a ditadura militar brasileira

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A DITADURA MILITAR BRASILEIRA (1964 – 1985)

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Page 1: A ditadura militar brasileira

A DITADURA MILITAR BRASILEIRA

(1964 – 1985)

Page 2: A ditadura militar brasileira

DEPUTADO RANIERI MAZZILI - 1964 - 1965

ALTO COMANDO REVOLUCIONÁRIO

Page 3: A ditadura militar brasileira

Ato Institucional Nº 1 (AI – 1) - 1964

Eleições indiretas para presidente Cassação de parlamentares do governo Jango Afastamento de políticos e funcionários “subversivos” Intervenção na UNE, sindicatos e ligas camponesas

Termo frequentemente utilizado pelos militares

para designar possíveis ameaças ao governo, geralmente

tidos como comunistas

Termo frequentemente utilizado pelos militares

para designar possíveis ameaças ao governo, geralmente

tidos como comunistas

Os atos institucionais foram amplamente usados pelo regime militar como forma de legalizar o aparato repressivo

Os atos institucionais foram amplamente usados pelo regime militar como forma de legalizar o aparato repressivo

Page 4: A ditadura militar brasileira

Divisões entre os militares

Oriundos da ESG (Escola Superior de Guerra), intelectuais ligados a 2ª guerra mundial. Tinham aproximação ideológica com os EUA, pregavam o anticomunismo e o fortalecimento do poder executivo. Acreditavam na ideia de “intervenção cirúrgica” do governo.

Grupo radical, anticomunista, nacionalista e contrário a qualquer tipo de democracia. Objetivaram permanecer no poder por tempo indeterminado.

SORBONNE (OU CASTELLISTAS) LINHA DURA

Page 5: A ditadura militar brasileira

Castello Branco

Costa e Silva

Médici Geisel

Figueiredo

Os presidentes

Page 6: A ditadura militar brasileira

1964 - 1967

O GOVERNO DE CASTELLO BRANCO

Page 7: A ditadura militar brasileira

Ato Institucional Nº 2 (AI – 2) - 1965

Suspensão da estabilidade de funcionários públicos Extinção de partidos políticos Lei orgânica dos partidos – bipartidarismo Autorização para fechar orgãos legislativos

ARENA (Aliança Renovadora Nacional)

ARENA (Aliança Renovadora Nacional)

MDB (Movimento Democrático Brasileiro)

MDB (Movimento Democrático Brasileiro)

militares

oposição

Page 8: A ditadura militar brasileira

Quem foi pra onde?

Page 9: A ditadura militar brasileira

Mais atos institucionais

AI – 3 (FEV/1966) Eleições indiretas para governadores e indicação de prefeitos

de cidades estratégicas

AI – 4 (DEZ/1966) Convocação de nova assembleia constituinte para incorporar

os AI’s.

Page 10: A ditadura militar brasileira

Constituição de 1967

•Fortalecimento do executivo •Emendas constitucionais a cargo exclusivo do presidente •Incorporação dos AI’s •Lei de Segurança Nacional – defesa da pátria contra uma possível “ameaça comunista”

•Lei da imprensa

Page 11: A ditadura militar brasileira

PAEG (Plano de Ação Econômica Governamental) Corte de gastos Aumento de tarifas e impostos Criação do FGTS Aumento salarial (1x por ano, abaixo da inflação) Restrição de crédito Arrocho salarial e desemprego Novos empréstimos Privatizações Renegociação da dívida externa Aproximação cada vez maior com os EUA Criação do BNH – Banco Nacional de Habitação

O que é bom para os EUA, é

bom para o Brasil

O que é bom para os EUA, é

bom para o Brasil

Juracy Magalhães – ministro das

relações exteriores.

Page 12: A ditadura militar brasileira

SNI – Serviço Nacional de Informação

Inteligência militar contra opositores, O SNI estabelecia uma ligação direta com as entidades federais, estaduais e municipais, além da colaboração de instituições privadas. Possuía em seus arquivos informações sigilosas e dossiês de cidadãos brasileiros e estrangeiros. O SNI se organizava de forma profissional, imprimindo relatórios sobre várias atividades da sociedade, inclusive religiosas: Ao todo há cerca de 469 livros, 15.926 iconografias, 774 documentos cartográficos, 241 micrográficos, 178 sonoros, 9 audiovisuais e 6 digitais.

Page 13: A ditadura militar brasileira

Aliança para o progresso EUA

Linha de crédito para investimentos

Construção da Vila Aliança e Vila Kennedy

O contexto da Guerra Fria aproximou diplomaticamente os EUA do Brasil: transferindo investimentos para cá, a

ameaça comunista poderia ser banida do país com segurança

O contexto da Guerra Fria aproximou diplomaticamente os EUA do Brasil: transferindo investimentos para cá, a

ameaça comunista poderia ser banida do país com segurança

Page 14: A ditadura militar brasileira

A Frente Ampla

JK + Jango + Carlos Lacerda se unem contra o governo, exigindo a redemocratização

A ideia de “intervenção cirúrgica” do governo se desfaz

A ideia de “intervenção cirúrgica” do governo se desfaz

JK

Lacerda

Page 15: A ditadura militar brasileira

Os anos de chumbo (1967 – 1969)

O GOVERNO COSTA E SILVA

Page 16: A ditadura militar brasileira

Crescimento de movimentos de oposição

Contexto internacional

Contexto internacional

Movimento feminista

Movimento feminista

Maio de 68 na França

Maio de 68 na França

Movimentos Civis nos EUA

Movimentos Civis nos EUA

Woodstock

Woodstock

Page 17: A ditadura militar brasileira

Morte do estudante secundarista Edson Luis

no Restaurante Calabouço

Morte do estudante secundarista Edson Luis

no Restaurante Calabouço

1968: um ano crítico

Page 18: A ditadura militar brasileira

Manchete do Jornal dos Sports

Manchete do Jornal dos Sports

Page 19: A ditadura militar brasileira

Polícia cerca a candelária e confronta protestantes na

missa de sétimo dia de Edson Luís

Polícia cerca a candelária e confronta protestantes na

missa de sétimo dia de Edson Luís

Page 20: A ditadura militar brasileira

Greves de trabalhadores em Osasco e ContagemGreves de trabalhadores em Osasco e Contagem

Page 21: A ditadura militar brasileira

Passeata dos Cem Mil (RJ)Passeata dos Cem Mil (RJ)

Page 22: A ditadura militar brasileira

Discurso de Márcio Moreira Alves (2/09/1968)

O deputado incentiva a população a não comemorar o 7 de setembro

Aconselha às mulheres a não namorarem membros das forças armadas

Page 23: A ditadura militar brasileira

Ato Institucional Nº 5 (AI – 5) - 1968

O mais brutal instrumento repressivo da ditadura militar• Fechamento do poder legislativo• Suspensão de direitos políticos e individuais – habeas corpus• Intervenção em Estados e Municípios• Pena de morte e prisão perpétua• Censura prévia• Prazo de validade indeterminado

Page 24: A ditadura militar brasileira

1969 – 1974

O Governo Emílio Médici

Page 25: A ditadura militar brasileira

Ampliação do aparato repressor

DOI-CODI (Destacamento de operações e informações / Comando de operações e defesa interna)

O DOI-CODI surgiu a partir da Operação Bandeirante (OBAN), criada em 1969 em São Paulo, com o objetivo de coordenar e integrar as ações dos órgãos de repressão a indivíduos ou organizações (mais especificamente os grupos da esquerda armada) que representassem ameaça à manutenção da segurança interna.

Page 26: A ditadura militar brasileira
Page 27: A ditadura militar brasileira

DOPS (Departamento de Ordem Pública e Social) Criado para manter o controle do cidadão e vigiar as manifestações políticas

na ditadura pós-64 instaurada pelos militares no Brasil. O DOPS perseguia, acima de tudo, as atividades intelectuais, sociais,

políticas w partidárias de cunho comunista. O órgão em São Paulo foi fundado em 1924 e teve vários nomes (delegacia,

superintendência), até ser extinto no início de 1983. A sua designação no período final era Deops – Departamento Estadual de Ordem Política e Social, como consta em seus arquivos. Contudo, a sigla "Dops" é a que ficou na história.

Page 28: A ditadura militar brasileira

CCC (Comando de Caça ao Comunismo)o CCC, algumas vezes identificado como Comando de Caça aos Estudantes Comunistas, tem sua origem antes mesmo da ditadura militar. O grupo foi formado para combater os defensores da ideologia comunista e suas manifestações, sendo que entre os integrantes do Comando estavam estudantes e intelectuais. Segundo relatos, quando ocorreu o golpe militar no Brasil, os integrantes do CCC invadiram a Rádio MEC, no Rio de Janeiro, e destruíram tudo que encontraram pela frente. Marcando-se então como a primeira ação oficial do grupo como defensores da ditadura militar.

Page 29: A ditadura militar brasileira

O conflito na rua Maria Antônia (SP)

Page 30: A ditadura militar brasileira

A ação dos movimentos guerrilheiros

VPR – Vanguarda Popular Revolucionária Liderada pelo ex-capitão Carlos Lamarca, morto em 1971

Page 31: A ditadura militar brasileira

Sequestro do embaixador suíço Enrico Bucher (1970)Capturado no RJ, o embaixador ficou sob posse de Lamarca e seus companheiros por mais de 1 mês.Exigiram como recompensa, a liberdade de 70 presos políticos,  Como adendo, queriam também o congelamento geral dos preços por noventa dias e a liberação das roletas nas estações de trem do Rio de Janeiro. Na época, foi o mais alto preço cobrado pela libertação de um diplomata sequestradoO governo se negou a libertar 13 dos 70 presos, gerando conflitos nas negociações, Bucher quase é morto pelos sequestradores e é salvo por intervenção de Lamarca.Bucher aproximou-se muito de Lamarca nesse período e ao ser solto, não delatou nenhum membro da guerrilha nos interrogatórios.

Page 32: A ditadura militar brasileira

A ação dos movimentos guerrilheiros

Guerrilha do Araguaia Atuou um TO, AM e MA, com liderança de Orlando da Costa (PC do B)

Page 33: A ditadura militar brasileira

A ação dos movimentos guerrilheiros

ALN – Aliança Libertadora Nacional Liderada por Carlos Marighella, morto em 1969. Escreveu o mini-manual do guerrilheiro urbano

Page 34: A ditadura militar brasileira
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13 dos 15 guerrilheiros prontos para embarcar rumo ao México, no aeroporto do Galeão.

Page 36: A ditadura militar brasileira

Movimentos culturais

O tropicalismo

Page 37: A ditadura militar brasileira

Movimentos culturais

Teatro de arena e teatro do oprimido

Page 38: A ditadura militar brasileira

Movimentos culturais

O cinema novo

Page 39: A ditadura militar brasileira

Movimentos culturais

A jovem guarda

Splish Splash = indústria cinematográficaMeu calhambeque = indústria

automobilísticaÉ proibido fumar = indústria tabagista

Page 40: A ditadura militar brasileira

A copa do mundo de 1970

MédiciCarlos Alberto

• Médici interfere na escolha do técnico da seleção e na escalação do time

• A vitória no mundial cria a sensação de estabilidade nacional e euforia

• O governo utiliza ampla propaganda para legitimar seu sucesso “O futebol é o

ópio do povo”

Millôr Fernandes - Jornalista

Page 41: A ditadura militar brasileira

O milagre brasileiro (1970)

Amplo crescimento do PIB (11%) Controle de preços e salários Atração do capital estrangeiro Aumento de importação e exportação

Page 42: A ditadura militar brasileira

As Obras Faraônicas

A ponte presidente Costa e Silva

 Participação da empresa britânica Rothschild & SonsA rainha Elizabeth II participa da inauguração das obrasProjeto estimado em U$ 400 milhões

Page 43: A ditadura militar brasileira

As Obras Faraônicas

A rodovia transamazônica

projeto superfaturadodesmatou um enorme contingente da floresta amazônicamatou uma série de trabalhadoresnunca foi concluída

Page 44: A ditadura militar brasileira

As Obras Faraônicas

A Usina de Itaipu

Acordos entre Brasil e Paraguai (“ata do Iguaçu”)Gerou impactos ambientaisCusto de U$ 12 bilhõesO governo paraguaio só ajudou com U$ 50 milhões

Page 45: A ditadura militar brasileira

Efeitos do milagre

Aumento da dívida externaConcentração de renda extremaDesproporcionalidade entre PIB e IDHArrocho salarial

Tem que deixar o bolo crescer pra depois reparti-lo

entre todos

Delfim Neto – ministro da fazenda

Page 46: A ditadura militar brasileira

“Pa ra nó s , o p e rá rio s , m ila g re é c o ns e g uir s o bre vive r c o m o s ba ix o s s a lá rio s q ue re c e be m o s . Pa ra is s o , s o m o s o brig a d o s a tra ba lha r 1 2 a 1 3 ho ra s p o r d ia , e m uito s tra ba lham a o s d o m ing o s , o q ue s ig nific a , na p rá tic a , o fim d e um a da s m a io re s c o nq uis ta s da c la s s e o p e rá ria : a jo rna da d e 8 ho ra s e o d e s c a ns o s e m ana l. ”  

(Manifesto da Oposição Metalúrgica de São Paulo)

Milagre pra quem?

Page 47: A ditadura militar brasileira

O esgotamento do milagre (1973)

1ª crise do petróleo – Guerra do Yom Kippur (“dia do perdão” judaico)

• Árabes x IsraelEUAOPEP

• Boicote da OPEP aos países aliados dos EUA

• Barril de petróleo – U$ 3 para U$5

Page 48: A ditadura militar brasileira

1974 – 1979

O Governo Ernesto Geisel

Distensão lenta, gradual e segura

Page 49: A ditadura militar brasileira

Abertura política

Insatisfações populares + vitórias do MDB no legislativo Revogação da censura e do AI-5 A lei falcão (1978) Controle da propaganda eleitoral (beneficia a ARENA) O pacote de Abril Conjunto de decretos estabelecendo um novo calendário eleitoral

Mesmo número de deputados para cada estado e ainda 1/3 do senado reservado para indicação do governo (os “senadores biônicos”)

1979: eleições indiretas, presidente militar por 6 anos

1984: eleições indiretas, presidente civil por 5 anos

1989: eleições diretas, presidente civil por 5 anos

Page 50: A ditadura militar brasileira

Política energética

O pró-álcool (1975) Em resposta à crise do petróleo, incentiva-se a substituição de

combustíveis.

Acordo nuclear com a Alemanha Proposta de construir 8 usinas nucleares até 1990

Page 51: A ditadura militar brasileira

1979 – 1985

O Governo João Batista Figueiredo

Page 52: A ditadura militar brasileira

Lei da Anistia (1979) Abrangia tanto os guerrilheiros e exilados políticos, como

também os membros da repressão.Art. 1º : É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares

Pode isso, Arnaldo?

Page 53: A ditadura militar brasileira

Atentado da Linha Dura (30/04/1981)

Ataque frustrado = operação falha Bomba deveria explodir no pavilhão do Riocentro durante

comemoração do dia do trabalho

Page 54: A ditadura militar brasileira

O rearranjo partidário

Ulysses Guimarães

Brizola LulaJânio Quadros

Page 55: A ditadura militar brasileira

Eleições diretas (vereador e governador) 1982 Vitórias importantes da oposição em SP, RJ e MG

Franco Montoro PMDB

Leonel Brizola PDT

Tancredo Neves PMDB

Page 56: A ditadura militar brasileira

Diretas Já! (1983) Movimento de pressão pela antecipação das eleições diretas a

presidente – emenda Dante de Oliveira.