a criação de holdings familiares como instrumento de planejamento sucessório.pdf

2
7/29/2019 A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento Sucessório.pdf http://slidepdf.com/reader/full/a-criacao-de-holdings-familiares-como-instrumento-de-planejamento-sucessoriopdf 1/2 09/09/13 A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento Sucessório www.consult.com.br/index.php/br/tecnologia-da-informacao/278-criacao-holdings 1/2 A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento Sucessório A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento Sucessório.  A Holding é um modelo de gerenciamento das atividades empresariais bastante discutido no ambiente empresarial atual, muito conhecido por sua função de controle patrimonial, principalmente no que diz respeito ao controle e administração, basicamente, de participações societárias de seus sócios, exercendo sua gestão sobre tais sociedades, sem, no entanto, participar de sua atividade operacional. Não são um tipo societário em si, pois podem ser constituídas na forma de sociedades anônimas, limitadas, ou ainda sociedades simples, a depender dos objetivos de seus criadores. Os elementos de uma holding são, resumidamente, o controle de investimentos, dentre os quais estão: participações societárias de grupos ou empresas operacionais, aplicações financeiras, imóveis, cadernetas de poupança, apenas como exemplos de seus elementos.  A doutrina não destina um conceito ex ato e fec hado de holding, visto que este tipo de empresa pode obter, dentro de seu perf il, alguns objetivos diferenciados, a serem adaptados de acordo com as necessidades de seus sócios. Os conceitos mais frequentemente mencionados, porém, são aqueles que incluem: “Controlar” e “manter ações de outras companhias em quantidade suficiente para controlá-las e emitir certificados próprios”; de modo que “direta ou indiretamente controla as políticas operativas”; ”...sem com isso praticar atividade comercial ou industrial”.  A holding que tem como objetivos os descritos acima, apenas, são as chamadas holdings puras, tendo por objeto apenas o controle de participações societárias. As holdings, entretanto, podem oferecer outras possibilidades, e no Brasil é mais utilizada a forma de holding mista, na qual há alguma prestação de serviços, ou atividade comercial, porém jamais praticando atividades industriais. Preferencialmente, essas holdings têm sua origem nas empresas familiares, tendo em vista sua predominância no mundo empresarial, aliada à necessidade constante de reorganização deste modelo negocial.  As entidades brasileiras veem as holdings, em sua maioria, como uma ferramenta administrativa, de proteção patrimonial (a conhecida “blindagem patrimonial”, termo que deve ser usado com cautela), que possui uma política tributária mais econômica e que tem o poder de adaptar e modernizar a gestão de suas controladas, mantendo uma política uniformizada e assim conservando os valores culturais familiares agregados ao negócio, reduzindo muitas vezes a zero os conflitos que possam prejudicá-lo, e possibilitando assim a longevidade da empresa, por diversas gerações. Este tipo de empresa, por sua posição de controle, acaba por ser ferramenta poderosa de planejamento societário, principalmente no que diz respeito ao planejamento sucessório, pois def ine a posição de controle e permite soluções simplificadas para a proteção e a divisão de bens e/ou participações nos negócios entre f amiliares, evitando conflitos e desgastes após o fim da participação da geração mais velha, detentora originária destes bens e participações, e barateando os custos tributários decorrentes de processos de inventário e partilha (principalmente no que se ref ere ao ITCMD – imposto sobre transmissão causa mortis, a saber, dentre outras custas judiciais e de cartório). Segundo entendimento dos doutrinadores EDNA PIRES LODI e JOÃO BOSCO LODI, “a holding é o elo entre o empresário e família e o seu grupo patrimonial”, o que mostra este f orte laço entre a holding e o planejamento sucessório.  As holdings familiares se constituem da integralização dos bens das pessoas físicas participantes, e são importantes instrumentos de gestão e reestruturação deste patrimônio, protegendo esses bens (e empresas familiares) de terceiros, eventuais cônjuges ou parentes estranhos ao núcleo, que possuam interesse neste conjunto como possíveis beneficiários, desestabilizando a economia e a harmonia familiar.  As holdings devem ser, mais do que simples mecanismo de concentração patrimonial, mas o mecanismo de defesa e proteção deste patrimônio, possibilitando uma gestão duradoura da atividade empresarial constituída por seus membros, e garantindo a sobrevivência mesmo após o controle de futuras gerações. Por tais motivos, a holding familiar possui grande relevância, afinal, simplifica o controle familiar e evita a interferência desnecessária de alguns membros do grupo familiar, dizimando conflitos que prejudicariam as atividades empresariais. De acordo com o entendimento do advogado gaúcho RICARDO PAZ GONÇALVES, a grande vantagem, dentre todas as finalidades de uma holding, é o deslocamento da disciplina jurídica que orienta os interesses familiares interligados ao seu patrimônio e sua empresa, do âmbito do direito civil ao direito empresarial propriamente dito. Desta forma, é possível integrar a realidade econômica e social dos negócios a normas jurídicas mais flexíveis, ref letindo melhor a v ontade dos envolvidos. Estas empresas, além de solucionarem grandes questões de ordem fiscal/tributária, administrativas e relacionadas à segurança da atividade praticada pelo grupo, trazem consigo soluções diversas para os problemas enfrentados pelos grupos familiares no dia-a-dia, geradores dos maiores conflitos dentro de empresas familiares. A criação de uma ou mais holdings para a gestão de empresas familiares auxilia na resolução de conflitos que surgem entre as gerações mais velhas que transmitem gradualmente a administração e os poderes para as gerações mais novas, estas, cada vez mais cedo qualificadas, que recebem esses poderes de gestão; permite a troca de experiências dos mais velhos e das novidades trazidas pelos novos gestores, em virtude da possibilidade de convivência profissional entre ambos; e ainda, permite o “treinamento” gradual desses novos gestores, que podem adquirir poderes de decisão de forma mais  Expertise  Administração Tributária Gestão em Negócios Planejamento Societár io Tecnologia da Informação Treinamento e Desenvolvimento News Nome: Email: Inscrever Institucional Equipe Expertise Escritórios Alianças Portfólio Cursos e Palestras O Consultor pesquisar...

Upload: pedro-henrique-quitete-barreto

Post on 14-Apr-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento Sucessório.pdf

7/29/2019 A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento Sucessório.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/a-criacao-de-holdings-familiares-como-instrumento-de-planejamento-sucessoriopdf 1/2

09/09/13 A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento Sucessório

www.consult.com.br/index.php/br/tecnologia-da-informacao/278-criacao-holdings 1/2

A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de PlanejamentoSucessório

A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento Sucessório.

 A Holding é um modelo de gerenciamento das atividades empresariais bastante discutido no ambiente empresarial atual, muito conhecido

por sua função de controle patrimonial, principalmente no que diz respeito ao controle e administração, basicamente, de participações

societárias de seus sócios, exercendo sua gestão sobre tais sociedades, sem, no entanto, participar de sua atividade operacional. Não

são um tipo societário em si, pois podem ser constituídas na forma de sociedades anônimas, limitadas, ou ainda sociedades simples, a

depender dos objetivos de seus criadores. Os elementos de uma holding são, resumidamente, o controle de investimentos, dentre os

quais estão: participações societárias de grupos ou empresas operacionais, aplicações financeiras, imóveis, cadernetas de poupança,

apenas como exemplos de seus elementos.

 A doutrina não destina um conceito exato e fechado de holding, visto que este tipo de empresa pode obter, dentro de seu perf il, alguns

objetivos diferenciados, a serem adaptados de acordo com as necessidades de seus sócios. Os conceitos mais frequentemente

mencionados, porém, são aqueles que incluem: “Controlar” e “manter ações de outras companhias em quantidade suficiente para

controlá-las e emitir certificados próprios”; de modo que “direta ou indiretamente controla as políticas operativas”; ”...sem com isso

praticar atividade comercial ou industrial”.

 A holding que tem como objetivos os descr itos acima, apenas, são as chamadas holdings puras, tendo por objeto apenas o controle de

participações societárias. As holdings, entretanto, podem oferecer outras possibilidades, e no Brasil é mais utilizada a forma de holding

mista, na qual há alguma prestação de serv iços, ou atividade comercial, porém jamais praticando atividades industriais. Preferencialmente,

essas holdings têm sua origem nas empresas familiares, tendo em vista sua predominância no mundo empresarial, aliada à necessidade

constante de reorganização des te modelo negocial.

 As entidades brasileiras veem as holdings, em sua maioria, como uma f erramenta administrativa, de proteção patrimonial (a conhecida

“blindagem patrimonial”, termo que deve ser usado com cautela), que possui uma política tributária mais econômica e que tem o poder de

adaptar e modernizar a gestão de suas controladas, mantendo uma política uniformizada e assim conservando os valores culturais

familiares agregados ao negócio, reduzindo muitas vezes a zero os conflitos que possam prejudicá-lo, e possibilitando assim a

longevidade da empresa, por diversas gerações.

Este tipo de empresa, por sua pos ição de controle, acaba por ser ferr amenta poderosa de planejamento societário, principalmente no que

diz respeito ao planejamento sucessório, pois def ine a posição de controle e permite soluções simplificadas para a proteção e a divisão

de bens e/ou participações nos negócios entre f amiliares, evitando conflitos e desgastes após o fim da participação da geração mais

velha, detentora originária destes bens e participações, e barateando os custos tributários decorrentes de processos de inventário e

partilha (principalmente no que se ref ere ao ITCMD – imposto sobre transmissão causa mortis, a saber, dentre outras custas judiciais e de

cartório).

Segundo entendimento dos doutrinadores EDNA PIRES LODI e JOÃO BOSCO LODI, “a holding é o elo entre o empresário e família e o seu

grupo patrimonial”, o que mostra este f orte laço entre a holding e o planejamento sucessór io.

 As holdings familiares se constituem da integralização dos bens das pessoas físicas participantes, e são importantes instrumentos de

gestão e reestruturação deste patrimônio, protegendo esses bens (e empresas familiares) de terceiros, eventuais cônjuges ou parentes

estranhos ao núcleo, que possuam interesse neste conjunto como possíveis beneficiários, desestabilizando a economia e a harmonia

familiar.

 As holdings devem ser, mais do que simples mecanismo de concentração patrimonial, mas o mecanismo de defesa e proteção des te

patrimônio, possibilitando uma gestão duradoura da atividade empresarial constituída por seus membros, e garantindo a sobrevivência

mesmo após o controle de futuras gerações. Por tais motivos, a holding familiar possui grande relevância, afinal, simplifica o controle

familiar e evita a interferência desnecessária de alguns membros do grupo familiar, dizimando conflitos que prejudicariam as atividades

empresariais.

De acordo com o entendimento do advogado gaúcho RICARDO PAZ GONÇALVES, a grande vantagem, dentre todas as finalidades de

uma holding, é o deslocamento da disciplina jurídica que orienta os interesses f amiliares interligados ao seu patrimônio e sua empresa, do

âmbito do direito civil ao direito empresarial propriamente dito. Desta forma, é possível integrar a realidade econômica e social dos

negócios a normas jurídicas mais flexíveis, ref letindo melhor a vontade dos envolvidos.

Estas empresas, além de solucionarem grandes questões de ordem fiscal/tributária, administrativas e relacionadas à segurança da

atividade praticada pelo grupo, trazem consigo soluções diversas para os problemas enfrentados pelos grupos familiares no dia-a-dia,geradores dos maiores conflitos dentro de empresas familiares. A criação de uma ou mais holdings para a gestão de empresas f amiliares

auxilia na resolução de conf litos que surgem entre as gerações mais velhas que transmitem gradualmente a administração e os poderes

para as gerações mais novas, estas, cada vez mais cedo qualificadas, que recebem esses poderes de gestão; permite a troca de

experiências dos mais velhos e das novidades trazidas pelos novos gestores, em virtude da possibilidade de convivência profissional

entre ambos; e ainda, permite o “treinamento” gradual desses novos gestores, que podem adquirir poderes de decisão de forma mais

 

Expertise

 Administração Tributária

Gestão em Negócios

Planejamento Societár io

Tecnologia da Informação

Treinamento e Desenvolvimento

News

Nome:

Email:

Inscrever 

Ins ti tuciona l Equipe Expertis e Es cr i tó rios Al ianças Portfó l io Curs os e Pales tras O Cons ul to r   pesquisar...

Page 2: A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento Sucessório.pdf

7/29/2019 A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento Sucessório.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/a-criacao-de-holdings-familiares-como-instrumento-de-planejamento-sucessoriopdf 2/2

09/09/13 A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento Sucessório

www.consult.com.br/index.php/br/tecnologia-da-informacao/278-criacao-holdings 2/2

en a e proporcona aos seus con ecmen os.

É importante ressaltar que, principalmente no que tange às empresas familiares, é essencial que sejam discutidos alguns pontos de

bastante conflito e que podem ser já decididos desde o início, tais como regramento e requisitos para entrada e saída de sócios, poderes

de gestão, e demais regras de comportamento soc ietário. Estes pontos podem ser definidos já no Contrato ou Estatuto Social, ou ainda,

mais detalhadamente, por meio de um acordo societário, envolvidos todos os interessados, sejam sócios já estabelecidos, seus cônjuges

ou ainda futuros sócios e sucessores. Este acordo societário deve ser elaborado de modo rígido e disciplinado, pois pode (e deve)

aprofundar questões que não seriam da mesma forma detalhadas no Estatuto ou Contrato Social da Sociedade.

É necessário sempre se ter em mente, entretanto, que não se pode banalizar o uso das holdings. Diante da facilidade de acesso aoconhecimento que o mundo atual proporciona e, principalmente, da facilidade de acesso a esses mecanismos (ainda que com certo

custo), os grupos familiares podem começar a ver a criação de uma ou mais holdings como a fonte milagrosa de solução para todos os

problemas da sociedade. Porém, é importantíssimo o estudo e a análise aprofundada de cada sociedade, de cada grupo familiar e suas

peculiaridades, a fim de confirmar se as mudanças e adaptações necessárias serão realmente vantajosas, ou se trarão ainda mais

problemas ao grupo familiar.

 Ademais, algumas pessoas podem interpretar erroneamente as vantagens apresentadas, e pensar que desta forma serão imunes a

qualquer intempérie da atividade empreendida, o que não é bem verdade. Ainda que a cr iação de holdings tenha como escopo, de modo

geral, a proteção patrimonial, é primordial que seus sócios tenham consc iência das limitações. Por exemplo, de modo algum a criação de

uma holding pode servir como escudo para a prática de ilícitos, como fraude a credores ou a execuções, e outras condutas que, ao

serem analisadas pelo Poder Judiciário, podem ser fac ilmente motivo de desconsideração de personalidade jurídica.

 Além disso, não cus ta sempre lembrar que, de qualquer modo, nenhuma tentativa de transf ormação, prosperará, por melhor que possa

parecer, sem a devida compreensão e o bom senso de todos os envolvidos.

Mariana Corrêa Monteiro Seccatto

Consultoria Tributária e Societária – Curitiba - PR

 

Últimos Artigos

Os 9 pass os es senciais para fortalecer o compliance e a governança

corporativa nas em presas.15/07/2013 | Jeronimo Mendes

 A Criação de Holdings Familiares como Instrumento de Planejamento

Sucessório23/05/2013 | M ariana Corrêa Montei ro Seccatto

PIS E COFINS – Créditos relativos a fretes de transferências.18/04/2013 | Departamento de Consultoria

Notícias On-Line

Paulo Autuori cai e Muricy Ramalho assume o São Paulo 9

Sep 2013 | 6:37 pm Gazeta do PovoDólar cai para o menor valor em um mês após dados da

China 9 Sep 2013 | 6:20 pm Gazeta do Povo Advogados dos ex-sócios de Valério pedem novo

 julgamento 9 Sep 2013 | 6:19 pm Gazeta do PovoDúvidas sobre o desemprego oculto 9 Sep 2013 | 12:00 am

Valor Econômico - Brasil Arbitragem obtém liminar contra o Fisco 9 Sep 2013 | 12:00

am Valor Econômico - Legislação e TributosDestaques 9 Sep 2013 | 12:00 am Valor Econômico -

Legislação e TributosPetrobras foi alvo da espionagem dos Estados Unidos, diz

Rede Globo 8 Sep 2013 | 11:02 pm Valor Econômico - BrasilPetrobras foi alvo da espionagem dos Estados Unidos, diz

Rede Globo 8 Sep 2013 | 11:02 pm Valor Econômico -

Legislação e TributosPelo menos nove manifestantes continuam presos em SãoPaulo 8 Sep 2013 | 4:51 pm Valor Econômico - Brasil

Curitiba | PR

+55 41 3350 6000

Cascavel | PR

+55 45 3220 4800

 

Contato Home WebmailCopyright © 2009 Consult. Todos os direitos reservados