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1 REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA - N 0 45 ATIVIDADES NOS LABORATÓRIOS, FEIRA DO LIVRO, SEMANA PADRE MOREAU, VIAGENS: AÇÕES EXTRACLASSE SE COMPLEMENTAM E AMPLIAM O CONHECIMENTO DOS ALUNOS A CIÊNCIA DO APRENDIZADO

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REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA - N0 45

ATIVIDADES NOS LABORATÓRIOS, FEIRA DO LIVRO, SEMANA PADRE MOREAU, VIAGENS: AÇÕES EXTRACLASSE SE COMPLEMENTAM E AMPLIAM O CONHECIMENTO DOS ALUNOS

A CIÊNCIA DO APRENDIZADO

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N este início de primavera, o Colégio se embeleza com as fl ores de agapanto, a espécie mais numerosa em nossos jardins. O que me chama atenção é o rit-

mo em que o agapanto fl oresce. Diferentemente de plantas como o ipê amarelo, em que as fl ores de diferentes árvores desabrocham ao mesmo tempo, o agapan-to tem seu ritmo próprio. Basta prestar atenção: no mesmo jardim é possível en-contrar um agapanto sem nenhuma fl or, outro com apenas um pequeno botão, e outro já com a fl or completa, no auge de sua beleza discreta e de intrincados detalhes. Além disso, notem que, nesse mesmo pequeno jardim, brotam agapan-tos de cores diferentes, com variações entre branco, azul e púrpura.

Na educação ocorre fenômeno semelhante. Aparentemente, os alunos de uma mesma classe desabrocham ao mesmo tempo. Porém, embora tenham uma base e um ambiente comuns – o mesmo sol, o mesmo solo, a mesma água, os mes-mos fertilizantes e “jardineiros” que lhes dedicam a mesma atenção, assim com os agapantos –, cada um dos nossos alunos tem seu tempo próprio de fl orescer.

Em determinado momento, todos desabrocham, mas cada um do seu jeito, com sua cor única, que lhe confere a personalidade e o brilho que o identifi ca-rão pela vida afora. Todos contam com o mesmo padrão de ensino, com uma mesma linha de trabalho educacional, mas cada um acolhe e absorve de modo próprio esse aprendizado. Multipliquem o número de fl ores existentes hoje no Colégio e a sua diversidade de cores e não chegarão nem perto da variedade de pensamentos e idéias dos nossos alunos.

Esta edição da Caleidoscópio mostra claramente essa riqueza. Cada aluno se manifesta com seu modo especial de olhar o mundo, seja no sol brilhante que representa as idéias do Padre Moreau, seja na forma de participar da Feira do Livro, das atividades esportivas e das viagens que fazem a lugares distantes, em projetos de solidariedade.

Ainda em relação ao agapanto, há outra questão a ser mencionada. Sua linda fl or, talvez pela fragilidade da haste longa e delgada, é também uma atração perigo-sa para alguns alunos que ainda confundem as noções de preservação da natureza e, simplesmente, a decepam com as réguas utilizadas em classe, transformadas em espadas. Quando registramos um desses episódios, o aluno é levado a cuidar de 12 mudas de apagapanto, que passam a ser sua responsabilidade. Em geral, ele o faz com atenção e carinho, aproveitando bem essa segunda oportunidade.

Numa analogia mais ampla, penso que as pessoas também deveriam ter uma se-gunda oportunidade de perceber o que está acontecendo no planeta, todas as fl ores que vêm sendo decepadas, e reavaliar o papel e a responsabilidade de cada um.

* Agapanthus africanus, gênero de ervas liliáceas ornamentais originário da África do Sul, com fl ores vistosas, azuis ou purpúreas, com ciclo de vida perene.

UM OLHAR PARA AS FLORES DO AGAPANTO*

Irmã Diane Clay CundiffDiretora-geral do Colégio

Santa Maria

MENSAGEM

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LEMBRANÇAS“Estudei no Santa Maria do Jar-dim até o 3o ano do Ensino Mé-dio. Estou com 31 anos e lembro de cada momento no Colégio como um fato muito recente e repleto de emoções. Minha mãe se formou no Santa e fez questão que eu e minha irmã tivéssemos a mesma oportunidade. Havía-mos acabado de voltar da Ingla-terra (onde nasci), e morávamos longe da escola (meus amigos sabem como!), mas o bem-estar que a escola nos proporcionava sempre prevaleceu e determinou a disposição e a vontade de es-tar lá. Tenho muita saudade de tudo que vivenciei na escola. O Colégio me preparou para a vida e, com a minha família, me in-centivou a sempre buscar novos desafi os, com determinação e pautada no respeito e na ética.

Formei-me em Economia e uti-lizo o aprendizado que tive na escola constantemente e, defi -nitivamente, a maneira como aprendi a estudar me aproxima muito dos meus novos objetivos. Meu casamento foi na Capela da escola, com um ex-aluno do San-ta. Meus pais também se casaram lá! Sempre me lembrarei do Co-légio com muita alegria.”

Christina Pecoraro Martins Karpavicius, ex-aluna, turma de 1994

À MINHA EX-PROFESSORA SOL“Estudei no Santa Maria durante toda a minha vida escolar, e sin-to muita falta do ambiente que encontrava por aí. Sempre que minha Caleidoscópio chega pelo

correio, pego para ler e sentir um pouquinho mais de saudade da infância e dos ótimos tempos de Ensino Médio. Desta vez, li um artigo seu sobre a Semana na Empresa. Lembro-me perfeita-mente desse meu micro-estágio. Passei uns dias numa multinacio-nal para aprender um pouquinho a mais a respeito da carreira de Administração. Sem dúvida, isso me ajudou. Hoje, faço esse curso na Faculdade de Economia e Ad-ministração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), conside-rada pelos acadêmicos a melhor faculdade de negócios da Améri-ca Latina.

O quanto o Santa Maria me ajudou nisso! O Colégio me en-sinou a ser perseverante, a saber que podia encarar o desafi o e es-tudar um ano a mais, loucamen-te, para conseguir realizar um sonho: ingressar na USP.

Outras experiências de sucesso vieram naquele ano de processos seletivos: FGV, Ibmec, Unicamp. A disciplina e a fuga do senso co-mum vieram do lugar onde vivi entre 1993 e 2005. É isso que sempre esperarei do Santa Maria, um Colégio voltado à educação para um futuro melhor.

Agora, na universidade, é que eu noto a grande diferença entre o Santa Maria e os outros colé-gios. Meus colegas têm difi culda-de em trabalhar em grupo, não têm tanta atitude quanto meus ex-colegas do Santa e, em geral, não demonstram grande afi nida-de com as questões globais e de cidadania. Esse é o diferencial

que eu imaginava ter quando me formei no Ensino Médio, e fi co satisfeita por perceber isso.

Sinto muita falta dos meus tempos de Santa, das pessoas, do carinho dos funcionários, das nossas discussões fi losófi cas, da fuga do comum. Espero que to-dos os alunos, quando se forma-rem, tenham tanto orgulho de sua formação quanto eu. Agra-deço a todos do Colégio pelo carinho e pela dedicação que ti-veram comigo durante meus 13 anos por aí. Beijos.”

Mariana Mayume Z. Iki, diretora de eventos, FEA Júnior

USP – Consultoria e Projetos

Equipe de redaçãoIrmã Diane Clay Cundiff Irmã Anne V. Horner Hoe

Ana Cristina Proietti Imura Maria Lúcia Sanches Callegari Maria Soledad Más Gandini

Paula BacchiSonia Regina Yamadera

COLÉGIO SANTA MARIAAv. Sargento Geraldo Santana, 890/901

Jardim Marajoara, São Paulo, SP Telefone (11) 2198-0600www.colsantamaria.com.br

[email protected]

Produção editorialEditor: Ricardo Marques da Silva

MTb 10.937 Editora de arte: Maila Blöss

Fotos: Éric B., Sister Diane e acervo do Santa Maria

Impressão: CompanyGrafCapa: Stephanie Conolly Carolino,

aluna do 5o ano G

Revista bimestral do Colégio Santa Maria

No 45 – Set./out. de 2008

CARTAS

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PERFIL DO EX-ALUNO: JOÃO PIRES DE OLIVEIRA DIAS NETO

E x-aluno do Santa Maria, turma de 2000, João Pi-res de Oliveira Dias Neto tem 25 anos e formou-

se em Fotografi a, no Senac, em 2005. Atua como fo-tógrafo, prestando serviços para a revista Guia Prático para Professores e para terceiros. É contemplado do programa Bolsa Atleta, há cerca de três anos, e faz parte da seleção brasileira de rugby. Ele entrou no Colégio em 1988, no Jardim, e estudou até o 3o ano do Ensino Médio.

Qual foi a importância do Colégio na sua forma-ção e na carreira profi ssional?João – O Colégio me ensinou a observar o mundo sob perspectivas diferentes e buscar um olhar mais profundo dos acontecimentos, o que melhorou a qua-lidade do meu trabalho de fotojornalista. A preocu-pação com o lado humano e com o desenvolvimento

‘AOS OLHOS DE UMA CRIANÇA, UMA FLORESTA’

das relações interpessoais também foi importante para o relacionamento com meus clientes. Na área espor-tiva, essa preocupação me preparou para o trabalho em equipe, me fortalecendo e ajudando a liderar e competir num esporte coletivo como o rugby.

Houve algum professor que o marcou de modo es-pecial? Você tinha um lugar favorito no Colégio?João – Ainda tenho lembranças fortes, na Educa-ção Infantil, da professora Marta e do Marcos, de Educação Física. No Ensino Fundamental, o pro-fessor Athos me marcou pelo lado humano e como treinador do time de vôlei. Minha família tem um enorme carinho por ele, assim como meus ex-colegas. No Ensino Médio, ele inspirou o nome do nosso 3o ano, o “TerceirAthos”. Também cito os professores Henrique, de Geografi a; Paulo e Beto, de História, e Renata, de Filosofi a, assim como Denis, Marcos, Aguinaldo, Sol, Ana Cristina, Nelson e da Cidinha, do Fundamental. Marcou-me a maneira passional e “teatral” de explicar a matéria, e como nos estimu-lavam a uma refl exão mais profunda do conteúdo e do cotidiano. Sinto pelos alunos que não tiveram o prazer de aprender e “discutir” com eles. O espaço do Colégio é fantástico. A área verde e as quadras e os campos de esporte foram muito mar-cantes para mim. No Prédio Menino Jesus, adorava as trilhas na mata, que aos olhos de uma criança pa-reciam uma fl oresta, bem como o Tronco da Amiza-de e o campinho de futebol, com o brejo em volta, que atualmente é o ginásio. No “prédio de baixo”, meus lugares preferidos eram o ginásio de esportes, os quiosques e o campo de futebol.

Você ainda mantém contato com a turma do Santa? João – Meus melhores amigos ainda são os que fi z no Santa. Um grupo de dez amigos reúne-se quase todo fi m de semana em churrascos, baladas e viagens. Outros 15 integrantes da galera, os que se afastaram um pouco, os que moram no sul do país, e os que estudam fora, costumam se encontrar lá em casa, dois dias antes do Natal, numa ceia para os amigos, tradi-ção mantida desde o 2o ano do Ensino Médio.

Manuela Dias, coordenadora de Comunicação

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ARTIGO: MARIANA GODOY

C onvidada a escrever um artigo na Caleidoscópio, eu tive de me fazer, mais uma vez, a pergunta: como

os meios de comunicação afetam nossas crianças? E como as novas tecnologias nos afetam?

Com acesso à internet, o mundo fi cou pequeno. Nossa noção de distância mudou. E, para estar ex-posto, basta um clique. Ligar a TV ou o computador. Claro que, em sala de aula, ninguém vai discutir a importância do computador ou de um vídeo educati-vo. A nova tecnologia talvez seja até mais atraente que lousa, papel e caneta. Mas, e quanto à programação da TV? Como controlar o conteúdo da internet?

A primeira coisa que me veio à mente foi a escalada da violência nos noticiários, como o caso da menina Isabella, que nos afeta mais do que uma guerra civil do outro lado do mundo. Mas não acredito que um episódio como esse seja exclusividade do nosso tem-po. Só que, agora, com TV e internet, o mundo fi cou menor e qualquer notícia pode ganhar repercussão.

Para quem trabalha com jornalismo, é desconfor-tável perceber que, depois da divulgação de uma no-tícia, aparecem vários outros casos semelhantes. Uma motorista na contramão na rodovia Imigrantes é notí-cia numa segunda-feira e, até o fi m do mês, ocorrem mais dez casos parecidos. Coincidência ou infl uência?

Tão presente e tão importante na casa das pessoas, a TV parece participar da nossa vida. Oferece prazer instantâneo e preenche lacunas emocionais, sociais, afetivas. Mas, na verdade, apenas participa de um processo que a transcende. Condenar a TV como res-ponsável por determinadas atrocidades, ou devotar-lhe as esperanças de grandes mudanças sociais, é não compreender sua extensão. Seria simples demais.

Ah, o poder da mídia... Muito já se estudou a res-peito disso e, hoje, há consenso de que o telespectador tem o controle remoto nas mãos e o poder de decisão. A mídia é um meio, literalmente. Uma ponte, um canal de ligação com o público. Transmite e propa-ga notícias, idéias, opiniões, comerciais e tudo o que pode proporcionar entretenimento e informação.

TV NÃO É BABÁ ELETRÔNICADaí entra o papel dos pais. TV gera informação,

mas não deve ser responsável pela formação das crian-ças. Devíamos aproveitar a programação disponível para discutir algum tema, comentar o trabalho de ela-boração ou analisar a trilha sonora, conhecer a obra de Guimarães Rosa depois de ver a série adaptada para a TV, ler o livro que virou fi lme. A TV é simples ferramenta. De nada adianta uma adaptação da obra de Monteiro Lobato se transformar em programa de televisão se os pais nunca leram para os fi lhos as histó-rias de Emília, Pedrinho e Narizinho e nunca estimu-laram o contato com personagens tão fascinantes.

TV não é babá eletrônica. Videogames e internet também não. Sem orientação, tudo pode fazer mal. Quem não lê não aprende a escrever. Procurar bons livros dá trabalho. Ler histórias ao pé da cama no fi m do dia também. Mas eu não me canso de participar.

Esse é meu papel de mãe. Brincar com meu fi lho enquanto percebo seu desenvolvimento, ensiná-lo participando de atividades com ele. Não proíbo nada; simplesmente ofereço a ele algo mais diver-tido para fazermos juntos.

Culpar a televisão pela destruição de instâncias pedagógicas e educati-vas, pela demolição de valores morais, pelo aumento da violência é errar o alvo, atacar o pro-blema na sua exterioridade e desconhecer as causas gera -

doras desses fenômenos. Mais do que brigar com a indústria do imaginá-rio, é preciso brigar com a realidade. O problema não é a fi cção ou o noticiário, mas o cotidiano, a estrutura social. Banir a televisão, a internet ou programas con-siderados nocivos, deixando intactas as estruturas gera-doras dessas atrocidades, é, no mínimo, ingenuidade.

Mariana Godoy, jornalista e mãe do Heitor, do 6º ano F

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EDUCAÇÃO INFANTIL

D entre as diversas atividades que realizamos com as crianças da Educação Infantil, a culi-nária tem um destaque especial. Afi nal, quem

não gosta de preparar delícias e depois saboreá-las em companhia dos amigos?

A atividade de culinária na escola é um excelente exercício pedagógico, pois as crianças têm a oportu-nidade de observar o processo de mistura e transfor-mação dos ingredientes e desenvolver percepções, sensações e atitudes, tais como lavar as mãos antes de preparar o alimento, comer de boca fechada, es-perar a sua vez para mexer ou adicionar algo na re-ceita. A cozinha, que é a sala de aula preparada para esse fi m, se converte em um autêntico laboratório e

CULINÁRIA: UMA AULA DE INÚMERAS DESCOBERTAS

fonte de informações, repleta de aprendizagens nas diversas áreas do conhecimento: Ciências, Matemá-tica, Linguagem Oral e Escrita e Artes Plásticas.

Durante a culinária, a participação das crianças é efetiva: ajudam na escolha das receitas, elaboram a lista dos ingredientes, dividem as tarefas, organizam a sala antes e depois da atividade, partilham a recei-ta entre os integrantes do grupo e, depois de tudo pronto, saboreiam o alimento com muito prazer.

São momentos que oferecem a possibilidade de exploração e investigação, pois, por meio da mistura dos ingredientes, percebem e levantam hipóteses so-bre as transformações ocorridas, exploram os ingre-dientes quanto a tamanho, cor, espessura, textura,

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CULINÁRIA: UMA AULA DE INÚMERAS DESCOBERTAS

cheiro, sabor, origem, quantidade e medida, além de terem contato com a escrita de letras e números contida nas receitas e rótulos.

É também durante as aulas de culinária que as crianças têm a oportunidade de conhecer um pouco mais a respeito dos alimentos, seus nutrientes e sua importância para uma alimentação saudável.

Em casa, a atividade pode ser ampliada, incluindo a compra dos ingredientes em feiras ou mercados.

Então, o que vocês estão esperando? Reúnam os amigos e... mão na massa!

À direita, uma receita testada e aprovada por nós.Fernanda dos Santos, Maria Beatriz e Rosane Callegari,

professoras da Educação Infantil

BISCOITINHOS DE QUEIJO

INGREDIENTES: 1 copo de farinha de trigo1 pitada de sal2 colheres de manteiga ou margarina75 g de queijo rígido, ralado 1 ovo batido

MODO DE FAZER:Peneire a farinha e o sal dentro de uma tigela. Misture tudo, adicionando a manteiga ou a margarina.Misture o queijo ralado e acrescente o ovo batido, até a massa fi car bem lisa.Divida a massa em várias partes e, com cada uma delas, faça rolinhos fi nos.Coloque os rolinhos numa forma untada e leve ao forno (180°) por 10 a 15 minutos.

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COMPONENTES CURRRICULARES: INGLÊS

LOVE ME DO

O inglês há muito tempo faz parte da vida dos jovens, por ser um idioma internacional. Aprender inglês

com gosto, desde os primeiros anos letivos, tem sido nossa meta. Incentivar os alunos a enfrentar o desafi o de falar sem receio, com boa pronúncia, e comunicar-se de forma espontânea é um trabalho permanente. A metodologia in-terativa e de competências leva o educando a entender o porquê das atividades e a desenvolver o aprendizado.

Dessa forma, o trabalho conjunto de língua inglesa do Santa Maria durante a Semana Padre Moreau procu-rou explorar os canais de expressão – música, dança dra-matização, entrevistas e declamação de poemas –, como estímulo à fala e à comunicação. Os alunos do 5o ano encenaram, em inglês, � e Magic Kingdon of Tales. Con-taram histórias repletas de magia e sensibilidade, com mensagens de esperança, amizade e respeito.

Os alunos comentaram: “Antes da apresentação, fi -quei muito nervoso. Mas adorei e não vejo a hora de me apresentar novamente”. E mais: “Foi divertido e interes-sante, porque, além de praticar o Inglês, nos ajudou a perder a timidez”.

No 6o ano, foi a canção Love Me Do, dos Beatles, que embalou os ouvidos da platéia. Relembramos que o amor é um sentimento que nos faz rir e chorar. O 7o ano se reuniu no Café Literário para cantar diferentes tipos de música, recordando diferentes épocas, recitar poemas e descobrir fatos e curiosidades que fazem parte de nossa escola, por meio da entrevista que as alunas Camila Flues, do 7o A, e Shaya Lambert, do 7o D, fi zeram com Sister June e Sister � omas, da Congregação da Santa Cruz.

No 8o ano, trabalhou-se o tema “Aprisionamento ou libertação?”. Os alunos cantaram, dançaram e apresenta-ram trabalhos artísticos que integraram todas as discipli-nas no projeto “Tsuru”.

No 9o ano, os alunos se comunicaram por meio de poemas que refl etiam a beleza da alma e a importância de cuidar não apenas do intelecto, mas também do coração. Os sentimentos fl uíram e a sensibilidade tomou conta do Santa Maria.

Mara Regina Bussotti, Aparecida Bizutti e Gilda Parazzolii Ramirez, professoras do Ensino Fundamental

N ão é preciso ir muito longe para perceber a neces-sidade de conhecer a língua inglesa. Basta tentar

baixar algum programa proveniente da rede mundial de computadores; ou melhor, “fazer um download de algum software da internet”. Já no universo dos jogos eletrônicos e afi ns, as crianças se vêem diante da árdua tarefa de decifrar instruções e diálogos complexos.

O Santa Maria oferece a seus alunos o contato com a língua inglesa já no 2o ano do Ensino Fundamental. As aulas são preparadas para despertar o desejo de aprender e criar uma atmosfera lúdica, alegre e contagiante. Faz-se necessário apresentar as novas palavras inseridas em uma música, associá-las a uma fi gura e ao tema explorado em aula, sistematizando-as com atividades envolvendo múltiplas habilidades como desenhar, ligar, completar, recortar e colar. “As músicas são interessantes, fazemos atividades de recortar e colar e aprendemos várias coisas em inglês”, afi rma Camila Candelária, do 2o A.

A utilização de máscaras e fantoches (foto acima) – confeccionados pelas próprias crianças – propicia a oportunidade de tentar se expressar sem medo de errar na frente da classe.

O conteúdo deve evoluir à medida que os alunos passam para as séries seguintes. Assim, o 4o ano é convidados a refl etir sobre temas diversos, como tre-chos da Bíblia e variações climáticas, sempre em in-glês. “Aprendemos muitas coisas, como ver as horas e conhecer profi ssões, e ainda é possível divertir-se e aprender ao mesmo tempo”, diz Giovanna Eva, 4o E.

Maurício de Albuquerque Leite, professor de Inglês do Ensino Fundamental e do Extracurricular

CONHECER PARA CRESCER

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UMA ALTERNATIVA PARA TRABALHAR COM OS PARADIDÁTICOS

U ma das preocupações que se tem no curso de Inglês no Ensino Médio é tentar

aproximar o aluno do universo da literatura norte-americana e britâ-nica. A fi m de fazer com que ele termine seu curso com conheci-mento de autores de língua ingle-sa de maior destaque literário, nós, professores, buscamos na leitura simplifi cada dos grandes clássicos um meio de acesso mais agradável.

Realizar uma leitura simpli-fi cada de autor consagrado não é desprezar a obra original. Pelo contrário, procuramos selecionar leituras de acordo com o nível e a competência lingüística dos alunos e, ao seguir esse critério, propomos diversas atividades que consigam envolvê-los da melhor forma possível.

É importante ressaltar que a realização de trabalho com livros paradidáticos de grandes escritores não é tarefa fácil. Primeiramente, os professores devem ter sólida baga-gem de leitura e de conhecimento da literatura americana e britânica e, acima de tudo, excelentes idéias ao propor atividades que possibi-litem ao aluno conhecer o autor e entender o contexto de sua obra. Isso implica propostas de trabalho atraentes, saindo da antiga receita de ler o livro e realizar uma única checagem de leitura.

O trabalho realizado no 2o ano pelo grupo da professora Silvia Es-teves sobre o autor Edgar Allan Poe ilustra bem o que se expôs. Antes de fazer com que os alunos tomas-sem conhecimento dos contos do livro Tales of Mystery and Imagina-tion, foi solicitada uma pesquisa aprofundada a respeito do escritor americano. Estudaram sua vida, seus sucessos e insucessos, e mais tarde perceberam refl exos da per-sonalidade de Poe em seus textos, como no conto William Wilson.

Depois de estudar o autor, os alunos criaram um portfólio com sua biografi a e um espaço para as verifi cações de leitura e outras atividades a respeito dos contos. O projeto durou dois meses, e os alunos se envolveram de várias maneiras, desde a criação de um texto em conjunto com elementos da literatura gótica presentes nos contos de Poe até a elaboração da capa, de forma bastante artística.

Ao fi nal do trabalho, respon-deram a uma breve pesquisa a res-peito do que acharam do projeto, com reações positivas. Disseram que gostaram muito dos contos, que os mantiveram presos à leitu-ra do começo ao fi m. Alguns até mencionaram que experimenta-ram sensação de medo e ansieda-de. Acharam também interessante toda a biografi a de Poe. O mesmo

grupo já havia trabalhado de forma semelhante no ano anterior, com � e Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde. Os alunos produziram histórias em quadrinhos e uma dis-sertação sobre o tema do livro.

O grupo de 2o ano da profes-sora Denise Selmo analisou a obra Frankenstein, de Mary Schelley, a partir dos conhecimentos sobre o Romantismo, movimento literário trabalhado pela professora Darci, de Língua Portuguesa do Ensino Médio, ao longo do segundo e do terceiro bimestre.

De forma geral, os alunos se envolvem ativamente. Houve momentos lúdicos, outros nem tanto, mas o interessante nos pro-jetos de leitura é fazer com que o livro seja uma maneira de permitir a compreensão mais aprofundada do autor e de seus textos, levando consigo informação, e um novo conhecimento.Silvia Esteves, Denise Selmo, Fernando Marcelino e Mary Monreal, equipe de Inglês do Ensino Médio

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COMPONENTES CURRICULARES: CIÊNCIAS SOCIAIS

O primeiro nome dado por Rodin a sua famosa escultura foi O Poeta. Felizmente ou não, O Pensador tornou-se o nome defi nitivo. Para

o artista, o poeta é um pensador. Seja poesia, seja fi losofi a, ambas exigem o que a escultura expressa: concentração e seriedade.

Para Rodin, o poeta e o pensador são criadores, e para tanto é necessário introspecção, pois criar é distinto de sonhar. O sonho é de outra ordem, não demanda esforço e trabalho. Sonhar é capacidade intrínseca a todos os seres humanos, assim como a de criar. Porém, o esforço exigido pela criação faz com que esta se restrinja a poucos dedicados.

O pensador visto como criador agrega valores po-sitivos à Filosofi a. A Filosofi a como fomentadora da criação, além da refl exão, é de grande importância na formação dos jovens, como já propôs e praticou Sócrates, patrono da Filosofi a grega. O que mais quer uma sociedade, senão jovens críticos, cidadãos e criadores? Desse modo, a regulamentação da obri-gatoriedade do ensino de Filosofi a e Sociologia a partir de 2009 é uma acertada decisão. No entanto, os benefícios podem não surgir de modo tão líquido e certo como imaginamos.

Alguns cuidados devem ser observados na im-plantação do ensino de Filosofi a no Ensino Médio. Um aspecto é a formação de professores, que deve ser planejada com profundidade. As universidades precisam se estruturar para formar professores de Filosofi a, e não apenas pesquisadores. O professor de Filosofi a não pode se restringir a compreen der o que os mais importantes fi lósofos pensaram. Ele tem que ser capaz de contextualizar esses pensamentos em seu tempo e se entender como parte deles e de sua cultura.

No Santa Maria existe essa intenção. O ensino de Filosofi a ocorre desde a fundação do Colégio, o que demonstra a preo cupação com o pensar criativo e re-fl exivo dos jovens, independentemente de regulamen-tação. Nosso trabalho tem como princípio alimentar e ampliar o repertório cultural do adolescente, por

PENSADOR OU POETA?meio também do pensar fi losófi co. Resultado des-sa preo cupação são os Encontros Filosófi cos. Criados por iniciativa dos alunos do Ensino Médio há mais de cinco anos, abordam questões fi losófi cas a partir de expressões artísticas (cinema, teatro, música) nos fi ns de tarde.

Caso o ensino de Filosofi a não seja analisado com a minúcia necessária, um segundo aspecto preocupante será fomentado: a sua formatação, seja para padrões de vestibular, seja para a simples unifi cação de meto-dologias de ensino. A não refl exão acerca do ensino do fi losofar permite que a falta de profi ssionais ca-pacitados e a superfi cialidade dos encaminhamentos pedagógicos sejam armas para encaixotar uma área de conhecimento cujo princípio é a desformatação e o livre-pensar. A Filosofi a e a Sociologia são muito bem-vindas, para ampliar a refl exão, o senso crítico e a criatividade de pensamentos. No entanto, devem ser inseridas educacionalmente a fi m de alcançar esses ob-jetivos. Criar pensamentos exige concentração e serie-dade, exige profundidade de existência, de estar no mundo. Para ser um poeta, um pen-sador ou professor de Filosofi a, é necessário muito mais do que mármore. Formatar a Filosofi a é deformar o seu princípio. Felipe Teixeira Pinto, professor de Filosofi ado Ensino Médio

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CONVENCER E DEFENDER OPINIÕESN o cotidiano, as pessoas expõem sua forma de pensar,

defendem idéias e questionam, procurando conven-cer o interlocutor de seu ponto de vista. A linguagem é o lugar de encontro de discursos e experiências; é ele-mento de constituição de sentidos, capaz de representar e criar realidades. O esforço para a produção de sentidos ocorre em virtude de os homens desejarem estabelecer cadeias comunicativas para informar, convencer, emo-cionar, ou para explicar, determinar, aconselhar.

Escrever bons textos argumentativos e dissertativos é tanto uma questão de explorar certos recursos da língua como estar atento ao fato de que a linguagem signifi -ca; ela atribui sentidos, carrega valores e idéias, formula preceitos e preconceitos. Sua elaboração implica o do-mínio das formas de funcionamento próprias da língua escrita, devendo, portanto, considerar desde a questão ortográfi ca até a necessidade de suprir recursos expressi-vos da fala, com o uso de um vocabulário mais preciso.

Na sala de aula, uma metodologia baseada na argu-mentação permite o desenvolvimento de um pensa-mento criterioso, autocorretivo, criativo e sensível ao contexto. Ao tentar fundamentar suas posições, o aluno exercita habilidades de argumentação, tais como dar exemplos, contra-exemplos, classifi car, ordenar, formar conceitos. Quando se depara com posições diferentes das suas, ele desenvolve habilidades argumentativas, pois seus interlocutores apresentam objeções e contra-argumentos, motivando revisões e reelaborações dos conceitos em discussão. Assim, as sucessivas revisões vão se tornando mais sofi sticadas, o que não ocorre quando existe uma mera recepção passiva dos conteúdos.

O texto argumentativo demanda conhecimento do assunto, uma tomada de posição crítica; necessita de dados, informações, idéias e opiniões. Além da escola, deve haver uma integração com os meios de comuni-cação e a busca permanente de fontes de informação. É importante lembrar que a pesquisa pode resolver a carência de informação e a atualização.

Manuela Chaves Simões Ferreira, Marcia Proietti e Sonia Regina Yamadera, professoras de Filosofi a e Língua Portuguesa, 9o e 8o anos

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A CAPACIDADE DE ARGUMENTAÇÃOA argumentação é relevante na comunicação e está

presente na vida das pessoas em seu aspecto formal e cotidiano. Os exemplos que marcam a presença da ar-gumentação em nossa vida são inúmeros; em situações nas quais, em um momento, somos os locutores e, em outro, interlocutores. O texto argumentativo consiste em um discurso oral ou escrito e tem como função de-senvolver e promover debates de forma ordenada e coe-rente, visando a modifi car a opinião do interlocutor.

A motivação que nos levou a desenvolver esse tra-balho foi a observação dos alunos em sala de aula, fa-zendo uso de argumentos próprios para defender ou contrapor pontos de vista, e às vezes, convencer colegas e professores. Geralmente, o texto argumentativo é de-senvolvido em séries posteriores, mas nós, educadores do 4o ano, percebemos que os estudantes dessa faixa etária também materializam em seus textos elementos da estrutura argumentativa.

Tivemos o cuidado de selecionar textos e discussões com temas polêmicos, pois esses assuntos geram deba-tes e precisam estar de acordo com a maturidade que lhes compete.

Vejam o que escrevem os alunos: “Os games de hoje trazem má infl uência às crianças e aos adolescentes, porque acham que podem imitá-los. Várias crianças não têm controle e acabam cometendo as agressões físi-cas dos games e acham que o que vêem pode ser feito na vida real. Sou contra os games que apresentam cenas de violência, porque as pessoas se tornam violentas”. (Eliza Baptista Zavaglia, 4o A)

“Games e fi lmes violentos são vendidos em grande quantidade. Dependendo de quem joga ou assiste, acha que pode fazer tudo o que as personagens fazem, sem ter punição ou perigo de machucar alguém. Às vezes, as pessoas se tornam violentas e agressivas após assistir e jogar esses games. É por isso que sou contra fi lmes e games violentos, que prejudicam as relações entre pes-soas.” (Pedro Takeuti Veiga de Castro, 4o A)

Vanini Andolfato Mesquita, professora do 4º ano do Ensino Fundamental

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FEIRA DO LIVRO/SEMANA PADRE MOREAU

O O que se viu no dia 13 de setembro no San-ta Maria foi muito mais do que um simples conjunto de apresentações. Finalizando a

semana dedicada ao Padre Moreau, fundador das Congregações de Santa Cruz, foi um sábado em que se mostraram trabalhos dos alunos e também fragmentos dos vários processos que ocorrem no Colégio durante o ano, que objetivam desenvolver o conhecimento intelectual e valores capazes de mu-dar uma sociedade cada vez mais individualista.

Desde as apresentações da Educação Infantil até as do Ensino Médio, o que se viu foi a junção do saber acadêmico com qualidades como a união, o trabalho em grupo, o respeito ao próximo e a vonta-

EFERVESCÊNCIA CULTURAL de de lutar para melhorar as coisas. O que estava em jogo não era “ganhar uma nota a mais no boletim”, mas mostrar aos pais e a outros visitantes aquilo que se vem fazendo com empenho no nosso ambiente escolar. Colaborando para transformar o colégio em um espaço de “efervescência cultural”, a comuni-dade do Santa Maria propiciou uma variedade de manifestações que vão ao encontro do que defen-dia Padre Moreau: uma educação que não visse as crianças e os jovens como simples receptáculos de informação, mas que os desenvolvesse de maneira integral.

Adriano Silva dos Santos, professor de Língua Portuguesa da 1a série do Ensino Médio

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“A sociedade tem uma necessidade maior

de pessoas de valor do que de estudiosos”

Padre Basile Moreau

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EFERVESCÊNCIA CULTURAL

N no ia 13 de setembro houve o encerramento da Feira do Livro, que aconteceu na Semana Padre Moreau, no Colégio Santa

Maria. Durante toda a manhã de sábado, os alunos e familiares puderam aproveitar a feira, comprando livros e vendo as atividades preparadas pelas crianças e pelos professores.

A programação foi interessante e diversifi cada. Houve apresen-tação de teatro, música, inglês, jogral, sarau, literatura de cordel e contação de histórias. Também teve ofi cinas de origami, classifi -cados poéticos, culinária, acrósticos, caricaturas e apresentação da cobra-lelé-da-cuca. Ninguém fi cou de fora. Desde o Infantil até o Ensino Médio, todos participaram da Feira.

Nos últimos 15 dias, nos bastidores do 5o ano D, a professora Christyanne exigiu bastante de todos. Também ocorreu a entrevista com Indigo, autora de livros infanto-juvenis, e a visita à Feira. Va-leu a pena tanta dedicação!

Por falar em dedicação, os professores capricharam na decora-ção. Todas as salas estavam divinas. Todos os alunos fi caram orgu-lhos de mostrar seus trabalhos para os pais e familiares. Alguns até superaram sua timidez

Mariana Oganda Medrado, aluna do 5o D

NEM A CHUVA ATRAPALHOU

N a edição passada de Caleidoscópio trouxemos al-gumas visões e saberes matemáticos de algumas

tribos e povos (num texto reduzido e editado por li-mitação de espaço). Mas, desta vez, durante a Feira do Livro, foi ao vivo e a cores que cada aluno do 7o ano pôde vivenciar um pouquinho dessa experiência cultural. Criaram seu próprio sangaku – tabuletas matemáticas do Japão –, pesquisando situações-pro-blema, representando-as nas tabuletas e, assim, ho-menageando os 100 anos da imigração japonesa.

As tabuletas expostas na sala de leitura, no Prédio Santa Terezinha, agregadas a alguns livros interessan-tes de Matemática, proporcionaram momentos agra-dáveis aos visitantes e de integração entre pais e fi lhos, na tentativa de buscar uma solução para a situação proposta pelo sangaku.

Além do deleite visual proporcionado pelas tabu-letas, apreciamos o envolvimento de todos com a ati-vidade proposta.

Inês Angelini Namour, professora de Matemática do 7o ano

DE TODAS AS TRIBOS, POVOS E RAÇAS (PRESENTES À FEIRA DO LIVRO)

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P ara trabalhar os conteúdos matemáticos no 6o ano, partimos do princípio de que, para que os alunos possam construir os conhecimentos

com sentido, a resolução de problemas é uma ativi-dade fundamental. Mas, se as crianças elaboram o conhecimento a partir da resolução de problemas, que caminho percorrem para estabelecer relações e então organizar os saberes durante a resolução?

Trabalhamos com duas formas básicas nas aulas com problemas: o trabalho em grupo e a interação professor-classe. O trabalho em grupo favorece a troca de idéias e o aprendizado mútuo, obtendo-se resultados surpreendentes. Essa forma de trabalhar é adequada para problemas desafi adores à turma. As atividades de discussão, nesse momento, são a prin-cipal ferramenta para que os alunos avancem, e fi ca por nossa conta a organização desses saberes.

Para Marília, aluna do 6o E, o trabalho em grupo a ajuda a aprofundar os conhecimentos da matéria estudada: “Quando tenho difi culdade em resolver um problema, com a ajuda e as idéias dadas pelos colegas no grupo a Matemática fi ca mais fácil e inte-ressante, consigo organizar melhor o que aprendi”.

Nesses momentos, costumamos andar pela sala, incentivando os alunos e, às vezes, até ajudando-os, sem nunca facilitar demais. Diante de perguntas, em vez de dar respostas prontas, respondemos com outra indagação que permita ao aluno refl etir sobre o assunto. Em outra aula, retomamos coletivamen-te os procedimentos utilizados pelos alunos. Algu-mas soluções são mostradas para toda a classe, de preferência pelos alunos que as conceberam. Espe-cialmente quando dois grupos propõem caminhos diferentes para um mesmo problema, o confronto

DA RESOLUÇÃO de problemas

à construção DE SABERESdas resoluções é enriquecedor. Para Giovanna Arré, do 6o ano G, descobrir diferentes caminhos para re-solver um problema é muito bom. “Quando meus colegas de classe mostram diferentes estratégias na lousa, eu aprendo observando as soluções e compa-rando com a minha. Observo se resolvi corretamen-te e que outras possibilidades de solução poderei usar nos próximos problemas”, ela diz.

Em outras situações, o problema é resolvido na interação do professor com a classe, pela soma das sugestões dos alunos. Isso costuma acontecer quan-do se discute um problema que a turma não conse-guiu resolver ou quando estamos introduzindo um assunto novo.

Essa produção de explicações supõe localizar os alunos em um posicionamento de refl exão sobre o trabalho matemático. O objetivo é ensinar, além dos conteúdos matemáticos, o “saber analisar”, decidir, planejar, expor idéias e ouvir a dos outros.

Victor Borelli, aluno do 6o ano G, diz que, para ele, resolver problemas não é só armar uma conta. Algumas questões exigem também lógica e raciocí-nio para serem solucionadas: “Aprendi que alguns problemas têm mais de uma solução ou mais de um jeito de serem resolvidos. Outra coisa impor-tante é ouvir a opinião do outro para melhorar a sua idéia ou ajudar a pessoa a pensar em outra es-tratégia”, ele explica.

Não esqueça: Um problema pode ajudá-lo em muitas coisas, como melhorar sua atenção, seu ra-ciocínio e até fazer você aprender a economizar em uma compra de supermercado.

Mirela Mendes Landulfo e Neuza Bedoni Alves, professoras de Matemática do 6o ano

COMPONENTES CURRICULARES: MATEMÁTICA

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D esde a Antigüidade, o homem enfrenta situa-ções para as quais não encontra uma resposta imediata e, por isso, exigem uma nova solu-

ção: esses são os problemas. Nossos alunos, embo-ra jovens, também buscam soluções no dia-a-dia, e pensamos que uma das funções da escola é capa-citá-los a desenvolver estratégias e procedimentos para a resolução dos desafi os que experimentam no cotidiano, sejam ou não parte do contexto escolar. Por isso, um dos objetivos fundamentais na área da Matemática é possibilitar a construção de habilida-des que envolvem o raciocínio lógico, a atenção e a concentração, o pensamento e a argumentação, além dos conteúdos conceituais e os procedimentos específi cos da disciplina. Esse processo é mediado pelo trabalho com as situações-problema.

Propomos, então, durante o ano, atividades “pro-blematizadoras” que são discutidas em sala de aula e envolvem resolução e formulação. Faz parte desse trabalho o desenvolvimento do projeto relativo ao sistema monetário.

Nas aulas introdutórias, discutimos situações a partir de livros de literatura infantil, questionamos práticas de consumo, refl etimos sobre o que é ne-cessário para a sobrevivência e o que é supérfl uo. Posteriormente, elaboramos vivências diversifi ca-das, como a montagem de um mercadinho, no qual os alunos analisam produtos e pensam em critérios para realizar compras, operam com máquinas de calcular utilizando as quatro operações, efetuam e conferem troco.

Sabemos que, a partir dessa forma de trabalho, o aluno tem a possibilidade de desenvolver compe-tências e procedimentos de leitura e interpretação de diferentes tipos de texto, utilizar linguagens ade-quando-as ao contexto, levantar e verifi car hipóteses

OS DESAFIOS DO COTIDIANO

e organizar outras formas de representações e regis-tro, a partir de uma mesma situação.

Veja o que pensam nossos alunos: “Eu acho im-portante as atividades de problemas porque ela nos ajuda em nosso dia-a-dia”, diz Giulia Erhardt. “A situação-problema é muito importante para mim, porque, por exemplo, se eu estou numa loja de rou-pas e comprei três pares de sapato, se não sei quanto eu tenho de pagar, posso aproveitar e lembrar do que estudei na classe e resolvo o problema”, expli-ca Carolina Chajczyk. “Eu amo situação-problema, porque aprendo, me divirto, é minha matéria favo-rita e quando eu crescer vou comprar coisas, procu-rar lojas mais baratas e depois faço a conta rápido e vou embora para casa”, acrescenta Camila Oliveira.

Certamente não conseguiremos resolver todos os problemas que enfrentamos, na escola ou fora dela, mas, dia a dia, procuramos dar signifi cativos passos nessa direção.

Sílvia Cristina Vicentini de Souza, Ana Claudia Florindo e Katya Jurdy Martins Bayer, professoras de Matemática

do 3o ano do Ensino Fundamental

DA RESOLUÇÃO de problemas

à construção DE SABERES

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COMPONENTES CURRICULARES: CIÊNCIAS

A alfabetização científi ca deveria ter avançado como a própria Ciência vem avançando, por meio de questionamentos e necessidades, para

o desenvolvimento pessoal e social. Infelizmente não é dessa forma que a Ciência é apresentada aos alunos. Ela vem sendo imposta através de concei-tos clássicos, teóricos e irrefutáveis que não deixam margens para questões e dúvidas, pois tudo que se é ensinado já é previamente aceito, qualifi cado, quan-tifi cado e categorizado.

A Ciência deveria ser colocada na forma de ques-tionamentos prévios, capazes de criar a possibilidade de novas questões, que deveriam ser testadas e com-paradas com outros experimentos. A Ciência tem de deixar de ser do domínio de poucos para se tornar patrimônio de todos. Para que a Ciência não se tor-ne um fracasso, é necessário modifi car a imagem da natureza científi ca. Temos de quebrar os paradigmas científi cos que distorcem e empobrecem o interesse dos alunos.

É preciso propor aos alunos atividades voltadas para as necessidades do cotidiano, valorizando a his-tória escrita pelo nosso passado, a que escrevemos no presente e a que escreveremos no futuro. O avan-ço tecnológico não é fruto do avanço da Ciência,

SALA DE AULA E LABORATÓRIO: PARCEIROS NA APRENDIZAGEM

mas o avanço da Ciência é fruto das necessidades de um avanço tecnológico.

Os grandes avanços científi cos se deram como conseqüência das necessidades de um individuo ou de um grupo em progredir, para superar difi culda-des, e foi com esse foco que, em 22 de setembro, realizamos a apresentação dos Robôs de Seringa, ati-vidade prática do 9º ano.

Os robôs de sistema pneumático integraram to-dos os alunos, organizados em grupos de trabalho, e foi uma atividade que aconteceu durante um mês e meio, com aulas no laboratório de Física. A ativida-de foi fi nalizada com um concurso de levantamento de peso, em que os alunos conseguiram superar o protótipo criado pelo professor. O protótipo reali-zou a tarefa de erguer 880 gramas, e as três equipes vencedoras (ocorreu um tríplice empate) ergueram a espantosa marca de 4.400 gramas. Foi fantástico ver os resultados e o empenho dos grupos em pesqui-sar, construir, organizar as tarefas, testar, comparar, aprimorar e até embelezar os seus robôs, mostrando como uma atividade prática pode levar à ampliação dos conhecimentos, das habilidades e das compe-tências de nossos alunos.

Carlos Alberto Vernaglia Junior, professor de Ciências do 9o ano

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EXPERIMENTOS PARA QUÊ?

F leming não planejava salvar a vida de milhões quan-do observou um círculo sem bactérias ao redor de

uma formação de mofo e inventou a penicilina. A ex-perimentação proporciona amplo espaço para que os alunos sejam atuantes, façam perguntas, manipulem objetos, idéias e negociem signifi cados entre si e com os professores, descobrindo assim que a Ciência é mais do que um mero aprendizado de fatos.

Bárbara Maria Barreto César, aluna do 5o F, relata: “Fui ao laboratório, e o experimento era com uma bro-mélia. Será que ela poderia ser considerada um ecos-sistema? Levantamos algumas hipóteses. Logo relacio-nei a mesma com a dengue; eu sabia que o mosquito transmissor gostava de água parada e limpa para colocar seus ovos. Entendi mais o conteúdo quando comparei minhas hipóteses com o que observamos”.

A situação de formular hipóteses, preparar experiên-cias, recolher dados e analisar resultados favorece for-temente a motivação dos alunos, fazendo-os adquirir atitudes como curiosidade, desejo de experimentar, acostumar-se a duvidar de certas informações, confron-tar resultados e obter, assim, mudanças não só de con-ceitos, mas também de atitudes diante da Ciência.

Felipe Pecchi, do 5o D, comenta: “Do que eu gos-to mais nas aulas de laboratório é quando formulamos nossas hipóteses. Durante o experimento, troco idéias e vejo como meus colegas pensam”. Erik Basoukos, do 5o

D, complementa: “Gosto muito de realizar experimen-tos, que são momentos importantes, pois debatemos as hipóteses no grupo e levantamos outras questões”.

Equipe de professoras do 5o ano

PORTAS ABERTAS PARA O CONHECIMENTO

O curso de Química do Ensino Médio oferece aos alunos atividades práticas que contribuem para o

processo de aprendizagem. Assim, para melhor enten-dimento dos fenômenos ligados aos materiais e à aplica-ção deles no cotidiano, os professores também preparam aulas nos laboratórios. Além de haver mais integração entre os alunos e, desses com o professor, podemos rela-cionar o conteúdo aprendido em classe com os fenôme-nos percebidos no dia-a-dia, envolvendo a Química.

A proposta de Química do 2o ano já consolida as atividades práticas como uma parte essencial do apren-dizado. O aluno tem de ser capaz não só de interpretar dados e informações necessários ao entendimento dos fenômenos naturais, tecnológicos e ambientais, mas também de desenvolver a capacidade de enfrentar e resolver problemas relacionados com os conteúdos es-tudados. Assim, essas atividades se mostram fundamen-tais para a melhor absorção do conteúdo.

Reações químicas e formação de materiais são as ex-periências mais comuns no laboratório. Exercitamos tal habilidade e lidamos com inúmeros materiais, de ácidos à margarina. Recentemente, por exemplo, preparamos sabão. Esse produto, tão útil no nosso cotidiano, tem como reagentes óleos ou gorduras e uma base que, após a reação, produzem glicerol e sabão. Depois de reali-zadas todas as etapas, que envolvem, em um primeiro momento, a medida da base (NaOH) e sua agitação e, em seguida, o aquecimento de 10 gramas de mar-garina no béquer e, fi nalmente, a mistura de ambos, um composto denso será formado – ou seja, o sabão. Em seguida, o pusemos em uma fôrma e o usamos para lavar nossas mãos.

Dessa forma, as experiências realizadas no laborató-rio são de grande importância, pois trazem benefícios aos alunos e abrem novas portas para o aprendizado e para a forma de apresentação do conteúdo. Além dis-so, os alunos envolvem-se mais uns com os outros e se mostram mais interessados, pois aprendem juntos.

Vivian Regner, aluna do 2o ano do Ensino Médio

SALA DE AULA E LABORATÓRIO: PARCEIROS NA APRENDIZAGEM

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CHEGANDO NO SANTA: CECÍLIA COSTA ÂNGELO

“ELAS AMAM A ESCOLA E A CHAMAM DE SANTA”C ecília Costa Ângelo, há mais de 10

anos professora de Língua Portugue-sa em Brasília, é mãe das alunas recém-chegadas Maria Letícia, de 8 anos; Stella, de 6, e Beatriz, de 12 (acima, a partir da esq.). Cecília está satisfeita com a escolha da escola em São Paulo e diz que suas fi lhas já se sentem parte do grupo.

O que a fez trazer as três fi lhas para o Santa Maria?Cecília – Mudamos de Brasília para São Paulo e buscávamos uma escola católica, de preferência com um espaço amplo e que se preocupasse com a formação

integral de nossas fi lhas. Depois de co-nhecer vários colégios, percebemos que o Santa Maria atenderia nossos anseios, pois desde a primeira visita que fi zemos identifi camos a seriedade e o compro-misso da escola.

Que diferenças pedagógicas você per-cebe na educação oferecida aqui?Percebemos o cuidado da escola com cada um dos alunos, individualmente. Eles não são apenas um número a mais. Desde o primeiro dia, minhas fi lhas fo-ram tratadas pelo nome, como se já fi -zessem parte do grupo há mais tempo.

O que suas fi lhas comentam em casa?Elas amam a escola. Já a chamam, ca-rinho samente, de Santa, e todos os dias têm novidades para contar em casa. As tarefas de casa são feitas logo que chegam da escola, para não se es-quecerem do conteúdo que aprende-ram. É uma festa.

Como você se sente fazendo parte do Santa Maria?Acredito que eu e meu marido fi zemos a melhor escolha para nossas fi lhas. Elas estão felizes, e isso também nos satisfaz.

Manuela Dias, coordenadora de Comunicação

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RELAÇÃO DE CONFIANÇA

A orientadora Ana Luiza Fonseca Martins, a Isa,

do 1o ano do Ensino Médio, formou-se em Filosofi a e Pedago-gia. É casada, tem três fi lhos e três netos.

Como começou a sua carreira pedagógica?De 1970 a 1980, fi z trabalho voluntário na periferia de Guarujá, com adultos de baixa renda, para depois me iniciar na pedagogia, com a educação formal.

O que fez você escolher trabalhar com adolescentes?É na adolescência que defi nimos nossa identidade, quando há mais efervescência de emoções e instabilida-des, ao nos descobrirmos como indivíduos. Trabalhar com adolescentes também é uma possibilidade de me rever, já que com eles há um diálogo mais aberto. Eles sempre colocam o dedo na ferida.

Como é sua relação com os alunos do 1o ano?É baseada na confi ança. Sinto que acreditam em minha orientação, que há respeito e afetividade. Eles podem contar comigo para todos os problemas, escolares ou pessoais. Sempre é necessário criar um espaço de escuta entre as duas partes, já que muitos confl itos decorrem de falta de comunicação. Meu papel é mediar esse diálogo.

Você já teve problemas sérios com alunos? Sim. Mais uma vez, é necessário criar um espaço de escu-ta, às vezes entre o aluno e a família. Procuro conversar, para que a vontade de contar à sua família parta dele.

O melhor é pulso fi rme ou uma conversa?Acredito que deve haver uma conciliação. O aluno pre-cisa ver o pulso fi rme, pois sem ele não consegue respei-tar e confi ar na orientação. Mas o diálogo é importante para que ele se sinta acolhido e possa falar abertamente dos motivos que estão por trás dos problemas.

Caio de Moraes Elias e Isadora Bertolini Labrada, alunos do 2o ano do Ensino Médio

PERFIL DO FUNCIONÁRIO

OS BASTIDORES DO COLÉGIO

P ara Manoel Mendes Lima, 47 anos, casado com Deo linda, pai de Wessley, de 19 anos, e William, de

14, trabalho é sinônimo de manutenção e pintura nas dependências do Colégio. São 18 anos de dedicação. Hoje, Manoel faz parte da equi-pe responsável pelo projeto de acessibilidade, adapta-ção e sinalização para por-tadores de necessidades especiais, como constru-ção e pintura das rampas, faixas e sinalização de chão.

Quais são suas atividades no setor de manutenção?Sou responsável pela pintura. Faço parte de um setor fundamental para o funcionamento da escola no dia-a-dia. Também ajudo na montagem dos eventos, prepa-rando e desenvolvendo idéias na construção de cenários e transportando o material necessário para os projetos dos alunos e professores.

Do que você mais gosta na sua profi ssão?É gratifi cante ver o resultado do meu trabalho, ouvir os elogios de alunos, professores, pais, companheiros e direção, e principalmente saber que nosso trabalho em equipe é fundamental para o resultado de um evento.

Como está o projeto de acessibilidade?Estamos na reta fi nal. Temos colocado placas, piso tátil, pintando faixas restritas, construindo rampas e patama-res. Estou muito contente de participar de um projeto que pode levar um pouco mais de conforto a pessoas que necessitam de um olhar especial.

Qual é o seu lugar favorito no Colégio?Adoro os espaços verdes ao redor do setor de manuten-ção, pois tem muitas árvores e bastante sombra nos dias de calor, para descanso no horário do almoço.

Manuela Dias, coordenadora de Comunicação

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ENSINO MÉDIO

E m 2008, a tradicional viagem do 9o ano para o Vale do Ribeira somou-se à viagem a Telêmaco Borba, no

Paraná, esta do Ensino Médio, que foi retomada após al-guns anos.

O trabalho voluntário traz grande aprendizado e sa-tisfação pessoal. Ao participar de uma viagem como essa, reafi rma-se a vontade de ajudar. Ao se confrontar com outra paisagem que não a da cidade, mesmo por apenas uma semana, o olhar se modifi ca e é só assim que muitas vezes percebemos que as realidades encontradas em outra lugar estão inseridas em nossa cidade, também.

“Emoção é a palavra que pode descrever a participação na viagem’’, diz Paula Lázaro, que também foi a Telêma-co Borba. Um dos momentos mais emocionantes dessa viagem ao Paraná foi a visita ao acampamento do MST, onde constatamos a realidade dos sem-terra, que só acompanhamos, muitas vezes erroneamente, pela mídia.

Uma conclusão a que todos chegamos foi que se per-deu a vontade de reclamar de muitas coisas, pois, quando presenciamos aquela realidade, a emoção proporcionou um momento de refl exão, que também pode trazer uma maior consciência política.

Assim, as viagens de trabalho voluntário promovidas pelo Colégio, além de ajudar outras pessoas, nos ajudam pessoalmente também, pois a troca de experiências ocor-reu de uma forma que talvez só a emoção realmente pos-sa explicar.

Gabriely Souza de Araújo, aluna do 3o ano do Ensino Médio

SIMULAÇÕES: UM PÉ NA REALIDADE

E m 2006, um pequeno grupo de alunos da 3a série do Ensino Médio fi cou sabendo do encontro estudantil

Fórum FAAP e pediu apoio à professora Adriana, de His-tória, para participar. No ano seguinte, com o incentivo da Adriana e da professora Cristina, de Geografi a, alunos da 2a e da 3a série foram à Simulação para o Ensino Mé-dio, a SiEM, e descobriram que existem diversos fóruns como esses, com estudantes de todo o Brasil.

Na maioria das vezes organizados por alunos de fa-culdades de Direito, Relações Internacionais, Ciências Sociais e Jornalismo, esses fóruns de discussão estudantil têm como foco simular conferências internacionais (da ONU ou da OMC, por exemplo), ou sessões da Câmara de Deputados ou do Concílio de Cardeais do Vaticano. Cada aluno defende os interesses da nação ou vertente que representa, com coerência nos argumentos.

Chamam atenção o rigor e a fi delidade dos debates. Os participantes devem se preocupar com o decoro e a formalidade e, para participar, é preciso estudar muito e se preparar para “encarnar uma personagem”. Os alunos também podem optar pela Central de Imprensa, com a responsabilidade de redigir um jornal, com linha edito-rial determinada, e reportar o que acontece nas sessões.

A experiência em simulações tem sido muito positiva para nós. Pudemos desenvolver a habilidade de articu-lação e argumentação em discussões fervorosas, além de treinar a escrita e sentir na pele como é ser um diplomata ou jornalista – sem falar em todos os conhecimentos ad-quiridos sobre diversas questões históricas e geopolíticas.

O resultado foi que, em 2008, a participação do Santa Maria nesses fóruns cresceu muito e, por iniciativa dos alu-nos da 3a série, foi organizada a SISa (Simulação Interna do Santa), no início de outubro. O evento foi realizado pe-los próprios alunos, que cuidaram da direção dos debates, da organização, da estrutura das conferências e de todos os detalhes, com assessoria da Cristina e da Adriana. Nosso envolvimento nos fóruns só tende a crescer.

Lorena Duarte, Raquel Arriola, Guilherme Pucci e Diego Sanches, alunos do 3º ano do Ensino Médio

VIAGEM A TELÊMACO: APRENDER E SENTIR

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VIDA: O MAIOR DE TODOS OS DONS

A s primeiras fl ores da primavera, as árvores e o canto dos pássaros formaram o cenário perfei-to. No prédio Menino Jesus, num ambiente

carinhosamente preparado, celebramos no último sábado de setembro, a Missa do 2o ano do Ensino Fundamental, cujo tema foi “Bíblia: Fonte de Vida”.

A Bíblia foi escrita por pessoas escolhidas por Deus e inspiradas pelo Espírito Santo. Revela o pro-jeto de Deus e serve para que possamos crescer na fé praticando os ensinamentos do Criador. É uma carta de amor para a humanidade.

Nesse sentido, pedimos perdão pelas atitudes que discordam da Palavra de Deus e que comprometem Suas criações. Os alunos elaboraram compromissos para uma vida plena, como cuidar das relações com o outro, colaborar com a paz, amar e cuidar da fa-mília, semear boas ações, ter atitudes que preservem a vida no planeta, dar vivência aos ensinamentos de Jesus e respeitar as diferenças.

A palavra de Deus foi semeada num ambiente vivo, repleto de alunos e alunas do 2o ano, familiares e amigos, que participaram efetivamente, ouvindo, refl etindo, cantando e partilhando o pão.

O Ofertório trouxe as contribuições para as crian-ças do Abrigo Vila Acalanto. Os alunos levaram até o altar cestos com produtos doados pelas famílias às crianças atendidas pela instituição.

Depois da bênção fi nal, seguimos em procissão até a praça Tuney Arantes, “adotada” pelo 2o ano. Num ato simbólico de amor, cada família plantou uma muda, celebrando o maior de todos os dons concedidos por Deus: a vida.

Maria Rita Moraes Stellin, orientadora do 2o ano do Ensino Fundamental

2º ANO

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CONTRIBUA, COLABORE. VOCÊ TAMBÉM PODE! 2o ano – Ensino Fundamental

EXTRACURRICULAR

TALENTOS E HABILIDADESN

o dia 20 de setembro alguns jovens dos cursos extracurriculares participaram do Congresso Saber 2008. Com o tema “O saber da comu-

nidade construindo a comunidade do saber”, graças ao convite feito pelo Sindicato dos Estabelecimen-tos de Ensino no Estado de São Paulo, pudemos mostrar parte do talento de nossos alunos e alunas, relacionados à arte e à cultura.

Com os grupos de street dance, violão avançado e teatro – “Palhaços Graças a Deus” –, tivemos uma experiência diferenciada, pois sabíamos apenas que o público seria basicamente de educadores que es-tavam participando de palestras e cursos e nos as-sistiriam durante um intervalo. Assim como fomos para esse evento, voltamos a tempo de participar do Show de Talentos promovida pela APM do Colégio com os alunos de violão e as alunas de street dance.

Na semana anterior, a professora Rita Pisano e eu havíamos levado 30 alunos do “Palhaços” para assistir â peça teatral Hamlet, de Shakespeare.

E as atividades não param por aí. Vários grupos do Santa Maria participaram em setembro do Tor-neio da Primavera no Colégio Pio XII, com equipes de vôlei, futsal e futebol de campo, ginástica artística e balé. Também participamos do torneio de ginásti-ca artística da prefeitura de Osasco, e alunos de judô foram ao Festival no Clube Monte Líbano.

Ufa! Tanta energia tem trazido uma satisfação enorme para os alunos do Colégio, que são incenti-vados a aprimorar suas habilidades e talentos. Pos-so perceber o crescimento das alunas de vôlei, por exemplo, ou o quanto o grupo de street dance tem melhorado a cada ano. Gradativamente, a habilida-de musical dos alunos de violão vai se desenvolven-do, principalmente quando aprendem o repertório oferecido pelo professor Alessandro.

Não basta apenas saber tocar, dançar, jogar. O trabalho desenvolvido nos cursos extracurriculares vai além, pois os alunos têm o privilégio de escolher práticas com as quais se identifi cam e participam de

um processo de aprendizagem personalizado, em que tanto o trabalho em grupo quanto o desem-penho individual são relevantes para um resultado satisfatório. Ao sair do Colégio para jogar, participar de um festival ou assistir a uma peça teatral, vemos o respeito presente na postura de todos, conscientes de que representam o Santa Maria.

Só posso agradecer o esforço de todos pelas pernas e braços que doeram de tanto dançar, subir nas paralelas, virar estrelas, fazer os aéreos de circo, fi car na ponta das sapatilhas, decorar as coreografi as. As noites em claro que foram passadas para decorar textos, os dedos dolo-ridos que fi caram com bolhas e calos no violão, tantas repetições até pronunciar as palavras corretamente em inglês e aprender as letras de músicas, sem esquecer toda a exigência e o incentivo dos professores.

Sei o quanto se empenham e são dedicados esses alunos e alunas que levam o nome do Santa Maria a tantos lugares. E posso afi rmar o quanto é grati-fi cante trabalhar e conviver com eles no dia-a-dia. Apesar de todas as transformações que ocorrem no mundo, de tanta falta de solidariedade, de compai-xão e de afeto, é muito bom acreditar na educação e no que oferecemos às nossas crianças e aos jovens. Sabemos que, de alguma maneira, muitas dessas vi-vências e oportunidades fortalecerão o que já são e o que estão construindo de bom para o futuro.

Adriana Tiziani, coordenadora dos cursos Extracurriculares

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CONTRIBUA, COLABORE. VOCÊ TAMBÉM PODE! 2o ano – Ensino Fundamental

O destaque nesta edição é o Boletim Santa Coleta do 2o ano do Ensino Fundamental, idealizado e realizado com muito capricho, nos mínimos detalhes. Há muito a aprender com esses conselhos tão importantes em sua simplicidade.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: BOLETIM SANTA COLETA

BOLETIM INFORMATIVO SANTA COLETA – NO 74

SÃO CINCO ERRES,

NÃO ERRE!FATO: UMA PESSOA GERA, EM MÉDIA, 800 GRAMAS DE LIXO POR DIA.

Reduzindo a produção de resíduos, reduzimos, conseqüentemente, a emissão de CO2 (grande vilão do efeito estufa) e assumimos nosso papel de agentes de preservação ambiental, pois iniciativas individuais e aparentemente simples também se refl etem no meio ambiente e na sociedade.

REDUZIRColoque nome em tudo o que é seu. Confi ra e organize seus materiais diariamente.

“Faz um tempão que eu não perco nada. Tudo o que é meu tem nome, e eu me esforço para ser organizada.” Maria Fernanda DʼAngelo Marolla – 2º B

REUTILIZAR Reutilize embalagens sempre que possível. Errou o desenho? Vire a folha.

“Eu contei para minha mãe que usar na lixeira a sacolinha que vem do supermercado é uma forma de reaproveitar e colaborar com a vida no planeta.” Udine Ramos Mendes Neto – 2º B

RECICLAR Traga os materiais recicláveis para depositar nas lixeiras da coletaseletiva. A cooperativa fará o restante.

“Lá na minha casa, todo o lixo reciclável é separado e eu o trago para colocar nas lixeiras da reciclagem aqui na escola.” Giuliana de Oliveira Pinheiro – 2º B

REPENSAR O que parece não ter mais utilidade pode ganhar novos usos.

“Eu separei latinhas e garrafas PET e fi z um robô. Foi muito divertido!” Isabella de Carvalho Alves – 2º B

RECUSARHabitue-se a consumir o que é realmente necessário.

“Eu me esforço para não comprar coisas que já tenho e, assim, ajudo meus pais e o planeta.” Gabriel Dauer Lopes de Oliveira – 2º B

Telha feita com tubos de pasta de dente

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