a crimnalização dos movimentos sociais no brasil

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  • 8/4/2019 A crimnalizao dos movimentos sociais no Brasil

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    PODER E MDIA: A CRIMINALIZAO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NOBRASIL NAS LTIMAS TRINTA DCADAS

    Leopoldo Volanin

    RESUMOOs movimentos sociais no Brasil sempre foram alvos da chamada

    grande mdia brasileira. Os meios de comunicao de massa, sob odomnio das classes dominantes, transmitem com sua fora deopresso ideolgica sociedade, que as organizaes sociais somovimentos que desagregam o sistema social, poltico e econmico do

    pas. O presente artigo visa fazer uma anlise, sob uma tica crtica,da cobertura miditica das aes dos movimentos sociais,principalmente nas ltimas trinta dcadas, em que sempre soconsiderados como desordeiros pela mdia. Tambm mostrar quergos alternativos so os meios de propagao dos verdadeirosobjetivos das organizaes populares.

    Palavras-chaves: mdia, criminalizao, movimentos sociais, Brasil

    ABSTRACT

    The social movements in Brazil have always been the target of the socalled great Brazilian media. The mass media, in the dominantclasses domain, by using its power of ideological oppression of society,passes on that social organizations are movements that disaggregatethe social, political and economical system of the country. The present

    article aims at analyzing, under a critical scope, the media cover on theactions of social movements that have always been regarded asturbulent by the media, mainly in the last thirty decades. It also aims atshowing that the alternative agencies are the means of propagation of the real objectives of the popular organizations.

    Key-words: media, criminalization, social movements, Brazil

    1 Leopoldo Volanin, Professor de Histria da Rede Pblica do Estado do Paran

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    INTRODUO

    A criminalizao dos movimentos sociais na mdia histrica. A mancheteestampada na Folha da Manh de 26 de novembro de 1935 referindo-se aIntentona Comunista Pernambuco e Rio Grande do Norte agitados por ummovimento subversivo de carter extremista j indicava um processo de lutassociais e conflitos polticos e ideolgicos entre organizaes de grupos sociaisoprimidos e os sistemas dominantes, detentores dos meios de comunicao. ARevista Veja de 26 de junho de 1985 traz em uma de suas manchetes Frias

    ameaadas a supergreve nas escolas altera calendrio , apresentandonegativamente a greve de professores para a populao, omitindo, no entanto,dados fundamentais que os levaram a greve, como a desvalorizao salarial doprofessor, o desgaste humano devido a quantidade de atividades que oprofessor se v na contingncia de realizar e afetivo, entre outros. Noticias,transmitidas em um perodo correspondente a cinqenta anos de diferenaentre uma e outra, mostra o mesmo objetivo dos de muitos rgos decomunicao: criminalizar os movimentos sociais ou manifestaes popularesque vo aqum dos interesses de grupos que detm a concentrao do poder e dos veculos de comunicao.

    Trata-se, portanto, do objetivo deste artigo compreender o conflito entre aao dos movimentos sociais e a interpretao dada pela sociedade a partir das informaes transmitidas pela mdia, mais precisamente, como o receptor miditico assimila o contedo repassado por intermdio dos meios decomunicao, que possui uma postura ideolgica e poltica em relao

    estrutura e a organizao da sociedade, mais especificamente sobre osmovimentos sociais. Para responder a esta questo, torna-se necessriodiscutir e compreender os conceitos de mdia, seu raio de influncias e aideologia oculta imposta para, posteriormente, entender sua relao com asorganizaes sociais, as intenes e os interesses almejados por aqueles quedetm os meios miditicos sob seu poder.

    Como ponto de partida, necessrio discutir os conceitos fundamentais

    de ideologia e poder ideolgico do sistema capitalista e do Estado, os quais,atravs deste mecanismo alavancam todo o processo do uso de meios, entre

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    os quais a mdia, para combater toda e qualquer oposio que seja obstculopara o funcionamento do sistema capitalista e da hegemonia da classedominante. Consequentemente procurar uma definio de mdia e sua funocomo um veculo de transmisso do servio ideolgico do poder econmico epoltico sobre a sociedade brasileira. A partir da, buscar abordagens eorientaes tericas que permitem caracteriza-los e compreende-los suadinmica e sua relao do poder miditico com os movimentos sociais e aimportncia de ambos para a vida social, principalmente a partir da dcada de80 no Brasil, despertando a capacidade de questionar e refletir sobre averacidade do que se v, do que se ouve e se fala, ou seja, exercer a crtica

    daquilo que transmitido. E finalmente reconhecer nos meios de comunicaoalternativos como formas de divulgao, propagao da importncia dasorganizaes populares para a transformao de superao das injustias edesigualdades sociais.

    A IDELOGIA COMO MEIO DE MANUTENO DO PODER DA CLASSEDOMINANTE

    A palavra ideologia pode ser compreendida nos seus vrios sentidos eabordagens. Porm aqui se torna necessrio abordar, num sentido maisrestrito, aquele tipo de ideologia que levar a uma relao conseqentereferente o assunto tratado que a ideologia dominante transmitida atravs damdia sobre os movimentos e organizaes populares no Brasil nas ltimas trsdcadas.

    Aqui a ideologia dever ser entendida como aquela que se d a partir do

    monoplio da classe dominante sobre os meios de produo intelectuais queinfluencia nas formas de conscincia social, suas prticas e representaes,tanto individuais como sociais.

    Este conceito mais especifico de ideologia elaborado por diferenciadosautores, mas , sobretudo Marx (MARX,1984),que enriqueceu o conceito sobreo assunto e sua aplicao. Numa concepo geral de Marx, a ideologia adquireum sentido negativo, como instrumento de dominao. Marx e Engels definem

    como ideolgica toda tentativa de explicar qualquer relao social a partir dasformas cristalizadas de conscincia social, considerando que proceder desta

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    forma implica em inverter uma determinada ao real. A ideologia sobrepe-ses conscincias individuais. Assim sendo, cada ser social interpreta aorganizao social e o seu papel nesta, no a partir de sua conscincia pura,mas o faz mediado pelas prprias relaes que contrai e, portanto, aprisionadoe moldado pelas formas de conscincia social e coletiva. Marx ao tratar, aquesto da conscientizao individual sobre o social destaca que no aconscincia do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrrio, o seu ser social que determina a sua conscincia . Assim sendo, o contedo das formasideolgicas a expresso ideal das relaes materiais dominantes, sendo oseu contedo dado pela classe dominante que detm os meios de produo

    material, detm tambm os meios de produo intelectual e normalmente opoder poltico.

    Gramsci d o conceito de ideologia como o significado mais alto de umaconcepo de mundo que se manifesta implicitamente na arte, no direito, naatividade econmica, em todas as suas manifestaes da vida individuais ecoletivas (GRAMSCI, 1986).

    Quando tratada a ideologia em relao aos movimentos sociais, odiscurso da criminalizao , em verdade, uma ideologia cuja transmisso sed por aquilo que Gramsci denominou de consenso . Ou seja, o convencimentoda ideologia, aqui atravs da mdia, levando-a a ser incorporada pela prpriasociedade, em que tanto as aes da criminalizao tm impacto no cotidianodo movimento e nas pessoas dele pertencentes.

    Gramsci, Althusser entre outros, inspirados em Marx, contriburampara explicar que a ideologia no apenas um conjunto de idias, mastambm de prticas, presentes em todas as partes da estrutura social ou para

    garantir a explorao social e a manuteno do domnio social. Althusser defende que, especificamente, isto se d atravs da atuao dos AparelhosIdeolgicos de Estado. (AIEs), entre os quais arrola a imprensa (Althusser,1983)

    Dado que, em princpio, a classe dominante detm o poder estatal (abertamente ou, na maioria das vezes, mediante alianasentre classes ou fraes de classes), e, portanto, tem a seu

    dispor o Aparelho (Repressivo) de Estado, podemos admitir queessa mesma classe dominante atuante nos Aparelhos

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    Ideolgicos de Estado, na medida em que, em ltima anlise, aideologia dominante que se realiza nos Aparelhos Ideolgicos deEstado, atravs das suas prprias contradies. ( ALTHUSSERapud ZIZEK; 1999: 114, 115 e 116)

    Ele faz uma correlao entre o pblico e o privado, em que o AparelhoRepressivo do Estado pertence ao poder pblico, mas os AparelhosIdeolgicos do Estado, destacando os empreendimentos culturais como os jornais, revistas e atualmente os meios televisivos, radiofnicos e digitaispertencem aos domnios particulares. Com isso a mdia, por mais que esteja a

    servio privado, transmite a ideologia do poder estatal, haja visto que este estsempre sob a influncia ou influenciada pela classe dominante e detentora dosmeios de comunicao mais influentes e conseqentemente alienadores.

    A professora Marilena Chau define ideologia como

    conjunto lgico, sistemtico e coerente derepresentaes (idias e valores) e de normas ou regras(de conduta) que indicam e prescrevem aos membros dasociedade o que devem pensar e como devem pensar, oque devem valorizar e como devem valorizar, o quedevem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e

    como devem fazer. (CHAU, 1980, p.23)

    Marilena Chau, ao retratar a ideologia, consiste precisamente natransformao das idias da classe dominante em idias dominantes para asociedade como um todo, de modo que a classe que domina no plano material(econmico, social e poltico) tambm domina no plano ideal (das idias). Istosignifica que:

    Embora a sociedade esteja dividida em classes e cada qualdevesse ter suas prprias idias, a dominao de uma classesobre as outras faz com que s sejam consideradas vlidas,verdadeiras e racionais as idias da classe dominante.

    (CHAU, 1980 p.36)

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    passa a ser considerada, enquanto indstria cultural no sentido prprio quelhe deram Adorno e Horkheimer (ADORNO & HORKHEIMER, 1985) eatualmente Habermas como meio de produo da cultura transformando-se emmercadoria, passando a convergir nos rumos de uma economia em seuprocesso de insero dentro do capitalismo oligopolizado. Para os preponentesdeste pensamento, a cultura, aqui mais diretamente relacionada aos meios decomunicao de massa, produzida de forma padronizada, justamente comomeio de alienao, dominao e manuteno das classes sociais.

    De modo particular, s frentes terico-metodolgicas abertas com osEstudos Culturais Ingleses, na dcada de 60, em sentido, at contrapondo-se a

    Escola de Frankfurt, interpretam que as formas culturais, no so apenasprocessos de comunicao como expresso da ideologia econmica, mas soferramentas de resistncia, em que o receptor transforma a informaorecebida pelos meios de comunicao e produz novos sentidos. No so osmeios de comunicao que determinam e manipulam a realidade, mas sim,aquele que recebe a informao ditada pela mdia. Hoggart, Williams eThompsom, preocupados em como se constitui a classe trabalhadora, buscamredefinir a noo tradicional de cultura, de modo que consideram a culturamiditica aquela que passa a conceber a cultura de forma mais abrangente.

    Diante deste contexto que os pensadores desta escola promovem suascrticas aos meios de comunicao de massa cuja expanso lhes contempornea. Para eles, a mdia no apenas uma instncia dominadora,mas um produto cultural que se alimenta de outras culturas, a partir de umarelao de interdependncia. Sendo assim, os produtos miditicos informam,atendem a

    uma demanda social, provm cultura e lazer, refletem e colocam em discussoos diferentes. Ento, a partir da, esta linha de pensamento passou a entender que aquele que passa a receber a informao, deixa de ser um ser passivo epassa a ser um ser ativo, buscando uma posio de espectador fora dapassividade e da dominao, resgatando-o como produtor de sentidos, comosujeito capaz de resistir e de contestar o contedo explicitado em toda equalquer forma de orientao miditica.

    Embora tenha havido um avano, importante que as questeslevantadas pela Escola de Frankfurt no sejam deixadas de lado, em sua

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    totalidade. Deve se buscar o equilbrio entre o ideolgico e o resistente; poisno apenas o receptor quem produz significados, os meios de comunicaotambm o fazem. A mdia um reflexo do processo hegemnico (Williams,1979): ao mesmo tempo em que ela incorpora e se adapta s diferentesculturas, em um processo contnuo de negociao; ela intera os valores,significados e crenas da classe dominante. Esta ideologia dominante noexiste sozinha.

    Ao buscar o entendimento sobre a influncia na mdia e sua relao coma ideologia de uma classe dominante, fundamentado nos princpios da Escolade Frankfurt e nos Estudos Culturais Ingleses, ao mesmo tempo em que

    alienadamente discorre as diferentes culturas, ela intera os diversificadosinteresses e objetivos da classe dominante atravs de um processo deoposio e presso. O sentido da mdia encontra-se na fonte de criao desentido presente, nas interaes sociais e de seus movimentos de busca por identidade. Mas ter o domnio dos meios de comunicao de massa torna-se amais efetiva frmula de impor a sociedade seus valores, crenas edeterminaes. Esta imposio no se d de forma direta, mas est embutidonaquilo que o receptor assimila e filtra a mensagem miditica, a partir de seurepertrio cultural, buscando sentidos convergentes com as suas experinciasde vida (BARBERO, 2003).

    Este elo da classe dominante em retransmitir sua verdade ideolgica ficaa cargo atualmente da grande mdia, fazendo que hoje vivamos umaencruzilhada mediante os desafios de uma cultura miditica, pois acomunicao se apresenta progressivamente como elemento articulador dasociedade. Adorno caracteriza os meios de comunicao de massa como

    meios que invadem o espao privado do indivduo diminuindo a distncia entreo produto e o telespectador, confundindo aquilo que passado com a realidadeque se apresenta.

    ARANHA (1993) denomina tal fato de propaganda ideolgica, em que asinformaes aparecem como se a realidade fosse assim mesmo e houvesseabsoluta neutralidade na sua apresentao. O que muitas vezes nopercebemos que existe uma seleo prvia dos aspectos da realidade e que

    so apresentados a partir de um ponto de vista que serve a determinadosinteresses. A mdia insiste em ocultar deliberadamente aqueles aspectos da

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    realidade que podem permitir ao cidado apreender a totalidade dos fatos deforma a poder emitir um juzo livre, pessoal, completo e no dirigido em relaoaos fatos em questo, neste estudo, especificamente os movimentos sociais.

    Ao definir a propaganda ideolgica contra os movimentos sociais, analisa-se que as mensagens apresentam uma verso da realidade a partir da qual seprope a necessidade de manter a sociedade nas condies em que seencontra ou transform-la em sua estrutura econmica, regime poltico ousistema cultural.

    A mdia induz ao seu receptor ao analisar conjunturalmente a sociedade,no somente a seleo dos acontecimentos e atores a serem analisados, como

    atribuir a estes acontecimentos um sentido afinado com os interesses dasclasses dominantes, com sentido atribudo, no a um puro fato, mas um fatolido e visto por interesses especficos.

    Atualmente a chamada grande mdia continua operando de formacamuflada, mas sob outro foco: no apenas de reproduzir a ideologia polticado Estado, mas sob domnio da propaganda e defensiva da ideologiadominante e subordinada a lgica do mercado.

    Na Histria da sociedade brasileira, a chamada grande mdia brasileirasempre tem servido aos interesses polticos e econmicos, Estes interessesvm embasados em uma linhagem tradicional temporal e espacial. A imprensa,no muito distante, j servia como aparelho ideolgico do Estado. Os perodosditatoriais do Brasil tiveram sua sustentao e sua divulgao pelos meios decomunicao de massa. A prpria expanso do rdio coincidiu com a busca deuma identidade nacional e a centralizao poltica do pas. Ningum tem dvidasobre seu papel infame na ditadura militar, seus ataques sistemticos aos

    movimentos sociais, suas funes ideolgicas e mantenedoras da ordemburguesa na sociedade brasileira, legitimando a explorao, a misria, adesigualdade social, oriunda da sociedade de classes.

    Ao traar um paralelo temporal dos principais veculos de comunicao denosso pas (redes de televiso, portais, jornais e revistas de grande circulaonacional), sempre tiveram uma relao de destaque com as elites privadas e osinteresses do capital financeiro, incluindo neste aspecto a sua relao com o

    grande esforo de manter o Estado sob seu domnio. O mercado, o Estado e asociedade civil, que Habermas conceitua como modelo tripartite, so trs

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    ncleos institucionais distintos e, ainda que se relacionem e sejaminterindependentes, tm interesses especficos. No entrelaamento entre estesncleos, vislumbra a mdia, como um meio ideolgico e articulador. No deixade ser uma poderosa arma manipulada por poderosos agentes do capital, doestado e do mercado. Todo e qualquer estorvo que venha em percursodesordenar tal processo, a mdia tem a funo desarticuladora e ideolgicafrente sociedade. Qualquer manifestao social, desde que no representeuma ameaa que desencadeie a forma de sociedade modelada pela elitesocial, a mdia faz por tornar-se fato de interesse social.

    A concentrao dos veculos de comunicao nas mos de poucos

    grupos, ainda que nacionais, a marca da histria da mdia no Brasil. Assim,influncia da mdia na vida das pessoas e nos rumos da sociedade inegvel, j que elas no so neutras, mas carregadas de intencionalidade. A mdia temcomo funo ideolgica em relatar a realidade imediata, mas, devido ainteresses do mercado ou interesses polticos em que os proprietrios destamdia esto inseridos, os fatos, principalmente em relao s iniciativas, aosmovimentos sociais so recriados, fazendo com que a sociedade os identifiquecomo falsos sujeitos sociais.

    Uma mdia que no discute, apenas informa, implicitamente entrega-se asegregao social, a violncia moral e a falta de dignidade. Fica explcita a totalinfluncia que os meios de comunicao exercem sobre os comportamentos edecises da sociedade. Passar a questionar tudo e qualquer fato por elaabordado, buscando, portanto, obter informaes e concluses mais coerentessobre o assunto proposto, deve alertar e prevenir seus expectadores quanto aleitura e interpretao miditica. Programaes ou matrias mais institucionais

    do que informativos e conscientizadores. Criam-se falsas representaes darealidade identificando-se com o discurso burgus, retratando a histria, semquestion-la. Esta mdia que articula e defende os interesses das elites amesma que criminaliza os movimentos sociais, as Ongs e as entidades dasociedade civil que historicamente lutam pela democracia e pela melhoria devida dos cidados brasileiros, principalmente os mais excludos.

    Para tanto, a mdia massificadora cria uma relao desigual na sociedade.

    Desigualdade notria entre os que produzem contedo de comunicao eaqueles que apenas recebem. A mdia impe padres de uns sobre os outros e

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    trata as pessoas como meros consumidores e no como cidados plenos dedireitos.

    A MDIA: UM MEIO DE CRIMINALIZAO DOS MOVIMENTOSSOCIAIS NAS TIMAS TRINTA DCADAS NO BRASIL

    A expresso movimentos sociais tem um sentido muito abrangente.Podemos conhec-los nas mais diversas abordagens, mas de maneira geral,aglutinam setores afins da populao, com o objetivo de reivindicar e defender

    os interesses comuns.Segundo LAKATOS (1985) os movimentos sociais derivam das

    insatisfaes e das contradies existentes na ordem estabelecida, originam-seem uma parcela da sociedade global e apresentam certo grau de organizaoe de continuidade.

    THOMPSON (1984) conceitua movimento social como mobilizao eorganizao das pessoas, ao redor de uma ao coletiva elementosessenciais da cultura e do modo de vida das pessoas/ patrimnio cultural/organizao social. Da os mesmos serem considerados fenmenosessenciais aos processos de mudana das instituies da sociedade. Tem suasorigens no conflito social ou mesmo nos desequilbrios socais.

    Com essa inteno que ALVAREZ (2000), ao dar um novo conceitocultural nas pesquisas sobre movimentos sociais, observa que os movimentossociais so uma arena crucial para a compreenso de como essesentrelaamentos, talvez precrio, mas vital, do cultural e do poltico ocorrem na

    prtica. A nfase na luta implica considerar que a fora da resistncia est noencontro entre exploradores e dominados por uma libertao do reprimido pelodomnio do capital.

    Enquanto processo de constituio de uma sociedade democrtica, aparticipao popular por meio de suas manifestaes um fato legtimo einquestionvel. No h como pensar a sociedade sem manifestaes, mas aimprensa privilegia determinados segmentos sociais em detrimento aos

    movimentos populares e de suas lutas e reivindicaes. O descaso com o qual

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    a imprensa, diga-se aqui a grande mdia, vem tratando esses eventos revelauma viso ideolgica que desmerece a participao popular.

    Dentre os vrios tipos de movimentos, o que encontra dificuldades na suaao e relao com a ideologia miditica do sistema poltico e econmicodominante so os movimentos revolucionrios, ou seja, aqueles que lutam por mudanas mais rpidas e drsticas dentro da sociedade, pois procuram alterar a totalidade do sistema social existente. Eles esbarram em interesses declasses antagnicas, muitas vezes at camufladas em governos autoritrios,que abafam os desejos de reformas. A mdia se torna um veculo depropaganda ideolgica junto opinio pblica.

    Com isto comprova-se que os movimentos sociais no so invenes dasclasses populares, dos capitalistas ou mesmo de intelectuais, eles nascem dainsatisfao por parte de determinada classe ou grupo social. Significa umarebeldia coletiva, um protesto diante do confronto ideolgico entre um e outrosegmento social. Tomam medidas de mudana tomadas pelas sociedades emconjuntos concordantes que podem causar revolues na realidade dosindivduos.

    HOBSBAWN (1995) ao tratar sobre as relaes sociais, relata que,enquanto existem classes dominantes que defendem o consenso hegemnico,outras resistem e interpretam a sociedade como construda por sujeitoshistricos inseridos em grupos sociais distintos.

    Sob este aspecto, a organizao da sociedade civil, as manifestaespopulares e os movimentos sociais, principalmente aqueles que assumem umaposio mais emancipatria, que lutam pela transformao social, pelo fim daexcluso e das injustias sociais, confrontam-se com a lgica capitalista e a

    difuso do projeto neoliberal. A a significante parcela de participao daorganizao miditica como principal arma de luta ideolgica que so os meiosde comunicao, para impedir que os movimentos sociais avancem.

    E de se lembrar tambm que os movimentos sociais existem desde ostempos remotos e esto presentes em todas as sociedades, vinculados a umdeterminado contexto histrico, organizados e unidos por aspiraes concretasorientadas para uma mudana da sociedade.

    Os movimentos sociais de cunho popular esto muito presentes naHistria do Brasil. Desde as rebelies dos escravos, as lutas operrias, ligas

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    camponesas, at o MST, a luta pela democracia, Os Sem-Teto e muitos outros.Para entender a multiplicidade e aes especficas dos movimentos sociaispopulares e suas conseqncias, repercusses ou resultados nas ultimas trintadcadas no Brasil, necessrio compreender parte da complexidade dosmovimentos sociais. As lutas indgenas, negros e mulheres, os sem-teto e sem-terra, os portadores de deficincias, movimentos humanitrios, culturais eecolgicos, manifestaes operrias e polticas podero ser compreendidos apartir da das aes antagnicas ao capitalismo, mesmo assumindo, cada umdesses atores coletivos, sua estratgia peculiar de organizao e de luta.

    Os movimentos sociais populares, expressando as contradies da

    sociedade capitalista, esto relacionados ou mediados, com as contradies declasse. Da os movimentos serem fatos minimizados, justamente por mobilizarem a populao em vrias partes do pas. Em sua maioria foram e atmesmo so violentamente reprimidos pelas foras dos governos. A memriahistrica tem sido descaracterizada para dar lugar a uma viso de que quemdispe de condies e de capacidade para dirigir e governar so sempreminorias proprietrias e elites intelectualizadas, monopolizadoras dos meios decomunicao e informao - mentalidade que permanece at os dias atuais es contribui para manter a acomodao e o autoritarismo.

    Segundo Betinho, em sua obra Como se Faz Uma Anlise de Conjunturaenfatiza que

    existem duas leituras possveis dosacontecimentos e dois modos diferentes de ler aconjuntura: a partir da situao ou do ponto de vistado poder dominante (a lgica do poder), e a partir

    da situao ou do ponto de vista dos movimentospopulares, das classes subordinadas ou da

    oposio do poder dominante. (SOUZA. 1984,p.15)

    Os meios de comunicao, na forma em que existem hoje, dificilmentedaro espao para a expresso ou a constituio de interesses queameacem as estruturas bsicas do capitalismo. Com isso, a situao

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    delicada para os movimentos sociais, cada vez mais criminalizados pelopensamento nico da Grande Mdia.

    Mas, ao tentar incriminar os movimentos sociais, a classe dominante,atravs dos meios miditico, enquadra os fatos como acontecimentos comopensamentos da sociedade como um todo. A ideologia dominante colocadacomo um conjunto de idias consensuais de todos os indivduos da sociedade.Pretende com isso ganhar o apoio, principalmente de setores da classe mdia,utilizando os meios de comunicao procurando incriminar os movimentossociais e seus lderes. A sociedade acaba por se convencer e levar emconsiderao que o ato de lutar por um direito torna-se um crime contra a

    ordem social.A mdia torna-se tambm cada vez mais importante influncia no processo

    de criminalizao dos movimentos sociais, enquanto instncia de controleinformal. Este meio ideolgico, em geral, busca desqualificar, ou ainda,"satanizar" as aes dos movimentos, colocando-os como algozes,responsabilizando-os pela intransigncia, intolerncia e violncia. Acontece umdescredenciamento dos movimentos sociais, apresentando-os como grupossubversivo-revolucionrios, arruaceiros, desordeiros e criminosos, muitasvezes com teor terrorista. A denncia distorcida e as falsas acusaes tornam-se atualmente as atitudes mais comuns que a grande mdia utiliza parademonizar os movimentos sociais, tratando-os como insignificantes,irresponsveis, que atentam contra as leis do mercado e trazem prejuzos paraa economia e a ordem pblica. Irados editoriais, grandes manchetes, fotosprovocadoras, noticias exageradas, produes novelistas, literrias, colunas eo jornalismo tendencioso buscam fazer constantes crticas aos movimentos

    sociais, tratando-os de subversivos, revolucionrios entre outros ttulos oradados. Substitui a notcia das razes das manifestaes pelos confrontos coma polcia. Conhece-se um movimento a partir do confronto. Os movimentossociais s tornam-se notcias quando a polcia entra em confronto com eles. por isso que muitos os rejeitam sem conhec-los. Por outro lado, o discurso damanuteno da ordem social e a ideologia dominante retransmitido pela mdiafazem esconder as injustias sociais, a concentrao de renda, as

    desigualdades sociais e a manuteno do poder e do sistema capitalista.

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    Diga-se hoje no Brasil, o papel da imprensa na divulgao dosmovimentos sociais bastante recente, destacando-se principalmente nasduas ltimas dcadas do sculo XX, que vem enquadrando os movimentossociais nas seus noticirios vinculados a eventos rotineiros perturbadores daordem. Nota-se principalmente a incansvel procura pela deformao do MST.Esta atribuio de esteretipos aos movimentos sociais, de certa forma, retira aculpa daqueles que detm o poder. Tendo em conta que uma dasrepresentaes do poder se d por meio do discurso, transmitida aos sujeitossociais pela mdia. Marx, ao afirmar que a comunicao somente alcanadaquando se torna prxis social, contrape-se a poderosa mdia, que se

    considera formadora de opinio poltica, econmica, social, culturaldeterminando, com seu poder, o que devemos pensar, sentir e falar. Suarelao com os movimentos sociais um dos fatores de desligitimao dosmesmos e um instrumento do capitalismo para a retomada do projeto neoliberalno Brasil. Assim, se apresenta uma verdadeira intimidao cultural e socialsobre as grandes maiorias. Levam-nos interiorizao da ideologia destepensamento nico, consumista e neoliberal, nas conscincias das populaes.E todo este gigantesco poder da mdia est, por inteiro, nas mos do grandecapital transnacional.

    Os movimentos sociais no so meramente abstratos. Eles soconstitudos por sujeitos: homens e mulheres. A mdia, ao criminalizar ummovimento popular, criminaliza os sujeitos nele inseridos. Um dos efeitos maisterrveis do neoliberalismo brasileiro tem sido o que Marilena Chau chama deesfacelamento dos movimentos sociais e populares que foram os grandessujeitos histricos e polticos dos anos 70, 80 e 90 e continuam sendo at hoje .

    O expediente de criminalizao e as prticas de violncia contra ostrabalhadores e trabalhadoras rurais sem-terra revelam o carter de um Estadoainda preso a um modelo social e poltico autoritrio que, de um lado relacionaentre os seus objetivos e fundamentos: a dignidade da pessoa humana, aerradicao da pobreza e da marginalizao. E de outro, mantm os seusexcludos afastados das polticas pblicas que deveriam assegurar aquelesmesmos fundamentos e, o que pior, usa para isso o direito penal como

    resposta para conteno das demandas sociais.

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    Embora muitos movimentos sociais tenham lutado com o intuito depromover transformaes na realidade de desigualdades sociais que o pasainda enfrenta, a fora burguesa utiliza-se das estruturas do Estado e da mdiade grande porte para manter esta situao de dominao de classes. O atualprocesso de criminalizao dos movimentos sociais est pautado no discursoneoliberal de manuteno da ordem.

    Atualmente a chamada grande mdia continua operando de formacamuflada, mas sob outro foco: no apenas de reproduzir a ideologia polticado Estado, mas sob domnio da propaganda e defensiva da ideologiadominante e subordinada a lgica do mercado.

    CONCLUSO

    Os movimentos de organizao popular tm sido considerados, comoelementos e meios de inovaes e transformaes sociais. Lutam pelo respeitoa direitos sociais bsicos, elementares, relativos prpria condio humana. a luta pela construo de um projeto nacional, de uma sociedade justa efraterna, levando em conta as necessidades populares, colocando comohorizonte a construo de uma sociedade democrtica.

    Por outro lado, sua criminalizao torna-se uma arma manipulada por poderosos agentes da sociedade e do estado, principalmente atravs do usoda mdia.

    Os Estudos Culturais entendem, inicialmente, a cultura como o lugar emque se naturalizam e se constituem as desigualdades sociais. Atualmente, essadesigualdade explicitamente vista, cada vez mais, na luta pela hegemonia, ou

    seja, meio pelos quais os diferentes grupos subordinados opem resistncia aessa subordinao.

    Por isso necessria uma reao em conjunto dos movimentos e dasociedade civil organizada para contrapor-lhe, no s os efeitos, massobretudos as causas que o alimentam.

    A democratizao dos meios de comunicao ser a via mais rpida parapor fim a conflituosa relao entre mdia e movimentos sociais que se arrasta

    no Brasil, principalmente nestas ltimas dcadas. Porm dentro do contexto daglobalizao, das desigualdades sociais e da grande concentrao dos meios

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    de comunicao, uma definio de mdia alternativa s faz sentido comocontraponto, ou no sentido gramsciano, contra-hegemnico, a uma situao deexcluso e de busca de transformao. O conflito situa-se entre as aescoletivas deliberadas que buscam a transformao da sociedade que so osmovimentos sociais e a mdia tradicional sob o monoplio dos setoresdetentores do poder, com interesse de manter uma realidade que lhe beneficiae lhe lucrativa. Sendo assim, a relao entre a mdia alternativa e osmovimentos sociais define um processo de comunicao alternativa.

    Ela corresponde organizao material do mundo dentro de um contnuoprocesso de presso e oposio. Esta presso e oposio hegemonia

    garantem o fortalecimento e desenvolvimento do processo democrtico. Elasse expressam na sociedade nas mais variadas formas. Dentro da reamiditica podemos citar algumas iniciativas de incluso social existente quepassam pela capacitao dos sujeitos sociais no exerccio da cidadania:incluso digital, produo de material miditico alternativo jornal comunitrio,rdio comunitria, etc. A disseminao de conhecimentos gerados dentro dasdiferentes realidades locais, a comunicao e atuao poltica dos movimentossociais, a comunicao da comunidade e pela comunidade representam agarantia do direito comunicao, so formas de presso e de oposio ideologia, formas de divulgao da pluralidade cultural e de olhares a respeitodos mais diferentes assuntos.

    A mdia alternativa como aquela que no tradicional, talvez seja adefinio mais simplria, pois h dificuldades em definir pelo fato desta ser ampla e generalizada. Deve ter por princpio selecionar e divulgar os fatos naperspectivas e interesses e ideais dos movimentos sociais, levando a uma

    tomadas de posio da sociedade. Porm, o melhor meio comunicativo dosmovimentos sociais, pois os privilegia sobre as instituies. Deve se originar ese perpetuar a partir do esforo coletivo e da conscincia poltica das pessoase do grupo. A mdia alternativa, por sua vez, objetiva a conscientizao e atransformao social e poltica, a luta pela cidadania, o apontamento dascausas de problemas sociais e polticos e a indicao das possveis aes ,solues e decises a serem tomadas.

    Para Ciclia M. Peruzzo, comunicao popular meio deconscientizao, mobilizao, educao poltica, informao e manifestao

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    cultural do povo. canal por excelncia de expresso das denncias ereivindicaes dos setores organizados da populao oprimida [...]. Acomunicao popular tem como protagonistas o prprio povo e/ouorganizaes e pessoas e ele ligadas organicamente (1998: 125 e27).

    A mdia alternativa deve manifestar-se entrando em contradio com osvalores e princpios de classes dominantes e predominantes e lutam para obter um novo consenso em torno de novas idias relativamente estveis. Jornais erevistas populares, rdios comunitrias, emissoras televisivas de cunho social,de forma mais massiva, internet. a mdia alternativa dos movimentos sociais,

    que atua como instrumento de ao contra a hegemonia do capital, daconcentrao de renda e da desigualdade social, em busca de transformaopoltica, econmica e social na sociedade.

    No Brasil, recentemente, as novas prticas comunicativas evidenciam umprocesso crescente de democratizao dos meios de comunicao de massa,com maior uso das tecnologias de comunicao (rdio, televiso, Internet, etc.)pelos movimentos sociais, organizaes populares e ONGs.

    Para tanto, entende-se que a mdia somente cumpre seu papel social namedida em que informa a sociedade e no deforma a realidade, exercendo ainfluncia na leitura que fazemos desta realidade.

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