a culpa vista pelos leigos - primeira parte

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Por Serrano Neves Revisado em maio de 2013 LIVRO LIVRE É FUNÇÃO SOCIAL DA ´PROPRIEDADE INTELECTUAL

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Page 1: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

Por Serrano NevesRevisado em maio de 2013

LIVRO LIVRE É FUNÇÃO SOCIAL DA´PROPRIEDADE INTELECTUAL

Page 2: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

NÃOBOAS

NÃOCERTAS

NÃOJUSTAS

BOAS

CERTAS

JUSTAS

Page 3: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

Quando fazem obom, o certo e ojusto merecemAPROVAÇÃO

e até elogios e“prêmios”.

Quando fazemnão bom, o nãocerto ou o nãojusto merecemREPROVAÇÃO e até “pena”.

Page 4: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

O SE

NSO

COMUM

DA

CULP

A

O técnico daseleção brasileira

de futebol é oCULPADO pelo mau

desempenho, ouRESPONSÁVEL

PELO FRACASSO.

Page 5: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

Caso o desempenhoda seleção tivessesido bom ninguém

diria que o técnico éculpado, mas

poderia dizer que éRESPONSÁVELPELO SUCESSO

O SE

NSO

COMUM

DA

CULP

A

Page 6: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

A palavra

CULPADO

é reservada para quem fezalguma coisa não-certa, não-

boa, não-justa.

Page 7: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

Nem sempre o técnico é o únicoculpado. O médico, o preparador físico

ou o cartola podem ter contribuídopara o fracasso liberando jogador

contundido, preparando mal osjogadores ou fazendo pressão.

DIVIDINDO A CULPA

Page 8: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

É possível que os torcedores cheguem àconclusão de quem deverá ser demitido,

quem deverá ser suspenso, ousimplesmente pagar multa.

DIVIDINDO A CULPA

Page 9: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

OS TORCEDORES TEM NOÇÃO DAPROPORCIONALIDADE ENTRE A CULPA E A PENA E

SÃO RAZOÁVEIS NA APLICAÇÃO

DIVIDINDO A CULPA

Page 10: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

SENSO COMUM é acapacidade que as pessoaspossuem para perceber que

alguém fez alguma coisamalfeita, avaliar porque fez o

malfeito e até sugerir umapena para o malfeitor.

Page 11: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

Os torcedores não temregras fixas para analisar aculpa de cada um, mas são

capazes de analisar oquanto o culpado estavapreparado para fazer, o

quanto tinha noção do certoe do errado, e se tinha

condições pessoais parafazer de outro modo mais

certo.

Page 12: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

O médico aceitou apressão do cartola para

liberar o jogadorcontundido porque não

queria perder oprestígio junto à

diretoria.

O cartola fez pressão sobre omédico por ter recebido pressão dopatrocinador para colocar o jogador

em campo.

O preparador físicovacilou e nãopreparou os jogadorespara aguentarem otempo de prorrogaçãoapós o empate.

O técnico aceitoutudo isto para nãoperder o emprego.

Page 13: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

Será que o técnicorealmenteentendeu asconsequências doque iria fazer ??

Page 14: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

CULPABILIDADEé a medida da culpada pessoa que faz

o NÃO BOMo NÃO CERTOo NÃO JUSTO

Page 15: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

MEDIDA é a quantidade de alguma coisa, por exemplo:

3 centímetros de tecido.

“centímetro” refere-se à unidade da ESCALA MÉTRICAde medida da grandeza denominada COMPRIMENTO.

A “régua” utilizada para medir está dividida em centímetros.

“3” é a quantidade de unidades.

MEDIDA = QUANTIDADE + UNIDADE + OBJETO

Page 16: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

GRANDEZA é tudo aquilo que pode ser medido: comprimento,peso, massa, volume etc.

UNIDADE é a escala utlizada para referir-se à menor porção dagrandeza

Medindo TEMPERATURA doar, por exemplo, temos uma

melhor noção do que é aunidade e o que é escala.

Assistindo um filmeamericano vemos um

termômetro marcando 100graus e ficamos espantadosporque o que conhecemoscomo 100 graus é a “água

Page 17: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

Não está errado!É que a “escala” utilizada lá é a Farenheit e100 graus Farenheit equivalem a 37,7 grausna escala Centesimal, ou seja, está apenas

um “calor danado”.

Farenheit Centesimal=

Page 18: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

Quando as pessoas sabem a grandeza, a unidade e a escala fica fácil de entender eaté de fazer a conversão para outra unidade e escala conhecidas.

Por exemplo: a medida de aferição de uma prova escolar é feita em pontos e cadaponto corresponde a um acerto (definição da unidade), mas de nada adianta saberque um aluno tirou nota 10 porque não sabemos qual escala foi adotada: se de 0 a

10, se de 0 a 100 ou se de 0 a 50.

Se de 0 a 10 o aluno acertou 100% das respostas.Se de 0 a 100 o aluno acertou 10% das respostas.Se de 0 a 50 o aluno acertou 20% das respostas.

Nos exemplos todas as escalas foram convertidas para percentual.

A ÚNICA GARANTIA DE QUE A “MEDIDA” SERÁENTENDIDA É O “NÚMERO” ESTAR ACOMPANHADO DA

“UNIDADE” E DA “ESCALA”

Page 19: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

“Dois dedos de pinga” não é uma medida inteligível, pois aquantidade irá variar conforme o formato do copo e a altura dosdedos, então foi padronizado que a DOSE deve ter 50 mililitros

(0,050 do litro) que é usada para bebidas destiladas de teoralcoólico semelhante (14 mililitros de álcool) , o que faz com queuma dose de pinga seja equivalente a um copo de vinho ou dois

copos de cerveja, mais ou menos.

CULPABILIDADE é a medida,mas qual será a grandeza, aunidade e a escala a serem

adotadas?

Page 20: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

A “grandeza”, ou coisa a ser medida, e queresultará na MEDIDA DA CULPABILIDADE, é a

capacidade da pessoa para lidar com a situaçãoem relação à qual está sendo considerada

culpada.

Antônio foi ligar a televisão e elaqueimou.

Ele é culpado?

Page 21: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

ATENÇÃO: estamos lidandocom o “senso comum” das

pessoas, tanto o sensocomum de Antônio como osenso comum de nós que

estamos respondendo se ele éculpado e quanto é culpado.

Page 22: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

Supondo que a avaliação de Antônio resultou em“pouco culpado” é possível que alguém pergunte o

“quanto” pouco culpado é: muito pouco, pouquíssimo,beirando o médio?

Numa escala de 0 a 100 Antônio épouco culpado: é um 20.

Ficou mais fácil de entender o “grau” ou “medida” da suaculpa, ou seja:

0 10020

Page 23: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

O senso comum também mostrará que o“castigo” a ser aplicado a Antônio, cujograu ou medida da culpabilidade é 20

numa escala de 0 a 100 deverá serproporcional , ou seja: numa mesmaescala de 0 a 100 de “castigo” será

aplicado 20, ou um pouquinho mais ou umpouquinho menos, conforme Antônio seja

um “bom sujeito” ou um “não tão bomsujeito”.

Page 24: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

0 10020

Numa escala de 0 a 100 Antônio épouco culpado: é um 20.

Numa mesma escala de 0 a 100de “castigo” será aplicado 20

Page 25: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

Uma escala “judicial” poderá ter“unidades” diferentes dado o costume dereferir-se às penas mínima e máxima do

tipo, mas é só estabelecer a equivalência

0 10020

MÍNIMA MÉDIA MÁXIMA

ENTRE A MÍNIMA E A MÉDIA

Page 26: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

0 10020

MÍNIMA MÉDIA MÁXIMA

ENTRE A MÍNIMA E A MÉDIA

Seja uma pena de 1 ano a 10 anos para o “crime”.

1 ano 10 anos2 anos

Page 27: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

Assim, está concluída a parte que demonstra a

MEDIDA DA CULPABILIDADEe a

PROPORCIONALIDADE DA PENAde forma simplificada.

Em outra apresentação será visto como “calibrar”a medida da culpabilidade pelos elementos que a

compõe.

Page 28: A culpa vista pelos leigos - PRIMEIRA PARTE

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