOLEMAN, 2007), e o grau de recuperação das unidades de lucidez consciencial, ou seja, compreensão de seu bom desempenho evolutivo ou rendimento consciencial atualizado (VIEIRA, 2014, p. 876).

Quais são as consequências da aceitação, sem reflexão, do pecado original na política, na educação, na economia, nas pesquisas científicas? Nas socieda-des de forte cultura religiosa onde a grande maioria da população é orientada a reprimir o seu desejo por poder-prestígio-posição, para onde vai essa energia potencial? Por hipótese, poderia se supor que por um processo compensatório de equilíbrio das forças presentes, alguns poucos expressam e usufruem desta energia potencial, geralmente de modo excessivo e abusivo? Seria esse desequilí-brio a causa da alta correlação entre países religiosos e a incidência de corrupção crônica?

Como hábito civilizatório, fomos tão bem treinados a crer, que parece ser naturalmente inerente à fisiologia e parafisiologia da manifestação tanto bioló-gica como consciencial, dando a impressão de ser impossível viver sem crenças. As estruturas pensênicas sistêmicas sociais são tão dependentes das crenças, que as pessoas com primórdios de estruturas cognitivas que abarcam as interrelações sociais e com o ambiente sem se valer de crenças, parecem disfuncionais e ina-dap tadas. O pensamento dogmático e mágico e o tradicionalismo são empecilhos ao avanço do desenvolvimento econômico e tecnológico. Então, a educação pres-siona as consciências a desenvolverem estruturas cognitivas do raciocínio lógico- -científico (OECD, 2008) e atitudes de respeito à diversidade cultural (BRASIL, 2011), promovendo a sua adaptação cultural à contemporaneidade O autodiscer-nimento quanto à origem das crenças, se inatas ou adquiridas, pode dimensionar o esforço requerido para a mudança de um hábito (MANSUR, 2012). A regra de ouro da mudança de hábito é manter a velha deixa (pulsão de vida) e a velha re-com pensa (resposta neurofisiológica autônoma), mudando-se a rotina, e assim mudando o hábito (DUHIGG, 2012, p. 79).

Uma alternativa pesquisística e experimental é verificar se o hábito dog má ti-co, apresentado na Figura 6, permite a troca da atitude de acreditar no pensamen to mágico pelo princípio da descrença de um modo saudável, funcional e interassis-tencial (Figura 7).



Figura 6. Hábito científico. A partir do princípio da descrença, há liberdade de busca do saber e cessa a sensação de urgência, diante do novo. A deixa “querer”

é identificada e, então, escolhida a rotina mais adequada, a qual se associa neurofisiologicamente à recompensa, fazer-gostar. O foco do tempo da ação:

no aqui agora e no trinômio sentir-discernir-agir. As rotinas cosmoéticas são as que atendem às necessidades fisiológicas, às psicológicas e às de autorrealização

da pirâmide de Maslow (HESKTH; COSTA, 1980).

Os hábitos surgem porque o cérebro está o tempo todo procurando manei-ras de poupar esforço (DUHIGG, 2012). Assim, mudar hábitos requer esforço, dedicação e persistência, resiliência e paciência, a qual não é sinônimo de passi-vidade, mas de calma (Figura 7). A problemática desta temática é sintetizada pela seguinte frase de Vieira (2010, p. 5704):

O princípio da descrença é o conceito conscienciológico, teático, mais cosmoeticamente destrutivo e intolerável para a socin, quando patológica, na Terra, neste terceiro milênio.

Parece simples e fácil modificar hábitos, contudo esse processo é complexo, multiexistencial e multidimensional, e requer decisão, técnica e apoio de especia-listas, tais como os disponíveis pela terapia cognitiva comportamental (CHALI-TA & CARVALHO, 2008), muita calma consigo mesmo e com os compassageiros evolutivos, devido às repercussões holochacrais, multidimensionais e grupais de tais ações (VIEIRA, 2010, p. 6044).



Figura 7. Mapa conceitual da reciclagem intraconsciencial. O prazer da recompensa biológica é obtido tanto a partir de respostas instintivas de

validação de crenças (imediato) quanto pelo processo de refutação das mesmas (posterior), via esforço de encarar as desilusões com paciências e lucidez.

O potencial de felicidade é correlacionado ao poder de mudança, ou seja, habilidade de mudar, flexibilidade psicológica e resiliência (LYUBOMIRSKY, 2010). Aprender a lidar com o desconforto emocional é algo que se faz aos pou-cos, pelo exercício deliberado de aumentar a tolerância aos ressentimentos sem reagir, contudo refletindo e ponderando sobre eles (TOLLE, 2002; GOLEMAN, 2014, p.99-115; VIEIRA, 2010, p. 5707). Com o passar do tempo, a capacidade de tolerar emoções negativas aumenta. As pessoas mais felizes tendem a resistir mais aos prazeres a curto prazo (impulsividade dos instintos) quando existe uma boa oportunidade de progredir em direção ao que elas desejam ser na vida (LYUBO-MIRSKY, 2010). Então, além da aplicação do princípio da descrença, é necessário a aquisição de habilidades complementares, tais como descrito por Vieira (2010, p. 2009) no verbete Complemento da Descrenciologia:

O complemento da Descrenciologia é a autopensenização cogniti va ideal, capaz de ampliar e aprofundar a experiência pessoal (au tex pe-ri men tação, autopesquisologia, traquejo, veteranismo), gerada pelo

Anacrônica ContemporâneaReciclagem intrafísica

mantém Mesologia/Comportamento reurbanizam

Validadas CRENÇAS Refutadas

Valores

Mecanismos de defesa do Ego

Dor da rejeição Autoestima afetada

optar por

Ressentimento Autoperdão Heteroperdão

Autoaceitação

Autoimperdoamento

Reciclagem Intraconsciencial

desencadeia

Sensação de poder Autoestima Felicidade Autoconfiança



princípio da descrença, empregando a racionalidade (razão, racio-nalização), a coe rência (congruência, nexo, compatibilidade), a lógi ca (logicidade, sensatez), a inteligência (em si, inteligência evolutiva, IE), o autodiscernimento (equilíbrio) e a criticidade (autocrítica, he terocrítica, autojuízo crítico) quanto à Priorologia(...) o comple-mento da Descrenciologia é indispensável para a completude da ra cionalização da conscin lúcida quanto às experiências evolutivas, cosmoéticas, nesta dimensão intrafísica.

CONCLUSÕES

“A sabedoria torna a felicidade possível.”Waldo Vieira

Por meio das análises realizadas sobre a hipótese de estudo das semelhan-ças e diferenças entre as estruturas cognitivas dogmática e científica, apresenta-se algumas conclusões principais:

1. Religião, espiritualidade e cientificidade têm contribuições conscien ciais distintas. A religião parece ter um papel funcional em situações de adver sidades extrema; a espiritualidade favorece a empatia, a flexibilidade e o aumento do cór-tex cerebral; e a cientificidade favorece a compreensão e solução das vicissitudes e promove o aumento da interação e consolidação da rede social das pessoas. A rede social é um fator chave do bem-estar e felicidade.

2. As crenças, tais como sapatos, tem um papel de acordo com o contexto, enquanto funcionais elas asseguram maior liberdade de movimento à consciência rumo a seu desenvolvimento. Quando disfuncionais, tal como quando adultos usam sapatos de crianças, geram feridas e dores emocionais e estagnando o cres-cimento consciencial. Discernir entre as estruturas cognitivas funcionais e dis-funcionais de cada momento evolutivo de cada consciência em particular é um grande desafio pessoal. Esse discernimento é alcançado pelas interações sociais empáticas, pelo aumento gradativo da compreensão da fisiologia cerebral e da parafisiologia do paracérebro e pelo estudo da autoconsciencialidade cotidiana.

3. O limite entre ciência e pseudociência no paradigma cartesiano-newto-niano-mecanista é dado a partir da premissa de que a matéria gera a consciência. Uma vez que essa premissa é inquestionável, surge o dogma. Tem-se por hipótese que dentro do arcabouço consciencial de uma dada consciência, as estruturas cognitivas científicas e dogmáticas de determinada área de saber são simultanea-mente incompatíveis. A transição entre elas se dá de modo gradual, pela aplicação do princípio da descrença. As crenças podem ser utilizadas tal como andaimes



para a construção da estrutura cognitiva autônoma e, então, descartadas em tem-po oportuno. A percepção do momento correto de tal descarte advém do acúmu-lo de experiências ou vivências empáticas e refletidas. A manutenção por parte da consciência de crenças desnecessárias podem causar feridas psicoemocionais. As habilidades intraconscienciais envolvidas do descarte de crenças desnecessárias parecem ser a chave da evolução sem drama, sem traumas.

4. Em síntese, o autoconhecimento da natureza humana biocultural e cons-ciencial e a aplicação do princípio da descrença na autopesquisa são recurso--chave da pensenidade das consciências despertas3,1que veem nas dificuldades oportunidades de qualificar as próprias habilidades de percepção e discernimen-to das sutilezas das realidades multidimensionais do microcosmo consciencial, bem como a atualização de hábitos e rotinas úteis. Conclui-se que a neofilia, o princípio da descrença e a interação social, independente do contexto em si, são atos pró-inteligência evolutiva, promotores da reciclagem intraconsciencial por meio da aprendizagem pela interassistencialidade, pois a desestruturação de uma dada crença promove a vivência do paradoxo emocional da ilusão gerar conforto/alegria e a desilusão gerar dor emocional/tristeza, contudo tal conflito emocional é solucionado pelo expansão da compreensão ao nível intelectual.

Estudo: eis tudo. (VIEIRA, 2009).

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3 Desperto: ser desassediado, permanente total não mais padece com assimilações ener géticas e trans-ferências nos contatos interconscienciais com consciências patológicas sendo imune aos contá gios pre-ju diciais desta condição incômoda. O desperto está ple namente autoconsciente da sua desper tici dade dentro das tarefas assistenciais às consciências (VIEIRA, 2014).



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Tanise Knakievicz é professora universitária. Pós-doutora em Ensino de Ciências (UNIOESTE), doutora em Biologia Celular e Molecular, mestre em Genética e ba-charel em Ciências Biológicas com ênfase em Genética (UFRGS). Voluntária na Ho-loteca do CEAEC. E-mail: [email protected].


121

THE COGNITIVE STRUCTURE

OF SCIENTIFIC THOUGHT:

A CASE STUDY

Tanise Knakievicz

ABSTRACT. The evolutionary history of biological intelligence connects belief with learning. The study of the dopamine neurotransmitter proves its decisive role in the neuronal development of behavior motivated by reward. When in combination with different neurotransmitters, dopamine mediates environmental and social interaction, is associated with both creativity and schizophrenia, and is part of the energy balance and establishment of neuro-physiological reward habits, even through anachronistic and dysfunctional routines. Once dysfunctional habits are identified, one should be responsible for modifying them through strategies for habit recycling. In this article, the religious thinking habit is studied aiming to propose a hypothetical strategy for recycling. Would habits organized around the principle of disbelief be enough to create prophylaxis from both magical thinking and dependence on beliefs and myths? Reflections on these issues are explained throughout this text.

KEYWORDS: Dopamine; Learning; Beliefs; Interassistantiality; Intraconsci-ential recycling.

INTRODUCTION

“Humanity’s first sin was faith;the first virtue was doubt.”

Carl Sagan

There are several superimposed paradigms acting simultaneously: para-digms of scarcity and abundance, materialism and spiritualism, dogmatism and scientificism, among others. These different views of the world occur as a result of the great capacity of emotional learning and human cognition. The paradigm of scarcity and religion is sustained by emotional learning rein for cement (SILVA, 2006) to the detriment of discernment and the skill of reflection. Its main teach-ing resources are fear and imaginary threats. They are established by monarchical and aristocratic leaderships, which aim to maintain the status quo of their clan. On the other hand, the paradigms of abundance, science and consciousness are

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fragile as they depend on cooperation, cognition and interassistance, yet their strengths are democracy, merito cracy, cognocracy1 and lucidocracy2.2

The more intelligence, the greater the learning ability and tendency to ac-quire new knowledge, thus developing skills and discerning which paradigm is acting and which one is wanted; this is more important than having a high capac-ity for learning. According to Orsi (2014) there are forces pushing societies alter-nately in the directions of greater or lesser inequality. While absolute inequality increases, knowledge growth tends to reduce extreme poverty and misery, for the intellectual class of a nation with high cognitive performance and achievements in science, technology and in terms of quality of life are extremely important for the wealth of nations (RINDERMANN & THOMPSON, 2011). According to re-searchers Maja Horst and Cecilie Glerup, many scientists and research funding companies put themselves in an “Ivory Tower”, thus avoiding advertising their goals and hindering and preventing fruitful discussions about ethics in science (DIÁRIO DA SAÚDE, 2014). Discussions about responsible research are partic-ularly important because they foster discernment, reflection and observation of irresponsible or controversial actions and clarify, as soon as possible, prophylaxis and more cosmoethical solutions. “Understanding (in the realm of the mind) is different from manipulating: it means to empathize” (DEL ÑERO, 1994, p. 119).

What societal forces push towards greater social inequality? The questions introduced by Maturana and Varela (1995) present a reflection about the biocul-tural nature of humankind regarding the determinism of human operation: Do we know how our brain works? And, do we know the relationship between this function and the specifying power of reality based on behavior imitation? Which learning processes produce intolerance? Why do we never think that maybe the social learning process is constantly contributing to the increase of polarization and social divergence?

Human behavior results from the interaction of many variables, but this study will focus on the interaction of two fundamental variables: physiology, i.e. somatics or genetics, and psychology, i.e. psychosomatics or paragenetics.VIE-IRA, 2014, p. 626; KNAKIEVICZ, 2014). Due to the complexity of interactions among various neurotransmitters and human behavior, it was deci ded to focus the analysis on a correlation between dopamine and beliefs. First, I present the definitions of spirituality and religion. Second, I differentiate beliefs and habits. Third, I relate dopamine to beliefs. Then, I make a short review about the neuro-physiology of dopamine in the nervous system. Later,I present a hypothesis to ex-plain the interaction between the brain and para brain. I also present an experiential proposal to replace religious habits with scien tific habits and finally I summarize some conclusions based on such analysis.

1 Cognocracy: form of government where governants are elected due to their level of knowledge.

2 Lucidocracy: form of government where governants are elected due to their evolutionary level and lucidity, thus valuing cosmoethics and good administration. It corresponds to lucid governance, based on omnidimensional existence.

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do Not believe iN aNythiNg, Not eveN the iNformatioN provided iN this article.

it is iNtelligeNt to coNduct repeated self- -critical persoNal research about beliefs.

1. SPIRITUALITY & RELIGION

Spirituality is associated with the direct experience of self-transcendence and a sense of connection to everything, appreciation of non-material self-per-ceptions, such as intuition, insight and inspirations (ROEHE 2004; HIRSH et al., 2013; ALDWIN et al., 2014). Spirituality also plays a key role in protecting one against severe depression, increased cerebral cortex thickness and regressive po-sitions in politics (JOHNSTONE et al., 2012; HIRSH et al., 2013).

Religiosity is a social formalization of spirituality. It is connected to psy-chological determinism, characterized by devotion to a specific tradition, a set of principles or code of conduct (HIRSH et al., 2013). Circumstances predict the de-gree of religiosity. Difficult circumstances more strongly induce people to become religious (DIENER, 2011). In the case of Judeo-Christian religions, there is an anticipatory vision of the finitude of life; the belief in death feeds thanatophobia, which then constitutes basic existential anguish to the followers of these religions. Under this paradigm, religious experiences compensate for vital difficulties so that people can achieve an adjustment level beyond the expected (ROEHE, 2004). However, the more religious a person is, the more aggressive they become after consuming alcohol (GIANCOLA et al., 2012). Thus, religious experiences can be confused with emotional recovery (ROEHE, 2004) by eliminating the expres-sion of some feelings and/or promoting expected behaviors, yet self-repression hinders the perception of emotions, which is a key step in the search for psycho-therapy.

Religious or spiritual experiences have no correlation with happiness or well- being present in communities and religious groups, but with the social net-work organized around such congregations (LIMA & PUTNAM, 2010). Ana-lytical thinking, a way of thinking that uses inductive or deductive logic to un-derstand or explain things by breaking them down into simpler parts, increa ses distrust among both believers and skeptics and can weaken religious belief, even among the most devout believers (GERVAIS & NORENZAYAN, 2012).

2. BELIEFS & HABITS

Whenever a question is posed, human beings generate hypotheses in ac-cordance with their emotions and beliefs in order to address it. The ideas born in this process, that act as existential truths and ensure personal balance in a given context, regardless of their objective validity, give rise to beliefs. Considered thus, beliefs can play an important advocacy role, an attempted solution to the ambigu-ity by establishing a higher level of adjustment and sociality (PETERSON, 1999; DIENER, 2011).



Beliefs are not truth, but merely assumptions that were accepted as truth and this perception, which is not always accurate, controls behavior, i.e., biolo gy (LIPTON, 2007, p. 160). Beliefs, set of opinions, fact selection filters are some-times inconsistent with each other, yet they structure habits (routines) which are also inconsistent with each other, thus generating intraconsciential conflicts. Habits are instinctive reactions, not a choice, so the line between habits and ad-diction is difficult to measure (Duhigg, 2012, p. 86 and 97), as shown in the fol-lowing story.

“Two young fish are swimming together and they meet an older fish swimming in the opposite way to them by chance. He waves and says, ‘Good morning boys. How is the water?’ The young fish continue swim-ming for a while when one looks at the other and asks: ‘Water? What is water?’” Writer David Foster Wallace told this story to a graduating class in 2005 (DUHIGG, 2012, p. 286).

By analogy, like beliefs and their respective habits, water digs itself a chan-nel and even after it stops flowing, it retakes the path previously traced by itself. Habits arise because the brain is constantly trying to save energy, thus it auto-mates steps of the decision making process (DUHIGG, 2012, p. 35; HALL, 2011, p. 792). Numerous multiexistential beliefs may drive habits and behaviors. Some habits bring happiness, others suffering and the balance between them leads to fate, whatever it may be. Once people know about their stagnated or destruc-tive habits, they have the responsibility to change them. Even though they are thoughtless choices and invisible everyday decisions, habits are identifiable and avoidable (DUHIGG, 2012, p. 283).

The brain is a belief machine due to standardization and actionalization processes, i.e. a tendency to find significant patterns in data that may or may not be significant and the tendency to give standards intention and action (SHER-MER, 2012). So discovering beliefs and their associated habits is similar to the work of an archaeologist: seek, gather parts, compose, dig more, clean carefully, and treat the findings with delicacy and attention to detail. Only after beliefs are identified and routines related, one can create strategies to change, adapt or ac-quire new habits (DUHIGG, 2012. p. 285).

Conscientiology proposes three tools to identify and recycle habits: the first one is the principle of disbelief (VIEIRA, 2010, p. 5704.); the second one is the vibrational state; and the third one is seriexological research (VIEIRA, 2010, p. 3067; VIEIRA, 2014, p. 368).

The principle of disbelief is the fundamental irreplaceable proposition of a conscientiological approach to general realities of the cosmos, in any dimension, in which refuter and researcher consciousnesses refuse any a priori dogmatic concept with no practical demonstration or de-layed reflection, causation confrontation, logic and fullness of personal rationalization. (VIEIRA, 2010, p. 5704)



3. DOPAMINE

Dopamine is a biogenic amine that plays a role in cell signaling, found throughout the animal phylum (MOYES, 2010). Dopamine is an important neu-rotransmitter in the learning processes with conditioned stimulus enhanced by repetition (Figure 1) mostly associated with belief related neuronal processes. Dopamine is associated with the neuronal reward center, which consists of 2 neu-rochemical processes: 1) the “wish” (motivation) and 2) the “like” (reward). The “like” is connected to pure pleasure, like in orgasm. The “wish” is linked to depen-dence anxiety and to the uncertainty of the next experience, thus unleashing the energy required to carry out an action (Figure 1). Indications are that dopamine plays a role in motivation, whereas serotonin and oxytocin are linked to reward, because when the dopamine system is blocked, one continues enjoying the plea-sure of reward, but no longer works to get it (DUHIGG, 2011; SHERMER, 2012).

Figure 1. Survival instinct System. The Habit Loop consists of 3 steps – cue, routine and reward (adaptation of DUHIGG, 2012. p. 37), which is mobilized to meet a longing

(physiological needs). Cue refers to life drive. Routine is the activation of muscles and con-trol glands of the body’s actions. Reward refers to physiological relaxation, increased blood

in the neocortex and learning. Attitude is the appropriateness of behavior to the context.

It was also found that people with high levels of dopamine are more likely to find meaning in coincidences and discover meaning and patterns where none exist. Creativity can be defined as the ability to detect a pattern that really exists, and madness as the identification of a pattern where one does not exist. Dopamine increases the pattern detection capability and favors learning, although in high doses it can trigger psychotic symptoms such as hallucinations and schizophrenia (Figure 2). There is a thin line between creativity and madness (SHERMER, 2012, p 138). On the other hand, creativity is always a risk of destabilizing order, and thus enables new things (KEHL, 2004, p. 242).



Figure 2. Neurophysiological conceptual map of dopamine. Dopamine, produced in the substantia nigra (reptilian brain), correlates with the nucleus accumbens (limbic system),

the neural reward center, which coordinates feelings of euphoria and well-being.

The increase in dopamine levels may be triggered by endogenous phe-nylethylamines, produced by physical activity and passion, and exogenous pheny-lethylamines via the ingestion of certain foods such as chocolate, wheat and meat (IRSFELD et al., 2013; SICILIANO et al., 2014; BRALY & HOGGAN, 2014, p. 177). For the Mayans and the Aztecs, cocoa was the food of the gods, for they believed it provided them with wisdom and universal knowledge (VERNA, 2013). While the Judeo-Christian commu nity has wheat, meat and wine as holy foods (OL-IVEIRA, 2006). In addition to the natural phe nylethylamines rapidly degraded in the organisms, there are synthetic amphetamines that remain active for a long time, that are used as medicines or drugs (OLIVEIRA et al., 2013). Because of dopamine’s crucial role in social interaction, these compounds may interfere with

Risk situation

Passion

Social interaction

Nutrition

Physical activity

Sexual pairing

Learning

Social interaction

Nutrition

Fight or flight

Environmental interaction

Endogenous phenylethlamine

Gluten exorphin

Exogenous phenylethylamine

Chocolate

Some grains

Amphetamine

Medicine

Phychotic drugs

Adrenaline

Melanin

Noradrenaline

Parkinson's Disease

Criativity

Schizopherenia

Beliefs

DHAH

Tyrosine

from

DOPAMINE

is precursor

Promotes behavior motivated by rewards

Pancreas

Substantia Nigra (reptilian brain)

Intestinal mucosa

protection

Energetic homeostasis

Regu

late

d by

Synt

esiz

es in



or impair social behaviors, thus including sexual-affective paring and maternal behavior (YOUNG et al., 2014).

Both the dopamine levels and the degree of attachment to beliefs have been correlated to social violence. Social violence can be promoted by people with dysfunctional enzymes that regulate the levels of dopamine and serotonin in the brain (TIIHONEN et al., 2014), or by rancor generated by the defense of certainties and absolute truths (MATURANA & VARELA, 1995; MÜCKE et al., 2011). Social violence is considered a contagious disease in which one type of vi-olence causes another in a vicious, destructive cycle. To reverse violent outbreaks, one must attack the initial outbreak before it spreads and becomes an epidemic (SLUTKIN, 2015). Thus deconstructing false beliefs is one of the pillars of vio-lence containment programs through empathetic agents (MÜCKE et al., 2011).

Empathic people are more curious, neophilic, entrepreneurial and more self-aware (GOLEMAN, 2014; KNAKIEVICZ, 2014). Self-awareness allows one to recognize and identify emotions when they sprout, examine them and reflect on actions and consequences (MÜCKE et al., 2011). Thus, these self-aware ac-tions provide healthy behavioral alternatives for neuronal mirroring (CARTER, 2012, p. 120) of neophilic behavior (Figure 3).

Lack of critical thinking

Sense of Superiority

Intolerance

Apriorism

Narcissism

OBSERVATION

Imagination Experimentation

Pro validation

BELIEFS FACTSDiscernment level

Naivety Empathy

generates generates

Phobia Neophilia

Critical thinking

Sense of discernment

Self-criticism

Cosmovision

Fraternism

Personal Social Knowledge Technology

Figure 3. Comparative conceptual map of observation. Reality can be perceived through the prism of naivety and / or empathy.



The counterpoint between naivety and empathy is not very clear, but they are not mutually exclusive. Empathetic behaviors decrease naivety by means of increased social experiences, yet the naive can be empathic as well. The naive may have little experience in a given new context, and their empathy skills contribute to stopping being naive as they acquire experiences more efficiently. Naive be-havior keeps a consciousness ignorant for longer. There seems to be a percentage gradient of naive and empathetic actions, and as consciousnesses accumulate re-flected experiences, this percentage changes.

Thus, we see that dopamine is involved in environmental and social inter-action motivated by reward. Therefore, the primary instinctive act of responding to stimuli and generating pro-survival behavior has contributed to the neuro-physiological development of cognitive processes through attention, perception, memory, reasoning, judgement, imagination, thought and language.

4. INSTINCTIVE NEUROPHYSIOLOGY

During the evolution of primate’s brains, there has been an increase in the brain by means of an increase in the maturation time. The relative increase in newer structures of ontogenetic development has made the neocortex dispropor-tionately larger, especially in mammals (DALGALARRONDO, 2011). However, all human beings possess a reptilian brain, located at the top of the spine, which defines the rules of survival. The expression of aggression is part of being hu-man, as necessary as sexuality (STORR, 2012, p. 43), that is, life drive (GUTI-ERREZ-TERRAZAS, 2002), responsible for an organic mobilization of the body to perform everyday tasks in order to meet the basic physiological needs of the maintenance of biological life. Thus, the reptilian brain has hunger, thirst, sexual libido, fear and anger because its main function is survival and safety via catechol-amine neurotransmitters. The stress response is precise and biologically designed to promote physiological satiety and protect from direct, identifiable and imme-diate dangers such as “fight or flight” (CARTER, 2012). Therefore, under hazard-ous conditions, rapid and automatic reactions tend to reflect the body’s pattern of processing, which is irrational and instinctive (CARTER, 2012; MENDES, 2014). Once basic needs are met, the reptilian brain goes into a latent state, mute. This way, their use is that of merely organic material or animal exception-conduct, at the present human stage (VIEIRA, 2012, p. 124).

This neurological physiology protects the organisms from real threatening situations and promotes survival and reproduction (Figure 1), however, the brain cannot distinguish real from imaginary situations, and such blindness of the rep-tilian or emotional brain is responsible for magic and fun virtual entertainment (CARTER, 2012, p. 120) and pleasure in adventures related to risky behavior (CLARK et al., 2013). However, the physiological consequences of such stimuli are real. In a chronic conflict situation, for example, a constant imagined threat, relentless stress reactions maintain increased blood flow in the limbic system to the detriment of the prefrontal cortex, causing the intensification of fear, anger, euphoria and the decline of logical reasoning (LUSKIN & PELLETIER, 2008)



and accumulation of emotional keloids in the psychosoma. Once the physiolog-ical pro-survival reactions activate the reward system, regardless of ethical judg-ment, many unwary consciousnesses get hooked on adrenaline, thus practicing gambling or extreme sports (SKABA, 1997; PASSION et al., 2011; CLARK et al., 2013), while the most extreme are those who promote armed conflicts and wars as a result of this unconscious addiction. These extremely aggressive responses are anti-physiological and pathological as they threaten life. The truly dangerous people are those who are not afraid to die, as they do not value their own life (VIEIRA, 2015).

In aggressive contexts there is a reduction of discernment and differenti-ation between a real threat from an imaginary threat, which contributes to the maintenance of inflexible and conservative attitudes. This is why it is very difficult to question beliefs and millennial traditionalism, as they have settled and remain intact precisely by activating the reptilian and limbic survival systems and the in-stinctual reward centers. In summary, the Hypatia statement (350-415 ce) is still contemporary, “ruling by chaining the mind through fear of punishment in this world is as mean as using force.”

5. BRAIN & PARABRAIN

There are two realities in the cosmos: energy and consciousness. Matter and energy are the same thing; the human body is matter/biological energy. Con-sciousness masters energy and operates and directs the brain. A person or an intraphysical consciousness manifests through the holosoma, which consists of the soma, the energosoma, the psychosoma and the mentalsoma. Consciousness is the mentalsoma itself or somehow directly connects to it, which in turn is head-quartered in the psychosoma’s parabrain, and the psychosoma interacts with the soma via the energosoma (VIEIRA, 2012, p. 12-18 and 118-119).

The extraphysical brain is the main organ of the soma and rules the other organs and systems (HALL 2011; VIEIRA, 2012, p. 118). The brain works as an orchestra of neuronal and extraneuronal circuits, dipped in constant electrical activity, mediated both by neuronal chemical synapses and overlapping electric fields. These extracellular electric fields can represent an additional form of neural communication, regardless of the synapses, and are particularly strong and robust in specific areas such as the hippocampus, which is involved in the formation of the memory and the neocortex, believed to be the area where long-term memo-ries are stored. Cerebral coding depends on pulses and neuronal synapses timing, which can operate in both senses, i.e., axons can send signals to the cell body and perform their own neural computations without any involvement of the cell body or dendrites. The processing performed inside the dendrites is thousands of times faster than in the axons – probably a mechanism for neurons to calculate more urgent things inside the dendrites and use the axons for slower things (KATZ et al., 2009; LISMA & SPRUSTON 2010; SPRUSTON, 2001; BUZSÁKI et al., 2012). These observations suggest that the brain simultaneously with works different information processing levels.



The psychosoma’s parabrain (parabody of discernment) determines the way of life and behavior, is the control center or headquarters of the mentalso-matic manifestation of a consciousness (VIEIRA, 2014, p. 906). The parabrain of a person is known by observing the quality of their discernment, tempera-ment and the results of their behavior (Figure 4). The parabrain’s action process is correlated with serendipity, which plays an important role in scientific discov-eries and innovations (GOLEMAN, 2014, p. 47). The parabrain is responsible for the creative and inventive genius, which is inhibited by fear of social repression (MENDES, 2014).

The parabrain, as the most sophisticated paraobject, sustains, for example, the paraphysiology, paragenetics, holomnemonics, holo-biography and the seriexology of a consciousness. (VIEIRA, 2010, p. 5115)

The brain is a task machine, that is, an organ oriented to the tasks of the intraphysical survival; it is not a sensory machine, although it often looks like one (SPRUSTON, 2001). The parabrain is the center of the will, the control of actions, memories, association of memories and sensory functions (VIEIRA, 2012, p. 49). Paradoxically, the consolidation of evolution is made through the settlement of virtues in the physical brain (TELES, 2014, p. 140).

Figure 4. Schematic diagram of the hypothetical Parabrain to Brain connection. Parabrain is the center of will and connects with the brain via the coronochakra. The brain is

the operations center for a consciousness’ tasks of intraphysical manifestation, and operates in three processing levels. The reptilian brain is responsible for processing strictly organic, instinctive and biological stimuli; the limbic system responds to the processing of

emotions; and the neocortex to the development of ideas.



The connection between the brain and the parabrain is made through psychic, projective and telepathic experiences (VIEIRA, 2008; VIEIRA, 2010, p 5118). Energetic flows between the brain and the parabrain produce an ex-change of information that depends on the consciousness’ thosenic quality. This brain-parabrain connection via the energosoma, allows for the manifes tation of mentalsomatic attributes in the intraphysical dimension (VIEIRA, 2014, p. 352) and the settlement of new knowledge and virtues in the mentalsoma.

The energosoma results from an energy interaction between the soma and the psychosoma and is responsible for the brain-parabrain connection made through the coronochakra, while the frontochakra, laringochakra, cardiochakra, spleenochakra, umbilicochakra, sexochakra and their correspon ding chakras work on energy exchanges in interconsciential relationships. On the surface of the chakras there are numerous energy tubules that act as receptors and exterior-izers of energy and bioenergy, and can act simultaneously on both phenomena or just one, depending on the will and the circumstances (HAMUD, 2000).

The energosoma has a resonance with the chakras (HAMUD, 2000, p. 107) by setting the vibrational pattern from the person’s thosenity (VIEIRA, 2014, p. 368). Energosomatic resonance constantly creates energetic assimilations between consciousnesses; these can be pathological or homeostatic and curative (VIEIRA, 2014). Any consciousness motivated to improve their thosenic performance can rely on the assistance of helpers by qualifying their vibrational pattern (VIEIRA, 2014, p. 36).

Thoughts, feelings and emotions change the vibrational pattern of both the holosoma (HAMUD, 2000; VIEIRA, 2014, p. 664) and objects, environ ments and nutrients (DAVIDSON, 1999). Changes in the pattern of the umbilicochakra caused by food with a dysfunctional vibrational pattern, for example, can disturb the stomach, liver, pancreas and affect mainly the umbilical and cardiochakras (HAMUD, 2000).

The parabrain is the repository of the useless, or useful, culture of a con-sciousness, and the quality of such culture depends on their level of lucidity and cosmoethics. Consciousnesses with little lucidity in a new human life can recycle their useless paraculture into new forms of cultural trash. While sensible con-sciousnesses acquire lucidity and start increasing their useful paraculture, which supports a practical and immediate improvement of their own consciential man-ifestations, and of others, as a result of ongoing efforts in their current intraphys-ical life (VIEIRA, 2014).

Many consciousnesses maintain a junk-like culture due to spurious brain-washing of unthinking conditionings, traditionalism, mimesis, sacraliza tions and the pressure of sick consciousnesses via the exacerbation of imaginary fears caused by intrusive and dominating energy able to stop both self-thosenity and the free expression of a consciousness’ mentalsoma in the intraphysical dimen-sion (VIEIRA, 2014, p. 507).



In this way a consciousness in the intraphysical dimension, via their en-ergosoma, promotes the integration of sensory information coming from the parabrain and the intraphysical brain during decision making processes. The quality of their personal resolutions is directly correlated to the level of under-standing of the origin, nature and quality of this data. Discernment is qualified by various techniques that develop attributes of the mentalsoma, such as the tech-niques of detailism, completeness, persistence (VIEIRA, 2010, p. 5115) energy mastery and prophylactic techniques (VIEIRA, 2014, p. 312).

6. RELIGIOUS HABITS AND SCIENTIFIC HABITS

The dopaminergic system and the brain’s reward center are triggered by the old, familiar, traditional, well-known reward system for social behavior and learning on the one hand, and the unprecedented, uncertain, risky one on the other (Figure 5). Thus, joy is a feeling that results from the interpretation of neu-rophysiological emotions, that can be shaped by culture (CHAUI, 2000; VILLA, 2008), and, according to the consciential evolutionary perspective, is not directly correlated to more assertive behaviors.

Intended behaviors arising from reflection and better understanding re-quire persistent effort and techniques for the removal and change of habits (DUHIGG, 2012), otherwise one forgets the new habits, even though such for-getting is not always repression (VILLA, 2008). Learning and adapting to new contexts depends on the ability to transfer a lesson from one situation to another for some time so new habits can be developed and established in the intraphysical brain. Thus, the transfer tendency is universally present in all humans via neuro-nal mirroring (CARTER, 2012, p. 120).

A junk-like culture is made of beliefs, and according to some scientists questioning them is a non-scientific task, for example, the belief that the body generates the consciousness and the consciousness dies when the body dies. Ac-cording to biocentrism, death exists only as a thought because people identify themselves with their bodies (LANZA, 2007). In Conscientiology this phenom-enon is named desoma, a process in which a consciousness discards one of their vehicles of manifestation (VIEIRA, 2014, p. 319). Many consciousnesses remain emotionally attached to this imaginary fear without questioning it, which be-comes the Gordian knot that organizes various belief systems and cultural tradi-tionalism that imprisons the consciousnesses in a subcerebral level of manifesta-tion, i.e. dimensions of the reptilian brain.

Cultural and behavioral conditioning based on the unconsciousness of int-raphysical consciousnesses have gone into a mass production of junk-like culture in which joy is the result of magical thinking and an exacerbation of adrena-line (CHAUI, 2000, p. 422-227), thus supporting warmongering postures (VIE-IRA, 2014, p. 209). Because we are creatures of habit (DUHIGG, 2012) we can use



these physiological structures for evolution and deliberately modify retrograde routines or adopt new healthy habits in order to settle new virtues in neuronal synapses. Therefore, the first step is to identify the components of the habit: cue, routine, reward. Thus, the overlap between Duhigg’s (2012) and Shermer’s (2012) research on habits and beliefs, respectively, allows for the decomposition of the habit of fearing death into its main hypothetical components, illustrated in Figure 5. Figure 5 was drawn from the biblical mythology where an apple is considered forbidden fruit for those who want to stay in paradise (unconsciousness). Adam and Eve were driven to consume the apple (knowledge) by the serpent (evolu-tionary pressure) and were then expelled from paradise (naivety).

Figure 5. Christian Dogmatic Habit. The Christian culture’s yearning for understanding, structured on the belief in the finiteness of life and the fear of life and death directs the

neurophysiological reward system. The curiosity (cue) to pursuit knowledge is a symbol of the original sin. Routine consists of actions to prevent the acquisition of new

knowledge. The greater the fear, the greater the neurochemical reward.

Therefore, once this system is installed, if not challenged, it is maintained through inertia. The reward system is fortified by the repression of basic needs, which are supposed to play the schizophrenic role of tormentor-savior. Over time, reward and cue are almost indistinguishable as they shift the focus of attention to the past or the future, since present time action is the repression that consolidates the constant routines of martyrdome.



Uncertainties about biological death, and life protection mechanisms ac-tivated by fear, are central to the organization of the religious habits of many religions. In contexts of extreme uncertainty, religion can provide an imaginative structure to fill the gap of ignorance and minimize fear, yet, para doxically, in-crease uncertainty and insecurity and strengthen the attachment to myths and dogmas (WHITE, 2009; LIGHT 2011) in a consistent, increasingly, vicious cy-cle. Is it really possible to fill the gap of the unknown? Or is it just an illusion? And, how has the religious culture dealt with the disappointment of their beliefs throughout history?

What has the habit of fearing death put in the holomemory of unsuspecting consciousnesses life after life? A belief in the dependence on a savior, that is, the chronicity of the consciousness’ state of neoteny (NASCIMENTO, 2004). Belief is slavery; it is servitude to the past due to fear or affection. Thus having idols enslaves as much as having executioners (LUZ, 2011). What determines whether a person is a slave or not is their emotional intelligence (GOLEMAN, 2007), and the degree of recovery of the consciousness’ units of lucidity, i.e., understand-ing their proper evolutionary performance or updated consciential performance (VIEIRA, 2014 p. 876).

What are the consequences in politics, education, economy and scientific research of accepting without reflecting upon the original sin? In societies with a strong religious culture where the vast majority of the population is driven to repress their desire for power, prestige, position, where does this potential ener-gy go? Hypothetically speaking, could one assume that through a compensatory process that balances existing forces, a few people express and make use of this potential energy usually in an excessive and abusive way? Could this imbalance be the cause of the high correlation between religious countries and the incidence of chronic corruption?

Routinely in civilization we are so well trained to believe that believing seems to be naturally inherent in the physiology and paraphysiology of both the biological and consciential manifestations, giving us the impression that it is im-possible to live without beliefs. Systemic, social, thosenic structures are so de-pendent on beliefs that people with early cognitive structures, including social interrelations in an environment without reliance on beliefs, seem dysfunctional and inappropriate. Dogmatic and magical thinking and traditionalism are obsta-cles to the advancement of economic and technological development. Therefore, education presses the consciousnesses to develop cognitive structures of logical scientific reasoning (OECD, 2008) and attitu des of respect for cultural diversity (BRAZIL, 2011), thus promoting their cultural adaptation to contemporaneity. Self-discernment regarding the origin of beliefs, whether innate or acquired, can scale the effort required to change a habit (MANSUR, 2012). The golden rule of habit change is to keep the old cue (life drive) and the old reward (autonomous



neurophysiological response) and change the routine, thereby changing the habit (DUHIGG, 2012, p. 79).

A alternative experimental research is to check if the dogmatic habit shown in Figure 6 allows one to replace the attitude of believing in magical thinking, with the principle of disbelief in a healthy, functional and interassistantial way (Figure 7).

Figure 6. Scientific habit. With the yearning for understanding from the principle of disbelief, one can be free to search for knowledge and, in the face of new things, the sense of urgency ends. The “wish” cue is identified and then the most suitable routine

is selected, which is neurophysiologically associated with the to do-like reward.

The focus on the action of time: here-now and the trinomial feel-discern-act. Cosmoethical routines meet the physiological, psychological and self-actual-ization needs of Maslow’s pyramid (HESKTH; COSTA, 1980).

Habits arise because the brain is constantly looking for ways to save ef-fort (DUHIGG, 2012). Thereby changing habits takes effort, dedication and per-sistence, resilience and patience, which is not synonymous with passivity, but calmness (Figure 7). The issue of this theme is summarized by the following state-ment from Vieira (2010, 5704 p.):



For any pathological intraphysical society on Earth, in this third millen-nium, the principle of disbelief is the most cosmoethically destructive and intolerable theoretical and practical conscientiological concept.

It sounds simple and easy to change habits, however the process is complex, multiexistential and multidimensional, thus requiring decision, technique and expert support such as those available in cognitive behavioral therapy (CHALI-TA & CARVALHO, 2008), being calm with oneself and evolutionary peers due to the multidimensional energosomatic and group repercussions of such actions (VIEIRA, 2010, p. 6044).

Anachronistic ContemporaryIntraphysical recycling

malntains Mesology/Behavior reurbanize

Validated BELIEFS Refuted

Values

Ego Defense Mechanism

Pain of rejection Affected self-steem

opt for

Resentiment Self-forgiveness Hetero-forgiveness

Self-acceptance

Self-unforgiveness

Intraconsciential recycling

tiggers

Power sensation Self-steem Happiness Self-confidence

Figure 7. Conceptual map of intraconsciential recycling. The pleasure of biological reward is obtained both from the instinctive responses of belief validation (immediate)

and their refutation process (late), via an effort to confront disappointments with patience and lucidity (KNAKIEVICZ, 2015).

The happiness potential is related to the power of change, i.e. ability to change, psychological flexibility and resilience (LYUBOMIRSKY, 2010). Learning to deal with emotional discomfort is something that is done gradually through the deliberate exercise of increasing tolerance to hard fee lings without reacting, however reflecting and pondering on them (TOLLE, 2002; GOLEMAN, 2014, p.99-115; VIEIRA, 2010, p. 5707). Over time, the ability to tolerate negative emo-tions increases. Happier people tend to resist short-term pleasure (impulsiveness



of the instincts) more when there is a good chance of progressing towards what they want to be in life (LYUBOMIRSKY, 2010). Thus, besides the application of the principle of disbelief, the acquisition of complementary skills is required, as described by Vieira (2010, p. 2009) in the entry Complement of Disbeliefology:

The Complement of Disbelifology is the ideal cognitive self-thoseni-zation capable of broadening and deepening the personal experience (self-experimentation, self-reserchology, savvy, veteranism) generated by the principle of disbelief, by employing rationality (reason, rational-ization), consistency (congruence, nexus, compatibility), logic (logical-ity, wisdom), intelligence (evolutionary intelligence, EI), self-discern-ment (balance) and criticism (self-criticism, heterocriticism, critical self-judgement) as to the study of Priority ... ... The Complement of Dis-belifology is indispensable for the completion of the lucid conscious-ness’ rationalization regarding evolutionary cosmoethical experiments in this intraphysical dimension.

CONCLUSIONS

“Wisdom makes happiness possible.” Waldo Vieira.

By means of the analyses carried out on the research hypothesis about the similarities and differences between dogmatic and scientific cognitive structures, I present some main conclusions:

1. Religion, spirituality and scientificity have distinct consciential con-tributions. Religion seems to play a functional role in situations of extreme ad-versity; spirituality favors empathy, flexibility and increased cerebral cortex; and scientificity favors the understanding and solution of difficulties and promotes increased interaction and consolidation of people’s social networks. Social net-working is a key factor for well-being and happiness.

2. When functional, beliefs, like shoes, play a role according to the con-text as they ensure consciousnesses greater freedom of movement in their devel-opment. When dysfunctional, like when adults use children’s shoes, they create wounds and emotional pain and the consciousness stagnates. Distinguishing be-tween functional and dysfunctional cognitive structures in each evolutionary mo-ment of any given consciousness is a great personal challenge. Such discernment is achieved by empathic social interactions, gradual increases in understanding the neurophysiology and paraphysiology of the parabrain through the study of everyday self-conscientiality.



3. The boundary between science and pseudoscience in the Cartesian- ewtonian mechanistic paradigm is given on the premise that matter genera tes consciousness. Once this premise is unquestionable, dogma arises. My hypothe-sis is that within the consciential framework of a given consciousness, scientific and dogmatic cognitive structures of a specific area of knowledge are simultane-ously incompatible. The transition between them occurs gradually by applying the principle of disbelief. Beliefs can be used as scaffolding for the construction of autonomous cognitive structure, and then disposed of in a timely manner. The perception of the correct time for such disposal arises from the accumulation of experiences and reflected empathic experien ces. The maintenance of unnecessary beliefs can cause psycho-emotional wounds. The intraconsciential skills involved in the disposal of unnecessary beliefs seem to be the key to evolution without traumas or drama.

4. In summary, self-knowledge about the biocultural consciential human nature and the application of the principle of disbelief in self-research are the key features of thosenity of totally permanently deintruded31consciousnesses who con-sider difficulties an opportunity to improve their own perceptive skills and un-derstanding of the subtleties of multidimensional realities of their microcosmos, as well as the upgrade of useful habits and routines. I conclude that neophilia, principle of disbelief and social interaction, regardless of the context, are pro-evo-lutionary intelligence acts that promote intraconsciential recycling through in-terassistantial learning, since the disintegration of a given belief promotes the experience of the emotional paradox of illusion that generates comfort/joy and disappointment on one hand, and emotional pain/misfortune on the other; how-ever such emotional conflict is solved by expanding one’s understanding at an intellectual level.

Study is everything. (VIEIRA, 2009).

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3 Totally Permanintfree: being totally and permanently intrusionfree means one does not suffer from negative energetic assimilations and interconsciential contact with sick consciousnesses, because of the immunity from harmfull contagion of such discomfortable situation. The totally and permanently intrusionfree being is fully aware of such condition in the scope of assistance tasks among consciousnesses (VIEIRA, 2014).



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Tanise Knakievicz is a professor. Post-doctorate on Science Teaching (UNIOESTE), PhD on Cellular and Molecular Biology, masters on Genetics and undergraduation on Biological Sciences with emphasis on Genetics (UFRGS). Volunteer at the Cen-ter for Advanced Studies of Conscientiology (CEAEC). E-mail: [email protected].

Translation: Tanise Knakievicz.Revision: Jeffrey Lloyd.


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