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Vanilldo Luiz Zugno - www.zugno.blogspot.com 1 A construção da afirmação Cristológica

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A construo da afirmao Cristolgica

RAZO DO SURGIMENTO DA REFLEXO

CRISTOLGICA

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a necessidade da Igreja crist de explicar como Jesus, enquanto Cristo-Salvador, se relaciona com Deus.

Como podem os cristos testemunhar a presena de Deus que eles vivenciam em Jesus Cristo e ainda assim manter sua crena num Deus nico?

INSTRUMENTOS PARA RESPONDER QUESTO

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A Escritura A filosofia platnica

INSTRUMENTOS PARA RESPONDER QUESTO

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A FILOSOFIA PLATNICA

Um mundo em dois planos distintos:

O plano superior abriga idias, formas e abstraes gerais.

O plano inferior das realidades concretas, mundano, humano.

Ns no temos acesso direto ao plano divino, mas encontramos seus elementos constituintes em eventos especficos, concretos, na criao.

Para que a salvao da humanidade fosse possvel, era necessrio que Jesus incorporasse ambos os planos. Assim a divindade entra na humanidade e Jesus precisa ser Verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus.

FATORES QUE INFLUENCIARAM NO DESENROLAR DO PROCESSO

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internos: a pluralidade do cristianismo primitivo

polticos: o interesse do imprio em manter o cristianismo unificado

AS CONTROVRSIAS EM TORNO A JESUS CRISTO E SUA RELAO COM O PAI

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RAZO: a tentativa de expressar a f da Igreja de que Jesus era o Cristo de Deus, afirmando ao mesmo tempo a existncia de um nico Deus.

POLITESMO

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foi rejeitado por sua origem pag incompatvel com o fundamento judaico do cristianismo

Contradiz a afirmao da filosofia grega de que o ser uno e no pode ser mltiplo

O MONOTESMO RGIDO ou MONARQUIANISMO

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Preocupaoproteger a transcendncia e a unicidade de Deus. Por

transcendncia, eles entendiam que Deus estava acima do mundo e se relacionava com o mundo como seu criador, no sendo atingido pelo que acontece no mundo.

Formas de monarquianismo:1. Adopcionismo2. Modalismo3. sabelianismo

MONARQUIANISMO ADOPCIONISTA

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nega a divindade de Cristo: Jesus ento o Filho adotivo de Deus,

ou recebeu o poder de Deus no momento do batismo.

Antes do batismo, ele como qualquer outro ser humano, com a diferena de que virtuoso.

MONARQUIANISMO MODALISTA

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Sustenta a unicidade de Deus identificando Cristo com Deus Pai, o que elimina qualquer distino entre os dois.

No h distino real entre o Pai e o Filho, mas sim um nico Deus que assume nomes e papis diferentes conforme seja necessrio.

SABELIANISMO

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Sablio

Deus tem uma nica substncia, mas trs modos de operao que se mostram em seqncia cronolgica: Primeiro, Deus se revela como criador e se chama Pai; Segundo, Deus se revela como salvador e se chama Filho; Terceiro, Deus se revela como santificador, aquele que toma as

coisas santas, e se chama Esprito.

Arianismo ou Subordinacionaismoradical

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Deus nem sempre foi Pai, mas houve umtempo no qual foi somente Deus, noainda Pai; somente depois foi Pai. O Filhono sempre existiu, pois que todas ascoisas comearam a existir do nada, etodas as coisas foram criadas. O mesmoVerbo de Deus foi feito do nada, e houveum tempo no qual no existia, mas inicioua existir por Criao.[1]

[1] Apud: B. SESBOU; J. WOLINSKI. Histoire des dogmes... Vol. I: Le Dieu du salut, p. 241

Arianismo

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Preocupao de rio: afirmar a total e absoluta transcendncia do Deus nico.

O Filhoa) uma criatura, a mais elevada das criaturas certamente, mas assim mesmo criatura.b) passou a existir num momento do tempo, de modo que houve um tempo em que

ele no existia.c) no pode ser da mesma essncia e nem mesmo de essncia semelhante do Pai.d) est sujeito mudana como todas as criaturas e por isso tambm passvel de pecar

ou de decidir no ser o Cristo.e) uma criatura intermediria, nem propriamente divino, nem realmente humano.

O Pai: deve ter existido sozinho antes da criao do Filho.

Conseqncia: o Filho subordinado ao Pai (da o nome subordinacionismo) dado doutrina de rio.

A CONTROVRSIA ARIANA

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Soteriologia ariana:O Filho se faz divino por sua absoluta obedincia vontade do Pai.

Ario quer que a salvao se estenda a todas as pessoas, por isso asexigncias para que ela se realize precisam ser possveis a todos.Portanto, o que se exige obedincia vontade do Pai. ComoJesus era totalmente obediente vontade do Pai, e como eracompletamente humano como ns, tambm ns precisamos ter acapacidade de ser obedientes e assim alcanar a salvao. Dessaperspectiva, era necessrio que Jesus fosse criatura para garantiressa possibilidade a todos. Ele no precisava ser Deus, uma vezque a salvao se d por imitao, o que todos os seres humanosso capazes de fazer.

A CONTROVRSIA ARIANA

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Elementos da doutrina trinitria ariana: as trs realidades trinitrias so separadas por

natureza; entre os trs reina uma hierarquia: o Pai maior

que o Filho e que o Esprito Santo.

rio condenado como herege no Snodo de Antioquia, em fevereiro de 325.

A CONTROVRSIA ARIANA

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Problema para a f crist

o Filho criatura nica que no tem o poder de salvar, pois no divino,

e tambm no pode salvar a humanidade, pois no verdadeiramente homem.

Apesar de poder estabelecer a transcendncia absoluta de Deus e a singularidade do Filho, riotem dificuldade de mostrar como o Filho realiza a salvao da humanidade.

Respostas crise ariana

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Irineu de Lyon

Atansio

Conclio de Nicia

IRINEU DE LYON

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Deus se fez humano para que o humano possa se tornar divino.

Na pessoa de Jesus, a natureza divina se uniu natureza humana, e assim temos a transfigurao da natureza humana e a revelao da natureza divina de Jesus.

Para ns que temos apenas a natureza humana, esta ser transfigurada pela graa de Deus

Essa transfigurao:a) comea com o batismo, no qual recebemos o dom do Esprito Santo;b) e continua ao longo de nossa vida em comunho com a Igreja e, portanto,

com Deus;c) depois da morte, a transfigurao se completa e ns nos tomamos um com

Deus na pessoa do Esprito Santo.

ATANSIO

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A afirmao ariana que coloca a salvao na dependncia da vontade da criaturatransforma a salvao num evento pelo menos incerto, se no impossvel.

Para ser certa, a salvao exige que o divino, isto , Deus, se una ao no-divino, isto , a criao, inclusive a humanidade, para transformar o no-divino em divino mediante a graa.

Para assegurar a salvao Cristo deve ser divino por natureza, deve ter origem divina, de modo a no poder mudar, e deve ser obediente para seguir a vontade de Deus completamente porque no pode agir de outra forma.

A mesma participao necessria tambm do lado humano. Se Cristo no era verdadeiramente homem, ento no somos salvos, porque somente o que assumido salvo. Assim a humanidade de Cristo em Jesus igualmente necessria para tornar nossa participao em Deus possvel.

ATANSIO

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Em Deush uma ousia/substantia (garantia da unidade em

Deus);

h trs hypstasis/instncias concretas da presena de Deus no mundo (garantia da trinitariedade de Deus);

Tanto a essncia quanto as hipstases so plenamente Deus, pois de outro modo a presena da segunda pessoa da Trindade, Cristo, no produziria salvao.

Smbolo de Nicia

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Cremos em um s Deus,Pai onipotente, que fez todas as coisas, visveis e invisveis,e em um s Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado do Pai,

unignito, ou seja, da substncia do Pai, Deus de Deus, luz daluz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, no feito,da prpria substncia do Pai, por quem tudo foi feito, ascoisas que esto no cu e as que esto na terra, e que, por nshumanos e por nossa salvao, desceu e se fez carne, fez-sehumano, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos cuse vir julgar os vivos e os mortos,

e no Esprito Santo.Mas aqueles que afirmam: houve um tempo em que ele no

existia, e que antes de nascer no era e que foi feito donada, ou aqueles que dizem de outra substncia (hipstase)ou de outra essncia ou que o Filho de Deus submetido mutao ou alterao, estes, a Igreja catlica e apostlica osanatematiza.(DS 125)

Dificuldade para expressar a unidade concreta do Cristo dando a impresso que se trata de duas realidades distintas.

Tentao de apresentar dois sujeitos e de recusar as apropriaes (Nestrio)

Dificuldade de encontrar uma linguagem adequada para expressar a distino das naturezas depois da unio.

A condio humana de Cristo pouco sublinhada (tentao do monofisismo, p. Ex., Apolinrio e Eutiques

limites

Sublinha a distino da divindade e da humanidade em Cristo dando destaque plena condio humano de Cristo.

Ressalta a divindade Cristo e que o Verbo se fez verdadeiramente humano

Valor

Evangelhos sinticosJoo e Filip 2Textos privilegiados

O homem Jesus enquanto assumido pelo Verbo de Deus sem negar a humanidade

O momento em que o Verbo se faz carne apropriando-se de toda a humanidade

Aspecto da vida deCristo mais ressaltado

Diodoro de Tarso, Joo Crisstomo, Teodoro de Mopsuesto, Teodoreto de Cira (sc. V)

Atansio, Cirilo (sec. V) Expoentes

Logos-anthroposLogos-sarxEsquema cristolgico

Escola de AntioquiaEscola de Alexandria

DUAS TRADIES CIRSTOLGICAS

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O Conclio de feso (O Conclio de feso (O Conclio de feso (O Conclio de feso (431431431431))))

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O nestorianismo negao da comunicao dos idiomasdoutrina da confirmao: o homem Jesus podia pecar e que foi apenas pelo

mrito de sua confirmao no bem que ele tomou posse dos atributosdivinos. Jesus no teria nascido Deus, mas teria sido confirmado em suadivindade por graa de Deus. Isso entra em contradio, como j foidito, com a doutrina da unio hiposttica.

Apolinarismo: impossvel que dois seres intelectuais e volitivos coabitem, pois eles se

oporiam um ao outro pelas vontades e pelas atividades que lhes seriamprprias. Consequentemente, o Verbo no assumiu uma alma (psych)humana, mas somente a semente de Abrao. Para o templo sem alma,sem esprito e sem vontade de Salomo prefigurava o templo do corpode Jesus.[1]

Monofisismo (Eutiques):doutrina da natureza nicaa unio substantial do Logos com a realidade humana teria dado origem a uma

physis (natureza) nica na qual a humanidade absorvida peladivindade e nela se dissolve como uma gota de gua num oceano.

[1] APOLINRIO, Fragmento 2. Apud: B. SESBOU . Histoire des dogmes...Vol. I, p. 358

A unio hipostticaA unio hipostticaA unio hipostticaA unio hiposttica

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significado literal: a realizao e o resultado permanente de uma unio das duas naturezas humana e divina numa s hipstase ou pessoa.

Sentido cristolgico: pela unio que, em Jesus Cristo, se realizou e permanece entre uma natureza humana e a pessoa divina (hipstase) do Logos, uma realidade humana tornou-se a prpria expresso criada do Verbo de Deus (DS 113, 124, 148, 217, 266s, 269).

Segunda Carta de Cirilo a Nestrio

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Ns no afirmamos que a natureza do Verbo, seguido a uma transformao, tornou-se carne, nem que ele foi mudado em um homem completo, composto de umcorpo e de uma alma, mas dizemos o seguinte: o Verbo, tendo-se unido segundoa hipstase a uma carne animada por uma alma racional, tornou-se homem deuma maneira inexprimvel e incompreensvel e recebeu o ttulo de Filho dehomem, no por simples querer ou por expontnea vontade, nem tampoucoporque nisso teria assumido uma simples aparncia; e ns dizemos quediferentes so as naturezas reunidas numa verdadeira unidade, e que dos doisresulta um s Cristo e um s Filho, no que a diferena das naturezas tenhasuprimido a unio, mas, pelo contrrio, porque a divindade e a humanidadeformaram por ns o nico Senhor Cristo e Filho por sua inefvel e indizvelconcurso na unidade...

Pois no um homem ordinrio que foi primeiro engendrado da santa Virgem esobre o qual em seguida o Verbo teria descido, mas por ter sido unido suahumanidade desde o seio mesmo que dele se diz que sofreu a gerao carnal, detal modo que ele se aproprio a gerao de sua prpria carne... assim que eles[os santos padres] se esforaram em nomear a santa Virgem Maria Me de Deus,no que a natureza do Verbo ou sua divindade e tenha recebido o comeo desua existncia a partir da santa Virgem, mas porque foi dela engendrado seusanto corpo animado de uma alma racional, corpo ao qual o Verbo se uniusegundo a hipstase e por esta razo se diz ter sido engendrado segundo acarne.(DS250-251).

Frmula de Unio Frmula de Unio Frmula de Unio Frmula de Unio de Joo de Antioquia

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Ns confessamos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho Unignito deDeus, perfeito Deus e perfeito homem, composto de alma racionale de corpo; gerado pelo Pai antes dos sculos segundo a divindade,nascido, para ns e para nossa salvao no final do tempos nascidoda Virgem Maria segundo a humanidade; que consubstancial aoPai segundo a divindade, e consubstancial a ns segundo ahumanidade. Pois das duas naturezas a unio foi feita.. Por isso nsconfessamos um nico Cristo, um nico Filho, um nico Senhor.Conforme este conceito de unio inconfusa, ns confessamos que aVirgem santa Me de Deus, tendo-se o Verbo de Deus encarnado efeito homem, e tendo unido a si, desde a mesma concepo, oTemplo que dela tomou.

Quanto s afirmaes apostlicas e evanglicas que se referem aoSenhor, sabemos que algumas, os telogos as consideraram comuns,isto , relativas mesma nica pessoa, outras foram consideradasdistintas como pertencentes s duas naturezas; isto , aquelas dignasde Deus foram referidas divindade do Cristo, aquelas maishumildes, sua humanidade (DS 272-273)

Carta de Leo Magno a Flaviano

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(...) De fato, se no sabia o que pensar da encarnao do Logos de Deus e no queria fatigar-se com a amplido da Sagrada Escritura a fim de procurar luzes para a inteligncia,[Eutiches] deveria ter acolhido, pelo menos, e com solcito ouvido, aquela comum e indivisa profisso de f, pela qual todos os fiis afirmam crer em Deus Pai todo onipotente e em Jesus Cristo, seu nico Filho nosso Senhor, que nasceu do Esprito Santo e da Maria Virgem.(...)

Estas trs proposies destroem as maquinaes de todos os herticos. Quando, de fato, cr-se que Deus onipotente e Pai, demonstra-se que o Filho lhe coeterno e em nada diferente do Pai, porque nasceu Deus de Deus, onipotente de onipotente, coeterno de eterno, no posterior pelo tempo, no inferior por potncia, no dessemelhante por glria, no dividido por essncia.

Mas esse mesmo Filho nico e eterno de um Pai eterno nasceu do Esprito Santo e da Maria Virgem. Este nascimento temporal nada tirou e nada acrescentou quele nascimento divino e sempiterno, mas mirou restaurar o homem que fora enganado, para vencer a morte e destruir, com sua eficcia, o diabo que detinha o rei no da morte. De fato, ns no poderamos ter vencido o autor do pecado e da morte se Ele no tivesse assumido e feito sua a natureza humana, aquele que nem o pecado pde contaminar, nem a morte pde aprisionar Por isso, foi concebido pelo Esprito Santo no seio da Virgem Maria, a qual o gerou, restando ntegra a sua virgindade. assim como permanecia ntegra quando o havia concebido. (...)

Visto que permanecem ntegras as propriedades de ambas as naturezas e substncias e confluem em uma nica pessoa, a humildade foi assumida pela majestade. a debilidade pela fora, a mortalidade pela eternidade, e para pagar a dvida da nossa condio humana, a natureza inviolvel uniu-se natureza passvel, assim que - como era conveniente para a nossa cura - o mesmo o nico mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo (1Tm 2,5), pudesse morrer segundo uma condio e no pudesse morrer segundo a outra. Por isso, na ntegra e perfeita natureza de um verdadeiro Deus, completo nas suas propriedades e completo nas nossas. Dizemos nossas aquelas que desde o inicio, o Criador criou em ns que as assumiu para restaur-las, (...). De fato, uma e outra natureza mantm sem defeito as suas propriedades, e como a forma de Deus no elimina a forma de escravo, assim a forma de escravo no diminui a forma de Deus. (...)

Como Deus no muda por misericrdia, assim o homem no anulado pela dignidade divina. Ambas as formas, de fato, uma com a participao da outra, operam aquilo que prprio de cada uma, isto , enquanto o Logos opera aquilo que do Logos, assim a carne faz aquilo que da carne. Um dos dois resplandece pelos milagres. outro sucumbe s injrias. E como o Lgos no perde a igualdade da Glria paterna, assim a carne no abandona a natureza de nosso gnero(DS 290-295)

Declarao final do Conclio de Calcednia

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Seguindo, portanto, os Santos Padres, ensinamos todos concordemente aconfessar que o nico e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, elemesmo perfeito em divindade e ele mesmo perfeito em humanidade,verdadeiro Deus e verdadeiro homem, composto ele mesmo de almaracional e de corpo, consubstancial ao Pai segundo a divindade, e elemesmo consubstancial a ns segundo a humanidade, em tudosemelhante a ns exceto no pecado, gerado pelo Pai antes dos sculossegundo a divindade, e nos ltimos dias ele mesmo por ns e pela nossasalvao, da MariaVirgem, Me de Deus segundo a humanidade.

Ensinamos a confessar que ele reconhecido como o nico e mesmoCristo, Filho, Senhor, Unignito, em duas naturezas, sem confuso emutao, sem diviso e separao; que, no tendo sido eliminada adiferena das naturezas pela unio, mas antes, tendo sidosalvaguardado aquilo que prprio de ambas as naturezas, e tendoconfludo em uma nica pessoa e em uma nica hipstase, ele no repartido ou dividido em duas pessoas, mas nico e idntico ele Filhoe Unignito, DeusVerbo e Senhor Jesus Cristo.

Isto ensinamos a confessar segundo quanto desde antes os profetasdisseram dele e o mesmo Jesus Cristo nos ensinou e o smbolo dospadres nos transmitiu.(DS 301-302)

Primeira parte conclios anteriores

Vanilldo Luiz Zugno - www.zugno.blogspot.com29 Um nico e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unignito.

mas nos ltimos tempos, para ns e pela nossa salvao gerado por

Maria, a Virgem, a Me de Deus, segundo a humanidade

O mesmogerado pelo Pai antes dos sculos segundo a divindade

Consubstancial a ns segundo a humanidade, semelhante a ns em

tudo, exceto no pecado;

O mesmoConsubstancial ao Pai segundo a divindade

Verdadeiramente homem composto de alma racional e corpo

O mesmoVerdadeiramente Deus

perfeito em humanidadeO mesmoPerfeito em divindade

Seguindo portanto os Santos Padresensinamos todos concordemente a confessar

Um nico e mesmo FilhoNosso Senhor Jesus Cristo

Ele mesmo

Segunda parte original de Cal

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E encontrando-se em uma nica pessoae em uma nica hipstase,

ele no separado ou dividido em duas pessoas,mas um nico e mesmo Filho

Unignito, Deus, Verbo e Senhor, Jesus Cristo

no foi eliminada a diferena das naturezas atravs da unio,

mas foram salvaguardadas as propriedades de ambas as naturezas

sem diviso nem separao [contra Nestrio]

sem confuso [contra Eutiques]nem mutao [contra Discoro]

Reconhecido em duas naturezas [contra Eutiques]