a educação ambiental nas séries iniciais do ensino fundamental

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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA ABORDAGEM A PARTIR DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS RESUMO O mundo está vivendo um momento muito especial e estratégico no que se refere ao meio ambiente. As atenções estão voltadas para o desmatamento, os incêndios florestais, as mudanças climáticas, o efeito estufa, a camada de ozônio, enfim, tudo o que atinge direta ou indiretamente a biodiversidade do Planeta. Levando em consideração que o meio ambiente se modifica para melhor ou para pior com a intervenção do ser humano. A educação ambiental precisa ser entendida como uma possibilidade de garantir a manutenção e a preservação na relação ser humano/natureza. Estas atitudes e ações vão além do espaço escolar e precisam de entidades, parceiras para trabalhar na defesa e respeito à vida, para isso é preciso despertar nas pessoas, em específico, nos educadores e educandos, sentimento de responsabilização e cuidado com a natureza e assim, valorizando e respeitando a própria vida. Os PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais) para o ensino fundamental estabelecem as primeiras orientações à prática da Educação Ambiental, inserida no tema transversal Meio Ambiente. Segundo esse documento, a Educação Ambiental deve permear todas as áreas do ensino, cabendo aos professores tal tarefa. As mudanças de percepções, atitudes e valores ambientais são as mais desafiadoras tarefas da Educação Ambiental. O presente trabalho tem o propósito de estudar, analisar a Educação Ambiental nas séries iniciais do ensino fundamental partindo da abordagem dos PCN’s. Importante ressaltar que, em momento algum, tem-se a intenção de esgotar o tema, uma vez que o mesmo faz parte da atualidade, é abrangente e sofre mutações contínuas. Palavras-chave: educação ambiental, parâmetros curriculares nacionais, educadores, interdisciplinaridade.

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CENTRO UNIVERSITRIO DE FORMIGA - UNIFOR/MG

A EDUCAO AMBIENTAL NAS SRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:

UMA ABORDAGEM A PARTIR DOS PARMETROS CURRICULARES NACIONAISRESUMO

O mundo est vivendo um momento muito especial e estratgico no que se refere ao meio ambiente. As atenes esto voltadas para o desmatamento, os incndios florestais, as mudanas climticas, o efeito estufa, a camada de oznio, enfim, tudo o que atinge direta ou indiretamente a biodiversidade do Planeta.Levando em considerao que o meio ambiente se modifica para melhor ou para pior com a interveno do ser humano. A educao ambiental precisa ser entendida como uma possibilidade de garantir a manuteno e a preservao na relao ser humano/natureza. Estas atitudes e aes vo alm do espao escolar e precisam de entidades, parceiras para trabalhar na defesa e respeito vida, para isso preciso despertar nas pessoas, em especfico, nos educadores e educandos, sentimento de responsabilizao e cuidado com a natureza e assim, valorizando e respeitando a prpria vida. Os PCNs (Parmetros Curriculares Nacionais) para o ensino fundamental estabelecem as primeiras orientaes prtica da Educao Ambiental, inserida no tema transversal Meio Ambiente. Segundo esse documento, a Educao Ambiental deve permear todas as reas do ensino, cabendo aos professores tal tarefa. As mudanas de percepes, atitudes e valores ambientais so as mais desafiadoras tarefas da Educao Ambiental. O presente trabalho tem o propsito de estudar, analisar a Educao Ambiental nas sries iniciais do ensino fundamental partindo da abordagem dos PCNs. Importante ressaltar que, em momento algum, tem-se a inteno de esgotar o tema, uma vez que o mesmo faz parte da atualidade, abrangente e sofre mutaes contnuas.Palavras-chave: educao ambiental, parmetros curriculares nacionais, educadores, interdisciplinaridade.

SUMRIO

91 INTRODUO

112 EDUCAO AMBIENTAL

112.1 Histrico

162.2 Conceito

172.3 Importncia

182.4 Objetivos da Educao Ambiental

203 EDUCAO AMBIENTAL NA ESCOLA

213.1 Educao ambiental e os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs)

233.1.1 Os temas transversais

233.1.2 Transversalidade e interdisciplinaridade

263.1.3 A Multidisciplinaridade

263.2 A formao de Educadores para a Educao Ambiental

294 EDUCAO AMBIENTAL NAS SRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

294.1 A criana e a Natureza

304.1.1 A importncia da Educao Ambiental para as Crianas

324.2 Processo ensino-aprendizagem na Educao Ambiental

345 CONCLUSO

35REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

1 INTRODUO

A satisfao das necessidades humanas est atingindo de forma mundial o meio ambiente. A busca pelo acmulo de bens e a satisfao do seu bem-estar vem trazendo grandes conseqncias para a natureza. O homem ainda no se conscientizou de que os recursos naturais esto acabando e de que a natureza est revidando de forma desastrosa os impactos por ela sofridos. Acredita-se que se possa buscar essa conscincia atravs de uma educao ambiental de qualidade nas escolas e na sociedade.

Segundo Czapski:

Enfrentamos agora uma crise ambiental nunca vista na histria, que se deve enormidade de nossos poderes humanos. A natureza se transformou em reas de ao nas quais precisamos tomar decises polticas, prticas e ticas (CZAPSKI, 2008, p.3).

A sociedade em que vivemos uma sociedade de risco, com efeitos que, muitas vezes, escapam nossa capacidade de percepo direta, mas aumentam consideravelmente as evidncias de que tais efeitos podem ser responsveis no s na vida daqueles que a produzem, bem como, de outras pessoas, espcies e at mesmo, geraes (CZAPSKI, 2008).

A escola tem o papel de educar. Por sua vez, tambm responsvel pela sociedade. A Educao Ambiental, atravs de um processo pedaggico, que procura infiltrar no aluno uma conscincia crtica sobre os problemas do meio ambiente (SANTOS, 2007).

Os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs) apontam, entre outras diretrizes, a preocupao em se trabalhar o tema meio ambiente de forma transversal no currculo escolar. O mdulo que trata desse assunto aborda que:

[...] os Parmetros Curriculares Nacionais incorporam essa tendncia e a incluem no currculo de forma a compor um conjunto articulado e aberto a novos temas, buscando um tratamento didtico que contemple sua complexidade e sua dinmica, dando-lhes a mesma importncia das reas convencionais. O currculo ganha em flexibilidade e abertura, uma vez que os temas podem ser priorizados e contextualizados de acordo com as diferentes realidades locais e regionais e outros temas que podem ser includos. (BRASIL, 1997 b, p.15).

Segundo Vestena (2003, p. 3):

A Educao Ambiental tem assumido um papel essencial na sensibilizao dos alunos com relao aos conflitos estabelecidos entre os homens e a natureza, a natureza e a cultura, uma vez que por meio da incorporao da dimenso ambiental que o indivduo, durante o processo educativo, toma conscincia do meio ambiente. Essa perspectiva exige, entretanto, abordagens pedaggicas globalizantes, sistmicas e interdisciplinares.

Para Genebaldo (2006), a Educao Ambiental algo que deve preparar o sujeito em relao compreenso dos principais problemas do mundo e proporcionar alternativas e conhecimento para melhorar a vida e proteger o meio ambiente, nunca se esquecendo dos valores ticos. Deve ser um processo contnuo, induzindo novas formas de conduta, nos grupos sociais e na sociedade como um todo. tambm um processo que promove a percepo quanto necessidade da preservao do meio ambiente e quanto a sociedade interfere nesse meio ambiente.

O trabalho tem por objetivo entender os conceitos e a amplitude da Educao Ambiental formal e no formal, destacando seus princpios, finalidades e importncia no ensino. Partir de uma pesquisa bibliogrfica, atravs de leitura, pesquisa, anlise de legislao ambiental, onde sero usados livros, artigos, teses, dissertaes, Constituio Federal de 1988, Leis Ambientais dentre outras fontes.

Desta forma, o primeiro captulo ir abordar o histrico, o conceito, a importncia e os objetivos da Educao Ambiental. No segundo captulo ser apresentada a Educao Ambiental na Escola, e dentro dela, os PCNs, os temas transversais e a formao dos professores. Por fim, o terceiro e ltimo captulo abordar a Educao Ambiental nas sries iniciais do ensino fundamental.

2 EDUCAO AMBIENTAL

2.1 Histrico

O homem j vem interferindo no meio ambiente h algum tempo, mas, s recentemente puderam ser percebidas as alteraes por ele causadas.

George Perkin Marsh, em 1864, previu o fim de muitos recursos naturais. A sua angstia diante da ao devastadora do homem sobre o meio ambiente era enorme. Porm, foi nos anos 60 que a crise ambiental se tornou evidente (MARINHO, 2004).

A partir do ano de 1942, surge a preocupao em relao organizao de eventos internacionais, onde seriam discutidas questes relacionadas ao meio ambiente e preservao dos aspectos naturais do planeta (BEZERRA, 2007).

Rachel Carson, em 1962, publicou Silent Spring onde retratou problemas e consequncias do abuso do uso de inseticidas. Esta utilizao prejudicou o meio ambiente. A referida publicao levantou um debate amplo, que apontou a necessidade da mudana de atitude do homem para com a natureza (MARINHO, 2004).

Em 1968, um grupo de cientistas de Roma, conhecido por Clube de Roma, produziu um relatrio que tratava das questes ambientais e limites para o desenvolvimento humano, que levou o nome de Os limites do crescimento econmico (MARINHO, 2004). Ao concluir o documento foi possvel constatar:

A necessidade urgente de se buscar meios para a conservao dos recursos naturais e controlar o crescimento da populao, alm de se investir numa mudana radical na mentalidade de consumo e procriao (REIGOTA, 2001, p.13).

Pode-se perceber, dessa forma, a ligao existente entre as questes sociais e polticas que o momento histrico apresentava e as questes ambientais. Elo, esse, que foi legitimado pela Conferncia de Estocolmo.A Conferncia de Estocolmo foi considerada o marco histrico internacional na emergncia de polticas ambientais em muitos pases, dentre eles, o Brasil. O Plano de Ao da referida Conferncia foi a de que o cidado deve ser educado para soluo dos problemas ambientais. A partir disso, nasce a chamada Educao Ambiental (BEZERRA, 2007).

Em 1975, a UNESCO promove na ex-Iugoslvia, a Conferncia de Belgrado onde estudiosos e especialistas de 65 pases, produziram um documento que levou o nome de Carta de Belgrado, documento esse que culminou com a formulao dos princpios e orientaes para um programa internacional de Educao Ambiental e preconizou uma nova tica planetria para promover a erradicao da pobreza, fome, analfabetismo, poluio, explorao e dominao humanas. E ainda, censura o desenvolvimento de uma nao custa de outra. Por fim, sugere a criao de um programa de Educao Ambiental Mundial (PEDRINE, 1997 apud BEZERRA, 2007).

Em 1977, no perodo de 14 a 26 de outubro, na cidade de Tbilisi, na Gergia (ex. Unio Sovitica), ocorreu a I Conferncia Intergovernamental sobre Educao Ambiental, na qual as bases conceituais da EA foram estabelecidas e divulgadas, cabendo ressaltar:a) Um dos principais objetivos da EA consiste em permitir que o ser humano compreenda a natureza complexa do meio ambiente, resultante das interaes dos seus aspectos biolgicos, fsicos, sociais e culturais. Ela deveria facilitar os meios de interpretao da interdependncia desses diversos elementos, no espao e no tempo, a fim de promover uma utilizao mais reflexiva e prudente dos recursos naturais para satisfazer as necessidades da humanidade.

b) So caractersticas da EA: o enfoque educativo interdisciplinar e orientado para a resoluo de problemas; a integrao com a comunidade; ser permanente e orientada para o futuro.

c) Que a EA no seja uma nova disciplina. H de ser a contribuio de diversas disciplinas e experimentos educativos ao conhecimento e compreenso do meio ambiente, assim como resoluo dos seus problemas e sua gesto. Sem o enfoque interdisciplinar no ser possvel estudar as inter-relaes, nem abrir o mundo da educao comunidade, incitando seus membros ao.

d) Constitui um modo de transformar e renovar a educao o desenvolvimento de uma EA orientada para a busca de solues para os problemas concretos, que os analise sob um marco interdisciplinar e que suscite uma participao ativa da comunidade para resolv-los. (DIAS, 2004, p.210-211).

De acordo com UNESCO/PNUMA (1978, p.19) apud Bezerra (2007, p.3) a Conferncia definiu o meio ambiente como: O conjunto de sistemas naturais e sociais em que vive o homem e os demais organismos e de onde obtm subsistncia.Esta Conferncia, na verdade, foi o ponto mais alto de um movimento tico e histrico, de transformao de pensamento e atitudes do homem contemporneo, em relao ameaa de destruio do planeta. Teve incio na dcada de 60, com nfase na mobilizao de vrios grupos pelos direitos humanos, dentre eles, o ambientalista (BEZERRA, 2007).

Dez anos depois da Conferncia de Tbilisi, trezentos especialistas de cem pases e observadores da IUCN reuniram-se em Moscou, no perodo de 17 a 21 de agosto de 1987, para realizarem o Congresso Internacional em Educao e Formao Ambientais, conhecida como Conferncia de Moscou; promovido pela UNESCO/UNEP/IEEP (DIAS, 2004).

Dias (2004, p.140-145) faz importantes observaes em relao ao Congresso de Moscou:

1. As recomendaes de Tbilisi (1977) sobre os objetivos e os princpios orientadores para a EA devem ser consideradas os alicerces para o desenvolvimento da EA em todos os nveis, dentro e fora do sistema escolar.

2. A maioria dos problemas ambientais tem suas razes em fatores polticos, econmicos, sociais e culturais, que no podem ser previstos ou resolvidos por meios puramente tecnolgicos. Devemos agir primeiramente sobre os valores, atitudes e comportamentos dos indivduos e grupos, em relao ao seu meio ambiente.

3. Em muitos pases, o problema bsico a pobreza que, por sua natureza, leva deteriorizao dos recursos naturais. O empobrecimento e o crescimento populacional so partes de um fenmeno complexo que s pode ser detido por meio de um rpido processo de desenvolvimento sustentvel, compatvel com a preservao do potencial produtivo dos ecossistemas naturais e antrognicos.

4. incumbncia da EA e FA, como meio fundamental de integrao e de mudana social e cultural, conceber objetivos e empregar novos mtodos capazes de tornar os indivduos mais conscientes, mais responsveis e mais preparados para lidar com os desafios de preservao da qualidade do meio ambiente e da vida, num contexto de desenvolvimento sustentvel para todos os povos.

5. Os objetivos da EA no podem ser definidos sem que se levem em conta as realidades sociais, econmicas e ecolgicas de cada sociedade ou os objetivos determinados para o seu desenvolvimento; deve-se considerar que alguns objetivos determinados para o seu desenvolvimento; deve-se considerar que alguns objetivos da EA so comuns comunidade internacional.

6. A EA deve prover os meios de percepo e compreenso dos vrios fatores que interagem no tempo e no espao, para modelar o meio ambiente. Tais conhecimentos, sempre que possvel, devero ser adquiridos por meio da observao, estudo e experimentao de ambientes especficos.

7. Os padres de comportamento de preservao e melhoria do meio ambiente s sero alcanados se a maioria dos membros de uma dada sociedade absorver, de forma livre e consciente, os valores positivos do meio ambiente, capazes de estabelecer a autodisciplina.

8. Por seus objetivos e funes, a EA necessariamente uma forma de prtica educacional sintonizada com a vida da sociedade. Ela s pode ser efetiva se todos os membros da sociedade, de acordo com as suas habilidades, participarem das mltiplas e complexas tarefas de melhoria das relaes das pessoas com o seu meio ambiente. Isso s pode ser alcanado se as pessoas se conscientizarem do seu envolvimento e das suas responsabilidades.

9. Por ser um processo que deve durar por toda a vida, a EA pode ajudar a tornar mais relevante a educao geral, por constituir-se numa excelente base na qual possam desenvolver-se novas maneiras de viver em harmonia com o meio ambiente um novo estilo de vida.

10. A EA deve dirigir a todos os membros de uma comunidade, no que diz respeito s necessidades e interesses das diferentes faixas etrias e categorias scio-ocupacionais, e se adaptar aos diversos contextos socioeconmicos e culturais, considerando as desigualdades regionais e nacionais.

Atravs deste Congresso, concluiu-se que a Educao Ambiental deveria preocupar-se com a promoo de conscientizao e transmisso de informaes, desenvolvimento de critrios e padres, orientaes para a resoluo de problemas e tomada de decises. Assim, objetivar modificaes comportamentais de ordem cognitiva e afetiva. Contudo, os pases de centro e de periferia, sentiram a necessidade de elaborarem, em conjunto, um documento que assegurasse sociedade um ambiente saudvel e produtivo. Assim sendo, a Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) em abril de 1987, publicou o relatrio O Nosso Futuro Comum. Esse documento foi importante medida que deixou registrada a necessidade de todos os pases produzirem uma agenda comum para o tratamento de problemas ambientais globais (MARINHO, 2004).

O relatrio O Nosso Futuro Comum, tambm conhecido como relatrio Brundtland em homenagem a primeira-ministra da Noruega, Sra. Gro Brundtland, coordenadora do trabalho desenvolvido por especialistas, serviu de parmetro para as discusses que seriam efetivadas na RIO-92 (MARINHO, 2004).

A Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro em 1992, representou um marco na histria das relaes internacionais, uma vez que foi a primeira reunio de nvel internacional a ocorrer aps o fim da guerra fria e da Unio Sovitica. Mostrou-se extremamente importante, ao reafirmar a sustentabilidade ambiental e ao aprovar um plano de ao concreto traduzido na Agenda 21 - documento sntese dos compromissos acordados entre os pases signatrios, no qual fica claro o desafio assumido pelos mesmos de incorporarem s suas polticas pblicas, princpios que conduzam ao desenvolvimento sustentvel (MARINHO, 2004).No Brasil, foram cinco anos de exaustivos trabalhos envolvendo mais de 40 mil pessoas. Dentre os 21 objetivos da Agenda, destaco:

Fornecer saneamento bsico para todos em dez anos;

Garantir a democratizao da Justia;

Implementar e universalizar programas de ensino de horrio integral;

Diminuir as desigualdades sociais;

Aumentar a gerao de renda, garantindo conquistas no campo social;

Promover a sade por meio de campanhas de combate s doenas e melhoria do Sistema nico de Sade (SUS);

Preservar a quantidade e melhorar a qualidade da gua nas bacias hidrogrficas;

Diminuir o desmatamento;

Modernizar o Estado efetivando uma gesto democrtica. Desenvolver uma pedagogia da sustentabilidade tica e da solidariedade (MARINHO, 2004, p. 33-34). Infelizmente, a Agenda 21 no conseguiu colocar em prtica a grande maioria dos seus objetivos. Esses permaneceram no nvel das intenes. Entretanto, os cidados no desistem de tentar sensibilizar todos os seres humanos e, assim, modificar os seus valores fazendo com que adotem hbitos que possam significar uma vida melhor e mais digna para a Terra e seus habitantes (MARINHO, 2004).

Com a Rio-92, houve uma mudana profunda nos paradigmas que orientavam a leitura das realidades sociais e problemas que envolvem a produo e consumo de bens e servios, a explorao de recursos naturais, a reforma e/ou substituio de instituies de representao e participao poltica. A transformao dos espaos de formao e educao das futuras geraes. Concretizando um movimento de construo de novas referncias sociais e polticas, houve um salto qualitativo nas relaes entre as sociedades e seu meio (CASCINO, 2000).Em 1997, precisamente, nos dias 11 e 12 de novembro, a Comisso de Redao da 1 Conferncia Nacional de Educao Ambiental CNEA, de Braslia/DF, redigiu e aprovou a Declarao de Braslia para a Educao Ambiental. Com isto, contando com subsdios gerados pelos grupos de trabalhos durante a conferncia. O referido documento relata um minucioso diagnstico da situao da educao ambiental no Brasil e ainda, recomendaes dizendo respeito melhoria do seu processo de desenvolvimento. Por fim, repete as recomendaes da Conferncia de Tbilisi, mas consegue expressar as dificuldades encontradas por quem est envolvido com o processo (DIAS, 2004).

Em junho de 2002, aconteceu no Rio de Janeiro o Seminrio Internacional sobre Desenvolvimento Sustentvel, a Rio+10 Brasil. O marco do manifesto apresentado no Seminrio o de que a educao de fundamental importncia para a construo da racionalidade ambiental. Concomitantemente a Rio+10 Brasil, regulamentou-se a Lei 9.795/99 por meio do decreto 4.281/02 (BRASIL, 1999b). Essa a Lei que deve nortear as aes referentes Educao Ambiental nos mbitos formal e no formal do ensino (MARINHO, 2004).2.2 Conceito

O conceito de Educao Ambiental segundo Adams (2005) varia de interpretaes, de acordo com cada contexto, conforme a influncia e vivncia de cada um. Para muitos, a Educao Ambiental restringe-se em trabalhar assuntos relacionados natureza: lixo, preservao, paisagens naturais, animais, e outros. Dentro deste enfoque, assume um carter basicamente naturalista. De acordo com Reigota (1998) a educao ambiental um processo de transformao cultural que objetiva a construo de uma conscincia individual e coletiva baseada no respeito a todas as formas de vida. Ela deve viabilizar um relacionamento harmnico entre o homem e o ambiente, a fim de formar um cidado consciente de que a qualidade de vida das geraes futuras depende das escolhas que cada um fizer em sua prpria vida, hoje.

Atualmente, a Educao Ambiental assume um carter mais realista, embasado na busca de um equilbrio entre o homem e o ambiente, com vista construo de um futuro pensado e vivido numa lgica de desenvolvimento e progresso (pensamento positivista). Neste contexto, a Educao Ambiental ferramenta de educao para o desenvolvimento sustentvel (apesar de polmico, o conceito de desenvolvimento sustentvel, tendo em vista ser o prprio "desenvolvimento" o causador de tantos danos scio-ambientais) (ADAMS, 2005) Ampliando a maneira de perceber a Educao Ambiental, podemos dizer que se trata de uma prtica de educao para a sustentabilidade. Para muitos especialistas, uma Educao Ambiental para o Desenvolvimento Sustentvel severamente criticada pela dicotomia existente entre "desenvolvimento e sustentabilidade" (SILVA, 2011, p.11) A Lei Federal n. 9.795 de 24 de abril de 1999,define a Educao Ambiental como:

Art. 1 - Entendem-se por educao ambiental os processos por meio dos quais o indivduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competncias voltadas para a conservao do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (MINISTRIO DA EDUCAO - MEC; MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE MMA 1999: 1).

2.3 Importncia

Diante dos conceitos expostos, possvel perceber a importncia da Educao Ambiental e, por isto, a importncia de ser trabalhada no ensino-aprendizagem nas sries iniciais. Para estas sries, o referido contedo possui carter preventivo a ser alcanado a longo e curto prazo. Os conhecimentos compartilhados com crianas e adolescentes refletem valores voltados para a sociedade e, principalmente, aos que os rodeiam. Ou seja, a partir do momento em que as crianas se tornem curiosas e investigadoras, essas caractersticas agregam aprendizagens e mudanas no cotidiano e eles so capazes de ir em busca de respostas.

De acordo com Silva (2011) fundamental tambm que a importncia do contato dos alunos com diversos elementos, fenmenos e acontecimentos do mundo sejam estimulados por assuntos significantes que necessitem de observao e de explicao para que a compreenso torne-se vivel.

Sendo assim, de acordo com Leo e Silva (1995) apud Silva (2011), a Educao Ambiental deve permitir a compreenso da natureza complexa do meio ambiente e interpretar a interdependncia entre os diversos elementos que conformam o ambiente, tendo em vista, racionalmente, os recursos do meio da satisfao material e espiritual da sociedade, no presente e no futuro.

A maioria dos nossos problemas sobre meio ambiente podem ser amenizados ou at mesmo resolvidos com um pouco mais de empenho e colaborao das pessoas. Partindo do princpio de que a Educao Ambiental um processo longo e contnuo, e mudar questes culturais at mesmo enraizadas em nossa existncia cotidiana, no fcil. Deve-se comear por mudanas em nossos hbitos e atitudes. Essas mudanas podem ser aparentemente pequenas, mas podem fazer uma grande diferena, quando vistas no todo. De acordo com Arruda e Boff (2000, p.103) [...] Somos responsveis pela vida ou pela morte de nosso planeta vivo. Depende de ns o futuro comum, nosso e de nossa querida casa comum: a Terra. [...].

Ainda segundo Arruda e Boff (2000, p.103):Mais e mais entendemos que a ecologia se transformou no contexto de todos os problemas, da educao, do processo industrial, da urbanizao, do direito e da reflexo filosfica religiosa. A partir da ecologia est se elaborando e impondo um novo estado de conscincia na humanidade que se caracteriza por mais benevolncia, mais compaixo, mais sensibilidade, mais enternecimento, mais solidariedade, mais cooperao, mais responsabilidade entre os seres humanos em face da terra e da necessidade de sua preservao.Segundo Guimares (1995, p. 14) em decorrncia da grave situao ambiental em que vivemos se faz necessrio implantar a educao ambiental desde cedo s novas geraes em idade de formao, e ainda completa:A educao ambiental apresenta-se como uma nova dimenso do processo educativo voltada para a participao de seus atores, educandos e educadores, na construo de um novo paradigma que contemple as aspiraes populares de melhor qualidade de vida socioeconmica e um mundo ambientalmente sadio (GUIMARES, 1995, p.14).A educao por si s no conseguir solucionar todos os problemas ambientais do planeta, mas, com certeza, j um princpio para se tratar o assunto, uma vez que, a participao das crianas de grande influncia.

2.4 Objetivos da Educao AmbientalNa carta de Belgrado foram definidos seis objetivos indicativos da Educao Ambiental (DIAS, 2004). Eles so os seguintes: Conscincia: ajudar os indivduos e grupos sociais a sensibilizarem-se a adquirirem diversidade de experincias e compreenso fundamental sobre o meio ambiente global e suas questes;

Conhecimento: adquirirem diversidade de experincias e compreenso fundamental sobre o meio ambiente e seus problemas;

Comportamento: a comprometerem-se com uma srie de valores, a sentirem interesse pelo meio ambiente e participarem da proteo e melhoria do meio ambiente;

Habilidades: adquirirem as habilidades necessrias para identificar e resolver problemas ambientais;

Participao: proporcionar a possibilidade de participarem ativamente das tarefas que tm por objetivo resolver os problemas ambientais (DIAS, 2004, p.111).3 EDUCAO AMBIENTAL NA ESCOLA

Levando em considerao a importncia da temtica ambiental e a viso integrada do mundo, no tempo e no espao, as escolas sobressaem como espaos privilegiados no que diz respeito a implementao de atividades que propiciem essa reflexo, por isso necessita de atividades em sala de aula e de campo, com aes orientadas em projetos e em processos de participao que levem autoconfiana, a atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a proteo ambiental implementados de modo interdisciplinar (DIAS, 2004). Desta forma, as geraes que forem assim formadas crescero dentro de um novo modelo de educao criando novas vises do que o planeta Terra.

Dentro da escola devem-se encontrar meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenmenos naturais, as aes humanas e sua conseqncia para consigo, para sua prpria espcie, para os outros seres vivos e o ambiente. fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a construo de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudvel (LIMA e SILVA, 2011).No podemos esquecer que os professores tm um papel muito importante, pois, so eles que esto em contato constante com as crianas e que conhecem o mundo de cada uma delas. Por isso, quando se trata de Educao Ambiental importante trabalhar com cada professor para que ele possa redescobrir a sua vocao, se sentir valorizado perante a sociedade, sociedade esta que entrega os seus filhos em suas mos (LIMA e SILVA, 2011).

Para isso, a Educao Ambiental deve ser abordada de forma sistemtica e transversal, em todos os nveis de ensino, assegurando a presena da dimenso ambiental de forma interdisciplinar nos currculos das diversas disciplinas e das atividades escolares.

Assim sendo, a escola o espao social e o local onde o aluno ser sensibilizado para as aes ambientais e, fora do mbito escolar, ele ser capaz de dar seqncia ao seu processo de socializao. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser apreendidos na prtica, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formao de cidados responsveis.

Considerando a Educao Ambiental um processo contnuo e cclico, importante que sejam desenvolvidos projetos e cursos de capacitao de professores para que estes sejam capazes de conjugar alguns princpios bsicos da Educao Ambiental. Nesse contexto a educao ambiental aponta para propostas pedaggicas centradas na conscientizao, mudana de comportamento, desenvolvimento de competncias, capacidade de avaliao e participao de professores e discentes (LIMA e SILVA, 2011).

Segundo Oliveira (2000) existem trs dificuldades a serem vencidas no processo da efetiva implementao da Educao Ambiental no mbito escolar: a busca de alternativas metodolgicas que faam convergir o enfoque disciplinar para indisciplinar; a barreira rgida da estrutura curricular em termos de grade horria, contedos mnimos, avaliao; a sensibilizao do corpo docente para a mudana de uma pratica estabelecida, frente s dificuldades de novos desafios e reformulaes que exigem trabalho e criatividade.Portanto, devem-se buscar alternativas que promovam uma contnua reflexo que culmine na mudana de mentalidade; apenas dessa forma, se conseguir implementar, nas escolas, a verdadeira Educao Ambiental, com atividades e projetos no meramente ilustrativos, mas fruto da nsia de toda a comunidade escolar em construir um futuro no qual possa viver em um ambiente equilibrado, em harmonia com o meio, com os outros seres vivos e com os outros semelhantes (LIMA e SILVA, 2011).3.1 Educao ambiental e os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs)

Os Parmetros Curriculares Nacionais, os PCNs apontam, entre outras diretrizes, a preocupao em se trabalhar o tema meio ambiente de forma transversal no currculo escolar. O mdulo que trata desse assunto aborda que:

A questo ambiental vem sendo considerada como cada vez mais urgente e importante para a sociedade, pois o futuro da humanidade depende da relao estabelecida entre a natureza e o uso pelo homem dos recursos naturais disponveis (BRASIL, 1997, p.15). Justificando, dessa maneira, a incluso deste tema como tema transversal nos currculos escolares.

Os Parmetros Curriculares Nacionais fizeram parte de uma ampla reforma educacional conduzida pelo governo federal como uma resposta s novas demandas de qualidade de ensino e ao estabelecimento de padres de desempenho do conjunto da populao brasileira que melhor correspondam s exigncias de insero do pas na nova ordem mundial (BARRETO, 1998 apud MANZANO E DINIZ, 2004, p.2). E com conseqncias na formao e no aperfeioamento dos professores, na reviso de livros didticos, etc (AZANHA, 2001 apud MANZANO E DINIZ, 2004, p.2).Aguiar (2002) destaca que a definio dos novos parmetros para os currculos escolares como apresentada pelo MEC Ministrio da Educao e Cultura representa o resultado de fatores polticos e econmicos que do forma disputa de poder na sociedade brasileira com relao direo a ser dada para a formao da gerao de brasileiros neste novo milnio. Segundo essa autora, a nfase da proposta est nos fatores intra-escolares, onde a baixa produtividade est relacionada com questes pedaggicas, passvel, portanto, de serem superadas com medidas nessa rea e tendo o professor como o responsvel por reverter o quadro.

Os PCNs (1997), em seu texto introdutrio, ressaltam a importncia de um referencial comum para a formao escolar no Brasil sem que ocorra uma uniformizao que descaracterize e desvalorize peculiaridades culturais regionais. Essa referncia curricular comum para todo o pas visa fortalecer, segundo o documento, a unidade nacional e a responsabilidade do governo federal com a educao e busca garantir o respeito diversidade cultural do pas atravs da possibilidade de adaptao integrando as diferentes dimenses da prtica educacional (MANZANO E DINIZ, 2004).

A elaborao dos PCN foi precedida de um estudo realizado pela Fundao Carlos Chagas em 1995, que analisou propostas curriculares, dos nveis fundamental e mdio, dos estados e de alguns municpios. Esse estudo sugeriu trs grandes linhas como constituintes bsicos na elaborao dos PCN, em particular para o ensino de Cincias, que seriam: educao ambiental, educao em sade e educao tecnolgica (AMARAL, 1998). Domingues et al (1998) apresentam tambm essas trs linhas como uma tentativa de tornar o ensino de Cincias participante de um desenvolvimento sustentvel ((MANZANO E DINIZ, 2004, p.3).

Os PCNs propem que o trabalho com o tema meio ambiente venha formar um aluno com pensamento crtico diante das questes sobre o ambiente e sobre problemas naturais e sociais delas decorrentes.3.1.1 Os temas transversais

A educao pra cidadania requer que questes sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e reflexo dos alunos. A incluso de questes sociais no currculo escolar no uma preocupao indita, essa temtica j tem sido discutida e incorporada em algumas reas. Os Parmetros Curriculares Nacionais (PCN) incorporam essa tendncia e a inclui no currculo de forma a compor um conjunto articulado e aberto a novos temas, buscando um tratamento didtico que contemple sua complexidade e sua dinmica, dando-lhes a mesma importncia das reas convencionais (BRASIL, 1998).O currculo ganha flexibilidade e abertura, uma vez que os temas podem ser priorizados e contextualizados de acordo com as diferentes realidades locais e regionais e outros temas podem ser includos. Ao conjunto de temas propostos pelos PCN, deu-se o titulo de Temas Transversais, onde indica a metodologia proposta para sua incluso no currculo e seu tratamento didtico (BRASIL, 1998).Para atingir o que prope, os PCNs do Tema Transversal Meio Ambiente apresentam os seguintes temas para serem trabalhados: 1) o Meio Ambiente e seus elementos, discutindo desde os elementos naturais constituintes do meio ambiente at questes sobre reas urbanas, rurais e proteo; 2) a Sustentabilidade e 3) a Diversidade (BRASIL, 1998).

3.1.2 Transversalidade e interdisciplinaridade

Se existem crticas quanto dificuldade de implantar a Educao Ambiental de forma interdisciplinar e transversal nas escolas e faculdades, importante reconhecer, de outro lado, que a questo ambiental no , nem pode ser um conhecimento em si, independente das reas afins.Contedos e conceitos como preservao ambiental, desenvolvimento sustentvel, conscientizao ecolgica, no tm sentido sem uma abordagem tambm histrica, sociolgica, filosfica, ou desprendida dos conhecimentos ministrados pelas outras Cincias, entre elas, Geografia, Biologia, Qumica e Fsica (BERNARDES e PRIETO, 2010).Alm disso, difcil imaginar que uma disciplina de Educao Ambiental consiga fugir tendncia da educao bancria que temos no Brasil, como diria Paulo Freire. Isso implicaria em imposio de contedos e preocupao com provas e notas pra passar, o que afronta a idia da Educao Ambiental como forma mtua de educar para uma tomada de conscincia sobre as questes ambientais (BERNARDES e PRIETO, 2010).A Educao Ambiental, pelos contedos e conhecimentos sobre meio ambiente, interdisciplinar e o modo como deve ser ministrada atravs da transversalidade, perpassando as disciplinas curriculares. De acordo com as orientaes dos Parmetros Curriculares Nacionais (MEC/SEF, 1998, p. 29):Ambas transversalidade e interdisciplinaridade se fundamentam na crtica de uma concepo de conhecimento que toma a realidade como um conjunto de dados estveis, sujeitos a um ato de conhecer isento e distanciado. Ambas apontam a complexidade do real e a necessidade de se considerar a teia de relaes entre os seus diferentes e contraditrios aspectos. Mas diferem uma da outra, uma vez que a interdisciplinaridade refere-se a uma abordagem epistemolgica dos objetos de conhecimento, enquanto a transversalidade diz respeito principalmente dimenso da didtica (MEC/SEF, 1998, p. 29)De acordo com Dias (2004), a Educao Ambiental um conjunto de contedos e prticas ambientais, orientadas para a resoluo dos problemas concretos do ambiente, por meio do enfoque interdisciplinar e de uma participao ativa e responsvel de cada indivduo e da comunidade.Leff (2002) apud Bernardes e Prieto (2010), ao analisarem a problemtica ambiental, reconhecem que a Educao Ambiental exige uma integrao de conhecimentos e aproximaes sistmicas, holsticas e interdisciplinares que, se limitadas reorganizao do saber disponvel, so insuficientes para satisfazer essa demanda de conhecimentos. A questo ambiental requer novos conhecimentos tericos e prticos para sua compreenso e resoluo. Dessa forma, a Educao Ambiental induz a um desenvolvimento de conhecimentos em diversas disciplinas cientficas. Por isso, o autor apresenta a interdisciplinaridade como um processo de intercmbio entre os diversos campos e ramos cientficos, nos quais so transferidos, incorporados e assimilados mtodos, conceitos e termos.Nesse sentido, a contribuio pedaggica para a construo de uma nova relao entre homem e meio ambiente deveria se dar por meio da insero das questes ambientais de forma transversal, na estrutura curricular dos contedos tradicionais, mas enriquecida com exemplos, prticas, experincias, materiais educativos, mdias e atividades extra-classe que aproximem o estudante com o ambiente em que ele vive (BERNARDES e PRIETO, 2010).Segundo Oliveira (2007, p.108):A transversalidade da questo ambiental justificada pelo fato de que seus contedos, de carter tanto conceituais (conceitos, fatos e princpios), como procedimentais (relacionados com os processos de produo e de ressignificao dos conhecimentos), e tambm atitudinais (valores, normas e atitudes), formam campos com determinadas caractersticas em comum: no esto configurados como reas ou disciplinas; podem ser abordados a partir de uma multiplicidade de reas; esto ligados ao conhecimento adquirido por meio da experincia, com repercusso direta na vida cotidiana; envolvem fundamentalmente procedimentos e atitudes, cuja assimilao deve ser observada a longo prazo. importante ressaltar que nenhuma disciplina, ou seja, Geografia, Qumica, Biologia e Cincias; conseguem trabalhar as questes ambientais isoladamente. A escola estar incumbida de inserir a temtica ambiental em seu projeto pedaggico e definir os projetos e aes que pretende realizar. Os temas transversais apresentam-se como um conjunto de contedos educativos e eixos condutores da atividade escolar que, no estando ligados a nenhuma matria particular, pode-se considerar comum a todas.

Deve-se considerar que, como a realidade funciona de um modo sistmico em que todos os fatores interagem, o ambiente humano deve ser compreendido com todos os seus inmeros problemas. Tratar a questo ambiental, portanto, abrange toda a complexidade da ao humana: se quanto s disciplinas do conhecimento ela um tema transversal, interdisciplinar, nos setores de atuao da esfera pblica ela s se consolida numa atuao do sistema como um todo, sendo afetada e afetando todos os setores: educao, sade, saneamento, transportes, obras, alimentao, agricultura, etc. (PCN's, 1998, p.23).

Atravs da transversalidade, possvel buscar um novo dilogo permanente em sala de aula e fora dela, onde professores, estudantes e comunidade criam um ambiente de educao conjunta sobre o meio ambiente e a necessidade de preservao e respeito s diferentes formas de vida. Uns educando os outros e a si mesmos, como sonhava Paulo Freire (BERNARDES e PRIETO, 2010).A Educao Ambiental como processo contnuo que busca conquistar a cidadania e o desenvolvimento justo, solidrio e sustentvel, meio e no fim. Desta forma, os contedos tradicionais s faro sentido para a sociedade e para quem os ensina e estuda, se estiverem integrados em um projeto educacional abrangente de transformao, a comear pelo ambiente escolar, envolvendo a comunidade e os funcionrios, repensando o espao fsico e a administrao escolar, as prticas docentes e a participao discente, isto , discutindo toda a dinmica de relaes que se estabelecem no ambiente que nos cerca.3.1.3 A MultidisciplinaridadeA multidisciplinaridade procura reunir resultados obtidos mediante o enfoque disciplinar, ou seja, cada especialista, em seu assunto, tenta contribuir com o seu conhecimento para a resoluo de algum problema (MALHEIROS, 2010). De acordo com Yus (1998) apud Malheiros (2010, p.15):

[...] supe o tratamento de um tema transversal desde diferentes reas, seguindo um plano estabelecido que se desenvolve simultaneamente num tempo limitado, em que apenas se cuidou de fazer uma diviso de contedos em funo da epistemologia de cada cincia. Desse modo, o tema transversal abordado a partir de um enfoque epistemolgico e metodolgico prprio de cada rea. [...] o tema transversal no realado acima dos temas disciplinares, fica subordinado a esses.

3.2 A formao de Educadores para a Educao Ambiental

O momento atual exige do profissional da educao um perfil que atenda s novas demandas e desafios colocados pela realidade. O quadro de desvalorizao do magistrio tem aumentado devido a um conjunto de fatores, os quais so: a dupla jornada de trabalho, falta de tempo e recursos para aprimorar sua formao e prtica docente, e desprestgio social da funo (PINESSO, 2006).

O professor tem necessidade de uma formao que supere o enfoque terico-metodolgico do fazer pedaggico e proporcione, tambm, a construo de instrumentos para a compreenso da realidade. Nesse sentido, devemos considerar e refletir sobre o que seria educar nessa perspectiva, e que desafios traz para a formao docente (PINESSO, 2006).

Para Jacobi (2003) apud Meyer (2011), o professor tem a funo de ser o mediador na construo de referenciais ambientais e deve saber us-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma prtica social centrada no conceito da natureza.

O professor deve ser formado a seguir em Educao Ambiental, utilizando-se de propostas pedaggicas prticas, centradas na conscientizao do indivduo, proporcionando mudana de comportamento, desenvolvimento de novas competncias, capacidade de avaliao, tica e promovendo a participao dos educandos em projetos relevantes comunidade. E ainda, preciso ter nos currculos escolares de formao de professores, as prticas pedaggicas que permitam a adaptao desse novo profissional, com estratgias educacionais mais dinmicas, ldicas e de socializao (MEYER, 2011).

O desenvolvimento de prticas ambientais deve seguir o caminho da inovao, como uma busca de compreenso dos novos papis e funes que o homem tem na sociedade, procedente das novas necessidades ambientais e de preservao do ecossistema e das relaes sociais (MEYER, 2011).

O professor o mediador e facilitador do saber, por isso, deve motivar o aluno para que ele conhea o valor e a importncia de sua contribuio para a sustentabilidade do planeta e a capacidade dele, de poder transformar e criar novos horizontes para ele e para a comunidade.

Por isso, importante ressaltar que o investimento na formao de professores na rea ambiental, sendo o desenvolvimento desse trabalho para todos os profissionais de educao que trabalham em qualquer nvel, seja ela, educao infantil, graduao e ps-graduao. Para essa formao, necessrio criar situaes prtica em Educao Ambiental que possam sensibilizar o professor a tal ponto que sua histria de vida seja criticada e ele, docente, seja inspirado a modificar sua conduta e forma de ver o planeta, e assim, repensar um novo mundo a quebra de paradigmas (MEYER, 2011).

Para essas novas prticas, deve-se incentivar a formao de parcerias com Prefeituras, Instituies no-governamentais, Empresas Privadas, Instituies Educacionais, Pesquisadores, isto para que possibilitem o desenvolvimento dos projetos, auxiliando na formao do grupo e estmulo na gerao das idias possveis de serem executadas. Sendo uma rea nova, necessria a orientao de outros profissionais da rea ambiental, para que o grupo tenha sucesso e interesse em abordar as novas causas (MEYER, 2011).

A parceria com profissionais da rea ir contribuir na elaborao dos novos conceitos da Educao Ambiental, investimento na formao terica dos professores, possibilitando o desenvolvimento, criao e fomentao das novas prticas e gesto ambiental.

4 EDUCAO AMBIENTAL NAS SRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL papel, ainda da educao, favorecer desde os primeiros anos escolares, uma formao que habilite o indivduo a conhecer, compreender, analisar e interpretar sua realidade, seu ambiente, somente assim lhe sero proporcionadas condies de participar conscientemente da construo histrico-poltica (SOUZA, et.al., 2007).

Os PCNs propem constituir-se um referencial de qualidade para a educao no Ensino Fundamental em todo o pas. Sua funo orientar e garantir a coerncia dos investimentos no sistema educacional, socializando discusses, pesquisas e recomendaes, subsidiando a participao de tcnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menos contato com a produo pedaggica atual (MALHEIROS, 2010).Muitos educadores apresentam dificuldades ou, at mesmo, uma certa resistncia quanto insero da Educao Ambiental em suas prticas educacionais, em suas atividades rotineiras. Isto se deve ao fato de termos poucas referncias sobre prticas educativas ambientalistas. Com esta falta de referenciais, os/as professores/as, em geral, sentem-se perdidos/as em relao Educao Ambiental (MALHEIROS, 2010).4.1 A criana e a Natureza

Fazemos parte da natureza e por meio de nossas aes interferimos na mesma, assim como somos modificados nesta relao. A natureza transformada pelas pessoas adquire formas diferentes daquelas encontradas em ambientes ainda no explorados.

O ambiente urbano um caso bem marcante da natureza transformada, o que nos desloca do contato com o meio onde fauna e flora esto relativamente preservados ou intocados.

O espao fsico da Escola, rodeada pela natureza, propicia descobertas interessantes relacionadas ao meio ambiente, enriquecendo as experincias das crianas. Ao conviver neste espao natural, preservado em boa parte, as crianas ampliam seus conhecimentos mediante a observao, a experimentao direta e a aprendizagem real - em relao aos seres vivos e demais elementos naturais (ar, gua, terra, luz, entre outros), aprendem na prtica sobre os cuidados com a preservao do meio ambiente, sobre lixo e reciclagem de materiais, explorando e descobrindo o mundo a sua volta (MALHEIROS, 2010).

Temas como estes encantam as crianas e possibilitam estudos por meio de projetos, contextualizando descobertas a cerca do meio em que vivem.

Os alunos da Educao Infantil brincam, cantam, ouvem histrias, criam, manipulam e reutilizam materiais, pesquisam, investigam, levantam hipteses, tiram concluses, reelaboram as informaes coletadas e registram os conhecimentos adquiridos, expressando-se por meio de atividades artsticas, escritas, maquetes, painis, relatos coletivos e individuais, tornando assim o aprendizado significativo aplicado a situaes concretas.4.1.1 A importncia da Educao Ambiental para as Crianas

Para que os alunos possam compreender a complexidade e amplitude das questes ambientais, fundamental oferecer-lhes a maior diversidade possvel de experincias, e contato com diferentes realidades.

O mundo onde as crianas vivem se constitui em um conjunto de fenmenos naturais e sociais indissociveis diante do qual elas se mostram curiosas e investigativas. Desde muito pequenas, pela interao com o meio natural e sociais com o qual vivem, as crianas aprendem sobre o mundo, fazendo perguntas e procurando respostas s suas indagaes e questes (MALHEIROS, 2010).

Como integrantes de grupos socioculturais singulares, vivenciam experincias e interagem num contexto de conceitos, valores, ideias, objetos e representaes sobre os mais diversos temas a que tm acesso na vida cotidiana, construindo um conjunto de conhecimento sobre o mundo que as cerca (MALHEIROS, 2010).Segundo os PCNs (1998, p.187):

A principal funo do trabalho do tema Meio Ambiente contribuir para a formao de cidados conscientes, aptos a decidirem e atuarem na realidade scio-ambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso necessrio que, mais do que informaes e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formao de valores, com o ensino e aprendizagem de procedimentos.

importante que as crianas tenham contato com diferentes elementos, fenmenos e acontecimentos do mundo, sejam instigadas por questes significativas para observ-los e explic-los e tenham acesso a modos variados de compreend-los e represent-los. A Educao Ambiental, de acordo com Dias (2004, p.56),[...] uma das formas de estimular a conscincia e a participao de todos os cidados, tendo em vista o individual e o coletivo, partindo do local para o global. Deve ser trabalhada em qualquer tempo ou lugar, em qualquer faixa etria, em seu modo formal e no-formal, promovendo a transformao e a construo da sociedade.

Segundo Lago e Meirelles (2000, p.3) "Aps o nascimento, a criana comea a interagir e a explorar o meio em que vive e, gradativamente, vai adquirindo autoconscincia e conhecimento do mundo ao seu redor".

Os trabalhos relacionados Educao Ambiental nas sries iniciais possibilitam aos alunos desenvolverem um senso crtico em relao s suas prticas de consumo e tambm desenvolverem o senso de responsabilidade e solidariedade em relao utilizao, conservao e preservao dos recursos naturais. Desta maneira, a Educao Ambiental contribui para a formao de cidados mais conscientes da problemtica ambiental, capacitando-os para entenderem os processos, a fim de que possam intervir na realidade (MALHEIROS, 2010).

Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educao Infantil (1998, p.169):As crianas refletem e gradativamente tomam conscincia do mundo de diferentes maneiras em cada etapa do seu desenvolvimento. As transformaes que ocorrem em seu pensamento se do simultaneamente ao desenvolvimento da linguagem e de suas capacidades de expresso. medida que crescem, se deparam com fenmenos, fatos e objetos do mundo; perguntam, renem informaes, organizam explicaes e arriscam objetos do mundo; perguntam, renem informaes, organizam explicaes e arriscam respostas; ocorrem mudanas fundamentais no seu modo de conceber a natureza e a cultura.

A Educao Ambiental nas sries iniciais de acordo com Lago e Meirelles (2000, p.3) proporciona: Compreender a si mesmo e a natureza como um todo dinmico, sendo parte integrante do mundo em que vive e agente de transformaes;

Desenvolver a conscincia ecolgica e promover a preservao do meio ambiente atravs de aes transformadoras criteriosas e harmnicas;

Compreender a sade como bem comum que deve ser promovido pela ao coletiva;

Encarar a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo usos corretos e necessrios daqueles prejudiciais ao equilbrio da natureza do homem;

Criar uma viso crtica planetria considerando a vida de todas as espcies como valor principal.

Realmente, a natureza e a sociedade so o plo da interao com o aluno, cabendo ao professor administrar e fortalecer criticamente essa relao. Desenvolver uma postura crtica muito importante para os alunos, pois isso lhes permite reavaliar essas mesmas informaes, percebendo os vrios determinantes da leitura, os valores a elas associados e aqueles trazidos de casa. Isso os ajuda a agir com viso mais ampla e, portanto, mais segura ante a realidade que vive (MALHEIROS, 2010).

4.2 Processo ensino-aprendizagem na Educao Ambiental

A educao um processo contnuo de aprendizagem de conhecimento e exerccio da cidadania, capacitando o indivduo para uma viso crtica da realidade e uma atuao consciente no espao social (MEYER, 1991, p.41).

O ambiente o nosso primeiro contato, antes mesmo at de aprendermos a ler. Este contato vem carregado de percepes que vo adquirindo significados e cuja compreenso vai aprendendo atravs das relaes sociais, primeiro em casa com a famlia e, posteriormente, em outras relaes sociais que vamos passar (MEYER, 1991).

O ambiente est em constante transformao, resultante de fenmenos naturais e aes. Uma proposta pedaggica de educao ambiental tem que refletir acerca dessas alteraes, levando em conta que os grupos sociais se apropriam de maneiras diferentes dos recursos naturais, em funo de fatores histricos, econmicos e culturais. As leituras e releituras que fazemos do ambiente esto inseridas nesse contexto de formas diferenciadas, sendo limitadas pelo processo de produo e pelo mundo do trabalho, do ldico, do imaginrio, das crenas e dos rituais (MEYER, 1991).

Para iniciar um trabalho na rea de educao ambiental, sugerimos que se comece estimulando os alunos ou outros grupos sociais a observarem expressarem a leitura que fazem dos ambientes em que vivem, se divertem e trabalham: a casa - local das primeiras leituras, a escola, a igreja, os locais de trabalho e de lazer, a cidade. Os alunos falam do vivido e do observado, aprendendo a encarar a construo do conhecimento como fruto tambm de suas vivncias individuais e coletivas, algo vivo, em constante transformao. No h a imposio da "decoreba", do aprender descolado da realidade (MEYER, 1991, p.41).

Levando em conta que a escola no o nico local de aprendizado, e que o processo educativo no se limita no espao escolar, importante ressaltar que com o conhecimento que as pessoas tm acerca do ambiente, aprendido de forma informal e emprica em sua vivncia e prtica social, respeitando, questionando, levando a repensar o aprendido. Enfim, possibilitando que elas tenham liberdade de expresso, bem como, de idias e descobertas. Com isto, serem capazes de elaborarem seus prprios enunciados (MEYER, 1991).

5 CONCLUSOComo foi possvel analisar, a educao ambiental nasceu pela necessidade de construir comportamentos que favoream a manuteno do meio ambiente que garante a vida na Terra. Esta necessidade fez com que as pessoas se mobilizassem organizando reunies com a participao mundial onde definiriam a necessidade de preparar e educar as pessoas ambientalmente.A educao, entendida como processo pedaggico que orienta o indivduo na expresso de suas potencialidades, conjuga uma srie de atividades para desenvolver no educando sua capacidade crtica, seu esprito de iniciativa e seu senso de responsabilidade.

A Educao Ambiental tem assumido um papel essencial na sensibilizao dos alunos com relao aos conflitos estabelecidos entre os homens e a natureza, a natureza e a cultura, uma vez que por meio da incorporao da dimenso ambiental que o indivduo, durante o processo educativo, toma conscincia do meio ambiente. Essa perspectiva exige, entretanto, abordagens pedaggicas globalizantes, sistmicas e interdisciplinares.

As mudanas de percepes, atitudes e valores ambientais so as mais desafiadoras tarefas da Educao Ambiental. A percepo ambiental , pois, considerada fundamental para que se possa entender as ligaes cognitivas e afetivas dos seres humanos com o meio ambiente, j que o ser humano modela a superfcie terrestre em escolhas, aes e condutas.

Nesse sentido, considera-se que a percepo do meio ambiente essencial Educao Ambiental por ser um instrumento que contribui para o processo de ensino e aprendizagem.REFERNCIAS

ADAMS, Berenice Gehlen. Um olhar pedaggico sobre a educao ambiental nas empresas. Monografia apresentada ao curso de Pedagogia do Centro Universitrio Feevale - Instituto de Cincias Humanas Letras e Artes. Novo Hamburgo, julho de 2005.

AGUIAR, M.A. Poltica educacional brasileira e as novas orientaes para os sistemas de ensino: os parmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental. Educao On Line. 2002. Disponvel em: . Acesso em: 31 out. 2011.ARRUDA, Marcos; BOFF, Leonardo. Globalizao: Desafios socioeconmicos, ticos e educativos. 2 ed. Petrpolis, Rio de Janeiro. Vozes. 2000.BERNARDES, Maria Beatriz Junqueira; PRIETO, lisson Csar. Educao Ambiental: Disciplina Versus Tema Transversal. Revista Eletrnica Mestrado Educao Ambiental ISSN 1517-1256, v. 24, janeiro a julho de 2010.BEZERRA, Aldenice. Fragmentos da histria da educao ambiental (EA). Revista Eletrnica da FACED - Dialgica vol.1 n.3. 2007.