a crise dos anos 20 e a revolução de trinta

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CENTRO DE ARTES, HUMANIDADES E LETRAS COLEGIADO DO CURSO DE HISTÓRIA SEMINÁRIO A CRISE DOS ANOS 20 E A REVOLUÇÃO DE 30 Cachoeira, julho de 2016

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Page 1: A Crise dos anos 20 e a Revolução de Trinta

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CENTRO DE ARTES, HUMANIDADES E LETRAS

COLEGIADO DO CURSO DE HISTÓRIA

SEMINÁRIO – A CRISE DOS ANOS 20 E A REVOLUÇÃO DE 30

Cachoeira, julho de 2016

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ANGÉLICA CONCEIÇÃO DOS SANTOS

CARLOS EDUARDO MIRANDA LIMA FABIANO DOS SANTOS SILVA

GIDELCIO FERREIRA DOS SANTOS LUCIENE EVANGELISTA

RENILDA COSTA DOS SANTOS

ATIVIDADE – História do Brasil República

Atividade apresentada a Universidade Federal Do Recôncavo

da Bahia – UFRB para obtenção de créditos na Disciplina

Laboratório de Ensino de História do Brasil ministrada pelo

professor Dr. Eliazar João da Silva

Cachoeira, julho de 2016

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A CRISE DOS ANOS 20 E A REVOLUÇÃO DE 30

1. Introdução

O presente Seminário caracteriza-se em uma aula expositiva, que tem por objetivo analisar o

período Republicano durante a chamada República Velha (1889 e 1930.) através de um recorte:

“A Crise dos Anos 20 e a Revolução de 30”. Destacando a efervescência que marcam os anos

vinte da sociedade brasileira, que viveu um período de grande agitação e profundas

transformações. O País estava mergulhado em uma crise sintomática, que resultou em

profundas transformações, transições e rupturas, cujos sintomas se manifestaram nos planos

econômico, político e social, o Brasil experimentou uma fase de transição cujas rupturas mais

drásticas alcançaram sua plenitude no movimento na Revolução de 1930.

2. Os Fundamentos do Sistema Político na Primeira República

O regime Republicano instituído em 1889, demostrava sua instabilidade nos primeiros anos. Os

grupos dominantes e representantes das principais províncias se uniam em defesa do

federalismo era algo, porém outras questões relativas ao formato que deveria ser dado ao novo

sistema político provocavam inúmeras divergências. A primeira Constituição republicana do

país, inspirada nos moldes constitucionais dos norte-americanos, viria consagrar como forma

de governo a República Liberal Federativa, garantindo ampla autonomia para os estados e

instituindo um regime formalmente representativo democrático.

A República Brasileira só conseguiria lançar bases para sua estabilidade, através do

equacionamento destas questões, com a criação em 1898 do pacto político conhecido como

política dos governadores ou política dos estados.

3. A cisão intra-oligárquica e a Reação Republicana

A sucessão presidencial de 1922, foi norteada por disputas acirradas, devido ao esgotamento

do modelo político vigente na primeira república, formando um quadro de disputas acirradas

no panorama político brasileiro em torno da sucessão presidencial de1922. Iniciadas as

articulações em torno da candidatura à sucessão de Epitácio Pessoa, os grupos dominantes de

São Paulo e minas Gerais fecharam em torno dos nomes de Arthur Bernardes e Urbanos Santos,

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o lançamento oficial desta chapa gerou no entanto discordâncias importantes no seio das

oligarquias regionais.

Diferente das disputas eleitorais anteriores, onde o consenso em torno de um nome se fazia com

relativa facilidade, neste momento vozes dissonantes emergiram para contestar a candidatura

oficial. Insatisfeitos com o posicionamento das oligarquias dominantes do candidato

situacionista, as oligarquias dos estados de segunda grandeza representados por; Pernambuco;

Bahia; Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, articularam um movimento que ficaria conhecido

como “Reação Republicana”, lançando as candidaturas de Nilo Peçanha e José Joaquim Seabra

respectivamente à presidência e vice-presidência da República em convenção realizada em 24

de junho de 1921.

Na Historiografia, a cisão intraoligárquica é palco de diversas intepretações, relativos a fatores

econômicos ligados a cafeicultura e a desvalorização cambial; outro ponto seria a

impossibilidade de acordo e a insatisfação na escolha de um representante de Maranhão para

vice-presidente; por último, que a Reação Republicana, seria o primeiro ensaio do populismo

no País e suas articulações. Com Nilo Peçanha, notório precursor das lideranças populistas.

As estratégias utilizadas no caso da Reação Republicana, visavam a ampliação das

possibilidades de vitória de sua chapa. Porém as práticas políticas vigentes na primeira

república, eram baseadas no “compromisso coronelista”; implicando em uma postura de

reprocidade (troca de favores) em que cada parte, tinha algo a oferecer. A Reação Republicana,

pouco tinha para ofertar ao molde coronelista, para obter o apoio eleitoral. Para as oligarquias

dissidentes, os militares surgiram como a segunda opção, já que a posse de Epitácio Pessoa e a

escolha de civis para ocupar as pastas militares, acirram os problemas.

4. O movimento tenentista

Foram os militares que governaram o Brasil nos dois primeiros mandatos da República, mas

após Floriano Peixoto foram afastados da presidência para darem lugar aos governos civis. Tem

início também a partir de então o domínio de uma oligarquia que mantinha o controle do poder

no país e que revezava os grupos no poder. Durante toda a República Velha, Minas Gerais e

São Paulo eram os dois principais estados brasileiros no cenário político, o predomínio dos

mesmos na ocupação do principal cargo no país envolvendo um esquema de mútua cooperação

caracterizou tal período da história brasileira. O Tenentismo surgiu justamente como forma de

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contestação ao sistema político que dominava o Brasil e não permitia espaços para grupos que

não fizessem parte da oligarquia.

Logo no início da década de 1920 se espalharam pelos quartéis os ideais do Movimento

Tenentista. Carregando a bandeira da democracia, o grupo que era formado basicamente por

militares de baixa patente colocava em questão as principais marcas da Política do Café com

Leite. Os militares defendiam a dinamização da estrutura do poder no país, almejando que o

processo eleitoral se tornasse mais democrático e permitisse o acesso de mais grupos ao poder,

questionavam o voto de cabresto e eram favoráveis ao direito da mulher ao voto. Descontentes

com a realidade política do Brasil acreditavam que se fazia necessário uma reforma no ensino

público, assim como a concessão da liberdade aos meios de comunicação, a restrição do Poder

Executivo e a moralização dos ocupantes das cadeiras no Poder Legislativo.

O Tenentismo conquistou civis que aderiram ao projeto, mas com o tempo foi ficando claro que

a defesa era pela implantação de um Estado forte e centralizado, através do qual as necessidades

do país poderiam ficar explícitas e resolvidas.A evolução do Movimento Tenentista se dá ao

longo da década de 1920 por via de suas expressões armadas. A primeira ação deste tipo dos

Tenentes aconteceu em 1922 no evento conhecido como Revolta dos 18 do Forte de

Copacabana, em 1924 veio a Comuna de Manaus e a Revolução de 1924. Concomitantemente

teve início o evento mais duradouro e que percorreu grande território no Brasil, a Coluna

Prestes.

A Coluna Prestes foi um movimento em forma de guerrilha e composto por militares, liderada

por Luís Carlos Prestes o movimento saiu da região sul do país e percorreu mais de 3.000 km

combatendo as tropas do governo. Em todos os confrontos a Coluna Prestes saiu vencedora e

por fim foi se refugiar na Bolívia para arquitetar um golpe de Estado. O Tenentismo não gerou

efeitos imediatos no Brasil, mas o somatório dos acontecimentos na década de 1920 foi

importante para abalar a estrutura política das oligarquias e mudar significativamente a ordem

política no Brasil em 1930.

Em 1929 o Tenentismo integra a Aliança Liberal, mas nesse momento Luís Carlos Prestes já

havia se tornado comunista e não mais integrava o movimento. A Aliança Liberal somava a

luta Tenentista que envolvia o voto secreto e também feminino com a evolução do direito

trabalhista. Foi fundamental para que Getúlio Vargas assumisse o poder, tanto que após a

Revolução de 1930 o presidente nomeou vários tenentes como interventores em quase todos os

estados. O Tenentismo se manteve presente na política e passa por uma cisão em 1937 quando

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um grupo decide seguir Luís Carlos Prestes e outro rompe com o presidente Getúlio Vargas e

passa a exercer a oposição.

O Movimento Tenentista esteve presente na deposição de Getúlio Vargas em 1945 e disputou

as eleições presidenciais no mesmo ano e também em 1955. Quando ocorreu a Revolução de

1964 que colocou os militares no poder no Brasil quase todos os comandantes eram tenentes na

ocasião da Revolução de 1930, como é o caso de Ernesto Geisel, Castelo Branco e Médici.

Dessa forma o Tenentismo se manteve vivo até meados da década de 1970 quando os membros

do movimento nascido na década de 1920 começaram a morrer.

5. A Aliança Liberal e a Revolução de 1930

Segundo a leitura do tópico acima que fala sobre a crise de 1930, que não se restringiu apenas

ao âmbito econômico com a quebra a bolsa de valores de Nova York influenciou no fechamento

e diversas fábricas em São Paulo e no Rio de Janeiro, além disso, este ano tido como marco

histórico vem trazer disputas comerciais e econômica entre a aristocracia rural cafeeira, e a

oligarquia industrial urbana, e, principalmente paralelo a isso a existência de uma disputa acerca

da política da república brasileira marcada pelo tenentismo que tanto infligia as leis, assim,

podemos designar ai em 1930 crises nos cenários econômico , comercial e ideológico-polít ico.

O texto refere-se mais a crise ideológica política de 1930, quando surge a oposição ao

tenentismo baseada principalmente nos fundamentos comunistas, o partido comunista vem

ganhar dimensão neste período, e a criação da Aliança Liberal que era composta pelas forças

políticas dos estados e Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba que não tinham tanto

destaque na política republicana quanto as oligarquias paulista e carioca, estava ai formada a

força de oposição às oligarquias predominantes.

Diferentemente dos grupos oligárquicos dominantes na política deste período, a Aliança Liberal

queria “mudanças políticas ideológicas e das liberdades individuais”, como a criação de uma

Justiça Eleitoral afim de moralizar os costumes políticos da época, como o voto secreto, e

também mudanças e regulamentação nas leis os trabalhadores, tais objetivos não agradavam a

oligarquia dominantes.

Com os acontecimentos das disputas eleitorais no período do governo de Washington Luís,

principalmente o assassinato de João Pessoa, vice da oposição, veio a acirrar as disputas, e

também levou a aliança liberal a aliar-se com o grupo dominante também, na composição da

Aliança Liberal temos ai componentes de famílias tradicionais dos estados de Minas Gerais,

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Rio Grande do Sul e Paraíba que vieram a seguir o caminho dos tenentes por causa da crise

econômica material que assolava o país.

O texto traz referencias de autores que analisaram a crise de 30 como resultado da tentativa de

golpe à burguesia cafeeira (Fausto), enquanto de um lado, os “setores oligárquicos queriam a

soma de poder com o mínimo de transformações”, os civis (jovens) por sua vez queria uma

reforma no sistema político. Os autores citados no texto vêm a dizer que embora 1930 tenha

sido o marco histórico da revolução, na verdade, a revolução teria acontecido em 1928 quando

teria ficado explicito a separação e a luta de classes, a partir a criação do Bloco Operário

Camponês criado pelo partido comunista e quando a Fundação do Centro das Indústrias de São

Paulo teria” enrijecido a postura patronal repressiva como resposta a classe trabalhadora”.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, Marieta de Moraes; PINTO, Surama Conde Sá. A Crise dos anos 20 e a

Revolução de Trinta.In; Ferreira Jorge e Lucélia A N Delgado(Org.). Rio de Janeiro Civilização Brasileira, 2013. Vol. 1