a cultura e o desporto ao serviço dos totalitarismos

19
A Cultura e o Desporto ao serviço dos Estados Raquel Oliveira Rita Silva

Upload: raquel-oliveira

Post on 20-Jul-2015

60 views

Category:

Education


0 download

TRANSCRIPT

A Cultura e o Desporto ao serviço

dos Estados

Raquel OliveiraRita Silva

• A dimensão social e política da cultura dos anos 30 do

século XX marcou particularmente a intensidade nos

estados totalitários.

• As ditaduras tinham o objetivo de colocar a cultura ao

serviço do poder, procurando assegurar que a

criação inteletual contribuísse eficazmente para a

construção da "ordem nova" que defendiam.

Uma arte propagandística

• Os bolcheviques começaram a encarar as pesquisas estéticas

como expressão do individualismo burguês.

• Missão da arte, literatura e cinema: exaltar as conquistas do

proletariado e contribuir para a educação das massas, o que

implicava a utilização de uma linguagem básica, acessível

para os mais humildes. Para isso utilizam a linguagem do

realismo.

• O regresso à arte figurativa e ao realismo literário serviu para demonstrar os ideais políticos do regime.

• O vanguardismo russo desvaneceu-se, abafado por um rígido controlo estatal, que se oficializou em 1932.

• Em abril do mesmo ano, o Comité Central do Partido Comunista obrigou os trabalhadores criativos soviéticos a agruparem-se em “uniões de criadores”, de acordo com a sua atividade (arquitetos, escritores e artes plásticas).

• A ninguém era permitido exercer a sua atividade fora destas associações que estabelecem os parâmetros a seguir.

RÚSSIA

• A arte oficial adotou o realismo socialista (arte oficial, definida por

Andrei Jdanov, em 1934, como a descrição da realidade na sua

dinâmica revolucionária, dirigindo-se às massas e tendo como

objetivo suscitar a sua adesão ao regime).

• O realismo socialista procurou refletir a alegria e o optimismo da

nova sociedade, o seu vigor e a sua dinâmica revolucionaria, a

excelência dos seus dirigentes.

• Nas artes plásticas, os temas ficam limitados à pintura histórica, às

cenas que evocam o mundo socialista ou ao retrato que exalta os

lideres do regime.

• A propaganda cultural estruturou-se da mesma forma.

• Foi criada a Câmara da Cultura do Reich, que adota uma política extremamente antimodernista.

• Obras vanguardistas foram retiradas dos museus e foram destituídos do seu cargo os conservadores que se identificavam com as novas correntes.

• A criação artística, posta ao serviço do nacional-socialismo, empenhou-se em exaltar o valor da raça ariana, a força e a felicidade protagonizados pelo novo regime.

ALEMANHA

Alemanha União Soviética

Exposição Internacional de Paris, 1937

• O fascismo italiano limitou-se a proteger os artistas que lhe

eram favoráveis.

• Não existiam instituições oficiais de controlo, e o poder

apenas exigia que não fossem postos em causa os pilares da

ordem fascista.

ITÁLIA

• Em todos os regimes totalitários, a arquitetura torna-se uma

expressão de feição neoclássica e de dimensões grandiosas,

imponente, de modo a transmitir poder e estabilidade.

O Campo do Zeppelin, em Nuremberga, onde o Partido Nazista

realizava seus congressos Torres Flak como esta em Hamburgo foram

construções comuns dos nazistas na

Alemanha e na Áustria.

• Também a prática desportiva cedo deixou de ser uma atividade de

lazer descomprometida para dar lugar a manifestações de afirmação

nacionalista.

• Utilizado para fins propagandísticos.

• Atleta: serviu de modelo ao homem novo, vigoroso, disciplinado e

combativo que os estados totalitários se esforçaram por criar.

A POLITIZAÇÃO DO Desporto

• Mas mesmo nos países democráticos ocorreu o mesmo fenómeno…- As competições passaram a ser internacionais, para estabelecer a comparação entre atletas de vários países.- Os eventos nacionais desportivos suscitavam sentimentos fortemente nacionalistas.- Os atletas utilizavam equipamento diferenciado, os resultados apareciam nos quadros, a bandeira a ser hasteada e o som do hino quando um atleta vencia uma competição transformava a vitória dele na vitória de toda a nação.

Os Jogos Olímpicos de Berlim, 1936

• Foram cuidadosamente encenados para

demonstrar a superioridade do atleta ariano e

do regime nazi.

• Foi criado o Departamento Cinematográfico

das Olimpíadas para que não fosse transmitido

nenhum incidente desejável ou um momento

importante dos atletas negros.

• Hitler sonhava com os Jogos Olímpicos como

um momento da vitória da sua nação.

Os Jogos Olímpicos de Berlim, 1936

Departamento

fotográfico das

Olimpíadas

Os Jogos Olímpicos de Berlim, 1936

Os Jogos Olímpicos de Berlim, 1936

O único problema com que Hitler não contava, e

que não o deixou muito satisfeito, foi o

protagonismo de Jesse Owens. O atleta negro

americano ganhou quatro medalhas de ouro.

Hitler recusou-se a cumprimentá-lo depois da

entrega das medalhas, o que foi considerado pela

imprensa americana uma «falta de cortesia

internacional». A sua vitória foi usada pelos

americanos para provar que a democracia

funcionava e o êxito não se baseava na cor mas

sim nas capacidades.