a condução elétrica (termoiónica) nos varistores é ...€¦ · web viewmoises meza pariona e...
TRANSCRIPT
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32001 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
MODELAGEM DA BARREIRA DE POTENCIAL NO VARISTOR DE SnO2
MOISES MEZA PARIONA E SIDNEI PIANARO*
Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG
Departamento de Matemática e Estatística - DEMAT
*Departamento de Engenharia de Materiais – DEMa
Campus Uvaranas, Bloco L, CEP: 84035-510, Ponta Grossa, PR.
e-mail: [email protected]
RESUMO
A barreira de potencial nos contornos dos grãos no varistor tem uma dependência
complexa, sendo dependente da distribuição de cargas, do potencial aplicado e da
temperatura aplicada. Neste trabalho, a composição das amostras utilizadas foi 99,4%
SnO2 + 0,05% Nb2O5 + 0,05% Cr2O3 + 0,5% CoO. Algumas destas amostras foram
sinterizadas na temperatura de 700oC durante 1h com fluxo constante de O2 ou Ar. Em
seguida foram realizadas as medidas elétricas nas amostras de SnO2, em diferentes
patamares de temperaturas em atmosfera do ambiente. O objetivo do trabalho foi
determinar quantitativamente a dimensão geométrica da barreira de potencial nos
contornos. Com esta finalidade, foram utilizados os modelos propostos por Schottky e
Poole-Frenkel para ajustar a parte linear das curvas experimentais de corrente-
voltagem. Através do resultado do ajuste encontrou-se uma equação diferencial para a
barreira de potencial em função da temperatura. Segundo o resultado do modelo de
Schottky, observou-se que as amostras sinterizadas em atmosfera de oxigênio
apresentaram maior altura da barreira de potencial do que as outras. Isto significa que
as amostras sinterizadas em atmosfera de oxigênio são menos condutoras. Cabe
destacar a originalidade deste trabalho, pois o potencial da barreira foi considerado
como dependente da temperatura e na literatura existente este potencial sempre foi
considerando constante.
Palavras-chave: modelagem, barreira de potencial, varistor, SnO2.
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32002 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
INTRODUÇÃO
Os varistores de óxido de estanho (SnO2) são dispositivos cerâmicos eletrônicos.
Estes tipos de dispositivos são sensíveis às variações elétricas e sua principal função é
limitar a voltagem transiente dentro de uma faixa de interesse, sem atingir sua
autodestruição(1). A característica importante dos varistores é sua elevada capacidade
de absorção de energia. A principal aplicação dos varistores nas indústrias é na
proteção de aparelhos elétrico-eletrônicos e semicondutores que usam altas potências
de energia elétrica (1).
A barreira de potencial que se apresenta nos contornos dos grãos, tem uma
dependência complexa, sendo que dependente da distribuição de cargas (influenciada
pelo tipo de dopagem e concentração), do potencial aplicado e da temperatura
aplicada, isto dá origem ao comportamento não linear dos varistores (1, 2, 4).
Para a realização da parte experimental neste trabalho, a composição das
amostras utilizadas foi 99,4% SnO2 + 0,05% Nb2O5 + 0,05% Cr2O3 + 0,5% CoO.
Algumas destas amostras foram sinterizadas na temperatura de 700oC durante 1h com
fluxo constante de O2 ou Ar. Em seguida foram realizadas as medidas elétricas de
corrente-voltagem nas amostras de SnO2 sinterizadas e não sinterizadas, em diferentes
patamares de temperaturas em atmosfera do meio ambiente.
O objetivo do trabalho deste trabalho foi determinar quantitativamente a
dimensão geométrica da barreira de potencial nos contornos. Com esta finalidade,
foram utilizados os modelos propostos por Schottky e Poole-Frenkel para ajustar a
parte linear das curvas experimentais de corrente-voltagem. Através do resultado do
ajuste encontrou-se uma equação diferencial para a barreira de potencial em função da
temperatura e a solução dessa equação foi representada graficamente. O resultado
obtido para o modelo de Schottky para a amostra sinterizada em atmosfera de
oxigênio, apresentou maior altura da barreira de potencial do que a amostra não
sinterizada e a amostra sinterizada em argônio. Isto significa que a amostra sinterizada
em atmosfera de oxigênio é menos condutor do que as outras. Sendo que este modelo
é mais coerente com as observações macroscópicas. No entanto, no modelo de Poole-
Frenkel as alturas das barreiras de potenciais não tem muita diferença para as três
amostras, por isso, segundo este modelo é difícil de predizer a condutividade das
amostras. Cabe destacar a originalidade deste trabalho, pois o potencial da barreira foi
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32003 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
considerado como dependente da temperatura e, no entanto na literatura este potencial
sempre foi considerando constante.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
A composição das amostras utilizadas foi 99,4% SnO2 + 0,05% Nb2O5 + 0,05%
Cr2O3 + 0,5% CoO. As etapas do processamento do varistor foram a moagem e
prensagem, logo foi realizada o aquecimento até 250ºC durante 1/2h a fim de liberar o
ligante de polímero polivinil acrilato. A pré-sinterização foi feita a 1000 ºC durante 4h.
Após a sinterização, as amostras foram mergulhadas em solução 1M de nitrato de
cobalto por 2h para impregnação. A seguir foram sinterizadas a 1350 ºC durante 1h e
lixada até atingir a espessura de 1 mm. Finalmente, para ter o contato elétrico, foi
passada tinta de prata e tratada termicamente a 500ºC por 1/2h.
Com a finalidade de realizar as medidas elétricas, algumas destas amostras
foram sinterizadas na temperatura de 700oC durante 1h com fluxo constante de O2 ou
Ar. Em seguida foram realizadas as medidas elétricas nas amostras de SnO2
sinterizadas e não sinterizadas, em diferentes patamares de temperaturas em
atmosfera do meio ambiente
Para a realização das medidas elétricas foi usado um forno marca Edgcon,
modelo 3P que possui uma porta amostra especial dentro do forno que tem um contato
elétrico ligado a uma fonte estabilizada de corrente-voltagem marca Tectrol, modelo
TCA 600-01, o termopar do tipo K foi ligado à porta amostra que controla a força
eletromotriz e conjuntamente foram usados três multímetros.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A condução elétrica dos varistores é influenciada principalmente pelo campo
elétrico e/ou pela temperatura. A emissão termoiônica no primeiro caso é dada pelo
modelo Schottky e no segundo caso é dada pelo modelo Poole-Frenkel (1).
A emissão dos elétrons segundo o modelo de Schottky é dada através da barreira
de potencial que se forma nos contornos dos grãos sob a ação da temperatura e do
campo elétrico. O modelo de Schottky é representado pela equação(1):
(A)
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32004 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
Onde JS é a densidade de corrente, A é a constante de Richardson, S é a altura
de potencial de barreira formado na interface, T é a temperatura, E é o campo elétrico e
S é uma constante.
A equação de Poole-Frenquel assume a formação de receptores eletrônicos,
controlado pelo fenômeno da difusão através da barreira de potencial das cargas,
devido a um potencial coulombiano gerado no contorno do grão. O modelo de Poole-
Frenkel é representado pela equação (1):
(B)
Onde c é uma constante, F é a altura de potencial de barreira formado na
interface e F é uma constante. As constantes S ou F nas equações (A) e (B) estão
relacionadas à largura da barreira de potencial formada na interface, segundo a
equação (1):
(C)
onde r é o número de grãos por unidade de comprimento e é a largura da barreira de
potencial.
De acordo com as equações (A) e (B), a equação de Schottky é mais
influenciada pela temperatura, enquanto a equação de Poole-Frenkel é mais
influenciada pela ação de um campo elétrico externo. Porém, os parâmetros que
aparecem na pré-exponencial nas equações anteriores têm menor influência
comparado com os parâmetros que aparecem na exponencial.
As curvas (a) das Figura1, Figura 2 e Figura 3 ilustram os resultado das medidas
elétricas de VxI em função da temperatura das amostras de SnO2. As curvas (b) da
Figura1, Figura 2 e Figura 3 representam a parte linear das curvas log(J) contra E0,5.
Pode-se observar também, que as curvas designadas por (c) representam a parte
linear das correspondentes curvas log(J/E) contra E0,5.
Os parâmetros S e S para os modelos Schottky foram calculados através das
curvas (b) das figuras (1), (2) e (3). Os parâmetros F e F para os modelos Poole-
Frenkel foram calculados através das curvas (c) das figuras (1), (2) e (3)
Pode-se observar segundo os resultados das figuras apresentadas, que a
condutividade do varistor de SnO2 para a amostra não sinterizada ou amostra tratada
em meio ambiente (curva (a) Figura1) na faixa de temperatura de 50ºC a 200oC é maior
que para as amostras sinterizadas em argônio e oxigênio (curvas (a) das Figuras. (2) e
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32005 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
(3) respectivamente). Porém, as condutividades para as amostras sinterizadas em
atmosferas de argônio e de oxigênio são semelhantes na mesma faixa de temperatura.
(a) (b)
(c)
Figura 1: (a) medidas elétricas do varistor SnO2 em função da temperatura para
amostra não sinterizada, (b) corresponde à região linear da curva log(J)xE0,5 e
(c) corresponde à região linear da curva log(J/E)xE0,5.
(a) (b)
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32006 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
(c)
Figura 2: (a) medidas elétricas do varistor SnO2 em função da temperatura para
amostra sinterizada em atmosfera de argônio, (b) corresponde à região linear da
curva log(J)xE0,5 e (c) corresponde à região linear da curva log(J/E)xE0,5.
(a) (b)
(c)
Figura 3: (a) medidas elétricas do varistor SnO2 em função da temperatura para
amostra sinterizada em atmosfera de oxigênio, (b) corresponde à região linear
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32007 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
da curva log(J)xE0,5 e (c) corresponde à região linear da curva log(J/E)xE0,5.
Sabe-se que a altura da barreira de potencial () nos contornos dos grãos nos
varistores de SnO2 tem uma dependência complexa, tais como, do potencial aplicado,
da temperatura, do processo de sinterização e do tipo de dopantes. Para evitar esta
dependência complexa de e para facilitar o presente trabalho de simulação, foi
considerado que este parâmetro possui uma dependência somente da temperatura,.
Também, por outro lado não se conhece nenhuma literatura da dependência complexa
de . Para determinar a função B(T) na equação (A), se considerou E=0 nas curvas
denotadas por (b), para essa situação se conhece os coeficientes lineares log(JS) em
cada temperatura o que permite desse modo conhecer essa função.
Da equação (A), considerando E=0, tem-se:
(D)
Através dos coeficientes lineares das curvas (b) das figuras (1), (2) e (3) pode-se
encontrar uma dependência para log(JS) em função de T, denotando-se esta função
por f(T) e derivando a equação (D) em relação a T, tem-se:
(E)
Onde k= 8,62x10-5 eV/atm.K (constante de Boltzmann). A equação diferencial (E)
pode ser resolvida através dos métodos numéricos.
Para este modelo foram determinadas as funções f(T):
f(T)= -15,2647+0,02443T que corresponde à amostra não sinterizada (curva (b),
Figura 1).
f(T)= -16,56597+0,02698T que corresponde à amostra sinterizada em argônio
(curva (b), Figura 2).
f(T)= -35,65599+0,05452T que corresponde à amostra sinterizada em oxigênio
(curva (b), Figura 3).
Resolvendo a equação diferencial para cada tipo de amostra, na Figura 4 (a) se
apresenta o resultado.
Fazendo o mesmo tipo de tratamento como no caso anterior, para determinar a
função F(T) na equação de Poole-Frenquel. Então, da equação (B), considerando E=0,
tem-se:
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32008 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
(F)
Através dos coeficientes lineares das curvas (c) das figuras (1), (2) e (3) pode-se
encontrar uma dependência para log(JF/E) em função de T, denotando-se esta função
por g(T) e derivando em relação a T a equação (F), tem-se:
(G)
(a) (b)
Figura 4: Simulação do potencial de barreira (), (a) corresponde ao Modelo Schottky,
(b) corresponde ao modelo Poole-Frenkel.
Para este modelo foram determinadas as funções g(T):
g(T)= -16,82329+0,02443T que corresponde à amostra não sinterizada (curva
(c), Figura 1).
g(T)= -18,11765+0,02696T que corresponde à amostra sinterizada em argônio
(curva (c), Figura 2).
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32009 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
g(T)= -17,81574+0,02537T que corresponde à amostra sinterizada em oxigênio
(curva (c), Figura 3).
Resolvendo a equação diferencial para cada tipo de amostra, na Figura 4 (b) se
apresenta o resultado.
Comparando-se as funções f(T) e g(T) correspondentes aos modelos de
Schottky e de Poole-Frenkel para cada amostra, pode-se observar que estas funções
para a amostra não sinterizada e para a amostra sinterizada em argônio são parecidas.
No entanto, para amostra sinterizada em oxigênio são muito diferentes.
Analisando a Figura 4, pode-se observar que as alturas das barreiras de
potenciais variam segundo os modelos. No modelo Schottky a maior altura é para
atmosfera sinterizada em oxigênio, seguido em argônio e em meio ambiente. Como a
condutividade é devido ao fenômeno de tunelamento, conseqüentemente a
condutividade é inversamente proporcional à altura. Segundo os resultados da Figura
4, observa-se que ocorre maior condutividade na amostra não sinterizada (amostra
tratada em meio ambiente), seguido em argônio e por último em oxigênio. No modelo
de Schottky, a barreira de potencial para amostra sinterizada em oxigênio é mais
notória que nas outras amostras.
Segundo o modelo Poole-Frenkel da curva (b) da Figura 4 as alturas das
barreiras de potenciais são bastante semelhantes ao contrário do modelo de Schottky.
No modelo de Poole-Frenkel a altura da barreira de potencial é ligeiramente maior para
amostra não sinterizada, seguida pela sinterizada em oxigênio e por último em argônio.
Mas, neste caso, a altura para amostra sinterizada em oxigênio não é notaria como no
outro modelo. Para este modelo a maior condutividade ocorre para a amostra não
sinterizada, seguida em oxigênio e por último em argônio.
Na Tabela 1 mostram-se os coeficientes S (modelo Schottky) e F (Poole-
Frenkel) que figuram nas equações (A) e (B) respectivamente. Estes valores foram
calculados através dos coeficientes angulares das equações das retas, referidas às
curvas (b) e (c) das Figura 1, Figura 2 e Figura 3.
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32010 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
Tabela 1: Resultado dos cálculos dos coeficientes S (eV.V-1/2.cm1/2) (modelo
Schottky) e F (eV.V-1/2.cm1/2) (modelo Poole-Frenkel).
Temperatura
(K)
amostra sem
sinterizar
S F
amostra.sinterizada
em argônio
S F
amostra sinterizada em
oxigênio
S F
323 0,00743 0,0042 - - - -
348 0,00781 0,00433 0.00729 0.00311 0,00728 0,00381
373 0,00805 0,0043 0.00777 0.00409 0,00837 0,00531
398 0,00785 0,00385 0.0077 0.0043 0,0085 0,0045
423 0,0076 0,00336 0.00746 0.00394 0,00831 0,00408
448 0,00792 0,00342 0.00741 0.00292 0,00847 0,00399
473 0,00761 0,00285 0.00729 0.00259 0,00847 0,00384
média Média média
0,00775 0,00376 0,00749 0,00349 0,00823 0,00426
desvio padrão desvio padrão desvio padrão
2,148x10-4 5,659x10-4 2,048x10-4 7,068x10-4 4,726x10-4 5,734x10-4
Na Figura 5 mostra-se uma representação esquemática da barreira de potencial,
que pode ajudar a interpretar melhor o resultado.
Figura 5: Representação esquemática da barreira de potencial no contorno do
grão do varistor de SnO2.
Na Tabela 1, são observados os valores de para cada temperatura, para cada
amostra e para cada modelo, sendo que o valor desta constante para o modelo de
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32011 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
Schottky é aproximadamente o dobro do para o modelo de Poole-Frenkel. Também são
mostrados a média e o desvio padrão para cada amostra e modelo. Observa-se
segundo o modelo Schottky que a média é maior para amostra sinterizada em oxigênio,
seguido no meio ambiente e por último em argônio. Também, observa-se maior
variabilidade dos dados para amostra sinterizada em oxigênio. Para o modelo de
Poole-Frenkel, a média de é maior para amostra sinterizada em oxigênio, seguido
pela amostra não sinterizada e por último em argônio. Para este caso, observa-se
maior variabilidade dos dados para amostra sinterizada em argônio.
Segundo a equação (C), observa-se que a largura da barreira de potencial () que
corresponde à Figura 5 é inversamente proporcional ao quadrado da constante .
Segundo o modelo de Schottky e a Tabela 1, pode-se observar uma maior largura para
a amostra sinterizada em argônio, seguida para a amostra não sinterizada e por último
em oxigênio. Para este modelo, segundo as observações feitas para a curva (a) da
Figura 4 e a Tabela 1, ocorre maior altura e menor largura para a amostra sinterizada
em oxigênio, para a amostra não sinterizada ocorre menor altura e largura razoável, e
para amostra sinterizada em argônio ocorre uma altura razoável e menor altura.
Conseqüentemente, para este modelo ocorrerá maior condutividade para a amostra
não sinterizada, devido à característica da geometria da barreira de potencial.
Segundo o modelo de Poole-Frenkel e a Tabela 1, pode-se observar uma maior
largura para a amostra sinterizada em argônio, seguida para a amostra não sinterizada
e por último em oxigênio, a ordem é igual ao modelo de Schottky. Para este modelo,
segundo as observações feitas para a curva (b) da Figura 4 e a Tabela 1, ocorre maior
altura e largura para a amostra sinterizada em argônio, para a amostra não sinterizada
ocorre menor altura e largura razoável, e para amostra sinterizada em oxigênio uma
altura razoável e menor altura. Conseqüentemente, para este modelo é difícil de
afirmar para que tipo de amostra existe maior condutividade. Isto pode ser corroborada
pela curva (b) da Figura 4, onde as curvas não mostram muita diferença, isto é, ficam
indefinidas.
Segundo estes resultados, podemos afirmar que o modelo de Schottky é mais
coerente que o modelo de Poole-Frenkel, baseado nas observações macroscópicas
apresentadas nas curvas (a) das Figuras 1, 2 e 3.
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32012 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
CONCLUSÕES
Segundo os resultados experimentais e a análise feita pode-se concluir que, o
sistema varistor de SnO2 + Nb2O5 + Cr2O3 + CoO apresenta melhor condutividade
elétrica na amostra não sinterizada. Os resultados da simulação da barreira de
potencial são diferentes segundo os modelos de Schottky e de Poole-Frenkel. Pois,
segundo o modelo de Schottky a altura da barreira de potencial que corresponde à
amostra sinterizada em atmosfera de oxigênio é muito maior que para as outras
amostras como no meio ambiente e argônio. No entanto, no modelo de Poole-Frenkel
não existe muita diferença das alturas para os três tipos de amostras. As larguras das
barreiras de potenciais das amostras, segundo o modelo de Poole-Frenkel são muito
maiores que para o modelo de Schottky. Segundo a análise feita o modelo de Schottky
é mais coerente com as observações experimentais.
REFERÊNCIAS
1) Pianaro, S.A; Bueno, P.R.; Olivi, P.; Longo, E. and Varela, J.A.: Electrical properties
of the SnO2 based varistor. J. of Materials Science: Materials in Electronics, v.8,
p.159-165,1998.
2) Bueno, P.R.; Pianaro, S.A.; Pereira, E.C.; Bulhões, L.O.S.; Longo, E. e Varela, J.A.:
Investigation of the electrical properties of SnO2 varistor system using impedance
spectroscopy. Journal of Applied Physics, v.84, p.3700-3706, 1998.
3) Bartkowaik, M.; Modine, F.A. and Alim, M.A.: Influence of ohmic grain boundaries in
ZnO varistors. J. Appl. Phys., v.79, p.273-281, 1996.
4) Gupta, T.K.: Application of zinc oxide varistors. J. Am. Ceram. Soc., v.73, p. 1817-
1840, 1990.
Anais do 44º Congresso Brasileiro de Cerâmica 32013 31 de maio a 4 de junho de 2000 - São Pedro – S.P.
MODELING OF THE BARRIER OF POTENTIAL IN VARISTOR OF SnO2
ABSTRACT
The potential barrier in the varistor grains boundaries has a complex dependence, being
dependent of the distribution of charges, of the applied potential and of the applied
temperature. In this work, the composition of the used samples was 99.4% SnO2 +
0.05% Nb2O5 + 0.05% Cr2O3 + 0.5%. Some of these samples were sinterised in the
temperature of 700oC during 1h with constant flow of O2 or Air. Soon after the electric
measures were accomplished at the samples of SnO2, in different platforms of
temperatures in atmosphere of argon and oxygen. The objective of the work was to
determine quantitative the geometric dimension of the potential barrier in the contour.
For this purpose, the models used were proposed by Schottky and Poole-Frenkel to
adjust the lineal part of the experimental curves of current-voltage. Through the result of
the adjustment was determined an equation differential for the potential barrier in
function of the temperature. For result of the model of Schottky was observed that the
samples sinterizadas in atmosphere of oxygen presented larger height of the potential
barrier than the other samples. This means that the samples sinterised in atmosphere of
oxygen are less conductive than in the other ones.
Word-key: modeling, potential barrier, varistor, SnO2.