a cultura da pimenta-do-reino

79
PLANTAR Pimenta- -do-reino coleç o ã FRUTEIRAS SÉRIE VERMELHA edição rev. e amp.

Upload: ana-karolina-ripardo

Post on 01-Jan-2016

303 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A Cultura Da Pimenta-do-reino

PLANTARPimenta--do-reino

coleç oã

FRU

TEIRAS

SÉRIEVERMELH

A

ediçãorev. e amp.

Page 2: A Cultura Da Pimenta-do-reino

Embrapa Informação TecnológicaBrasília, DF

2006

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Amazônia OrientalMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

A CULTURA DAPIMENTA-DO-REINO

2a edição revista e ampliada

Page 3: A Cultura Da Pimenta-do-reino

2

© Embrapa 2006

Todos os direitos reservadosA reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,

constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Informação Tecnológica

A cultura da-pimenta-do-reino. – 2. ed. rev. amp. – Brasília,DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2006.

73 p. : il. – (Coleção Plantar, 55).

ISBN 85-7383-...-..

1. Colheita. 2. Doença. 3. Beneficiamento. 4. Plantio. 5.Variedade. I. Embrapa Amazônia Oriental. II. Coleção.

Coleção Plantar, 55

Produção editorial: Embrapa Informação Tecnológica

Coordenação editorial: Fernando do Amaral PereiraMayara Rosa CarneiroLucilene Maria de Andrade

Revisão de texto e tratamento editorial: Francisco C. MartinsEditoração eletrônica: Wamir Soares Ribeiro JúniorIlustração da capa: Álvaro Evandro X. NunesFotos:

1a edição

1a impressão (2005): 1.000 exemplares

CDD 633.84

Page 4: A Cultura Da Pimenta-do-reino

3

Autores

Elizabeth Ying ChuEng. Agrôn., M.Sc., em Microbiologia do Solo,pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, [email protected]

Gladys Ferreira de SouzaEng. Agrôn., D.Sc., em Solos e Nutrição de Plantas,pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, [email protected]

Heráclito Eugênio Oliveira da ConceiçãoEng. Agrôn., D.Sc., em Fitotecnia,pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, [email protected]

Marli Costa PoltronieriEng. Agrôn., M.Sc. em Melhoramento de Plantas,pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, [email protected]

Maria de Lourdes Reis DuarteEng Agrôn. Ph.D., em Fitopatologia,pesquisadora Embrapa Amazônia Oriental, Belém, [email protected]

Oriel Filgueira LemosEng. Agrôn., D.Sc., Melhoramento de Plantas,pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, [email protected]

Page 5: A Cultura Da Pimenta-do-reino

4

Raimundo Freire de Oliveira,Eng. Agrôn., M.Sc., em Solos e Nutrição de Plantas,pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, [email protected]

Ruth Linda Benchimol,Eng. Agrôn., D.Sc., Ciências Biológicas,pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, [email protected]

Page 6: A Cultura Da Pimenta-do-reino

5

O agronegócio brasileiro é carente de informaçõesdirecionadas ao pequeno produtor. O objetivo daColeção Plantar é preencher essa lacuna com informa-ções oportunas e precisas sobre como produzir hortali-ças, frutas e grãos numa área do sítio ou da fazenda, ouaté mesmo num quintal.

Elaborado em linguagem conceitual simples edireta, o texto de cada título é dirigido ao produtor familiar,na certeza de que essas informações vão contribuir paraa geração de mais alimentos, renda e emprego para osbrasileiros, permitindo, assim, que a agricultura familiarincorpore-se ao agronegócio.

No momento em que o agronegócio conquista omercado internacional, a Embrapa InformaçãoTecnológica reafirma a importância desta coleçãodidática como referência para o produtor familiar produzircom segu-rança, qualidade e eficiência.

Fernando do Amaral PereiraGerente-Geral

Embrapa Informação Tecnológica

Apresentação

Page 7: A Cultura Da Pimenta-do-reino

6

Page 8: A Cultura Da Pimenta-do-reino

7

Sumário

Introdução .............................................. 9

Clima e Solo ........................................... 10

Cultivares................................................ 11

Produção de Mudas ............................... 17

Sistema de Produção ............................. 26

Tratos culturais ....................................... 36

Cultivo Sombreado ................................ 40

Controle de Doenças.............................. 45

Controle de Pragas ................................. 62

Colheita e Beneficiamento ...................... 64

Cuidados Pós-colheita ........................... 67

Composição Química ............................ 69

Coeficientes Técnicos ............................ 70

Page 9: A Cultura Da Pimenta-do-reino

8

Page 10: A Cultura Da Pimenta-do-reino

9

Introdução

A pimenta-do-reino é originária da Ín-dia e, desde a década de 1930, quando foiintroduzida no Brasil, por imigrantes japo-neses, tem sido o suporte econômico depequenos e grandes produtores da RegiãoAmazônica.

Em 2004, existiam, no Pará, 30 mil hec-tares plantados, que produziram 30 mil tonela-das de pimenta-do-reino seca, correspondendoa cerca de 85% da produção nacional. O res-tante foi produzido no Espírito Santo (8,5%) ena Bahia (5,5%). Maranhão, Ceará e Paraíbaresponderam por apenas 1% da produção quecorresponde a 0,5 tonelada anual (IBGE, 2003).

Apesar da redução anual de 10% na áreade plantio, como resultado da incidência dedoenças e da queda de preços no mercadointernacional, há sinais de recuperação, gra-ças à redução da oferta do produto.

Page 11: A Cultura Da Pimenta-do-reino

10

A pimenta-do-reino é vendida nomercado externo como pimenta-preta,pimenta-branca e pimenta-verde ou emsalmoura, ao passo que no mercado interno,ela é comercializada como pimenta-preta ebranca, pimenta em pó e misturada a outroscondimentos, principalmente cominho.Subprodutos como piperina e oleorresina _

extraídos de grãos chochos de pimenta _

são utilizados nas indústrias de embutidos,perfumaria e farmacêutica, cujos preçospodem atingir até três vezes o valor obtidodo produto comercializado na forma degrãos.

Clima e Solo

O clima ideal para a pimenta-do-reino éo quente e úmido, com precipitação pluvialanual entre 1.500 mm e 3.000 mm, bem dis-tribuídos na maior parte do ano. A umidade

Page 12: A Cultura Da Pimenta-do-reino

11

relativa do ar deve situar-se entre 80% e 88%,a temperatura média, entre 23ºC e 28ºC e obrilho solar, acima de 2.000 horas/ano.

A pimenta-do-reino adapta-se e crescebem em diversos tipos de solo, especialmenteos bem drenados e com teor de argila sufi-ciente para reter umidade durante o períodomais seco do ano. Áreas de terra firme sãopreferíveis, não sendo recomendados ossolos de várzeas que, embora de boa fertili-dade, são encharcados e úmidos, o que ostorna impróprios para o cultivo, pela defici-ência de oxigênio que prejudica o desenvol-vimento do sistema radicular da planta, fa-vorecendo o aparecimento de fungospatogênicos ou oportunistas.

Cultivares

As cultivares adotadas nas principaisáreas produtoras são as seguintes:

Page 13: A Cultura Da Pimenta-do-reino

12

Apra _ Oriunda de estacas de plantas-matrizes provenientes do Estado de Kerala,sul da Índia, na década de 1980, tem folhaslargas, com 8,8 cm de largura e comprimentomédio de 13,8 cm, espigas longas, comcomprimento médio de 12,0 cm, e váriasfileiras de frutos graúdos (0,53 cm dediâmetro). Sua produção média é de3,5 kg/planta. Deve ser cultivada em sistemaconsorciado com fruteiras, espécies arbórease algumas essências florestais.

A pimenta-preta dessa cultivar tem aseguinte composição química: 5,41% de óle-os essenciais, 14,8% de oleorresina, 8,97%de resina e 55,06% de piperina. Essa culti-var é resistente à murcha-amarela (Fusariumoxysporum).

Bragantina _ Lançada pela EmbrapaAmazônia Oriental em 1982, para usocomercial no Pará. Origina-se de propagaçãovegetativa do híbrido Panniyur-1, obtido da

Page 14: A Cultura Da Pimenta-do-reino

13

Estação Experimental de Panniyur, Estadode Kerala, Índia. Possui folhas largas,cordiformes, espigas muito longas, comcomprimento médio de 14 cm, floresbissexuais e frutos graúdos. Sua caracte-rística dominante é o broto verde-claro.Produz 3,0 kg/planta de pimenta seca, coma seguinte composição química: 4,75% deóleos essenciais, 14,01 de oleorresina, 10,06de resina e 41,56% de piperina. É recomen-dada para ambientes com maior precipitaçãopluvial.

Cingapura _ Essa cultivar é originária dematerial vegetativo proveniente da Kuching,explorada na Malásia. A partir do terceiroano de cultivo, apresenta a forma cilíndrica,ramificação inclinada (45º), folhas estreitas,espigas curtas, com comprimento médio de7,0 cm, e frutos de tamanho médio. Apresentaprodução média de 2,5 kg/planta.

Page 15: A Cultura Da Pimenta-do-reino

14

A pimenta-preta dessa cultivar tem aseguinte composição química: 2,37% de óle-os essenciais, 8,37% de oleorresina, 6,0%de resina e 69,09% de piperina.

É medianamente resistente à murcha-amarela.

Guajarina _ Oriunda da cultivar ArkulanMunda, introduzida da Índia, em 1976,lançada pela Embrapa Amazônia Oriental em1982, com o nome de Guajarina. Suas prin-cipais características são folhas lanceoladasde cor verde-escura, espigas longas, comcomprimento médio de 12 cm e 90% deflores bissexuais, e frutos graúdos. Produz3,0 kg/planta.

A pimenta-preta dessa cultivar tem4,22% de óleos essenciais, 11,28% deoleorresina, 7,06% de resina e 39,37% depiperina.

Page 16: A Cultura Da Pimenta-do-reino

15

É altamente suscetível à murcha-ama-rela.

Iaçará-1 _ Oriunda de polinização aberta,foi introduzida da Índia, em 1981. A plantadessa cultivar tem formato cilíndrico e folhasestreitas de tamanho médio. Os ramos decrescimento apresentam raízes adventíciasbem desenvolvidas. A espiga tem compri-mento médio de 9,0 cm, é repleta de frutose apresenta casca espessa. Produz 2,6 kg/planta, sendo a colheita realizada de agostoa outubro.

A pimenta-preta dessa cultivar tem a se-guinte composição química: 3,48% de óle-os essenciais, 10,03% de óleorresina, 6,85%de resina e 45,09% de piperina. É resistenteà murcha-amarela.

Kottanadan-1 _ Introduzida da Índia, em1981, por meio de material vegetativo. Temformato cilíndrico quando adulta e fortes

Page 17: A Cultura Da Pimenta-do-reino

16

raízes adventícias. As folhas são largas e detamanho médio, as inflorescências sãobissexuais, e as espigas são de comprimen-to médio, com cerca de 13,0 cm e bom en-chimento.

A colheita tem início em agosto, pro-longando-se até outubro. Produz 3,2 kg/planta a partir do terceiro ano de cultivo.

A pimenta dessa cultivar tem a seguin-te composição química: 5,33% de óleosessenciais, 12,70 % de oleorresina, 7,37%de resina e 56,16% de piperina. É resistenteà murcha-amarela.

Kuthiravally _ Procedente da Índia e intro-duzida no Brasil em 1981, por meio deestacas. Tem folhas largas e espigas compri-das médias, com 12,0 cm de comprimentoe extremidade encurvada, repleta de frutosgraúdos (0,49 cm) e maturação tardia,ocorrendo entre setembro e novembro.

Page 18: A Cultura Da Pimenta-do-reino

17

Produz 3,2 kg/planta e sua pimenta-pretatem a seguinte composição química: 5,7%de óleos essenciais, 11,65% de oleorresina,5,98% de resina e 56,39% de piperina. Éaltamente resistente à murcha-amarela.

Todas as cultivares são suscetíveis àpodridão-das-raízes (Fusarium solani f. sp.piperis), ao mosaico (CMV-Pn), ao mos-queado-amarelo (PYMV) e à queima-do-fio(Koleroga noxia).

Produção de Mudas

A pimenteira-do-reino pode serpropagada por estacas semilenhosas pré-enraizadas, por mudas herbáceas e porsementes.

• A propagação por sementes só é usadaem trabalhos de melhoramento genético, pororiginar plantas fracas que só produzemdepois de 6 a 8 anos.

Page 19: A Cultura Da Pimenta-do-reino

18

• A propagação por estacas semilenhosasfoi praticamente abandonada por causa dadesuniformidade das plantas no primeiro anode cultivo, da perda de material no campo,da necessidade de poda de formação e porcausa da comprovação da disseminação dospatógenos Fusarium solani f. sp. piperis edo vírus causador do mosaico (CMV-Pn)por estacas oriundas de pimentais afetados.

• As mudas herbáceas apresentam as se-guintes vantagens em relação às estacassemilenhosas:

• Evitam a disseminação da fusariose edo mosaico.

• Reduzem a perda de material vege-tativo no campo.

• Permitem a formação de pimentaismais uniformes.

• Eliminam as práticas de capação (elimi-

Page 20: A Cultura Da Pimenta-do-reino

19

nação da primeira floração) e da poda deformação.

A produção de mudas herbáceas, paracomercialização, deve obedecer as normase padrões estabelecidos pelo Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa).

Os campos de matrizes podem serestabelecidos em sistemas de tutoresinclinados e verticais. A nova tecnologiade produção de mudas emprega estacasherbáceas (de tecido ainda jovem, de corverde) com 1 a 2 nós, e uma folha presaao nó superior (Fig. 1).

No sistema de tutores inclinados,constróem-se canteiros de 4 m de compri-mento e 2 m de largura, enterrando-se osestacões em sistema de espaldeiras, emposição inclinada, e distanciados de 50 cm,em áreas sombreadas (Fig. 2).

Page 21: A Cultura Da Pimenta-do-reino

20

Fig. 1. Estacas de 1, 2 e 4 nós.

Fig. 2. Espaldeira para produção de estacas herbáceasde pimenta-do-reino

Page 22: A Cultura Da Pimenta-do-reino

21

A adubação deve basear-se no resul-tado da análise do solo. Para solos de baixafertilidade (Latossolo Amarelo), recomenda-se a abertura de um sulco a 50 cm de dis-tância dos estacões, nos dois lados daespaldeira, devendo-se adicionar, no sulco,de 4 m de comprimento, 100 kg de matériaorgânica curtida (esterco de gado, cama-de-aviário, torta de mamona, etc.), 10 kg decalcário dolomítico (aplicado 30 dias antesda matéria orgânica), 1,5 kg de superfosfatotriplo e 2 kg de termofosfato.

A adubação com potássio (K) e nitro-gênio (N) deve ser parcelada em quatrovezes, a intervalos mensais, aplicando-se 20 gde cloreto de potássio e 25 g de uréia por

planta, por aplicação.

Após 8 meses do plantio, as plantassão cortadas a 1 m acima do solo, para pro-dução de estacas com 2 nós e 1 folha. O

Page 23: A Cultura Da Pimenta-do-reino

22

tratamento fitossanitário é feito mergulhando-se as estacas em solução aquosa dosfungicidas Carbendazin (Derosal), Tiaben-dazol (Tecto) ou Tebuconazol (Folicur) nadose de 1 g/L ou 1 mL/L, durante 15 a 20minutos: 1.000 L de calda fungicida sãosuficientes para tratar de 5 mil a 6 mil estacas.

O pré-enraizamento das estacas (Fig.3, 4 e 5) pode ser feito em canteiros de 30 a50 cm de altura, de 1 a 1,5 m de largura e

Fig. 3. Propagação da pimenta-do-reino com estacas de doisnós.

Page 24: A Cultura Da Pimenta-do-reino

23

Fig. 4. Muda enraizada após 15 dias, no pré-enraizador.

Fig. 5. Muda oriundade estaca herbáceacom 2 nós e 1 folha.

Page 25: A Cultura Da Pimenta-do-reino

24

comprimento de acordo com a necessidade,preparados com substrato de areia lavadaou casca de arroz carbonizada.

As estacas devem ser plantadas emposição inclinada com a folha de fora. Asmudas devem permanecer no pré-enraizadorde 30 a 45 dias, quando então são trans-feridas para sacos de plástico (de 27 cm x17 cm x 0,10 cm) contendo de 2,5 kg a3,0 kg de substrato composto da seguintemistura: 250 kg de terra preta peneirada,125 kg de areia lavada, 125 kg de esterco degado curtido, 2,5 kg de superfosfato triploe 0,5 kg de cloreto de potássio. Após otransplantio para os sacos de plástico, asmudas devem permanecer no viveiro por umperíodo de 2 a 6 meses, antes de seremplantadas no campo.

No sistema de espaldeira, é possívelproduzir 20 mudas por matriz no primeirocorte e 60 mudas no segundo. Uma planta-

Page 26: A Cultura Da Pimenta-do-reino

25

matriz dá apenas três cortes. Esse sistema émais recomendado para o produtor que pre-fere preparar suas próprias mudas.

O sistema de plantio vertical é mais pra-ticado por viveiristas que têm como ativida-de principal a produção e a venda de mudasherbáceas.

Todos os sistemas apresentam as mes-mas etapas com algumas diferenças. Nosistema vertical, o plantio é feito a pleno sol.Os estacões são mais finos (1/3 do diâmetrode um estacão normal), enterrados em valasde 0,50 m de profundidade por 0,40 m delargura, no espaçamento de 0,40 m entreestacões e 0,50 m entre fileiras (Fig. 6). Asdemais práticas culturais são semelhantes.

No primeiro ano de cultivo, cada planta-matriz produz 20 estacas, no segundo ano,de 30 a 40, e no terceiro ano, de 50 a 80.

Page 27: A Cultura Da Pimenta-do-reino

26

Sistema de Produção

• Escolha da área – A área deve possuirtopografia ligeiramente plana, lençol freáticoprofundo, boa drenagem e não pode estarsujeita a alagamentos. Os tipos de solo maisrecomendados para o cultivo da pimenta-do-reino são o Latossolo Amarelo, o Latossolo

Fig. 6. Jardim clonal com tutores verticais.

Page 28: A Cultura Da Pimenta-do-reino

27

Fig. 7. Áreapreparada para

plantio.

Vermelho, com textura variando de média apesada, e o Argissolo Vermelho-Amarelo.

Além das características edáficas, de-vem ser observados os aspectos fitossa-nitários, visto que no Pará, a fusariose é umdos principais problemas da pipericultura.A área a ser escolhida deve ficar afastadapelo menos 1 km de distância de áreas infes-tadas (Fig 7).

Page 29: A Cultura Da Pimenta-do-reino

28

Muitos pipericultores estão adotandosistemas agroflorestais nos quais a pimenta-do-reino é consorciada com outras culturascomo maracujá, acerola, cupuaçu, milho,cacau, mogno, açaí, citros, feijão caupi,mamão, dendê, mandioca, melão e coco(Fig. 8).

Fig. 8. Consórcio de pimenta-do-reino com cupuaçu.

Page 30: A Cultura Da Pimenta-do-reino

29

Análise do solo – A análise do solo éimprescindível tanto para determinar aquantidade de adubo necessária para o bomdesenvolvimento das plantas, como parainformar as necessidades de correção daacidez. Baixos teores de macro e micro-nutrientes são corrigidos com adubaçãoquímica e orgânica, ao passo que a correçãoda acidez e a neutralização do alumínio sãofeitas com aplicações de calcário dolomí-tico, que contém cálcio (Ca) e magnésio(Mg).

No primeiro ano de implantação dopimental, a coleta de amostras de solo deveser feita após a limpeza da área. Quando acorreção do solo se fizer necessária, apli-cam-se de 2 a 4 t/ha de calcário dolomítico,a lanço, 30 dias antes do plantio. Para man-ter os teores de cálcio e de magnésio, reco-menda-se aplicar 500 g/planta de calcáriodolomítico, em anos alternados.

Page 31: A Cultura Da Pimenta-do-reino

30

Espaçamento – Essa operação define adistância entre as plantas e deve ser feita comtrenas e cordões previamente marcados como espaçamento recomendado. As medidasmais utilizadas são: 2,0 m x 2,0 m; 2,5 m x2,5 m ou 2,0 m x 3,0 m, em fileiras simples.O plantio contínuo, no espaçamento de2,5 m x 2,5 m, comporta 1.600 pimenteiras/ha, ao passo que o plantio em leirasespaçadas de 4,0 m, comporta 1.000 pi-menteiras/ha (Fig. 9).

Fig. 9. Exemplos de espaçamento para o plantioda pimenta-do-reino.

x x x x x x

x x x x x x

x x x x x 2,5 m x

x x x x x x

x x x x x x

2, 5 m 5,0 m

Page 32: A Cultura Da Pimenta-do-reino

31

Enterrio dos estacões e preparo de covas –Por ser uma planta trepadeira, a pimenta-do-reino precisa de um tutor (geralmente demadeira), que serve de apoio para fixaçãodas raízes adventícias. Recomenda-se usarcomo tutores estacões com 3,00 m a 3,20 mde comprimento e enterrá-los a uma profun-didade de 0,5 m.

As madeiras mais recomendadas paraprodução de estacões são jarana (Eischeilerajarana), acariquara (Minquartia guianensis),sapucaia (Lecythis lurida) e maçaranduba(Manilkara huberi). Estacões de eucaliptoou de pinho só podem ser usados se foremautoclavados ou tratados com produtoquímico, podendo durar de 10 a 20 anos.

Depois do fincamento dos estacões,faz-se a abertura das covas, de 20 a 30 diasantes do plantio. Essas covas devem serabertas do lado Leste dos tutores, comdimensões de 40 cm x 40 cm x 40 cm (deboca e de profundidade).

Page 33: A Cultura Da Pimenta-do-reino

32

Em solos argilosos, deve-se fazer acova com draga manual, para evitar acúmulode água no pé da planta durante a estaçãochuvosa. O solo dos primeiros 20 cm deprofundidade deve ser separado do restante,para ser utilizado no fechamento da cova.

Na cova aberta, aplicam-se de 1,5 kga 3,0 kg de matéria orgânica (esterco de gadocurtido, cama de aviário, torta de mamona,algodão ou babaçu). Cerca de 300 g a 500 gde termofosfato (Yoorin Bo-Zn, Arad Bo-ZN) devem ser misturados à terra retiradada cova, enchendo-a em seguida, com essamistura. As covas devem ser adubadas30 dias antes do plantio, para permitir a de-composição, principalmente das tortas vege-tais.

Plantio das mudas no campo – O plantiodeve ser feito no início da estação chuvosa,de janeiro a fevereiro, podendo estender-se

Page 34: A Cultura Da Pimenta-do-reino

33

até a primeira quinzena de março. Plantiostardios resultam em sistema radicular pobre,insuficiente para manter as mudas durante operíodo menos chuvoso.

As mudas devem ser plantadas em diasnublados ou chuvosos, a cerca de 10 cm dotutor, a Leste (do lado do nascente), em posi-ção inclinada, com a parte superior voltada parao tutor. No momento do plantio, o saco deplástico das mudas deve ser removido.

Nos primeiros 15 dias após o plantio,as mudas devem ser protegidas com folhasde palmeiras como açaí, babaçu, inajá e ou-tras (Fig. 10).

Enquanto as pimenteiras não atingiremo topo do estacão, devem ser amarradas comfitas de plástico ou barbante (Fig. 11), parafacilitar a fixação das raízes adventícias daplanta jovem ao tutor, e evitar seu tomba-mento.

Page 35: A Cultura Da Pimenta-do-reino

34

Fig. 10. Proteção das mudas com folhas depalmeira.

Fig. 11. Mudas aderidas ao tutor. Notarcobertura morta parcial da muda.

Page 36: A Cultura Da Pimenta-do-reino

35

Irrigação – A irrigação de pimenta-do-reino não é uma prática agrícola difundidaentre os pipericultores. A irrigação é essen-cial nos pré-enraizadores e no viveiro. Noviveiro, as mudas devem ser irrigadas commangueiras ou com micro-aspersores. Emáreas sujeitas a períodos de seca definidos,os pimentais devem ser irrigados por gote-jamento. Nesse caso, a água é distribuídaem mangueiras perfuradas, a intervalosregulares, distribuindo-se três furos porplanta. Cada planta deve ser irrigada com2 L de água por dia, correspondendo a 60litros/mês.

Plantas irrigadas apresentam melhordesenvolvimento vegetativo, menor índicede incidência de podridão-das-raízes emaior longevidade, reduzindo em 40% asperdas de produção.

Page 37: A Cultura Da Pimenta-do-reino

36

Tratos Culturais

Os principais tratos culturais usados nomanejo de pimentais são: capinas, coberturamorta e drenagem. A aplicação correta dostratos culturais tem reflexos positivos na pro-dução, na rentabilidade e na vida útil dospimentais.

Capina – Na época mais chuvosa (de janeiroa abril), a capina química é mais recomen-dada em decorrência do rápido crescimentodas plantas daninhas. Os herbicidas maisusados são à base de paraquat (Gramoxone)e paraquat + diuron (Gramoxil) na dose de200 mL/20 L. No período mais seco, deve-se adotar a capina manual. Para reduzir aevaporação da água do solo, recomenda-seapenas a roçagem da área, mantendo-se ocoroamento das plantas.

Cobertura morta – A cobertura morta exer-ce efeitos benéficos no solo como proteção

Page 38: A Cultura Da Pimenta-do-reino

37

contra a ação direta das chuvas, redução doescoamento da água e das enxurradas, au-mento do teor de matéria orgânica e de umi-dade no solo, manutenção do equilíbrio datemperatura do solo, redução da erosãolaminar, redução da incidência de plantasdaninhas e aumento da população de mi-crorganismos.

Para fazer cobertura morta são usadosos seguintes materiais: casca de arroz,serragem de madeira curtida, raspas deraízes de mandioca, mas a melhor é acobertura com folhas de capim-elefanteroxo (Pennisetum purpureum) ou capim-guatemala (Tripsacum laxum). Para isso,é preciso preparar capineiras. Para cober-tura apenas em volta da planta, são neces-sários 1.000 m2 de capineira/1.000 plantas.A cobertura deve ser feita no final do pe-ríodo chuvoso.

Page 39: A Cultura Da Pimenta-do-reino

38

Drenagem – Pimenteiras cultivadas em so-los muito argilosos sofrem os efeitos do ex-cesso de água, podendo ser afetadas pelapodridão-das-raízes ou morrerem por cau-sa do excesso de água. Os drenos devemser feitos em novembro, ao redor da planta-ção e devem medir 0,50 m de profundidadee 0,40 m de largura.

Adubação – A adubação inadequada dapimenta-do-reino, isto é, sem base em crité-rios técnicos, pode causar prejuízos aoprodutor, resultando em baixa produtividadeem decorrência de desequilíbrios nutricio-nais, ou pelo gasto excessivo com adubos.

A quantidade de adubos a ser aplicadano pimental depende do resultado da análi-se do solo. No primeiro ano, deve-se apli-car na cova de plantio, junto com o aduboorgânico, a dose total de fósforo (P). Após

Page 40: A Cultura Da Pimenta-do-reino

39

30 dias do plantio das mudas, deve-se apli-car um terço das doses de nitrogênio (N) epotássio (K) (Tabela 1). Os dois terços res-tantes desses adubos devem ser aplicadosaos 60 e aos 90 dias após o plantio, respec-tivamente.

Essa aplicação deve ser feita em meiocírculo, a cerca de 25 cm em frente da planta.A partir do segundo ano, o fósforo continua

Fonte: Oliveira e Botelho (2004).

Tabela 1. Adubação de pimenteiras de acordo coma análise do solo e os diferentes estágios de desen-volvimento.

Plantio1º ano2º ano3º ano

0255075

20-

4060

15-

3030

0-00

0204060

0153030

0000

P2O5K

2O

0-10 10-20 0-40 41-90 >90>20

P no solo(mg/dm3)

K no solo(mg/dm3)

Época

g/planta

Page 41: A Cultura Da Pimenta-do-reino

40

a ser fornecido de uma só vez, no início doperíodo chuvoso, com um terço da dosede nitrogênio e de potássio, e o restante, 30e 60 dias depois da primeira aplicação.

As aplicações devem ser feitas emcobertura, ao redor da planta, na área deprojeção da copa. Vinte dias depois daaplicação da segunda dose dos adubos,deve ser feita uma amostragem foliar, paraanálise química de macros e de micro-nutrientes.

Cultivo Sombreado

O uso de tutores mortos provocou aexploração desordenada de madeira, pondoem risco de extinção de plantas nobres comoacapu (Vouacapoua americana), jarana(Eischeilera jarana) e acariquara (Minquartiahuberi), contribuindo para o desmatamento da

Page 42: A Cultura Da Pimenta-do-reino

41

Floresta Amazônica. Esse sistema de cultivoé uma alternativa viável para a agriculturafamiliar.

No sistema sombreado, os tutores maisusados são nim (Azadirachta indica) egliricídia (Gliricidia sepium), que podem serpropagados por sementes e por estacas.Estacas de gliricídia são mais empregadaspela facilidade com que são obtidas.

Plantio de estacas de gliricídia – As esta-cas devem medir de 2,5 m a 3,0 m de com-primento e mais de 5,0 cm de diâmetro. Acova de plantio deve ter 50 cm de profundi-dade e o solo em torno da estaca deve serbem compactado com o cabo da enxada.O plantio da pimenta-do-reino é feito de ja-neiro a fevereiro do ano seguinte, ou seja,1 ano e 2 meses após o plantio do tutor vivo.

Um mês antes do plantio, as covasdevem ser abertas e adubadas com uma

Page 43: A Cultura Da Pimenta-do-reino

42

formulação básica de fertilizantes recomen-dada para o sistema com tutor morto (vejasubitem Plantio das Mudas no Campo).

Após o plantio, as mudas são amarra-das, para que cresçam aderidas ao caule dotutor vivo. As demais práticas de cultivo sãosemelhantes ao sistema com tutor morto.

Plantio das mudas de pimenteira – Asmudas de pimenteira devem ser plantadas auma distância de 20 cm do tronco dos tutoresvivos (Fig. 12). Um mês antes do plantio, as

Fig. 12 Plantio damuda de pimenteira1 ano após o dotutor vivo, com20 cm de distância.

Page 44: A Cultura Da Pimenta-do-reino

43

covas devem ser abertas e adubadas com amesma fórmula adotada para o plantio aosol.

Manejo da cultura no primeiro ano –Periodicamente, os galhos laterais do tutorvivo devem ser podados até 2,5 m de altura.Se o tutor não atingir essa altura, devem-sedeixar 2 ou 3 ramos eretos na parte superiordo tronco, eliminando-se o restante.

Se as plantas de pimenta-do-reino ade-ridas aos tutores vivos não emitirem ramoslaterais, faz-se uma poda drástica na metadeda altura da planta, para forçar a emissão deramos laterais.

As doses de fertilizantes são a metadedas recomendadas para o cultivo com tutormorto e o método de aplicação é em cober-tura, para evitar o corte de raízes da planta.

Page 45: A Cultura Da Pimenta-do-reino

44

Manejo da cultura no segundo ano –Ao final de 12 meses, os tutores vivos jáestão suficientemente fortes, para sustentaras plantas.

A poda drástica é feita no início daschuvas (janeiro/fevereiro), deixando-se umramo ereto e jovem na parte superior dotronco, ou poda-se toda a copa à alturade 2,5 m a 3,0 m. Os ramos que cresceremapós a poda são eliminados, periodica-mente, deixando-se de 1 a 2 galhos.

No final do período chuvoso, deixa-se maior número de ramos para que hajamenor luminosidade no período seco(Fig. 13)

A adubação deve ser feita commetade das doses de fertilizantes recomen-dadas para o cultivo com tutor morto,aplicada em cobertura.

Page 46: A Cultura Da Pimenta-do-reino

45

Fig. 13. Planta depimenta-do-reino

cultivada com tutorvivo, com 3 anos

de desenvolvimen-to. Alguns ramos

do tutor sãodeixados como

proteção noperíodo mais seco.

Controle de Doenças

No Viveiro – O controle de doenças no vi-veiro é muito importante para a produçãode mudas sadias, para evitar que essas do-enças sejam introduzidas em novas áreas por

Page 47: A Cultura Da Pimenta-do-reino

46

meio de mudas infectadas. As doenças maisgraves e as medidas recomendadas para seucontrole são descritas a seguir:

• Podridão-das-raízes ou fusariose – Asmudas oriundas de estacas infectadas porFusarium solani f. sp. piperis tornam-seraquíticas e amarelas, devendo ser eliminadas.

O controle dessa doença deve ser preven-tivo, com o uso de areia lavada ou casca dearroz carbonizada para enchimento doscanteiros, de drenagem e de 1 a 2 pulverizaçõesquinzenais com carbendazin, tiabendazol ouTebuconazol (1 mL do produto comercial porlitro de água), alternadas com uma aplicaçãode mancozeb ou captan (3 g ou 3 mL/L),sempre misturado com um espalhante adesivo(1 mL/L de calda fungicida).

• Podridão-das-estacas e requeima – Mu-das infectadas por Phytophthora capsici

Page 48: A Cultura Da Pimenta-do-reino

47

exibem amarelecimento e morte das folhasmais próximas do solo, além do apodre-cimento das raízes e radicelas e da base docaule. Depois que a doença é detectada, ocontrole é feito com matalaxyl + mancozeb(2 g do produto comercial por litro de água)ou com fungicidas cúpricos (oxicloreto decobre, óxido cuproso) na dose de 3g/L.Pythium splendens pode causar a podridão-do-coleto de mudas jovens, sendo contro-lada com os mesmos fungicidas.

• Mosaico – É causado por uma estirpe dovírus-do-mosaico-do-pepino (CMV-Pn), es-pecializada em infectar pimenta-do-reino. Atransmissão ocorre de planta para planta,pelo pulgão Aphis spiricolae. Mudas comsintomas devem ser arrancadas e queima-das. O pulgão deve ser controlado com in-seticidas à base de dimetoato (Diazinon,Perfektion) ou de pirimicarb (Pirimol) na dosede 1 mL/L ou 1 g/L.

Page 49: A Cultura Da Pimenta-do-reino

48

• Antracnose – Em mudas herbáceas, man-tidas em viveiros muito úmido e com sombre-amento denso, Colletotrichum gloeosporioidescausa a queima rápida das folhas jovens,resultando em queima e morte da muda.

Quando há mal balanceamento decálcio (Ca) e magnésio (Mg), o fungo causalesões negras encharcadas, semelhantes àscausadas por bactérias. Para controlar essadoença, deve-se tratar as estacas comtiabendazol ou carbendazin (1 g/L) durante15 a 20 minutos. Usar como substrato: solonovo ou tratado quimicamente. No preparodo substrato, misturar adubos fosfatados,nitrogenados, potássicos, calcário dolomí-tico e micronutrientes, antes da desinfecção.

Depois, tomem os seguintes cuidados:

• Proteger as mudas contra raios solares eventilação forte durante 5 a 7 dias.

Page 50: A Cultura Da Pimenta-do-reino

49

• Manter as mudas em viveiros com 50% a60% de luminosidade.

• Pulverizar as mudas com fungicidas cúpricose mancozeb (3 g a 5 g/L) alternado comcarbendazin ou tiofanato metílico (2 g/L).

• Podridão-da-estaca ou mofo-branco –É causada por Sclerotium rolfsii. Esse fungoproduz esporos esféricos de cor marrom,semelhantes a sementes, chamados deescleródios, estruturas por meio das quais ofungo sobrevive a condições adversas. Emcontato com as estacas, esse fungo germina,causando o apodrecimento das estacas,principalmente se o substrato, rico em matériaorgânica, não for desinfestado previamente(Fig. 14).

As perdas podem atingir até 100%.Para controlar a doença, recomenda-sereduzir o sombreamento, a umidade dos can-teiros e fazer pulverizações com tebuconazol

Page 51: A Cultura Da Pimenta-do-reino

50

(Folicur, Silbacur) na dose de 1 mL/L, apósa eliminação de todas as estacas infectadas.

No campo – Doenças como a fusariose, amurcha-amarela, a queima-do-fio, a antra-cnose, a mancha-de-alga e a galha-das-raízessão freqüentes em pimenteiras adultas e

Fig. 14. Muda com sintomas avançados de podridão-da-estaca ou mofo-branco.

Page 52: A Cultura Da Pimenta-do-reino

51

podem afetar, seriamente, o rendimento dacultura nas principais regiões produtoras.

• Fusariose – É a principal doença dessacultura. Afeta raízes e ramos, sendo disse-minada pelo contato de raízes, pela água dachuva e pelo vento. Uma planta afetada exibepodridão do sistema radicular, amare-lecimento e queda das folhas e internódios esecamento dos ramos (Fig. 15).

Fig. 15. Plantas depimenta-do-reino comsintomas avançadosde podridão-das-raízes.

Page 53: A Cultura Da Pimenta-do-reino

52

Alguns cuidados no manejo do pimentalajudam a prevenir a incidência de Fusariumsolani f. sp. piperis, agente causal dessadoença, em especial no que diz respeito àpodridão-das-raízes e ao secamento dos ra-mos.

Para impedir a podridão-das-raízes,devem ser adotadas as seguintes medidas:

• Fazer inspeções periódicas nos pimentais.

• Arrancar e queimar, fora do pimental, asplantas doentes.

• Regar as plantas próximas à planta doentecom solução de tiabendazol ou carbendazin(2 g/L) na dose de 5 L/planta.

• Selecionar cultivares precoces e mais pro-dutivas, visando conviver em base econô-mica com a doença.

• Na época chuvosa, fazer drenagem dossolos.

Page 54: A Cultura Da Pimenta-do-reino

53

• No período mais seco, irrigar as plantaspor gotejamento, (2 L de água/planta/dia).

• Fazer cobertura morta apenas em volta dabase da planta, com folhas de capim Guate-mala, Imperial ou casca de arroz.

• Durante o período seco, plantar, entre aspimenteiras, de forma dispersa, plantas quetenham a copa raleada (mogno, nim tama-rindo), para reduzir a temperatura e a evapo-transpiração na área.

• Aplicar adubação balanceada com maiorteor de potássio e magnésio.

• Inspecionar, freqüentemente, o pimentalpara detectar e erradicar as plantas infecta-

das.

• Evitar o livre trânsito de pessoas e máqui-nas da área contaminada para a área sadia.

Para prevenir o secamento dos ramos,devem ser adotadas as seguintes medidas:

Page 55: A Cultura Da Pimenta-do-reino

54

• Fazer inspeções periódicas, para detectara presença de ramos amarelados entre a fo-lhagem verde.

• Podar o ramo amarelado até 40 ou 50 cmabaixo do ponto de penetração.

• Pincelar a extremidade das hastes poda-das com uma pasta feita com tiabendazolou carbendazin.

• Manter as plantas sob observação e, se asnovas brotações exibirem sintomas, arran-car e queimar a planta fora do pimental.

• Pulverizar todo o pimental (uma única vez)com solução aquosa de tiabendazol oucarbendazin (1 g/L), para reduzir a quantida-de de inóculo do patógeno na área.

• Podridão-do-pé – É causada pelo fungoPhytophthora capsici, que apodrece a basedo caule e as raízes da pimenteira, resultan-do em murcha, amarelecimento, queda defolhas e morte da planta.

Page 56: A Cultura Da Pimenta-do-reino

55

Nas épocas mais chuvosas, surgemmanchas negras, circulares, com as extremi-dades fimbriadas nas folhas mais próximasdo solo, disseminando-se por respingos dechuva e solo, para as folhas baixeiras.

Controla-se essa doença com as seguintesmedidas:• Instalação de pimentais em solos bem dre-nados.

• Drenagem da área para evitar o acúmulode água no pé da planta.

• Manutenção da área apenas roçada, con-servando o coroamento das plantas, paraevitar concorrência da vegetação por água enutrientes.

• Pulverização das pimenteiras infectadas edas plantas vizinhas com solução aquosa dofungicida metalaxyl associado a mancozeb(Ridomil), fosetil-Al (Aliette) ou fungicidascúpricos (Cuprosan, Coprantol), procuran-do atingir a base da planta.

Page 57: A Cultura Da Pimenta-do-reino

56

• Murcha-amarela – É causada pelo fungoFusarium oxysporum, que afeta plantas commais de 4 anos de idade. Uma planta afetadaapresenta amarelecimento intenso e quedaprematura de folhas e de internódios. Nahaste, surgem lesões triangulares que maistarde tornam-se alongadas, com a parteafetada apresentando metade verde e meta-de negra, sintoma característico da doença(Fig. 16). O progresso da murcha-amarelaresulta em morte parcial ou total da planta.

Essa doença é controlada com as se-guintes medidas:

• Estabelecimento de novos pimentais commudas herbáceas oriundas de matrizes sadias.

• Aplicação de calcário dolomítico na dosede 500 g/planta em anos alternados.

• Colocação de cobertura morta parcial nofinal da época chuvosa.

Page 58: A Cultura Da Pimenta-do-reino

57

Fig. 16.Necroseunilateral dahaste, sintomadiferencial damurcha-amarela(Fusariumoxysporum).

• Aplicação, em cobertura, de composto or-gânico inoculado com microrganismos be-néficos (Bokashi), duas vezes ao ano.

• Drenagem de solos que retêm excesso deumidade.

• Substituição da cultivar Guajarina (muitosuscetível) por cultivares resistentes como

Page 59: A Cultura Da Pimenta-do-reino

58

Apra, Kuthiravally, Kottanadan-1, Iaçará-1,Cingapura e Bragantina.

• Queima-do-fio – Essa doença infecta aspimenteiras na época chuvosa, causando anecrose rápida e a queda da folhagem. Causaperdas de produção, mas raramente provocaa morte da planta. Em condições de ataquesevero, pode ser confundida com o secamen-to dos ramos ou fusariose aérea.

Essa doença tem início da parte medi-ana da planta para cima. Na haste, surgemaglomerados de micélio de coloração parda,que crescem em direção aos ramos lateraise, ao atingir as folhas pela face dorsal, se rami-ficam tornando-se uma teia fina, recobrindotoda a folha. Em poucos dias, a folha seca,adquire a consistência de pergaminho e sedesprende do ramo, ficando presa à plantaapenas pelo fio de micélio, daí o nome dadoença (Fig. 17).

Page 60: A Cultura Da Pimenta-do-reino

59

Fig. 17. Ramo de pimenteira com sintomas dequeima-do-fio, causada por Koleroga noxia.

A queima-do-fio é causada pelo fungoKoleroga noxia e pode ser controlada comduas pulverizações, a intervalo semanal, como fungicida tebuconazol, na dose de 1 g/Lde água.

• Antracnose – Os sintomas dessa doençamanifestam-se por lesões escuras, que come-çam nas bordas ou no ápice das folhas,podendo causar rachadura nos frutos. Plantas

Page 61: A Cultura Da Pimenta-do-reino

60

com deficiências nutricionais, especialmentede potássio, são mais suscetíveis, princi-palmente na época de maturação dos frutos.

O controle é feito com aplicações demaior quantidade de potássio. Pulverizaçõescom mancozeb (3 g/L) ou carbendazin (1 g/L)também controlam essa doença, no campo.

• Rubelose – De ocorrência esporádica,essa doença tem surgido apenas em pimen-tais mal cuidados. Em 2005, surgiu empimentais formados com a cultivar Bento,nos municípios de Castanhal e Acará, noPará.

É provocada pelo fungo Corticiumsalmonicolor, que causa o enrugamento dasfolhas e a queda dos internódios. Quandoinfectados, os ramos mais grossos ficamrevestidos por uma camada pulverulenta de

Page 62: A Cultura Da Pimenta-do-reino

61

coloração rósea, com pontuações rosa-escu-ra, daí o nome dessa doença.

O controle da rubelose é feito com apoda e a queima de todos os ramos e folhas,fora do pimental. As plantas atingidas devemser pulverizadas com fungicida à base decobre (Cuprosan, Cupravit), na dose de 3 g/L.

• Galhas-das-raízes – Plantas muito pa-rasitadas por nematoides (Meloidogyneincognita, M. javanica) apresentam folhasamareladas e são mais suscetíveis ao ataquede fungos do solo, principalmente deFusarium solani f. sp. piperis e Fusariumoxysporum.

Além da aplicação de nematicidas, al-gumas medidas preventivas como a produ-ção de mudas sadias, aplicações de matériaorgânica no solo e adubação balanceadaajudam a controlar essa doença.

Page 63: A Cultura Da Pimenta-do-reino

62

• Mancha-de-alga – Plantas afetadasapresentam manchas ferruginosas e avelu-dadas, nas folhas e nos frutos. Em plantasque vegetam próximo à mata, em regiõessujeitas a neblina, Cephaleuros virescenspode causar manchas irregulares, salientes,de cor negra-brilhante e lesões alongadasnos ramos jovens. O controle dessa doen-ça é feito com adubação balanceada. Emcaso de ataque severo, devem-se fazer pul-verizações com carbendazin, na dose de1 g/L.

Controle de Pragas

Apesar do potencial inseticida apre-sentado pela pimenta-do-reino, a planta éafetada por alguns insetos que causamdanos nas hastes, nos brotos, nas folhas enos frutos, que podem levar a planta àmorte.

Page 64: A Cultura Da Pimenta-do-reino

63

Além dos danos diretos, alguns dessesinsetos são vetores de vírus que afetam ocrescimento das plantas e reduzem seve-ramente a produção. As pragas das pimen-teiras são besouros, pulgões, cochonilhas,escamas, ácaros e, em alguns locais, caracóis.Os insetos mais freqüentes na cultura encon-tram-se na Tabela 2.

Tabela 2. Principais pragas da pimenta-do-reino e seucontrole.

Praga

Escama

Mosca-branca

Pulgão

Broca-do-caule

Pulga-preta

Cochonilha

Besouro-da-folha

Nome cientifico

Protopulvinarialongevalvata

Aleurodicus cocois

Aphis spiricolae

Lophobaris piperis

Epitrix sp.

Psudoccoccus elisae

Litostylus juvencus

Ocorrência

abr – jul

fev – jun

jan – mar

mar – jun

fev – mai

jul – dez

jun – mai

Controle

Óleo mineral a 1% +inseticida fosforado (0,1%)

Óleo mineral a 1% +inseticida fosforado (0,1%)

Inseticida fosforadona dosagem do rótulo

Dimetoato (25 mL para100 L de água)

Inseticida fosforadona dosagem do rótulo

Inseticida dimetoatona dosagem do rótulo

Inseticida Sevin,na dosagem do rótulo

Page 65: A Cultura Da Pimenta-do-reino

64

Colheita e Beneficiamento

A colheita da pimenta-do-reino é ma-nual e as espigas são colhidas indivi-dualmente, sendo destacadas dos ramoscom o auxílio das unhas, de canivete ou depequenas facas. À proporção que vão sendocolhidas, as espigas são colocadas em sacosde aniagem ou de polipropileno trançado.Para colher a pimenta do terço superior daplanta, devem-se usar escadas de madeirado tipo tripé. Após a colheita, a pimenta-do-reino é debulhada em debulhadores, paraseparar os frutos do eixo da espiga. Emseguida, os frutos são postos para secar aosol ou em secadores a lenha, a óleo dieselou elétricos.

Dependendo do estágio de maturaçãodos frutos, podem ser processados três ti-pos de pimenta: a verde, a preta e a branca.

Page 66: A Cultura Da Pimenta-do-reino

65

Pimenta-do-reino tipo verde – Para pro-duzir pimenta verde, as espigas são colhidasquando os frutos atingem 2/3 do cresci-mento. Nesse caso, a espiga é debulhada eos frutos são colocados em salmoura a 12%(sal a 12% e ácido cítrico a 0,5%), durante24 horas.

Após a drenagem, a solução é renova-da e o produto vendido embalado a vácuo,em sacos aluminizados ou em tambores deplástico hermeticamente fechados.

Pimenta-do-reino tipo preta – Para pro-duzir pimenta-preta, as espigas são colhidasquando os frutos estão completamente de-senvolvidos, de coloração verde-clara ouamarelados e debulhadas em máquinas(debulhadores) ou manualmente.

Depois, os frutos são secados ao sol,em encerados de plástico trançado, em áreascimentadas da propriedade ou em secadores

Page 67: A Cultura Da Pimenta-do-reino

66

a lenha ou a diesel (Fig. 18). O rendimentofinal de pimenta-preta fica em torno de 30%a 35% do peso dos frutos frescos.

Fig. 18. Secagem de pimenta-preta ao sol, em encerados.

Pimenta-do-reino tipo branca – Para pro-duzir a pimenta-branca, as espigas devemser colhidas quando os frutos apresentam acor amarelada ou vermelha. Em seguida, elassão maceradas em tanques de alvenaria e emágua corrente. Para evitar o odor putrefato,deve-se adicionar calcário, para elevar o pHda água.

Page 68: A Cultura Da Pimenta-do-reino

67

Para fazer a maceração, colocam-se 3 tde pimenta num tanque de 20 mil litros.Durante 12 dias, a água desse tanque deveser trocada a cada 3 dias, adicionando-se500 g de calcário dolomítico, toda vez quea água for trocada. Nesse procedimento,gasta-se 1,5 kg de calcário.

Ao final de 12 dias, os tanques são dre-nados e lavados para reutilização. Após amaceração, a pimenta-branca é secada aosol. Não é recomendado secar a pimenta-branca em secadores. O rendimento do grãoseco é de 18% a 20% em relação a seu pesofresco, ou seja, cada quilo (1.000 g) depimenta madura produz de 180 a 200 g depimenta-branca.

Cuidados Pós-Colheita

Durante o manuseio e a secagem, apimenta-do-reino pode ser contaminada por

Page 69: A Cultura Da Pimenta-do-reino

68

Salmonella sp. e por coliformes fecais, quetornam o produto imprestável para consumoin natura. Essa contaminação ocorre princi-palmente durante a secagem. Ao ser expostaao sol, a pimenta-do-reino pode ser contami-nada por fezes e urina, tanto de animaisdomésticos como de cães, gatos, galinhas eporcos, quanto de animais silvestres.

Os trabalhadores também podem con-taminar o produto ao pisarem a pimenta comchinelos, botas com os pés sujos ou comcoliformes fecais. Isso só acontece, se elesnão praticarem bons hábitos de higiene,como tomar banho diariamente, usar sempreroupas limpas e lavar as mãos sempre queusarem o sanitário.

Durante a armazenagem, a pimenta podeser contaminada por ratos, morcegos e répteisque transitam livremente sobre as sacas, emarmazéns desprovidos de paredes laterais.

Page 70: A Cultura Da Pimenta-do-reino

69

O produto pode ainda ser contaminadopor aflatoxinas e defensivos agrícolas. Afla-toxinas são substâncias tóxicas produzidaspor fungos do gênero Aspergillus sp. quecausam câncer de fígado quando ingeridas.

Resíduos de defensivos agrícolas tam-bém podem se acumular nos grãos depimenta-do-reino, quando são aplicadosinseticidas e fungicidas sem observação doperíodo de carência dos produtos.

Composição Química

Do ponto de vista qualitativo, os com-ponentes químicos mais importantes encon-trados nos grãos da pimenta-do-reino são apiperina, responsável pela pungência (ardor),e os óleos essenciais, responsáveis pelo aro-ma característico dessa pimenta.

Page 71: A Cultura Da Pimenta-do-reino

70

Tabela 3. Composição química da pimenta-do-reino.

Componente químico

AmidoCinzaFibra cruaÓleo-resinaÓleos essenciaisPiperinaResinaUmidade

Teor encontrado no grão (%)

22,00 – 48,005,00 – 6,0010,30 – 18,3010,03 – 14,802,37 – 5,7039,37 – 69,095,98 – 10,0612 –14

Na Tabela 3, são apresentados os prin-cipais componentes químicos e os limitesde variação encontrados nos grãos das cul-tivares de pimenta-do-reino, exploradas co-mercialmente.

Coeficientes Técnicos

A Tabela 4 mostra a quantidade de mão-de-obra e de insumos necessários para a ins-talação de 1 ha de pimenta-do-reino. Combase nesses dados, o agricultor pode fazersua própria previsão de custos, usando como

Page 72: A Cultura Da Pimenta-do-reino

71

Tabela 4. Coeficientes técnicos para instalação de 1 ha depimenta-do-reino com 1.600 pés.

1. Preparo da Área a) Manual Brocagem Derrubada (machado) Aceiro Queimada EncoivaramentoDestocamento (tocos menores) b) Mecânico

BrocagemDerrubada (motosserra)AceiroQueimada (após 6 dias)Limpeza (trator de esteira)Limpeza manual

Gradeamento (trator de rodas)2. Calagem3. Preparo das leiras4. Piqueteamento5. Enterrio do estacão6. Abertura das covas e adubação7. Plantio das mudas (250 pés)8. Capina Manual (enxada) Química Coroamento (R$ 0,05/pé)Aplicação de glifosato (Round-up)Aplicação de Paraquat (Gramoxone)9. Drenagem a) Manual (enxadeco) b) Mecanizada (retroescavadeira)10. Adubação química11. Adubação foliar12. Amarrio13. Refazer amontoa14. Colheita (3º ano)15. Beneficiamento

a) Debulhamento (1.500 kg) (R$ 0,03/kg)b) Secagemc) Ventilação (4.500 kg)

10 HD10HD2 HD½ HD25 HD20 HD

10 HD1 HD2 HD½ HD4 hT10 HD4 Ht4 HD20 HD6 HD19 HD22 HD6 HD

12 HD

1 HD2 HD

30 HD24 h3 HD3 HD4 HD6 HD90 HD

10 HD1 HD

Atividade Quantidade/Unidade

Page 73: A Cultura Da Pimenta-do-reino

72

referência os preços unitários de cada fatorde produção, em sua região.

Os coeficientes técnicos para instalação dejardins clonais, em área de capoeira raleada,com vistas à produção de mudas, no siste-ma em espaldeira, são apresentados naTabela 5.

Page 74: A Cultura Da Pimenta-do-reino

73

0,5 HD0,5 HD

1 HD10 HD

2 HD1 HD

0,56 HD

12 HD10 HD

3 HD1,5 HD18 HD

5 Mil2 t

60 kg50 kg

2 unid.1 kg1 L

1 kg1 L

1 unid.

Tabela 5. Coeficientes técnicos para produção de 5 mil mudasde pimenta-do-reino, no primeiro ano de atividade, em área decapoeira raleada.

Componentes do sistema

1. Mão-de-obra Escolha de pimentais sadios Seleção de matrizes no campo Pulverização das matrizes Construção das espaldeiras Preparo e manutenção do pré-enraizador Corte das estacas e tratamento químico, plantio Plantio das mudas nas espaldeiras Manutenção das plantas na espaldeira Irrigação das mudas Enchimento de 1.000 sacos de plástico Transporte do adubo orgânico Adubação química e orgânica Corte de 30 folhas, esteiros, enterrio e amarrio2. Insumos Sacos de plástico pretos, perfurados Esterco de gado curtido Cinza oriunda da queimada Fertilizante químico (NPK: 10-10-10) Tesoura de podar Carbendazin Dimetoato Oxicloreto de cobre Adubo foliar

Quantidade/Unidade

Page 75: A Cultura Da Pimenta-do-reino

Endereços

Embrapa Informação Tecnológica

Parque Estação Biológica (PqEB)Av. W3 Norte – Final

70770-901 Brasília, DFFone: (61) 3340-9999Fax: (61) 3340-2753

[email protected]/liv

Embrapa Amazônia OrientalTravessa Dr. Enéas Pinheiro, s/n.

Caixa Postal, 4866095-100 Belém, PAFone: (91) 3204-1000Fax: (91) 3276-9845

[email protected]

Page 76: A Cultura Da Pimenta-do-reino

Coleção Plantar

Títulos Lançados

A cultura do alhoAs culturas da ervilha da lentilhaA cultura da mandioquinha-salsa

O cultivo de hortaliçasA cultura do tomateiro (para mesa)

A cultura do pêssegoA cultura do morangoA cultura do aspargoA cultura da ameixeiraA cultura da manga

Propagação do abacaxizeiroA cultura do abacaxiA cultura do chuchu

Produção de mudas de mangaA cultura da maçã

A cultura do urucumA cultura da pimenta-do-reino

A cultura da castanha-do-brasilA cultura do cupuaçuA cultura da pupunha

A cultura do açaíA cultura da goiaba

A cultura do mangostãoA cultura do guaraná

Page 77: A Cultura Da Pimenta-do-reino

A cultura da batata-doceA cultura da graviolaA cultura do dendêA cultura do caju

A cultura da amora-preta (2ª edição)A cultura da melancia

A cultura do mamão (2ª edição)A cultura da banana (2ª edição)

A cultura do limão-taiti (2ª edição)A cultura da acerola (2ª edição)

A cultura do maracujá (2ª edição)A cultura da batata

A cultura da cenouraA cultura do melãoA cultura da cebolaA cultura do sapoti

A cultura do coqueiro: mudas

Page 78: A Cultura Da Pimenta-do-reino

Impressão e acabamentoEmbrapa Informação Tecnológica

Page 79: A Cultura Da Pimenta-do-reino

A ,

coloca em suas mãos

as tecnologias geradas e

testadas em 33 anos de pesquisa.

As informações de que você

precisa para o crescimento

e desenvolvimento da

agropecuária estão à

sua disposição.

Consulte-nos.

Embrapa

Amazônia Oriental

CG

PE6009

ISB

N8

5-7

38

3-3

80

-7

9788573833690