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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Administração
Francisco Eugênio Dias Ribeiro
Frank Willian Guimarães
Silvio Cesar Dias
A CONTRIBUIÇÃO DA CONSULTORIA NO
PROCESSO DE EXPORTAÇÃO
Total Consultoria Ltda.
Lins - SP
LINS – SP
2009
FRANCISCO EUGÊNIO DIAS RIBEIRO
FRANK WILLIAN GUIMARÃES
SILVIO CÉSAR DIAS
A CONTRIBUIÇÃO DA CONSULTORIA NO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração sob a orientação do Prof. Esp. Everton Rodrigo Salvático Custódio e orientação técnica da Profª. M.Sc. Heloísa Helena Rovery da Silva.
LINS - SP
2009
Ribeiro, Francisco Eugênio Dias; Guimarães, Frank Willian; Dias, Silvio César
A contribuição da consultoria no processo de exportação: Total Consultoria Ltda. / Francisco Eugênio Dias Ribeiro; Frank Willian
Guimarães; Silvio César Dias. – – Lins, 2009.
91p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - UNISALESIANO, Lins–SP, para graduação em Administração, 2009
Orientadores: Everton Rodrigo Salvático Custódio; Heloisa Helena Rovery da Silva
1. Consultoria. 2. Comércio Internacional. 3. Produtos de Origem
Animal. I Título.
CDU 658
R369c
FRANCISCO EUGÊNIO DIAS RIBEIRO
FRANK WILLIAN GUIMARÃES
SILVIO CÉSAR DIAS
A CONTRIBUIÇÃO DA CONTROLADORIA NO PROCESSO DE
EXPORTAÇÃO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Aprovada em: ____/____/____
Banca Examinadora:
Prof. Esp. Everton Rodrigo Salvático Custódio
Especialista em MBA em Controladoria e Finanças pela Fundação para
Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia.
Assinatura: ___________________________________
1º Prof(a): ______________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ___________________________________
2º Prof(a): ______________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ___________________________________
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
Mas na intensidade com que acontecem. Por
Isto existem momentos inesquecíveis,
Coisas inexplicáveis e pessoas
Incomparáveis".
(Fernando Pessoa)
DEDICATÓRIA
A Deus,
Que guia nossos passos. É nossa luz e nosso caminho, a
base para nossas vidas e que nos deu a glória de podermos lutar pelos nossos
ideais.
Aos nossos orientadores,
Por terem sempre agido com paciência, nos orientando e
nos destinando para o melhor caminho, dispondo e dividindo o tempo mas,
principalmente, pelo incentivo à elaboração deste trabalho.
A vocês, a nossa mais sincera gratidão.
Aos nossos familiares, amigos e esposas,
Que sempre estiveram ao nosso lado, nos incentivando
para que pudéssemos alcançar com êxito mais esta etapa de nossas vidas.
Obrigado a todos que nos apoiaram.
Com honra dedicamos nossos méritos.
Francisco, Frank e Silvio.
AGRADECIMENTOS
A Deus,
Por amar-nos tanto e dar-nos a vida. Mantendo-nos
fortes e guiando-nos em nossos caminhos. Estando conosco sempre, dando-nos
sabedoria, entendimento, paciência e uma linda família.
Aos nossos professores e orientadores,
Que não mediram esforços ao transmitir conhecimentos e
que colaboraram para o nosso crescimento pessoal e profissional. Que com
presteza e eficácia e paciência nos atenderam, orientaram e nos ensinaram.
Aos nossos familiares, amigos e esposas,
Por todo amor, carinho e dedicação, sempre ensinando,
apoiando, ajudando e incentivando-nos a crescer. Por nos compreenderem nas
fases das grandes dificuldades.
Francisco, Frank e Silvio.
RESUMO
A presente monografia busca verificar junto à empresa de consultoria técnica, Total Consultoria, a demanda de mercado e quais os campos de atuação junto a seus clientes, os quais optam por terceirizar determinados controles e serviços necessários para efetivar a exportação de produtos de origem animal. A Total Consultoria tem atuado no mercado junto às empresas de produtos e subprodutos de origem animal, contribuindo com assessoria técnica com as empresas que se encontram em processo de expansão comercial. E, devido ao ato de exportação ser um sistema complexo, foi verificada a demanda de mercado pela Total Consultoria. Entre as áreas que a empresa passou a atuar, se destacou a área de exportação, que é abrangente para as empresas de produtos de origem animal. A Total Consultoria passou a fornecer aos seus clientes conhecimentos técnicos e o acompanhamento dos procedimentos administrativos da exportação, pois se deve levar em consideração que a implantação dos controles sanitários não é mais um diferencial e sim uma exigência dos grandes mercados importadores. A atuação de um administrador e consultor na área de exportação contribui para que as empresas obtenham redução de custos e ganhos de competitividade no comércio internacional. O foco no consumidor ganha importância pelas empresas inseridas nos mercados competitivos. As garantias de qualidade comercial e de segurança sanitária são exigidas cada vez mais pelo consumidor. Através de uma boa gestão dos processos administrativos sobre a exportação de produtos é possível identificar uma melhor rentabilidade com menor custo e, assim, melhor utilizar os recursos disponíveis. Com um mercado altamente competitivo, as empresas estão se dividindo e especializando-se em determinadas áreas, contribuindo para o crescimento de todo o país.
Palavras-chave: Consultoria. Comércio Internacional. Produtos de Origem Animal.
ABSTRACT
The present monograph look for verify next to the assessorship company technique, Total Consultoria; the market demand and which the fields of performance next to its customers, which they opt to outsourcing determined controls and services necestary to accomplish the products’ exportation of animal origin. The Total Consultoria has acted in the market close to the companies of products and by-products of animal origin, contributing with assessorship technique with the companies who if find in process of commercial expansion. E, which had to the exportation act to be a complex system, was verified the demand of market for the Total Consultoria. It enters the areas that the company started to act, if detached the exportation area, that is including for the companies of products of animal origin. The Total Consultoria started to supply to its customers knowledge technician and the accompaniment of the administrative procedures of the exportation, therefore if it must lead in consideration that the implantation of the sanitary controls is not plus a differential and yes a requirement of the great import markets. The performance of an administrator and consultant in the exportation area contributes so that the companies have reduction of costs and profits of competitiveness in the international trade. The focus in the consumer gains importance for the inserted companies in the competitive markets. The commercial sanitary security and quality assurances are demanded each time more for the consumer. Through a good management of the administrative proceedings on the exportation of products it is possible to identify one better yield with lester cost and, thus, better to use the available resources. With a highly competitive market, the companies if dividing and specializing themselves in are determined areas, contributing for the growth of all the country.
Keywords: Assessorship. International Trade. Products of Animal Origin.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Foto da empresa ............................................................................... 17
Figura 2: Animal rastreado ............................................................................... 48
Figura 3: Identificação do animal – brinco ....................................................... 48
Figura 4: Produto inspecionado pelo SIF ......................................................... 50
Figura 5: Câmara de Estocagem ..................................................................... 51
Figura 6: Container .......................................................................................... 53
Figura 7: Moeda Euro ...................................................................................... 57
Figura 8: Membros da UE ................................................................................ 58
Figura 9: Quantas pessoas vivem na UE ......................................................... 59
Figura 10: Riqueza da UE ................................................................................ 60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Proporção percentual de subprodutos em relação à carcaça das
principais espécies de consumo ...................................................................... 62
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APPCC: Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
BACEN: Banco Central do Brasil
BPF: Boas Práticas de Fabricação
BSE: Encefalopatia Espongiforme Bovina
CCR: Convênio de Crédito Recíproco
CEE: Comunidade Econômica Européia
CETESB: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CNPJ: Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
CREA-SP: Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do
Estado de São Paulo
DIPOA: Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
ETA: Enfermidades Transmitidas por Alimentos
EUA: Estados Unidos da América
EUREPGAP: Euro Retail Produce Good Agricultural Pratice
HACCP: Hazard Analysis And Critical Points
LG: Lista Geral
LTDA: Limitada
MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
NASA: National Aeronautics and Space Administration
ONU: Organização das Nações Unidas
OTM: Operador de Transporte Multimodal
PAS: Programa de Alimento Seguro
PC’s: Pontos de Controle
PCC’s: Pontos Críticos de Controle
PCP: Programação e controle da produção
pH: Potencial de Hidrogênio
PIB: Produto Interno Bruto
POP’s: Procedimentos Operacionais Padronizados
PPHO: Procedimentos Padrões de Higiene Operacional
PPHPO: Procedimentos Padrões de Higiene Pré-operacional
PSO: Procedimentos Sanitários Operacionais
RH: Recursos Humanos
SCE: Seguro de Crédito à Exportação
SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SECEX: Secretaria de Comércio Exterior
SIF: Serviço de Inspeção Federal
SISBOV: Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e
Bubalina
SISCOMEX: Sistema Integrado de Comércio Exterior
SP: São Paulo
SRF: Secretaria da Receita Federal
UNIMAR: Universidade de Marília
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13
CAPÍTULO I – TOTAL CONSULTORIA LTDA ............................................... 16
1 HISTÓRIA DA EMPRESA TOTAL CONSULTORIA ............................ 16
1.1 A mudança de segmento ....................................................................... 19
1.1.1 Controle de qualidade ........................................................................... 19
1.1.2 Gestor do sistema APPCC .................................................................... 20
1.1.3 Gestor de BPF ....................................................................................... 20
1.1.4 Soldador ................................................................................................. 20
1.1.5 Aferidor de instrumentos de mensuração ............................................... 21
1.2 Aperfeiçoamento do novo segmento ...................................................... 21
1.2.1 Analista de exportação ........................................................................... 22
1.2.2 Analista de importação ........................................................................... 22
1.2.3 Rendimento de cortes de bovinos .......................................................... 22
1.2.4 Crono-análise e cronometragem ............................................................ 22
1.2.5 Monitor de controle de qualidade ........................................................... 23
1.2.6 Supervisor de produção ......................................................................... 23
1.2.7 Programação e controle da produção (PCP) .......................................... 24
1.3 Prestação de consultoria ........................................................................ 24
1.4 Departamentalização da empresa .......................................................... 26
CAPÍTULO II – MERCADO INTERNACIONAL ................................................ 31
2 MERCADO INTERNACIONAL ............................................................. 31
2.1 Consultoria técnica empresarial ............................................................ 31
2.1.1 Público alvo ............................................................................................ 31
2.1.2 Área de atuação de um consultor ........................................................... 31
2.1.3 Conhecimentos técnicos de um consultor .............................................. 34
2.1.4 Cautelas de um Consultor ...................................................................... 34
2.1.5 Etapas de trabalho ................................................................................. 35
2.1.6 A importância de uma Consultoria na sua empresa ............................... 37
2.2 Exportação ............................................................................................. 40
2.2.1 O sistema Análise de Perigos e Produtos Críticos de Controle (APPCC)
.......................................................................................................................... 41
2.2.2 Os princípios básicos do APPCC ........................................................... 44
2.2.2.1 Princípio 1 - Análise de perigos e medidas preventivas ....................... 44
2.2.2.2 Princípio 2 - Identificação dos pontos críticos de controle.................... 44
2.2.2.3 Princípio 3 - Estabelecimento dos limites críticos ................................ 45
2.2.2.4 Princípio 4 - Estabelecimento dos procedimentos de monitoramento .. 45
2.2.2.5 Princípio 5 - Estabelecimento das ações corretivas ............................. 45
2.2.2.6 Princípio 6 - Estabelecimento dos procedimentos de verificação ........ 46
2.2.2.7 Princípio 7 - Estabelecimento dos procedimentos de registro .............. 46
2.2.3 O sistema de rastreabilidade .................................................................. 47
2.2.4 Adequação estrutural e documental ....................................................... 49
2.2.5 A logística ............................................................................................... 52
2.2.6 Serviços aduaneiros ............................................................................... 54
2.2.7 União Européia ....................................................................................... 57
2.2.8 A participação do Brasil no comércio internacional ................................ 61
CAPÍTULO III – ESTUDO DE CASO ............................................................... 64
3 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 64
3.1 Consultoria em exportação pela Total Consultoria ................................ 65
3.2 Procedimentos iniciais para implantação da empresa ........................... 66
3.2.1 Início das obras ...................................................................................... 67
3.2.2 Procedimentos legais ............................................................................. 68
3.2.3 Adequações estruturais .......................................................................... 68
3.3 Início da produção .................................................................................. 69
3.4 Concessão de número SIF ..................................................................... 70
3.5 Outros órgãos fiscalizadores .................................................................. 70
3.6 Programas de auto-controles ................................................................. 71
3.7 Rastreabilidade do produto .................................................................... 72
3.8 Obtenção de habilitação para exportação .............................................. 72
3.9 Primeira exportação ............................................................................... 73
3.10 Parecer final .......................................................................................... 74
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 76
CONCLUSÃO .................................................................................................. 77
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 78
APÊNDICES .................................................................................................... 82
ANEXOS .......................................................................................................... 88
13
INTRODUÇÃO
Os produtos brasileiros de origem animal têm dificuldade na
comercialização e conquista de mercado por terem sidos considerados
mundialmente seus produtos de baixa qualidade.
O fato de a carne bovina brasileira ser vista como de menor qualidade
tem origem em problemas sanitários frequentes, como focos de febre aftosa,
existência de desumanidade de padrões legais de abate, falta de existência em
todo território nacional de um sistema de rastreabilidade, de certificação de
origem e por ela ser reconhecida como deficiente em características de
qualidade, como: cor, sabor e maciez. (GOMIDE; RAMOS, 2007)
Por este motivo, os controles que garantem a segurança e a qualidade
do produto vêm tornando-se motivos de adequações por parte de toda a cadeia
produtiva, demonstrando, assim, a demanda de mercado. Isto gera
oportunidade às empresas de consultoria técnica que disponibilizam
conhecimento a toda cadeia produtiva.
O Brasil é um país com grandes vantagens naturais e fabricante de
produtos e subprodutos de origem animal. O mercado interno e o crescente
mercado externo representam uma excelente oportunidade. Entretanto, a
globalização dos mercados cada vez mais competitivos e a crescente
preocupação com a saúde fazem com que aumentem a preocupação com a
qualidade dos alimentos comercializados. (DEMING, 1986)
As garantias de qualidade comercial e de segurança sanitária são
exigidas cada vez mais pelo consumidor e buscadas pelos participantes das
cadeias produtivas. (DEMING, 1986)
Nos mercados, onde a renda per capita é mais elevada, a demanda por
qualidade predomina. Assim, a carne bovina brasileira tem acesso a países em
que o poder aquisitivo da população é mais baixo, ou seja, onde o custo é mais
importante que a qualidade. Por este motivo, ocorre uma dificuldade pela
aceitação dos produtos e subprodutos de origem animal brasileiros aos
mercados mais nobres. (GOMIDE; RAMOS, 2007)
A principal referência internacional quando se fala em sistemas para
controle da segurança de alimentos, baseado na implantação do sistema de
14
Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) do inglês Hazard
Analysis And Critical Points (HACCP) é o código de práticas publicado pelo
Codex Alimentarius Comission.
Devido aos casos de Vaca Louca - Encefalopatia Espongiforme Bovina
(BSE) que ocorreram na Europa, os principais mercados mundiais criaram
exigências aos produtos e subprodutos de origem animal importados de outros
países. Entre elas, destacou-se a rastreabilidade bovina, a qual necessita ser
certificada por empresas cadastradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
Baseando-se nesta premissa, o presente trabalho se propôs a analisar
as características das empresas que industrializam produtos e subprodutos de
origem animal, com ênfase nas necessidades de terceirização dos controles e
busca de conhecimento técnico e legislativo para a exportação, através de
empresas de consultoria.
A Total Consultoria atualmente presta serviços ligados à logística interna
e externa a laticínios, frigoríficos, fábricas de produtos destinados à
alimentação animal – pet, curtumes, entre outros. Sua atuação na logística
externa das empresas de alimentos se estende ao transporte de produtos.
Enquanto consultoria, ela auxilia seus clientes na contratação de
transportadoras terrestres, despachantes aduaneiros, empresas marítimas e
aéreas de transportes de cargas; orienta seus clientes sobre a melhor rota para
a entrega de seu produto; identifica os custos da operação e o tempo
necessário para a entrega do mesmo ao seu destino e contribui para a redução
de custos, que é demonstrada como forma preventiva ao prejuízo que resulta
de uma exportação mal-sucedida.
Este trabalho de pesquisa objetivou analisar a tendência da terceirização
em comércio exterior para a redução de custos, com ênfase no operador
logístico e analisou a trajetória da Total Consultoria como operadora logística.
Sendo assim, os objetivos específicos foram: definir o perfil de um
operador logístico; verificar as vantagens e desvantagens de se terceirizar os
controles administrativos na exportação de produtos; determinar os segmentos
das empresas-clientes; verificar as necessidades que empresas de alimentos
buscam no operador logístico; identificar porque as empresas não têm o seu
próprio departamento em vez de fazer a contratação do operador logístico;
15
avaliar os procedimentos, os cuidados necessários e o momento de terceirizá-
-los e analisar as funções de um operador logístico e suas responsabilidades.
Buscando o aprimoramento dos questionamentos relevantes, levanta-se
a pergunta: A atuação de um administrador e consultor na área de exportação
contribui para que as empresas tenham redução de custos e ganhos de
competitividade no comércio internacional?
A partir da questão descrita acima, levantou-se a hipótese de que
através de uma boa gestão dos processos administrativos sobre a exportação
de produtos é possível identificar uma melhor rentabilidade com menor custo e,
assim, melhor utilizar os recursos disponíveis.
Para demonstrar na prática a veracidade desta hipótese, foi realizada
uma pesquisa na empresa Total Consultoria junto a seus clientes na área da
administração da exportação, no período de fevereiro a outubro de 2009. Na
pesquisa, os métodos utilizados foram: estudo de caso e observação
sistemática.
As técnicas estão apresentadas através dos roteiros descritos abaixo:
Roteiro de estudo de caso (Apêndice A)
Roteiro de observação sistemática (Apêndice B)
Roteiro de entrevista com o proprietário (Apêndice C)
Roteiro de entrevista com o consultor (Apêndice D)
Roteiro de entrevista com o profissional da área de exportação
(Apêndice E)
O trabalho é composto por três capítulos:
O capítulo I relata o histórico da empresa Total Consultoria.
O capítulo II traz abordagem teórica sobre Consultoria, Comércio
Internacional, Produtos de Origem Animal e Legislações pertinentes.
O capítulo III é composto pelo relato do acompanhamento das atividades
constantes na empresa Total Consultoria em relação à prestação de serviços a
um cliente fabricante de produtos pet.
A finalização do trabalho consiste na proposta de intervenção e
conclusão.
16
CAPÍTULO I
TOTAL CONSULTORIA LTDA
1 HISTÓRIA DA EMPRESA TOTAL CONSULTORIA
A Total Consultoria foi fundada em 2005, no município de Promissão. As
atividades da empresa funcionavam em uma sala comercial localizada no
centro da cidade. Ela foi alugada pelo Senhor Fábio da Silva Guimarães,
proprietário e fundador da Total Consultoria (Figura 1).
Formado em Direito pela Universidade de Marília (UNIMAR), Senhor
Fábio dedicou-se à criação da Total Consultoria, pois havia percebido que seria
uma oportunidade de negócio para atender a demanda de mercado do
agronegócio brasileiro.
Ele trabalhou em uma empresa Certificadora de Bovinos na atividade de
acompanhamento de propriedades rurais e confinamentos na implantação da
rastreabilidade bovina durante anos, aproveitando, assim, o conhecimento
adquirido para fundar a empresa Total Consultoria.
O mesmo já havia dedicado cinco anos de trabalho em um frigorífico de
bovinos exercendo o cargo de gestor da qualidade. Durante este período se
especializou na área de alimentos com treinamentos fornecidos por empresas
nacionais e multinacionais, como a SGS ICS Certificadora Ltda. que tem sua
sede na Europa. Empresa, esta, que além de fornecer treinamentos para os
profissionais do agronegócio, também executa auditoria para o credenciamento
de qualidade nas indústrias brasileiras de alimentos, nas grandes empresas
européias, que são importadoras dos produtos de origem animal, exercendo
grande influência no mercado de alimentos, tendo reconhecimento nos vários
segmentos da cadeia produtiva em diversos países.
A certificação de qualidade brasileira nos estabelecimentos fornecedores
de alimentos tem sido um diferencial para as exportações. Isto ocorre devido à
dificuldade em atender todas as exigências necessárias para a certificação de
qualidade da SGS ICS Certificadora Ltda.
17
Entre os diversos treinamentos que o Senhor Fábio participou, dois
foram decisivos para a implantação de sua futura empresa, sendo o APPCC.
Fonte: Total Consultoria, 2009.
Figura 1: Foto da empresa
Em 2005, quando foi fundada a Total Consultoria, muitas empresas
estavam ainda em processo de implantação do APPCC. Por se tratar de um
sistema novo e complexo, foi verificada a demanda de mercado pelo fundador.
A partir do treinamento do APPCC, foi possível a criação da empresa
Total Consultoria que, primeiramente, desenvolveu procedimentos operacionais
padronizados de verificação e implantação do plano APPCC, a fim de orientar o
cliente e, posteriormente, ser seguido pelo mesmo.
A possibilidade do fundador para a implantação do Sistema APPCC e
disponibilizar treinamentos, gerou uma oportunidade de negócio, sendo
decisiva para a criação da Total Consultoria. Tal fato se deve pela falta de mão-
de-obra qualificada e pela necessidade de que as empresas tinham em atender
a exigência imposta pelo Ministério da Agricultura. Este impediria a exportação
18
de seus produtos aos principais mercados, caso a empresa não tiveste
implantado o sistema ou mão-de-obra qualificada para manutenção do mesmo.
Outro treinamento que o fundador participou e foi de grande importância
para a criação da Total Consultoria foi o Euro Retail Produce Good Agricultural
Pratice (EUREPGAP) que, basicamente, é a rastreabilidade bovina, exigência
dos principais mercados exportadores.
Foi vislumbrada uma oportunidade de mercado pelo fundador da Total
Consultoria porque ele percebeu que os pecuaristas tinham necessidade de
implantar a rastreabilidade bovina em suas propriedades. A implantação foi
uma exigência imposta aos frigoríficos, com o objetivo de atender os principais
mercados, como a União Européia e os Estados Unidos.
A rastreabilidade bovina tornou-se importante para os pecuaristas devido
à procura que os frigoríficos tinham de animais rastreados para atender seus
clientes. Com a necessidade de atender a demanda, houve um aumento no
preço pago pela arroba do boi rastreado, pois este fator foi considerado como
valor agregado. Esta operação tornou-se atrativa aos pecuaristas porque
encontravam facilidade em venderem seus animais aos frigoríficos. Mesmo
tendo custos para a implantação da rastreabilidade bovina, a operação trazia
lucro ao pecuarista e segurança de venda de seus animais.
Com o objetivo de prestar tais serviços, foi fundada a empresa Total
Consultoria, tendo como principais clientes pecuaristas que investiram na
implantação e certificação da rastreabilidade bovina e pequenas empresas
frigoríficas que também investiram na implantação e gerenciamento do sistema
APPCC.
Após cinco meses de funcionamento, a empresa se deparou com a
primeira crise, devido aos focos de febre aftosa que ocorreram em outubro de
2005, nos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Com o
fechamento da maioria dos mercados importadores, devido aos embargos da
carne bovina brasileira e a impossibilidade dos frigoríficos de atenderem seus
clientes com produtos cárneos de animais rastreados pelos embargos, ocorreu
uma diminuição da procura por animais rastreados.
Com isto, ocorreu falta de interesse por parte dos frigoríficos, pois o
preço da arroba do boi rastreado era mais alto que a do boi não rastreado e o
país também se encontrava proibido de exportar, ocasionando uma queda no
19
preço da arroba e, conseqüentemente, gerando prejuízo aos pecuaristas que
tiveram custos com as empresas certificadoras pela rastreabilidade de seus
animais.
Com a descrença do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação
de Origem Bovina e Bubalina (SISBOV) por parte dos principais mercados
importadores devido aos casos de febre aftosa, percebeu-se que todo o
sistema precisava ser repensado, ocasionando, assim, uma instabilidade no
setor agropecuário, isto porque ocorreriam possíveis mudanças no que se
referia a rastreabilidade bovina. Como consequência, a maioria dos pecuaristas
parou de investir em rastreabilidade, com medo de sofrerem mais prejuízos.
Tais acontecimentos trouxeram às empresas certificadoras de animais a
perda da maioria de seus clientes, provocando a maior crise do segmento.
Ainda continuava o sistema APPCC, porém, os investimentos das
empresas em implantação de novos projetos se encontravam estagnados,
principalmente das pequenas empresas que estavam esperando uma resposta
do mercado nacional e internacional para novos investimentos.
1.1 A mudança de segmento
Neste momento de instabilidade, a Total Consultoria, que era recente em
sua trajetória, necessitou mudar de estratégia para poder sobreviver,
fornecendo treinamentos para capacitação de funcionários de empresas.
1.1.1 Controle de qualidade
Com o treinamento e capacitação dos veterinários, biólogos e
engenheiros de alimentos, que assinam como responsáveis técnicos para o
controle de que as empresas de alimentos necessitam cumprir para a
exportação, elas ficam aptas para atenderem as exigências essenciais, como:
as Boas Práticas de Fabricação (BPF), Procedimentos Padrões de Higiene
20
Pré-operacional (PPHPO) e Procedimentos Padrões de Higiene Operacional
(PPHO) e Procedimentos Sanitários Operacionais (PSO), de maneira a evitar
que o produto seja contaminado por agentes químicos, físicos ou biológicos.
1.1.2 Gestor do sistema APPCC
O treinamento oferecido ao gestor do sistema APPCC abrange todos os
pontos em que a empresa deve ter controle, de maneira a evitar ou corrigir
possíveis erros de fabricação. Os profissionais, além de serem treinados na
legislação e procedimentos, também são orientados de maneira a estabelecer
o sentimento de equipe e a união necessária ao sucesso do plano APPCC.
1.1.3 Gestor de BPF
O treinamento do gestor de BPF é focado aos problemas que possam
ocorrer durante a produção. Este profissional é responsável pela verificação in
loco dos procedimentos de fabricação, da correção imediata da operação e
pelos acidentes que possam ocorrer durante a produção, podendo acontecer
alguma contaminação ou risco ao consumidor final.
1.1.4 Soldador
O treinamento do profissional de solda é feito respeitando os requisitos
mínimos e necessários para proporcionar à empresa uma condição de manter
a produção de alimentos de maneira segura. A solda deve ser feita com
material especializado e de maneira própria para indústrias de alimentos,
evitando que ocorram ranhuras ou frestas onde possa ocorrer o acúmulo de
sujeira, ocasionando contaminação biológica ou pontos que possam se soltar,
21
provocando, assim, a contaminação física da produção.
1.1.5 Aferidor de instrumentos de mensuração
O profissional aferidor de instrumentos é responsável pelo perfeito
funcionamento dos aparelhos de mensuração, como: termômetros, luxímetro,
detector de metais e aparelhos de verificação de Potencial de Hidrogênio (pH).
1.2 Aperfeiçoamento do novo segmento
O fundador não tinha o conhecimento necessário para ministrar os
diversos cursos que havia uma demanda. Foi preciso contratar profissionais
qualificados das mais diversas áreas para atenderem tais cursos. O proprietário
acompanhava todos os treinamentos fornecidos por sua empresa, em busca de
melhor qualidade. Era ele mesmo o maior crítico das atividades exercidas, pois
procurava atender as expectativas de seus clientes.
Ao mudar sua estratégia, a Total Consultoria verificou junto às empresas
a dificuldade que elas têm em contratar mão-de-obra especializada.
Verificando-se a demanda de mercado, a firma iniciou treinamentos feitos fora
das empresas, porém, voltados à empresa de alimentos, em especial,
frigoríficos.
A diferença entre o curso interno contratado pela companhia e o
oferecido fora das dependências da mesma é que, quando uma empresa
contrata o curso, ela define quem fará o treinamento, já que ela tem interesse
na qualificação de alguns funcionários que ocupam funções essenciais para a
empresa. Com a abertura de cursos feitos em salas alugadas nas cidades onde
estavam localizadas estas empresas, outros funcionários que almejam o
crescimento profissional também puderam participar dos treinamentos.
As pessoas que ainda não estavam ocupando uma vaga no mercado de
trabalho ou que trabalhavam em outras áreas da sociedade, como comércio e
22
demais empresas, passaram a ter acesso aos treinamentos na tentativa de se
qualificar para uma vaga nas empresas de alimentos e de subprodutos de
origem animal.
Desta maneira, a Total Consultoria seguiu o segmento de cursos
profissionalizantes, tendo em 2009 aproximadamente 1000 alunos entre os três
estados: Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo e passou a fornecer outros
cursos à sociedade.
1.2.1 Analista de exportação
Treinamento com o objetivo de formar profissionais habilitados nos
procedimentos de exportação, com conhecimentos dos documentos
necessários e da legislação pertinente aos principais produtos alimentícios.
1.2.2 Analista de importação
Treinamento com o objetivo de formar profissionais habilitados nos
procedimentos de importação, com conhecimentos dos documentos
necessários e da legislação pertinente aos principais produtos alimentícios.
1.2.3 Rendimento de cortes de bovinos
Treinamento com o objetivo de formar profissional conhecedor dos
cortes de bovinos e ovinos, com ênfase nos rendimentos dos cortes por animal
e na classificação das peças pela gramatura de gordura, tamanho e coloração.
1.2.4 Crono-análise e cronometragem
23
Treinamento com o objetivo de formar profissional habilitado a auxiliar a
gerência da empresa de produtos de origem animal a otimizar a produção de
maneira segura para os funcionários e com qualidade do produto final.
A cronometragem é a verificação in loco do tempo gasto para a
execução de uma determinada etapa da produção, sendo ela mecânica ou
operacional.
A crono-análise é o estudo completo de um produto determinado ou de
setor produtivo, onde são identificados os tempos necessários e os gargalos da
produção.
A mesma gera informações quanto ao tempo real, ao praticado e em
cada uma das etapas de produção, auxiliando o administrador na tomada de
decisão para o aumento da produtividade.
1.2.5 Monitor de controle de qualidade
Treinamento com o objetivo de formar profissional apto a fazer a
integração dos novos funcionários contratados pela empresa e orientar
constantemente os demais funcionários quanto aos cuidados higiênicos
necessários para a fabricação de alimentos.
O objetivo é despertar o comprometimento de todos e o sentimento de
equipe na elaboração de produtos saudáveis à sociedade e com qualidade total
mantendo o menor custo.
O monitor de controle de qualidade é o responsável por ministrar
palestras internas e promover a conscientização de todos os funcionários
envolvidos no processo produtivo.
1.2.6 Supervisor de produção
Treinamento com o objetivo de formar profissional habilitado a
supervisionar pessoas, equipamentos, procedimentos e tempo de produção
24
durante o processo produtivo nas indústrias de alimentos e subprodutos de
origem animal, dando ênfase na legislação pertinente e aos conceitos técnicos
para a produção de alimentos seguros.
1.2.7 Programação e controle da produção (PCP)
Treinamento com o objetivo de formar profissional apto a programar e
controlar a produção dentro das indústrias de alimentos e subprodutos de
origem animal, com ênfase nas etapas necessárias à obtenção de cada
produto e aos cuidados com padrões comerciais.
1.3 Prestação de consultoria
A Total Consultoria também necessitou ampliar as áreas de atuação na
prestação de consultoria que fornecia aos seus clientes. Devido à qualificação
do mercado e ao amadurecimento do sistema APPCC, houve uma queda na
procura deste tipo de serviço oferecido. Por este motivo, pretendendo
permanecer no mercado e atender aos seus clientes, a Total Consultoria
ampliou suas áreas de atuação dentro das empresas. Entre as áreas que esta
passou a atuar, encontra-se a área de Exportação, que é abrangente para as
empresas de alimentos.
Para a empresa do segmento de alimentos são necessárias várias
autorizações e o cumprimento de muitas exigências para poder exportar seus
produtos. Com o objetivo de permanecer no mercado, a Total Consultoria
passou a fornecer conhecimento técnico e acompanhamento de todas as
etapas necessárias, que vão desde atender todas as exigências legais e
estruturais para a habilitação da empresa interessada a exportar, até os
procedimentos administrativos da exportação.
Foi verificada pela empresa a tendência da contratação de empresas
para a terceirização de serviços e consultoria na exportação, que abrange
25
desde a parte de adequação da indústria de forma estrutural e documental até
as operações de logística interna e externa da empresa.
A Total Consultoria passou a fornecer adequação estrutural e consultoria
à empresa de alimentos, em especial frigoríficos, laticínios e demais indústrias
do segmento de produtos de origem animal, como fábricas de produtos pet,
curtumes e granjas.
Antes mesmo de produzir mercadorias destinadas à exportação é
importante que a empresa esteja em concordância com a legislação nacional e
conheça as exigências sanitárias e fitossanitárias dos países importadores para
os quais pretende exportar.
Obter estas informações é responsabilidade do interessado que
pretende exportar seus produtos. Com isto, para prestar consultoria técnica às
empresas alimentícias, a Total Consultoria tem buscado mão-de-obra
especializada, estudos por segmentos e produtos, a fim de auxiliar seus
clientes nos primeiros passos para uma exportação bem-sucedida.
As empresas especializadas na área logística são denominadas de
operador logístico.
“A criação do operador logístico, como também denominado OTM -
Operador de Transporte Multimodal foi com a Lei nº. 9.611, em 19/02/1998 e
sua regulamentação pelo Decreto nº. 3.411, em 12/11/2000”. (KEEDI, 2007,
p.95).
Segundo Keedi (2007), o operador logístico é responsável pela
coordenação de toda a cadeia logística de uma empresa. A Total Consultoria
quando passou a prestar este tipo de serviço a seus clientes, classificou-se
neste segmento que tem regulamentação própria.
A Total Consultoria atualmente presta serviços de logística interna e
externa a: laticínios, frigoríficos, fábricas de produtos pet e curtumes.
A atuação da Total Consultoria na logística externa das empresas de
alimentos se estende ao transporte de produtos como consultoria, auxiliando
seus clientes na contratação de transportadoras terrestres, despachantes
aduaneiros, empresas de transporte marítimo e empresas aéreas de transporte
de cargas. Orienta seus clientes sobre a melhor rota para a entrega de seu
produto, identificando os custos da operação e o tempo necessário para a
entrega do mesmo ao seu destino.
26
Quando uma empresa de alimentos decide exportar seus produtos, além
de atender todos os requisitos básicos da logística interna, ela deve atender e
adequar-se às exigências do mercado ao qual ela se encontra interessada a
exportar. A Total Consultoria disponibiliza aos seus clientes toda a legislação
referente ao comércio internacional de produtos alimentícios e a legislação do
governo Brasileiro referente ao comércio internacional.
Desta forma, a Total Consultoria tem contribuído com empresas de
alimentos e subprodutos de origem animal na exportação de seus produtos aos
mercados mais exigentes, como: União Européia, Estados Unidos da América
e Rússia.
1.4 Departamentalização da empresa
A empresa Total Consultoria é composta pelos seguintes
departamentos: gestão estratégica, marketing, Recursos Humanos (RH),
financeiro, jurídico, certificação e rastreabilidade bovina, consultoria técnica e
administrativa, vendas e franquias.
O departamento de gestão estratégica é o departamento responsável
pela atuação da empresa junto a seus clientes, com o objetivo de buscar
soluções, projetos e oportunidades de negócios no agronegócio brasileiro. Para
a Total Consultoria, é fundamental que tudo seja controlado e mensurado,
tendo como principal objetivo a comunicação e a interação entre os diversos
departamentos da empresa.
É o departamento de planejamento estratégico que, por meio de estudo
ou pesquisa de opinião, define quais treinamentos ou consultorias serão
desenvolvidas e a maneira como serão divulgadas a uma determinada
empresa, cidade ou região, sempre verificando e analisando o mercado, o
público alvo e seus concorrentes.
É considerado, pelo fundador, o departamento mais importante da
empresa Total Consultoria, visando ao controle das informações vitais da
empresa e é ele mesmo quem administra o departamento.
O departamento de marketing é subordinado ao departamento de gestão
27
estratégica, é o departamento responsável pela divulgação de treinamento e
consultoria oferecida pela empresa Total Consultoria às empresas de
alimentos, de subprodutos de origem animal, pecuaristas e à sociedade em
geral. As publicações contam com profissionais treinados em abordagem
direta, divulgando os trabalhos da empresa através de banners, outdoors,
panfletos, malas diretas, páginas da internet e divulgação pelos veículos de
comunicação, como rádio, televisão e telemarketing.
É atribuição deste departamento a manutenção da imagem da empresa
Total Consultoria junto a seus clientes com o serviço de pós-venda e pesquisa
de satisfação.
O departamento de RH é administrado por profissional da área, o setor
Pessoal da empresa é responsável pela elaboração, execução e controle das
atividades pertinentes à: folha de pagamento, benefícios, monitoramento do
ponto, relações sindicais e previdenciárias, de acordo com a legislação vigente,
bem como a operacionalização do processo de movimentação de
colaboradores na empresa. É também responsável pela garantia do
cumprimento das atividades relacionadas ao recrutamento, seleção,
treinamento, desenvolvimento e gestão de desempenho de RH, analisando e
assessorando os líderes quanto ao impacto da gestão de pessoas sobre os
resultados do negócio, uma vez que a Total Consultoria tem a necessidade da
contratação de profissionais especializados e professores nas regiões onde
são ministrados os treinamentos. Desta maneira, a mão-de-obra empregada na
Total Consultoria é o principal custo sobre os serviços prestados pela empresa.
O departamento financeiro é administrado pela esposa do proprietário, o
departamento financeiro é o responsável pelo patrimônio da empresa,
elaborando e acompanhando o fluxo de caixa, investimentos e as despesas
referentes aos trabalhos prestados pela empresa. Desempenha o papel de
analisar projetos e manter contato com órgãos públicos, como: o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Secretaria da Saúde e outros com a
finalidade de informá-los sobre questões relativas à empresa.
Busca manter o controle dos lançamentos e registros contábeis da
mesma. Garante, ainda, a segurança das operações financeiras executadas
pela empresa por meio de mecanismos de crédito e controles que impeçam ou
dificultem as fraudes feitas pelos colaboradores e clientes. É subordinado ao
28
departamento de gestão estratégica da Total Consultoria; por isto deve estar
em contato passando e recebendo informações sobre qualquer aspecto
financeiro da empresa.
O departamento jurídico é administrado pelo proprietário, que é formado
e licenciado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O Departamento
Jurídico direciona transações complexas, procurando, incessantemente, por
resoluções favoráveis em todos os aspectos da disputa, posicionando-se
contra e a favor da empresa, de modo que possa manter transparência e
confiabilidade do seu negócio junto ao mercado.
O departamento jurídico procura proteger os membros da empresa
através do aconselhamento jurídico referente aos diversos segmentos que a
firma se propõe a executar junto aos seus clientes. Busca a preservação da
imagem da empresa, a qual é ética e confiável, para que seja repassada a
seus clientes.
O departamento de certificação e rastreabilidade bovina na Total
Consultoria é formado por uma equipe de especialistas formada por engenheiro
de alimentos, biólogo e advogado. Realizam ações de certificação dentro dos
procedimentos técnicos e legais para as propriedades rurais com a certificação,
implantação e acompanhamento da rastreabilidade bovina.
O departamento de consultoria técnica e administrativa é responsável
pela execução e coordenação de todos os serviços de consultoria oferecidos
pela Total Consultoria a pecuaristas e a empresas de alimentos de origem
animal, como frigoríficos e laticínios e a empresas de subprodutos de origem
animal, como curtumes e fábricas de ossinhos para cães.
O departamento de vendas é formado por pessoas de alto nível técnico
com experiência em vendas de serviços. São responsáveis pela apresentação
ao cliente da política da empresa e dos serviços prestados pela Total
Consultoria.
A Total Consultoria acompanha o projeto de todos os clientes em todas
as suas fases, desde a concepção, passa pelo desenvolvimento e vai até o
final da implantação.
O departamento de vendas da Total Consultoria busca, constantemente,
novas oportunidades; uma vez que ele está em contato direto com o cliente.
Tende a observar quais os serviços de que o cliente demonstra necessidade,
29
auxiliando o departamento de gestão estratégica e objetivando uma melhor
penetração no mercado em relação à concorrência.
Está subordinado ao departamento financeiro quanto à venda de cursos
profissionalizantes, já que a viabilidade da execução de um treinamento à
determinada empresa, cidade ou região tem um custo fixo, gerado através de
contratação de local apropriado, professores e materiais didáticos. O volume de
vendas está diretamente relacionado à viabilidade do serviço proposto, sendo
que o departamento de vendas da Total Consultoria tem que atingir a meta
mínima de vendas, para que haja redução de custos. Buscando, assim, cobrar
um preço justo aos seus clientes, sem comprometer a lucratividade da
empresa.
Para a Total Consultoria, os vendedores de serviços precisam se
transformar em vendedores de soluções, despertando os clientes para aquilo
que precisam e demonstrar que a empresa tem como atender suas
necessidades. Na visão do diretor do departamento de vendas da Total
Consultoria, não basta fixar objetivos e esperar resultados, é preciso unir
conhecimento, habilidade, atitude, postura e aprendizado constante. Oferecer
aos seus clientes soluções, às quais permitam atingir metas e, desta maneira,
consequentemente, haverá contribuição para o seu crescimento.
O departamento de franquias é administrado pelo proprietário. É
responsável pelo elo entre a Total Consultoria e seus franqueados. Sendo que,
o franqueado fica subordinado diretamente ao departamento de franquias, que
auxilia o franqueado com o treinamento e a constante reciclagem,
disponibilizando conhecimento técnico e oferta dos novos cursos da empresa.
Também é responsável em disponibilizar aos franqueados todo o suporte
técnico e administrativo.
Este departamento é responsável pela montagem de todas as franquias,
contando com o apoio do departamento de marketing, financeiro e de vendas
que o auxiliam na abertura da franquia. É importante salientar que a Total
Consultoria, recentemente, abriu para franquia apenas a área da empresa
voltada aos cursos profissionalizantes.
A empresa Total Consultoria possui hoje apenas uma franquia aberta e
está situada em Campo Grande. Estado de Mato do Sul, onde funcionam
atualmente oito cursos profissionalizantes, totalizando quinhentos alunos.
30
A história da Total Consultoria é marcada por diversas mudanças de
mercado e pelo aproveitamento contínuo de oportunidades.
31
CAPÍTULO II
MERCADO INTERNACIONAL
2 MERCADO INTERNACIONAL
2.1 Consultoria técnica empresarial
Devido à complexidade das legislações e termos técnicos que envolvem
as exportações de produtos de origem animal, há necessidade no mercado por
empresas especializadas em partes do processo, oferecendo consultoria às
membros do segmento.
A consultoria empresarial tem por finalidade formar consultores com
visão sistêmica, criando as condições necessárias ao desenvolvimento de
competências e atitudes indispensáveis para assumir a função de consultor.
Busca-se estimular a capacidade de criação, inovação e construção de
metodologias que os preparem para o exercício da função nas organizações.
2.1.1 Público alvo
Os profissionais de nível superior pertencentes às diversas áreas do
conhecimento que atuam ou pretendem atuar como consultores técnicos dentro
das organizações desejam se atualizar para obter um diferencial em termos de
capacitação.
2.1.2 Área de atuação de um consultor
Solfa et al. (1990), justificam que a consultoria deve ser a mais ampla
32
atuação possível de um consultor técnico, tendo como objetivo analisar várias
empresas como um todo, processos e sistemas, tendo em vista não
objetivando a atuação dos profissionais executados no processo final. A
consultoria busca estabelecer metas. Em 1970, o Instituto Brasileiro dos
Consultores de Organização foi criado para o devido fim, de âmbito lucrativo
que possui código de ética e conselho, como outros profissionais.
Cada dia mais presente nas organizações, a consultoria traz um
diagnóstico, tendo o objetivo de encontrar as soluções e recomendá-las. O
consultor desenvolve e implanta um projeto de acordo com a necessidade do
cliente, procurando fazer com que a empresa minimize as falhas para evitar
gastos imprevistos.
Os consultores podem ser contratados para trabalhar em conjunto com
executivos e demais profissionais para avaliação de projetos ou análise dos
dados estratégicos da empresa.
Uma boa consultoria observa as reais condições da empresa e do
mercado a fim de atuar de forma eficiente e atingir os resultados esperados.
Outro aspecto é a interação consultor e cliente, pois é necessário que haja
confiança e responsabilidade mútuas.
Quando se devem fazer alterações bruscas no processo ou na própria
estrutura da empresa, o consultor deve portar-se como um mensageiro,
mostrando todas as funções não visualizadas pela empresa ou abordando
situações que eram acobertadas pelo receio de ter que alterar as estruturas da
mesma. O consultor, dentro de uma organização empresarial, na maioria das
vezes, tende a se tornar uma espécie de médico. Mesmo que o paciente tenha
uma doença séria, uma das funções do médico é alertá-lo com relação ao
problema, independentemente da sua gravidade. (MAGALHÃES, 2004)
A consultoria é um serviço de aconselhamento. Os consultores não são
contratados para dirigir organizações, nem tomar decisões delicadas em nome
da direção. O serviço de consultoria implica na transferência de conhecimentos
e em capacitar profissionais das organizações. O consultor é considerado um
agente de mudanças, por isto deve ter conhecimento e experiência.
Segundo Oliveira (2001), o consultor é capaz de desenvolver e mudar
comportamentos, atitudes e os processos adotados. Estas mudanças podem
ser por meio de conselhos, recomendações e serviços a uma área específica
33
ou a um ambiente geral da empresa. O consultor pode ser interno ou externo.
A consultoria é um processo interativo de um agente de mudanças externo à empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de decisões, não tendo, entretanto, o controle da situação. (OLIVEIRA, 2001, p. 21).
As contratações de consultoria levam as empresas a direcionar todos
seus esforços para produtos ou serviços. Antes de contratar os serviços de um
consultor, o cliente deve identificar sua situação atual e quais as suas
necessidades.
Ainda, segundo Oliveira (2001), são dois os momentos em que as
empresas procuram os serviços de consultoria técnica: quando a realidade
vivida pela empresa não se encontra de acordo com o resultado previsto e,
quando a empresa busca um resultado satisfatório, baseando-se em seus
negócios atuais.
O consultor procura conhecimentos técnicos que possam ser
prontamente traduzidos e colocados em ação. Habilidade esta que o diferencia
dos demais profissionais da área de consultoria. Seu trabalho é garantido por
sua capacidade de executar, de forma simples e objetiva, seu conhecimento
adquirido. Passando seu conhecimento aos outros profissionais.
Eles por sua vez, repassam a outras pessoas, gerando um ciclo
contínuo de conhecimentos. Embora as experiências sejam a fonte mais
importante do conhecimento de um consultor, os mais capacitados aprendem
onde podem aprender. Eles são constantes na busca de novos conceitos e
técnicas administrativas, que possam auxiliar de maneira significativa à
aplicação nas situações vivenciadas.
Parreira (1997), definiu a consultoria como o ato de fornecer, dar,
solicitar e pedir orientações e pesquisas a um especialista para que auxilie,
oriente no trabalho administrativo dentro das organizações empresariais. O
consultor deve orientar o processo e apresentar as soluções viáveis para
concretização. Ele não possui sempre a solução de tudo, sendo um captador
de conhecimentos e informações e, utilizando suas habilidades, procura
resolver as necessidades e, em alguns casos, registra e executa a solução
encontrada pelo próprio cliente.
34
2.1.3 Conhecimentos técnicos de um consultor
Os conhecimentos técnicos de um consultor conforme Cury (1995) são:
a) dimensão técnica: conhecimento técnico específico do próprio
trabalho gerenciado, refere-se à habilidade para lidar com a
tecnologia disponível;
b) dimensão administrativa: exige do consultor novas estratégias de
desenvolvimento, com aplicação prática do conhecimento,
aprimoramento dos serviços e das funções de planejar, organizar e
controlar, administrando o uso adequado do tempo;
c) dimensão política: tem como característica a habilidade na forma de
negociar, conquistar espaços decisórios, administrar e evitar conflitos
e administrar relações de hierarquia.
2.1.4 Cautelas de um Consultor
O consultor quando inicia uma nova prestação de serviço, descobre
profissionais, técnicas e lugares diferentes. Ele começa a trabalhar em um
ambiente desconhecido e com pessoas que nunca teve contato antes, por este
motivo pode enfrentar algumas dificuldades, como, profissionais que evitam
passar seus conhecimentos, experiências e informações necessárias para a
realização de seu projeto, por terem receio de perder seu cargo na empresa.O
consultor deve conquistar a confiança de todos. Ele deve informar os
funcionários sobre as necessidades, os objetivos e os prováveis efeitos que
ocorrerão pelas mudanças feitas.
Conforme Oliveira (2001), outros cuidados que um consultor deve ter é
em relação ao preço cobrado. Alguns consultores cobram por hora; outros, por
trabalho. As formas de pagamentos devem estar bem definidas em contrato,
contemplando todas as variáveis de custos possíveis, como:
a) valor fixo: o consultor recebe um valor, independente do tempo e das
horas trabalhadas;
35
b) valor variável: o consultor recebe por hora, de acordo com as horas
trabalhadas;
c) por resultados: recebe conforme os resultados apresentados para a
empresa;
d) por disponibilidade: a empresa paga um salário mensal para ter um
consultor disponível por tempo integral;
e) participação acionária: o consultor é pago através de cotas ou ações
da empresa;
f) permuta: o consultor recebe como forma de pagamento produtos ou
serviços da empresa;
g) por tarefa: o consultor recebe de acordo com a execução da tarefa
específica.
2.1.5 Etapas de trabalho
O consultor apresenta sua proposta de trabalho a seu cliente. Cada
consultor tem uma metodologia de trabalho, mas em geral, administram os
trabalhos por etapas. Os consultores planejam o serviço antes de sua
implantação.
De acordo com Oliveira (2001), as etapas são:
a) identificação: identificar a situação da empresa;
b) entrada: estabelece-se os prazos e os objetivos. O consultor
reconhece a organização e os problemas da empresa;
c) auditoria de posição: o consultor reúne conhecimentos e informações
para o início de seu trabalho, através de entrevistas e relatórios para,
assim, identificar os problemas e suas causas;
d) planejamento: o consultor define as estratégias para desenvolver seu
trabalho, estabelecendo suas atividades, sequências, tempo
disponível e recursos. Ele deve apresentar e discutir as soluções junto
com seu cliente a partir de suas alternativas elaboradas;
e) ação: a partir deste momento, o consultor começa executar ou
implantar o seu projeto e a treinar os profissionais envolvidos para o
36
desenvolvimento de seu plano de trabalho;
f) Acompanhamento: neste momento ocorre o controle de resultados,
uma reavaliação pelo consultor;
g) Conclusão: o consultor entrega o projeto e se desliga da empresa,
pelo menos, temporariamente.
Depois de aplicado o projeto e concluído, devem surgir algumas
mudanças dentro da empresa que provocam efeitos sobre os profissionais,
inclusive redução de quadro a aumentos salariais, mudanças na hierarquia, na
carga horária de trabalho e mudança no relacionamento entre os chefes e
subordinados.
De acordo com Oliveira (2001), o consultor só finaliza o seu trabalho
quando contribui para identificar as necessidades da empresa, promovendo
treinamentos, a consolidação e o aprimoramento contínuo da mesma. Para
isto, o consultor deve procurar seguir algumas regras, que são: respeitar a
política interna da empresa, ser ético e repassar todo seu conhecimento para a
empresa, fazendo com que ela possa aprimorar-se.
O vínculo do consultor não deve ser quebrado com a empresa. Mesmo
após o término da sua prestação de serviço, ele deve auxiliar na manutenção
de todo o sistema que foi implantado.
A contínua contribuição do consultor é muito importante para a
organização empresarial, pois além de elaborar um plano estratégico, assegura
a manutenção e o funcionamento do trabalho de maneira eficaz, objetivando os
lucros.
Os executivos americanos parecem apoiar o modelo funcionalista e instrumental de organização, percebido, sobretudo como um sistema de tarefas a serem executadas e de objetivos a serem atingidos. A gestão e a organização decorrentes são concebidas essencialmente como ferramentas que deverão se adaptar às exigências variadas das situações. (AMADO; FAUCHEUX; LAURENT, 1994, p.147).
Acontecimentos históricos, políticos, econômicos e culturais
determinaram mudanças no desenvolvimento das organizações, destacando-
se entre estes aspectos a produtividade norte-americana e, posteriormente, as
técnicas administrativas japonesa.
A complexidade do mundo organizacional, entre outros fatores, deu
origem às primeiras pesquisas e estudos sobre administração, apresentando-
37
se, assim, o pioneirismo de Taylor nos Estados Unidos da América (EUA). A
produção científica na área de gestão, principalmente de base operária,
espalhou-se pelos diversos países, levando práticas administrativas e
gerenciais construídas em seu contexto específico como universais e capazes
de responder às necessidades das empresas das mais diversas culturas.
(LEITE, 1995)
2.1.6 A importância de uma Consultoria na sua empresa
Muitas pesquisas foram realizadas sobre os aspectos que levam uma
empresa a encerrar suas atividades em período, muitas vezes, inferior a três
anos no Brasil. Dentre as pesquisas, destaca-se a realizada pelo Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) alcançada
nacionalmente no ano de 2005, dizendo que 39% das novas empresas fecham
antes de completar o seu primeiro ano de atuação. Em estudo semelhante, o
SEBRAE/SP, analisou os índices de sobrevivência das empresas paulistas no
período de 1995 a 2000 onde se verificou que as taxas percentuais
acumuladas de mortalidade eram de 32%, 44%, 56%, 63% e 71%,
respectivamente, nos primeiros cinco anos de atividade. Sendo assim, apenas
29% das empresas se mantêm em operação até o quinto ano de atividade.
(QUAL..., 2006)
Mediante o resultado da pesquisas elaboradas e descritas no parágrafo
anterior, percebe-se a importância de um constante monitoramento do mercado
no qual está inserida a empresa. Para tal, faz-se necessário o desenvolvimento
de competências e habilidades administrativas mediante a aplicação de
técnicas que, coordenadas, proporcionarão uma total profissionalização da
gestão da empresa.
Deste modo, podem, seguramente, contribuir para o sucesso do
empreendimento, através: da implantação de um plano de negócios ajustado à
realidade da empresa; da delimitação das metas a serem alcançadas; do
registro; do acompanhamento e da total avaliação dos resultados obtidos ou
esperados, confrontando-os com as metas pré-estabelecidas; a integração dos
38
departamentos e das áreas administrativas; dentre outras medidas.
Sendo efetuadas tais medidas, a consultoria pode exercer sua função
principal é auxiliar os gestores na condução do processo de profissionalização
do empreendimento, através da discussão das medidas necessárias, às quais
devem ser propostas à empresa.
A maneira pela qual atuará o consultor em seu trabalho em uma
empresa será definida a partir das necessidades identificadas em conjunto com
o gestor da entidade e de um prévio diagnóstico. Assim, todas as áreas da
empresa serão estudadas, como forma de se obter uma visão completa da
organização. (QUAL..., 2006)
Ao contratar uma consultoria séria e ética, o gestor da empresa terá à
sua disposição uma equipe de profissionais, qualificada tecnicamente, capaz
de identificar e sugerir a correção de possíveis entraves, como também
aperfeiçoar os pontos administrativos favoráveis, tendo como base, os
ambientes internos e externos; fundamentando e objetivando, assim, a tomada
de decisão.
É importante esclarecer que o êxito ou o fracasso de um
empreendimento origina-se a partir do processo decisório.
Quanto à eventual insegurança no fornecimento dos conhecimentos e
informações necessárias aos trabalhos de consultoria na empresa, frisa-se que
é garantido e necessário o absoluto sigilo, que parte não somente no dever
ético do consultor, mas também devendo constar no contrato de prestação de
serviço.
Percebe-se que a consultoria técnica empresarial funciona como auxílio
aos gestores na tomada de decisões administrativas. De acordo com Oliveira
(2007), o desenvolvimento dos trabalhos de consultoria empresarial ocorreu
graças à expansão do parque empresarial brasileiro e à busca por inovações
das técnicas administrativas, buscando uma contínua melhoria nos resultados
da empresa.
Pensando assim, a consultoria é vista como uma prestação de serviços
em desenvolvimento que auxilia os gestores no processo decisório.
Para Block (1991), os profissionais de consultoria atuam nas
organizações: planejando, executando, recomendando, assistindo ou
aconselhando, porém, não podem produzir mudanças diretamente. Ou seja, os
39
consultores apresentam idéias e mostram alternativas para que os gestores
possam tomar decisões sobre bases sólidas, mas não possuem o poder direto
sobre as situações.
Olinquevitch e Rosa (2005, p.13), descrevem que “o consultor é um
profissional que orienta outros a realizarem seu trabalho e a tomarem suas
decisões”.
Block (1991) relata que um consultor é um profissional que se encontra
em posição de ter alguma influência sobre outro indivíduo, em uma empresa,
mas sem possuir o controle direto sobre os mesmos. Contudo, busca orientar e
aconselhar seus clientes, mas não tem vínculo com a gestão empresarial.
De acordo com Oliveira (2007, p.5), “o diferencial de um consultor [...] é
a maneira como ele consegue solucionar um determinado problema da
empresa-cliente”. Deste modo, percebe-se que este diferencial pode se tornar
uma vantagem para o consultor, em saber as medidas necessárias para a
resolução dos problemas da empresa que está prestando o serviço.
O SEBRAE (2003, p.13), destaca que [...] “consultorias empresariais só
têm sentido se o empreendedor estiver disposto a ouvir, rever, mudar e
aperfeiçoar sua forma de atuação”. Percebe-se que, na consultoria empresarial
é necessária uma boa relação entre o cliente e o consultor. O gestor deve estar
comprometido para desenvolver novos conhecimentos e novas ideias, para que
ambos possam aprender um com o outro.
Oliveira (2007, p. 22) destaca que o serviço que um consultor oferece no
mercado contempla três componentes: “a especialidade que está sendo
oferecida [...], a competência e o nível de conhecimento, a amplitude e o estilo
de atuação do consultor”. Porém, é necessário que o produto que o consultor
vende no mercado seja definido. O consultor precisa ter sempre um domínio
sobre o assunto que se propõe a prestar a consultoria.
Segundo Block (1991), as metas do consultor são: estabelecer uma
relação de colaboração com a empresa, buscar a resolução total do problema e
manter bom relacionamento.
Assim, a primeira meta assegura a importância dos consultores; a
segunda cria a possibilidade de os gestores aprenderem e, no futuro, virem a
solucionar os problemas sozinhos após o término dos trabalhos de consultoria,
demonstrando, assim, que o consultor contribui com a organização empresarial
40
e com o aperfeiçoamento das técnicas administrativas necessárias para que a
empresa possa alcançar as metas estabelecidas pelos seus gestores. (BLOCK,
1991)
2.2 Exportação
Devido à concorrência internacional, as empresas exportadoras de
alimentos têm a necessidade de enfrentar e se adequar, para isto é essencial à
compreensão de todas as legislações pertinentes ao produto ao qual se dará o
comércio internacional. É essencial que a empresa conheça profundamente
todos os requisitos e procedimentos para a exportação efetiva de um
determinado produto a um país ou cliente, de maneira a evitar prejuízos.
No Brasil, as negociações internacionais são conduzidas pelo Governo Federal, por meio de representantes oficiais dos Ministérios das Relações Exteriores, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Agricultura, da Saúde, da Fazenda e do Planejamento. As entidades ligadas ao empresariado e às universidades e centros de pesquisa também cooperam com o governo, respondendo a consultas e encaminhando suas posições e interesses. (SEBRAE, 2006, p. 15).
Se a empresa ao embarcar o seu produto em containeres, pagar os
impostos e o frete marítimo para levar seu produto até o porto do país de
destino e, neste momento, se deparar com um impedimento de
internacionalização de seu produto por alguma barreira, seja ela não–tarifária
ou sanitária e, como consequência, ter que retornar com o seu produto ao país
de origem, desembarcá-lo do navio e levá-lo até a fábrica, ocasionando o
pagamento de multa por quebra de contrato e perda de credibilidade com o
cliente, uma vez que ele já havia se programado para a entrega do produto na
data firmada e se vê de última hora sem a possibilidade de cumprir com seus
compromissos, irá gerar um prejuízo mútuo entre o fornecedor e o cliente.
As barreiras não – tarifárias têm sido usadas por muitos países como instrumento protecionista para dificultar as exportações de outros países. Por esta razão, torna – se necessária a analise detalhada das justificativas e dos efeitos de distorção do comércio presente nestas barreiras. (SEBRAE, 2006, p. 20).
41
A logística externa das empresas de alimentos e subprodutos de origem
animal está diretamente relacionada aos custos operacionais das mesmas. São
muitos os cuidados necessários, os quais levam a empresa a fazer estudos,
com o objetivo de atender e evitar as barreiras não-tarifárias.
Qualquer governo pode estabelecer normas e regulamentos técnicos, bem como normas sanitárias e fitossanitárias (aplicável a espécies vegetais importadas) que, na prática, impeçam a importação de certos produtos. Pode, também, tornar mais difíceis os procedimentos ou impor quotas de importação, por país ou por produto. Todas estas práticas correspondem a barreiras não - tarifárias. (SEBRAE, 2006, p.20).
A dificuldade que a empresa encontra para reunir as informações sobre
as normas e funcionamento do mercado externo traz problemas para o setor
exportador.
O monitoramento necessário das políticas dos países importadores ou
de blocos importadores auxilia na tomada de decisão e previne ou diminui
prejuízos nas negociações internacionais. Este monitoramento deve ser
executado pela empresa ou por empresas contratadas para prestar consultoria.
A inexistência de uma metodologia específica e adequada para o estudo
quantitativo das barreiras não – tarifárias por parte dos órgãos competentes
força o mercado a se organizar de maneira a evitar possíveis prejuízos.
(MIRANDA; MOTTA, 2001)
A segurança dos alimentos tem se tornado um assunto cada vez mais
relevante. Diversos incidentes ligados ao consumo de alimentos têm
aumentado a conscientização e interesse do consumidor sobre o assunto.
Problemas com a contaminação microbiológica têm recebido maior atenção por
parte da imprensa.
O Incidente envolvendo BSE divulgado pela imprensa, com o nome de
Vaca Louca, causou a morte de várias pessoas e o sacrifício de boa parte dos
rebanhos bovinos na Europa. Este fator contribuiu para aumentar o interesse
dos consumidores pelos alimentos seguros e para a confiabilidade dos
fornecedores.
2.2.1 O sistema Análise de Perigos e Produtos Críticos de Controle (APPCC)
42
O APPCC é a principal referência internacional quando se fala em
sistema para controle da segurança de alimentos, baseado na implantação do
Codex Alimentarius, programa conjunto da Organização das Nações Unidas
(ONU), contando com representantes dos países. É um fórum internacional de
normalização sobre alimentos que foi criado em 1962 e suas normas têm como
objetivos básicos proteger a saúde dos consumidores e assegurar práticas de
padronizações equivalentes no comércio internacional de alimentos.
Este Sistema, hoje adotado pelos principais mercados mundiais que basicamente assegura que os produtos industrializados sejam elaborados sem riscos à saúde pública, que apresentem padrões uniformes de identidade e qualidade e que atendam os aspectos sanitários e de integridade econômica (BRASIL, 1998, p.1).
O sistema APPCC teve sua origem na década de 50 em indústrias
químicas da Inglaterra. Nos anos de 60 e 70, o sistema foi empregado pela
Comissão Americana de Energia Atômica para o planejamento de usinas
nucleares. Nesta época, o sistema visava avaliar o tempo médio de falha para
os componentes de uma instalação nuclear a fim de calcular o tempo médio de
falha da instalação como um todo. (FRANCO; LANDGRAF, 2001)
Os criadores das missões espaciais americanas adotaram a lógica da
análise de risco e falha para o desenvolvimento de equipamentos espaciais
para vôos tripulados. A pedido da National Aeronautics and Space
Administration (NASA), nos Estados Unidos, no final dos anos 60, o sistema foi
adaptado para a área de alimentos pela Pillsbury Company, para que não
houveste nenhum problema com os astronautas relativo a Enfermidades
Transmitidas por Alimentos (ETA) e equipamentos (migalhas de alimentos) em
pleno vôo. (FRANCO; LANDGRAF, 2001)
O problema de migalhas foi resolvido com o uso de embalagens
especiais e de possíveis ETA, com a utilização do sistema APPCC, que por
mostrar-se altamente preventivo, evita falsa sensação de segurança de
produtos que eram, até então, inspecionados lote a lote por análises
microbiológicas, sendo esta a única garantia dada por outras ferramentas de
controle de qualidade. (FRANCO; LANDGRAF, 2001)
O sistema APPCC está designado para ser implantado na produção,
transformação, transporte, distribuição, armazenamento, exposição à venda,
43
consumo ou qualquer outra etapa que represente um risco à segurança do
produto. Envolve, portanto, a produção primária, as indústrias, os
consumidores, os transportadores, os inspetores, os importadores, os
exportadores e os fornecedores de produtos ou serviços de qualquer natureza
que se relacionem com a segurança do produto, além da embalagem,
rotulagem, agentes de limpeza e desinfecção, fornecedores de equipamentos,
agências de controle de insetos e roedores, manipuladores de alimentos,
funcionários da empresa, trabalhadores rurais e outros, de forma a identificar,
caracterizar e adotar medidas preventivas de controle e efetivamente controlar
os perigos possíveis dos produtos alimentícios. (SILVA, 1995)
Em 1993, com a publicação da Portaria nº. 1428, de 26/11/1993, do
Ministério da Saúde, o APPCC tornou-se recomendável em todos os
estabelecimentos fabricantes e comercializadores de alimentos no Brasil.
Em 1998, o Departamento de Alimentos de Origem Animal do Ministério
da Agricultura Pecuária e Abastecimento, publicou a Portaria nº. 46 de
10/02/1998, tornando mandatória a implantação do HACCP em empresas
processadoras de alimentos de origem animal, como hambúrgueres, linguiças
e embutidos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) participa do
Programa de Alimento Seguro (PAS), no projeto APPCC, estimulando a
empresa de toda cadeia produtiva de alimentos a implantar o sistema HACCP,
tendo publicado legislação específica para algumas categorias de alimentos,
como o Palmito, conforme Resolução nº. 18 de 19/11/2003 e o Amendoim,
conforme Resolução nº. 172 de 04/07/2003 e Resolução nº. 267 de
25/09/2003, determinando que o responsável técnico por estabelecimentos
industrializadores de gelados comestíveis tenham capacitação em APPCC.
A implantação do sistema APPCC nos estabelecimentos processadores
de carne in natura foi inicialmente opcional, exceto para as empresas que
exportavam seus produtos para os EUA, pois já havia esta exigência. Porém, o
APPCC teve sua obrigatoriedade no Brasil para empresas produtoras de carne
in natura em 08 de Junho de 2003, pela publicação da Circular 369/2003 do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A partir deste momento, houve a necessidade das empresas de
alimentos, em especial as do segmento de carne bovina, de implantar e
44
gerenciar o sistema APPCC, que passou a ser auditado periodicamente pelo
Ministério da Agricultura.
Conforme as Decisões 2001/471/CE e 2002/477/CE, a partir de 08 de
junho de 2003, todos os estabelecimentos habilitados à exportação para a
União Européia deverão ter implantado o sistema APPCC. Este sistema deverá
ser implantado também pelos estabelecimentos exportadores para o Canadá e
Estados Unidos da América até a mesma data. (BRASIL, 2003)
2.2.2 Os princípios básicos do APPCC
O sistema APPCC segundo Abreu e Furtini (2006), constitui–se de sete
princípios básicos.
2.2.2.1 Princípio 1 - Análise de perigos e medidas preventivas
Este princípio representa a base para a identificação dos Pontos Críticos
de Controle (PCC’s) e Pontos de Controle (PC’s). Identifica os perigos
significativos e estabelece medidas preventivas cabíveis. Com auxílio do
histórico dos produtos, consultas bibliográficas, entre outros recursos, os
perigos são identificados, focando a atenção aos fatores de qualquer natureza
que possam representar perigo. Todas as matérias-primas, ingredientes e
etapas são avaliadas e, quando não é possível eliminar, prevenir ou reduzir o
perigo por meio de medidas preventivas, deverão ser realizadas alterações no
fluxograma.
2.2.2.2 Princípio 2 - Identificação dos pontos críticos de controle
Os PCC’s são pontos caracterizados como realmente críticos à
45
segurança e devem ser restritos ao mínimo possível. Para determinação de
PCC’s e PC’s, uma árvore decisória deverá ser utilizada, encontrando-se
disponível em diversas literaturas. Os pontos considerados como sendo PCC’s
devem ser identificados e enumerados no fluxograma.
2.2.2.3 Princípio 3 - Estabelecimento dos limites críticos
São valores (máximo e/ou mínimo) que caracterizam a aceitação para
cada medida preventiva a ser monitorada pelo PCC e estão associados a
medidas de tempo, temperatura, pH, acidez titulável e outros. Algumas
empresas adotam os limites de segurança ou faixa de trabalho, que são
padrões rigorosos em relação aos limites críticos adotados como medida para
minimizar a ocorrência de desvio.
2.2.2.4 Princípio 4 – Estabelecimento dos procedimentos de monitoramento
O primeiro passo é determinar o que monitorar, quando, como e quem
será o responsável, devendo ser treinado e capacitado para a tarefa.
O monitoramento é a medição ou observação esquematizada de um
PCC relativa aos seus limites críticos e os procedimentos utilizados precisam
ser capazes de detectar perdas de controle do PCC, de rápida mensuração, já
que não haverá tempo para exames analíticos extensos. Por isto, são
preferidos testes químicos (acidez titulável) e físicos (tempo e temperatura) já
que os microbiológicos, com exceção de alguns testes rápidos que geralmente
são limitados a algumas etapas, são muito demorados. Todo monitoramento
gera documento associado a cada PCC e deve ser assinado pelas pessoas
que executam esta tarefa, pelos supervisores e responsáveis pela empresa.
2.2.2.5 Princípio 5 - Estabelecimento das ações corretivas
46
As ações corretivas específicas devem ser desenvolvidas para cada
PCC de forma a controlar um desvio nos limites críticos ou na faixa de
segurança, garantindo, novamente, a segurança do processo. Estas ações vão
desde ajustes na temperatura até a destruição de lote de produto.
2.2.2.6 Princípio 6 - Estabelecimento dos procedimentos de verificação
Nesta fase, tudo que já foi realizado anteriormente passa por uma
revisão de adequação para total segurança do processo. A verificação consiste
na utilização de procedimentos em adição aos de monitorização, podendo
entrar análises microbiológicas tradicionais que, apesar de demoradas, são
mais seguras e possuem respaldo da legislação. Esta ação deverá ser
conduzida rotineiramente ou aleatoriamente para assegurar que os PCC’s
estão sob controle e que o plano APPCC é cumprido quando há eventuais
dúvidas sobre a segurança do produto ou que ele tenha sido implicado como
veículo de doenças e para validar as mudanças implementadas no plano
original.
Em relatório de verificação, devem constar todos os registros já
efetuados, os de monitorização, de desvios de ações corretivas, de treinamento
de funcionários e outros. A verificação permite também avaliar se algumas
determinações estão sendo rigorosas, fora da realidade ou desnecessárias.
2.2.2.7 Princípio 7 – Estabelecimento dos procedimentos de registro
Todos os documentos (análises de perigos) ou registros (atividade de
monitoramento dos PCC’s) gerados ou utilizados (material para subsídio
técnico) devem ser catalogados e guardados, tomando cuidado para não fazer
o mesmo com documentos desnecessários. É muito importante que estes
papéis estejam organizados e arquivados em local de fácil acesso, para que a
equipe se sinta envolvida e responsável, facilitando, assim, uma auditoria.
47
Podem-se citar outros exemplos de registros e documentos, como: relatórios
de auditoria de cliente, registros de desvios e ações corretivas e registro de
treinamento.
Para a implantação e controle das etapas do HACCP são necessários os
Procedimentos Operacionais Padronizados (POP’s). Eles são procedimentos
descritos para serem seguidos diariamente na execução das operações da
fábrica ou durante determinadas situações previstas, como emergências e
mudanças momentâneas. O Procedimento Operacional Padrão descreve a
execução das operações e deve abranger os seguintes pontos: a finalidade e a
frequência para a realização da operação; quem realizará a tarefa; a descrição
de procedimentos, passo-a-passo, para a realização da operação; as ações
corretivas e preventivas a serem tomadas, caso a tarefa seja executada de
forma incorreta. (MACEDO, 2005)
2.2.3 O sistema de rastreabilidade
Devido os casos de Vaca Louca – BSE que ocorreram na Europa, os
principais mercados mundiais criaram exigência aos produtos cárneos
importados de outros países, entre várias exigências, destacou-se a
rastreabilidade bovina (Figura 2), a qual necessita ser certificada por empresas
cadastradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A rastreabilidade se dá com o acompanhamento pela empresa
Certificadora na propriedade rural dos animais, desde o nascimento até o
abate, por meio de brinco com numeração única e cadastrada na Defesa
Sanitária, que é um departamento do Ministério da Agricultura (Figura 3).
Quando o animal nasce, a empresa certificadora brinca o animal e o
cadastra no SISBOV. Ele é um banco de dados, uma ferramenta do Ministério
da Agricultura que faz o rastreamento do gado desde o nascimento até o abate
e gera um histórico individual completo, devendo ser fornecido pelos
proprietários rurais ou por entidades certificadoras credenciadas pelo Ministério
da Agricultura. Data e local de nascimento, movimentação geográfica e dados
veterinários são algumas das informações disponíveis. (BRASIL, 2008)
48
Fonte: Total Consultoria, 2009.
Figura 2: Animal rastreado
Fonte: Total Consultoria, 2009.
Figura 3: Identificação do Animal - Brinco
49
O SISBOV consiste em uma série de ações para garantir a origem, a
sanidade e a segurança do alimento proveniente do gado brasileiro. A partir do
sistema, é possível fazer a rastreabilidade do animal, desde o campo até o
frigorífico, garantindo a qualidade do produto para o consumidor final. (BRASIL,
2008b)
A adesão é voluntária para os produtores rurais, porém torna-se
obrigatória no caso de comercialização de carne bovina e bubalina para
mercados que exijam a rastreabilidade. (BRASIL, 2006)
2.2.4 Adequação estrutural e documental
A adequação estrutural é o requisito básico para o funcionamento do
estabelecimento. A partir do cumprimento de todas as exigências nacionais, o
estabelecimento passa a ter seu cadastro no Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento e adquire um número de registro denominado número do
Serviço de Inspeção Federal (SIF), que é utilizado em forma de rótulos ou
carimbos em todos os produtos comercializados pela empresa (Figura 4) como
forma de identificação e rastreabilidade dos produtos, uma vez que os
alimentos, por meio de contaminações físicas, químicas e biológicas, podem
trazer riscos à saúde pública. (PARDI et al., 2001)
Ainda Pardi et al. (2001), entre as adequações necessárias para as
empresas de alimentos iniciarem suas atividades, destacam-se:
a) a construção das instalações deve ser previamente aprovada pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por verificação
em loco do terreno que será utilizado para a construção e localização,
com referência a possíveis contaminantes, como as indústrias
químicas e as geradoras de toxinas, como dioxina, e aos fatores
ambientais, como a incidência de ventos e clima, que também são
avaliados na aprovação da construção do estabelecimento;
b) abundância de água potável com análise laboratorial mediante a
coleta oficial realizada em laboratório oficial ou credenciado no
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A possibilidade
50
de tratamento dos resíduos industriais e descarte em água corrente é
fator determinante na construção da empresa em determinado local,
município ou região.
c) a concordância e documentação de liberação das obras pelas
autoridades municipais e estaduais, a concordância e documentação
expedida pelo órgão competente de fiscalização do meio ambiente e o
parecer favorável da Secretaria local de Saúde Publica.
Fonte: Total Consultoria, 2009.
Figura 4: Produto inspecionado pelo SIF
É expressamente proibida em todo território nacional, para os fins desta lei, a duplicidade de fiscalização industrial e sanitária em qualquer estabelecimento industrial ou entreposto de produtos de origem animal, que será exercida por um único órgão. (BRASIL, 1950, p.1).
A concessão de fiscalização do Ministério da Agricultura isenta o
estabelecimento industrial de fiscalização estadual ou municipal e somente é
permitido o comércio interestadual e o internacional a estabelecimentos que
estejam registrados e sob fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
51
Incumbe privativamente ao órgão competente do Ministério da Agricultura, a inspeção sanitária dos produtos e subprodutos e matérias primas de origem animal, nos portos marítimos e fluviais e nos postos de fronteiras, sempre que se destinarem ao comércio internacional ou interestadual. (BRASIL, 1950, p.1).
A atividade de exportação somente é permitida aos estabelecimentos
que possuam o SIF permanente. O órgão acompanha todas as etapas da
produção por representantes in loco do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Sendo requisito básico para a exportação de produtos de
origem animal, o SIF busca garantir a sanidade e qualidade dos produtos
alimentícios que são direcionados aos parceiros comerciais do Brasil, de
maneira que possa manter a credibilidade do mesmo no comércio
internacional.
O SIF tem como objetivo contribuir com a sociedade, garantindo que os
produtos comercializados no país sejam aptos ao consumo sem risco á saúde
pública.
“Só podem realizar comércio internacional os estabelecimentos que
funcionam sob inspeção federal permanente”. (BRASIL, 1952).
Fonte: Total Consultoria, 2009.
Figura 5: Câmara de Estocagem
52
2.2.5 A logística
A logística interna nas empresas de alimentos tem uma importância vital
devido aos diversos fatores (BRASIL 1952):
a) validade dos produtos que são altamente perecíveis, mesmo sem o
vencimento constatado, a demora na comercialização traz prejuízos à
empresa referentes à energia e espaço nas câmaras de estocagem
(Figura 5). Outro fator é que o produto que fica por longo período
estocado perde o seu valor comercial devido à perda de suas
características, como coloração, odor e paladar, dificultando, assim, a
sua comercialização, uma vez que a vida de prateleira encontra-se
reduzida ou prejudicada. No caso de expiração da validade, o
problema torna-se ainda maior, pois a empresa é forçada pelo SIF a
fazer descarte total dos produtos vencidos, trazendo prejuízos
elevados devido aos custos de fabricação, da matéria-prima e da
mão-de-obra empregada na elaboração do produto final. Soma-se aos
custos o tempo de armazenagem com o espaço e energia gasta na
manutenção da temperatura e a mão-de-obra empregada para a
retirada das embalagens primárias e secundárias para o devido
descarte na graxária do estabelecimento;
b) a rastreabilidade bovina é requisito básico para a manutenção da
habilitação da empresa frigorífica para o comércio internacional. Ela
vai desde a propriedade rural até a gôndola do mercado, que fará o
comércio varejista. Se houver algum problema de saúde pública deve-
se, a partir daquele corte comercializado, refazer todo o processo
produtivo de maneira inversa até a propriedade onde foi criado aquele
animal, identificando onde ocorreu o desvio de qualidade e sanidade e
se o problema é referente a um animal, a um lote ou período de
fabricação. Desta forma, é possível identificar e corrigir erros na
cadeia produtiva e garantir o recall de todos os produtos que
apresentem riscos à saúde pública. Tal fator pode impedir as
exportações e o funcionamento normal da empresa, a qual passa
constantemente por inspeções internas e externas do Ministério da
53
Agricultura. Daí a importância vital da logística interna para as
empresas frigoríficas, que em momento algum pode permitir a perda
de controle da rastreabilidade;
c) a logística de insumos para a produção de alimentos é outro fator
relevante, uma vez que as áreas de produção de alimentos
necessitam de cuidados especiais, com o objetivo de evitar
contaminação por agentes químicos, físicos e biológicos. Para a
fabricação de produtos alimentícios são necessários insumos, como:
rótulos, embalagem primária como sacos plásticos e embalagem
secundária como caixas contentoras e caixas de papelão. Além de
outros insumos, como paletes, fitas de arqueamento e plástico strechi.
Os maiores cuidados são referentes à maneira como são colocados
na produção, lembrando que as indústrias de papelão e outros
insumos não têm os mesmos cuidados de esterilização e higiene,
podendo estes insumos, se manipulados de maneira incorreta, serem
meios causadores de contaminações dos produtos alimentícios e
comprometerem o produto final.
Fonte: Total Consultoria, 2009.
Figura 6: Container
54
Os containeres (Figura 6) são utilizados para o transporte de
mercadorias. São equipamentos de caminhões e navios e sua principal
característica se dá pela resistência e facilidade de transporte das mercadorias.
Para o transporte de produtos alimentícios, é utilizado container equipado com
sistema elétrico de refrigeração embutido no corpo do container, tem suas
paredes de material isolante térmico, com o objetivo de manter a temperatura
controlada. Para o monitoramento da temperatura durante o transporte de
produtos, são inseridos no ambiente de transporte do veículo ou container,
equipamentos termo registradores (termógrafos), atendendo às exigências
comerciais e comprovando a segurança e qualidade dos produtos até o
descarregamento. (ROCHA et al., 2005)
2.2.6 Serviços aduaneiros
Os despachantes aduaneiros são os responsáveis por executarem todos
os serviços de exportação e importação, com respaldo previsto no Artigo nº.
560 do Regulamento Aduaneiro Decreto nº. 91.030, de 5 de março de 1985.
Eles são os responsáveis legais dos despachos aduaneiros, executando
o devido enquadramento tarifário das mercadorias e providenciando de seus
clientes o recolhimento dos impostos de importação sobre os produtos
industrializados, o recolhimento das despesas referente ao frete marítimo,
rodoviário ou aéreo. Atuam diretamente com vários órgãos públicos, utilizando
uma ferramenta do Governo Federal, o Sistema Integrado de Comércio Exterior
(SISCOMEX), para gerar documentos e registros necessários ao procedimento
de exportação e importação, como as licenças de importação, registros de
exportação, certificados de origem e de tipo, certificados fitossanitários,
fechamentos de câmbio e outros. (SEBRAE, 2006)
O SISCOMEX é uma ferramenta administrativa informatizada que
gerencia as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações
de importação e exportação. É gerenciado pela Secretaria de Comércio
Exterior (SECEX), pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e pelo Banco
Central do Brasil (BACEN). O SISCOMEX foi criado com o objetivo de permitir
55
ao governo brasileiro reduzir a burocracia, racionalizar o processo e integrar os
órgãos responsáveis pelo comércio exterior. Para as empresa, o sistema foi
importante para a redução significativa dos custos administrativos e para dar
maior agilidade nas operações de comércio exterior. (SEBRAE, 2006)
O acesso ao SISCOMEX é feito através de credenciamento de um
representante legal da empresa ou despachante aduaneiro com procuração
assinada pela empresa para representá-lo junto à Secretaria da Receita
Federal. (SEBRAE, 2006)
As garantias de recebimento são feitas após a escolha do transporte a
ser utilizado na exportação. O exportador deve acordar em contrato com o
importador o modelo de fatura que será utilizado para o pagamento dos
produtos exportados ao exterior. A escolha é de comum acordo entre
fornecedor e cliente, observando os interesses comerciais, financeiros e de
segurança para o exportador.
O exportador pode optar por: pagamento antecipado, remessa direta ou
sem saque, crédito documentário, carta de crédito, seguros de crédito à
exportação e Convênio de Crédito Recíproco (CCR).
O modelo de pagamento antecipado é usado quando o importador
realiza o pagamento por meios bancários antes do embarque em navios do
produto comprado. Por representar um risco ao importador de após o
pagamento não receber o produto, este procedimento é pouco utilizado, sendo
mais comum quando se trata de uma mesma empresa ou no caso de
empresas interligadas em sociedades. (SEBRAE, 2006)
O modelo de remessa direta ou sem saque é quando o importador
executa o pagamento somente após o embarque do produto no navio, com o
recebimento da documentação de desembaraço aduaneiro, como recolhimento
de impostos, entre outros. O risco para o exportador é alto, uma vez que toda a
operação está baseada exclusivamente na confiança depositada entre o
exportador e o importador. Por este motivo é pouco utilizada, sendo mais
comum entre operações da mesma empresa, com o objetivo de reduzir os
custos operacionais, evitando intermediação bancária. (SEBRAE, 2006)
No modelo de crédito documentário, após o embarque da mercadoria no
navio, o exportador emite o documento referente ao embarque denominado de
saque ou cambial, que é encaminhado a um banco, o qual é contratado no país
56
do importador antes de efetuar a exportação, acompanhado dos demais
documentos aduaneiros de embarque. O pagamento poderá ser à vista ou a
prazo, conforme firmado em contrato entre as partes e o banco que faz a
intermediação de crédito.
A vantagem para o exportador em liquidez e segurança é maior quando
a operação é efetuada à vista, pois os documentos aduaneiros necessários ao
desembaraço da mercadoria somente são gerados após o pagamento da carga
pelo banco do país importador. (SEBRAE, 2006)
Quando a operação é firmada em cobrança a prazo, o importador
necessita fazer a retirada da documentação necessária para o desembaraço da
carga no porto de destino junto ao banco que fez a intermediação de crédito.
Porém, o importador necessita efetuar o pagamento junto ao banco mediante o
valor do saque ou cambial que é apresentado pelo banco ao importador.
(SEBRAE, 2006)
A modalidade de carta de crédito ocorre quando um banco gera uma
ordem de pagamento condicional. A operação é efetuada entre um banco no
exterior e um banco no Brasil em favor do exportador, que somente fará jus ao
recebimento ao atender todas as exigências documentais de exportação. Por
este procedimento, o banco que representa o importador se compromete a
pagar o valor do crédito aberto em contrato, sendo necessária a apresentação
pelo exportador de todos os documentos relativos à exportação, a seguros, a
transporte e ao cumprimento, relacionado à carga, dos prazos fixados em
contrato entre as partes. (SEBRAE, 2006)
A carta de crédito pode ser contratada para o pagamento à vista ou a
prazo, porém gera custos bancários, o que acarreta custos adicionais ao
importador que necessita contratar um banco e adquirir junto ao mesmo um
crédito para importação com taxas operacionais. A carta de crédito é uma
operação segura ao exportador, sendo que este não corre risco de
inadimplência, uma vez que a responsabilidade é repassada ao banco que faz
a intermediação de crédito, a obrigação de pagamento da operação de
exportação. (SEBRAE, 2006)
Uma das ferramentas que pode ser utilizada pelo exportador para
prevenir-se contra o não-pagamento por parte do importador é o Seguro de
Crédito à Exportação (SCE). O exportador fica segurado contra eventos
57
comerciais, como: a inadimplência ou falência do importador; eventos políticos
como conflitos armados e eventos naturais como desastres naturais que
possam ocorrer no país do importador, impossibilitando o pagamento da
exportação efetuada. (SEBRAE, 2006)
A outra ferramenta utilizada para assegurar o recebimento das
exportações entre o comércio dos países da América Latina é o CCR. Ele é um
convênio firmado entre os países da América Latina. Cabe ao banco central de
cada país a garantia de pagamento das operações de exportação e
importação. O CCR tem o objetivo de facilitar as relações financeiras entre os
países que firmaram o convênio com o intuito de promover o comércio dentro
da América Latina. (SEBRAE, 2006)
2.2.7 União Européia
Fonte: Europa, 2009.
Figura 7: Moeda Euro
A importância da UE no comércio internacional se dá pelo número de
países que fazem parte deste governo único e com moeda própria, o EURO
(Figura 7). Com uma população de 376 milhões de habitantes, um Produto
58
Interno Bruto (PIB) de US$ 8,6 trilhões e um renda per capita de US$
25.600,00. (CONTINI, 2003)
A política dos consumidores da União Européia (UE) permite que os cidadãos europeus façam compras em todos os Estados-Membros com confiança. Todos os consumidores se beneficiam do mesmo nível elevado de proteção. Os produtos que se compram e os alimentos que se ingerem são submetidos a testes para verificação dos mais elevados padrões de segurança. A UE toma medidas para que os cidadãos não sejam vítimas de comerciantes desonestos ou de publicidade falsa ou enganosa. Os direitos dos consumidores são defendidos e estes têm acesso a vias de exigir reparação em qualquer ponto da UE, quer façam as suas compras numa loja, por correspondência, pelo telefone ou pela Internet. (EUROPA, 2009, p.1).
Em 09 de maio de 1950, foi proposta a criação de uma Comunidade
Européia do Carvão e do Aço (CECA) que em 18 de abril de 1951 veio pelo
tratado de París estabelecer um mercado comum do carvão e do aço entre os
seis países fundadores: Bélgica, Alemanha, França, Itália, Luxemburgo e
Holanda, com o objetivo de assegurar a paz entre as nações européias. Os
seis países em 25 de março de 1957 instituíram pelo tratado de Roma a
criação da Comunidade Econômica Européia (CEE) com a abolição dos
serviços aduaneiros em 01 de julho de 1968. Devido ao sucesso obtido pelos
seis países, em 1973 houve a adesão da Dinamarca, Irlanda e Reino Unido.
(EUROPA, 2009)
Fonte: Europa, 2009.
Figura 8: Membros da EU
59
A comunidade passou de seis para nove países membros e começaram
a desenvolver as suas políticas comuns. Em 1979 foi realizada a primeira
eleição direta para o parlamento europeu. Em 1981 a Grécia aderiu à CCE. Em
1986, Espanha e Portugal também aderiram a comunidade (Figura 8).
Em 1993 foi instituído o mercado interno da CCE pela publicação do
Livro Branco que estabelecia um calendário para a criação do mercado interno
europeu. Em 01 de novembro de 1993 foi criado o Bloco Econômico da União
Européia pelo Tratado da União Européia. (EUROPA, 2009)
Quantas pessoas vivem na UE?
População em milhões (2007)
497 milhões de habitantes
82,4
63,4
60,9
59,1
44
,5
38,2
21
,6
16,3
11,2
10,6
10,5
10,3
10,1
9,0
8,3
7,7
5,4
5,4
5,3
4,3
3,4
2,3
2,0
1,3
0,8
0,5
0,4
Fra
nç
a
Su
écia
Esp
an
ha
Po
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uia
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ha
Fonte: Europa, 2009.
Figura 9: Quantas pessoas vivem na UE
60
Riqueza da UE comparada com
o resto do mundo
UE China Japão Rússia EUA UE China Japão Rússia EUA
10 793
1 326
3676
468
10 035
24 700
6 400
27 800
10 000
37 300
Importância da economia: Produto Interno Bruto
em mil milhões de euros (2006)
Riqueza por pessoa: Produto Interno Bruto
por habitante em paridades de poder de compra (2007)
Fonte: Europa, 2009.
Figura 10: Riqueza da EU
Os gráficos demonstram que em 2007 a população da União Européia
era composta de 497 milhões de pessoas, estando na classificação de terceiro
no mundo em poder de compra por habitante dos países membros da União
Européia (Figuras 9 e 10).
As exigências sanitárias e comerciais dos países candidatos são
equivalentes e necessários para os países membros. Porém, durante o período
de inclusão no bloco pode ser permitido, por estes países, padrões próprios de
controles sanitários e econômicos.
Os países candidatos à adesão ao bloco econômico da UE estão
incluídos em uma secção separada. Atualmente são três os países candidatos
ao bloco econômico da UE, sendo: República da Macedônia, Croácia e
Turquia.
Os padrões sanitários e comerciais da UE refletem e influenciam nos
demais países, pois mesmo não estando inseridos no bloco como candidatos
ou membros, passam a fazer as mesmas exigências sanitárias e comerciais,
61
de maneira que não venham sofrer restrições quanto aos seus produtos dentro
do bloco econômico da EU.
Pode-se citar como exemplo a Suíça, que exige do Brasil e demais
países fornecedores que sejam cumpridas as mesmas exigências e padrões de
qualidade que são utilizados para a UE
“O escritório Veterinário Federal da Suíça divulgou comunicado sobre a
suspensão da proibição de importação de carne bovina do Brasil para a União
Européia”. (BRASIL, 2008a)
Como a Suíça acompanha as decisões, seguindo as mesmas exigências da U.E nesta matéria, nos termos dos acordos bilaterais assinados com o bloco, ficou também automaticamente revogada a restrição que vinha sendo aplicada por este governo contra o produto brasileiro. A nota dirigida aos importadores suíços de carne fresca refere-se aos 106 estabelecimentos autorizados e lembra que a União Européia efetuará novas inspeções no Brasil. (BRASIL, 2008a, p.1).
2.2.8 A participação do Brasil no comércio internacional
O Brasil é um país com grandes vantagens naturais e grande produtor
de alimentos. O extenso mercado interno e o crescente mercado externo
representam uma grande oportunidade. Entretanto, a globalização dos
mercados cada vez mais competitivos e a crescente preocupação com a saúde
fazem com que aumentem a preocupação com a qualidade dos alimentos
comercializados. (DEMING, 1986)
No Brasil, a pecuária tem posição de destaque com referência à
economia nacional, uma vez que o país se classifica como o segundo em
tamanho de rebanho bovino; já em produção de carne, classifica-se em
terceiro. (ANUALPEC, 1999)
As indústrias de produtos de origem animal são as principais do setor de
alimentos no Brasil, sendo as que mais agregam valores na questão de ofertas
de empregos e capital investido. O Brasil está entre os maiores exportadores
de produtos de origem animal do mundo, mas não detém o maior faturamento
devido ao fato de que estes produtos brasileiros são reconhecidos como de
62
menor qualidade. (GOMIDE; RAMOS, 2007)
Este reconhecimento ocorre por causa dos problemas sanitários
frequentes, como: focos de febre aftosa, existência de maus tratos aos animais,
deficiência em todo território nacional do sistema de rastreabilidade e do fato
de os mesmos serem reconhecidos como deficientes em características de
qualidade, tais como a cor, o sabor e a maciez; uma vez que o principal
rebanho brasileiro é o gado nelore. (GOMIDE; RAMOS, 2007)
A maior dificuldade das indústrias brasileiras é demonstrar ao mundo
que seus produtos de origem animal são elaborados de maneira confiável e
com valor agregado pela qualidade, que por muitos anos foi esquecida ou
tratada de maneira negligente pelas indústrias do segmento e pelos órgãos
reguladores do governo federal.
O conceito de qualidade dos produtos de origem animal é muito amplo e
envolve aspectos diversos que se inter-relacionam e englobam toda a cadeia
produtiva, desde o nascimento do animal até o consumo final do produto.
(FUKUDA; PRATA, 2001)
A Tabela 1 demonstra o rendimento e a diversidade de produtos gerados
a partir das principais espécies de corte. Demonstrando, assim, as
possibilidades de mercado do agronegócio brasileiro e sua importância na
geração de divisas para o país.
Tabela 01: Proporção percentual de subprodutos em relação à carcaça das
principais espécies de consumo
Bovinos Suínos Ovinos
Carne 34 52 32
Ossos 16 17 18
Órgãos 16 7 10
Pele e gordura aderida 6 6 15
Sangue 3 3 4
Tecido adiposo 4 3 3
Aparas, pés e crânio 5 6 7
Conteúdo intestinal 16 6 11
Fonte: ROMAY, 2001
66% 48% 68%
63
A expansão do agronegócio brasileiro tem se intensificado a partir do
ano 2000 quando foi verificado um crescimento anual em ritmo maior que o
apresentado nos anos 90. Portanto, o Brasil tem se destacado no cenário
mundial como grande parceiro comercial e fornecedor de produtos de origem
animal. (NASSAR, 2004)
64
CAPÍTULO III
ESTUDO DE CASO
3 INTRODUÇÃO
A pesquisa de campo foi realizada na empresa Total Consultoria, junto a
seus clientes na área de administração da exportação, no período de fevereiro
a outubro de 2009. Foi verificada por meio de visitas à empresa Total
Consultoria e por meio de questionamentos que, foram prontamente
respondidos pelo proprietário e pelos funcionários da empresa que
demonstraram ter conhecimento técnico e preocupação com a legislação
referente ao segmento de produtos de origem animal, como também aos seus
clientes.
O objetivo da pesquisa foi demonstrar a tendência da consultoria em
comércio exterior nas empresas do segmento de produtos de origem animal,
como: frigoríficos, laticínios, curtumes, confinamentos, pecuaristas, fábricas de
produtos pet e outros. Onde os termos técnicos e legislativos demonstram ter
grande importância, podendo interferir no lucro e na continuidade das
operações normais das empresas de produtos de origem animal.
Outro objetivo foi demonstrar os benefícios e as desvantagens que as
empresas de produtos de origem animal têm em contratar os serviços
prestados por uma empresa de consultoria. Identificar também as
necessidades de que as empresas de produtos de origem animal têm em
contratar os serviços de uma empresa de consultoria na área de exportação.
Além da busca de informações com embasamento bibliográfico de
diversos autores e legislações, também houve as entrevistas com os
profissionais da empresa, vindo a contribuir para a pesquisa, disponibilizando
as suas experiências e conhecimentos.
Através da pesquisa, demonstrou-se a importância das empresas em se
adequarem para o atendimento dos principais mercados exportadores, como
destaque o bloco econômico da União Européia.
65
A tendência da consultoria se dá pela complexidade das legislações e
exigência dos principais mercados importadores dos produtos brasileiros de
origem animal e sua importância para toda a cadeia produtiva. Foi focado o
bloco econômico da União Européia, demonstrando a sua importância e a sua
influência nos demais países europeus e em toda a economia mundial. É
notável o aumento desta tendência, pois fatos relevantes que embasam esta
pesquisa mostram que as empresas buscam concentrar forças na suas
atividades principais, direcionando para as empresas de consultoria os
controles e termos técnicos que não fazem parte do produto. Contam com
profissionais qualificados para cuidar de todas as adequações e a manutenção
dos controles necessários para a empresa iniciar e manter as suas
exportações.
3.1 Consultoria em exportação pela Total Consultoria
Durante as visitas efetuadas na empresa Total Consultoria, foi
disponibilizada para a pesquisa a consulta das legislações nacionais e
internacionais referente aos produtos de origem animal. E foi permitido o
acompanhamento dos serviços técnicos da Total Consultoria a um de seus
clientes, com isto, a empresa contribuiu para o enriquecimento da pesquisa,
disponibilizando todo o acompanhamento da abertura e adequação para a
exportação de uma indústria de produtos pet localizada na cidade de
Promissão, estado de São Paulo.
A empresa Total Consultoria mantém contato direto com a diretoria da
empresa contratante de seus serviços, por meio de seu departamento de
consultoria técnica e administrativa. Em fevereiro de 2009, foram iniciados os
seus trabalhos, representando a empresa contratante diante do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, executando os procedimentos iniciais
necessários para a abertura da empresa junto aos demais órgãos públicos,
como: a Secretaria da Saúde, Prefeitura Municipal e outros. Foi disponibilizada
à empresa contratante toda a legislação pertinente à abertura e ao
funcionamento das operações de produtos pet.
66
3.2 Procedimentos iniciais para implantação da empresa
O primeiro passo que a empresa Total Consultoria deu foi solicitar junto
ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conforme Artigo 59 do
Decreto nº. 30.691/1952 a vistoria do terreno por um Fiscal Agropecuário para
a obtenção do laudo prévio, aprovando ou não o terreno previsto para ser
construída uma indústria de produtos pet.
O laudo do Ministério da Agricultura contemplou os princípios técnicos
previstos na legislação vigente como: a localização do terreno, onde foi
verificado se na área havia alguma indústria química ou indústria geradora de
toxinas, com especial atenção à dioxina, que é gerada por empresas que
emitem gazes tóxicos, pela queima de combustíveis ou pelo próprio processo
produtivo.
Outro ponto de grande atenção dado pelo Fiscal Federal Agropecuário
no momento da vistoria foi a abundância de água potável no terreno,
verificando a portabilidade da água, através da coleta feita pelo Fiscal Federal
Agropecuário, que encaminhou ao laboratório oficial do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento para as devidas análises fisioquímicas e
biológicas.
A vistoria contemplou também através do Fiscal Federal Agropecuário
se havia no local espaço suficiente para a construção da fábrica e para a
estação de tratamento dos resíduos, com a preocupação de onde seriam
executadas as operações de deságue dos resíduos e da verificação da direção
dos ventos predominantes e da incidência dos raios solares sobre o terreno,
conforme a geografia do local.
Todos estes requisitos foram previamente verificados pela equipe
técnica da Total Consultoria antes da solicitação ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento da vistoria in loco, com o objetivo de apresentar ao
representante do órgão público uma situação favorável para a aprovação do
local, evitando atrasos na construção da fábrica.
Durante a vistoria, demonstrou-se que o terreno era propício para a
construção da fábrica de produtos pet. Assim, o representante do Ministério da
Agricultura aprovou a construção da fábrica, emitindo laudo, quinze dias após a
67
verificação in loco do terreno, com parecer favorável à construção.
3.2.1 Início das obras
Após a emissão do laudo, a equipe da Total Consultoria fez o
requerimento de aprovação ao diretor do Departamento de Inspeção de
Produtos de Origem Animal (DIPOA) representando seu cliente, solicitando a
autorização para a construção da fábrica de produtos pet, encaminhando em
anexo: o laudo do terreno; a análise de água, conforme solicitado pelo Fiscal
Federal Agropecuário no momento do laudo do terreno e a planta baixa da
fábrica para a devida aprovação pelo representante do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na pessoa do Diretor do DIPOA.
Ele emite ofício com o parecer favorável ou não da construção, tendo
como verificação técnica o fluxograma da produção, conforme proposto na
planta baixa da fábrica, verificando: a localização dos sanitários com referência
às dependências de produção, a localização dos vestiários, almoxarifados e
refeitórios; verificando, também, a maneira como a construção está proposta
em relação ao desnível do terreno e se a planta baixa está propondo a
construção de forma correta em relação aos ventos predominantes e a
incidência de sol.
Após trinta dias da data do requerimento de liberação da construção, o
Diretor do DIPOA emitiu parecer favorável à construção da fábrica de produtos
pet conforme a planta baixa proposta, solicitando termo de compromisso
registrado em cartório dizendo que, qualquer alteração na planta baixa ou
reforma futura que fossem necessárias, passaria previamente por nova
aprovação pelo Diretor do DIPOA.
Este Termo de compromisso estabelece o vínculo entre a empresa e o
Ministério da Agricultura, antes mesmo da obtenção do número do Serviço de
Inspeção Federal que, conforme a legislação vigente, não permite que outro
órgão público municipal ou estadual, como a Casa de Agricultura Municipal ou
a Secretaria Estadual de Agricultura venham a executar fiscalização junto à
empresa.
68
3.2.2 Procedimentos legais
Após a aprovação da construção e o devido encaminhamento do termo
de compromisso ao Diretor do DIPOA, a Total Consultoria, representando seu
cliente, solicitou às autoridades municipais e estaduais a liberação da
construção da fábrica de produtos pet, conforme Artigo 47º. do Decreto nº.
30.691/1952.
Foi apresentada e registrada a planta baixa da fábrica de produtos pet à
Prefeitura Municipal de Promissão – SP onde, representando seu cliente, foi
solicitado pela Total Consultoria ao Senhor Prefeito Municipal o alvará de
construção e o registro da planta baixa no Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA-SP). Foi pedida
também à Secretaria de Saúde Municipal de Promissão a autorização para a
construção da fábrica de produtos pet no município que, através de seu
representante emitiu ofício favorável à construção.
Após a autorização municipal, a Total consultoria pediu a documentação
de liberação do órgão fiscalizador do Meio Ambiente – Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo (CETESB) que, após trinta dias publicou no Diário
Oficial da União a licença de Instalação da fábrica de produtos pet no município
de Promissão.
Com toda a documentação necessária, a Total Consultoria levou ao
conhecimento da diretoria da empresa contratante que estava autorizada a
construção de sua futura fábrica no Município de Promissão e tudo em
conformidade com a legislação. O proprietário da futura empresa de produtos
pet contratou uma construtora e, a partir daí, deu-se início às obras. A Total
Consultoria acompanhou as obras verificando se estavam sendo seguidos os
procedimentos descritos no memorial descritivo da planta baixa e,
apresentando ao seu cliente, os possíveis fornecedores de equipamentos e
insumos para indústria pet. Desta maneira, garantiu-se o assessoramento na
escolha dos melhores equipamentos para a fábrica.
3.2.3 Adequações estruturais
69
As obras foram entregues pelos construtores três meses após o início.
Quando foram solicitadas pela Total Consultoria adequações a pequenos
detalhes da construção que apresentavam irregularidades técnicas necessárias
à implantação de uma empresa de alimento à base de produtos de origem
animal, foram corrigidas, como: ranhuras no piso, aberturas no teto onde
poderia haver o acesso de aves e proteções de ralos inadequados ao
escorrimento contínuo das águas servidas na produção.
Tais correções tiveram como requisitos técnicos os regidos pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e nas legislações
vigentes. Caso os defeitos observados não fossem corrigidos, eles poderiam
representar problemas na vistoria feita pelo Fiscal Federal Agropecuário que,
representando o MAPA após a construção do prédio e a instalação dos
equipamentos, retornou à fábrica para a vistoria inaugural. Foram feitas as
correções quanto ao fluxo da produção, os equipamentos, a estrutura do prédio
da fábrica para liberação e acompanhamento da empresa no início da
produção de produtos pet.
3.3 Início da produção
O produto foi elaborado primeiramente em um lote pequeno
acompanhado em todas as etapas pelo Fiscal Federal Agropecuário que, após
o reconhecimento dos procedimentos produtivos e a solicitação de adequações
e correções, emitiu um parecer favorável que foi encaminhado ao Diretor do
DIPOA.
O ofício com o parecer favorável do Fiscal Federal Agropecuário foi
encaminhado pela Total Consultoria ao Diretor do DIPOA juntamente com
demais documentos em anexo, sendo: a planta baixa do estabelecimento; a
planta hidrossanitária; o memorial descritivo da produção; o fluxograma da
fábrica com a identificação dos acessos dos colaboradores; o fluxo do produto
após a fabricação, identificando a maneira como seria armazenado e como
seria administrado o estoque da produção; cópia do Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas (CNPJ) e todos os demais documentos que autorizavam a
70
construção da empresa no Município de Promissão.
3.4 Concessão de número SIF
Após vinte dias, o Diretor do DIPOA emitiu um processo de abertura da
fábrica, concedendo ao estabelecimento o nº. SIF, o qual deve estar presente
em todos os produtos comercializados, classificando a fábrica na lista de
empresas acompanhadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, relacionando o estabelecimento como fábrica produtora de
produtos de origem animal, designado à fabricação de produtos pet para a
alimentação de animais domésticos, sendo sua produção destinada
exclusivamente ao comércio municipal, estadual e interestadual.
A Total Consultoria juntamente com a diretoria da empresa elaborou as
embalagens que seriam utilizadas nos produtos pet e solicitaram ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a aprovação dos rótulos, conforme a
legislação vigente, para o início da produção e comercialização dentro do país.
Os rótulos foram aprovados pelo Ministério da Agricultura, dez dias após a
solicitação. A empresa encaminhou a arte dos rótulos a uma gráfica
especializada em embalagens e rótulos para produtos alimentícios.
3.5 Outros órgãos fiscalizadores
Antes do início da produção, a empresa Total Consultoria solicitou uma
vistoria ao Ministério do Trabalho e ao Sindicato da categoria para a verificação
dos equipamentos de segurança utilizados pelos funcionários, com o objetivo
de evitar acidentes e paralisação dos trabalhos por alguma fiscalização durante
o processo produtivo, impedindo que a empresa cumprisse os prazos de
entrega a seus primeiros clientes. Este procedimento foi executado como
atitude preventiva, a fim de evitar eventuais contratempos.
A equipe técnica da Total Consultoria, após a liberação da fábrica para a
71
produção, passou a acompanhá-la, sendo que, no primeiro momento atendia
apenas ao mercado interno, passando a implantar os controles necessários já
visualizando e preparando o estabelecimento para a solicitação ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento da autorização a exportação de seus
produtos.
3.6 Programas de auto-controles
Foram instalados os controles de BPF através da orientação,
treinamentos e conscientização de todos os colaboradores da empresa, ligados
de forma direta ou indireta ao processo produtivo, demonstrando a
necessidade de que a firma tinha de conquistar novos mercados, não sendo
possível sem uma atenção maior para a questão da qualidade do produto final.
A qualidade do produto estava diretamente relacionada com a maneira
como o produto era produzido. Desta maneira, através de treinamentos,
palestras e auditorias internas, a Total Consultoria implantou o controle BPF
treinando os gestores e os acompanhando após a implantação, de maneira que
pudesse dar os primeiros passos para adequar a empresa à exportação.
Foi instalado o controle de pragas, executando no primeiro momento,
pelo próprio estabelecimento, sendo a orientação e implantação feitas pela
Total Consultoria, que disponibilizou à empresa o conhecimento técnico
necessário para executar os procedimentos de dedetização e colocação de
armadilhas de roedores e moscas e os registros auditáveis dos controles de
pragas, contemplando a área interna e externa do estabelecimento, como:
pátio, telhados e esgotos.
Porém, a Total Consultoria orientou a empresa que terceirizasse este
serviço a uma empresa especializada, de maneira a reduzir os custos com
funcionários, equipamentos e agentes químicos, demonstrando os benefícios
da terceirização, destacando que a empresa deveria se focar nos produtos,
deixando este controle às empresas especializadas.
A empresa de produtos pet não aceitou a proposta, argumentando que a
possível contaminação por veneno do seu produto poderia comprometer a
72
imagem da empresa. Desta maneira, pelo alto risco, a empresa preferiu
executar este controle.
3.7 Rastreabilidade do produto
Outro controle implantado e necessário foi a rastreabilidade da matéria
prima e da produção como medida de adequação para habilitar a empresa à
exportação aos países com menores exigências sanitárias, os denominados
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento como Lista Geral
(LG).
Foi executado pela Total Consultoria um plano de controle da origem da
matéria prima com a separação da produção pelo lote de produção diária,
sendo registrada a cada dia a origem de toda a matéria prima utilizada naquela
data. São separadas durante a produção as amostras para serem
encaminhadas ao laboratório com o objetivo de verificar se o produto fora
contaminado por algum agente químico, físico ou biológico durante o processo
produtivo.
Neste momento, há utilização de máquinas pesadas, podendo ocasionar
no preparo da matéria prima a quebra de engrenagens ou resíduos metálicos
contaminando a mercadoria, comprometendo, assim, a segurança e a
qualidade do produto final.
Com o objetivo de evitar tais contaminações, a Total Consultoria orientou
a empresa na compra de um equipamento denominado detector de metais que
deveria ser instalado após a produção de maneira a identificar resíduos
metálicos no produto final, desta maneira possibilitando uma segurança ao
produto e, consequentemente, qualidade.
3.8 Obtenção de habilitação para exportação
A Total Consultoria novamente representando seu cliente, solicitou ao
73
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, uma nova vistoria na
fabrica de produtos pet já instalada, e com a produção em andamento para o
acompanhamento de todo o processo produtivo com o objetivo de habilitar o
estabelecimento ao mercado internacional, sendo respeitada uma sequência
onde o estabelecimento primeiramente solicitou a inclusão na lista de fábricas
autorizadas a exportar seus produtos para os países que representam a
classificação junto ao Ministério da Agricultura de LG de países com acordos
bilaterais e comerciais com o Brasil.
A vistoria ao estabelecimento foi executada por dois representantes do
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, os Fiscais Federais
Agropecuários que analisaram as condições técnicas e sanitárias do
estabelecimento, verificando-se os controles obrigatórios e após vistoria
emitiram um documento denominado de Relatório de Supervisão do
Estabelecimento, com o parecer favorável ao comércio internacional para LG.
Documento este que foi encaminhado ao senhor Diretor do DIPOA, o
qual se manifestou com a emissão de uma Circular Interna do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento classificando e autorizando o
estabelecimento à exportação para os países relacionados como LG.
A importância e o objetivo da emissão da circular interna é informar a
todos da esfera de atuação do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento quanto à habilitação da empresa para o comércio internacional.
Desta maneira, informando outras empresas e os representantes do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento nos portos marítimos, aeroportos e
aduanas terrestres, de maneira a não impedirem a exportação dos produtos da
empresa constante na circular interna.
3.9 Primeira exportação
A empresa de produtos pet passou a procurar clientes no mercado
internacional ao qual estava habilitada e passou a negociar com um cliente do
Líbano, que solicitou uma amostra dos produtos industrializados pela empresa.
A Total Consultoria auxiliou a empresa na primeira exportação onde foi
74
indicado o transporte aéreo, devido a pequena quantidade de produto a ser
exportado e a necessidade de que a empresa tinha de disponibilizar os seus
produtos rapidamente a este possível cliente.
Foram indicados também pela Total Consultoria os trabalhos aduaneiros
do despachante Logimaster especializado em exportação por transporte aéreo
e que hoje atua no aeroporto de Viracopos e Guarulhos e tem estreito
relacionamento de trabalho com a empresa Total Consultoria.
Sendo os pagamentos de taxas de exportação efetuados pela empresa
exportadora, mas sem ônus com o Despachante Aduaneiro que o fez de
maneira gratuita, como uma forma de conquistar este novo cliente apresentado
pela Total Consultoria. E por se tratar de uma amostra sem valor comercial,
não foram necessários os contratos que definem os modelos de fatura, sendo o
frete e os encargos por conta da empresa exportadora.
Os próximos passos da Total Consultoria é adequar a empresa de
produtos pet, para requisitar junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, a habilitação a mercados mais exigentes como Rússia, União
Européia e Estados Unidos da America.
3.10 Parecer final
Durante o acompanhamento da instalação de uma indústria de produtos
pet no Município de Promissão e pesquisa na legislação vigente e bibliográfica,
foi possível verificar a dificuldade de que as empresas industrializadoras de
produtos de origem animal têm de encontrar informações técnicas. Há também,
falta de uma metodologia específica relacionada ao segmento, surgindo a
necessidade de as empresas se adequarem para concorrer no mercado que se
demonstra complexo e com risco acentuado às empresas que não possuem
totais conhecimentos técnicos quanto aos requisitos básicos presentes nas
diversas legislações apresentadas neste trabalho.
Devido à necessidade do mercado em se adequar para produzir e
comercializar os seus produtos, a Total Consultoria se demonstra uma
empresa inovadora, flexível e necessária a toda cadeia produtiva do segmento
75
de produtos de origem animal. Auxilia as empresas a alcançar a excelência
necessária para concorrer mundialmente, contribuindo com toda a sociedade.
O Brasil participa como grande fornecedor de produtos de origem animal
aos demais países e há necessidade de se atender os mercados com maior
poder de compra por habitante, como os Estados Unidos da America, União
Européia e os demais países europeus.
Todas as etapas de estudo que envolveram a empresa Total Consultoria
deixaram transparecer que toda legislação é rigorosamente seguida, uma vez
que o objetivo maior da empresa é adequar o seu cliente para ser vistoriado
pelos órgãos públicos, com o objetivo principal de conquistar habilitações que
vão, desde a autorização de existência como empresa do segmento, ao
atendimento de mercados internacionais efetivando e controlando as suas
exportações.
76
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Foi verificada durante o acompanhamento da instalação de uma
indústria de produtos pet no Município de Promissão a necessidade e a
preocupação com o controle de pragas, que é um controle obrigatório a todas
as empresas que manipulam ou industrializam produtos de origem animal. Na
situação estudada, com o suporte técnico da Total Consultoria, o controle foi
executado pela própria empresa produtora de produtos pet que não terceirizou
este serviço a empresas especializadas por falta de confiança.
Durante esta etapa do estudo ficou comprovada a necessidade de que
as empresas do segmento de produtos de origem animal têm de terceirizar o
controle de pragas a uma empresa confiável que esteja interada dos cuidados
necessários e de toda a legislação referente aos produtos de origem animal.
Isto, devido ao grande risco de uma contaminação química do produto final,
ocasionando alto risco ao consumidor que pode vir a óbito por envenenamento
e provocar sérias consequências ao estabelecimento produtor.
Diante disto, propõe-se que: a empresa Total Consultoria amplie o seu
campo de atuação dentro das empresas de produtos de origem animal,
oferecendo o serviço de controle de pragas aos seus clientes, devido ao
conhecimento técnico que a empresa Total Consultoria possui e o baixo
investimento em equipamentos e mão-de-obra necessária para a execução do
controle.
Desta maneira, agregando valor à empresa Total Consultoria e criando
uma oportunidade de faturamento mensal contínuo devido ao controle de
pragas ser feito permanentemente e obrigatório durante todo o tempo de
atuação das empresas que manipulam, industrializam e comercializam
produtos de origem animal.
77
CONCLUSÃO
O foco deste trabalho foi demonstrar a necessidade de que as empresas
industrializadoras de produto de origem animal têm em contratar empresas de
consultoria técnica para a devida adequação à legislação e preceitos técnicos
existentes implantando os controles necessários a cada mercado, de maneira
gradativa com o seu auge no atendimento total da legislação e adequação
estrutural, que permita o estabelecimento receber do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento a autorização de exportar seus produtos aos
mercados mais exigentes como, Estados Unidos e União Européia.
Foi ponto relevante nesta pesquisa a importância e a necessidade de
que as empresas brasileiras têm de estarem inteiradas nos procedimentos
legais e sanitários, a fim de evitarem custos desnecessários e se protegerem
contra as barreiras não tarifárias impostas, as quais apresentam objetivos
comerciais dados pelos demais países, tendo como foco o prejuízo entre
fornecedor, cliente e toda a cadeia produtiva.
Ficou demonstrado que o país passa por um período de expansão do
agronegócio e que a maior dificuldade é demonstrar aos demais países a
qualidade e segurança dos produtos brasileiros. Percebe-se, assim, a
necessidade de que o segmento de produtos de origem animal tem em
contratar mão-de-obra especializada e em terceirizar parte dos controles
obrigatórios às empresas de suporte técnico.
Haja vista a necessidade de manter o comércio internacional, o que
resulta em uma maior renda para o Brasil e, consequentemente, ocorre um
aumento no bem-estar social.
Conclui-se que a pergunta-problema foi respondida, porque ficou
demonstrado teoricamente que a atuação de um administrador e consultor na
área de exportação contribui para que empresas tenham redução de custos e
ganhos de competitividade no mercado internacional.
78
REFERÊNCIAS
ABREU, L. R.; FURTINI, R. L. L.; Utilização de APPCC na indústria de alimentos. Ciência e Agrotecnologia, v. 30, p. 358-363, 2006. AMADO, G.; FAUCHEUX, C.; LAURENT, A. Mudança organizacional e realidades culturais: contrastes franco-americanos. In: CHANLAT, J. F. (org.). O indivíduo nas organizações: dimensões esquecidas. V.II. São Paulo: Atlas, 1994.
ANUALPEC. Anuário da pecuária brasileira. São Paulo: Argos Comunicação FNP, 1999.
BLOCK, P. Consultoria: o desafio da liberdade. São Paulo: Makron, 1991.
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82
APÊNDICES
83
APÊNDICE A - Roteiro de estudo de caso
I IDENTIFICAÇÃO
1 Cliente: ......................................................................................................
2 Serviço prestado: ......................................................................................
3 Seguimento: ...............................................................................................
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 Quais as exigências do seguimento?
2 Quais os maiores obstáculos que a empresa identifica na prestação na
prestação de serviço ao cliente?
3 Como a empresa mantém o controle das informações do cliente?
4 Como a empresa Total Consultoria mantém arquivo dos documentos
referente às exportações executadas por seu cliente?
84
APÊNDICE B - Roteiro de observação sistemática
I IDENTIFICAÇÃO
1 Cliente: ......................................................................................................
2 Seguimento: ...............................................................................................
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 Qual o volume de exportações executadas de fevereiro a outubro de
2009 pela empresa contratante da Total Consultoria?
2 Quais os documentos necessários para efetivar uma operação de
exportação?
3 Qual o meio de transporte mais utilizado no período?
4 Como a Total Consultoria protegeu a empresa exportadora de
inadimplência no período?
85
APÊNDICE C - Roteiro de entrevista com o proprietário
I IDENTIFICAÇÃO
1 Formação: .................................................................................................
2 Tempo de atuação na área: .......................................................................
3 Profissão: ...................................................................................................
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 Quais as perspectivas de mercado futuro na terceirização dos processos
administrativos sobre a exportação de produtos?
2 Quais os maiores obstáculos que a empresa identifica na prestação de
serviços a seus clientes?
3 O produto a ser exportado influencia nos custos da empresa?
4 O que é mais vantajoso para o cliente terceirizar ou ter o seu próprio
departamento?
5 Como a empresa mantém o controle das informações de seus clientes?
6 Qual o perfil do quadro de funcionários da empresa?
86
APÊNDICE D - Roteiro de entrevista com o consultor
I IDENTIFICAÇÃO
1 Formação: .................................................................................................
2 Tempo de atuação na área: .......................................................................
3 Profissão: ...................................................................................................
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 Quais as perspectivas de mercado futuro na terceirização dos processos
administrativos sobre a exportação de produtos?
2 Quais os maiores obstáculos que a empresa identifica na prestação de
serviços a seus clientes?
3 O produto a ser exportado influencia nos custos da empresa?
4 O que é mais vantajoso para o cliente terceirizar ou ter o seu próprio
departamento?
5 Como a empresa mantém o controle das informações de seus clientes?
6 Qual o perfil do quadro de funcionários da empresa?
87
APÊNDICE E - Roteiro de entrevista para o profissional da área de
exportação
I IDENTIFICAÇÃO
1 Formação: .................................................................................................
2 Tempo de atuação na área: .......................................................................
3 Profissão: ...................................................................................................
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 Quais as perspectivas de mercado futuro na terceirização dos processos
administrativos sobre a exportação de produtos?
2 Quais os maiores obstáculos que a empresa identifica na prestação de
serviços a seus clientes?
3 O produto a ser exportado influencia nos custos da empresa?
4 O que é mais vantajoso para o cliente terceirizar ou ter o seu próprio
departamento?
5 Como a empresa mantém o controle das informações de seus clientes?
6 Qual o perfil do quadro de funcionários da empresa?
88
ANEXOS
89
ANEXO A – Relação de países que exigem rastreabilidade
Fonte: Brasil, 2006.
90
ANEXO B – Relação de países que exigem rastreabilidade
Fonte: Brasil, 2006.