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A ESCOLA EM CICLOS E OS CICLOS NA ESCOLA: UM LUGAR DE QUALIDADE

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A ESCOLA EM CICLOS E OS CICLOS NA ESCOLA: UM LUGAR DE QUALIDADE?AGUIAR, Denise Regina da Costa - UMESP GT: Educao Fundamental / n. 13Agncia Financiadora: No contou com financiamento

INTRODUOEste texto apresenta o resultado de uma pesquisa que tem como objeto de estudo uma escola pblica municipal de ensino fundamental de So Paulo, organizada em ciclos desde 1992. A pesquisa centraliza seu foco na discusso e na anlise de uma escola que se encontra organizada em ciclos e que vislumbra caminhar para a construo de um trabalho coletivo de professores com qualidade de ensino para todos os alunos. Por isso convm explicitar o que estamos entendendo por qualidade de ensino.Segundo Rios, necessrio qualificar a qualidade, refletir sobre a significao de que ela se reveste no interior da prtica educativa (2001, p.21). Ou seja: a palavra qualidade requer uma adjetivao: boa ou m.Um ensino de boa qualidade aqui entendido dentro de uma perspectiva progressista de educao e ensino, portanto, social e histrica, porque emerge de um contexto da realidade e, por isso, requer uma reflexo crtica da atividade docente que articule a dimenso tcnica com as dimenses poltica, tica e esttica.O pretendido analisar quais so as possibilidades e os limites de se construir um trabalho coletivo de professores numa escola pblica municipal organizada em ciclos na perspectiva da qualidade social da educao, ou seja, numa concepo de ensino que se contraponha aos princpios da Qualidade Total em Educao, fundamentados num modelo gerencial de controle, competitividade, eficincia, eficcia, com nfase exclusiva na dimenso tcnica, princpios inextricavelmente comprometidos com os fundamentos de uma concepo mercadolgica de ensino, de um produto consumvel, que apenas contribui para reforar as desigualdades e as injustias sociais.Acredito ser este o maior desafio posto ao longo da histria da educao brasileira, a nossa maior utopia: oferecer a todos condies de acesso e permanncia numa escola pblica de qualidade, entendendo que uma educao com qualidade deva sempre ter o compromisso de exaltar a vida.Pode parecer demasiadamente romntica tal idia, considerando as condies da nossa escola pblica. Mas preciso esperanar, assim como aponta Rios (2001) ao dizer que no prprio espao do trabalho que ela esperana de novo, que retoma com vigor a luta, que encontra possibilidades e alternativas (cf. p.17).Essas consideraes iniciais encaminharam a escolha que fiz de desenvolver a pesquisa emprica no meu prprio local de trabalho, onde esperano a construo de uma escola pblica com qualidade para todos. Os resultados da pesquisa esto organizados em duas partes. A primeira apresenta a anlise da trajetria da proposta de implantao da organizao da escola em ciclos na Rede Municipal de Ensino de So Paulo, os seus fundamentos e pressupostos, bem como suas modificaes ao longo do processo.A segunda parte apresenta a anlise da organizao de uma escola em ciclos no contexto do trabalho realizado numa escola pblica de ensino fundamental, no perodo de agosto de 2003 a julho de 2004.A pesquisa compreende o contexto da escola considerando diferentes aspectos:Documentos da Secretaria Municipal de Educao atravs da consulta dos arquivos contidos na Memria Tcnica Documental de Pesquisa no Departamento de Orientao Tcnica da Secretaria Municipal da Educao DOT/SME.

Documentos registrados e arquivados na Secretaria da prpria escola.

Entrevista com o Professor Mrio Srgio Cortella, Secretrio Municipal da Educao no perodo de 1991 a 1992.

Participao em cinco encontros realizados no perodo de organizao da escola, destinados elaborao do Projeto Poltico Pedaggico.

Participao em quatro reunies pedaggicas realizadas ao longo do ano, nos horrios coletivos, trs horas semanalmente, destinadas exclusivamente ao acompanhamento dos horrios coletivos, com a formao permanente do professor.

Entrevistas realizadas em profundidade com os educadores da escola nos horrios coletivos.Depoimentos dos educandos.

Escrita dos educandos.

O projeto desenvolvido na escola configura-se, ento, como um estudo de caso, do tipo etnogrfico e de natureza qualitativa. A opo por desenvolver uma pesquisa qualitativa do tipo etnogrfico deve-se ao fato de que ela compreende as trs caractersticas bsicas desse tipo de pesquisa: observao participante, entrevistas intensivas e anlise dos documentos. (Andr, 1995, p.28)Caracteriza-se tambm por constituir uma abordagem de estudo de caso, porque busca estudar o funcionamento de uma escola no caso, uma escola municipal que se encontra organizada em ciclos.Para desenvolver tal discusso, utilizo-me da literatura sobre o tema (Gramsci, 1981; Mochcovitch,1988; Jesus, 1989; Freire, 1987, 1992, 1996, 2001; Silva, 1994, 2002, 2004; Duran, 1995, 2003; Barreto e Mitrulis, 1999; Arroyo, 2001; Cortella, 2001; Freitas, 2003; Barreto e Souza, 2004; Moll, 2004;) e de fontes documentais oficiais das Secretarias de Educao, alm da legislao pertinente ao tema.

A ORGANIZAO DA ESCOLA EM CICLOS NA REDE MUNICIPAL DE SO PAULOA organizao da escola em ciclos estabeleceu-se como outra maneira de organizao da escola, contrapondo-se organizao em sries, que provocou por muito tempo um efeito pirmide no fluxo escolar, ou seja, muitos alunos ingressavam na 1 srie do sistema escolar e poucos chegavam 8 srie.Para combater o carter seletivo e excludente da escola e com o objetivo de regularizar o fluxo de alunos ao longo da escolaridade, eliminando ou limitando a repetncia e, sobretudo, com vistas a garantir a todos os alunos ingressantes uma vida melhor dentro da escola, foi ela organizada em ciclos. Em 1989, com o incio da administrao da Prefeita Luiza Erundina de Souza, cujo mandato foi exercido de janeiro de 1989 a dezembro de 1992, assume a Secretaria Municipal da Educao o Professor Paulo Freire, cujo mandato foi exercido de janeiro de 1989 a maio de 1991, quando, a pedido, foi substitudo pelo Professor Mrio Srgio Cortella, que permaneceu frente da Secretaria at o final da gesto dessa administrao. Trata-se de um momento mpar vivido na histria da Rede Municipal de Ensino de So Paulo. salutar ressalvar que, ao assumir a Secretaria, Paulo Freire encontrou as escolas em condies extremamente precrias, devido falta de investimentos em educao na administrao anterior, a de Jnio Quadros.Ento, perante um cenrio de repetncia, excluso e evaso escolar, ao longo de diferentes administraes, a administrao de Luiza Erundina, tendo frente da Secretaria o educador Paulo Freire, implanta uma proposta poltico pedaggica rumo construo de uma escola pblica, popular, democrtica e de qualidade.Para isso, com o apoio de sua equipe, inicia a proposta de consolidar uma administrao escolar por colegiados, promovendo a participao do Conselho de Escola como rgo deliberativo e de participao na gesto escolar. Cria os Conselhos Regionais de Escola (CRECE) por representatividade, com a descentralizao de verbas, para as escolas aplicarem de acordo com suas reais necessidades. Garante liberdade de escolha para a realizao de projetos, promovendo, ento, a autonomia pedaggica das unidades escolares. Foram propostas dessa administrao o Movimento de Orientao Curricular, o Projeto Interdisciplinar, os Grupos de Formao para Professores, Coordenadores Pedaggicos e Diretores de Escola e o Projeto Gnese, um programa voltado para a informtica na escola visando a melhoria do processo ensino-aprendizagem.Em maio de 1991, ao deixar a Secretaria da Educao, por solicitao prpria, indicando para o cargo o Professor Mrio Srgio Cortella, Paulo Freire faz a sua fala de despedida, com o texto denominado Manifesto maneira de quem, saindo, fica.Em continuidade, o Professor Cortella assume a proposta juntamente com toda a equipe e o apoio do Professor Paulo Freire de participao de todos nas decises e nas discusses de diversos temas que subsidiariam o Regimento Comum das Escolas Municipais, inclusive sobre a organizao da escola em ciclos, e viabiliza, em toda a rede municipal, a discusso, seja atravs de plenrias nas escolas, realizadas pelos Conselhos de Escolas e pelos Conselhos Regionais de Escola, seja nos Ncleos de Ao Educativa (NAES), em plenrias regionais, e, posteriormente, em uma ltima plenria, em novembro de 1991, realizada no Centro Cultural de So Paulo, para a sua aprovao. O Conselho Estadual de Educao aprova, ento, a implantao dos ciclos de forma experimental at julho de 1992.Foi estipulado o perodo de fevereiro a junho de 1992 para debates e alteraes na proposta. Em julho de 1992, encaminhada uma proposta de mudana ao Conselho Estadual de Educao porque havia, no documento apresentado, um equvoco com relao freqncia do educando. Esta reviso foi aprovada em julho de 1992, e o documento final do Regimento Comum das Escolas Municipais aprovado em 05/08/1992 pelo parecer CEE 934/02. Nesta plenria foi garantida a representao de todos os segmentos da comunidade escolar, ou seja, representantes do NAE, funcionrios, pais, alunos e representantes sindicais.Para subsidiar o fazer pedaggico nas escolas, bem como a formao permanente, viabilizar o aprofundamento e a discusso dos temas, no continuum do proposto, a administrao materializa as aes, com o objetivo de responder s dvidas surgidas na Rede sobre os temas, atravs dos cadernos Regimento em Ao. A administrao de Luiza Erundina procurou, em seus trs primeiros anos, alicerar, estruturar a base com a participao de todos os envolvidos no processo educativo, propondo as seguintes aes: reestruturao da carreira do magistrio; formao permanente do professor; valorizao salarial para que o professor pudesse ter uma maior dedicao; envolvimento da comunidade e construo do trabalho coletivo. Em 1992, com o Regimento Comum das Escolas Municipais, materializa-se a proposta de organizao da escola em ciclos, ou seja, o ensino fundamental passa a organizar-se em trs ciclos: o ciclo inicial em trs anos (antigas 1, 2 e 3 sries), o ciclo intermedirio em trs anos (antigas 4, 5 e 6 sries) e o ciclo final em dois anos (antigas 7 e 8 sries).Alm dessas propostas, tal administrao subsidiou o trabalho pedaggico nas escolas com uma preocupao contnua de avaliao, retomando as dvidas, as questes e realizando as alteraes, sempre que necessrio, de maneira processual. Em 1993, assume a administrao, com mandato at 1996, o Prefeito Paulo Maluf e, como Secretrio da Educao, o Professor Slon Borges dos Reis.A proposta educacional da administrao, conforme documentos organizados na srie Enfrentar o desafio, fundamenta-se nos princpios da qualidade total, modelo este importado do modelo gerencial utilizado nas empresas. Por este modelo, a escola entendida como uma organizao que presta servios educacionais e, como tal, deve garantir a satisfao de todos os envolvidos, de todos os clientes. A prtica escolar deve embasar-se nos conceitos de controle, gerenciamento, rotina e padronizao, para que se atinja a qualidade de todas as atividades desenvolvidas. Segundo o documento, a qualidade de uma organizao est associada sua sobrevivncia, e esta associa-se produtividade e competitividade, porque o cliente est em primeiro lugar, frase que uma premissa fundamental da Gerncia da Qualidade Total.Como estratgia para o alcance dos respectivos objetivos, prope-se que cada unidade escolar elabore os Projetos Estratgicos de Ao PEAs pequenos projetos com o objetivo de encontrar solues para as dificuldades observadas e que devem ser apresentadas no Documento Referencial Analtico da Realidade Local a ser elaborado pelas escolas a cada ano, para poder garantir medidas que facilitem os planos de ao (PEAs), superando as deficincias e atendendo s necessidades locais.Na verdade, tal poltica acabou provocando a fragmentao do sistema em unidades isoladas, diminuindo a responsabilidade do sistema pblico sobre as questes sociais e colaborando com o movimento que pretendia a privatizao da Rede Municipal e interpretava as questes sociais como questes privadas. Firme no seu propsito de atingir seus objetivos,prope o ento Secretrio da Educao, Slon Borges dos Reis, uma pesquisa para os professores sobre a continuidade ou no dos ciclos. Os dados obtidos pela Secretaria Municipal de Educao (1994) mostram que 65% dos professores da Rede Municipal de Ensino, na poca, posicionaram-se favoravelmente continuidade da organizao da escola em ciclos. Mesmo assim, encaminhado ao Conselho Estadual de Educao um documento que sugere o retorno para a organizao da escola em sries, o que lhe negado. Ento a Secretaria Municipal de Educao descarta a possibilidade de alterao da proposta em ciclos. A administrao elabora, em 1995, outra srie de documentos, intitulados Currculos e Programas organizadores de reas/ciclos. Como o prprio ttulo demonstra, os documentos objetivam a sistematizao por ano e por ciclos dos componentes curriculares, como subsdios para a organizao dos trabalhos pedaggicos nas escolas.No ano seguinte, 1996, a Secretaria Municipal de Educao viabiliza encontros divididos em quatro mdulos com professores do ciclo inicial, com o objetivo de aprofundamento das perspectivas de alfabetizao, troca de experincias nas classes do ciclo I e o desenvolvimento da leitura e escrita. Tal documento integra a continuidade das aes referentes a Currculos e Programas Ensino Fundamental Ciclo Inicial, intitulado Formando Leitores e Escritores Organizadores de rea .Da mesma forma, em continuidade ao atendimento, elaborado, nesse ano, um conjunto de documentos intitulados Seminrios de Estudos: Organizao da escola em ciclos, caracterizado por um ciclo de palestras e sesses de estudos para o grupo de supervisores e representantes das equipes de orientao tcnica, com o objetivo de analisar, refletir e aprofundar as discusses sobre as bases psico-didtico-pedaggicas da organizao do processo ensino-aprendizagem em ciclos, como subsdios de fundamentao, para posteriormente acompanharem o processo nas Unidades Escolares. Em 1997, assume a gesto o Prefeito Celso Pitta, em continuidade com a proposta da administrao anterior. Nesse ano, elaborado um documento pela Secretaria Municipal da Educao com o tema Ciclo: um caminho em construo, que apresenta uma retomada das reflexes elaboradas pelos organizadores de reas. A Secretaria Municipal da Educao implanta a Progresso Continuada e apresenta, de cima para baixo, de forma impositiva, a Portaria de n 1971, em 2 de junho de 1998.Tal Portaria foi aprovada por conta das implicaes da nova LDBEN de n 9394/96, juntamente com a deliberao CME n 03/97 e a Indicao n 04/97, que estabelecem diretrizes para a elaborao do Regimento Escolar dos Estabelecimentos de Ensino vinculados ao Sistema do Municpio de So Paulo. Cada Unidade Escolar mobiliza-se para a discusso e a elaborao do seu regimento interno de acordo com as alteraes impostas pela presente portaria, com o objetivo de dar o atendimento solicitao documental e legal. A organizao da escola passa, ento, a ser estruturada em dois ciclos: Ciclo I (antigas 1, 2, 3 e 4 sries) e Ciclo II (antigas 5, 6, 7 e 8 sries).Contudo esta indicao terminou com uma etapa da histria dos ciclos na Rede Municipal ignorando a riqueza das experincias at ento vividas. A Rede Municipal de Ensino viveu um perodo que podemos at caracterizar como um perodo de obscurantismo pedaggico.Evidencia-se a diferena na concepo ideolgica, nos pressupostos e nos fundamentos para a organizao da escola em ciclos que embasaram a prtica educacional na sua implantao em 1992 e nas administraes subseqentes.Assiste-se ao retorno da fragmentao do ensino fundamental, da antiga 4 srie do ensino primrio, com a antiga 5 srie do ensino ginasial; retrocede-se mais uma vez no tempo e no espao, mas agora de forma diferenciada: no mais em sries, mas em blocos de sries, e com isso se dificulta o acesso e a permanncia dos alunos na escola, impede-se a construo de uma escola cidad, pblica, popular e democrtica.Em 2001 assume a Prefeitura de So Paulo a Prefeita Marta Suplicy, tendo o Professor Fernando Jos de Almeida como Secretrio da Educao. De incio, a administrao pronuncia-se para todos os educadores da Rede Municipal, atravs do documento EducAo N 01, Retomando a Conversa: construo da poltica educacional da Secretaria Municipal de Educao, apontando que este documento visa iniciar o dilogo com a comunidade educativa, educadores, funcionrios, pais e alunos da rede municipal sobre a retomada de uma escola bonita, alegre, fraterna, democrtica e popular na cidade de So Paulo (p.4).Tal dilogo mantido ao longo dos quatro anos da gesto atravs dos documentos EducAo e dos cadernos temticos.No documento encontra-se o incio da conversa acerca das trs metas que norteiam o trabalho dessa administrao. Traz trs artigos, e o primeiro deles, Ficar na escola e gostar dela um direito de todos: a qualidade social da educao, busca o esclarecimento da primeira meta a construo da qualidade social da educao , que s ser consolidada atravs de um princpio fundamental: a escola dever desenvolver um trabalho pedaggico que vise produzir e no apenas reproduzir a cultura. A construo de conhecimentos e valores dever respeitar as necessidades dos alunos e partir de suas experincias: social, cultural, afetiva e cognitiva; seus tempos, ritmos e conhecimentos.O segundo artigo, com o tema Participar da escola um direito de todos: a democratizao da gesto, pretende contribuir para o entendimento da segunda meta: a democratizao da gesto. O terceiro artigo, Ter escola de qualidade um direito de todos: a democratizao do acesso e da permanncia, evidencia a compreenso da terceira meta da administrao: o acesso e a permanncia na escola.O documento EducAo n 02 tem como foco principal a discusso dos temas Formao Permanente dos Professores e o Movimento de Reorientao Curricular.O documento EducAo n 03 apresenta a sntese das discusses desencadeadas a partir dos documentos anteriores das trs diretrizes municipais, do movimento de reorientao curricular e da formao contnua de professores e prope a discusso de pontos orientadores para a reflexo e a revisitao do Projeto Poltico Pedaggico das escolas. O documento EducAo n 04 Cidade Educadora Educao Inclusiva Um sonho possvel, apresenta sete textos para a discusso e o aprofundamento do debate.O documento Caderno temtico n 01, parte integrante da I Conferncia Municipal de Educao, elaborado a partir das angstias e conflitos registrados com o estudo do documento EducAo n 04, tem o intuito de subsidiar a formao contnua, o movimento de reorientao curricular e o aprofundamento do debate e da ao/reflexo nas escolas, entendendo a educao como prtica de incluso.O documento EducAo n 5 apresenta as reflexes e o aprofundamento dos temas priorizados na revista EducAo n 04 e no Caderno temtico n 01, reacendendo o debate de pontos conflituosos no cotidiano escolar a partir de textos reflexivos, de uma maneira dialtica e dialgica, e conclama a todos para a luta contra a discriminao social.A administrao traz para o debate temas que exigem a reflexo e o desvelamento das polticas educacionais neoliberais, at ento impostas e comungadas com os meios de produo capitalista e pela sociedade contempornea globalizada. Apresenta temas extremamente conflituosos, complexos, problemticos e desafiantes, como o movimento de reorientao curricular na perspectiva da diversidade, a organizao da escola em ciclos de formao, a avaliao e o registro, a revisitao do Projeto Poltico Pedaggico, o movimento de formao de professores, consolidando metas importantssimas rumo construo de uma cidade educadora, e faz meno, no documento EducAo n 05, necessidade de se abandonar prticas que reforcem a organizao da escola por blocos de sries e de se caminhar para a organizao por ciclos de formao. Porm, paradoxalmente, mantm a organizao da escola como se encontra, em dois ciclos, bloco de sries (ciclo I e ciclo II), e no altera para os trs ciclos (ciclo inicial, ciclo intermedirio e ciclo final), como implantados pela administrao de 1992. A apresentao dessa cronologia acerca dos caminhos e descaminhos por que a proposta da organizao da escola em ciclos trilhou, ao longo de quatro diferentes gestes, considerando suas vrias propostas, suas contradies, suas idas e vindas, permite-nos, agora, uma discusso da organizao dos ciclos no contexto vivido em uma escola pblica de ensino fundamental do Municpio de So Paulo.

OS CICLOS NA ESCOLA: UM ESTUDO DE CASOEsto matriculados no ensino fundamental ciclo I 867 alunos, totalizando uma mdia de 41 alunos matriculados por sala, e no ensino fundamental ciclo II 787 alunos, totalizando uma mdia de 36 alunos matriculados por sala. O que evidencia a grandiosidade da escola em questo.Com o objetivo de evidenciar seus processos de organizao e funcionamento, analisei os dados referentes ao acesso e permanncia do aluno nesta escola no perodo de 1975 a 2003.Para a organizao desses dados, utilizei-me dos livros de atas, arquivados na secretaria da escola. Optei por agrup-los em trs blocos, utilizando, como critrios, a organizao da escola por sries, no perodo de 1975 a 1991; a organizao em trs ciclos, no perodo entre 1992 e 1997 ciclo inicial, ciclo intermedirio e ciclo final e, finalmente, a partir de 1998, a organizao em dois ciclos: ciclo I e ciclo II, como se encontra na proposta da Secretaria Municipal da Educao. Tais dados permitem considerar que a proposta da organizao em ciclos, nesta escola, contribuiu ao longo dos anos para que uma grande maioria dos alunos que nela ingressaram conclusse o ensino fundamental.Pensar em quantidade de ensino remete a pensar em qualidade de ensino e, conseqentemente, pensar em qualidade de ensino significa pensar na quantidade, na oferta para todos os alunos das camadas populares.Esta relao contraditria e dinmica entre quantidade e qualidade est posta como um desafio em nosso cotidiano escolar, entendendo-se que, para a superao de seu dficit, ela deve ser repensada dentro de uma concepo progressista de educao. Portanto, evidencia-se nessa escola que a proposta de organizao dos ciclos caminha para a superao do dficit da quantidade pela proposta de democratizao do ensino, o que remete a outra questo: o projeto poltico pedaggico que permeia a prtica nesta escola caminha para a construo de uma proposta de organizao da escola em ciclos que supere o dficit da qualidade? Com qual qualidade? A proposta de trabalho da escola em questo pauta-se numa concepo de educao progressista, dentro de uma concepo de organizao da escola em ciclos que considera a funo da escola como espao social e cultural. Esta a tonicidade presente em seu Projeto Poltico Pedaggico, o que no significa dizer que se traduza, em todo o seu significado, na prtica poltica da escola.Observa-se, ao longo das atividades, que alguns concordam com o proposto, talvez para evitar o conflito com outros professores, buscam o consenso, porm no alteram sua prtica pedaggica tradicional, e, s vezes, at se sentem incomodados com o desenvolvimento das atividades. Outros concordam com a proposta, estudam-na, esto abertos a novas prticas, porm no sabem como fazer, no conseguem efetiv-las de fato. Somente uma parcela realmente efetiva a proposta e desencadeia alteraes que so refletidas em sala de aula, com os alunos. Alm da metodologia do trabalho, como apresentado, h outros fatores que so entraves no processo de construo do trabalho coletivo, que dificultam o processo ensino-aprendizagem e que podem servir de explicao para a resistncia mudana e para o no-envolvimento de todos no processo:A desvalorizao salarial e a conseqente necessidade de o professor acumular vrios empregos para sua sobrevivncia;

A desvalorizao do profissional docente;

O desgaste com um elevado nmero de alunos matriculados por sala;

A rotatividade dos professores, principalmente dos professores adjuntos, por no terem a sua lotao nas unidades escolares, e a necessidade de recomear o projeto anualmente;

A indisponibilidade de espao na escola para o desenvolvimento de projetos, dentre eles, o Projeto de Recuperao Paralela;

A indisponibilidade de professores eventuais;

A descontinuidade de propostas polticas e pedaggicas ao longo das administraes.

Evidencia-se que a escola no um todo harmnico, um espao de consenso. Pelo contrrio, caracteriza-se como um espao de contradies, de conflitos e de divergncias prprias do contexto social em que est inserida, e, por isso, torna-se um locus importantssimo de luta, de busca por melhorias, ou seja, uma construo.A busca de caminhos para a construo de um trabalho docente coletivo com qualidade perpassa pelo respeito ao professor como sujeito do processo, num dado momento histrico.

Os momentos coletivos de formaoA escola possua, em 2004, um quadro de 60 professores, dentre os quais, mais de 50%, ou seja, 31 professores, tinham JEI e participavam dos horrios coletivos, o que no caracteriza o todo da escola, mas denota um grande avano na questo da construo do trabalho coletivo. Dentre os 31 professores, 24 mantiveram-se na mesma escola, com a mesma opo de jornada integral do ano anterior (2003).Os horrios coletivos foram organizados em 4 grupos, sendo 5h/a destinadas ao Projeto PEA Formao de Professores, 3h/a com o acompanhamento do coordenador pedaggico e 2h/a com o acompanhamento do professor orientador de informtica educativa, e mais 3h/a destinadas troca de experincias e discusso das dificuldades dos alunos pelo coletivo dos professores. Os registros do processo de formao foram realizados em Livros Atas, diariamente, de acordo com os critrios definidos por cada grupo.Para o aprofundamento do tema Ciclos e avaliao, foram realizadas a leitura e a discusso de diversos textos e utilizados filmes e palestras em vdeo. Os encontros proporcionaram a reflexo acerca da representao dos professores sobre o conceito de ciclos e de avaliao de cada professor, relacionando teoria e prtica, alm da anlise de avaliaes elaboradas e aplicadas pelos prprios professores aos seus alunos.Nesse processo, embora todos os educadores tenham participado de um mesmo momento de formao e todos do grupo tenham registrado coletivamente a importncia do trabalho para um novo olhar sobre a prtica, pude observar que cada professor interpretou e concebeu a proposta de uma maneira, cada qual com seu ritmo de reflexo e com sua ideologia.Observa-se que a maioria dos professores que apresenta uma postura reflexiva e um novo olhar para a prpria prtica constituda por aqueles que participaram da formao continuada dentro e fora da escola. Entretanto, evidencia-se que alguns professores que participaram da formao continuada dentro e fora da escola ainda no demonstraram esse novo olhar rumo a uma mudana na sua prtica.Analiso os depoimentos dos professores sob a perspectiva de uma mudana paradigmtica na prtica pedaggica, caminhando para a construo de um trabalho docente dentro de uma proposta de organizao da escola em ciclos, em busca de um ensino de boa qualidade. Para isso, considero a escola como espao coletivo dentro de um contexto histrico-social-cultural que favorea a construo de saberes, com uma determinada qualidade, uma vez que, como mostra Rios (2001),

adjetivar de total a qualidade indica, na verdade, um tratamento inadequado do conceito de totalidade. Se a qualidade se coloca no espao cultural e histrico, ela ter condies de se ampliar e aprimorar. Falar em qualidade total , pois, fazer referncia a algo que se cristaliza, fica preso num modelo. O que se deseja para a sociedade no uma educao de qualidade total, mas uma educao da melhor qualidade, que se coloca sempre frente, como algo a ser construdo e buscado pelos sujeitos que a constroem (p.74).

Procurei identificar, em alguns depoimentos, professores que buscam assumir essa mudana paradigmtica na prtica pedaggica como uma possibilidade de construo de um ensino com qualidade, na organizao da escola em ciclos.Os relatos dos professores expressam a possibilidade de construo de uma escola que, por ser pensada pelo coletivo, pelo ser junto, permite uma organizao que considera o contexto histrico e cultural e por isso favorece a construo de saberes pelos alunos num processo contnuo (continuum). A continuidade no trabalho em busca da superao das fragmentaes e rupturas no processo de aprendizagem um ponto fundamental e norteador da proposta de organizao dos ciclos. Para isso os professores apontam a necessidade da ressignificao do conceito de avaliao. Entretanto alguns professores percebem, no contexto de seu trabalho, a resistncia por parte de outros professores s mudanas propostas por esta concepo de organizao em ciclos e apontam que alguns ainda utilizam a nota como um poder para a manuteno da autoridade.Numa concepo conservadora de educao e ensino, a avaliao, a nota e a reprovao so elementos fundamentais para a manuteno do poder, do conhecimento e da autoridade em sala de aula. H alguns depoimentos de professores que expressam ainda a defesa da seriao, a resistncia mudana e proposta dos ciclos.Esses professores resistentes mudana tambm manifestam a defesa da organizao de salas homogneas para o ensino e o reconhecimento do mrito do aluno, justificando a competitividade no processo educativo.A reprovao escolar, como props a organizao da escola seriada, apenas contribuiu para a produo do fracasso escolar, para a excluso e a seletividade dos alunos das camadas populares na escola pblica.Numa concepo conservadora de educao e de ensino, as salas so organizadas de forma homognea, ou seja, salas com alunos fortes, mdios e fracos, para que, a partir de seu mrito e de seu esforo individual, cada aluno consiga evoluir e ser aprovado. Em contraposio seriao, a proposta da organizao da escola em ciclos manifesta-se na tentativa de combater o problema do fracasso escolar. Para isso, prope a organizao das salas de forma heterognea, considerando que, como cada aluno apresenta um nvel de aprendizagem, os mais avanados podem interagir com os alunos que apresentam maior dificuldade, e vice-versa. O importante o professor criar estratgias que garantam atividades significativas, que visem o progresso de todos, ou seja, que o ensino na escola pblica resgate a sua verdadeira funo social, que a de trabalhar com o conhecimento socialmente produzido, no apenas para transmiti-lo, mas tambm para cri-lo e recri-lo. E, por isso, o ato educativo entendido num processo contnuo, em busca das melhores condies para a oferta de um ensino com qualidade.A questo da avaliao da aprendizagem, para os professores que caminham na ousadia de construo do trabalho coletivo, surge como ponto central na proposta de organizao da escola em ciclos. O processo de avaliao da aprendizagem inerente ao processo de construo dos saberes, apresenta-se como um caminho de ao-reflexo-ao que ir nortear a prtica, as retomadas para a continuidade do trabalho, para que o ato de ensinar seja um real espao de aprendizagem, de melhoria, de sucesso e incluso social para cada aluno.Isso pressupe um processo de reorientao curricular, um processo pedaggico diferenciado nas atividades de aprendizagem. Nessa perspectiva, outro depoimento que merece ateno o destaque da importncia da avaliao no trabalho com projetos e de como este trabalho motiva a aprendizagem dos alunos, ou seja, a prtica pedaggica s tem sentido se despertar no aluno o desejo pelo aprender, o desejo pelo conhecimento.A preocupao com a tcnica, com a construo de habilidades de leitura e escrita, com a reconstruo de conceitos, apresenta-se nos depoimentos dos professores como uma prtica inerente a seu fazer cotidiano em sala de aula. Entretanto tambm observo uma preocupao com um fazer esttico, que desperte a sensibilidade, a criatividade, a alteridade na relao com o outro, a identidade, a subjetividade de cada um no grupo, seja com os alunos, com os outros professores e entre os alunos.Outro depoimento, bastante significativo, apresenta a preocupao de um professor com a prtica poltica e tica no trabalho educativo.Sendo assim, a anlise dos depoimentos dos professores remete a um retorno considerao de que o Projeto Poltico Pedaggico que permeia a organizao da escola em ciclos, considerando-a como um espao coletivo, histrico e social, com o objetivo de contribuir para a construo e reconstruo de saberes pelos alunos, pode caminhar continuamente na busca de um ensino de boa qualidade. Para isso, a prtica dos professores, constitudos como sujeitos, deve sempre partir da reflexo crtica do saber fazer, ou seja, do: o qu, por qu, para qu e para quem ensinar.Nesta perspectiva, os projetos de formao, dentro e fora da escola, tornam-se espaos fundamentais para o fortalecimento do trabalho coletivo e a continuidade nas possibilidades de avanos nas prticas pedaggicas bem-sucedidas. Sem esses momentos no haveria discusso, reflexes e aes crticas, trocas de experincias, solues de problemas, ousadia para o enfrentamento dos limites e dificuldades na vida cotidiana da escola.A proposta da organizao da escola em ciclos caracteriza-se por um projeto de escola em construo, um projeto ousado, porque provoca um transtorno, uma ruptura com fazeres e saberes to arraigados na organizao da escola voltada para a burocracia, para a seletividade, para a nfase exacerbada na tcnica, para a competitividade, para a excluso, principalmente das camadas populares, ao acesso ao conhecimento, cultura, ao direito de ser cidado, enfim, ao direito vida. uma proposta que esperana combater o fracasso escolar, o caos, presente no cotidiano escolar, reflexo tambm de uma estrutura maior, de uma sociedade injusta, violenta e discriminatria. uma possibilidade de fazer do ensino e da aprendizagem um processo permanente na busca da docncia da melhor qualidade; um processo mais justo, mais significativo e que contribua para a incluso de todos os alunos na escola, visto que esta a sua funo social, o grande desafio posto em questo em nossos tempos.

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