a diferença das umbandas

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  • 7/24/2019 A Diferena Das Umbandas

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    ENTENDENDO "AS UMBANDAS"

    UMBANDA TRADICIONAL

    - Oriunda de Zlio Fernandino de Moraes

    UMBANDA BRANCA OU DE MESA- Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, no encontramos elementos Africanos - Orixs -,

    nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilizao de elementos como atabaques, fumo,

    imagens e bebidas. Essa linha doutrinria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos,

    pretos-velhos e crianas. Tambm podemos encontrar a utilizao de livros espritas como

    fonte doutrinria;

    UMBANDA OMOLOK

    - Trazida da frica pelo Tat Tancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o

    culto dos Orixs e o trabalho direcionado dos Guias.

    UMBANDA TRAADA

    - Onde existe uma diferenciao entre Umbanda e Candombl, mas o mesmo sacerdote ora

    vira para a Umbanda, ora vira para o candombl em sesses diferenciadas. No feito tudo ao

    mesmo tempo. As sesses so feitas em dias e horrios diferentes.

    UMBANDA ESOTRICA

    - diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W.

    da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de

    leis divinas"

    UMBANDA INICITICA- derivada da Umbanda Esotrica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de

    Sntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde h a busca de uma convergncia

    doutrinria (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergncia e Sntese.

    Existe uma grande influncia Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e

    utilizao do snscrito.

    UMBANDA SAGRADA

    A Umbanda praticada e difundida por Rubens Saraceni que objetiva a fundamentao de

    muitos conceitos usados na Umbanda.

    COMIDA RITUAL E COZINHA DE SANTO

    Comida ritual, nas religies consideradas afro brasileiras, so as comidas especficas de cada

    Orix, cujo preparo requer um verdadeiro ritual. Esses alimentos depois de prontos so

    oferecidos aos Orixs acompanhados de rezas e cantigas. Durante a festa ou no final, em

    grande parte so distribudas para todos os presentes. So chamadas comida de ax, pois

    acredita-se que o Orix aceitou a oferenda e impregnou de ax as mesmas.

    A Iyabass a pessoa responsvel por cumprir esse ritual. Existem Orixs que no aceitam

    comidas com azeite de dend, outros no aceitam mel, outros no aceitam sal, outros no

    aceitam camaro, etc... A Iyabass precisa saber exatamente como se prepara cada umadessas comidas, para que elas sejam aceitas pelos Orixs respectivos.

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    A cozinha de santo nas Naes de Keto, Jje, Angola, Nag, Ioruba , Bantus, etc , inclusive no

    Omoloc quando puxado para uma das outras Naes, bem diferente das cozinhas profanas,

    onde se prepara os alimentos do homem em geral.

    H uma srie inteira de preceitos do ritual que se h que obedecer. Os utenslios no so iguais

    aos da cozinha comum. Por essa razo traaremos um plano de organizao, colocando em

    seqncia as coisas que precisam ser observadas para que tenhamos ordem e gozemos das

    simpatias e estima constante, de todos os ORIXS para os quais preparamos os alimentos, as

    OBRIGAES.

    Via de regra, a Cozinha de Santo tem os seguintes petrechos , os seguintes utenslios:

    1. MESA OU BANCA onde se colocam os fogareiros carvo, se na casa no existe ou no tem

    FOGO DE LENHA. Como medida de precauo e at mesmo de maior higiene a mesamodesta, ou banca, deve ser forrada de folha de Flandres (ou folha de alumnio) que evitar

    seja a madeira queimada pela quentura dos fogareiros e/ou pelas brazinhas que escapam pela

    grelha; ela pode ser um pouco comprida para comportar a, ao lado, um grande alguidar ou

    bacia, onde se procede a lavagem dos utenslios, panelas e loua.

    2. FOGAREIRO (ou vrios) conforme a necessidade, de ferro, para carvo vegetal. So

    facilmente encontrados em lojas de ferragens, principalmente nos bairros mais modestos.

    3. PANELAS DE BARRO, vidradas ou simples, ou ento de ferro. Ns preferimos as de barro,

    como nos tempos passados.

    4. AS COLHERES so de pau, de variados tipos. RALOS para coco so de folha. URUPEMA

    (peneira) de taquara a encontramos em casas especializadas, o COADOR deve ser de folha.

    5. MQUINA DE MOER CARNE. Atualmente j no se encontra PEDRA DE RALAR, DE MOER

    (m) para triturar gros e por esse motivo s pode ser resolvido com um moinho ou pilo (que

    j difcil de encontrar). A escumadeira tambm de folha.

    6. O FOGAREIRO ou o FOGO DE LENHA no se abana para os dois lados, como na feitura de

    alimentos profanos; abana-se da Direita para a Esquerda, a princpio parece difcil, mas em

    pouco tempo acha-se o jeito.

    Constituda ou organizada a Cozinha, vejamos agora a pessoa ou pessoas que nela vo

    trabalhar. As IABS ou IABASSS, as cozinheiras do Santo, trabalham paramentadas, vestidas

    no Ritual. Colocam ao pescoo a Guia ou Guias do Orix cujo alimento est sendo preparado

    ou as guias de seus Orixs.

    Se tem-se recursos maiores, procura-se ter um depsito ou numa dispensa o material ou

    ingredientes mais usados para se poder atender rapidamente, ao pedido ou ordem superior,

    referente qualquer obrigao.

    Nos depsitos da cozinha de Santo, no devem faltar os seguintes artigos ou gneros mais

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    aplicados na alimentao ou nas obrigaes:

    Azeite de dend.

    Azeite de Oliveira (azeite doce)

    Arroz quebradinho

    CanjicaCanjiquinha de milho vermelho

    Cebolas

    Farinha de mandioca, farinha de guerra, farinha de pau.

    Feijo fradinho, feijo mido

    Feijo branco

    Feijo vermelho

    Fub de milho vermelho

    Fub de milho branco

    Fub de Arroz

    MaisenaMilho alhopara pipocas

    Noz moscada

    Ori

    Pimenta malagueta

    Velas

    Antes de comear o trabalho de cozinhar para o santo, a IAB, ou filha de f, ou filha de santo,

    acende uma vela ao seu ELED, prximo ou ao lado do local onde vai executar o dito trabalho

    e ao lado da vela, um copo dgua. Se o trabalho se alongar e a vela terminar, antes que isso

    acontea, acende-se outra sobre o toco que est terminando, uma outra e ao terminar o

    trabalho, retira-se a vela e o copo dgua de perto do fogo ou fogareiro, colocando-a no PEJ

    ou em lugar alto para terminar, terminada a vela, despacha-se a gua em lugar que haja gua

    corrente, no lavatrio, no tanque.

    Aps o servio, as brasas dos fogareiros so apagadas com areia, nunca com gua.

    Organizada a cozinha, poderemos a qualquer momento, preparar as iguarias originariamente

    destinadas aos Orixs tal qual so realizadas na fonte doutrinria da Umbanda e do

    Candombl.

    A histria da alimentao d-nos uma coleo do que faz mal e a variada coletnea

    folclrica.

    No se come despido ou sem camisa, ofensa ao Anjo da Guarda

    Comer com chapu na cabea comer acompanhado de foras negativas.

    No se come com o prato na mo; a misria fareja.

    No se come as pontas dos animais ou aves; so Axs (pertencem ) ao santo.

    Dinheiro sobre a mesa de refeies provoca misria.

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    Quando cai comida no cho ou escapa do talher e vai ao solo sinal de que existe parente

    passando necessidade.

    No se apanha alimento que cai ao cho. das almas.

    Recebe-se o prato com a mo direita; beno do prato cheio (C. Cascudo)

    Po no se joga fora; corpo de Deus.

    Donzela no serve sal, no corta galinha nem passa palitos; custa a casar. (C. Cascudo)

    Relativamente cozinheira, prescrevem:

    No se mexe alimentos que esto cozinhando, no sentido da mo esquerda, seno desanda

    ou encrua.

    No se mexe comida de Exu com a mo direita, para no absorver fludos negativos.

    Antes de comear a cozinhar para o santo, faz-se o sinal da cruz, tudo correr bem.

    No bata com a tampa da panela quando estiver cozinhando, afugenta a proteo.

    Quando a comida no quer amolecer, coloca-se na panela, trs caroos de milho, amolece

    rpido.

    No deve cozinhar para o santo: os homens de corpo sujo e as mulheres de corpo aberto;

    Corta o efeito das obrigaes.

    H uma poro de determinaes referentes ao ritual de Umbanda e do Candombl, assim:

    1. No se cortam aves ou bichos de quatro ps a no ser nas juntas. O santo recusa.

    2. Obrigao mal feita ou mal arriada, paga-se em dobro.

    3. Quando se arreia uma obrigao na encruzilhada, no se volta, nem se passa pelo mesmo

    caminho durante 24 horas, para no pegar os miasmas de retorno.

    4. Antes de se sacrificar um animal (quando necessrio) nos terreiros, manda-se limp-lo com

    o Ot correspondente, sem isso o santo no aceita.

    O Sacrifcio de aves e/ou animais s so aplicados em ltimo recurso, pois que atualmente

    procura-se fazer Imantaes com base em Frutos e/ou Pedra preciosas dos diversos Orixs.

    Comida de santo, comidas oferecidas, ritualmente, aos orixs. Alm dos animais que lhes

    devem ser sacrificados, cada orix tem comidas preferidas que so ofertadas em rituais

    propiciatrios ou de culto.

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    AS NAES

    AS NAES

    TRADIO E CULTURA DOS POVOS BANTUS

    Muito se fala, se l e se estuda sobre o Candombl, embora, sempre sob o prisma da nao de

    Ketu.

    Pouco se divulga ou se estuda sobre outras naes como a nao Jje, a nao Efon, e mesmo

    Angola e Congo.

    Isto se d principalmente, por encontrar os estudiosos, maior facilidade de acesso as

    informaes junto a estas comunidades, que se apresentam mais receptivas, portanto, menos

    fechadas. Venho por este tentar explicar um pouco sobre a Nao Angola, baseado em estudose pesquisas sobre esta, buscando a divulgao e o resgate do respeito e admirao, hoje em

    dia to desgastados, em relao a esta tradio.

    As Diferenas entre as Naes

    Primeiramente explicando aos mais leigos, existem varias formas existentes de culto no Brasil

    que se utilizam a denominao Candombl. Isto se d pela grande variedade de etnias de

    negros, que reduzidos a condio de escravos, chegaram ao nosso pas. Cada grupo/etnia que

    aqui aportou pertencia a locais distintos na frica, tendo assim, costumes e culturas

    diferenciadas. Assim, portanto, chegaram daometanos, yorubs, congolenses, angolanos,mals e inmeros outros grupos, que em terras brasileiras procuraram manter seus hbitos,

    sua cultura e tambm seus ritos religiosos. Da surgiram as naes de candombl, ou seja, a

    prtica do candombl conforme ritos especficos da origem do povo praticante, como a nao

    de Ketu, a nao Jje, a nao Efon e a nao Angola e Kongo (atualmente, estas duas ltimas,

    consideram-se fundidas dada a grande semelhana das prticas religiosas e a proximidade das

    lnguas utilizadas, que so respectivamente, o Kimbundo e o Kikongo). Portanto, cada nao de

    candombl possui caractersticas prprias, que a diferencia das demais. Estas diferenas se

    encontram na lngua utilizada, nas divindades cultuadas, em determinadas prticas de carter

    sigiloso (fundamento), no modo de se enxergar determinadas questes, enfim, numa srie de

    fatores distintivos.

    Fao abaixo algumas distines entre a Nao Angola e outras denominaes de candombl,

    como a Nao Jje e Ketu (no meu ponto de vista, as mais conhecidas/difundidas), para um

    maior esclarecimento:

    A primeira ( e primordial ) diferena entre as citadas naes de candombl se encontra com

    relao as divindades, objeto do culto. Assim:

    Mukixi para os Angolanos;

    Nkisi para os Congolenses;

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    Orix para os Yorubs ( Nao Ketu );

    Vodun para os Daometanos ( Nao Jje ).

    Outra diferena encontrada, dentre muitas, a variao do idioma/lngua/dialeto utilizado em

    cada vertente, assim:

    Kimbundo para os Angolanos;

    Kikongo para os Congolenses;

    Yorub para os Yorubs;

    Ewe-fon para os Daometanos.

    Distinguem-se ainda pelo prprio ritmo dos atabaques, pelas denominaes que cada naod a estes, ou mesmo pela maneira de toc-los, assim teremos:

    Kongo de Ouro, Barra Vento e Kabula para as tradies Bantu ( Angola e Kongo ), ritmos estes,

    obtidos atravs do toque com as mos. Sendo denominados, os atabaques, simplesmente de

    ngomas.

    Ijex, Igbin, Aguere, Bravum, Opanij, Aluj, Adahun e Avamunha para as tradies Yorubs e

    Daometanas. As denominaes dos atabaques para os ltimos ( Jjes ) so: rum, rumpi e l (os

    atabaques nesta cultura diferem-se das demais at mesmo no formato, pois so acomodados

    em suportes na posio horizontal, diferentemente das demais tradies); Para os primeiros

    (Yorubs), os atabaques so chamados genericamente de ilus, sendo tocados com a ajuda de

    varetas e no diretamente com as mos (exceto o Ijex, que se utiliza tambm do toque com

    as mos).

    Como todos podem ter observado, as diferenas aqui demonstradas so superficiais, mas

    creio, j servem de alguma forma de ajuda aos mais leigos. Ento, gostaria que ficasse

    registrado que as diferenas no se esgotam apenas nesses poucos quesitos, pois existem

    inmeras outras, talvez possa-se at arriscar dizer que existem em maior quantidade que as

    semelhanas.

    Como j disse num parntese acima, o termo Nao Angola hoje em dia empregado deforma a designar no somente o rito Angola, mas tambm o rito originrio do Kongo. Porm,

    as duas expresses do candombl bantu tambm guardam diferenas, pois enquanto a

    primeira cultua os mukixis (termo derivado Kimbundo que designa as divindades cultuadas em

    Angola, assim como orix, vodum e Nkisi) a segunda cultua os Minkisi (termo derivado do

    Kikongo). Acho de estrema importncia salientar este tpico, ainda que em observao, pois

    poucos sabem estabelecer tal distino.

    Em relao aos Ngomas (atabaques) eu digo aqui simplesmente "ngoma", por ser o mais

    utilizado nas casas Angola/Kongo, porm existem denominaes especficas para cada

    atabaque.

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    Site Candombl de angola.hpg.com.br

    NKISI (CANDOMBL BANTU)

    Os nkisis (nkices), ou melhor mukisi, que o plural de nkisi no idioma kimbunda, so deuses

    vindos da frica e cultuados nos candombls kongo-angola.Originrios da regio dos bantus, os mukisi foram criados por Nzmbi, o deus supremo, e os

    encarregou de governar as riquezas da terra recm-criada.Muito comparam os mukisi com

    voduns e orixs, dizendo que muda apenas o nome, mas continuam sendo a mesma divindade

    , porm, observem, se muda as cores, nomes, vestimentas, comidas, entre outras coisas,

    mesmo assim so a mesma divindade? Durante o sculo XVI e XIX, os bantus vieram

    provenientes da frica central, trouxeram os mukisi , so cultuados em menor escala do que

    os orixs, mas os candombls kongo-angola retm fora e tradio.

    Os mukisi ou inquices, nkisis, so foras da natureza, regem os elementos aspectos naturais,

    como rios, cachoeiras e arco-ris, etc. Regem tambm aspectos sociais, eles, os mukisi so:Aluvi/Bombojira o nkisi das encruzilhadas, tambm chamado de Panbu Njila, alguns dizem

    que Panjira se refere ao seu lado feminino, muitos no concordam com isso, o nkisi

    mensageiro. Nkosi/ Roximucumbe o nkisi do ferro e da guerra, trabalhador e soldado,

    Mutacalombo tambm chamado de Gongobira e Tumim, o nkisi da fartura, aparece como

    caador, nkisi das matas. Tempo/Kitembo o nkisi do tempo e das estaes, Tere Kompenso

    o nkisi da pesca, Ndanadalunda , senhora das guas doces e beleza, ouro, Nzaz o nkisi do

    trovo e fogo, Nzumbarand, nkisi velha, que rege os pntanos, Katutu , rainha dos oceanos.

    Lemb, deus da criao e procriao, Mavu esquecido no Brasil, nkisi da terra, Kaviungo e

    Katende, mukisi da curam, Kaviungo domina as pestes e Katende as ervas medicinais, Angor,

    nkisi cobra, do arco-ris, Minagange/Quissambo , nkisi das fontes puras e por fim Vunji, nkisigmeos, crianas.

    site: nkice.wordpress.com