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Gabriela JardimPUC de Minas GeraisO ensaio analise e explicita a prática do jornalismo colaborativo

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A diversificao das mediaes sociais no jornalismo colaborativo: uma anlise comparativa dos websites OhMyNews International e Overmundo

A diversificao das mediaes sociais no jornalismo colaborativo: anlise comparativa dos websites OhMyNews International e Overmundo

Gabriela Jardim

Pontifcia Universidade Catlica de Minas GeraisResumo: Processos centralizados de mediao social caracterizam a comunicao miditica, da qual o jornalismo de massa exemplo. Processos descentralizados de mediao social caracterizam a comunicao hipermiditica, da qual o jornalismo colaborativo exemplo. Enquanto o jornalismo de massa se baseia na lgica transmissiva de comunicao, que fundamenta as teorias que o delineiam, o jornalismo colaborativo se baseia na lgica interativa da comunicao, uma lgica que prioriza a interlocuo de emissores e receptores na configurao das mensagens. Interessa aqui compreender de que modo a descentralizao dos processos de mediao social interferem na natureza da informao jornalstica em websites colaborativos e nos critrios de noticiabilidade que emergem desses ambientes comunicacionais. As abordagens gatekeeping e agenda setting, relacionadas aos processos centralizados de mediao social no jornalismo de massa, so aqui tomadas como referncias tericas para se investigar a composio das notcias e a natureza jornalstica das informaes que permeiam websites colaborativos. Quem o gatekeeper em um ambiente marcado pela pluralidade de atores? Como o jornalismo colaborativo reflete o agendamento social oriundo dos meios de massa e/ou cria possibilidades de agendamento social relacionadas s caractersticas das comunidades virtuais que o contextualizam no ciberespao? Como essas questes revelam tenses, rupturas e desdobramentos na transio do jornalismo de massa para o jornalismo colaborativo? E, por fim, tendo em vista essas questes, em que medida possvel denominar de jornalsticas as informaes que emergem de websites de jornalismo colaborativo? A discusso toma por base uma anlise comparativa, fundada em observao participante, entre os websites de jornalismo colaborativo OhMyNews International (http://english.ohmynews.com/) e Overmundo (www.overmundo.com.br). Os websites escolhidos apresentam diferentes propostas quanto produo, armazenamento, busca e edio da notcia, o que os torna relevantes por se aproximarem ou se distanciarem diferentemente dos processos de mediao social consolidados pelo jornalismo de massa. No sul-coreano OhMyNews International (OMNI) o usurio envia a notcia para o website, cuja seleo do que vai ser publicado feita por uma equipe de 50 jornalistas. interessante destacar que o OMNI disponibiliza, em um Style Guide, as regras de envio de notcias. J no brasileiro Overmundo os usurios realizam todas as etapas de mediao social, atravs de um sistema de filas de edio e de votao. Todas as notcias chegam primeiro na fila de edio e permanecem nessa fila por at 48h. Nessa fila qualquer usurio pode editar as notcias que ali se encontram. Em seguida, essas notcias se dirigem fila de votao. nessa fila que os usurios votam e, dependendo da pontuao que a notcia atingir (overpontos), ela publicada oficialmente no webiste. Diante dessa discusso, este artigo busca compreender, portanto, o que configura o jornalismo colaborativo? Trata-se de um fenmeno jornalstico fundamentado no jornalismo de massa ou trata-se de um novo fenmeno, cujas caractersticas ainda esto sendo descobertas?Palavras-chave: jornalismo colaborativo, mediao social, jornalismo de massa.1 Introduo

Para entender a diversidade das mediaes sociais no jornalismo colaborativo, partiu-se da definio de mediao como o significado da ao de fazer ponte ou fazer comunicarem-se duas partes (...), mas isso na verdade em decorrncia de um poder originrio de discriminar, de fazer distines, portanto de um lugar simblico, fundador de todo conhecimento (SODR, 2002: 21). A partir deste conceito, possvel considerar a linguagem como mediadora universal, j que atravs dela as informaes so passveis de entendimento tanto pelos emissores quanto pelos receptores.

A mediao social no jornalismo colaborativo corresponde, portanto, aos papis desempenhados por aqueles responsveis por fazer com que as partes do processo comunicacional dialoguem, tais quais os emissores, as mensagens e os receptores. Dentre os diversos websites de jornalismo colaborativo existentes, escolheu-se, para fins de anlise comparativa neste trabalho, OhMyNews International (OMNI) e Overmundo. A escolha por estes websites primeiramente, devido aos diferentes graus de colaborao adotados por cada um. E em segundo lugar, devido ao sucesso dos websites dentro da sociedade na qual esto inseridos. O primeiro oriundo da Coria do Sul e o segundo do Brasil.

O sul coreano OhMyNews ou o Oh Yeon Ho iniciou sua trajetria, segundo Brambilla (2005), em mbito nacional em 22 de fevereiro de 2000. Quatro anos depois, em agosto de 2004, lanou uma verso internacional OhMyNews International para atender s demandas de produo de notcias.

J o website brasileiro Overmundo refere-se a uma iniciativa do Ncleo de Idias Movimento, formado por Hermano Vianna, Marcelo Zacchi, Alexandre Youssef e Ronaldo Lemos, de criar um website participativo, com foco na produo cultural. O objetivo do website servir de canal de expresso para a cultura brasileira tornar-se visvel em toda sua diversidade4.

A anlise desses objetos empricos demanda procedimentos metodolgicos especficos. Adotou-se aqui a netnografia como procedimento metodolgico por ser esta uma das ferramentas metodolgicas capazes de proporcionar o acesso (...) s caracterizaes especficas da contemporaneidade, sobretudo a virtualidade, a desmaterializao e a digitalizao de contedos, formas, relacionamentos, produtos, etc (ROCHA e MONTARDO, 2005: 4).

funo do netngrafo, portanto, imergir em um local especfico do espao virtual (fruns de discusso, lista de discusso, chat, blog, etc) durante um determinado perodo de observao, interagindo com seus informantes e construindo um detalhado quadro das formas pelas quais este meio usado para criar e sustentar relaes (HINE apud OLIVEIRA, 2006: 3). Dessa forma, a observao participante, que consiste na insero do pesquisador no ambiente dos pesquisados, considerada, no mbito da netnografia, um procedimento relevante.

Nesta pesquisa a observao participante buscou dar uma pontuao s notcias postadas nos websites e enviar comentrios sobre as mesmas. O contato mantido com os usurios de ambos os websites foi apenas de insero de comentrios e, no mximo, um dilogo atravs de fruns, no caso do OhMyNews International. J no Overmundo esse relacionamento com os usurios do website se estendeu at as filas de edio e votao.

A partir desta observao foi realizada uma anlise comparativa entre os mesmos. Para isso, foram definidas categorias de anlise com base na fundamentao terica utilizada. O mtodo comparativo, segundo Reyes (2002), utilizado para a produo de generalizaes causais que originam das relaes entre as variveis observadas durante a observao. Dessa forma, a motivao para a utilizao deste mtodo a definio de problemas especficos.

Utilizar o mtodo comparativo consiste em responder a trs questes: o que, porque e como. O que comparar ou que aspecto comparar, conforme Silveira (2003), consiste na explicitao dos critrios ou aspectos comparados. Ao responder o por que comparar, se explicita a teoria e o tipo de estratgia comparativa utilizada. E o como comparar aponta a delimitao espao-temporal ou periodizao.

Nesta pesquisa possvel identificar o o que comparar com as pesquisas de agenda setting e gatekeeping. O por que comparar visto atravs da prpria mediao social, que consiste na teoria que fundamenta a anlise comparativa. E o como comparar remete observao participante, procedimento adotado para analisar os objetos empricos.

Com a pesquisa de agenda setting pretendeu-se investigar em que medida a abrangncia do OhMyNews International e o espao dado a eventos que no possuem divulgao na mdia tradicional no Overmundo revelam agendamentos prprios em ambos os websites e em que medida esses websites revelam processos de agendamento social oriundos das mdias de massa. J a pesquisa de gatekeeping foi escolhida para averiguar de que forma a figura do gatekeeper permanece no jornalismo colaborativo. Se antes, nos meios de comunicao de massa, uma das funes do gatekeeper era selecionar as notcias devido falta de espao nos jornais, por quem seria desempenhada esta funo no webjornalismo?

Atravs da anlise comparativa e da observao participante, buscou-se identificar o que h de realmente novo no jornalismo colaborativo e se existem aspectos tericos oriundos do jornalismo de massa que fundamentam estes formatos emergentes. Para tanto, necessrio compreender o que so tais formatos e o que os caracteriza a ponto de diferenci-los das demais prticas de webjornalismo, anterior ao conceito de web 2.0.

2 A emergncia do jornalismo colaborativo

Mielniczuk (2004) estrutura a histria do webjornalismo em trs fases: webjornalismo de primeira, segunda e terceira gerao. O webjornalismo de primeira gerao consiste na transposio do material dos jornais impressos e surgiu em 1994. A segunda fase do webjornalismo emergiu um ano depois e caracteriza-se pelo surgimento nos websites de produtos digitais inexistentes no jornalismo impresso. H uma utilizao mais sofisticada dos recursos da web, como por exemplo, links em chamadas para os acontecimentos que ocorrem entre as edies dos jornais.

Em 1998, atravs da potencializao dos recursos de linguagem da internet, surgem os portais que so caracterizados por:

pginas que centralizam informaes gerais e especializadas, servios de e-mail, canais de chat e relacionamento, shoppings virtuais, mecanismos de busca na Web, entre outros, e cuja inteno ser a porta principal de acesso a orientar a navegao do usurio pela WWW. (BARBOSA, 2004: 4)

O webjornalismo que vivenciado desde 2001, como afirma Dalmonte (2005) o webjornalismo de terceira gerao. Os recursos de linguagem do meio como a hipertextualidade, a memria, a multimidialidade e suas potencialidades so totalmente explorados. Chega-se, portanto, fase da lgica hipermeditica de comunicao.

Atravs da apresentao na web de instigantes aplicaes novas e sites eclodindo com surpreendente regularidade, explica OReilly (2006), surge o conceito web 2.0. Por meio do desenvolvimento deste conceito na Internet, surgem formatos de informao oriundos da unio entre a sofisticao tecnolgica do meio com base na apropriao social e na descentralizao das mediaes sociais. Estes formatos de informao correspondem aos formatos emergentes de jornalismo colaborativo. A sofisticao tecnolgica oriunda da web 2.0 consiste em uma plataforma na qual o foco passa a ser a participao e no a produo. Os programas passam a rodar na prpria Internet (na verdade, nos servidores das empresas que os desenvolveram), e no mais nos computadores dos internautas. (PREUSS, 2007, s/p). Exemplos da utilizao da web como uma plataforma so YouTube, Del.icio.us, Google Docs. Em todos estes websites, disponibilizado ao usurio uma plataforma, ou seja, um programa no qual se pode gravar informaes pessoais e compartilh-las com demais usurios. Alm de poder acessar de qualquer lugar

Com a web 2.0 surgem novos formatos de jornalismo colaborativo, devido s capacidades que surgem na Internet. Tais formatos, por conta de tamanha emergncia e hibridizao dos recursos de linguagem, recebem diferentes nomenclaturas. A principal diferena entre eles est no grau de liberdade dado ao usurio e no grau de mediao existente no processo de redao, editorao e publicao da notcia. Alm disso, a linguagem hipermiditica presente nos textos uma caracterstica que permeia estes tipos de jornalismo.

O conceito aqui discutido, jornalismo colaborativo, caracterizado por Brittes (2004: 9) como aquelas publicaes pela internet que apresentam alto grau de interatividade, de modo que os contedos so construdos em parceria. Os dois websites selecionados para anlise OhMyNews International (OMNI) e Overmundo, podem ser considerado como exemplos de jornalismo colaborativo defendido por Brittes (2004). A interatividade, preceito para tal reconhecimento, pode ser encontrada no OMNI na utilizao das enquetes, no contato com os autores das notcias, nos comentrios, nos fruns e na indicao da qualidade da notcia (atravs de um sinal positivo e de um negativo). J no Overmundo, este recurso ainda mais potencializado devido existncia do blog do website, no qual as prprias regras do website podem ser debatidas. Quanto produo do contedo em parceria, somente o Overmundo atende a esse critrio, atravs das filas de edio e votao.

Estas caractersticas aliadas configuram ao website graus de colaborao. No OMNI, a colaborao se limita ao envio de notcias jornalsticas. Enquanto no Overmundo, a colaborao mediada pelos prprios usurios atravs das filas anteriormente explicadas.

Outra funo do jornalismo colaborativo levar informao a locais nos quais o jornalismo de massa no chega. O OMNI, atravs do seu vis internacional, oferece um exemplo dessa situao: as eleies em Bahamas. A notcia intitulada Sunshine Election in the Bahamas um exemplo de informao que o jornalismo de massa no traria para um cidado brasileiro. Como no houve nenhuma repercusso internacional e como Bahamas no uma regio foco da mdia tradicional, o receptor dos meios de comunicao de massa no teria acesso a tal informao. Outro exemplo observado advm do Overmundo. Essa funo exercida quando divulgado um evento cultural que, muitas vezes, moradores da prpria cidade na qual o evento ser realizado, no sabem do mesmo.

A capacidade de corrigir erros cometidos em notcias enviadas tambm uma mudana oriunda do jornalismo colaborativo. Um erro pode ser corrigido a qualquer tempo no mesmo lugar onde foi feita a publicao. Essa notcia pode inclusive ser removida pelos usurios, algo impossvel em outros meios. Uma notcia polmica, tendenciosa ou mesmo falsa pode receber centenas de mensagens de leitores contestando ou retificando os dados recm-publicados. No Overmundo esta possibilidade pode ser observada quando a notcia recebe crticas dos usurios ou comentrios desmentindo uma informao, na fila de edio. No OMNI, isso pode ser identificado nos prprios comentrios que aparecem depois das notcias.

A perspectiva pessoal tambm marca o jornalismo colaborativo. As notcias advm de um ponto de vista pessoal, nico e no antes retratado pelo jornalismo de massa. Sendo que a utilizao desta perspectiva pessoal favorece a uma descentralizao da mediao social, j que o usurio tem total ou parcial acesso ao processo de produo, edio e publicao da notcia. No caso do OhMyNews International, o usurio tem acesso total produo da notcia. Quanto edio e publicao, este acesso exclusivo da equipe mediadora do website. J no Overmundo, o usurio tem acesso total produo e publicao da notcia e parcial quanto edio. O acesso total produo evidenciado na possibilidade que o website oferece de enviar uma notcia, enquanto o acesso total publicao concedido pelo website atravs da Fila de Votao. J o acesso edio parcial devido fila de edio no permitir interferncias de demais usurios no texto fsico da notcia. Somente o autor da notcia pode editar a notcia.

Brittes (2004) considera a existncia de dois tipos de jornalismo colaborativo: multimiditicos e referenciais. Os primeiros correspondem aos websites que estampam os contedos em suas prprias pginas, utilizando linguagens escritas, televisivas ou radiofnicas. Enquanto os segundos, remetem o leitor aos sites de origem da notcia, sendo que, na maioria dos casos, trata-se de convites participao em alguma ao, explica Brittes (2004: 10).

J para Outing (2005) o jornalismo colaborativo pode ser dividido em 11 camadas, diferenciadas pelo grau de envolvimento do usurio no processo de produo da notcia. O OhMyNews International denominado como um modelo hbrido que une o jornalismo profissional e o jornalismo cidado. Enquanto o Overmundo transita entre o modelo hbrido e um modelo que h maior liberdade no processo de realizao da notcia. Tamanha hibridizao do Overmundo ocorre devido ao sistema de moderao baseado no mesmo modelo do Wikipedia -Alguns direitos reservados do Creative Commons - e na existncia de uma administrao estvel, caracterstica do jornalismo profissional. Alm disso, o Overmundo baseou-se no Kuro5hin e no Slashdot. Do primeiro foi-se adaptada a idia da fila de edio e votao e do segundo o sistema de comentrios e o uso do Overponto.

Outra caracterstica que permeia a todos estes websites a mediao social existente nos mesmos. Existem formatos com equipes de jornalistas e existem aqueles que privilegiam a inexistncia de mediao para a produo livre de notcias. atravs da diversificao das mediaes sociais que possvel identificar a existncia ou no de aspectos tericos do jornalismo de massa nos formatos emergentes de jornalismo colaborativo.

3 A mediao social nas mdias e na hipermdia

Os processos de mediao social que caracterizam o jornalismo de massa se fundamentam em uma lgica transmissionista, enquanto os processos de mediao social que fundamentam o webjornalismo seguem uma lgica hipermiditica. Mesmo com esta mudana, a observao participante dos websites analisados identificou no jornalismo colaborativo, alguns aspectos das pesquisas do agenda setting e gatekeeping. Tais aspectos foram identificados atravs dos assuntos correntes das notcias e dos envolvidos no processo de mediao social de cada website, A coexistncia da mediao social centralizada no jornalismo colaborativo uma causa para esta evidncia.

Tal mediao social centralizada tpica dos meios de comunicao de massa (MCM). Afinal, nos MCM, h uma nfase sobre os emissores em detrimento dos receptores sendo esta oriunda da Teoria Matemtica da Comunicao, tambm conhecida como Teoria da Informao. A lgica transmissionista presente nos MCM denominada por Bowmann e Willis (2003) como broadcast ou top-down news. O termo broadcast representa a difuso massiva dos meios de comunicao de massa. Enquanto o termo top-down news refere-se s, segundo Bowman e Willis (2003: 44), informaes e notcias que so reunidas e disseminadas por profissionais treinados que usam rigorosos mtodos de verificao para garantir que a informao confivel e verdadeira.

Entretanto, Braga (2006) defende a idia de que existe um modelo intermedirio de mediao social no jornalismo de massa, denominado por ele de Sistema de Resposta Social. Este sistema pode ser considerado intermedirio devido a sociedade (receptora) receber as informaes e agir sob e atravs da mdia como uma forma de responder a tais mensagens. O receptor proposto por Braga (2006) passa a ser tratado como um agente no processo de transmisso da mensagem. Seja atravs de pesquisas de opinio, seja atravs da prpria mdia.

Nos meios de comunicao de massa (MCM) indispensvel a existncia de um plo emissor centralizado. No webjornalismo esta exigncia j no imprescindvel, como foi visto no caso do Overmundo. No OhMyNews International (OMNI), entretanto, existe uma equipe mediadora, mas no um plo emissor centralizado. Pode-se dizer que existe um plo mediador centralizado A diferena do OhMyNews International para o jornalismo de massa, porm, consiste em quem produz a notcia qualquer usurio - e, com isso, na viso pessoal de cada notcia. A proposta desse website confirma a perspectiva de Dalmonte (2005, p. 2), segundo a qual o webjornalismo deve ser pensado no como um novo jornalismo, marcado por ruptura e negao de uma tradio, e sim como a renovao de uma tradio.

Para demarcar esta renovao, Bowman e Willis (2003) denominam o modelo de mediao social existente no webjornalismo como sendo intercast e bottom-up news. O sistema bottom-up news consiste no crescimento a partir da base informativa. Como explicam Abras e Penido (2006), este crescimento acaba fomentando a construo de um espao de colaborao entre todos os participantes no processo da concepo jornalstica: desde fontes at editores.

Para tanto, tomaram-se as hipteses do agenda setting e do gatekeeping para promover a relao entre os diferentes modelos de jornalismo tradicional e colaborativo. A hiptese do agenda setting identifica na mdia a responsabilidade de colocar temas e assuntos no dia-a-dia da sociedade.

No website site sul coreano OhMyNews International, o massacre em Virginia Tech, ocorrido no dia 17/04/2007, exemplifica a existncia do agendamento no jornalismo colaborativo. Uma das notcias intitulada South Korean Identified as Virginia Tech Shooter, chegou aos 81 comentrios. Sendo que dentro dos comentrios, existiam respostas, criando assim um frum. Alm disso, no dia 05 de maio de 2007, foi enviada uma dcima primeira notcia sobre a cobertura da mdia sobre o massacre do Virginia Tech.

Neste caso possvel identificar tanto um agendamento que coaduna com o agendamento dos meios de comunicao de massa (MCM) quanto um agendamento prprio do website. O agendamento que ocorre junto aos MCM comprovado atravs da dimenso do acontecimento. O OMNI noticiou o fato pelo mesmo j estar na agenda pblica. Enquanto o agendamento interno, do prprio website, pode ser comprovado atravs dos fruns gerados no mesmo e atravs da constante postagem de sutes.

No Overmundo o tema Carnaval foi o nico passvel de agendamento. Durante o ms de fevereiro e maro, quando as anlises descritivas do website foram realizadas, este era o tema que circundava as matrias em destaque. No OhMyNews International, havia inclusive uma notcia enviada por um brasileiro com fotos do carnaval paulista. exatamente esta hibridizao caracterstica do jornalismo colaborativo que possibilita o entendimento da prtica jornalstica no ciberespao como uma prtica processual, porque ao mesmo tempo em que se pode identificar o agendamento, existem circunstncias que negam a existncia do mesmo. O caso do Virginia Tech exemplifica esta noo de processo. Enquanto as dez primeiras notcias configuram a existncia do agendamento, a dcima primeira notcia j mostra um rompimento neste processo porque j haviam passado semanas desde que os meios de comunicao de massa lanaram este tema na agenda pblica.Outra pesquisa identificada nos MCM a do gatekeeping. A pesquisa constata a existncia de uma pessoa o porteiro dentro de uma redao jornalstica responsvel por selecionar as notcias que sero publicadas.

Da apropriao do conceito de gatekeeper no webjornalismo, surge o conceito de gatewatcher. Segundo Bruns (2005), so os usurios os responsveis por avaliarem, discutirem as informaes presentes em diferentes portais. Esta nova nomenclatura advm do papel desempenhado pelos usurios no jornalismo colaborativo: de porteiro, passa-se ao vigia (PRIMO, 2006).

Alm da nomenclatura de gatewatcher, Bruns (2005) lanou tambm uma nova nomenclatura para os usurios da rede. Para ele, devido ao prprio carter hbrido da Internet, a hipermdia promove o surgimento dos produsers. Esta nomenclatura corresponde produtores e usurios, assumindo uma mesma funo.

A figura do gatewatcher pode ser vista no website OhMyNews International (OMNI). Por possuir uma equipe interna avaliadora de matrias composta por 50 jornalistas, acaba que o processo de seleo da informao tambm institudo no jornalismo colaborativo. Enquanto, no Overmundo, so os produsers os responsveis pela seleo das notcias, atravs da fila de votao.

A hibridizao dos aspectos tericos presente nos formatos emergentes de jornalismo colaborativo permite uma modificao no conceito de notcia. A participao e os recursos de linguagem potencializados denominam a nova escrita jornalstica, propiciada pelo jornalismo colaborativo.

4 Da notcia aos comentrios a importncia da participao

Nos formatos emergentes de jornalismo colaborativo, dentre eles o OhMyNews International (OMNI) e o Overmundo, so identificados a potencializao dos recursos de linguagem. De acordo com Ribas (2004), atravs do novo meio digital que as caractersticas da notcia so transformadas, o que possibilita uma potencializao do surgimento de modelos narrativos prprios do webjornalismo.

Para entender de que forma estes recursos de linguagem interferem na construo de modelos narrativos, sero analisados o hipertexto, a multimidialidade, a interatividade e a memria. Atravs do entendimento sobre o que caracterizava estes recursos antes da internet e como eles so potencializados hoje, buscar compreender como ocorre o processo de alterao na construo da notcia.

A comear pelo hipertexto, recurso datado de 1945, mas cuja potencializao tem sido muito utilizada nos formatos emergentes de jornalismo colaborativo. O que difere, portanto, o hipertexto eletrnico para Bolder (2001) a participao do leitor e do autor no processo de construo do mesmo. Dessa forma, possvel entender o hipertexto como uma prtica processual e no mais como recurso isolado.

A lgica hipertextual possibilita ainda a fragmentao do discurso na web. A possibilidade de acessar rapidamente diferentes blocos de informao atravs de links traduz a dinmica do webjornalismo (RIBAS, 2004: 4). Atravs do hipertexto e dos links que o compe, possvel acessar a informao de forma mais rpida e direta.

Esta lgica permite o acesso tambm leitura fragmentada. Ela traz consigo a noo do acesso a diversas informaes ao mesmo tempo, de um mosaico de informaes, como denomina Ribas (2004). Afinal, trata-se de diversas informaes que advm de pontos de vista e ngulos diferenciados, sobre um mesmo tema. O hipertexto tem, dessa forma, a capacidade de ser multilinear.

Da mescla entre hipertexto e interatividade surgem diferentes graus de controle sobre a criao dos hipertextos. Para captar esta heterogeneidade, Primo (2003) classificaram trs tipos de hipertexto: potencial, cooperativo e colagem. O hipertexto potencial caracterizado pela existncia de um plo mediador centralizado. No hipertexto cooperativo, o espao de redao do texto compartilhado por todos os usurios. Dessa forma, passa a existir um texto comum. Enquanto no hipertexto colagem, a prpria comunidade quem decide o que publicar.

Pode-se considerar o OhMyNews International como um expoente deste hipertexto potencial. Os dois fatores que justificam esta classificao so a presena de uma equipe mediadora e a impossibilidade dos demais usurios editarem as notcias. Esta impossibilidade consiste em um empecilho para que o hipertexto seja construdo colaborativamente. J o Overmundo explicita o hipertexto colagem, j que possui as filas de edio e votao, que exercem essa funo.

A existncia dos trs hipertextos de Primo (2003) demonstra os quo entrelaados esto os recursos de linguagem. Entretanto, para melhor compreender qual a participao da interatividade nos hipertextos anteriormente explicados, necessrio detalhar o conceito de interatividade. Ela consiste na possibilidade dada ao usurio de conectar-se com o website, seja atravs de links que corresponde a um conceito de interatividade ligado cincia da informao, seja atravs de processos de interao.

Para Primo (2003) estes processos de interao captam melhor as relaes mantidas entre os envolvidos e variam interao programada (interao reativa) para uma interao com maior envolvimento do usurio (interao mtua). possvel identificar tanto no OhMyNews International quanto no Overmundo, os dois tipos de interao. As filas de edio e votao correspondem a uma interao mtua, na qual o usurio est mais envolvido e existe reciprocidade. No OhMyNews International, h maior utilizao da interao reativa, atravs do uso dos links. Mas os comentrios, em ambos os websites, podem ser considerados como interaes mtuas.

Ryan (2001) sugere que a interatividade pode ser seletiva ou produtiva. A interatividade seletiva consiste naquela em uma primeira ao no preveja as conseqncias da sua ao. atravs desta interatividade seletiva que funciona o hipertexto, segundo Ryan (2001). A interatividade seletiva de Ryan (2001) se aproxima da noo de interao reativa de Primo (2003), j que em ambas, h pouco envolvimento do usurio.

Enquanto a interatividade produtiva deriva da ao produtiva que o envolvimento de um usurio pode realizar. Este tipo de interatividade proposto por Ryan (2001) se aproxima da interao mtua de Primo (1998), j que ambas deixam marcas durveis no texto fsico.

Ao analisar os websites OhMyNews International e Overmundo, possvel perceber que o contedo produzido em ambos os websites encontram-se na interatividade produtiva. Afinal, o envolvimento que o usurio tem com cada um desses websites pode causar ou a publicao de uma notcia, o envio de um comentrio ou o veto de publicao da notcia.

Outro recurso de linguagem que participa da hibridizao dos formatos emergentes de jornalismo colaborativo a multimidialidade. O que diferencia este termo multimidialidade na internet a integrao dos diferentes suportes.

A informtica nos impe, portanto, o desafio de aprender a construir o pensamento e expressa-lo socialmente atravs de um conjunto integrado de meios, atravs de um discurso udio-ttil-verbo-motovisual, sem hierarquias e sem a hegemonia de um cdigo sobre os demais (Machado, 2002, 109).

A multimidialidade na Internet deve propor, atravs da juno de texto, imagem, vdeo, animaes e simulaes, uma nova leitura e no apenas adio de mais informaes. Para Gosciola (2003), a multimidialidade deve propiciar novas experincias no ambiente multimdia (GOSCIOLA apud RIBAS, 2004: 5). Por exemplo, alm de utilizar as imagens, podcasts e vdeos apenas para ilustrar o texto, a utilizao destes recursos deve ser feita para criar um novo sentido notcia. Nenhum dos usurios dos websites analisados conseguiu explorar este lado da multimidialidade.

No OhMyNews International, a multimidialidade demonstrada atravs do uso de vdeos, imagens e podcasts nas notcias. A utilizao dos vdeos e imagens realizada de forma a integrar as informaes e trazer algo de novo com tais recursos. Enquanto a utilizao dos podcasts se limita leitura da notcia. No h acrscimo de informao. J no Overmundo, utilizam-se arquivos em formatos de texto, imagens e mp3 para compor a notcia. As imagens so utilizadas, na maioria das vezes, de forma ilustrativa e os arquivos em mp3, de forma a acrescentar informao e contedo notcia. As imagens ainda assumem a funo de integrar a informao do texto.

Um recurso de linguagem que, para Palacios (2002), pode ser considerado como uma ruptura no processo de transio do jornalismo de massa para o colaborativo a memria. Afinal, a Internet, atravs da memria, que inaugura essa quebra dos espaos fsicos e distenso da virtualidade. Machado (2006: 16) considera que a lgica Base de Dados se configura como uma uma forma cultural tpica das sociedades das redes e possui trs funes: 1) de formato para estruturao das informaes; 2) de suporte para modelos de narrativas multimdia e 3) de memria dos contedos publicados.

A primeira funo pode ser identificada nos websites de jornalismo colaborativo analisados (OhMyNews International e Overmundo) j que possui uma base de dados, composto por informaes arquivadas e que todas as informaes e notcias que j foram publicadas podem ser encontradas atravs do sistema de busca. A segunda funo apontada por Machado (2006), diz respeito base de dados como um novo suporte para novos modelos de narrativas. E a terceira, corresponde a disponibilidade infinita de armazenamento, rapidez do acesso e alimentao das informaes nos bancos de dados e a capacidade combinatria oriunda do sistema.

A partir da hibridizao dos recursos de linguagem e destes conceitos, Ribas (2004) sugere trs modelos narrativos webjornalsticos: linear, hipertextual bsico e hipertextual avanado. O modelo narrativo denominado de linear caracterizado a partir do contedo disponibilizado no webjornalismo de primeira gerao. A narrativa linear, com incio, meio e fim bem delimitados. Os links so utilizados para passar de uma editoria a outra, somente. O modelo hipertextual bsico corresponde ao contedo vinculado no webjornalismo de segunda gerao. Neste, a utilizao do link feita de forma a organizar as informaes. A interatividade explorada no nvel das enquetes e dos chats. O webjornalismo de terceira gerao caracterizado pelo modelo hipertextual avanado. Os links disponibilizam outras mdias como vdeos, textos e imagens. Neste modelo, a informao a mais aparece tambm como uma matria sobre o mesmo assunto que j havia sido publicada pela mesma empresa (RIBAS, 2004: 9). Os comentrios surgem como mais uma forma de interao com o usurio.

5 Concluses TemporriasAtravs da observao participante dos websites analisado e da discusso terica acerca do jornalismo colaborativo possvel perceber o quo relevante o papel da descentralizao da mediao social para a configurao destes formatos, no que tange as caractersticas e os aspectos tericos. a partir da diversidade das mediaes sociais que os formatos se moldam, aderindo ou no aspectos tericos oriundos do jornalismo de massa. Os websites analisados exemplificam esta relevncia atravs das suas prprias regras e do grau de colaborao.

Como foi visto, na terceira gerao do webjornalismo, a web podia ser compreendida atravs da lgica que privilegiava trabalhar os websites como uma unidade isolada e, como eram poucos websites detentores da informao, a lgica transmissiva predominava, atravs da emisso de uma mensagem para um nmero grande de receptores. Agora, com a utilizao da web como plataforma, possvel afirmar que estamos em uma nova fase marcada pela proliferao dos formatos emergentes de jornalismo colaborativo. Atravs desta proliferao e da constante busca de tais formatos pela colaborao, possvel pensar em um webjornalismo de quarta gerao. Tamanha emergncia eclode em graus distintos de mediao social e de interlocuo no processo comunicacional da colaborao. No possvel afirmar, entretanto, que os websites analisados sejam precursores da lgica web 2.0. Afinal, datam de antes do surgimento de tal conceito. Porm, possvel dizer que existem vestgios da lgica da web 2.0 nestes websites.

O acesso a uma nova relao com a notcia e a um novo fazer jornalstico so exemplos da utilizao de tal lgica. Os usurios passam a ter acesso fisicalidade da obra, ou seja, ao texto da notcia. Isso pode ser realizado atravs da edio de um texto qualquer postado por qualquer outro usurio. Alm disso, os websites procuram incentivar o usurio a enviar notcias atravs da facilitao da linguagem informtica que fundamentam este processo de envio de notcias. A comunicao entre os usurios tambm tem sido adotada. No Overmundo a comunicao sai do website e cai no blog do website. Nele, so discutidos tanto temas, quanto as prprias regras do website.

Entretanto, mesmo com toda esta potencializao e inovao dos recursos de linguagens, possvel identificar aspectos tericos do jornalismo de massa nos websites analisados, tanto no OhMyNews International quanto no Overmundo, seja em maior ou menor intensidade. E talvez seja devido a esta identificao que se segue denominando as prticas colaborativas de jornalismo. O agendamento um exemplo clssico disso. No OhMyNews International (OMNI), o agendamento tanto externo quanto interno. O externo est em consonncia com o agendamento da grande mdia. Um exemplo deste tipo de agendamento foram as eleies na Frana. A cobertura do OMNI foi toda realizada por uma s colaboradora, sendo que os temas retratados, na grande maioria das vezes, coadunavam com o tema tratado na grande mdia. Enquanto o agendamento interno corresponde a um agendamento social criado a partir das caractersticas da prpria comunidade virtual. A seqncia de notcias sobre blogs no OMNI corresponde a este ltimo tipo de agendamento. Tudo comeou com um artigo enviado no dia 02/05/2007. Intitulada What Is a Blog Really Worth?, a notcia contava a experincia pessoal do colaborador com o contedo do seu blog. A partir desta notcia, surgiram mais duas notcias, contando outros relatos pessoais sobre o mesmo assunto. A partir da, possvel identificar um agendamento dentro do prprio website.

J no Overmundo, devido exatamente a descentralizao da mediao social, o prprio website optou por criar regras que dificultem o agendamento. Tanto que os eventos postados no website so aqueles que no possuem espao para divulgao na grande mdia.

A anlise comparativa e a observao participante dos websites permitiram identificar que a figura do gatekeeping no encontrada nos formatos emergentes de jornalismo colaborativo, mas sim sua derivao: o gatewatcher. Mesmo com a pluralidade de atores, no OMNI, possvel identificar a prpria equipe mediadora do website como os gatewwatchers. J no Overmundo, no identificada nem a figura do gatewatcher. Afinal, so os prprios usurios quem selecionam o que ser ou no postado no website.

possvel, portanto, identificar que a diversificao das mediaes sociais nos formatos emergentes de jornalismo colaborativo oriunda da descentralizao da mediao social, que advm com a lgica hipermiditica de comunicao. Portanto, tal diversificao pode ser entendida como os desdobramentos do jornalismo de massa no jornalismo colaborativo. A coexistncia dos aspectos tericos do jornalismo tradicional nos formatos emergentes, como foi identificado nas anlises dos websites, revelam as tenses que persistem na emergncia dos formatos. Enquanto as potencializao dos recursos de linguagem e aplicao da lgica da web 2.0 no webjornalismo de terceira gerao se configurem como as rupturas que surgem neste processo de transio do jornalismo de massa para o jornalismo colaborativo.

A preocupao com a expanso da terceira fase do webjornalismo tamanha que um frum realizado pelo OMNI na Coria do Sul, nos dias 27 a 29 de junho, foi intitulado Citizen Journalism 2.0. O objetivo do frum discutir como fazer do jornalismo colaborativo um modelo sustentvel de negcio, j que a utilizao da web como plataforma permite esta explorao.

So as tenses as responsveis pelo surgimento das rupturas. O que este artigo busca discutir so quais so estas tenses a fim de identificar as rupturas. A partir disso, analisa quais os possveis caminhos tomados pelo jornalismo e at que ponto possvel considerar as informaes oriundas dos formatos emergentes de jornalismo colaborativo como jornalsticas.

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Este artigo fruto de uma pesquisa de concluso de curso intitulada Mediaes sociais no jornalismo colaborativo: uma anlise dos websites OhMyNews International, Wikinews e Overmundo, junto s estudantes Andra Andrade e Paula Sulmonetti, do curso de Jornalismo da Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais (Brasil).

HYPERLINK "http://english.ohmynews.com/" http://english.ohmynews.com/ - Acessado em 19/06/2007. O colaborador, para enviar uma notcia, deve se cadastrar no website. Atravs do OMNI System, o colaborador envia a sua notcia para a equipe do OMNI. As notcias geralmente demoram at dois dias para serem publicadas. Depois da publicao, as notcias ficam sujeitas aos comentrios e a pontuaes positivo ou negativo.

HYPERLINK "http://www.overmundo.com.br/estaticas/participe.php - Acessado em 15/06/2007" http://www.overmundo.com.br/estaticas/participe.php - Acessado em 15/06/2007. Aqui tambm, para o colaborador enviar a notcia, ele deve se cadastrar no website. Para publicar a notcia, o colaborador clica em Publicar Colaborao e qual o tipo de contedo que ser publicado e, com isso, para qual rea do website mandar. No Overblog, so aceitos artigos, entrevistas e crticas sobre cultura. No Guia, so aceitos sugestes de festas, lugares e atividades nas cidades. No Banco de Cultura, so aceitos publicaes de livros, cds, imagens, podcasts, poemas, etc. Enquanto a Agenda um espao destinado programao da cidade do colaborador. Depois de enviada a notcia, a notcia fica 48 horas na fila de edio e outras 48 horas na fila de votao.

HYPERLINK "http://www.ucm.es/info/eurotheo/diccionario/M/metodocomparativo_b.htm" http://www.ucm.es/info/eurotheo/diccionario/M/metodocomparativo_b.htm - Acessado em 18/06/2007.

Sobre o assunto ver MIELNICZUK (2004); PALACIOS (2002).

HYPERLINK "http://wnews.uol.com.br/site/noticias/materia_especial.php?id_secao=17&id_conteudo=352" http://wnews.uol.com.br/site/noticias/materia_especial.php?id_secao=17&id_conteudo=352 Acessado em 11/06/2007.

HYPERLINK "http://english.ohmynews.com/articleview/article_view.asp?menu=c10400&no=357970&rel_no=1" http://english.ohmynews.com/articleview/article_view.asp?menu=c10400&no=357970&rel_no=1 Acessada em 26/06/2007

A primeira camada diz respeito aos websites de webjornalismo que possibilitam os comentrios. A segunda camada corresponde aos websites que permitem os usurios contriburem com os jornalistas profissionais no processo de produo da notcia. A terceira camada corresponde ao jornalismo open source ou participatory journalism. Aqui, o leitor pode tanto ajudar o jornalista profissional quanto inclusive escrever a notcia que far parte do produto jornalstico final. A quarta camada corresponde aos websites de jornalismo colaborativo que tem um blog e permite acesso dos usurios. A quinta camada corresponde aos newsroom, um blog do jornalismo colaborativo, mais transparente e quebrando as barreiras das redaes com os usurios. A sexta camada corresponde aos websites que so inteira ou quase inteiramente compostos por contribuies da comunidade.. Mas as contribuies aqui so editadas. Na stima camada, as contribuies dos usurios da sexta camada no passam por um processo de edio. A oitava camada caracterizada por uma verso impressa do website colaborativo. A nona camada corresponde ao OhMyNews que combina o trabalho de colaboradores e jornalistas profissionais. A dcima camada corresponde aos websites que possuam material de jornalistas profissionais e colaboradores na mesma pgina, sem diferenciao. A dcima primeira camada corresponde ao Wikinews, no qual o conhecimento do grupo crvel e no precisa da superviso dos jornalistas profissionais.

O creative commons uma organizao sem fins lucrativos dedicada a expandir os trabalhos criativos para que outros possam usufruir do trabalho legalmente. Ele permite que os detentores de copyright possam oferecer alguns dos seus direitos ao pblico. No caso do Overmundo, a licena denominada Atribuio-Uso-No Comercial- Compartilhamento. Mais informaes: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.0/br/deed.pt

Sobre o assunto ver Hohlfeldt, Martino e Frana (2001); Mige (2000)

news and information gathered and disseminated by trained professionals that use rigorous methods of verification to ensure that the information is reliable and trustworthy

A idia de trabalhar o receptor como um sujeito agente j vem sido estudada desde 1970 com o norte-americano Katz, atravs da Corrente Usos e Gratificaes. O britnico Stuart Hall tambm a estudou atravs do mbito dos media studies britnico. Ver exemplos deste tipo de abordagem em HOHLFELDT, MARTINO e FRANA (2001) e MIGE (2000).

Ver mais em Braga (2006).

Ver mais em Hohlfeldt, Martino e Frana (2001), Mige (2000).

http://english.ohmynews.com/articleview/article_view.asp?menu=c10400&no=356403&rel_no=1

http://english.ohmynews.com/articleview/article_view.asp?menu=c10400&no=359535&rel_no=1

Ver mais em Wolf (2002) e em Hohlfeldt, Martino e Frana (2001).

Sobre o assunto ver Aarseth (1997) e Bolder (2001).

http://english.ohmynews.com/articleview/article_view.asp?menu=c10400&no=359246&rel_no=1

http://english.ohmynews.com/articleview/article_view.asp?no=365673&rel_no=1

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