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1 Artigo Original Curso de Direito A EFICIÊNCIA DO PROTESTO DE TÍTULOS COMO INSTRUMENTO DE RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO E SUA TENDÊNCIA TECNOLÓGICA The SECURITIES PROTEST EFFICIENCY AS CREDIT RECOVERY TREND YOUR INSTRUMENT AND TECHNOLOGICAL Carlos Alberto Otaviano Campelo 1 1 Aluno do curso de direito Kadidja Barros Leadebal Orientadora [email protected] Resumo Introdução. No Brasil os serviços cartoriais são serviços públicos delegados à iniciativa privada. No Brasil a constituição prevê que os serviços públicos sejam delegados mediante autorização, permissão, concessão ou, simplesmente, por meio de Lei autorizadora, como é o caso dos serviços oficiais de cartório prestados sob a natureza econômica privada. Objetivos. Analisar o instituto do protesto de títulos, com base nos fundamentos doutrinários, jurisprudenciais e legislativos, como uma ferramenta de préstimo notável para a recuperação do crédito e também Leis e jurisprudência quanto aos títulos eletrônicos, assinaturas eletrônicas, endosso eletrônico, focando a tecnologia como meio de proporcionar mais agilidade e segurança aos Cartórios. Materiais e Métodos. Pesquisa bibliográfica descritiva, com base em revistas, livros e artigos científicos. Resultados. O instituto do protesto de títulos ganhou um alcance bem maior com a implantação desta Lei, haja vista que veio ampliar o leque de títulos e documentos passíveis de serem protestados. Este fato aumentou a possibilidade de se utilizar tal instituto como meio de recuperação de crédito. É inegável a força do protesto de títulos neste sentido. Conclusão. Os meios tecnológicos vão ajudar bastante a modernização a agilidade para a solução de problemas tanto de economia para os Cartórios quanto a segurança e celeridade de informações que circulam entre Cartórios, Bancos, Órgãos de informações e o próprio judiciário ao qual as serventias são subordinados. Palavras-chave: Cartório. Serviços. Títulos. Abstract Introduction. In Brazil, notary services are public services delegated to the private sector. In Brazil, the Constitution provides that public services are delegated by authorization, permission, concession or simply by authorizing law, as is the case of the official registry services provided under private economic nature. Goals. Analyze the protest Institute of titles based on the doctrinal, jurisprudential and legislative foundation as a remarkable Préstimo tool for credit recovery and also laws and jurisprudence regarding electronic titles, electronic signatures, electronic endorsement, focusing on technology as a means to provide more agility and security to Registries. Materials and methods. Descriptive literature search, based on journals, books and scientific articles. Results. The titles of protest Institute won a much larger scope with the implementation of this law, considering that came broaden the range of titles and documents that can be protested. This fact increased the possibility of using such an institute as a means of credit recovery. There is no denying the power of protest of bills in this regard. Conclusion. Technological means will very help modernize the agility to troubleshooting both savings for Notary as the security and speed of information circulating between Registries, Banks, information agencies and the judiciary itself to the clerical offices which are subordinate. Keywords: Office. Services. Titles. 1 INTRODUÇÃO O estudo tem como objetivo geral analisar o instituto do protesto de títulos, com base nos fundamentos doutrinários, jurisprudenciais e legislativos, como uma ferramenta de préstimo notável para a recuperação do crédito e também Leis e jurisprudência quanto aos títulos eletrônicos, assinaturas eletrônicas, endosso eletrônico, focando a tecnologia como meio de proporcionar mais agilidade e segurança aos Cartórios. A eficiência do protesto de títulos como instrumento de recuperação de crédito. De acordo com a legislação brasileira, o protesto de títulos é o “[...] ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida”, conforme prediz o artigo 1º da Lei nº 9.492/97. A informatização alterou as realizações entre as empresas, fazendo surgir novas tecnologias para as transações mercantis em longas distâncias. Inicia-se uma nova era envolvendo as negociações comerciais, com a introdução dos títulos de crédito eletrônicos e consequentemente a modernização dos Cartórios, tanto em sua parte físicas como tecnológico. Para caracterizarmos o problema se faz necessário esclarecer que como estou inserido neste contesto tenho a possibilidade de

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Artigo OriginalCurso de Direito

A EFICIÊNCIA DO PROTESTO DE TÍTULOS COMO INSTRUMENTO DERECUPERAÇÃO DE CRÉDITO E SUA TENDÊNCIA TECNOLÓGICAThe SECURITIES PROTEST EFFICIENCY AS CREDIT RECOVERY TREND YOUR INSTRUMENT AND TECHNOLOGICAL

Carlos Alberto Otaviano Campelo1

1 Aluno do curso de direitoKadidja Barros LeadebalOrientadora [email protected]

Resumo Introdução. No Brasil os serviços cartoriais são serviços públicos delegados à iniciativa privada. No Brasil a constituição prevê queos serviços públicos sejam delegados mediante autorização, permissão, concessão ou, simplesmente, por meio de Lei autorizadora,como é o caso dos serviços oficiais de cartório prestados sob a natureza econômica privada. Objetivos. Analisar o instituto do protestode títulos, com base nos fundamentos doutrinários, jurisprudenciais e legislativos, como uma ferramenta de préstimo notável para arecuperação do crédito e também Leis e jurisprudência quanto aos títulos eletrônicos, assinaturas eletrônicas, endosso eletrônico,focando a tecnologia como meio de proporcionar mais agilidade e segurança aos Cartórios. Materiais e Métodos. Pesquisabibliográfica descritiva, com base em revistas, livros e artigos científicos. Resultados. O instituto do protesto de títulos ganhou umalcance bem maior com a implantação desta Lei, haja vista que veio ampliar o leque de títulos e documentos passíveis de seremprotestados. Este fato aumentou a possibilidade de se utilizar tal instituto como meio de recuperação de crédito. É inegável a força doprotesto de títulos neste sentido. Conclusão. Os meios tecnológicos vão ajudar bastante a modernização a agilidade para a soluçãode problemas tanto de economia para os Cartórios quanto a segurança e celeridade de informações que circulam entre Cartórios,Bancos, Órgãos de informações e o próprio judiciário ao qual as serventias são subordinados. Palavras-chave: Cartório. Serviços. Títulos.

Abstract Introduction. In Brazil, notary services are public services delegated to the private sector. In Brazil, the Constitution provides that publicservices are delegated by authorization, permission, concession or simply by authorizing law, as is the case of the official registryservices provided under private economic nature. Goals. Analyze the protest Institute of titles based on the doctrinal, jurisprudential andlegislative foundation as a remarkable Préstimo tool for credit recovery and also laws and jurisprudence regarding electronic titles,electronic signatures, electronic endorsement, focusing on technology as a means to provide more agility and security to Registries.Materials and methods. Descriptive literature search, based on journals, books and scientific articles. Results. The titles of protestInstitute won a much larger scope with the implementation of this law, considering that came broaden the range of titles and documentsthat can be protested. This fact increased the possibility of using such an institute as a means of credit recovery. There is no denyingthe power of protest of bills in this regard. Conclusion. Technological means will very help modernize the agility to troubleshooting bothsavings for Notary as the security and speed of information circulating between Registries, Banks, information agencies and thejudiciary itself to the clerical offices which are subordinate.Keywords: Office. Services. Titles.

1 INTRODUÇÃO

O estudo tem como objetivo geralanalisar o instituto do protesto de títulos, combase nos fundamentos doutrinários,jurisprudenciais e legislativos, como umaferramenta de préstimo notável para arecuperação do crédito e também Leis ejurisprudência quanto aos títulos eletrônicos,assinaturas eletrônicas, endosso eletrônico,focando a tecnologia como meio de proporcionarmais agilidade e segurança aos Cartórios.

A eficiência do protesto de títulos comoinstrumento de recuperação de crédito. De acordocom a legislação brasileira, o protesto de títulos éo “[...] ato formal e solene pelo qual se prova a

inadimplência e o descumprimento de obrigaçãooriginada em títulos e outros documentos dedívida”, conforme prediz o artigo 1º da Lei nº9.492/97.

A informatização alterou as realizaçõesentre as empresas, fazendo surgir novastecnologias para as transações mercantis emlongas distâncias. Inicia-se uma nova eraenvolvendo as negociações comerciais, com aintrodução dos títulos de crédito eletrônicos econsequentemente a modernização dosCartórios, tanto em sua parte físicas comotecnológico. Para caracterizarmos o problema sefaz necessário esclarecer que como estouinserido neste contesto tenho a possibilidade de

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perceber, em alguns serviços que poderiam sermelhores desenvolvidos.

Com pesquisas e autores renomados ecom conceitos que podem enriquecer a qualidadedo trabalho desenvolvido. É devido ao crescentenúmero de pessoas que procuram pelos serviçosoferecidos pelas Serventias, que os Tabeliões ouNotários estão proporcionando treinamentos aosseus funcionários e também capacitação técnicaspara tentar resolver questões rotineiras.

A problemática é mostrar à populaçãoque necessita dos serviços cartorários, queantigamente os Cartórios que eram conhecidoscom uma intensa de rotina de serviçosburocráticos hoje se modernizou com a evoluçãoda tecnologia e estão procurando solucionar commaior rapidez as questões em relação aosserviços prestados pelas as instituiçõescartorárias.

O trabalho se justifica, pois o protesto detítulos é, atualmente, a ferramenta de maiorbenefício à disposição de credores, além de ser aferramenta legal para se comprovar ainadimplência de um devedor. A sua eficácia estáligada diretamente ao fato da sociedadenecessitar de boa reputação frente ao mercadofinanceiro a fim de que possa obter crédito juntoàs instituições financeiras.

O método de desenvolvimento destetrabalho foi pesquisa bibliográfica, realizada emlivros como, por exemplo, Tabelionato deProtesto, Sérgio Luiz José Bueno, além dedocumentos e textos on-line, como a consulta daLei nº 9.492/97, além de utilizar o documentooficial do convênio firmado entre o Instituto deEstudos de Protestos de Títulos do Brasil (IEPTB-BR) e a Federação Brasileira dos Bancos(FEBRABAN) para a criação e implantação daCentral de Remessa de Arquivos (CRA)

2 ATIVIDADE NOTARIAL

2.1 Considerações históricas e constitucionaisda atividade notarial

Encontra-se na literatura consideraçõeshistóricas acerca do tema, onde relata já nostempos mais remotos, a sociedade jáexperimentava a necessidade de meios para fixare eternizar seus contratos, surgindo daí osencarregados de redigir os mesmos, nãoobstante a pluralidade de denominações e omaior ou menor grau de limitação nodesempenho da função. (SILVA, 1979, p.124).

Conforme Brandelli (2007, p. 4) explicita:

A atividade notarial não é, assim, uma criaçãoacadêmica, fenômeno comum no nascimento dosinstitutos jurídicos do direito romano-germânico,tampouco uma criação legislativa. É, sim, uma cria-ção social, nascida no seio da sociedade, a fim deatender às necessidades desta diante do andar do

desenvolvimento voluntário das normas jurídicas. Oembrião da atividade notarial, ou seja, o embrião dotabelião, nasceu do clamor social, para que, nummundo massivamente iletrado, houvesse um agenteconfiável que pudesse instrumentalizar, redigir o quefosse manifestado pelas partes contratantes, a fimde perpetuar o negócio jurídico, tornando menospenosa a sua prova, uma vez que as palavras voamao vento.

A atividade notarial1 nasceu, assim,meramente redatora, com o escopo de perpetuardocumentalmente o negócio jurídico realizadopelas partes. O escriba, nesse momento, nãotinha qualquer conotação de assessor jurídicodas partes, não qualificava juridicamente onegócio entabulado por elas. Apenaspresenciava a celebração do negócio e reduzia atermo o que havia constatado. (BRANDELLI,2007, p.6).

Seguindo a cronologia, já na IdadeMédia, com o sistema do feudalismo, houve umadesestruturação, um enfraquecimento donotariado, engendrado pela própria estruturaeconômica adotada, a qual, por sua natureza,impedia a existência de uma instituição notarialde significativa envergadura. O poder conferidoao senhor feudal para validar atos notariais,aliado à própria natureza jurídica e econômicado sistema feudal, teve o condão de empobrecerseveramente a instituição notarial (BRANDELLI,2007, p.6).

Os serviços notariais e de registro,embora já existisse na antiguidade, não sepoderia dizer que ela estaria configurada em suainteireza. À respeito,o referido autor diz que comJustiniano é que aparece uma atividade notarialpropriamente dita:

A atividade notarial somente adquire contornos deprofissão regulamentada com Justiniano,imperador bizantino e unificador do impérioromano cristão, no século VI, os imperadoresLeão I e Justiniano, já reduzidos ao Oriente,voltaram seus cuidados para a instituição detabelionato e fizeram-na adquirir maior dignidadee importância. Os tabeliones formaram umacorporação, presidida por um primicierius (primusin coera), e por essa corporação colegial eramcriados outros tabelliones de reconhecimento daprobidade e peritos na arte de dizer e escrever.

Pode-se perceber que o direito privadoromano durante o período de Justiniano,conforme noticia Argentino I, foi adotado porinfluência da Igreja, o costume de redigir oscontratos por meio de atas feitas pelo tabelião.Onde os mesmos eram encarregados de lavrar, apedido das partes, os contratos, testamentos e

1 “Num mundo onde a escrita era privilégio depoucos, o embrião notarial surge como alguém quepoderia perpetuar no tempo os atos e fatos jurídicosdas pessoas, o que, naquele momento histórico,representava um substancial acréscimo à segurançajurídica” (BRANDELLI, 2007, p. 6)

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convênios entre particulares, intervindo nosnegócios privados com notável aptidão comoredator, propiciando uma eficaz conservação dosdocumentos (BRANDELLI, 2007, p. 25)

Cláudio Martins (1963, p. 27), descreveque, em continuidade à institucionalização donotariado, diz que

o imperador bizantino Leão VI (...) decretara que onotário deveria conhecer as leis; avantajar-se sobreos demais na escrita manual; evitar porfia ou vidadissoluta; ser conspícuo por costumes,irrepreensível por prudência, judicioso, inteligente ehábil no falar, apto para raciocinar, a fim de que nãoseja facilmente levado de lá para cá por escriturasde falsários e argumentos de astutos. E, mais, que ocandidato a notário tivesse em mãos os quarentatítulos do manual das leis, conhecesse os sessentalivros e houvesse aprendido todas as regrasensinadas, para não cometer erros nas escriturasou equivocar-se nas palavras.

Visto na história que o notariado foi criadoespontaneamente pela sociedade por força dasnecessidades comuns dos seus integrantes.Trata-se de instituição pré-jurídica, incoagida noseio social em resposta às próprias necessidadesda sociedade, e não como produto acadêmicolegislativo. Assim, perfeitamente explicável asnuanças que possam vir a existir entre asorganizações notariais das diversas nações,porém, sempre ligadas por uma unidade interna,sem que com isso venham a perder a importânciaque lhes é intrínseca, pois, como bem lembraSilva (1979, p. 125), "a existência e proveito dafunção notarial em toda sociedade organizada éuma realidade”.

2.1.1 Reflexões acerca do notariado no Brasil

Com uma influência de Portugal sobre oBrasil2, se deu importante período histórico aonotariado3, em que ocorreram os descobrimentosda América e do Brasil, período de grandesexpedições navais, o tabelião acompanhava asnavegações, fazendo parte da armada dasnaves. Tendo um papel extremamente relevanteno registro dos acontecimentos e até mesmo doregistro das formalidades oficiais de posse dasterras descobertas (BRANDELLI, 2007, p.23).

No Brasil, os serviços cartoriais são

2 “Assim, o direito português foi simplesmentetrasladado para o Brasil, sendo aqui aplicado tal qual oera em Portugal e, da mesma forma, deu-se aregulamentação do notariado brasileiro”(BRANDELLI, 2007, p. 35).

3 “O primeiro tabelião a pisar o solo brasileiro, porém,foi Pero Vaz de Caminha, português, que narrou edocumentou minuciosamente, embora sem precisãotécnica alguma, a descoberta do Brasil e a posse daterra, com todos os seus atos oficiais, traduzindo-seno único documento oficial” (BRANDELLI, 2007, p.23).

serviços públicos delegados à iniciativa privada.No Brasil a constituição prevê que os serviçospúblicos sejam delegados mediante autorização,permissão, concessão ou, simplesmente, pormeio de Lei autorizadora, como é o caso dosserviços oficiais de cartório prestados sob anatureza econômica privada (FERREIRA, 2010,p 35).

No país a origem do direito notarial se dáas ordenações portuguesas. Que davaseguimento ao sistema medieval, nessa épocaera o imperador quem nomeava os notários, deforma repugnante a qualquer regime republicano.

O autor Ribeiro (2009, p. 15), coloca ainformação da seguinte maneira:

os cargos de tabelião eram providos por doação,com investidura vitalícia, podendo ser obtidos porcompra e venda ou sucessão causa mortis, sempreocupação com preparo ou aptidão para oexercício da função.

Após breves descrições históricas dosserviços notariais de registro, se faz necessário, aprincípio, trazer o tratamento normativo-constitucional do tema. De acordo com o art. 236da CF/88:

Art. 236. Os serviços notariais e de registro sãoexercidos em caráter privado, por delegação doPoder Público.§ 1º - Lei regulará as atividades, disciplinará aresponsabilidade civil e criminal dos notários, dosoficiais de registro e de seus prepostos, e definirá afiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.§ 2º - Lei federal estabelecerá normas gerais parafixação de emolumentos relativos aos atospraticados pelos serviços notariais e de registro.§ 3º - O ingresso na atividade notarial e de registrodepende de concurso público de provas e títulos,não se permitindo que qualquer serventia fiquevaga, sem abertura de concurso de provimento oude remoção, por mais de seis meses.

2.2 Conceito de Protesto e Legislação

O protesto de títulos é um instrumentojurídico através do qual o credor torna pública afalta de cumprimento da obrigação que foifirmada em uma letra de câmbio. Isso quer dizerque é um ato formal que se comprova odescumprimento de uma obrigação de umdocumento de dívida, sendo que o devedor podeser uma pessoa física ou jurídica.

3 DOCUMENTO DE DÍVIDA

Com a edição da chamada Lei doProtesto, muito se discutiu e ainda hoje se discutesobre o que se deve ter por documento de dívida.O tema é palpitante e implica análise dosconceitos de documentos e de dívidas, passandopelas finalidades e efeitos do protesto, sobretudono que diz respeito à publicidade, que acabamuitas vezes em restrição ao crédito.

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Atualmente os Cartórios de Protesto,

tornou-se um meio eficaz para recuperação docrédito, uma vez que mais o menos 60 por centodos títulos que dão entrada nos Cartórios sãoadimplidos com o pagamento, tornando-se para ocredor um alto grau de satisfação. Em um prazode dez dias ou menos está com seu litígiosolucionado, já os outros 40 por cento que sãoprotestados, devido à restrição do crédito, uns 20por cento, são cancelados após o protesto.Contudo os Cartórios Extrajudiciais, sempreforam um meio prático e eficaz, na recuperaçãode crédito, mesmo quando só se podia protestaros títulos cambiais ou cambiariformes, antes daLei.

Como se pode ver ainda nos dias dehoje, debruça-se a doutrina sobre o assunto,sendo possível encontrar opiniões mais, oumenos, liberais, sem que exista pacificação dotema.

Diante disso, tem predominado opensamento temperado, atento aos objetivos dolegislador que procurou dar ao procedimento doprotesto nuances de instrumento eficaz derecuperação de crédito

A Lei descreve este instituto como sendoo meio legal de se provar a inadimplência.Continua possuindo esta perspectiva, porém vaimais além. Antes do advento da Lei nº. 9.492, de10 de setembro de 1997, só eram passíveis deserem protestados os títulos de crédito. Após apromulgação desta, com a inclusão do termo“outros documentos de dívida” no teor do primeiroartigo, houve uma modificação bastantesignificativa no leque de dívidas que podem seradimplidas por meio do protesto de títulos.

A posição que se delineia é no sentido deque o legislador, ao se referir a outrosdocumentos de dívida, fez alusão a qualquerdocumento de dívida passível de execução, ouseja, que o documento seja líquido, certo eexigível. Entre os títulos foram instituídos comoDocumentos de Dívidas temos os contratos,assim entendidos como documentos líquido, certoe exigível.

3.2 O protesto de contratos

Para que o mesmo seja materializado eminstrumento particular possa ser protestado, ematendimento ao inciso II, do art.585, do Código deProcesso Civil, deve conter assinatura de duastestemunhas, para efeito de protesto, noentendimento de alguns Tabeliões, mesmo semas duas testemunhas, se protesta normalmente, ofato das testemunhas do documento particularnão estarem presentes ao ato de sua formaçãonão retira a sua executividade, uma vez que asassinaturas poder ser feitas em momentoposterior ao ato de criação do título executivo

extrajudicial, sendo as testemunhas meramenteinstrumentária e que conforme artigo 221 doCódigo Civil onde o mesmo fala de sua eficáciaplena como meio de prova.

Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado,ou somente assinado por quem esteja na livredisposição e administração de seus bens, prova asobrigações convencionais de qualquer valor; mas osseus efeitos, bem como os da cessão, não seoperam, a respeito de terceiros, antes de registradono registro público

Documento particular - assinatura das testemunhasem momento posterior a assinatura pelo devedor [...]2 - O fato das testemunhas do documento particularnão estarem presentes ao ato de sua formação nãoretira a sua executoriedade, uma vez que asassinaturas podem ser feitas em momento posteriorao ato de criação do título executivo extrajudicial,sendo as testemunhas meramente instrumentárias(cf. Resp nºs 1.127/SP e 8.849/DF). […] (REsp541267/RJ, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI,QUARTA TURMA, julgado em 20/09/2005, DJ17/10/2005, p. 298)

3.3 O protesto do contrato de locação deimóveis

Acerca da admissibilidade do protesto. Ocontrato de locação escrito é títulos executivo, porforca do art. 585- V, do Código de Processo Civil.Dessa maneira, sendo líquido, certo e exigível, épossível de protesto. Existe uma decisão doSuperior Tribunal de Justiça, alias prolatada pormaioria, em que se encontra manifestaçãocontraria ao protesto em questão.

Ementa:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EM MANDADODE SEGURANÇA. PROTESTO DE CONTRATO DELOCAÇÃO DE IMÓVEL. PERMISSÃO AOSTABELIÃES DE PROTESTOS DE LETRAS ETÍTULOS DA COMARCA DE SÃO PAULO.CANCELAMENTO. ATO DE CORREGEDORGERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃOPAULO. DIREITO LÍQUIDO E CERTO.INEXISTÊNCIA. EXIGÊNCIA DE QUE O TÍTULOEXECUTIVO CONTENHA OBRIGAÇÃOPECUNIÁRIA LÍQUIDA, CERTA E EXIGÍVEL.CONTRATO DE LOCAÇÃO.INEXISTÊNCIA DELIQUIDEZ. RECURSO EM MANDADO DESEGURANÇA DENEGADO.1. Com efeito, tem-seque o contrato de locação foi caracterizado pelalegislação como título executivo extrajudicial,transmutando-o com força executiva. Contudo, oprotesto será devido sempre que a obrigaçãoexpressa no título for líquida, certa e exigível.2. Nahipótese dos autos, o contrato de locação deimóvel apresentado evidencia ser título com oatributo da certeza, em decorrência dadeterminação cogente da norma legal, bem comotambém demonstra possuir exigibilidade, porpresunção de que houve o vencimento da dívida,sem revestir-se, no entanto, do atributo da liquidez,fato que inviabiliza o protesto do referido título.3.Recurso em Mandado de Segurança a que se negaprovimento.SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (ProcessoRMS 17400 / SP - RECURSO ORDINÁRIO EMMANDADO DE SEGURANÇA 2003/0204744-1 -

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Relator(a) Ministra LAURITA VAZ (1120) -Relator(a) p/ Acórdão Ministro ADILSON VIEIRAMACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DOTJ/RJ) (8205) - Órgão Julgador T5 - QUINTATURMA - Data do Julgamento 21/06/2011 - Datada Publicação/Fonte DJe 03/11/2011)

Em suma diz o voto vencedor, da lavra do

Desembargador convocado Adilson VieiraMacabu, que a inovação processual quepossibilitou o protesto do contrato de locação foimotivado pelo afastamento da necessidade detutela de conhecimento (tem por objetivo declarara existência ou inexistência de uma relaçãojurídica, a autenticidade ou a falsidade de umdocumento) em face da presunção de certezacontida nesse contrato. Frisa, porém, que o títuloexecutivo passível de execução, que é uma açãojudicial, será alcançada pelo princípio da ampladefesa, e até mesmo, do contraditório,principalmente, de dívida liquida, o que nãoacontece em um protesto. Em seguida, afirma ovoto a dívida será liquida se depender de simplescálculos aritméticos e que essa liquidez deveexistir independente de liquidação futura. Por fim,concluiu que o contrato de locação não é liquido. No Distrito Federal em virtude do Mandatode Segurança RMS 17400/SP, alguns tabeliõesnão aceitam os contratos de locação paraprotesto, tal fato vem causando uma insegurançajurídica em relação a outros documentos dedividas, os que aceitam se baseiam no artigo 585,V, do Código de Processo Civil, no Artigo 1 da Lein° 9494/1997. Vale salientar que o Tribunal deJustiça do Distrito Federal e Territórios e acorregedoria de Justiça, que rege os CartóriosExtrajudiciais em seu último provimento deDezembro de 2013, nada alegou em relação aotema.

Portanto, não se justifica que algunsCartórios, se recusam a aceitar, os contratos delocação de imóveis, por sua vez, o credor nãoconseguindo resolver sua pendência junto aosCartórios Extrajudiciais, irão o Judiciário pararesolver sua lide, aumentando cada vez mais, o játão abarrotado Poder Judiciário.

O contrato de locação pode tecnicamenteser objeto de protesto, ainda que encontrealguma resistência junto aos Tribunais. Nãoobstante a essa colocação, observa-se que oTabelião de Protesto está sempre adstrito aobservância das normas regulamentares edecisões administrativa baixadas pelos Tribunaise Corregedorias locais. Havendo vedação, há deser respeitada. Além disso, naturalmente devecumprir as decisões judiciais lançadas em relaçãoa contratos submetidos a seu exame.

EMENTA PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EMMANDADO DE SEGURANÇA. PROTESTO DECONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL.PERMISSÃO AOS TABELIÃES DE PROTESTOSDE LETRAS E TÍTULOS DA COMARCA DE SÃO

PAULO. CANCELAMENTO. ATO DECORREGEDOR GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADODE SÃO PAULO. DIREITO LÍQUIDO E CERTO.INEXISTÊNCIA. EXIGÊNCIA DE QUE O TÍTULOEXECUTIVO CONTENHA OBRIGAÇÃOPECUNIÁRIA LÍQUIDA, CERTA E EXIGÍVEL.CONTRATO DE LOCAÇÃO. INEXISTÊNCIA DELIQUIDEZ. RECURSO EM MANDADO DESEGURANÇA DENEGADO. 1. Com efeito, tem-seque o contrato de locação foi caracterizado pelalegislação como título executivo extrajudicial,transmutando-o com força executiva. Contudo, oprotesto será devido sempre que a obrigaçãoexpressa no título for líquida, certa e exigível. 2. Nahipótese dos autos, o contrato de locação de imóvelapresentado evidencia ser título com o atributo dacerteza, em decorrência da determinação cogenteda norma legal, bem como também demonstrapossuir exigibilidade, por presunção de que houve ovencimento da dívida, sem revestir-se, no entanto,do atributo da liquidez, fato que inviabiliza o protestodo referido título. 3. Recurso em Mandado deSegurança a que se nega provimento. MINISTROADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADORCONVOCADO DO TJ/RJ) JULGADO: 03/05/2011.

3.4 O Protesto de encargos de condomínio

Divergem os estudiosos do direito sobre apossibilidade do protesto da chamada quota oucontribuição condominial, ou seja, do crédito docondomínio formalmente constituído em relaçãoao proprietário do imóvel que partilha da áreacomum, por meio de fração que lhe é outorgada.

No Estado de São Paulo, houveinconstitucionalidade de Lei Estadual ao tema,mas em relação a Protestos de boletosinformadores de encargos condominiais.

Ao tratarmos do exame daprotestabilidade do contrato locação de imóveis,verificamos que a declaração deinconstitucionalidade teve conotação formal eressaltou a possibilidade de regramentonormativo definir o que pode ser objeto deprotesto.

Bueno (2013, p. 103 apud SANTOS,2011, p 187) Ensina Flauzilino Araújo dos Santos:

a utilização do tabelionato de protestos com formade solução extrajudicial para cobrança dos débitoscondominiais em atraso representa celeridade,custos reduzidos e segurança jurídica para oscondomínios que valeram de serviço públicoextrajudicial a delegado, prestado por profissional dodireito, cuja atuação é marcada por imparcialidade,controle e fiscalização do Poder Judiciário.

Nos Cartórios Extrajudiciais do DistritoFederal, também existe vedação do protestoconforme provimento de 2013 do TJDFT. Art. 95,parte final “vedado o apontamento de dívidacondominial consubstanciada em título dessanatureza”, ou seja, quando os Bancos, através desuas carteiras de cobranças enviam aos Cartóriospor meio magnético com a sigla DuplicataMercantil por Indicação (DMI), tendo comocedente ou sacador condomínios, quando ocorre

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tal envio, os Cartórios tem que devolver osmesmos.

Contudo, vale ressaltar que os encargosde condomínio podem ser protestados uma vezque o Artigo 585, inciso V, do Código de ProcessoCivil. Para tanto, basta apresentar junto aoCartório, envio da ata de eleição do síndico oudaquele autorizou administração por terceiros;documento com especificação do valor indicado eencargos que o integram, servindo esse; comomaterialização da obrigação; a ata em que foiestabelecido o valor dos encargos condominiais;prova de que o devedor indicado é condômino(proprietário ou promissário comprador), além dosdocumentos normais exigidos para aapresentação a protesto, porem fica a cargo doTabelião, protestar tal documento. E, se o credornão aceitar a decisão do Tabelião, poderá omesmo suscitar dúvida através da Vara deRegistro Público, que o órgão responsável paradirimir dúvidas em relação aos CartóriosExtrajudiciais.

3.5 Certidão da Dívida Ativa (CDA)

Embora não seja propriamente um títulode crédito, se enquadra na categoria dedocumento de dívida, podendo ser protestado,pois é passível de execução, encontrando-seelencada no art. 585, inciso VII do CPC brasileirocomo título executivo extrajudicial. Posição queocupa espaço, hodiernamente, é no sentido deque o legislador, ao se referir a outrosdocumentos de dívida, fez alusão a qualquerdocumento de dívida passível de execução, ouseja, que este documento seja líquido, certo eexigível. Portanto, infere-se que uma dasinovações introduzidas pela Lei nº 9.492, de 10de setembro de 1997, diz respeito à amplitudedos títulos sujeitos a protesto cambiário, uma vezque a Lei referiu-se a outros documentos dedívida, não restringindo, portanto, à prática desteato especifico aos títulos de crédito e contasjudicialmente verificadas, como ocorriaanteriormente ao advento desta legislação.

Em livro sobre a Lei dos notários, Walter Cenevivacomentou o protesto sempre e só tem origem eminstrumento escrito no qual a dívida seja expressa ecuja existência se comprove com seu exameextrínseco, estranho aos elementos negociais, que ointegram, encontrados nas dezenas de títulos decrédito reconhecidos pelo direito brasileiro. Oinstrumento será título (referindo-se ao previsto nasleis comerciais ou processuais vigentes) ou outrodocumento, no qual a dívida não apenas estejacaracterizada, mas de cuja verificação resulta aclara informação de seu descumprimento (2014, p148).

O tema é controvertido, mas tempreponderado o pensamento que acolhe oprotesto. Alguns ainda resistiam, com o tênue

argumento da desnecessidade, ao protestorelativo ao crédito tributário formalmenteconstituído.

Vale ressaltar que o protesto é umprocedimento extrajudicial, não propriamente decobrança, que abre ao contribuinte devedor apossibilidade de pagar a dívida e assim evitar aexecução e os acréscimos da sucumbência(custas, processuais e honorários advocatícios).É relevante que se ressalte que os emolumentosde protesto são de valores significativamenteinferiores aos da custas judiciais. Sem falar que,ação de execução fiscal que tem um poder decoação muito superior, vez que este se trata deum procedimento com força executória,destinando-se a privar o executado de seus bens,enquanto o protesto apenas intima o devedor apagar sob pena de o título vir a ser protestado.Assim, logicamente se é possível o mais onerosoque visa à expropriação dos bens, por quehaveria de não ser permitindo requerer acobrança extrajudicial, que é um meio, menosoneroso e constrangedor para o devedor.

Como a Lei n.° 9.492/97 inovou otratamento jurídico sobre o tema e permitiu, emseu art. 1º, que o protesto fosse realizado nãoapenas sobre títulos como também com relação aoutros documentos de dívida, iniciou-se umaintensa discussão acerca da possibilidade econveniência do protesto da certidão de dívidaativa da Fazenda Pública.

De início, o STJ afirmou que não haveriainteresse jurídico em se realizar o protesto daCDA considerando que, por ser título executivo, épossível o ajuizamento, desde logo, da execuçãofiscal (STJ Ag Rg no Ag 1316190/PR, Rel. Min.Arnaldo Esteves Lima, 1ª Turma, j. 17/05/2011,DJe 25/05/2011).

A fim de afastar quaisquer dúvidas, foipublicada a Lei n.° 12.767/2012 incluindo umparágrafo único ao art. 1º da Lei n.° 9.492/97 epermitindo, expressamente, o protesto decertidões da dívida ativa. No final de 2013, o STJfoi chamado a se manifestar novamente sobre otema, desta vez já com a Lei n.° 12.767/2012 emvigor.

O STJ, alterando sua antiga posição,passou a entender que é possível o protesto daCertidão de Dívida Ativa.

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO.PROTESTO DE CDA. LEI 9.492/1997.INTERPRETAÇÃO CONTEXTUAL COM ADINÂMICA MODERNA DAS RELAÇÕES SOCIAISE O "II PACTO REPUBLICANO DE ESTADO PORUM SISTEMA DE JUSTIÇA MAIS ACESSÍVEL,ÁGIL E EFETIVO". SUPERAÇÃO DAJURISPRUDÊNCIA DO STJ. 1. Trata-se de RecursoEspecial que discute, à luz do art. 1º da Lei9.492/1997, a possibilidade de protesto da Certidãode Dívida Ativa (CDA), título executivo extrajudicial(art. 586, VIII, do CPC) que aparelha a ExecuçãoFiscal, regida pela Lei 6.830/1980. 2. Merecedestaque a publicação da Lei 12.767/2012, que

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promoveu a inclusão do parágrafo único no art. 1ºda Lei 9.492/1997, para expressamente consignarque estão incluídas "entre os títulos sujeitos aprotesto as certidões de dívida ativa da União, dosEstados, do Distrito Federal, dos Municípios e dasrespectivas autarquias e fundações públicas". 3.Não bastasse isso, mostra-se imperiosa asuperação da orientação jurisprudencial do STJ arespeito da questão. 4. No regime instituído pelo art.1º da Lei 9.492/1997, o protesto, instituto bifronteque representa, de um lado, instrumento paraconstituir o devedor em mora e provar ainadimplência, e, de outro, modalidade alternativapara cobrança de dívida, foi ampliado,desvinculando-se dos títulos estritamentecambiariformes para abranger todos e quaisquer"títulos ou documentos de dívida". Ao contrário doafirmado pelo Tribunal de origem, portanto, o atualregime jurídico do protesto não é vinculadoexclusivamente aos títulos cambiais. 5. Nessesentido, tanto o STJ (RESP 750805/RS) como aJustiça do Trabalho possuem precedentes queautorizam o protesto, por exemplo, de decisõesjudiciais condenatórias, líquidas e certas, transitadasem julgado. 6. Dada a natureza bifronte do protesto,não é dado ao Poder Judiciário substituir-se àAdministração para eleger, sob o enfoque danecessidade (utilidade ou conveniência), as políticaspúblicas para recuperação, no âmbito extrajudicial,da dívida ativa da Fazenda Pública. 7. Cabe aoJudiciário, isto sim, examinar o tema controvertidosob espectro jurídico, ou seja, quanto à suaconstitucionalidade e legalidade, nada mais. Amanifestação sobre essa relevante matéria, combase na valoração da necessidade e pertinênciadesse instrumento extrajudicial de cobrança dedívida, carece de legitimação, por romper com osprincípios da independência dos poderes (art. 2º daCF/1988) e da imparcialidade. 8. São falaciosos osargumentos de que o ordenamento jurídico (Lei6.830/1980) já instituiu mecanismo para arecuperação do crédito fiscal e de que o sujeitopassivo não participou da constituição do crédito. 9.A Lei das Execuções Fiscais disciplinaexclusivamente a cobrança judicial da dívida ativa, enão autoriza, por si, a insustentável conclusão deque veda, em caráter permanente, a instituição, ouutilização, de mecanismos de cobrança extrajudicial.10. A defesa da tese de impossibilidade do protestoseria razoável apenas se versasse sobre o "Auto deLançamento", esse sim procedimento unilateraldotado de eficácia para imputar débito ao sujeitopassivo. 11. A inscrição em dívida ativa, de onde seorigina a posterior extração da Certidão que poderáser levada a protesto, decorre ou do exaurimento dainstância administrativa (onde foi possível impugnaro lançamento e interpor recursos administrativos) oude documento de confissão de dívida, apresentadopelo próprio devedor (e.g., DCTF, GIA, Termo deConfissão para adesão ao parcelamento, etc.). 12.O sujeito passivo, portanto, não pode alegar quehouve "surpresa" ou "abuso de poder" na extraçãoda CDA, uma vez que esta pressupõe suaparticipação na apuração do débito. Note-se, aliás,que o preenchimento e entrega da DCTF ou GIA(documentos de confissão de dívida) correspondeintegralmente ao ato do emitente de cheque, notapromissória ou letra de câmbio. 13. A possibilidadedo protesto da CDA não implica ofensa aosprincípios do contraditório e do devido processolegal, pois subsiste, para todo e qualquer efeito, ocontrole jurisdicional, mediante provocação da parteinteressada, em relação à higidez do título levado aprotesto. 14. A Lei 9.492/1997 deve ser interpretadaem conjunto com o contexto histórico e social. Deacordo com o "II Pacto Republicano de Estado por

um sistema de Justiça mais acessível, ágil eefetivo", definiu-se como meta específica para daragilidade e efetividade à prestação jurisdicional a"revisão da legislação referente à cobrança dadívida ativa da Fazenda Pública, com vistas àracionalização dos procedimentos em âmbito judiciale administrativo". 15. Nesse sentido, o CNJconsiderou que estão conformes com o princípio dalegalidade normas expedidas pelas Corregedoriasde Justiça dos Estados do Rio de Janeiro e deGoiás que, respectivamente, orientam seus órgãosa providenciar e admitir o protesto de CDA e desentenças condenatórias transitadas em julgado,relacionadas às obrigações alimentares. 16. Ainterpretação contextualizada da Lei 9.492/1997representa medida que corrobora a tendênciamoderna de intersecção dos regimes jurídicospróprios do Direito Público e Privado. A todo instantevem crescendo a publicitação do Direito Privado(iniciada, exemplificativamente, com a limitação dodireito de propriedade, outrora valor absoluto, aocumprimento de sua função social) e, por outro lado,a privatização do Direito Público (por exemplo, coma incorporação - naturalmente adaptada àspeculiaridades existentes - de conceitos e institutosjurídicos e extrajurídicos aplicados outrora apenasaos sujeitos de Direito Privado, como, e.g., autilização de sistemas de gerenciamento e controlede eficiência na prestação de serviços). 17. RecursoEspecial provido, com superação da jurisprudênciado STJ. (STJ - REsp: 1126515 PR 2009/0042064-8,Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data deJulgamento: 03/12/2013, T2 - SEGUNDA TURMA,Data de Publicação: DJe 16/12/2013)

Atualmente nos Cartórios do DistritoFederal, através do Instituto de Protesto doDistrito Federal (IPTBDF), firmou convênio comvários órgãos como PGFN, PGDF, BACEN, OAB,CRC, entre outros que emitem as Certidões deDívidas Ativas (CDA). Os referidos convêniosforam firmados, com a postergação de custas, ouseja, os órgãos não pagam nada de custas paraprotestar seus devedores, ficando o pagamentodas custas a cargo do devedor, posteriormente noato do cancelamento, com isso aumentouconsideravelmente a quantidade de protestoslavrados nas Serventias Extrajudiciais.

Bueno (2011, p.19 apud AMADEI, 2004,p. 75) ainda disserta a respeito do protestoextrajudicial:

Referindo-se ao protesto extrajudicial, VicenteAmadei destaca seu fim testificante, mas emprega aexpressão que melhor abrange seu objetivo. Oprotesto prova, afirma “a situação cambiáriainsatisfeita” e com isso abrange as modalidadesrelativas tanto à falta de pagamento quanto à faltade aceite.

Bueno (2011, p.19 apud AMADEI, 2004,p. 75):

Destaca a definição utilizada por Vicente Amadei poresta abranger tanto o conceito da falta depagamento quanto o conceito da falta de aceite.Porém, é importante salientar que para a maioriados autores tanto a falta de pagamento quanto afalta de aceite constituem provas plenas dodescumprimento das obrigações cambiárias.

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Em decorrência dessas reflexões, pode-se inferir que a recusa do aceite ou do pagamentode um título pode gerar o protesto do mesmo,constituindo prova oficial da recusa.

O conceito do protesto de títulos foiapresentado por Darold (1998, p. 17), quelecionou o seguinte “o protesto cambiário é atoformal, requerido ao organismo estatal pelointeressado, à salvaguarda dos seus direitos”expressos em título de crédito e à constituição emmora do devedor para todos os efeitos legais.

Na opinião de Almeida (2004, p. 386), “narealidade, o protesto, é antes de tudo, o elementoque positiva o não-cumprimento da obrigaçãocambial, caracterizando a mora do devedor”.

Bem objetiva é a definição de protesto porparte de Fábio Coelho (2002, p. 422), queconceitua este instituto como sendo um,

ato praticado pelo credor, perante o competentecartório, para fins de incorporar ao título de crédito aprova de fato relevante para as relações cambiais.Note-se que é o credor quem protesta; o cartórioapenas reduz a termo a vontade expressa pelotitular do crédito.

Coelho (2002), em sua argumentaçãoacima apresentada, conceituou de forma bemclara e prática o significado do protesto de títulos,porém restringiu-se a denominar este instituto aostítulos de crédito.

No entanto, com a introdução do artigo 1ºda Lei nº. 9.492, de 10 de setembro de 1997, oprotesto de títulos face ao ordenamento jurídicobrasileiro adquiriu uma definição legal bem maisampla, quando se incluiu o termo “outrosdocumentos de dívida” na sua descrição, sendodisciplinado da seguinte forma: “Protesto é o atoformal e solene pelo qual se prova ainadimplência e o descumprimento de obrigaçãooriginada em títulos e outros documentos dedívida”.

Existem dois posicionamentos: um quecondena o instituto em algumas ocasiões, e outro,que o considera como uma ferramenta de grandevalia para o sucesso das relações comerciais econtratuais. Conclui-se que o conceito deprotesto, diante de vários conceitos em relaçãoao protesto vê-se, que o autor Fabio Coelho, foi oescolhido pelo Legislador, conforme Art.1 da Lei9492 de 1997.

4 NATUREZA JURÍDICA DO PROTESTO

Segundo a Lei, o protesto é um atoformal e solene, ou seja, é realizado segundo aspredeterminações da Lei em observância à formae aos requisitos prescritos na mesma, emespecial nos artigos de 20 a 23, da Lei Federal nº9.492 de 10 de setembro de 1997. Segundoesses artigos, o ato solene é aquele que é

realizado após a prática.Bueno (2011, p. 21) leciona que assim,

antes que se chegue ao protesto do título oudocumento, impõe-se “o respeito às regras deprotocolização, qualificação, intimação dodevedor, entre outras, o protesto é um ato misto”,ou seja, notarial e registral, uma vez que otabelião lavra o ato e o registra, tornando-opúblico.

Segundo a Lei, o protesto é um atopúblico, muito embora as atividades dotabelionato sejam privadas. Isso significa queapesar das atividades serem privadas, o serviçoprestado pelo tabelião é de caráter público.

Bueno (2011, p. 20, apud DINIZ, 2009,p.442) explica o ato jurídico:

o ato jurídico em sentido estrito é o que geraconsequências jurídicas previstas em Lei e nãopelas partes interessadas, não havendoregulamentação da autonomia privada. De formaque o ato jurídico stricto sensu seria aquele quesurge como mero pressuposto de efeito jurídico,preordenado pela Lei, sem função e natureza deauto regulamento.

O protesto pode ser interpretado comoum ato que é praticado por quem apresenta otítulo, cabendo ao tabelião apenas representar aparte interessada. Embora não seja um ato departicular, uma vez que o particular não é opraticante do protesto, ele apenas solicita aoTabelião que o pratique, podendo o tabeliãorecusar-se a praticar a lavratura caso haja algumvício que possa justificar essa recusa.

Bueno (2011, p 21) afirma que não háprotesto sem sua instrumentação pelo Tabelião.“Por outro lado, a vontade do apresentante nemsempre se converte em protesto. Dessa maneira”,não há como afirmar que o protesto é ato docredor ou do apresentante.

Para Bueno (2011, p 21), o tabelião nãosomente formaliza o ato lavrado, mas o testificacaso o devedor persista em sua inércia. Oprotesto é, conforme verificado, um ato praticadopelo tabelião através da provocação dointeressado, respeitando o procedimento legal.

Concluísse que o Tabelião tem aprerrogativa conforme a Lei, de recusa-se, aaceitar a protocolização do título, a pedido doapresentante caso o mesmo não esteja dentrodos preceitos da Lei nº 9492-1997.

5 FUNÇÃO DO PROTESTO

O protesto serve como um dos requisitospara se solicitar a falência do devedor ouinterromper a prescrição do mesmo, sendo a suaprincipal função provar a inadimplência dodevedor, se tornando uma prova de que o mesmodeixou de cumprir o pagamento do título.Segundo a Lei nº 9.492 de 10 de setembro de

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1997, em seu artigo primeiro “protesto é o atoformal e solene pelo qual se prova ainadimplência e o descumprimento de obrigaçãooriginada em títulos e outros documentos dedívida.”, entre outras.

Darold (1998, p.17) disserta que:

protesto cambiário é ato formal, requerido aoorganismo estatal pelo interessado, à salvaguardados seus direitos expressos em títulos de crédito e àconstituição do devedor para todos os efeitos legais.

Já Fábio Coelho (2002, p.422) faz umadefinição mais objetiva do protesto. Segundo ele,protesto é um:

Ato praticado pelo credor, perante o competentecartório, para fins de incorporar ao título de crédito aprova de fato relevante para as relações cambiais.Note-se que o credor é quem protesta; o cartórioapenas reduz a termo a vontade expressa pelotitular do crédito.

Apesar de Fábio Coelho apresentar umconceito claro e objetivo a respeito do protesto,ele limitou seu conceito aos títulos de crédito,porém, o artigo primeiro da Lei nº 9.492/97 incluiem sua definição legal o termo “outrosdocumentos de dívida”, abrangendo, dessa formaa mora e o inadimplemento da obrigação.

Essa abrangência toma para si doisposicionamentos: o de considerar o protesto detítulos como uma ferramenta útil ao sucesso dequais quer relações comerciais ou contratuais; eo de condenar o instituto em determinadassituações.

A inclusão do termo “outros documentos”ampliou consideravelmente o número dedocumentos que podem ser protestados. Moraes(2004, p. 24-25) expõe os benefícios destainclusão:

Ainda assim, principalmente após a vigência da Lei9.492/97, que passou a permitir que, além dostítulos de crédito, outros documentos de dívidasejam objeto de protesto, tem-se nos Tabelionatosde Protesto um eficaz e rápido meio de se obter ocumprimento de obrigações pecuniárias, sobretudose compararmos aos demorados processos deliquidação de sentença e de execução judicial.

Portanto, o protesto prova, oficialmente,a inadimplência e o descumprimento de umaobrigação, sendo de natureza probatória.Inadimplência e descumprimento são meios de sedestacar que o obrigado não correspondeu àssuas obrigações firmadas no título protestado.

6 FINALIDADE DO PROCEDIMENTO PARAPROTESTAR

O protesto de títulos possui diversasfinalidades, entre elas a de provar a inadimplênciano cumprimento de uma determinada obrigação,tornando indiscutível inidoneidade do devedor.

Outra finalidade é conservar o direito regressivocontra o sacador, os endossantes, bem comoseus avalistas.

O protesto também é um meio de seexecutar judicialmente uma dívida, habilitar ocredor a ingressar pedido de falência contra odevedor pessoa jurídica. Nos casos de letra deCâmbio, prova a falta ou a recusa do aceite e dopagamento.

Bueno (2011, p. 23) explica:

De maneira legal, formal e oficial, estádemonstrado que o devedor foi instadopagar, aceitar ou devolver o título oudocumento de dívida e não o fez. Nãodevemos confundir, porém, os fins doprotesto com a finalidade doProcedimento desenvolvido pelo Tabeliãode Protesto, desde a protocolização até odesfecho final, que tanto pode ser alavratura do protesto ou a satisfação asobrigação, com o pagamento do valordevido.

Por isso, o tabelião não somente testificaa falta de pagamento, aceite ou devolução de umtítulo ou documento de dívida, ele tambémtestifica que a obrigação foi cumprida.

Bueno (2011, p 23) afirma que cerca demetade dos apontamentos não recebempagamento.

É importante lembrar que o protesto não é um meiocoercivo para a obtenção de pagamento, o protestoé uma forma mais rápida e segura de se receber,evitando litígios judiciais entre credor e devedor.Visto por muitos como um castigo aos mauspagadores, o protesto nada mais é do que um meiojurídico legítimo e muito eficaz para o credor, alémde evitar que litígios dessa natureza chegam aoPoder Judiciário.

No entanto, para Bueno (2011, p. 23)ainda ressalta que:

A instituição do Protesto deve ser cada vez maisfortalecida com base no momento jurídico-social. [...]E não se diga que o devedor fica à mercê do credor,pois sempre restará a ele o acesso ao Judiciáriopara sustar ou cancelar o protesto relativo à dívidaque demonstre indevida, podendo valer-se dagratuidade, se pobre for.

Já para, Müller (2006, p. 41) leciona que:

Significa dizer, comprovar a obrigação, atuando,para tanto, o protesto de forma inequívoca naformalização de obrigações cambiárias ou de outrosdocumentos de dívidas. Em outras palavras, parainstruir o ingresso de ações, buscandoresponsabilizações, com aspecto probatório econservatório.

O protesto pode ser considerado ummeio de recuperação de crédito, uma vez quetransmite celeridade e segurança sem que hajaprejuízo de sua finalidade probatória. Como se vêos Cartórios de Protesto nos dias de hoje prestam

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um grande serviço à sociedade, sendo um meioágio e seguro para a resolução do litígio entrecredor e devedor, e não um meio coercivo emque a parte prejudicada pode a qualquermomento procurar o judiciário caso se sintaprejudicada.

7 OBJETIVO DO PROTESTO

O principal objetivo do portador quesolicita o protesto de um título é, na maior partedas vezes, tornam público o não cumprimento daobrigação pela parte protestada, visando orecebimento dessa obrigação não cumprida.

Os títulos protestáveis referidos em Lei,são os títulos de crédito: letra de câmbio, notaspromissórias cambiais e duplicatas, cheques,cédulas e/ou notas de crédito e outros e depoisda Lei 94/92-1997. Outros documentos de dividasou ainda títulos criados por Lei que sejam regidospor regras cambiais, além de documentos delegislação específica que preveja o protesto.

7.1 Protesto Necessário e Facultativo

Para a legislação cambiária énecessário classificar os protestos em necessárioe facultativo. Um aspecto importante a serdescrito com relação ao protesto de títulos é opapel dos sujeitos passivos da obrigaçãocambiária, aqueles que são os devedoresprincipais ou diretos e secundários ou indiretos. Oportador do título pode exercer o seu direto deregresso a fim de pleitear o pagamento da dívidacaso o devedor principal não cumpra suaobrigação cambiária. Isso significa que o portadorpode mover uma ação de regresso contra osdevedores indiretos.

Bueno (2011, p. 25) faz a seguinteobservação:

Cabe aqui a observação de que estamos nosreferindo às cambiais e cambiariformes, reguladaspor leis anteriores ao Novo Código Civil, em relaçãoaos quais o endossante obriga-se pela satisfação dacambial. Diferente é a regra contida no artigo 914 doCódigo Civil, que assim dispõe: Ressalvadacláusula expressa em contrário, constante doendosso, não responde o endossante pelocumprimento da prestação constante do título.

O protesto facultativo tem a função deprovar o inadimplemento ou o descumprimento daobrigação, em contrapartida o protesto necessáriopossibilita ao portador o direito de exercer açãocontra os coobrigados (devedores indiretos ousecundários). Eis a decisão do Superior Tribunalde Justiça, segundo Bueno (2011, p. 25):

Não é necessário o protesto para se promover aexecução contra o aceite da letra de câmbio oucontra o emitente da nota promissória, bem comocontra seus respetivos avalistas. Isso porque,nesses casos, tem-se uma ação direta, e não de

regresso. Agravo Regimental improvido.PROCESSUAL CIVIL. RECURSOS. INOVAÇÃONÃO ADMITIDA. DIREITO CAMBIÁRIO. TÍTULOSDE CRÉDITO. NOTA PROMISSÓRIA. EXECUÇÃOPROPOSTA CONTRA AVALISTA.DESNECESSIDADE DE PROTESTO. I - Não seadmite, em sede de agravo regimental interpostocontra decisão monocrática que negou seguimentoa recurso especial a arguição de tema novo, quenão tenha sido objeto do próprio recurso especial. II- Não é necessário o protesto para se promover aexecução contra o aceitante da letra de câmbio oucontra o emitente da nota promissória, bem comocontra seus respectivos avalistas. Isso porque,nesses casos, tem-se uma ação direta, e não deregresso. Agravo Regimental improvido. (STJ,Relator: Ministro SIDNEI BENETI, Data deJulgamento: 27/04/2010, T3 - TERCEIRA TURMA)

Já o protesto obrigatório visa asseguraros direitos, conservando as obrigações legais doprotesto. Müller (2004, p. 42) disserta que oprotesto obrigatório contrasta com o protestofacultativo através da sua função probatória eextracambiária.

7.2 Efeitos do Protesto

Segundo o artigo 202, inciso III, doCódigo Civil, o protesto é causa interruptiva daprescrição. Quando o protesto torna-se público,ele chega aos órgãos de proteção ao crédito, oque não se materializa como constrangimento,uma vez que a medida torna efetiva apublicidade.

Müller (2004, p. 45) comenta que até avigência do Novo Código Civil, o “protesto nãopossuía o condão de suspender ou interromper aprescrição cambiária ou civil, mas apenas o deconstruir em mora”.

8 O PROTESTO DE TÍTULOS

8.1 História

O protesto de títulos é um instituto jurídicoque remonta às práticas medievais. Nasceu como intuito de levar ao conhecimento de todos, deforma pública, a recusa ao aceite da letra decâmbio. Boa parte da doutrina, conforme Moraes(2004), apresenta a data de 14 de novembro de1384 como sendo o princípio da formalização doprotesto. Nesta data, em Gênova, Itália, teria sidotirado um protesto fundado em letra de câmbiosacada em Barcelona pelo notário Therano deMagiolo.

Para garantir o seu direito, o portador daletra de câmbio era direcionado a realizar protestojunto ao notário e às testemunhas, quando dainadimplência ou do não aceite do sacado.

A formalização do protesto acompanhou odesenvolvimento das relações comerciais, cadavez mais se necessitava de um instrumento queproporcionasse uma maior segurança ao credor

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ou portador de um título cambiário. Com odesenrolar da história, o protesto de títulos foiadquirindo uma forma, baseando-se em doispontos basilares: a mora e o inadimplemento daobrigação.

No que diz respeito à normatização desteinstituto no direito brasileiro, é sabido que uma Leide 1827, sem numeração específica, regulou acriação do tabelionato de protesto. Isto refletiu namudança do procedimento deste instituto. Erarealizado pelo notário na forma dos 10 usos docomércio da praça, conforme Moraes (2004, p.3)com esta modificação, passaria a ser efetuadopelo tabelião de protesto.

Algumas normas vieram a regular esseinstituto ao longo dos anos no direito brasileiro. OCódigo Comercial de 1850, Lei nº. 556 de 25 dejunho de 1850, disciplinou que o protesto dascambiais era necessário em alguns casos e,ainda, sobre o comércio marítimo, que se mantémem vigor por meio de dispositivo do Código Civilde 2002. Posteriormente, o decreto nº. 2.044, de31 de dezembro de 1908, revogou a parte doCódigo Comercial de 1850 que tratava sobre oprotesto cambial, trazendo um capítulo específicoa respeito do protesto das letras de câmbio e dasnotas promissórias.

Em um momento posterior, maisprecisamente em 24 de janeiro de 1966, quandofoi promulgado o decreto nº. 57.663, o Brasilpassou a basear-se na Lei Uniforme de Genebra(LUG), que regulamentou de maneira uniforme asnormas referentes a letras de câmbio e notaspromissórias. Isso ocasionou um tratamentodiferenciado em alguns aspectos em relação aoprotesto destes títulos.

A normatização do protesto em relação aosoutros títulos cambiários deu-se por meio devárias normas que vieram à regular os títulosespecíficos, tais como: a Lei das duplicatas, Leinº. 5.474/68, artigos 13 e 14; Lei do cheque, Leinº. 7.357/85, artigo 48 e antiga Lei de falências,decreto- Lei nº. 7.661/45, artigo 10. Atualmente, oprotesto de títulos possui uma norma específica,sendo instituída pela Lei nº. 9.492, de 10 desetembro de 1997, que regulamenta os serviçosconcernentes ao protesto de títulos e outrosdocumentos de dívida.

9 TÍTULOS PROTESTÁVEIS

9.1 Espécies de Títulos de Crédito

As mais importantes espécies de títulosde crédito são as seguintes: letra de câmbio, notapromissória, cheque, duplicata, conhecimento dedepósito, warrant, títulos de crédito rural; títulosde crédito industrial; título de crédito comercial;debêntures e outros

9.2.1 Letra de Câmbio

A letra de câmbio foi originalmentedisciplinada no Código Comercial brasileiro noCapitulo I do Título XVI, nos artigos 354 a 427,que foram, no entanto, revogados pelo art. 57 doDecreto nº 2.044, de 1908. Posteriormente, a letrade câmbio passou a ser regrada basicamentepelo Decreto nº 57.663/66, que promulgou asConvenções de Genebras de 1931, continuando,no entanto, em vigor algumas normas Decreto nº2.044/1908, não só em razão do silencio da LUGsobre determinadas matérias, como também porforca das reservas adotadas pelo GovernoBrasileiro (vide cap. II, item IV).

Daí a necessidade de o CongressoNacional aprovar, com maior urgência alegislação sobre a letra de câmbio e notapromissória. A letra de câmbio é um documentoformal porque só será considerada como tal seobservar os requisitos essenciais fixados em Lei(LUG, art.2º c/c art.1º).

Victor Eduardo Rios Gonçalves (2005)conceitua a letra de câmbio como um título àordem, que se cria mediante o saque, emitido emfavor de alguém, sendo transferível por endosso,e que se completa pelo aceite e se garante peloaval. Trata-se de um título que contém umaordem de pagamento feita pelo sacador para queo sacado pague o valor constante do título aobeneficiário. O saque gera três situações jurídicasdistintas, envolvendo três sujeitos, quais; osacado, o sacador e o beneficiário, assim comouma obrigação cambiária.

9.3.1 Nota promissória

A nota promissória é título de créditoabstrato, formal, pelo qual uma pessoa,denominada emitente, faz a outra pessoa,designada beneficiária, uma promessa pura esimples de pagamento de quantia determinada, avista ou a prazo, em seu favor ou a outrem a suaordem, nas condições dela constantes. Trata-sede título abstrato porque a Lei não determina ascausas para a sua emissão, podendo decorrer dequalquer causa, e corresponde a documentoformal, porque só produzirá efeitos com tal seobservar os requisitos essenciais fixados em Lei(LUG, art. 75 e 76),

A nota promissória deve conter promessapura e simples de pagamentos porque asobrigações cambiárias não podem ter a suaeficácia subordinada a evento futuro e incerto, oque prejudicaria a circulação do título, quecorresponde à função precípua da sua criação. Asassinaturas constantes na nota promissóriaconsubstanciam promessas de pagamento, quedemarcam a sua natureza jurídica.

A emissão da nota promissória decorrede uma declaração unilateral de vontade e não decontrato.

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Na nota promissória só intervém,

necessariamente, duas figuras jurídicas: uma, oemitente, que a subscreve e faz promessa depagamento, e a outra, o beneficiário, em favor dequem é feita a mencionada promessa. Noentanto, o que emitente faz, na realidade, umapromessa de pagamento dirigida a pessoaindeterminada, que será quem no vencimento fora portadora legitima do título.

9.4.1 Dessemelhanças com a letra de câmbio

A nota promissória e a letra de cambiosão títulos abstratos porque podem decorrer dequalquer causa, mas, são múltiplas as razoes quediferenciam os dois títulos. Primeiro, a notapromissória encerra promessas de pagamento,enquanto a letra de cambio nasce uma ordem depagamento dada pelo sacador, masconsubstancia também promessas de pagamentofeitos pelo aceitante, se houver aceite, e, poreventuais avalistas e endossantes. Segundo, anota promissória só envolve necessariamenteduas pessoas, o emitente e ou beneficiário,enquanto a letra de câmbio compreende trêsfiguras jurídicas: sacador, sacado e tomador.Terceiro não existe na nota promissória o intuitode aceite porque a mesma pessoa que cria otítulo (emitente) reconhece dever e prometepagar, enquanto a letra de câmbio pode serobjeto de aceite, sendo, ademais, distintas aspessoas que praticam o ato do saque (sacador) edo aceite (sacado). Quarta quem faz na notapromissória a declaração cambiaria necessária eoriginaria (emitente) é o devedor direto, e na letrade câmbio tal declaração emana do sacador, queé devedor indireto. 9.5.1 Cheques

A Lei não define o instituto do chequeporque essa não é de competência do legislador,e, por isso, cabe doutrina conceituá-lo.

Tomando-se por base a Lei nº 7.357/85,cheque é um título cambiário abstrato formal,resultante de mera declaração unilateral devontade, pelo qual uma pessoa, designadaemitente ou sacador, com base em prévia edisponível provisão de fundos em poder de bancoou instituição financeira a ele assemelhada porLei. Denominado sacado, da contra o banco, emdecorrência de convenção expressa ou tácitaordem incondicional de pagamento à vista, emseu próprio benefício ou em favor de terceiro,intitulado tomador ou beneficiário, nas condiçõesde pagamento a vista contra um banco ou umainstituição financeira.

O saque cria três situações jurídicasdistintas, assim como na letra de cambio,diferenciando-se desta haja vista que o sacado

será sempre uma instituição financeira queguarda relação precedente com o sacador, quepreviamente abriu uma conta corrente no bancoou instituição financeira.

Trata-se de uma ordem de pagamento avista, feita pelo emitente do cheque, para queuma instituição financeira pague a quantiareferida neste ao beneficiário ou tomador dotítulo. Considera-se como não escrita cláusula depagamento em forma que não seja a vista.Malgrado esta disposição legislativa, o SuperiorTribunal de Justiça sumulou a matéria no sentidode caber danos morais na inobservância destascláusulas.

9.6.1 Duplicata

A Lei nº 5.474, de 1968, determina (art.1º)que,

Em contrato de compra e venda mercantil entrepartes domiciliadas no território brasileiro, comprazo não inferior a 30 dias, contado da data daentrega ou despacho das mercadorias, o vendedorextraíra a respectiva fatura para apresentação aocomprador.

Tornou, assim, a Lei obrigatória aextração da fatura nas vendas a prazo entre aspartes domiciliadas no Brasil.

Considera-se venda a prazo aquela cujopagamento é feito em época posterior à 30 dias,contando-se referido prazo não no momento emque o contrato é feito mas da data da entrega oudo despacho das mercadorias.

No preço e nas condições. A entrega damercadoria, por se, no Brasil, a compra e vendaum contrato meramente consensual, járepresenta a execução, por parte do vendedor, desua obrigação de transferir o domínio da cousa.

Na compra e venda mercantil ocomprador assume a obrigação de pagar o preçoajustado com o vendedor.

Emitida a duplicata de fatura, essa vaiservir de título para que seja efetivada aquelaobrigação. Ao reconhecer a dívida constante daduplicata e obrigar-se a pagá-la, através doaceite, o comprador fica, na realidade, devedor aosacador da importância mencionada na duplicata,desprendendo-se essa da sua causa, ou seja, dacompra e venda que lhe deu origem.

Entretanto, sendo a duplicata o únicotítulo reconhecido pela Lei brasileira para, serfeita a cobrança das vendas a prazo. Esta elasempre em relação com a venda que lhe deuorigem apesar de aceita, passar a constituir umtítulo que encerra o direito abstrato, permitindo,assim, a circulação desse direito através doendosso, garantido o portador de ser pago peloobrigado principal no caso de aceitante.

Nestas condições, ao ser título pago, novencimento, pelo aceitante, está este, na

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qualidade de comprador, cumprindo a suaobrigação originaria decorrente do contrato decompra e venda de mercantil, que é de pagar opreço, já que o domínio da coisa foi transferidoatravés da tradição.9.7.1 Conhecimento de Depósito e Warrant

O conhecimento de Depósito e Warrantsão dois títulos de crédito pessoais imiscíveis porempresas de armazéns-gerais, sempre que tantolhe foi pedido por aquele que utiliza de seusserviços, representado as mercadorias que aliforam depositadas e o Warrant é um título degarantia pignoratícia.

Embora parecer estranho tal estrutura foicunhada na prática comercial, premindo-seutilizar um título para oferecimento da garantiareal a favor daquele que concede um empréstimo(mútuo) e ao mesmo tempo, negociar amercadoria com outrem que em razão dasanotações feitas no conhecimento de depositosaberá que está adquirindo bens que garantemdeterminada dívida. 9.8.1 Título de crédito rural

O crédito rural diz respeito ao suprimentode recursos financeiros por entidades públicas eestabelecimentos de créditos particulares, aprodutores rurais ou a suas cooperativas, paraaplicação exclusiva em atividades que seenquadrem nos objetivos indicados na legislaçãoem vigor, qual seja, a Lei 4829 de 1965.

O crédito rural deve destinar-se aofomento da atividade rural e os títulos de créditodecorrentes desse crédito são títulos causais emvista da destinação do financiamento adeterminado objetivo rural.

Trata-se de promessa de pagamento emdinheiro e denomina-se “cédula de crédito rural”quando vinculada a uma garantia real e “nota decrédito rural” quando inexistente qualquervinculação de lastro real. São títulos circuláveispor endosso sendo dispensável o protesto para oexercício do direito de regresso contra osendossantes.

9.9.1 Título de crédito industrial

O crédito industrial objetiva colocar àdisposição do setor industrial financiamentosconcedidos por instituições financeiras a pessoasfísicas ou jurídicas que se dediquem às atividadesindustriais. O Decreto-Lei nº 413 de 1969 regulaos títulos de crédito industrial e instituiu a cédulade crédito industrial e a nota de crédito industrial,títulos vinculados ou não a uma garantia real,respectivamente. Em geral, os juros são menoresrelativamente a empréstimos comuns,incentivando de modo especial determinado

setores da produção.

9.9.2 Títulos de crédito comercial

Os títulos de crédito comercial sãodestinados a instrumentalizar operações deempréstimos concedidos por instituiçõesfinanceiras a pessoas físicas ou jurídicasdedicadas à atividade comercial ou de prestaçãode serviço.

Trata-se de títulos causais, haja vista avinculação do crédito às atividades comerciais oude prestação de serviço.

9.9.3 Títulos de crédito à exportação

As cédulas de crédito à exportação e anota de crédito à exportação foram instituídaspela Lei nº 6313 de 1975 com o fim de incentivaras atividades relacionadas à exportação. Nostermos do artigo 2 da referida Lei, “osfinanciamentos efetuados por meio da cédula decrédito à exportação e da nota de crédito àexportação ficarão isentos do imposto sobreoperações financeiras de que trata a Lei nº 5143de 20 de outubro de 1966”, incentivando aindamais as atividades relacionadas à exportação.

9.9.4 Cédula hipotecária habitacional

Trata-se de mais um título causalvinculado a crédito destinado à aquisição da casaprópria através do Sistema Financeiro daHabitação.

Nesse sentido, Arnaldo Rizzardo (2006, p.56):

Nos contratos de financiamento na aquisição dacasa própria, através do Sistema Financeiro daHabitação, a garantia do mutuo é firmadamediante a emissão de cédula hipotecáriahabitacional, pela qual o próprio imóvel adquiridofica hipotecado ao agente financeiro, até oimplemento total da dívida.

9.9.5 Cédula de crédito bancário

A medida provisória n. 2160-25 de 2001,atualmente substituída pela Lei nº 10931 de 2004,introduziu no ordenamento jurídico brasileiro acédula de crédito bancário. Arnaldo Rizzardo(2006) comenta que a finalidade é munir asinstituições financeiras com maiores garantias eimprimir mais agilidade aos contratos.

Diferentemente das outras cédulas decrédito, a natureza da operação é o mutuo, ou aconcessão de um crédito, não importando qual afinalidade a que se destina o mutuo ou o crédito.

10 MODERNIZAÇÃO DO PROTESTO

10.1 Visão tradicional da função do protesto

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Na visão de parte dos doutrinadores, oprotesto de títulos possui dois grandes focos: o decaráter probatório e o de ser um pressupostoprocessual. O protesto de títulos, na opinião destalinha de raciocínio, deveria limitar-se a servirapenas como um meio de prova acerca daobrigação de fazer, quando se tratar de aceite edevolução, e da obrigação de pagar, quando severificar a inadimplência.

Em certos casos, é até mesmo repudiadopor alguns. Essa linha de raciocínio visualiza esteinstituto como um meio de coação por parte docredor em relação ao devedor para que estevenha adimplir a sua obrigação.

Não é por outra razão que, entre os autorestradicionais, é comum observar-se certo repúdio atal circunstância, lamentando-se que de meromeio de prova, o protesto tenha se tornado umaforma violenta de cobrança e intimidação, motivopelo qual frequentemente enquadram-no naTeoria do Abuso de Direito.

Normalmente, essa visão está ligada com ouso indevido e abusivo deste instrumento jurídico.Os que seguem essa linha se queixam daconstante utilização do protesto de títulos comoum meio de coação por parte de indivíduos malintencionados, que, por fim, ocasionamconstrangimento a terceiros.

Também não concordam com a questão dodevedor ficar encurralado. O devedor, muitasvezes, é posto em determinada situação na qualé forçado a pagar o título. Isso se deve peladependência do crédito junto à praça para asubsistência do negócio ou mesmo da vida dodevedor.

Inquestionável essa visão. Porém, destemodo, analisa-se somente a posição do devedor,esquecendo-se, portanto, do principal prejudicadocom o inadimplemento da obrigação, que é ocredor. Por isso, importante também analisar oposicionamento que considera o protesto detítulos como sendo uma ferramenta útil emoderna para o direito brasileiro.

10.2 Visão moderna da função do protesto

Este instituto é possuidor de umaimportância para a sociedade, mesmo que eleseja analisado somente pela ótica de ser um meiode prova da falta de aceite ou de pagamento, eleacaba por conferir uma segurança e umaautenticidade que a cártula não confere por simesmo.

O sistema judicial evoluiu com o decorrerdos anos, e não foi diferente com o instituto doprotesto de títulos. É inegável a influência doprotesto de títulos como um instrumento benéficopara a sociedade, para o comércio e para asrelações contratuais.

Com o estabelecimento da Lei nº. 9.492, de

10 de setembro de 1997, o protesto de títulosevoluiu sobremaneira, principalmente, devido àinclusão do termo “outros documentos de dívida”no artigo 1º da supracitada Lei, que amplioudemasiadamente o leque de documentos quepodem ser levados a protesto.

Analisando o protesto de títulos sob essaótica moderna, o cidadão poderá escolher entreutilizar a via judicial e aguardar anos paravislumbrar o fim da sua lide através de umasentença ou obter uma resposta mais rápida,barata e ágil, podendo receber o pagamento, sefor o caso, em alguns dias.

11 O REGISTRO DO CRÉDITO EM MEIOMAGNÉTICO

O registro do crédito em meio magnético,dia-a-dia, ocupa mais espaço nas transaçõescomerciais, num processo ascendente que seconvencionou denominar de desmaterializaçãodos títulos de crédito, em referência ao abandonodo papel como suporte. Esse fenômeno temgerado certas preocupações para os operadoresdo direito, em especial daqueles que lidam noâmbito do direito cambial. Alguns princípios dodireito cambiário têm sido questionados e,principalmente, algumas dificuldades práticas,principalmente na seara processual, têm surgido.A tecnologia da informação trouxe ao comérciomecanismos possibilita dor de crescimento,aperfeiçoando as formas de pagamento e deobtenção de crédito para alimentar aimplementação do mercado de consumo demassa. A convergência de métodos produtivos eempresariais ocorreu de maneira eficaz nosegmento bancário. A informatização dosregistros de crédito mercantil é um fato, e estaconvergência digital deu origem ao fenômenoacima mencionado de desmaterialização dostítulos de crédito.

Fábio Ulhoa Coelho (op. cit. p.464) informa que:

Este movimento teve início na França, onde seprocurou minimizar a necessidade de entrega dedocumentos nos negócios bancários pela criação,por exemplo, com a implantação em 1967, eaperfeiçoado em 1973, da lettre de change-relevé,uma letra de câmbio que não circula materialmente:o cliente já remete ao banco os seus créditos sobforma de fitas magnéticas, acompanhadas de umborderô de cobrança, inexistindo a circulação dotítulo. Já na década de 70, a França substituiu porcompleto o papel na emissão e circulação de títulosrepresentativos de crédito. Iniciava-se, assim, umprocesso sem volta de união entre a agilidade doprocessamento eletrônico de dados e a segurançado direito cambiário.

Não se pode negar a larga influência dainformática sobre o direito cambiário. É certo quetal fenômeno facilita sobremaneira as transaçõesempresarias, no entanto, sob o ponto de vista

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legal alguns questionamentos ganham espaçoquando se tem em vista os requisitos paraa formação e validade dos títulos de crédito. Poróbvio, algumas características dos títulos decrédito hão que ser abandonadas para dar lugarao documento eletrônico. Não se pode, assim,falar em cártula, e em alguns casos, também, noprincípio da literalidade tal qual se conhece nadoutrina tradicional, haja vista que, em setratando de informática, as informações muitasvezes consistem apenas em caracteres gráficos.No entanto, no que se refere à legislação, grandepasso foi dado com o Código Civil Brasileiro, queno § 3º do artigo 889 contempla os títuloseletrônicos ou escriturais, estabelecendo que sãoaqueles criados a partir dos caracteres emcomputador ou outro meio técnico equivalente eque constem de escrituração do emitente. Trata-se de notável inovação que poderá ajudar aresolver os problemas jurídicos relativos ao títulovirtual, decorrente da evolução tecnológica, que éescriturado e reduz a importância do dogma dacircularidade.

Nessa mesma linha, o mesmo código emseu art. 212, II, c/c art. 225, prevê a juridicidadedesses documentos mecânicos e eletrônicos, aoreferir-se a reproduções mecânicas ou eletrônicasde fatos ou de coisas, aceitando-os como meiopara se fazer prova plena de fatos, se a parte,contra quem forem exibidos, não lhes impugnar aexatidão. Tais disposições por certo servirão paraacolher e resolver parte dos conflitos instauradoscom a multiplicação de relações que se ocorremno mundo eletrônico.

12 TÍTULOS DE CRÉDITO ELETRÔNICOS

12.1 A tecnologia do Título de CréditoEletrônico

Sem desconsiderar a importância dostítulos de crédito e sua grande utilidade nocomercio, o instrumento de fato como este éconcebido, a cártula, encontra-se em ummomento de decadência em função dasinovações tecnológicas da informática perante aprática comercial informatizado. Com o avanço datecnologia representativa de crédito, a disciplinajurídica da legislação cambiaria não vemacompanhando este progresso é possívelperceber que algumas pessoas se sentem aindapresas sob o dogma do uso da cártula e asegurança que esta representa acerca dasubstituição do papel pelo registro eletrônico dedados.

A estudiosa Maria Eugênia ReisFinkelstein assim se posiciona:

O documento eletrônico é caracterizados pelapresença de um suporte instrumental [papel], masrepresenta um fato através de um suporte eletrônico(…). Nota-se que não há por que se preocupar com

a reprodução mecânica do documento eletrônico,uma vez que o documento tenha sido devidamenteautenticada através da assinatura digital (2004, p161 e 163).

12.2 Executividade dos títulos de créditoeletrônicos

O título de crédito tradicional não podeser executado se não for exibido em juízo. Aposse do documento, em princípio, é a prova ocrédito. Nem a fotocópia autenticada do títuloserve para instruir a petição inicial do processoexecutivo. Nesse particular aparece o primeirocomplicador para a execução do título eletrônico.O crédito materializado no documento não existe.Impõe-se, então, a relativização do princípio dacartularidade ou o seu abandono por completo.Assim, para que seja possibilitada a execução dequalquer título de crédito eletrônico, é necessárioque sejam implementadas alterações legislativasa fim de conferir aos demais títulos de crédito afacilidade conferida ao credor da duplicata peloart. 15, § 2º da Lei das duplicatas, o protesto porindicações. Segundo estabelece o dispositivo, éinteiramente dispensável a exibição da duplicata,para possibilitar a execução, quando o protesto éfeito por indicação do credor. Esclarece o professor Ulhoa Coelho que(op. cit. p. 465)

com a desmaterialização do título de crédito,tornaram-se as indicações a forma mais comum deprotesto. Hoje, a duplicata, não é documentada emmeio papel. O registro dos elementos que acaracterizam é feito exclusivamente em meiomagnético e assim são enviados ao banco, para finsde desconto, caução ou cobrança. (duplicataescritural).

Para resolvermos o problema daexecutividade da duplicata gerada em meiomagnético podemos nos socorrer do instituto doprotesto por indicações. Como dito acima, oinstrumento de protesto da duplicata, realizadopor indicações, estando ele acompanhado pelocomprovante de entrega das mercadorias, é títuloexecutivo extrajudicial. Dessa forma, o artigo 15,§ 2º da Lei das Duplicatas ampara explicitamentea executividade desse título em sua versãoeletrônica. Dispensa-se a exibição da duplicatapara instruir a petição inicial da execução quandoo protesto é feito por indicações, excetuando-se aregra geral. Mediante simples adequação danossa legislação esse procedimento pode serestendido aos demais títulos de crédito,conferindo, dessa forma, legítima executividade atodos os títulos de crédito gerados por meioeletrônico.

No entanto, a doutrina levanta umproblema. O comprovante de recebimento dasmercadorias ainda continua em suporte de papel.Pois bem, esse complicador pode ser facilmente

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eliminado por meio da “assinatura eletrônica”.Essa técnica consiste em um complexo decaracteres gráficos que garantem a autenticidadede determinada operação. É como se fosse umasenha que identifica a pessoa que emitiudeterminada informação, é a criptografiaassimétrica.

Trata-se um método de cifragem queutiliza duas chaves, uma privada e outra pública.A chave privada, a qual é de responsabilidadeexclusiva de seu titular tem a função de codificar(encriptar) a mensagem original, enquanto achave pública, a de decodificá-la (decriptar).Então a mensagem decifrada é comparada aodocumento enviado, garantindo a sua segurançae integridade. A tecnologia da certificação digital,a qual utiliza a criptografia assimétrica, tem sidoamplamente disseminada na sociedade,assegurando a essa modalidade de contrataçãomais segurança, privacidade e confidencialidadee, ainda, a integridade do conteúdo do contrato ea autenticidade das assinaturas digitais.

A assinatura digital, associada a umcertificado digital, gerado dentro dos parâmetrosda ICP-Brasil, confere ao documento eletrônico apresunção jurídica e técnica de autenticidade eintegridade, caracterizando-o como prova legal,circunstância esta que o juiz não podedesconsiderar na valoração da prova. Ocertificado digital, por conter informações sobre otitular da assinatura digital, é um instrumento hábila comprovar a identidade física dos contratantes,uma vez que vincula a chave pública ao detentorde determinada chave privada. Por conseguinte,os contratos eletrônicos celebrados comassinatura digital permitem a identificação daspartes contratantes; a autenticação, a qualconfirma a identidade das partes; o impedimentode rejeição (“não-repúdio”), impossibilitando àspartes alegar a invalidade do contrato celebradopor meios eletrônicos; a verificação, uma vez queos contratos eletrônicos são armazenados,permanecendo disponíveis e acessíveis paraconsulta futura; a garantia da integridade dodocumento, ao possibilitar que o destinatárioreconheça qualquer alteração nele produzida; e aprivacidade, ao garantir uma comunicaçãosigilosa.

Da mesma forma, o título de crédito podeser emitido eletronicamente e assinadodigitalmente, visto que as novas tecnologias decertificação digital garantem as funcionalidadesdo princípio da cartularidade, assegurando aidentidade do emitente, bem como a integridade ea perenidade do conteúdo do negócio jurídico quelhe dá origem. Os fornecedores podem combinarcom seus clientes que o recebimento dasmercadorias será atestado mediante o processocriptográfico da “assinatura eletrônica”, assim,completa-se o ciclo de formação do título decrédito eletrônico.

12.3 Títulos de crédito eletrônicos e o CódigoCivil de 2002

Não pode tratar como um choque devalores por uma inclusão desta espécie, a qualnão segue necessariamente os princípios detodos os outros. Trazendo uma limitação, maisdiretamente do princípio da cartularidade, pois étrazida em nosso Código apenas é uma respostaa evolução tecnológica que todo o mundo já vemsofrendo, e inclusive no Brasil esta tecnologia játem abrangido muitas empresas, que atualmentetransacionam por meio eletrônico.

Se faz necessário observar o dispositivolegal, no Código Civil de 2002, veja-se:

Art.889. Deve o título de crédito conter a data daemissão, a indicação precisa dos diretos queconfere, e a assinatura do emitente.§1º É avista o título de crédito que não contenhaindicação de vencimento.§2º Considera-se lugar de emissão e depagamento, quando não indicado no título, odomicílio do emitente.§3º, apregoa o seguinte: “O título poderá seremitido a partir de caracteres criados emcomputador ou meio técnico equivalente e queconstem da escrituração do emitente, observadosos requisitos mínimos previstos neste artigo.

Este dispositivo faz com que os títulos decréditos eletrônicos, que vem ganhando espaçoem todo o mundo, obtenha lugar e previsão legal.Os títulos de crédito mais usuais, em sua maioriasão regidos por leis especiais, ou seja, existemleis que os regem de forma individual, e apenassubsidiariamente são regidos pelo Código Civil

Em se tratando destas novasmodalidades de títulos, não tem ainda legislaçãoem vigor direcionada especificamente a estes,com isso, para que os títulos não venham a estaralheios a legalização, seguindo o avanço, o nossocódigo, por ser ter entrado em vigor bemrecentemente acaba por incluir esta novamodalidade. Ao ser apresentado o tema, não se podedistanciar das ótimas contribuições feitas porFabio Ulhôa, que tem tratado muito bem do tema,onde é possível perceber num pequeno trechoabaixo transcrito:

No mínimo, importantes transformações, já emcurso, alterarão a substância do direito cambiário. Oquadro é provocado pelo extraordinário progressono tratamento eletrônico das informações, ocrescente uso dos recursos da informática nocotidiano da atividade de administração do crédito.De fato, o meio eletrônico vem substituindopaulatinamente e decisivamente o meio papel comosuporte de informações. “Ainda sobre o tema, épossível encontrar, em conformidade com o artigo

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citado logo acima, estão o disposto no Enunciado462 na Jornada de direito Civil, o qual dispõe oseguinte: Art. 889, § 3º: Os títulos de crédito podemser emitidos, aceitos, endossados ou avalizadoseletronicamente, mediante assinatura comcertificação digital, respeitadas as exceçõesprevistas em Lei (2010, p. 395).

Há debates sobre o tema nos temposhodiernos, pela complexidade que é posta diantedeste caso. Ainda é uma sociedade que vemsofrendo grandes avanços tecnológicos comgrande rapidez. Pode-se então perceber que opoder legislativo teve um grande avanço emabranger o tema no corpo do Código Civil,mesmo que ainda de maneira bem “tímida”, masque abre a oportunidade de fazer com quemesmos nos avanços, a legislação continua acumprir o seu dever.

Ainda nos voltando a decisão da Ministra,é visto que:

Os títulos de crédito virtuais ou desmaterializadosobtiveram, portanto, o merecido reconhecimentolegal, posteriormente corroborado pelo art. 889, §3º, do CC/02, que autoriza a emissão do título “apartir dos caracteres criados em computador oumeio técnico equivalente e que constem daescrituração do emitente.

Sobre a ação dos interpretes da Lei, énotável o esclarecimento Ministro Massamiuyedaque ao concordar com a Ministra Nancy,fundamenta-se de uma forma notável, ao dizerque:

Srs. Ministros estamos dando o nome de duplicatavirtual a essa prática introduzida pela Informática,mas, já no passado, antes mesmo disso, admitimoso caráter de executividade à duplicata sem aceite,mas acompanhada do comprovante de entrega.Ora, no caso, esse tal boleto bancário emitidoeletronicamente veio acompanhado de umcomprovante de entrega. Agora, dizer-se – comodisse – que é necessária a apresentação visual dacártula, vamos dizer, é procurar interpretar a Leisem a dinâmica, a acomodação e, ainda, comodisse a eminente Ministra Relatora, existe uma Leiespecífica, mais recente, que cria essa figura.Acompanho o voto da Sra. Ministra Relatora nosentido de negar provimento ao recurso especial,cumprimentando o Advogado pela objetividade dasustentação.

Ainda neste mesmo diapasão, seráaqui citado uma importante passagem dodoutrinador, Fabio Ulhôa (2004, p. 395), aquitão citado pela importante contribuição que temdado ao tema, assim prediz em seu livro:

Os títulos de crédito sugiram na Idade Média, comoinstrumentos destinados à facilitação da circulaçãodo crédito comercial. Após terem cumpridosatisfatoriamente a sua função, ao longo dosséculos, sobrevivendo às mais variadas mudançasnos sistemas econômicos, esses documentosentram agora em período de decadência, quepoderá levar até mesmo ao seu fim como instituto

jurídico. No mínimo, importantes transformações, jáem curso, alterarão a substância do direitocambiário. O quadro é provocado pelo extraordinárioprogresso no tratamento eletrônico das informações,o crescente uso dos recursos da informática nocotidiano da atividade de administração do crédito.De fato, o meio eletrônico vem substituindopaulatina e decisivamente o meio papel comosuporte de informações. O registro da concessão,cobrança e cumprimento do crédito comercial nãofica, por evidente, à margem deste processo, aoqual se refere a doutrina pela noçãode desmaterialização do título de crédito. Quer dizer,os empresários, ao venderem seus produtos ouserviços a prazo, cada vez mais não tem se validodo documento escrito para o registro da operação.Procedem, na verdade, à apropriação dasinformações, acerca do crédito concedido,exclusivamente em meio eletrônico, e apenas poresse meio as mesmas informações são transmitidasao banco para fins de desconto, caução deempréstimos ou controle e cobrança documprimento da obrigação pelo devedor.

A tecnologia é um mecanismo presentena nossa sociedade de maneira inegável, e o usocada vez mais constante de facilitação detransmissão de dados, comprovação de créditosentre muitas outras transações são possíveisatravés dos meios eletrônicos, e além de tudo, foiacobertada legalmente pelo Código Civil de 2002. 12.4 Endosso e o título de crédito eletrônico

O endosso é um ato daquele que aprincípio o credor, repassa seu crédito a outrocom o qual faz transação. Pode-se notar queatravés do endosso nasce duas figuras que aprincípio não existiam, que são o endossante e oendossatário. O endossante é o que possui ocrédito e que por meio do endosso transfere parao endossatário, onde este passa a ser o realcredor. O notável é que o que vem por últimonesta relação, ou seja, o credor final acaba por teruma segurança maior para conseguir satisfazerseu crédito, pois a partir do momento que oportador do título faz o endosso, ao mesmotempo ele estará se comprometendo a satisfazeraquela obrigação descrita no título, figurandoassim como codevedor do título.

De forma bem contundente é visto o queexpressa Bertoldi (2009, p. 96) em seu livro aoconceituar o endosso, veja-se:

Trata-se o endosso de instituto tipicamente cambial,por meio do qual ocorre a transferência do título doendossante (aquele que está a transferir apropriedade do título) ao endossatário (pessoa paraquem o título é transferido e que a partir de então,passa a ser seu proprietário. (...) O endosso é atoabstrato, porque se desvincula da causaextracartular que lhe deu origem; é formal tendo emvista que somente tem validade quando dado nopróprio título, seja em seu verso ou anverso, (...).Trata-se de declaração unilateral de vontade, umavez que a fonte da obrigação cambiária, expressadapelo endosso, circunscreve-se na própria assinaturado endossante aposta no título, independentemente

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das demais obrigações trazidas no título. Éeventual, na medida em que sua falta não trazconsequências negativas para o título, e sucessiva,porque se verifica após o saque do título.

Ainda, sobre o tema, tem-se acontribuição do doutrinador Fabio Ulhôa (2010, p412), ao dizer que:

O endosso normalmente produz dois efeitos:transfere o título ao endossatário e vincula oendossante ao seu pagamento. Isto é, enquanto oendossatário se torna o novo credor da letra decâmbio, o endossante passa a ser um de seuscodevedores. No exemplo de sempre: se Antonio(sacador) saca letra contra Benedito (aceitante), emfavor de Carlos (tomador), este último pode, antesdo vencimento, negociar o crédito nelarepresentado, e de que é titular juto a Darcy. Aotransferi o título – e, com isto, o próprio crédito –,Carlos se identifica como endossante, e Darcy comoendossatário. A partir de então, a letra de câmbiodocumenta crédito titularizado por Darcy, do qualsão devedores Benedito (devedor principal), Antonioe Carlos (codevedores).

Sendo assim, resta claro que este ato setorna de maneira simples de realizar atransferência, além de toda a carga doutrináriaque se volta a explicar esta forma de transação. Atransferência através do endosso é realizada peloato da assinatura no título, sendo este em meiomaterial, na própria cártula. Desta maneira regelegislação, pois como está escrito na Lei nº 2.044,no Capitulo II, em seu artigo 8º:

O endosso transmite a propriedade da letra decâmbio. Para a validade do endosso, é suficiente asimples assinatura do próprio punho do endossadorou do mandatário especial, no verso da letra. Oendossatário pode completar este endosso.

De mesma maneira rege a Lei nº 7.357,que dispõe sobre o cheque, em seu artigo 19,pois assim prediz: “O endosso deve ser lançadono, cheque ou na folha de alongamento eassinado pelo endossante, ou seu mandatáriocom poderes especiais.”

É perceptível que o momento em que odecreto e a Lei acima citada, foram decretadosem momento que não se falava em títuloseletrônicos, ainda não se podia prever a evoluçãoe que as transações chegariam a um momentoque as transações se dariam por meio eletrônico.É visto que já no Código Civil, houve apreocupação de incluir em seu artigo 889 aprevisão do título através de caractereseletrônicos ou magnéticos.

O tratamento do endosso acimadestacado refere-se ao ato sobre os títulos decrédito que ainda funcionam em meio material, ouseja, através da cártula. Já em algumaslegislações já existe a possibilidade de realizar oato do endosso por meio eletrônico, como vemoso descrito na Lei nº 10.931, onde em seu artigo45 expõe da seguinte forma:

Art. 45. Os títulos de crédito e direitos creditórios,representados sob a forma escritural ou física, quetenham sido objeto de desconto, poderão seradmitidos a redesconto junto ao Banco Central doBrasil, observando-se as normas e instruçõesbaixadas pelo Conselho Monetário Nacional.§ 1o Os títulos de crédito e os direitos creditórios deque trata o caput considerar-se-ão transferidos,para fins de redesconto, à propriedade do BancoCentral do Brasil, desde que inscritos em termo detradição eletrônico constante do Sistema deInformações do Banco Central (SISBACEN), ou,ainda, no termo de tradição previsto no § 1 o do art.5 o do Decreto n o 21.499, de 9 de junho de 1932,com a redação dada pelo art. 1 o do Decreton o 21.928, de 10 de outubro de 1932.§ 2o Entendem-se inscritos nos termos de tradiçãoreferidos no § 1o os títulos de crédito e direitoscreditórios neles relacionados e descritos,observando-se os requisitos, os critérios e as formasestabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.§ 3o A inscrição produzirá os mesmos efeitosjurídicos do endosso, somente se aperfeiçoandocom o recebimento, pela instituição financeiraproponente do redesconto, de mensagem deaceitação do Banco Central do Brasil, ou, não sendoeletrônico o termo de tradição, após a assinaturadas partes.§ 4o Os títulos de crédito e documentosrepresentativos de direitos creditórios, inscritos nostermos de tradição, poderão, a critério do BancoCentral do Brasil, permanecer na posse direta dainstituição financeira beneficiária do redesconto, queos guardará e conservará em depósito, devendoproceder, como comissária del credere, à suacobrança judicial ou extrajudicial.

Com isso é perceptível os ajustes que

estão sendo feitos em no ordenamento jurídicobrasileiro com a intenção de fomentar eregularizar o uso dos títulos de créditoeletrônicos, visto que esta Lei entrou em vigorrecentemente no ano de 2004. Como visto nodispositivo acima destacado, tanto prevê o própriotítulo eletrônico (Art.45, §1º) como o endosso emmeio eletrônico (Art.45, §3º).

Atualmente, com o grande avançotecnológico, é possível até mesmo a assinaturafeita de maneira eletrônica, com um exemplo bempróximo dos técnicos do direito (advogados,promotores, juízes, entre outros). É visto asformas de petições realizadas por meioeletrônico, e para se aperfeiçoar com asassinaturas dos operadores, se faz necessário aassinatura eletrônica, ainda exemplificando,temos também a assinatura eletrônica daspessoas jurídicas, onde seus dados bem como asemissões de documentações fiscais, se faznecessário a assinatura eletrônica da empresa.Nisto é observado quanto tem se avançado atecnologia.

12.5 Aval e o título de crédito eletrônico

O aval, como o endosso, se caracterizaem um ato realizado no título de crédito, contudo,

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diferentemente do endosso, o avalista nãonecessariamente fez parte da relação creditícia,ou seja, ele não necessariamente já foi credor dotítulo. O avalista do título de crédito é aquele,terceiro estranho a relação que gerou o título decrédito (na maioria das vezes) o qual dá agarantia da satisfação daquele crédito. Assimcomo o endosso, o aval é um ato que seaperfeiçoa através da assinatura do avalista nopróprio título, se fazendo assim responsávelsolidariamente do crédito descrito no título. Seperfaz na auto responsabilização de satisfazer ocrédito disposto no título caso o credor não osatisfaça.

Neste sentido, temos os ensinos doescritor Bertoldi (2009, p. 103), que ao conceituaro aval descreve que:

Trata-se o aval de declaração cambiária autônomapela qual determinada pessoa – um terceiro oualgum dos signatários o título – se obrigaincondicionalmente a adimplir totalmente aobrigação cambial. A pessoa que. Pelo aval, passaa assumir a responsabilidade pelo pagamento dotítulo, juntamente com os demais coobrigados,chama-se avalista, sendo que se dá o nome deavalizado àquela pessoa em relação a quem o avalé passado. Assim, o avalista garante a obrigaçãocambiária assumida pelo avalizado, sub-rogando-senos direitos emergentes do título contra a pessoa afavor de quem foi dado o aval – o avalizado – econtra os obrigados para com esta em virtude daletra (LU, art.32)

Nestes termos é louvável a forma como oconceito é tratado pelo doutrinador Rosa (2006, p.103), o qual também tem sua contribuição aotema, ao dizer que:

Em verdade o aval, mais que uma garantiafidejussória, consubstancia um reforço das garantiasjá existentes no título de crédito porque, quandoalguém se obriga como avalista, o título já contém,no mínimo, a obrigação do emitente na notapromissória e no cheque, a do sacador na letra decâmbio, e se o título circular, existirá também aobrigação do endossante. Disso resulta que afunção do aval é reforçar as garantias depagamento do título de crédito em seu vencimento(LUG, art. 30, al. 1.ª, LC, art. 29 e LD, art. 12),facilitando a sua circulação, sendo um dos maisimportantes e utilizados institutos do direitocambiário, mormente nas operações bancárias.

Ainda, se faz necessário observar o queestá disposto na legislação brasileira, a qualregulariza este ato nos títulos, bem como amaneira em que se dará no próprio título, oCódigo Civil de 2002 assim descreve:

Art. 897. O pagamento de título de crédito, quecontenha obrigação de pagar soma determinada,pode ser garantido por aval.Parágrafo único. É vedado o aval parcial.Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou noanverso do próprio título.§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso dotítulo, é suficiente a simples assinatura do avalista.

§ 2o Considera-se não escrito o aval cancelado.Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nomeindicar; na falta de indicação, ao emitente oudevedor final.§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação deregresso contra o seu avalizado e demaiscoobrigados anteriores.§ 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, aindaque nula a obrigação daquele a quem se equipara,a menos que a nulidade decorra de vício de forma.Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz osmesmos efeitos do anteriormente dado.

Como disposto até então, a possibilidadede se avalizar um título é por meio da assinaturana própria cártula, sendo assim claro está que aforma de transcrever ainda busca bases nosprincípios, se distanciando ainda da evoluçãotecnológica. Mas ainda este tema tem sidosuperado, pois como visto anteriormente, atravésda citação do enunciado de numero 462 dajornada civil, é trazido com base no artigo 889 doCódigo Civil, a possibilidade de se avalizar umtítulo eletronicamente, através de assinatura comcertificado digital.

Como tem se observado, o artigo 889abriu meios e a liberdade de expansão parautilização dos títulos de crédito eletrônico,proporcionando a estes a possibilidade de serrealizado atos que fomentem a circulação, e dêaos títulos a devida garantia que existirá asatisfação do crédito. Ainda assim, através damedida provisória nº 2200/2001, houve umaregulamentação para a aceitação do uso daassinatura digital, e como exemplo observa-se oprimeiro artigo, onde descreve que fica instituídaa Infra-Estrutura de Chaves Pública Brasileira(ICP/Brasil).

Para garantir a autenticidade, aintegridade e a validade jurídica de documentosem forma eletrônica, das aplicações de suporte edas aplicações habilitadas que utilizemcertificados digitais, bem como a realização detransações eletrônicas seguras.

Neste mesmo sentido é contundentedemonstrar ainda o artigo 6º da mesma medidaprovisória, o qual prediz as AC, entidadescredenciadas a emitir certificados digitaisvinculando pares de chaves criptográficas. Aorespectivo titular, compete emitir, expedir,distribuir, revogar e gerenciar os certificados, bemcomo colocar à disposição dos usuários listas decertificados revogados e outras informaçõespertinentes e manter registro de suas operações. Parágrafo único. O par de chaves criptográficasserá gerado sempre pelo próprio titular e suachave privada de assinatura será de seuexclusivo controle, uso e conhecimento.

Ao destacar o parágrafo único descritoacima, é perceptível a regularização do uso daassinatura eletrônica, e pode-se assim perceberque com isso há uma complementação do que foidemonstrado no enunciado, o qual dá a condição

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da assinatura se perfazer em meio eletrônico eesta medida provisória normatiza a própriaassinatura, completando assim uma a outra. Comisso mais uma vez perceptível é a normatizaçãodos avanços tecnológicos.

Ainda neste veio de conhecimento, aassinatura eletrônica proporciona ao usuário umagarantia plausível, que cada dia é aperfeiçoado,com as criações de assinaturas cada vez maisdifíceis de ser descodificadas virtualmente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final dessas análises, pode-se notarque a tecnologia da informação tem sidoresponsável pelo desenvolvimento de uma novafórmula econômica, em que enquanto a indústriavirtual cresce, outros setores retraem ouestagnam. A era virtual nasce meio a umageração consumista e, com isso, é necessáriounir os aspectos tecnológicos da Internet com osaspectos comerciais.

Considera-se que os títulosrepresentativos de crédito, que nasceram comomaterial palpável e tangível, hoje se encontra emdeclínio diante do progresso tecnológico dainformática. O documento caracterizadomaterialmente em um papel é visto como algomenos hábil e dispendioso, pela análise do atualmodelo econômico reinante no globo, marcadopelos lucros e menores despesas.

Sem desconsiderar a importância dostítulos de crédito e sua grande utilidade nocomércio, o instrumento de fato como este éconcebido, a cártula, encontra-se em ummomento de decadência em função dasinovações tecnológicas da informática, levando auma crise os princípios cambiários perante aprática comercial informatizado.

É possível perceber que algumaspessoas se sentem ainda presas sob o dogma douso da cártula, e a segurança que estarepresenta acerca da substituição do papel peloregistro eletrônico de dados.

Sendo assim, o protesto é um ato quecomprova a existência de inadimplência, e queacarreta a inclusão do nome da parteinadimplente em qualquer tipo de cadastro dedevedores. A dívida precisa ser protestada pelotabelionado da praça a qual documento de dívidapertence.

Foi notório que os títulos de créditosurgiram da necessidade de se fazer circular ocrédito entre os que faziam as transaçõescomerciais. Para isso se faz necessário que hajauma segurança nas transações, de forma que ocredor possa ter garantir a satisfação do seucrédito perante o devedor. Para este fim existe oendosso, meio pelo qual se transfere o direitocreditício a terceiro estranho a relação principal

que deu origem ao título. Código de 2002 trouxeuma evolução ao apresentar a possibilidade e aprevisão legal de títulos através de dadoseletrônicos e magnéticos.

A Lei é feita segundo o momento e asproblemáticas vividas em certo tempo e espaçode tempo, não conseguindo em maioria dasvezes se sobrepor aquele espaço de tempo paraa qual ela foi criada. Com isso é que se faznecessário a interpretação da Lei, onde estãoassim inclusos os intérpretes da Lei. Mas comisso pode-se mostrar a possibilidade que sealcançou com a entrada do Código Civil de 2002.

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