a dificuldade para implantar o plano de cargos, salrios e remunerao no servio pblico

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FACULDADE BARRETOS Curso de Administração RAFAEL FAVARIN GIACULLI PIMENTEL A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALÁRIOS E REMUNERAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO BARRETOS 2009

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Page 1: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

FACULDADE BARRETOS Curso de Administração

RAFAEL FAVARIN GIACULLI PIMENTEL

A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALÁRIOS E REMUNERAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO

BARRETOS 2009

Page 2: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

FACULDADE BARRETOS Curso de Administração

RAFAEL FAVARIN GIACULLI PIMENTEL

A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALÁRIOS E REMUNERAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Barretos, do curso de Administração, como parte dos requisitos necessários para obtenção do titulo de Bacharel em Administração, sob orientação do Professor Marcio Queiroz da Costa.

BARRETOS 2009

Page 3: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

FACULDADE BARRETOS Faculdade de Administração

Curso de Administração

Título da Monografia: A Dificuldade para implantar o Plano de Cargos, Salários e Remuneração no Serviço Público. Elaborado por: Rafael Favarin Giaculli Pimentel Trabalho de Conclusão de Curso apresentado, como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob a orientação do Profº Marcio Queiroz da Costa. Objetivo: Evidenciar a dificuldade da implantação do Plano de Cargos, Salários e Remuneração no Serviço Público. Área de Concentração: Administração Geral.

Aprovado em:____/____/____.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Prof. Marcio Queiroz da Costa

Graduação em Ciências Contábeis, FISO - BARRETOS/SP Especialização em Auditoria Contábil, FISO - BARRETOS/SP

Especialização em Gestão Financeira e Planejamento Empresarial, cursando, FEB - BARRETOS/SP.

_________________________________________ Prof. Leandro Ferreira Oliveira

Graduado em Administração Mestre em Administração

_________________________________________ Prof. Roberto de Ávila Lima Filho

Graduado em Ciências Econômicas – PUC/SP Pós-Graduado em Finanças Empresariais – FGV/RJ

Page 4: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

Dedico este trabalho aos meus pais, Francisco e

Maria José, por não pouparem esforços para que a cada

dia eu me aprimorasse como ser humano. Aos meus

colegas de trabalho que com muita paciência me toleraram

e apoiaram em momentos de dificuldade. À minha irmã

querida que sempre afronta a realidade com novos

princípios e ideais. À minha amada Ana Vitória que me

trouxe muita paz em todos os momentos que necessitei.

Page 5: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Francisco e Maria José, pela estima e apoio a todo instante e,

inclusive, nessa caminhada acadêmica.

A minha eterna e amada Ana Vitória, que corroborou para minha ascensão espiritual,

me apoiando e confirmando o quão especiais são esses momentos.

Aos meus colegas de trabalho que possuem tamanha paciência e conhecimentos

técnicos com a linguagem e puderam colaborar de forma direta e incisiva, em especial aos

meus amigos Johnny Xavier, Cyntia Souto e Márcia Kuchinakamichi.

Aos meus amigos, Bruno “Passok” Sorati, Miguel “Tortin” de Freitas, Mauri “Tinin”,

Bruno “Olie” Oliveira, Celso “Celsão” Zapola e Conrado “Pardal” Ribeiro, que toleraram as

minhas faltas nas reuniões, nas pizzas, nos lanches e nas famigeradas cocas-colas da noite a

fora.

Ao Professor Orientador Marcio Queiroz da Costa, por ser tão solícito e paciente me

atendeu e colaborou para a elaboração deste trabalho.

A todos os professores do Curso de Administração que nos acompanharam e

embasaram de sabedoria e profissionalismo as nossas carreiras, em especial ao Coordenador

do Curso de Administração, Professor Mestre Leandro Ferreira, o Professor Celso Carvalho

de Almeida, pelos seus préstimos como o grande colaborador da Adm Executivo Jr. e ao

Professor e amigo Paulo “São Paulino” Roberto dos Santos pelos ótimos papos descontraídos.

Aos amigos Regiani Oliveira, Vitor Matos, Manoel Neto, Gabriela Lucas, André

Rebellato e Roberta Alice, da III Turma de Administração, que me deram fôlego nesse

arremate de jornada.

A todos os amigos do curso de Administração da Faculdade Barretos, em especial aos

membros da trupe: Aline Araújo, Fernanda Veraldo e Juliana Veraldo, que tornaram esses

momentos inefáveis.

Page 6: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

“Se você quer ter sucesso na vida, tem que ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o

melhor de si.”

Ayrton Senna

Page 7: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

PIMENTEL, Rafael Favarin Giaculli. A dificuldade para implantar o Plano de Cargos, Salários e Remuneração no serviço público. Barretos, 2009, 51 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) - Faculdade Barretos, Curso de Administração, Barretos, 2009.

RESUMO

A implantação do Plano de Cargos, Salários e Remuneração – Plano de Carreira – é fator

gerador de motivação, seja ele no serviço privado ou no serviço público. Sua efetividade no

serviço público tem trazido insatisfação àqueles que vêem nesse plano sua única possibilidade

de alcançar êxitos profissionais.

Segundo essa acepção evidencia-se abordagens de teorias motivacionais de Maslow,

MacGregor, tipos de remuneração e o quanto a avaliação de desempenho pode ser importante

na atribuição da contraprestação pecuniária dos servidores públicos. Ainda análise de como o

serviço público se tornou burocrático e como Weber trouxe o conceito e como foi deturpado

ao passar dos tempos.

A exegese dos dados encontrados através de entrevista traz na prática o que vem ocorrendo no

serviço público com a diminuição da motivação dos servidores que encontram apenas na

remuneração a única razão para desempenhar suas funções.

Palavras chave: Carreira. Pessoas. Remuneração. Desempenho. Motivação.

Page 8: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICO 1: Plano de Carreira: Específico ou Genérico ......................................................14

QUADRO 1: Vantagens e Desvantagens da burocracia..........................................................17

QUADRO 2: Teorias X e Y de Douglas MacGregor..............................................................18

QUADRO 3: Pirâmide das necessidades de Maslow..............................................................24

GRÁFICO 2: O que motiva o servidor público a desempenhar suas funções........................25

GRÁFICO 3: O quão valorizado se sente o servidor público.................................................26

GRÁFICO 4: O fator mais prezado pelo servidor público para aplicar no plano de carreira. 29

GRÁFICO 5: Preferência dos tipos de benefícios não remunerados pelo servidor público...31

GRÁFICO 6: Servidores que entendem que o seu crescimento é através da avaliação de desempenho ............................................................................................................................37

GRÁFICO 7: Servidores que entendem que o seu crescimento é através do tempo de serviço...................... ............................................................................................................................38

GRÁFICO 8: Servidores que possuem programa de qualificação profissional......................43

Page 9: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................9

1.1 Identificação do Problema..............................................................................................10 1.2 Objetivos.........................................................................................................................11

1.2.1 Objetivo Geral:........................................................................................................11 1.2.2 Objetivo Específico: ................................................................................................11

1.3 Justificativa.....................................................................................................................11

2 PLANO DE CARREIRA ....................................................................................................13

3 O SERVIÇO PÚBLICO......................................................................................................15

3.1 Burocracia.......................................................................................................................16 3.2 Teorias X e Y de Douglas McGregor.............................................................................17

4 O SERVIÇO PRIVADO .....................................................................................................19

4.1 Motivação na Empresa Moderna....................................................................................20

5 FATORES DO SERVIÇO PÚBLICO VERSUS SETOR PRIVADO............................22

5.1 Flexibilidade ...................................................................................................................22 5.2 Motivação .......................................................................................................................23 5.3 Custos dos Sistemas de Remuneração............................................................................26

6 TIPOS DE PLANO DE CARREIRA ................................................................................28

6.1 Modelos Típicos de Plano de Remuneração...................................................................29 6.1.1 Remuneração pelos resultados................................................................................31 6.1.3 Remuneração por competência ...............................................................................32 6.1.4 Sistemas mistos de remuneração.............................................................................33 6.1.5 Sistema de remuneração funcional..........................................................................33

7 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ..................................................................................35

7.1 Métodos de Avaliação de Desempenho .........................................................................39 7.1.1 Escalas Gráficas......................................................................................................40 7.1.2 Escolha Forçada .....................................................................................................40 7.1.3 Pesquisa de Campo .................................................................................................41 7.1.4 Métodos dos Incidentes Críticos..............................................................................41

7.2 Remuneração por Competências ....................................................................................42

8 METODOLOGIA................................................................................................................44

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................45

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................47

APÊNDICE ............................................................................................................................49

APENDICE A – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE PRÁTICA ....... ..................................50

Page 10: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

9

1 INTRODUÇÃO

O Plano de Carreira teve sua origem, segundo Oliveira (2009), da Mesopotâmia, atual

Iraque e terras próximas, em 2800 a.C. onde havia o estabelecimento das atividades das

consideradas empresas da época e o início de controle das atividades das empresas. Duzentos

anos depois, no Egito, a estruturação inicial das funções de planejamento, organização e

controle, na construção das pirâmides, em seguida, na China, 2500 a.C., a descentralização do

poder com a utilização de assessores.

Mais a diante, Oliveira (2009) traz que por volta do ano de 1800 d.C., na Inglaterra, há

o início de várias inovações na administração: incentivos, bonificações, festas de natal,

métodos de trabalho, seguro de vida e de atividades operacionais nas empresas e após 1881,

nos Estados Unidos da América, com a criação da primeira Universidade com o curso de

administração – Universidade da Pensilvânia – e, logo em seguida, os pensadores Frederick

Taylor, Max Weber e Henri Fayol, pensadores marcantes da administração com postulados

que trouxeram consigo, respectivamente, estudos da administração científica, os estudos

geradores da teoria e dos estudos da burocracia nas empresas e a estruturação dos processos

administrativos. Ao chegar no século XX, ano de 1992, com Robert Monks – Nell Minow –

com a estruturação de um novo modelo de administração para consolidar melhores resultados

e maior valor para as empresas, originando governança corporativa.

O Plano de Cargos, Salários e Remuneração tem por objetivo a valorização e

profissionalização dos servidores, bem como a eficiência e continuidade na execução de seus

serviços mediante a adoção do princípio do mérito para ingresso e desenvolvimento dos

funcionários.

Assim como evidencia Bispo (2008) a efetiva liderança do gestor:

O plano de carreira é benéfico tanto para as organizações quanto para os profissionais. Para o colaborador, essa prática traz maior alinhamento e segurança por sentir que há um interesse genuíno da empresa por sua carreira. O profissional sente-se motivado em ir em busca de um aprimoramento de suas competências técnicas e comportamentais, e isso, conseqüentemente, favorece, é claro, a condução do seu trabalho. Já a organização de forma geral ganha maior fidelização do funcionário com a empresa, comprometimento e melhora no clima organizacional.

Page 11: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

10

Esta progressão funcional e de desenvolvimento dos funcionários é de acordo com o

desempenho que o funcionário deverá ter, além do tempo de serviço, associado à assiduidade,

pontualidade e disciplina para constatar sua progressão. Utiliza-se normalmente de classes

subdivididas através da tabela de graus, padrões e níveis ou então de letras de acordo com a

descrição de cada cargo.

Segundo Lacombe (2005, p. 154) “para assegurar a coerência interna dos salários,

cada cargo deve ser avaliado em termos dos pré-requisitos para seus ocupantes, do esforço

exigido e da responsabilidade que lhe é inerente, inclusive por erros possíveis e a gravidade

de suas conseqüências.”.

A problemática gira em torno das dificuldades de implantação do Plano de Cargos,

Salários e Remuneração e como a sua efetivação se torna complicada no poder público. O

aumento dos encargos, o atendimento dos cargos com gratificações e tudo de acordo com seu

cargo e função dentro do serviço público. Assim entende-se que o Plano de Cargos, Salários e

Remuneração possui como foco, a estruturação do quadro de funcionários que venha

organizar, disciplinar, gerar evidências e possibilitar transparência na gestão das pessoas e

bom enquadramento de cada cargo e suas competências e, obviamente, dentro do papel que

cada um representa no processo de trabalho, através da realização das suas atividades e

responsabilidades.

1.1 Identificação do Problema

Através de pesquisa realizada com servidores públicos busca-se evidenciar a

dificuldade da implantação do Plano de Cargos, Salários e Remuneração – Plano de Carreira:

“A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SA LÁRIOS E

REMUNERAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO.”

Page 12: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

11

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral:

Identificar no serviço público a dificuldade para implantar o também conhecido como

plano de carreira e que o mesmo seja eficiente e que o setor público perca esse estigma de que

tudo é moroso, tudo é burocrático e que os funcionários são eternos, é mister ou ofício dos

responsáveis pela parte de pessoal tratar desse assunto. Quando os gestores e os servidores

tornarem essa âncora, que mancha o setor público, esquecida, e se focarem nos trabalhos

desenvolvidos pelos órgãos do serviço público, seja ele no âmbito municipal, estadual ou

federal, de modo que venham a desenvolver sistemas mais eficientes, tanto nos trabalhos

corriqueiros como nos planos de cargos, salários e remuneração, na progressão, que ela é

possível, a marca do serviço público pode mudar.

1.2.2 Objetivo Específico:

- Identificar a dificuldade da implantação do plano de cargos, salários e remuneração

em uma sede do serviço público;

- Identificar no serviço quais fatores envolvidos no plano de carreira;

- Encontrar vantagens e desvantagens da burocracia no sistema público;

- Informar sobre como é atribuída à remuneração; e

- Determinar os critérios envolvidos para a promoção e progressão de acordo com a

remuneração de cada servidor.

1.3 Justificativa

A utilização de um sistema para compensação dos esforços de um colaborador hoje

em dia apresenta-se como essencial nas organizações. Empresas privadas e públicas fazem o

Page 13: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

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possível para não perder o seu capital humano, que além de busca de estabilidade, buscam

também desenvolvimento, uma progressão envolvendo formas de remuneração, crescimento e

satisfação profissional.

Para Ribeiro (2006, p. 276), certos cargos, por oferecerem uma variedade de tarefas

muito limitada, acabam desmotivando os funcionários, pois o serviço fica monótono,

repetitivo e sem chance de proporcionar crescimento ao servidor.

A importância de disponibilizar a oportunidade aos funcionários do serviço público de

evoluir em sua carreira, de expandir seus conhecimentos é extrema, pois o trabalho moroso e

burocrático do dia-a-dia e utilização de um possível desenvolvimento no emprego fazem com

que os funcionários sintam-se mais motivados a trabalhar em prol da organização, pois

concomitantemente, estarão trabalhando para si mesmo.

Para Fidelis (2006, p. 48), o processo de cargos e salários provoca as maiores

preocupações quando implementado em uma empresa. O fato de que qualquer trabalhador

gostaria de ser bem recompensado pela execução de suas atividades aumenta a

responsabilidade do processo de recursos humanos na elaboração de um sistema que seja

adequado tanto para a empresa quanto para o trabalhador.

O presente trabalho analisará as dificuldades da implantação do Plano de Cargos,

Salários e Remuneração e a busca de informações para identificar os critérios adotados para a

promoção e progressão de cada cargo.

Page 14: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

13

2 PLANO DE CARREIRA

Oliveira (2009) explicita de maneira formal que o plano de carreira é uma forma

estruturada, planejada, seqüencial e de estágios que se inter-relacionam com a evolução do

indivíduo, as necessidades da organização e sua implicação na comunidade onde atua.

Aponta-se como princípio ativo do plano de carreira ou sua finalidade dar uma direção ao

profissional, correlacionar ou interligar os diversos conhecimentos e habilidades e caso

necessite, facilitar o rumo profissional de cada colaborador, além de dar segurança às decisões

do mesmo.

A idéia de Oliveira de que o plano de carreira é um processo estruturado em

consonância com a organização, o funcionário e o meio em que atua é importante, mormente,

os idealizadores dos planos não se atentam a detalhes que de tão minuciosos passam

despercebidos pelo mesmo, onde surgem os entraves ou as dificuldades da implantação do

famigerado plano. Fatores como um processo de avaliação de desempenho falho, uma análise

de custo não precisa, entre outros “aspectos intrínsecos, rastreados, de custos e de

atendimento das expectativas das pessoas e das empresas onde estes profissionais trabalham.”,

enaltece Oliveira (2009, p. 75).

O serviço público traz consigo a possibilidade da realização do plano de carreira

fixado por lei e dentre isso respeitada as dotações orçamentárias do respectivo âmbito público,

seja ele federal, estadual ou municipal. A Lei Federal 8.112, de 11 de dezembro de 1990, com

alterações subseqüentes, evidencia o regime jurídico dos servidores públicos do âmbito

federal e, por conseguinte, em seu teor, traz a criação dos respectivos planos de carreiras nos

demais patamares do serviço público. Quanto à existência do plano de carreira faz-se por

necessário quanto à motivação dos seus funcionários a trabalharem em prol ao seu

desenvolvimento e, obviamente, aos préstimos às pessoas que necessitam desses trabalhos.

Realizada uma análise quanto a existência do plano de carreira, foi questionado a

servidores públicos se conheciam o seu plano de carreira e se era “Genérico” ou “Específico”,

respectivamente, um de âmbito mais amplo a ponto de abordar toda a municipalidade, o

estado ou a união e para uma classe de servidores, como por exemplo, os da Secretaria de

Saúde ou de Educação, entre outros.

Assim analisamos o fato de que 28% do total de servidores pesquisados possuem um

plano de carreira específico e cerca de 72% alocam- se no plano de carreira genérico ou não

possuem um específico.

Page 15: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

14

28,0%

72,0%

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

ESPECÍFICO GENÉRICO

Gráfico 1: Plano de Carreira: Específico ou Genérico, Barretos/SP, 2009. Por: Rafael Favarin Giaculli Pimentel

A existência dos planos de carreiras específicos vem da premissa de “amenizar

discrepância e prover isonomia, identidade e reconhecimento à carreira (...)” como a

Confederação Nacional dos Trabalhadores expressaram no artigo “A carreira profissional dos

educadores no contexto do piso.”. (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação -

CNTE)

Page 16: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

15

3 O SERVIÇO PÚBLICO

O serviço público, propriamente dito, é o serviço que a administração presta à

comunidade, por reconhecer que sua utilização é uma necessidade coletiva e perene. Outra

maneira de prestação de serviço à coletividade são a de seus delegados que, regidos por

normas e controles estatais, trabalha para satisfazer necessidades essências ou secundárias.

(MEIRELLES, 2001).

Meirelles (2001, p. 319) ainda acrescenta que:

(...) criados os serviços públicos municipais, surge, como decorrência natural, a exigência do elemento humano para executá-los, segundo as normas da Administração e as necessidades dos administrados. Esse elemento humano, recrutado na forma da Lei, é que constitui o pessoal administrativo municipal, integrado pelos servidores municipais.

O pessoal administrativo é formado por pessoas que na forma da lei que rege sobre a

contração de prestadores do serviço público e por se tratar de empregado do governo em

contrapartida perceberá de um salário especificado. Segundo Fidelis (2007), o salário é o

valor fixado no ato da contratação e pago ao trabalhador pelo exercício das suas atividades no

posto de trabalho. Pode ser fixado por mês (mensalista), hora (horista), dia (diarista) ou por

tarefa (tarefeiro).

A remuneração representa a contraprestação do serviço do trabalhador além do salário

fixo contratual, ou seja, é uma parte variável do vencimento fixo ou padronizado do

funcionário público. Ainda determina que os vencimentos são parcelas relacionadas ao

salário, devido no mês em referência, e os adicionais que integram a remuneração do

trabalhador, como adiantamento salarial, salário contratual e/ou descanso semanal

remunerado.

“O cargo, quando é bem definido, facilita a atribuição de valor, pois conforme sua

característica, a experiência do mercado de trabalho e o salário para contratação.”. (FIDELIS,

2007).

Fidelis (2007, p. 51) entende que é definido como incumbência, responsabilidade

exercida por um indivíduo em uma empresa e planejada dentro de critérios e limites do cargo,

na estrutura de autoridade e poder. A nomenclatura do cargo é muito importante para se saber

Page 17: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

16

o alcance de suas responsabilidades e também contribuir para o desenvolvimento de quem o

ocupa. A partir do cargo, exige-se uma função, que Ribeiro (2006, p. 278) explica quando cita

que “função é o conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades atribuíveis.”.

Diante disso, temos que o serviço público é composto pelos servidores públicos, a

remuneração e seus compostos (salário e benefícios), o cargo e a função que são fatores

dependentes da prestação de serviço no âmbito público.

O sistema que corresponde ao plano de cargos, salários e remuneração é conhecido

como o de remuneração funcional, sistema este que sobressai à rigidez na hierarquia e

burocracia. Assim Lacombe (2005, p. 159) comenta que o sistema de remuneração funcional

“pode ser útil para a administração pública e para grandes empresas burocratizadas que

precisam priorizar a disciplina e a hierarquia.”.

3.1 Burocracia

Acerca deste tema, é notável que a burocracia de Weber não seja tão efetiva, visto que

a cada dia perde o dinamismo e se afunda em papéis que em uma semana não passam de

sujeira acumulada em um determinado local. Ribeiro (2006, p. 86) escreve que “Max Weber é

considerado o Pai da Teoria Burocrática, cujo sentido não é aquele atribuído pejorativamente

pela sociedade, mas o de efetivamente atender à organização formal dentro de padrões de

racionalidade e eficiência.”.

Para tanto Ribeiro (2006, p. 89) acrescenta que a “exacerbada racionalidade, a omissão

das pessoas que participavam da organização e os próprios dilemas inerentes à doutrina, já

apontados por Weber, constituem até hoje problemas sem solução.”.

Page 18: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

17

Algumas vantagens e desvantagens da Burocracia

Vantagens Desvantagens

- maior eficiência;

- atendimento padronizado;

- divisão do trabalho;

- impessoalidade no relacionamento;

- hierarquização da autoridade;

- regra no procedimento;

- mérito;

- especialização na administração; e

- previsibilidade no funcionamento.

- ineficiência;

- excesso do formalismo;

- excesso de documentos (papéis/arquivos)

- despersonalização do relacionamento;

- decisões mais padronizadas;

- inchamento do quadro profissional;

- alto grau de conformismo; e

- atendimento ao público precário.

Quadro 1 – Vantagens e Desvantagens da Burocracia. Fonte: RIBEIRO (2006, p. 91)

Ao ponto que evidenciado as vantagens e desvantagens da burocracia conforme o

Quadro 1 exibindo a relação do que era proposto por Weber que Motta e Vasconcelos (2005,

p. 138) entendem que “a burocracia é um sistema que busca organizar, de forma estável e

duradoura, a cooperação de um grande número de indivíduos, cada qual detendo uma função

especializada.”.

O sistema burocrático proposto por Weber traz consigo uma prática constante para

entrar em consonância com toda a organização sendo que cada funcionário teria um papel

específico trazendo assim responsabilidade única para àquele que executa determinada tarefa.

Motta e Vasconcelos (2005, p. 139) garantem que na estrutura burocrática o recrutamento é

realizado por regras previamente estabelecidas e garante a igualdade para o ato de

contratação, além da hierarquia definida. Outra de suas características é a remuneração igual

para o exercício de cargos e funções semelhantes e a “promoção e o avanço na carreira devem

ser regulados por normas e devem se basear em critérios objetivos e não em favoritismos ou

relações pessoais.” (MOTTA E VASCONCELOS, 2005).

3.2 Teorias X e Y de Douglas McGregor

Os estudos da relação humana e de quanto são efetivas dentro das organizações traz a

necessidade de se intensificar estudos sobre esse fator. As pessoas possuem parte integrante e

Page 19: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

18

de grande participação das atividades da organização e ao analisar isso, Motta e Vasconcelos

(2005, p. 77) traz os Pressupostos da Teoria X e Y de Douglas McGregor onde o Quadro 2

demonstra seus pressupostos básicos:

Teorias X e Y de Douglas McGregor

Teoria X Teoria Y

- As pessoas são preguiçosas e indolentes;

- As pessoas tendem a evitar o trabalho;

- As pessoas evitam a responsabilidade, a fim de se

sentirem mais seguras; e

- As pessoas são ingênuas e sem iniciativa.

- As pessoas gostam do trabalho que exercem e são

esforçadas e dedicadas;

- As pessoas consideram o trabalho como algo natural

a ser realizado;

- As pessoas podem se controlar e assumir

responsabilidades; e

- As pessoas são criativas e competentes.

Quadro 2. Teorias X e Y de Douglas McGregor. Fonte: MATTOS E VASCONCELOS (2005, p. 77).

Segundo Mattos e Vasconcelos (2005, p. 75) McGregor “retomou alguns argumentos

de Maslow para explicar seu modelo, no qual ele relaciona os conceitos de motivação e

liderança.” e, a partir da Teoria Y, surgiram novas propostas no sentido de redesenhar as

tarefas e os processos de trabalho, permitindo-os uma maior descentralização da autoridade e

concessão de autonomia aos indivíduos. (MATTOS E VASCONCELOS, 2005)

Os funcionários que estão satisfeitos com suas funções, local de trabalho e equipe de

trabalho não traz consigo essa mácula que norteia os exemplos da Teoria X ocupando a fatia

da Teoria Y que evidencia funcionários motivados a render o que a organização espera.

Page 20: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

19

4 O SERVIÇO PRIVADO

O serviço privado possui outras exigências e tem como principal motivo de existência

a lucratividade sendo que os fomentadores de tal fim são as pessoas. Dessa forma requer uma

equipe de trabalho que tenha cunho para trabalhar em prol aos objetivos da organização e os

objetivos pessoais que o cercam.

Fidelis (2007, p. 123) escreve:

A administração de salários dentro de uma organização é imprescindível para que ocorra a justiça em relação aos esforços e aos valores recebidos por estes. Também é relevante levar em consideração o ambiente externo, ou seja, como as concorrentes administram o salário do seu pessoal. A administração de salários compõe-se de um conjunto de normas e procedimentos utilizados para manter a estrutura de salários equitativos na organização que tenham equilíbrio interno (compatibilidade de salários dentro da organização) e externo (compatibilidade com o mercado).

Fidelis (2007, p. 127) comenta que Herzberg salienta que um dos tópicos principais

para decidir sobre um plano de remuneração é o equilíbrio interno e o externo da empresa,

com isso escreve que “salário é um fator higiênico, não motiva, mas se for injusto, causa

insatisfação.”. A ressalva fica expressa quanto a equidade interna e externa da organização,

como os salários frente aos demais cargos da própria organização e os cargos associado ao

mercado de trabalho onde está localizado a empresa. Além de se adaptar ao ambiente externo,

levando-se em consideração todas as contingências que este incide na organização de forma

incisiva, a organização privada também necessita de se adaptar, de forma coerente,

internamente. Seus funcionários necessitam de ser valorizados e motivados a produzir mais e

melhor. Apoiado a isso existem meios mais fáceis se comparado ao serviço público.

Fidelis (2007, p. 122) comenta que “as pessoas trabalham em troca de alguma coisa:

salário, status, poder, entre outras.”. Diante disso, metodologias como o desenvolvimento

para um programa de cargos e salários que possui como missão de prover as empresas

informações e instrumentos que permitam gerenciar, de forma ágil e confiável, a consistência

interna e a competitividade externa de suas práticas de remuneração.

Fidelis (2007, p. 129) ressalta que “os sistemas de remuneração precisam estar

relacionado com o desenvolvimento da empresa, sem permanecerem estáticos como a cultura

organizacional.”. O que se percebe no serviço privado é a facilidade de levantar métodos a

Page 21: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

20

serem utilizados como fatores norteadores para o desenvolvimento do plano, que, por sua vez,

traz maior possibilidade de bons desempenhos e números relevantes ou lucros para a empresa.

O que não prospera no serviço público que dá prioridade a assiduidade, pontualidade,

disciplina e tempo de serviço, além da existência de leis que versam sobre o plano de carreira

dos servidores. No serviço privado o plano segue seus próprios projetos, de acordo com a

situação da empresa e o mercado que está inserida.

Mesmo assim, Vanderlei Silva (2004), explana que o funcionário do serviço privado,

normalmente as pessoas que trabalham em organizações, não tem a idéia clara do que gostam

de fazer, fazem aquilo que aprenderam e com isso se contentam com incentivos financeiros ao

contrário de uma minoria que prevê uma melhora no seu dia-a-dia ou no seu ambiente de

trabalho.

4.1 Motivação na Empresa Moderna

Maslow evidenciou a pirâmide da satisfação e não foi por acaso que o cume é onde

fica o fator relacionado a realização pessoal ou auto-realização.

Marinho e Oliveira (2005, p. 161) escrevem que Vieira quando cita as Teorias de

Maslow, comenta que as necessidades de auto-realização são consideradas as mais elevadas,

pois é o desejo que as pessoas sentem de maximizarem o próprio potencial. A auto-realização

precisa estar presente nos atos da organização pensando sempre em seus funcionários, mas

não apenas como uma meta e sim um objetivo. As atividades voltadas para o capital humano

da organização faz-se por necessário para que a organização se aproprie ao que realmente faz

o diferencial dentro dela. Na empresa moderna, mais especificadamente, no serviço privado

os meios de remunerar, seja ela monetária ou não, são mais amplos se comparado ao serviço

público. Desta forma Lacombe (2005, p. 147) escreve que “ao se fazer uma comparação de

valores pagos, deve considerar a remuneração mais os benefícios não monetários e não apenas

o salários.”.

Alguns outros benefícios podem ser adicionados de acordo com a produtividade.

Diante da remuneração a partir de benefícios Lacombe (2005, p. 147) exalta que “existem os

benefícios proporcionados pelo status, pelo reconhecimento, pelo conforto nas condições de

trabalho e tudo o mais que causa satisfação às pessoas que trabalham na empresa.”.

Page 22: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

21

Salienta que essa necessidade ao ser tratada como objetivo traz a menção que para

conquistar a auto-realização é necessário alcançar os demais estágios e satisfazer os

colaboradores de tal maneira a desempenhar o seu papel da melhor forma.

Page 23: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

22

5 FATORES DO SERVIÇO PÚBLICO VERSUS SETOR PRIVADO

Acentuam-se no serviço público alguns fatores que são presentes no dia a dia. A

flexibilidade na área em questão é praticamente inexistente e que ao ser evidenciada,

exatamente por sua ausência no setor público e tão presente no setor privado. A motivação

que há tantos métodos no serviço privado de serem evidenciado e tão inexeqüível no serviço

público e, por derradeiro, os custos que integram a implantação do plano de carreira que

necessariamente requer um olhar em longo prazo para encarar as promessas feitas para cada

colaborador que evolui em sua função de modo que não dê expectativas.

5.1 Flexibilidade

O modelo engessado do serviço público faz com que o serviço privado se encontre

mais e mais flexível. O poder público que se encontra atrelado às legislações e sob aprovação

do legislativo a qualquer ato é um dos fatores que deixam os passos mais morosos da

administração pública.

No serviço privado acontece o oposto onde não há empecilho, a não ser

administrativo, na mudança do plano, do programa ou prática de desenvolvimento da carreira

do profissional.

Para Ceccon (2006, p. 69) temos:

o modelo burocrático, pesado, conservador, oneroso, lento, agigantado, adotado pela Administração Pública demonstra completo esgotamento, confirmando-se incapaz de atender às necessidades do mundo contemporâneo, caracterizado por rápidas, intensas e sucessivas transformações e pela exigência de criatividade, rapidez, flexibilidade e capacidade de inovação nas decisões dos governantes. Foi exatamente nesta época que o Congresso Nacional recebeu a proposta de Reforma Administrativa. Seu objetivo central foi o de transformar a forma de organização e gestão, de burocrática para a empreendedora ou gerencial.

No que tange a evolução funcional ou gerencial do servidor público, é possível a

existência de promoções por assiduidade e pontualidade, ou seja, nasce nesse sentido a

Page 24: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

23

possibilidade de criarem-se os meios pelo quais se dará a promoção dentro do serviço público

municipal. Ao analisar a organização pública nos tempos mais modernos Ceccon (2006, p.

112) visa que:

(...) pontualidade e assiduidade são obrigações morais de qualquer servidor para com seu empregador, estes fatores foram incluídos por dois motivos: o primeiro se refere ao fato de que, na maioria das organizações públicas, existe um controle, o que facilita a sua mensuração no momento da avaliação do indivíduo; o segundo, por que estes fatores representam um traço indispensável ao desempenho de determinados cargos.

A possibilidade de mensuração desse dado deu aos empregadores maior facilidade

para proceder com a evolução ou progressão do funcionário, além de evidenciar o índice de

interesse por parte do servidor ao que se refere às suas funções.

5.2 Motivação

Segundo Chiavenato (2006, p. 144), motivação refere-se às forças dentro de cada

pessoa que a conduzem a um determinado comportamento.

O fator motivacional é o tema mais discutido nas Organizações. Abraham Maslow

através de seus estudos sintetizou em sua Hierarquia de Necessidade (Pirâmide de Maslow), a

saber, necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de auto-realização, já

Chiavenato (2003, p. 118) evidencia que ao longo de sua vida, o homem evolui por três níveis

ou estágios de motivação e que correspondem a três níveis ou estágios de motivação que são

as necessidades fisiológicas, psicológicas e de auto-realização. Em movimento contrário à

Teoria Clássica da Administração, as experiências de Hawthorne, desenvolvidas por Elton

Mayo (CHIAVENATO, 2003).

Chiavenato (2003) ainda escreve acerca desse assunto, Maslow idealizou uma

pirâmide que representa as necessidades em sequência, aponta uma caminhada em direção ao

topo e ao mesmo tempo, mostra no tamanho da área de cada necessidade a importância e a

dificuldade de se alcançar o ápice da pirâmide. Para ele a motivação estaria ligada a busca da

Page 25: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

24

satisfação das necessidades e acrescenta que só seria motivadora uma necessidade que não foi

satisfeita.

Chiavenato (2003, p. 41) ressalta que para Maslow a pirâmide deve ser vista na

totalidade e de maneira dinâmica, e não pode ser analisada em partes isoladas.

Quadro 3. Pirâmide das Necessidades de Maslow. Fonte: FIDELIS (2007, p. 39).

Ao observar o Quadro 3 evidenciando os fatores motivacionais descritos por Maslow e

analisado por Chiavenato, a consonância desses fatores corroboram para a melhoria do

ambiente de trabalho e da eficiência do funcionário. Fidelis (2007, p. 127) avalia que o valor

aplicado ao esforço produzido pelo homem no posto de trabalho vinha sendo objeto de

estudos, pois uma variedade de incentivos financeiros, além do salário, não despertava a

motivação necessária para atingir metas estabelecidas pela empresa. Contudo Bergamini

(1994, p. 76) comenta que se o trabalho passa a ser visto somente como fonte de dinheiro e

nunca como fonte de satisfação, então os patrões ignorarão totalmente outras necessidades

humanas no trabalho.

Dentro dessa ótica de Fidelis (2007, p. 128), percebe-se que não resulta em

produtividade o cargo que possui maiores vantagens financeiras, mas os funcionários

precisam ser remunerados pela sua disposição em contribuir com o sucesso da organização,

através dos seus conhecimentos, habilidades, competências e comportamentos no ambiente de

trabalho.

Page 26: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

25

Para evidenciar um pouco do que é a motivação no serviço público foi proposto um

questionário para servidores públicos responderam entre “ambiente de trabalho”,

“remuneração”, “suas funções” e “apenas para adquirir experiência” quais fatores mais os

motivariam a desempenhar suas funções de forma a se desenvolverem. O gráfico explícito

abaixo traz consigo o fator “remuneração” com 63% da totalidade evidenciando a necessidade

do servidor que nem sempre percebe dos valores que realmente merece.

20,0%

63,0%

17,0% 00,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

Ambiente de trabalho Remuneração

Suas funções Apenas para adquirir experiência

Gráfico 2: O que mais motiva o servidor público a desempenhar suas funções, Barretos/SP, 2009. Por: Rafael Favarin Giaculli Pimentel

Ainda é possível notar alguns fatores que tiveram espaço na pesquisa como o

“ambiente de trabalho” e as “suas funções” que no caso tiveram 20% e 17%, respectivamente.

O fator “apenas para adquirir experiência” que poderia ter sido um lado explorado no tocante

de conquistar experiências no serviço público e posteriormente ingressar no serviço privado

nem se quer foi notado pelos pesquisados e findou a pesquisa com 0%.

A valorização desses funcionários também é um fator importante quanto ao fato de

estar motivado a efetivar seus préstimos diante do serviço público e foi notado, conforme o

Gráfico 3, que cerca de 75% não se sentem valorizados e 25% sentem essa valorização.

Page 27: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

26

25,0%

75,0%

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

SIM NÃO

Gráfico 3: O quão valorizado se sente o servidor público, Barretos/SP, 2009. Por: Rafael Favarin Giaculli Pimentel

Essa falta de valorização gerada pela falta de comprometimento do servidor que se

deparou com maior morosidade, pequena variabilidade de tarefas e rotineiro acaba gerando a

falta de empenho e, contudo, esses 75% sem encontram sem reconhecimento algum.

Ao passo que o serviço público, por possuírem esse estigma em que o serviço “não

anda” e/ou de as coisas não acontecer, fica a prerrogativa de que os servidores não exercem

suas funções como proposto e, quando ocorrem, não passa da obrigação das funções inerentes

ao seu cargo o que resulta em certa insatisfação no sentido da valorização de cada servidor.

Finalmente o objetivo do Plano de Cargos, Salários e Remuneração não necessita de

visar apenas melhorias financeiras de cada colaborador ou servidor, mas sim buscar melhores

condições de trabalho, fazer com que cada um encontre autovalorização e orgulho da função

que exerce, o que ocorre no serviço público são as características do plano utilizado como o

sistema de remuneração funcional, o mais utilizado entre os sistemas de remuneração, tanto

que Lacombe (2005, p. 159) salienta que “esse sistema também não tende a promover a

motivação nem grandes esforços para a obtenção de resultados. Em alguns casos, pode

dificultar mudanças na estrutura e na cultura empresarial.”.

5.3 Custos dos Sistemas de Remuneração

Page 28: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

27

O custo da remuneração deve sempre ser levado em consideração. Lacombe (2005, p.

147) comenta que “no custo do sistema de remuneração é preciso considerar não só o que se

paga e os benefícios concedidos, mas também o custo de administração do sistema, que não

deve ser excessivamente complicado.”.

O sistema realizado pela organização deve ser conciso com o meio em que realiza suas

atividades e o desempenho da organização de forma que o colaborador não se torne um

funcionário insatisfeito e na realidade “sistemas eficazes de remuneração não precisam ser

caros.”. (LACOMBE, 2005).

Lacombe (2005, p. 147) diz que as empresas “podem-se se tornar as remunerações

mais eficazes maximizando as compensações não econômicas que as pessoas recebem pelo

trabalho.”. De forma que proporcionar um ambiente caracterizado para a melhoria do

desempenho das funções.

Diante do exposto enaltece-se o alto grau de encargos sociais que toda empresa, seja

ela do ramo público ou privado, deve arcar para manter um funcionário ativo. Desde plano de

previdência, fundo de garantia (FGTS), férias, abonos, 13º salário, entre outros, oneram a

empresa a cada passo dado pelo funcionário em um plano de remuneração monetário, sendo

esses benefícios obrigatórios, mas proporcionais ao salário do colaborador. Dessa forma, a

possibilidade de oferecer ao colaborador uma remuneração por benefícios não monetários

podem incidir em uma baixa nos custos de remuneração e respaldá-lo com melhorias no local

do trabalho, tanto com conforto quanto com segurança, creches para os filhos, etc. não

deixando de lado os benefícios que são obrigatórios. Assim Lacombe (2005, p. 148) comenta

que “se o benefício é obrigatório por lei, deve ser encarado como encargo social.”.

Page 29: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

28

6 TIPOS DE PLANO DE CARREIRA

Os tipos de planos de carreira, também podem ser compreendidos como planos de

remuneração e antes mesmo de entrar nos métodos de remuneração Ceccon comenta que:

o plano de cargos deve ser resultado da política de recursos humanos, refletindo o pressuposto básico de que o investimento no desenvolvimento dos processos de trabalho é condição para a produção dos serviços públicos necessários nas quantidades e qualidades almejadas e programadas. (CECCON, 2006, p. 103).

Também denominado como plano de carreira, os planos podem ser efetivos sendo eles

um plano fixado por lei, normalmente utilizado no serviço público, e os planos fixados pela

contraprestação de serviços por excelência, habilidades e desempenho, normalmente no

serviço privado.

Acentua-se normalmente o plano de carreira em uma empresa privada, onde ele se

torna usual e necessário para o crescimento de cada funcionário. Já no serviço público

encontramos entraves para a efetivação do plano que mesmo assegurado por lei, nem sempre

é efetivo, também evidencia uma sobrevalorização morosa do funcionário e além dos

dispositivos serem retrógrados, o alto custo assola o plano de carreira do setor. Assim salienta

Lacombe (2005, p. 160) quando critica o meio burocratizado do serviço público com um

sistema de remuneração funcional ao escrever que o sistema “pode inibir a criatividade e o

espírito empreendedor (...)”.

Exalta-se outro tipo de plano de carreira, onde um indivíduo se capacita e aprimora em

busca de ascensão profissional, atento ao tema, Oliveira (2009) traz algumas menções com o

único preceito o de “tirar o máximo dos ensinamentos proporcionados pelos cursos diversos”.

Destarte, Oliveira (2009) os enumera desde o início da escolha da possível carreira

profissional até os valores como humildade, paciência e inteligência.

Após pesquisa realizada em um determinado setor público foi constatado, de acordo

com o Gráfico 4, que mais de 56% dos servidores entendem que o mais correto seria

remunerar por meio do desempenho de cada servidor. Já 23% julgam que pelas habilidades

seria o melhor caminho, ao passo que 19% entendem que o tempo de serviço deve ser o mais

prezado. Assim como hoje em dia o tempo de serviço faz muita diferença no serviço público e

Page 30: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

29

mesmo assim os entrevistados sentiram a necessidade de serem remunerados de outra forma.

Os outros 2% escolheram a opção entusiasmo que não necessariamente necessita de técnica,

conhecimento empírico ou científico do dia-a-dia da organização, mas vê como fator

motivacional o modo de remuneração.

19,0%

56,0%

23,0%2,0%

0,0%10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%

100,0%

Tempo de Serviço Desempenho Habilidades Entusiasmo

Gráfico 4: O fator mais prezado pelo servidor público para aplicar ao Plano de Carreira, Barretos/SP, 2009. Por: Rafael Favarin Giaculli Pimentel

Posto isso é evidente que as organizações privadas encontram-se com um grau de

flexibilidade maior para evidenciar o seu plano de carreira e como motivar seus colaboradores

de forma que o serviço público tem maiores dificuldades para implantar seus efeitos

motivadores e/ou alterar o fator gerador do seu referido plano.

6.1 Modelos Típicos de Plano de Remuneração

Page 31: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

30

Diversos tipos de remuneração podem ser relacionados e cada empresa entende que tal

fator é mais preponderante na hora de remunerar de acordo com que o indivíduo vem

apresentando.

Assim, Lacombe (2005, p. 146) comenta que na escolha do sistema de remuneração, é

preciso considerar as seguintes questões:

1. Quanto se deve pagar a cada um. 2. Que ênfase se deve dar à remuneração financeira em relação ao total das recompensas de trabalho 3. Que ênfase se deve dar à tentativa de diminuir os valores pagos. 4. Se deve ser implantado um sistema de incentivos para obter melhor desempenho e, em caso afirmativo, que tipo de sistema.

Diante desses fatores a serem observados pelo plano de remuneração, encontramos

Lacombe (2005, p. 145) que recomenda que “para conseguir boa eficiência, é necessária uma

boa administração do sistema de remuneração, instrumento indispensável para atrair e reter

bons profissionais e motivá-los a trabalhar em equipe.”.

É notório que os servidores públicos necessitam de outros benefícios que não sejam

pecuniários, sejam eles sobre o desempenho, os bons préstimos, de forma que foi explícito

quatro possíveis escolha onde “creche para os filhos”, “de assistência odontológica”, “seguro-

saúde” e “cesta básica” foram as apontadas pelo público. O Gráfico 5, inquestionavelmente e

atendendo a tendência mundial, demonstra que 72%, está ligado a saúde e traz consigo

diversas peculiaridades inerentes ao tema. Com 55% a menos e totalizando 17%, a introdução

do quesito familiar vem à tona com muita responsabilidade dos pais e mães que são servidores

e atentam para a creche aos seus filhos.

Page 32: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

31

17,0%7,0%

72,0%

4,0%0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Creche para os filhos Assistência Odontológica

Seguro-saúde Cesta básica

Gráfico 5: Preferência dos tipos de benefícios não remunerados pelo servidor público, Barretos/SP, 2009. Por: Rafael Favarin Giaculli Pimentel

Assistência odontológica ocupou o terceiro posto dentre os citados com 7% e a cesta

básica que já é realidade em algumas faixas dos funcionários com 4%.

Para elaboração de um plano de remuneração, alguns tipos de remuneração são os

mais utilizados como o plano de remuneração pelos resultados, por habilidades, por

competência, o sistema misto de remuneração e o de remuneração funcional.

6.1.1 Remuneração pelos resultados

Este sistema vem a partir do que o funcionário vem produzindo quanto a padrões,

metas e objetivos alcançados. Lacombe (2005, p. 160) escreve que “este sistema de

remuneração deve vir acoplado à administração por objetivos, pois as metas e resultados

desejados devem ser consistentes entre si e com a estratégia da empresa.”.

Acerca dos resultados tem-se a serem remunerados a partir dos padrões de

desempenho, que são valores sólidos, mensuráveis, palpáveis e significativos. Seja qual for o

caso o importante é medir o que importa, nem tudo é importante em um processo, mas os

Page 33: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

32

índices, os resultados atingidos, as metas conquistas, o que melhorar e/ou aperfeiçoar,

intensificar os esforços e analisar o que falta para os objetivos. (LACOMBE, 2005).

Prêmios individuais baseados nos resultados, incentivos por equipes, participação nos

lucros e participação acionária são alguns dos implementos que Lacombe relaciona e enaltece

os cuidados com a remuneração variável que não podem ser consideradas salários e educar

seus colaboradores quanto às suas finanças. Lacombe (2005, p. 163) ressalta, ainda, que

“apesar disso, a tendência atual é o aumento do número de empresas que adotam o sistema de

remuneração variável considerando que, se bem administrado, esse sistema proporciona

benefícios maiores que os ônus que acarreta.”.

6.1.2 Remuneração por habilidade

Remunerar de acordo com a habilidade leva em consideração o que o indivíduo tem de

característica e utiliza tal aptidão em prol da empresa. Para cobrar a este ponto de cada

funcionário é necessário que seja feito uma espécie de crivo ou peneira para certificar que os

responsáveis de devida incumbência sejam capazes de satisfazer as necessidades da empresa.

Lacombe (2005, p. 164) escreve que “cada empregado é testado nas habilidades requeridas e é

certificado de que é capaz de executá-las. A remuneração é determinada em função das

habilidades certificados e aumenta com a sua ampliação.”.

Tohmatsu (2002) acrescenta que a remuneração por habilidades é “mais adequado

para posições operacionais.”. A idéia de Tohmatsu em salientar que é mais adequado vem a

partir de que essas habilidades podem ser aprimoradas e mensuradas de forma mais clara.

Assim, Tohmatsu (2002) escreve que “as habilidades podem ser definidas, avaliadas,

passíveis de treinamento e certificadas.”.

6.1.3 Remuneração por competência

Esse tipo de remuneração dá maior valor aos conhecimentos da pessoa, às qualidades,

de forma que o capital humano é muito mais valorizado dentro da organização. “Em

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33

princípio, por esse sistema, quanto maior o conhecimento útil para a empresa maior deve ser a

remuneração, desde que esse conhecimento seja comprovado.” (LACOMBE, 2005, p. 164).

Outro importante fator é quanto esse capital humano faz com que os produtos/serviços

tenham uma nova tendência, que satisfaça e surpreenda seus clientes, dessa forma, Lacombe

(2005, p. 164) transcreve que “as que são mais importantes para as vantagens competitivas da

empresa devem ser mais valorizadas que as demais, pois são as que agregam valor percebido

pelos clientes.”.

Por se tratar da parte pensante da organização, ou do já mencionado capital humano

Tohmatsu (2002) concorda com a assertiva e escreve quanto o assunto ao salientar que “é

mais adequado para o nível técnico em diante, pois não envolve aspectos de fácil avaliação.”.

6.1.4 Sistemas mistos de remuneração

A busca de um tipo de remuneração estratégica que sane todas as necessidades dos

colaboradores, as metas, a conjuntura econômica e os objetivos da empresa são essenciais

para se comprometer a arcar com as recompensas propostas, tem-se um sistema misto. O

sistema em questão traz consigo estratégias de possibilidade de remunerar de diversas formas,

como um adicional por acrescido pelos resultados obtidos, ou por habilidade respeitando claro

a legalidade e o conjunto de fatores em questão (LACOMBE, 2005, p. 164).

Lacombe (2005, p. 164) acrescenta ao tema quando escreve que “muitas empresas tem

aderido a esse sistema por tornar possível remunerar de acordo com um conjunto de fatores

considerados estratégicos para os resultados da organização.”.

6.1.5 Sistema de remuneração funcional

Normalmente encontrado no serviço público, o sistema de remuneração funcional

premia o serviço prestado, ou se contrapresta o serviço mediante a valores pecuniários. Sendo

o sistema mais antigo é também conhecido como sistema de avaliação por fatores e pontos.

Lacombe (2005, p. 152) versa que o presente sistema “favorece a burocracia e a antiguidade,

o que nem sempre incentiva o esforço pela obtenção dos resultados.”.

Page 35: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

34

Por promover um estilo mais burocrático de gestão e positivar a hierarquia, as

assertivas de Lacombe (2005) subentende-se que o presente sistema não é o mais eficaz e traz

diversos pontos retrógrados em seus procedimentos ao ponto de não favorecer os funcionários

de melhores desempenhos.

Page 36: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

35

7 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

A Avaliação de desempenho é um dos meios para se auferir ou mensurar como está o

processo de desenvolvimento do servidor, o quanto está motivado, com tamanha eficiência e

eficácia vem tratando os assuntos públicos.

Conforme Ceccon, tem-se que:

Avaliação de Desempenho é o instrumento gerencial com o qual se procura medir os resultados alcançados pelo trabalho de um indivíduo, durante um determinado período de tempo e em área específica. Com base em seus resultados, as organizações podem orientar e avaliar seus programas de treinamento e desenvolvimento e dar ao servidor conhecimento dos padrões de desempenho por ela desejados. (CECCON, 2006, p. 107).

Chiavenato (2004, p. 227) comenta que essa avaliação é necessária para que elimine as

incertezas e, concomitantemente, busque concordância entre o gerente e o funcionário de

forma que as trocas de idéias façam fluir com mais intensidade. No dia-a-dia da organização,

gerente e funcionário, precisam estar com o mesmo intuito, os mesmos anseios para

conquistar suas metas.

Chiavenato (2004, p. 227) também salienta que “na realidade, a avaliação do

desempenho deve mostrar ao funcionário o que as pessoas pensam a respeito do seu trabalho e

da sua contribuição à organização e ao cliente.”. Desse modo que o funcionário vai entender

se a maneira que ele preza pela empresa é a forma o qual esperam que ele contribua.

A avaliação de desempenho é, de forma sistêmica, uma das maneiras para abranger as

possíveis evoluções funcionais de forma que os sujeitos que se inter-relacionam como o

indivíduo, o gerente, a equipe de trabalho e quem mais participar da avaliação terá um papel

incisivo diante do resultado a ser apresentado. Chiavenato afirma que:

As organizações utilizam diferentes alternativas a respeito de quem deve avaliar o desempenho do funcionário. As mais democráticas e participativas proporcionam ao próprio funcionário a responsabilidade de auto-avaliar livremente o seu desempenho. Outras organizações atribuem a responsabilidade pela avaliação ao gerente imediato para reforçar a hierarquia. Outras procuram integrar o gerente e o subordinado na avaliação para reduzir a diferença hierárquica. Outras atribuem a avaliação do desempenho à equipe, principalmente, quando estão estruturadas em equipes auto-suficientes e autogeridas. Outras ainda adotam um processo circular de

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36

360° na avaliação. Por outro lado, há organizações que centralizam o processo de avaliação em uma comissão central. E há outras em que o órgão de ARH centraliza e monopoliza totalmente o processo de avaliação. CHIAVENATO (2004, p. 227).

Cada formato de avaliação exaltado por Chiavenato são de utilização das

organizações, visto que, cada uma evidencia o tipo de gestão. As avaliações que querem

prezar para melhor entendimento da hierarquia, para evidenciar essa estrutura vertical, realiza-

se uma avaliação do gerente imediato e as que querem eliminar esse degrau de diferença entre

os funcionários propõe-se que utilize a auto-avaliação.

Na relação entre o funcionário e o gerente para a avaliação, tem-se que o “gerente

funciona como o elemento de guia e orientação, enquanto o funcionário avalia o seu

desempenho em função da retração fornecida pelo gerente.” (CHIAVENATO, 2004) dessa

forma a avaliação quer aproximar mais esses indivíduos de forma que a retroação cause ao

funcionário o sentido de entender qual passo foi errado, qual deve ser melhorado e qual a ser

congratulado.

A equipe de trabalho que avalia o seu desempenho é responsabilidade por avaliar cada

um de seus membros e evidenciar quais as práticas a serem adotadas para sua melhoria

(CHIAVENATO, 2004).

Para firmar o assunto e conquistar mais informações quanto ao tema foi questionado a

um grupo de servidores públicos sobre quão é importante a avaliação de desempenho e se

para o plano de carreira proposto em seu órgão público ele serve para seu desenvolvimento.

Ao serem questionados sobre o tema, 48% dos entrevistados disseram que a avaliação de

desempenho é sim fator preponderante para o seu desenvolvimento, outros 46% disseram que

não faz muita diferença e 6% não sabem responder sobre o tema.

Page 38: A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALRIOS E REMUNERAO NO SERVIO PBLICO

37

48%

46%

6%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

SIM NÃO NÃO SEI

Gráfico 6: Servidores que entendem que o seu crescimento é através da Avaliação de Desempenho, Barretos/SP, 2009. Por: Rafael Favarin Giaculli Pimentel

Evidencia-se a desorganização e a falta de consciência quanto o que representa a

avaliação de desempenho no serviço público e como é tratado em seus respectivos locais de

trabalho.

Ainda os entrevistados ao relacionarem o tempo de serviço como fator preponderante

para seu crescimento dentro do serviço público, como explícito no Gráfico 7, 63% dos

servidores assinalaram que entendem o tempo de serviço como o que realmente importa na

atual conjuntura para seu crescimento. Outros 32% entendem que não necessariamente é o

mais valioso e integram essa fatia de opiniões e, ainda, 5% não sabem realmente se é ou não o

fator que mais interessa nessa progressão.

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63,0%

32,0%

5,0%

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

SIM NÃO NÃO SEI

Gráfico 7: Servidores que entendem que o seu crescimento é através do Tempo de Serviço, Barretos/SP,2009. Por: Rafael Favarin Giaculli Pimentel

Fato este que em conjunto com o Gráfico 6 demonstra a falta de consciência do fator

gerador da progressão da sede pública em questão que vê sua avaliação de desempenho como

preparatório para identificar o servidor como estável e que, após o período de três anos cai na

falta de maneiras de avaliações quanto o seu desempenho e a única alternativa para a

progressão se assenta sobre o tempo de serviço. Alguns servidores crêem que sua progressão

dependem dessa avaliação de desempenho inicial outros entendem que ela não exerce o seu

verdadeiro papel o que gera essa incerteza do real motivador de suas progressões.

Ainda sobre a avaliação de desempenho percebe-se que deve apresentar resultados

sistemáticos do desempenho do funcionário de forma que os resultados, o desempenho e

fatores críticos de sucesso, como Chiavenato (2004, p. 222) escreve que “muitas empresas

desenvolvem vários sistemas de avaliação para acompanhar resultados financeiros, custos de

produção, quantidade e qualidade dos bens produzidos, desempenho individual dos

funcionários e satisfação dos clientes.”.

A partir deste evento pode-se traçar um sistema de remuneração de forma que os

servidores tenham suas recompensas compatíveis com seus resultados, de maneira que

Lacombe (2005, p. 160) escreve que remunerar seus servidores pelo seu desempenho

“consiste em pagar as pessoas em função de padrões, metas e objetivos. Este sistema de

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remuneração deve vir acoplado à administração por objetivos, pois as metas e resultados

desejados devem ser consistentes entre si e com a estratégia da empresa.”.

7.1 Métodos de Avaliação de Desempenho

Segundo Ribeiro (2006, p. 280) acentua quatro métodos de avaliação, sendo eles, os

mais conhecidos, como por exemplo, o método do Ordenamento ou Escalonamento, dos

Graus Predeterminados, dos Pontos e de Comparação de Fatores. Já Fidelis (2007, p. 102) diz

que os mais comuns utilizados pelas organizações são os de Escalas Gráficas, Incidentes

Críticos e o Método de 360 Graus e a Avaliação Participativa por Objetivos.

Ribeiro (2006, p. 284) salienta ainda que na prática moderna, as empresas raramente

utilizam um método isoladamente, preferindo desenvolver métodos mistos, com os quais

procuram combinar as vantagens de cada um deles. Fidelis (2007, p. 105) complementa

Ribeiro quanto explana que os problemas de um sistema de avaliação de desempenho ficam

por conta da subjetividade inserida no processo de julgamento, o avaliador conscientemente

“interfere” em um resultado com a intenção de ajudar ou prejudicar o avaliado, efeito halo; o

avaliador deixa-se levar por uma característica marcante do avaliado, neutralizando as demais,

basear-se em acontecimentos recentes, julgar a pessoa pelos seus últimos anos, levar em conta

características pessoas extra cargo e metodologia utilizada para avaliar.

A atribuição de pontos é criticada por alguns autores, que consideram suas facilidades

e vantagens insuficientes para justificar a transformação da complexidade do desempenho do

servidor em simples números sem significado. (CECCON 2006, p. 110).

O Modelo público mais utilizado fica por conta do desempenho para cumprimento de

estágio Probatório, que Ceccon salienta:

Que o objetivo é fazer o acompanhamento efetivo do desempenho do servidor durante três anos, estabelecidos pela Constituição Federal como o tempo necessário para que demonstre aptidão para desempenhar o cargo que ocupa, e para que a Administração confirme ou não sua permanência no quadro de pessoal. (CECCON 2006, p. 116).

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Para que o funcionário se fixe ou confirme sua permanência no quadro de pessoal do

serviço público o mesmo passa por três anos em avaliações periódicas que se encerram ao

término desse período.

7.1.1 Escalas Gráficas

Baseado na análise de fatores previamente definidos e graduados o método de escalas

gráficas traz consigo uma tabela de dupla entrada: nas linhas estão os fatores de avaliação e

nas colunas estão os graus de avaliação de desempenho (CHIAVENATO 2004, p.230).

Como exemplo, Chiavenato (2004, p. 231) elenca alguns prós e contras: como

vantagem a facilidade de planejamento e de construção do instrumento de avaliação

proporciona fácil retroação de dados ao avaliado, entre outros. A desvantagem fica acerca da

superficialidade e subjetividade na avaliação, além de pecar pela categorização e

homogeneização das características individuais.

7.1.2 Escolha Forçada

Através de frases prontas, o avaliador devia escolher cada uma. Mesmo que idéia era

eliminar a superficialidade, a generalização e a subjetividade surge este método

(CHIAVENATO 2004, p. 232).

“Cada bloco é composto de duas, quatro ou mais frases. O avaliador deve escolher

forçosamente apenas uma ou duas frases em cada bloco que mais se aplicam ao desempenho

do funcionário avaliado.” (CHIAVENATO 2004, p. 232).

Chiavenato (2004, p. 232) salienta como vantagens do método de escolha forçada o

fim da influência pessoal do avaliador e evita o efeito de generalização na avaliação. Como

desvantagens, o estudo não traz consigo a retroação de dados, nem permite comparações e

nenhuma participação ativa do avaliado.

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7.1.3 Pesquisa de Campo

Sendo este um dos métodos que traz mais informações inerentes ao que se propõe e

como Chiavenato (2004, p. 232) comenta “é um dos métodos mais completos de avaliação de

desempenho.”.

A Pesquisa de Campo “requer entrevistas entre um especialista em avaliação com os

gerentes para, em conjunto, avaliarem o desempenho dos respectivos funcionários.”

(CHIAVENATO 2004, p. 232).

Para se chegar às respostas, o método propõe quatro etapas que Chiavenato (2004, p.

233) evidencia da seguinte forma: “entrevista de avaliação inicial, entrevista de análise

complementar, planejamento das providências e acompanhamento posterior dos resultados.”.

Como prós e contras Chiavenato (2004, p. 234) enumera os prós de forma “envolve

responsabilidade de linha e função de staff na avaliação do desempenho, permite

planejamento de ações para o futuro, enfatiza a melhoria do desempenho e o alcance de

resultados” e como contras o autor traz “custo operacional elevado por exigir a assessoria de

especialista, processo de avaliação lento e demorado e pouca participação do avaliado, tanto

na avaliação como nas providências.”.

7.1.4 Métodos dos Incidentes Críticos

O método em questão analisa incidente ou situações extremas. Chiavenato (2004, p.

234) escreve que “é um método tradicional de avaliação do desempenho simples e que se

baseia nas características extremas (incidentes críticos) que representam desempenhos

altamente positivos (sucesso) ou altamente negativos (fracassos).”.

O método não tem muita preocupação com o desempenho normal, mas com o que é

‘além’ e ‘aquém’ do desempenho de seus trabalhos, assim Chiavenato (2004, p. 234) comenta

que o método “aproxima-se da técnica de administração por exceções utilizada por Taylor, no

início do século XX. Cada fator de avaliação do desempenho é transformado em incidentes

críticos ou excepcionais, para avaliar pontos fortes e fracos de cada funcionário.”.

Assim como todos os demais métodos, este também possui suas características contras

e a favor. Chiavenato (2004, p. 235) salienta como prós que a avaliação do desempenho pelos

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incidentes críticos que “avalia o desempenho excepcionalmente bom e excepcionalmente

ruim, enfatiza os aspectos excepcionais do desempenho. As exceções positivas devem ser

realçadas e melhor aplicadas, enquanto as exceções negativas devem ser eliminadas ou

corrigidas e método de fácil montagem e fácil utilização.”.

7.2 Remuneração por Competências

A remuneração, composta por salário, benefícios, incentivos e outras recompensas

organizacionais (FIDELIS, 2007) é o resultado da avaliação de desempenho.

Para se corresponder a remuneração correta aos cargos que fazem jus a receber sua

remuneração, implica em alguns instrumentos de avaliação de desempenho padronizados,

porém quanto à forma. O seu conteúdo deve ser desenvolvido e adaptado de acordo com o

cargo e com a empresa, assim como os critérios de avaliação. (FIDELIS, 2007)

Fidelis (2007, p. 118) ainda acrescenta que para se chegar às faixas salariais, é

necessário que os cargos sejam descritos, analisando e classificados conforme a hierarquia da

empresa. Ribeiro (2006, p. 275) versa que para definir salários a serem pagos é preciso avaliar

os cargos, para estabelecer a importância absoluta e relativa na organização levando em

consideração a remuneração praticada no mercado. E, além da equidade salarial entre a

remuneração dos concorrentes e a que a empresa opera, há também algumas classes que

possuem um piso salarial e que necessariamente, por meio de convenções e acordos sindicais

o determinaram. (FIDELIS, 2007).

O ideal para a remunerar seria contraprestar o serviço de acordo com seus

conhecimentos, a partir disso, a pesquisa realizada traz consigo que 83% dos servidores

públicos não possuem uma qualificação profissional e o seu trabalho praticamente é adquirido

empiricamente. O número discrepante de 17% que possuem essa qualificação profissional tem

a sua disposição cursos a longa distância ou possuem uma determinada data no calendário

para receber de palestras explicativas.

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17,0%

83,0%

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

SIM NÃO

Gráfico 8: Servidores que possuem programa de qualificação profissional, Barretos/SP, 2009. Por: Rafael Favarin Giaculli Pimentel

Outro fato importante ressaltar que no ambiente estudado é a falta de discriminação de

atividades de que cada cargo deveria ter e sem essas competências efetivas a evasão de

informações e a falta delas tornam ineficazes a remuneração por competências.

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8 METODOLOGIA

A análise evidenciou as dificuldades da implantação do Plano de Cargos, Salários e

Remuneração em uma Instituição Pública. Onde foi levantado fatores que determinam os

critérios utilizados para a promoção e progressão de cargos além da relação do serviço

público e algumas características implícitas no setor, como a burocracia, a falta de

flexibilidade e a motivação.

Com pesquisas bibliográficas que foram realizadas em livros, revistas, Internet, testes,

monografias e periódicos, nortearam o presente trabalho para fundamentar toda a análise

exposta.

A partir de pesquisa descritiva, onde se exalta características oriundas de um grupo de

servidores do serviço público, tem-se que fatores que aparentemente simples são

imprescindíveis para o melhor desempenho de suas funções. A pesquisa conta com 100

questionários aplicados a servidores de uma organização pública, dentre os mais experientes e

mais novos, através da coleta de dados por meio de questionário.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho diário, a rotina, o dia-a-dia moroso e burocrático não agrada ninguém a

trabalhar em um ambiente estagnado e sem muitas emoções. O plano de cargos, salários e

remuneração foi criado para dar possibilidade ao funcionário conquistar uma progressão de

suas funções e conforme seu desempenho ser agraciado com suas evoluções.

Acerca dessas assertivas o plano de cargos, salários e remuneração não é uma simples

implantação, sendo que inferências precedem a implantação do mesmo. As empresas do ramo

privado prezam nas possibilidades de um funcionário galgar patamares a serem superados

para chegar aos cargos mais elevados e há essa possibilidade com apenas uma decisão, uma

escolha e claro, limitando-se a critérios adotados pelo administrador da empresa e o meio o

qual a organização está inserida.

Uma tendência que vem existindo no serviço público é a progressão vertical, onde o

cargo traz consigo diversas subdivisões e assim a carreira sendo ela subdividida em classes

traz consigo a possibilidade de uma evolução vertical. Outra maneira do funcionário público

ou servidor público ter evoluções de função ou financeira são as vantagens que seu cargo

possui o local de trabalho e as demais políticas adotadas o regime opera.

A implantação do plano de carreira é uma das formas que o setor público ou privado

tem para segurar o capital humano existente na organização e que motive o funcionário a

trabalhar com o intuito de crescimento dentro das propostas da administração – pública ou

não –.

O tempo de serviço associado aos custos de remunerar e manter um funcionário é uma

das principais vertentes da incapacidade dos administradores manterem as premissas do Plano

de Carreira, portanto, vem se estudando a possibilidade de remunerar com benefícios para que

esses valores não se acumulem diante do montante de encargos e vantagens que se fixam e

perduram pelo tempo de contratação do servidor.

As leis fixadas para serem seguidas no serviço público vêm sendo cada vez mais com

determinação dos cargos de chefia ao ponto que algumas das possíveis vantagens o qual

percebe determinado servidor, esbarra em uma perseguição e até indeferimentos dos pedidos

que lhe são de direito.

Portanto, se financeiramente é o melhor método para remunerar e englobar em um

plano de carreira benevolente, segundo os servidores, para os administradores é sugerido

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propor remunerações com benefícios onde não se tornam incorporáveis ao passo que o

servidor possa alcançar sua ascensão obtendo outros tipos de benefícios.

Baseado em ambas as opiniões tem-se como ideal plano de remuneração sendo ele

variável onde a proposta fica por conta de se ter um método monetário e um de benefícios em

consonância para motivar o servidor a desempenhar suas funções de forma que não fique

insatisfeito, pois a empresa corrobora com sua família na educação, saúde, lazer e etc mas

também não tira as possibilidade do crescimento financeiro que maior poder de compra para

seu colaborador.

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APÊNDICE

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APENDICE A – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE PRÁTICA

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QUESTIONÁRIO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO “A DIFICULDADE PARA IMPLANTAR O PLANO DE CARGOS, SALÁRIOS E

REMUNERAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO.”

realizado em Departamentos do setor público por Rafael Favarin Giaculli Pimentel

aluno da FACULDADE BARRETOS orientado por Marcio Queiroz da Costa

1. Você sabe o que é Plano de Cargos, Salários e Remuneração (Plano de Carreira)? Sim Não

2. O seu setor público possui um Plano de Carreira Específico ou Genérico? Específico Genérico

3. O seu crescimento depende da sua avaliação de desempenho? Sim Não Não sei

4. O seu crescimento depende do seu tempo de serviço? Sim Não Não sei

5. Qual fator você preza como mais importante no Plano de Carreira do serviço público? Tempo de Serviço Desempenho Habilidades Entusiasmo

6. Quais os tipos de benefícios não remunerados você preferiria? Creches para os filhos Assistência odontológica Seguro-saúde Cesta básica

7. O que mais te motiva a trabalhar? Ambiente de trabalho Remuneração Suas funções Apenas para adquirir experiência

8. Acha que precisa ser valorizado? Sim Não

9. Você sabe descrever o seu cargo e suas funções?

Sim Não

10. Onde você trabalha existe algum programa de qualificação profissional? Sim Não