a conservação preventiva e o plano institucional de preservação

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A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação 16º Curso Informativo de Preservação de Acervos Bibliográficos e Documentais BIBLIOTECA NACIONAL Agosto 2012 Solange Sette G.de Zúñiga

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Page 1: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

A Conservação Preventiva e o

Plano Institucional de

Preservação

16º Curso Informativo de Preservação

de Acervos Bibliográficos e Documentais

BIBLIOTECA NACIONAL

Agosto 2012

Solange Sette G.de Zúñiga

Page 2: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Em que medida a adoção de atividades

preventivas foi responsável pela

racionalização de ações envolvendo a

instituição como um todo

Page 3: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Sobre o que vamos falar:

1. Da intervenção à prevenção: como chegou-

se à adoção de medidas preventivas

2. O que vem a ser Conservação Preventiva

3. Atividades de conservação-preservação no

Brasil: alguns destaques

4. Indicação do Plano Institucional de

Preservação como meio de operacionalizar

as estratégias necessárias para a melhoria

das condições de preservação das coleções

Page 4: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• 1º tópico: como chegou-se à adoção de

medidas preventivas

Page 5: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• Curso Informativo de Preservação

• Associação Brasileira de Conservadores-

Restauradores de Bens Culturais

• A Conservação Preventiva e o Plano

Institucional de Preservação.

Como se relacionam esses conceitos?

(o guarda-chuva de Lisa Fox)

Page 6: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Restauração Conservação Preventiva

Reprodução convencional e digital Fotografia, Microfilmagem e Digitalização

Page 7: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Atividade de forte cunho gerencial e

administrativo destinada a

• minimizar a deterioração química ou física

dos documentos e

• evitar a perda de conteúdo informacional.

PRESERVAÇÃO

Page 8: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

CONSERVAÇÃO / RESTAURAÇÃO

• exame do documento

• proposta de tratamento

• registro do tratamento realizado

Page 9: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• A conservação trata de práticas específicas destinadas a diminuir o ritmo de deterioração e a prolongar a expectativa de vida de um objeto, através da intervenção direta na sua estrutura física e química.

• Aos conservadores cabe criar as condições de manuseio sem riscos à integridade física do documento.

Page 10: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• Resumindo: conservação / restauração

é o tratamento dispensado aos

documentos, visando

• possibilitar seu manuseio pelo usuário,

• sem representar qualquer risco à sua

integridade física.

Page 11: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• Aos poucos: aumentam as divergências entre

adeptos dos termos restaurar e conservar.

• Cisão encabeçada pelo grupo norte-americano

ligado a livros e documentos: não somente

abandona o termo restaurar, como passa a

repudiá-lo.

• Para seu lugar desloca-se, cada vez mais, a

atividade de conservação, no sentido não mais

de recompor, ou mesmo remediar, mas de

prevenir.

Page 12: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• Vai sendo cunhado outro termo:

conservação preventiva.

Page 13: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

CAUSAS PRINCIPAIS:

1. Enchente de Florença (1966)

2. O problema dos papéis quebradiços

3. O crescimento descontrolado de grandes

massas documentais

4. Atualização da metodologia utilizada para

avaliar coleções: exigência da

multidisciplinaridade.

Page 14: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

1. Enchente de Florença (1966)

• Rio Arno sobe mais de 5 metros, inundando a

cidade de Florença

• Biblioteca de Florença

• Mobilização internacional: mas procedimentos

habituais, visando itens individuais =

ineficazes

• Necessidade de planos de emergência e de

ação interdisciplinar (variedade de materiais)

Page 15: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

2. O problema dos papéis quebradiços

• Anos 1950-60: período de rápido crescimento

de coleções nas bibliotecas de pesquisa norte

americanas.

• Fins década 1950: primeiro estudo sobre

deterioração de papéis nas bibliotecas:

W.Barrow conclui que apenas 3% dos volumes

publicados entre 1900 e 1949 durariam mais

de 50 anos.

• Seguem-se estudos em 1962 e nas décadas de

1970 e 80: veredito de Barrow confirmado.

Page 16: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• Até meados séc. 19 papel produzido a partir do

linho e do algodão – geralmente alcalino ou

com pH neutro, podendo durar séculos sem

tornar-se quebradiço.

• A partir de então: papel passa a ser fabricado a

partir das fibras de celulose oriundas da

madeira, de pouca resistência mecânica e que

se rasga com facilidade.

• Grande quantidade de substância resinosa – a

lignina – de difícil remoção e que, ao longo do

tempo, torna o papel quebradiço e amarelecido.

Page 17: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• Milhões de itens danificados

• procedimentos habituais, visando itens

individuais = ineficazes

Page 18: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

3. O crescimento descontrolado de

grandes massas documentais

• Conceito de documento passa a ter abrangência

até então inusitada: belga Paul Otlet.

• Documentos = todos os bens de valor cultural,

sendo eles arquitetônicos, artísticos,

arqueológicos ou “Sítios Naturais”

• São rompidas as fronteiras físicas de bibliotecas

e arquivos como instituições detentoras de

documentação.

Page 19: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• procedimentos habituais, visando itens

individuais = ineficazes: necessidade de

mudança dos tratamentos, de individuais para

coletivos.

• Hoje em dia agravado com o surgimento do

documento digital.

Page 20: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

4. Atualização da metodologia

utilizada para avaliar coleções

• A complexidade de materiais que compunham

as coleções exigia multiplicidade de soluções.

• Uma vez mais, procedimentos habituais

focados em itens individuais = ineficazes.

• Necessidade de atualização da metodologia

utilizada para avaliar as coleções:

interdisciplinaridade.

Page 21: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

2º tópico:

o que vem a ser Conservação Preventiva

Page 22: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

CONSERVAÇÃO PREVENTIVA

• Ações PREVENTIVAS destinadas a aumentar a esperança de vida dos documentos

• Através das ações de Conservação Preventiva: necessidade de tratamentos individuais deverá ser reduzida, a médio prazo, para níveis administráveis.

• Ênfase em ações NÃO INTERVENTIVAS: prevenir, planejar, evitar: pensar na conservação não somente de determinados documentos, mas desenvolver estratégias de preservação para as coleções e acervos como um todo.

Page 23: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Características da CP:

• Deslocamento do foco: do individual para o coletivo

• Interdisciplinaridade:”para que o profissional da preservação possa atuar em suportes tão díspares quanto fotografias, discos de acetato, fitas magnéticas e uma infinidade de outros suportes, ele será obrigado a considerar novos campos de saber como suas interfaces” (Japiassu).

• Fortemente apoiada pela pesquisa científica.

Page 24: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

CONSERVAÇÃO PREVENTIVA: uma

profunda mudança de mentalidade

(Gael deGuichen/ICCROM)

• Objetos COLEÇÕES

• Salas EDIFÍCIOS

• Semanas ANOS

• Pessoa EQUIPE

• Curto prazo LONGO PRAZO

• Dia-a-dia PROGRAMAS E PRIORIDADES

va em objetos, agora deve pensar em coleções

Quem pensava em salas, deve pensar em

Page 25: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• CONSERVAÇÃO/

RESTAURAÇÃO

impacto sobre ITENS INDIVIDUAIS

CONSERVAÇÃO /

PREVENTIVA

impacto sobre a

COLEÇÃO

Page 26: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Conceito provoca divergências. O mais conhecido:

• acadêmico espanhol Muñoz Viñas:

por definição não poderia haver uma

conservação não-preventiva.

Page 27: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Exemplo de ações de conservação

preventiva

• Promove análise/gerenciamento de risco

• Melhora o meio ambiente e sistemas de armazenagem

• Monitora condições ambientais

• Melhora manuseio, contribui para o acesso

• Estabelece programa integrado de pragas e plano de prevenção e resposta a emergências

• Treina profissionais

• ...

Page 28: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

3º tópico:

Atividades de Conservação-Preservação no

Brasil: alguns destaques

Page 29: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

1810 - chega 1ª leva da Biblioteca Real e Livraria do

Infantado: determinação de abri-la aos “estudiosos”.

Capela da Ordem Terceira do Carmo, que abrigou a biblioteca real.

Page 30: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

1838 - criado o Arquivo Público do Império (em

1893 passa a denominar-se Arquivo Público

Nacional).

Segunda sede, situada na Praça do Comércio, na rua Direita, hoje Primeiro de Março.

Page 31: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

1922 – Criação do Museu Histórico Nacional.

Page 32: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

1930: criado Ministério da Educação e Saúde

1934: Constituição define que cabe à União e aos

Estados “...proteger os objetos de interesse

histórico e o patrimônio artístico do país...”

Page 33: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

IPHAN

1988: Constituição Brasileira. No e artístico

nacional”, mas

1936 - Mário de Andrade: anteprojeto de criação

do Serviço do Patrimônio Artístico Nacional –

SPAN

Page 34: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

1988: Constituição Brasileira. Não mais

Conceito amplo de patrimônio: “todas as obras

de arte pura ou de arte aplicada, popular ou

erudita, nacional ou estrangeira, pertencentes

aos poderes públicos, a organismos sociais e a

particulares nacionais a particulares

estrangeiros residentes no Brasil” (Andrade)

Page 35: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

1937: Decreto-Lei nº 25 organiza a proteção do

patrimônio HISTÓRICO e artístico nacional.

(Rodrigo Melo Franco de Andrade).

“... mais restritivo na concepção de patrimônio,

mais adequado, porém, às circunstâncias do

momento”. (Fonseca) FONSECA, Maria Cecília

Londres. O Patrimônio em Processo: trajetória

da política federal de preservação no Brasil. Rio

de Janeiro: UFRJ/IP

Page 36: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

De 1937 a 1967: Rodrigo Melo Franco de Andrade

e a “fase heróica”.

O IPHAN torna-se reconhecido e respeitado

Arquitetos são os responsáveis por todas as

decisões.

Page 37: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

“Opção inequívoca pelos bens de ‘pedra e cal’

em detrimento de outras modalidades de

acervo, a começar pelos materiais impressos

passíveis de serem processados em arquivos e

bibliotecas” (Miceli)

Page 38: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Foi tomada decisão de NÃO preservar

acervos documentais?

Foi a opção possível?

Page 39: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

1975: Aloísio Magalhães e o início das atividades

do Centro Nacional de Referência Cultural –

CNRC

Concepção de patrimônio mais abrangente do que

a que predominava desde a criação do IPHAN

em1937, opondo-se à forma como os órgãos

oficiais representavam a cultura brasileira

(matrizes lusas, valores eurocêntricos)

Page 40: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Noção de BEM PATRIMONIAL é ampliada

para a de BEM CULTURAL: conceito

estendido a vasta categoria de bens –

procedentes sobretudo do fazer popular.

Page 41: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Plano Nacional de Microfilmagem de Periódicos

Brasileiros - PLANO

Criado em 1978: primeira tentativa de

estabelecimento de política para

preservação do acervo documental

brasileiro (associação entre a Biblioteca

Nacional e Fundação Casa de Rui

Barbosa)

Objetivo: preservação e divulgação

da documentação histórica brasileira.

Atuou em todo o país, por meio de

convênios

Page 42: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Associação Brasileira de Conservadores-

Restauradores de bens culturais - ABRACOR

Criada em 1980 no Museu Nacional de

Belas Artes com a participação de 53

profissionais.

Page 43: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Entre seus objetivos:

• Apresentação de esboço de estatuto

• Discussão sobre formação profissional

• Reconhecimento da profissão através da

criação de associação de classe

• Elaboração código de ética

Page 44: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

PROPRESERV

Programa Nacional de Preservação e Pesquisa da Fotografia

Criado em 1982 (Instituto Nacional de Fotografia

da FUNARTE)

Propôs a criação de um Centro Técnico e

minicentros regionais

Atuou em todo o país, através de convênios

Page 45: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

PRÓ-DOCUMENTO Programa Nacional de Preservação

da Documentação Histórica

Criado em 1984 (Fundação Nacional Pró-

Memória): eficiente e precursor.

Finalidade: preservação da documentação privada

de valor permanente.

Iniciou atividades em 1986

Foi desmobilizado em 1988

Causas da desmobilização

Page 46: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Segundo Aloísio Arnaldo Nunes de Castro em sua

dissertação sobre o histórico da conservação-

restauração de acervos em papel no Brasil:

• década de 1980: é caracterizada pela

implantação de laboratórios de conservação e

restauração de papel voltados, notadamente,

para o emprego de metodologias de aplicação

de técnicas curativas de restauro

• década de 1990: é demarcada pela inserção do

conceito de conservação preventiva. EGUNDO

Castro, se a década de 1980 foi caracterizada

Page 47: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

1995: Conselho Internacional de Museus ICOM

divulga do texto “A Conservação Preventiva:

uma profunda mudança de mentalidade”, de

autoria de Gael de Guichen, do ICCROM.

Page 48: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos - CPBA

Constituição de bibliografia básica em CP:

tradução, publicação e distribuição de 52 (hoje

53) Cadernos Técnicos.

Projeto cooperativo: inúmeras instituições

brasileiras e Comission on Preservation and

Access. Suporte financeiro de Fundação Andrew

Mellow e de Vitae

1997: distribuição a mais de 3.000 instituições

brasileiras através de seminários realizados em

todas as regiões.

Page 49: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Temas abordados:

• Armazenagem e manuseio

• Conservação de livros e documentos

• Controle ambiental (Meio ambiente)

• Planejamento de emergências

• Planejamento e administração de programas de

Conservação Preventiva

• Construção e reforma de bibliotecas: planejamento

para preservação

• Conservação de Fotografias, Filmes, Registros Sonoros

e Fitas Magnéticas

• Reformatação: digitalização, microfilmagem.

Page 50: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Considerado por Castro como um divisor de águas

no cenário preservacionista brasileiro, “o Projeto

CPBA imprimiu uma linha de trabalho conceitual

tipicamente americana em razão da prevalência

de autores norte-americanos nas publicações

traduzidas “

Page 51: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

4º tópico:

• Elaboração de Plano Institucional de

Preservação como meio de operacionalizar as

estratégias necessárias para a melhoria das

condições de preservação das coleções.o Plano

Institucional de Preservação como meio de

operacionalizar as estratégias necessárias para

a melhoria das condições de preservação das

coleções

Page 52: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Elaboração de Plano Institucional de Preservação:

entre os elementos fundamentais em uma

metodologia de Conservação Preventiva está o

gerenciamento de coleções

Page 53: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

GGerenciar é:

Planejar

Implantar

Coordenar

GeçaGeões que possibilitem à instituição atingir

seus objetivos = INSTRUMENTO DE

MUDANÇA

Page 54: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Planejamento

• Técnica gerencial que especifica os objetivos a

serem atingidos e decide antecipadamente as

ações que devem ser executadas para atingi-

los.

• Planejamento de preservação é um processo

que organiza as atividades de preservação em

uma sequência lógica.erencial que especifica os

objetivos a processo que organiza as atividades

de preservação em uma

Page 55: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

possibilita a mudança de:

onde estamos onde queremos

chegar

Page 56: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Em outras palavras, responde às perguntas:

• O que queremos fazer

• Como vamos fazê-lo

Page 57: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Quem é responsável pelo planejamento?

Todos os envolvidos nas operações institucionais

Page 58: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Estratégia de Preservação:

viabilizando as transformações

desejadas ELABORAR E IMPLEMENTAR O PROGRAMA DE

Planejar e implementar o Plano Institucional

de Preservação

• Planejamento de preservação: processo

pelo qual a instituição determina suas

necessidades de preservação; revê

ações em curso; identifica recursos para

implementação e desenvolve programa

específico para ação em preservação

Page 59: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Plano de preservação

Plano escrito que organiza as atividades de

preservação realizadas rotineiramente em

sequência lógica, a curto, médio e longo prazos,

através de trabalho coletivo e baseado nas

políticas institucionais e em prioridades

definidas em conjunto.

Page 60: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Objetivo

Aumentar a expectativa de vida das coleções controlando as condições:

ambientais

de segurança

de guarda

de uso e manuseio

Page 61: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• Envolve todo o corpo institucional – dirigentes e

servidores em geral - e deve ser integrado aos

demais planos e atividades institucionais

• Define responsabilidades (de todos os envolvidos)

• Racionaliza custos;

• Possibilita continuidade

Page 62: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Do que consta o Plano:

1. Conhecimento do universo que queremos

transformar (métodos para elaboração de

diagnóstico)

2. Conhecimento das causas de deterioração dos

bens culturais

3. Identificação das causas de degradação

4. Avaliação e gerenciamento do risco (previsão

para o futuro)

5. Determinação do valor das coleções

Page 63: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

6. Estabelecimento de prioridades: tomada

de decisão de preservação

7. Definição de políticas e rotinas

8. Criação e implementação de programa de

prevenção e resposta a situações de

emergência

9. Criação e implementação programa de

treinamento

Page 64: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

1. Conhecimento do universo que queremos

transformar (métodos para elaboração de

diagnóstico)

• Segundo Merril-Oldham, os métodos para coleta

de dados podem ser agrupados em quatro

categorias:

• observação

• leitura

• entrevistas

• levantamentos

Page 65: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Como aplicar um questionário Como

aplicarComoComo aplicar um questionárioar

um questionário um questionário

• Começar definindo equipe de trabalho: atenção

para que participem várias áreas institucionais.

• Definir claramente os parâmetros do

levantamento: abrangência, itens levantados,

método a ser utilizado etc.

• Elaborar os questionários

• Treinar quem vai aplicá-los: para conhecerem o

tema da pesquisa, para habilitá-los a preencher

os questionários de forma homogênea e para

realizar um simulacro de preenchimento. (Beck )

Page 66: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

2. Conhecimento das causas de

deterioração dos bens culturais (Gael de

Guichen)

EFEITOS IMEDIATOS E CATASTRÓFICOS:

– causas naturais (tempestade, incêndio,

inundação)

– causas humanas

• Público (vandalismo, roubos, guerra)

• Profissional (falta de formação ou

segurança)

Page 67: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

EFEITOS LENTOS E CUMULATIVOS:

– causas naturais (temperatura e UR

inadequadas, poluição, luz, insetos,

vegetação)

– causas humanas

• Público (afluência de visitantes, grafitis)

• Profissional (erros de manipulação,

exposição)

Page 68: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

3. Como identificar as causas de

degradação e consequentes riscosi

ESTUDO DE COLEÇÕES:

• Tipos de materiais

• Condições físicas: estado em que se encontram

• Elementos de proteção: acondicionamento/

invólucros/ mobiliário

• Volume (quantidade)

• Tipo e freqüência de uso

• Procedimentos e rotinas: manuseio/ catalogação/

circulação/ empréstimo/ exposições

Page 69: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

ESTUDOS AMBIENTAIS:

– A Edificação: o edifício como elemento de

preservação/ localização/ obras e reformas/

eletricidade e hidráulica

– Temperatura/ UR

– Luz

– Poluição

– Infestações

Page 70: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA:

– Sinistros

– Roubos

Conhecimento de políticas e procedimentos ligados à

gestão das coleções e do edifício/ recursos humanos.

CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

Sinistros

Roubos

Conhecimento de políticas e procedimentos ligados à

Page 71: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

4. Avaliação e gerenciamento do risco

(Hollos,Pedersoli)

HOLLOHOLLÓS, Adriana Cox e

PEDERSOLI JRHOLLÓS, Adriana Cox e

PEDERSOLI JR

• Probabilidade de que o perigo cause

dano, em condições específicas e em um

tempo determinado.

• AVALIAÇÃO DE RISCO: identificação do

que pode causar dano à sua coleção,

possibilitando que seja avaliado se foi

tomado cuidado suficiente, ou se a

coleção deveria ter sido mais cuidada,

para evitar o dano.

Page 72: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Como avaliar os riscos

• busque os perigos existentes

• identifique o que poderá ser danificado, e qual

a razão

• decida se as precauções atuais são

adequadas ou se deveria ser feito mais.

• registre o que for decidido

• faça revisão da avaliação, se necessário

Page 73: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Gerenciamento/Tratamento

• Qual ou quais as prioridades?

Maior risco+ maior perda de valor =

prioridade

• O que fazer?

• Quais os recursos necessários?

• Pessoal

• Etapas do trabalho

Importante!! Tratar o RISCO

Page 74: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

5. Determinação de valor

• Valor: propriedade usada para descrever objetos

e ações em determinado contexto social

• Determinar o valor da coleção nos contextos da

instituição, do estado, do país.

Page 75: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

– Probatório

– Informacional

– Estético

– Pesquisa

– Intrínseco

– Econômico

– Cultural

– Emocional

• Considerar:

– Idade

– Raridade

– Uso

– Complexidade

– História

– Identidade

– Contexto

– Potencial

Page 76: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Determinando o Valor

(Margaret Child)

• qual a importância do tema documentado

por essa coleção ou essa publicação? Seu

significado principal é local, estadual,

regional, nacional ou internacional?

• como essa coleção ou essa publicação se

relaciona a outros materiais do seu acervo,

que documentam o mesmo tema?

• como a coleção se relaciona aos materiais

sobre o mesmo tema pertencentes a outras

instituições?

Page 77: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• a informação nela contida é única ou repete informações contidas em documentos, publicações ou outras fontes pertencentes a outras instituições?

• a instituição está comprometida a continuar documentando esse tema?

• por que seria melhor gastar recursos com a preservação desse material do que adquirir material novo?

• qual o impacto que a destruição desse material teria na documentação e compreensão do tema?

Page 78: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Qualidades e características de

registros com valor intrínseco

(Margaret Child)

Todos os documentos que possuem valor intrínseco possuem pelo menos uma das qualidades ou características específicas abaixo:

• forma física que pode ser objeto de estudo se os registros proporcionam documentação significativa ou exemplos importantes da forma.

• qualidade estética ou artística

• características físicas únicas ou curiosas

• idade que confira a qualidade de único

Page 79: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

• valor para uso em exposições

• autenticidade, data, autor, ou outras

características questionáveis que sejam

importantes e verificáveis pelo exame físico.

• interesse público geral e substancial devido à

associação direta com pessoas, locais,

coisas, assuntos ou eventos famosos ou

historicamente importantes.

• importância como documentação das bases

legais do estabelecimento ou continuidade

de uma agência ou instituição

Page 80: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Escalas de valor x uso

(Clive Smith)

Escala de valor

• A – Informação vital ou essencial: documentos de conteúdo essencial a nível probatório e de pesquisa histórico científica

• B – Documentos com informação significativa, geralmente de natureza única

• C – Documentos com informação útil ou complementar – informação que apenas suplementa outras informações.

Page 81: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Escala de Uso

• A – Documentos de consulta frequente

• B – Documentos de consulta relativamente frequente

• C – Documentos de consulta ocasional

Page 82: A Conservação Preventiva e o Plano Institucional de Preservação

Graus de urgência ou prioridade

(exemplo) • AA – necessitam de atenção imediata; prioridade

para microfilmagem e reacondicionamento (prioridade 1)

• AB – necessitam de atenção para prevenir deterioração; reacondicionamento (prioridade 2)

• AC – idem (prioridade 2)

• BA – necessitam ser microfilmados (prioridade 2)

• BB – embalagem de proteção a médio prazo (prioridade a ser definida)

• BC – idem (prioridade 3)