a ciência cabalística - lenain

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A CINCIA CABALSTICALenain

Martins Fontes S o r i r a f iu Gifmm Hntiga

A CINCIA CABALSTICALenain

Martins Fontesfifonritor las Giftrcu H n t i p

NDICE

Prefcio

XI

CAPTULO IDo nome de Deus e seus atributos 1

CAPTULO IIDa origem dos nomes divinos, seus atributos e suas influncias sobre o universo 7

CAPTULO IIIQue contm a explicao dos 72 atributos de Deus e dos 72 anjos que reinam sobre o universo e.cercam o trono do grande Jehovah.. 17 25

CAPTULO IVPrimeira Tabela CabalsticaQue indica os nomes dos 72 gnios, com seus atributos; os 72 primeiros povos da terra que estavam sob suas influncias; e os nomes que os povos do a Deus, todos compostos por quatro letras.

Segunda Tabela CabalsticaQue indica as influncias dos 72 gnios que governam as 72 partes da terra, da esfera e de todo o universo. D a conhecer o gnio que exerce domnio sobre o fsico.

28

Terceira Tabela CabalsticaQue indica as cinco revolues dos 72 gnios sobre os dias, e que d a conhecer o Gnio que domina a moral do homem.

31

Quarta Tabela CabalsticaContendo a revoluo dos 72 gnios que efetuada durante as 24 horas; d a conhecer o Gnio que domina a alma e o esprito do homem.

34

Procedimento para conhecer seu prprio Gnio e o da pessoa para quem se faz o pedido

36 37 39 43 75

CAPTULO VExplicao do Calendrio Sagrado Quadro das influncias dos planetas sobre a esfera, contendo a diviso do zodaco em 36 partes iguais, com os nomes dos gnios correspondentes a cada dcada, conforme o sistema dos gregos ...

CAPTULO VIQue explica as influncias dos 72 gnios, seus atributos e seus mistrios

CAPTULO VIIExplicao dos Gnios da terceira classe e seus mistrios

CAPTULO VIIIContendo a Astrologia Cabalstica com as influncias favorveis para compor os talisms dos Gnios Tabela dos CiclosQue indica os planetas que correspondem aos sete quaternrios, aos sete dias da semana, e s vinte e oito casas da Lua.

85 89 91 94 98 99

Tabela das 28 Casas da LuaContendo os nomes divinos que se referem s 22 letras hebraicas, segundo o sistema de Kircher, com os nomes dos Gnios correspondentes aos 12 signos do zodaco.

Distribuio dos PlanetasDurante as doze horas do dia e da noite.

Explicao dos quatro Tringulos Exaltaes dos Planetas e da poca em que se processam

CAPTULO IXContendo a explicao das influncias favorveis para compor os talisms Descrio das influncias favorveis para compor os talisms e operar nos ritos misteriosos 105 109

CAPTULO XContendo a etimologia do nome Jehovah, com a explicao dos 12 havioth, desse nome misterioso 113

ORDEM CABALSTICA DA ROSA f CRUZ

Nenhuma publicao poderia ser to propcia ao progresso dos estudos cabalsticos como a reedio do rarssimo opsculo de Lenain. Como todo trabalho realmente inicitico, este pequeno volume o ponto de partida para proveitosas meditaes. A Cabala s pode ser estudada efetivamente atravs de um duplo mtodo. Os livros e os manuscritos servem apenas como ponto de partida. A meditao e a assistncia do plano invisvel podem sozinhas fazer o resto. Desejo que a leitura da obra de Lenain estimule inteligncias a prosseguirem nesse estudo, lendo Stanislas de Guaita, Saint-Yves d'Alveydre, e em seguida Lacuria e Fabre d'01ivet. O leitor poder depois abordar obras originais como o Zohar, reeditado por Lajuma, e o Sepher Ietzirah, ao qual j consagrei alguns estudos.

Entretanto, no seria demais repetir que, sem a assistncia do plano invisvel, nenhum progresso real pode ser alcanado nesses estudos. Os editores desta publicao merecem, portanto, ser encorajados e eu lhes envio, em nome da Ordem Cabalstica da Rosa + Cruz, as nossas felicitaes. Pela direo da Ordem, Dr. Papus Gro-Mestre da Ordem Cabalstica da Rosa + Cruz

A CINCIA CABALSTICA ou A ARTE DE CONHECER OS BONS GNIOSQue influem sobre o destino dos homens, com a explicao de seus talisms e caracteres misteriosos, e a verdadeira maneira de confeccion-los, segundo a doutrina dos antigos Magos Egpcios, rabes e Caldeus, coligida a partir dos mais clebres autores que escreveram sobre as Altas Cincias. DEDICADA AOS AMANTES DA VERDADE, Por LENAINDesce do alto dos cus, augusta Verdade, esparge sobre meus escritos tua fora e tua luminosidade. Voltaire

Em AMIENS,Ha casa do Autor, no Gabinete de leitura, praa Saint-Firmin, N.I.

1823.

PREFCIO

O objetivo desta obra trazer ao conhecimento do pblico os fundamentos da Magia, a fim de que cada um possa ter uma idia justa sobre esse assunto, visto que a ignorncia deturpa tudo o que no conhece. Esta obra no pode ser confundida com Le Petit-Albert1, Le Dragon Rouge e tantas outras rapsdias que no merecem ser citadas. Ela fruto de um trabalho a partir do qual meditei longamente procura de uma Cincia que estava perdida na noite dos tempos. Com efeito, o pouco que nos resta dos antigos s encontrado em fragmentos inseridos em algumas obras raras, das quais a maioria no foi impressa. Em geral, os autores que trataram do assunto escreveram de forma obscura e to abstrata, que impossvel compreend-las, a menos que se tenha a chave dessas obras. Limitei-me a escrever o mais clara e simplesmente possvel, de modo que todos os leitores compreendero; esta obra, alm disso, classica em sua maneira de ser, se que posso usar essa expresso. Por outro lado, j adverti que todos os que escreveram sobre as Cincias Ocultas velaram os seus escritos, uns atravs de enigmas, outros atravs de smbolos e emblemas; e outros, ainda, serviram-se das fbulas da Mitologia2 para ocultar os mistrios aos profanos, de maneira que os segredos s fossem conhecidos pelos adeptos.1. Ver " O Grande e o Pequeno Alberto", Coleo Esfinge Edies Setenta 1977 Lisboa. (N.T.) 2. Os que desejarem conhecer a explicao mstica das fbulas dos Antigos e os mistrios de todas as Religies, devem recorrer a Origine des cultes, de Dupuis. Atendo-se leitura dessa obra, chega-se sem maiores dificuldades a descobrir todos os mistrios secretos das Cincias Ocultas, ainda que eu no compartilhe, sob outros aspectos, dos sistemas de Dupuis.

XI

No prometo coisas impossveis; quero apenas discorrer sobre a Cincia dos antigos Magos Egpcios, Caldeus, rabes, etc. Enfim, o fruto de minhas pesquisas e viglias conduziu-me ao conhecimento dos BONS GNIOS. Dediquei-me, particularmente, a conhecer suas influncias, suas qualidades elementares, as diversas partes da esfera que presidem, com suas revolues sobre os dias e as horas, seus talisms misteriosos que recolhi, com todo o desvelo, dos mais raros manuscritos, assim como sua explicao e maneira de comp-los para que se tornem favorveis a quem os invoca. Em vista disso, coloquei-os ordenadamente na esfera cabalstica. Com o auxlio dessas tbuas, vem-se os dias e as horas que os Gnios dominam; de forma que, para conhecer-se o Gnio de uma pessoa, suficiente saber o dia e a hora de seu nascimento. Em seguida, se se procurar o dia e a hora nas tabelas citadas, encontrar-se- o nome do Gnio da pessoa, a influncia que tem sobre o seu bom e mau destino. Eis aqui, leitor, o produto de minhas pesquisas; desejo que elas lhe sejam favorveis.

XII

1CAPTUL0 I[

Do nome de Deus e seus atributos

Os cabalistas exprimem o nome de Deus atravs de uma s letra chamada iod, assim representada 1 ; ela forma a dcima letra hebraica e corresponde igualmente ao nmero 10. A unidade desse nmero representa o primeiro princpio; o zero um sinal hieroglfico que forma o emblema do mundo. 1 A primeira proporo do compasso, isto , a primeira figura geomtrica, d por resultado o nmero 10. preciso, necessariamente, apoiar-se sobre um ponto, sem o qual no se pode operar; prolongando-se esse ponto tem-se uma linha; prolongando-se essa linha, obtm-se uma superfcie, e, percorrendo-se esta superfcie, tem-se uma figura com a mesma forma do zero. O ponto de centro forma a unidade que o nmero 1; o valor desses dois algarismos 10, smbolo de Deus e do universo.2 Desde um ponto at o nmero 1, etc., tudo existe; e alm do nmero 1, e da forma de um ponto, o infinito comea... Mas antes do infinito, antes do nmero 1 e antes da forma de um ponto, nada existe. Conseqentemente, nada o princpio de toda coisa, e a partir dele Deus criou tudo o que existe no universo.1. Os primeiros egpcios adoravam o Ser Supremo, representado por um ponto imperceptvel no centro de um crculo. Os adeptos dividem em dez graus todas as cincias sacerdotais e manicas, o que significa ser necessrio passar por dez trabalhos diferentes antes de penetrar no santurio da natureza. Somente aps. se ter adquirido os dez graus de conhecimento que se chega perfeio da grande obra. 2. por essa razo que os sbios pronunciam sempre Deus, etc., em suas preces; o o, antes de qualquer coisa, deve ser pronunciado aspirado.

3

Os magos representam os trs principais atributos da divindade atravs da letra iod, repetida trs vezes, em forma de tringulo, encerrada em um crculo.3 O primeiro atributo o tempo, smbolo da eternidade. o emblema do Pai Eterno que se divide em trs partes, a saber: o passado, o presente e o futuro. O segundo o espao, que representa o infinito, e divide-se em longitude e latitude; o smbolo da cruz e do Cristo. O terceiro a matria, que se divide e se subdivide infinitamente atravs do movimento perptuo e universal, smbolo do esprito eterno, que a alma do mundo ou o Esprito Santo. Tudo o que existe na natureza passa por esse tringulo mstico, o que significa que tudo cresce, se destri e se reproduz. 4 O grande nome de Deus, adorado por todos os sbios filsofos do universo, denominado Jehovah H1T : esse nome sagrado conhecido por todos os sbios e composto de quatro letras hebraicas. Os antigos sbios e os primeiros fundadores das naes do mundo escreveram esse nome, cada um em sua lngua, com quatro letras, e todos esses nomes divinos designam os diferentes atributos da Divindade; eles correspondem ao grande nome quaternrio que preside a terra 5 , aos quatro pontos cardeais, aos quatro elementos e s quatro estaes que a cruz representa. A letra inicial iod , do nome Jehovah m r r , exprime o Pai ou a primeira pessoa, os dois he H H simbolizam as duas naturezas do Filho, ao mesmo tempo agente e paciente, e a letra vau 1, que as une, representa o Esprito Santo, o Rouach Elohim, isto , o esprito de Deus que ordenou o caos. Segundo Voltaire6, "apenas na Frana se pronuncia Jehovah, quando se deve pronunciar (ieve); assim que se acha escrito no Sanchoniaton. No Oriente, esse nome sagrado comps-se de quatro vogais i, e, o, u\ uns pronunciavam ieoh, aspirando ieova, outrosyeaou; era preciso que tivesse' sempre quatro letras, ainda que coloquemos cinco devido impossibilidade de exprimir os quatro caracteres". Acrescenta ainda, segundo a narrao de Clment d'Alexandrie, que, "captando-se a verdadeira pronncia desse nome, poder-se-ia matar3. Essas trs letras tm estreita relao com os trs pontos manicos colocados no esquadro; o padre Kircher fala, sabiamente, a esse respeito em sua obra intitulada O Edipus Egyptiacus, t ' m o 2?, pgs. 24,106e287. 4. A Histria ' igrada apresenta-nos trs eventos maiores, que devem chamar a ateno dos sbios:.primeiramente, a criao de onde veio a gerao dos seres; em seguida o dilvio que foi a sua destruio, e a redeno pelo Cristo, regenerador do gnero humano. 5: As divindades celestes so invocadas pelo nmero trs, e as que presidem a Terra pelo nmero quatro. 6. Voltaire, dicionrio filosfico, ver o vocbulo Jehovah.

4

um homem. Clment cita um exemplo". E em outra passagem que "os judeus no pronunciam esse nome h muito tempo, ele era comum aos Fencios e Egpcios. Significava o que , e provavelmente da advenha a inscrio de sis: Eu sou tudo o que ''. Os cabalistas hebreus dizem que Deus comunicou a Moiss a verdadeira pronncia de seu nome inefvel, sobre o Monte Sinai, com todos os principais mistrios da lei; desde ento, esse nome foi, cuidadosamente, ocultado por Moiss nas dobras do forro das vestes sacerdotais. Segundo Kircher7, somente o grande sacerdote tinha o direito de pronunci-lo por esses caracteres, uma s vez na semana8. Outros dizem "que o grande sacerdote o proferia no templo uma s vez ao ano, no dia dez do ms thishri (setembro)9, dia de jejum e de expiao; nessa ocasio Jehovah era dito Schemhammephorasch ttHIEnttSJ , que significa nome bem pronunciado e explicado; porm recomendava-se ao povo que fizesse muito barulho durante essa cerimnia, a fim de que o nome sagrado s fosse ouvido por aqueles que tivessem direito a ouvi-lo, pois, dizem os judeus, qualquer outro que o ouvisse seria acometido de morte repentina". Para os filsofos modernos, o nome de Jehovah designa a palavra universal10, ou eu sou aquele que . Outros, o chamam o Deus triplo e gerador, porque todos os outros nomes divinos procedem dele, e nele est contida a essncia da divindade. Os adeptos e os cabalistas assim representam o tetragrama Jehovah:"

Encerram os caracteres sagrados em um tringulo ou delta, e a decomposio desse nome resulta em outros trs nomes que so dados s trs pessoas da Santssima Trindade. (Ver o talism do frontispcio.) Eis aqui as explicaes sobre esses caracteres msticos e simblicos.7. Kircher, OEdipus Egyptiacus, tomo 2?, captulo 2. 8. Ver o Thuileur des 33 degrs de l'Ecossisme, pg. 92, in-8, e d k o 1813. Em Paris, livraria Delaunay, Palais-Royal. 9. Segundo outros, ms de maro. 10. Observaes sobre a palavra universal ou Jehovah, impressa em Paris, em 1804; pela viva Nyon, rua do Jardinet. 11. Ver o grande calendrio mgico de Tycho-Brah. ( encontrado, tambm, no Cobridor escocs.)

5

A primeira letra do tringulo chama-se iod ; o nome do Deus de Abrao e exprime o Deus vivo. Essa letra atribuda a Deus-pai, primeira pessoa e causa primeira que produz e no produzida. As outras pessoas emanam dele, porque ele o princpio primeiro de tudo o que existe e no h outro princpio alm dele mesmo. O segundo nome composto de duas letras, iT , que correspondem a iah (Deus); o nome do Deus de Isaac, o qual significa: verdadeiro Deus. atribudo ao Filho, segunda pessoa, produzida e engendrada, cuja faculdade a de produzir.12 O terceiro nome composto de trs letras, IH?, que correspondem a iaho, nome do Deus de Jac, o qual significa Deus Santo. atribudo ao Esprito Santo. Essas trs pessoas formam o trplice tringulo13, smbolo da unio hiposttica a qual constitui a unidade e a identidade da essncia divina, e foi comunicada exclusivamente a cada pessoa ou natureza. O Esprito Santo foi produzido pelo Pai e o Filho nada produz, porm emana de todas as coisa criadas pelas duas pessoas. O quarto nome compe-se de quatro letras mH" e encerra em si todos os mistrios da sabedoria; eis por que os cabalistas chamam o tringulo mstico de o selo do Deus vivo. Observe-se, ainda, que a decomposio deste nome faz retornar ao Nmero 10.

12. O profeta Isaas (cap. 7, v.4) quis expressar a dupla natureza do filho de Deus e a unio hiposttica do Verbo com a natureza humana, isto , o filho de Maria, pelo nome Emmanuel (nobiscum Deus), que significa Deus conosco. So Mateus d igualmente este nome a Jesus (cap. l?i v. 23). Os telogos explicam a expresso nobiscum Deus, por Deus homem ou composto tendrico. 13. O trplice tringulo corresponde ao nmero 9. A unidade do centro um e forma o nmero 10. Encerra em si vrios mistrios... Motivos relevantes impedem-me de falar mais... Abro a porta do santurio, cabe a voc entrar. A Sagrada Escritura ensina-nos o mesmo atravs das seguintes parbolas: Procurai e achareis; pedi e recebereis; batei e se vos abrir.

6

] CAPTULO IH

Da origem dos nomes divinos, seus atributos e suas influncias sobre o universo

Deus criou todas as coisas com peso, nmero e medida; por essa razo, os magos e os sbios filsofos afirmam que todos os seres dele receberam um atributo. A partir disso, estabelecem como princpio que cada nmero contm um mistrio e um atributo relacionado com uma divindade ou uma inteligncia qualquer. Em seguida, deduzem, como conseqncia, que tudo o que existe na natureza forma um encadeamento de causas e efeitos que se multiplicam infinitamente, e cada uma das causas relaciona-se sempre com um nmero determinado. Compete apenas a Deus conhecer essas relaes e infinidade. Os antigos rabinos, os filsofos e os cabalistas explicam, segundo seus sistemas, a ordem, a harmonia e as influncias dos cus sobre o mundo, atravs das vinte e duas letras hebraicas que compem o alfabeto mstico dos hebreus.1 Eis aqui a explicao dos mistrios que esse alfabeto encerra. Da letra aleph, fc, at a letra iod, ' , designado o mundo invisvel, isto , o mundo anglico, composto por inteligncias soberanas que recebem as influncias da primeira luz eterna, atribuda ao Pai, do qual tudo emana. Da letra caph, 2 , at a letra tsade, , so designadas as diferentes ordens de anjos que habitam o mundo visvel, isto , o mundo astrol1. Ver OEdipus Egyptiacus, de Kircher, tomo 2, pg. 125. Ver tambm a obra intitulada L'Ombre idale de la sagesse universelle, Padre Franois Marie; prancha 6?, edio de 1679.

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gico, atribudo ao Filho, que indica a divina sabedoria que criou essa infinidade de globos existentes na imensido do espao. Cada um deles est sob a proteo de uma inteligncia especialmente encarregada pelo criador de conserv-los e mant-los em suas orbes, a fim de que nenhum astro possa perturbar a ordem e a harmonia estabelecidas. A partir da letra tsade, , at a ltima, denominada thau, J"l , designado o mundo elementar atribudo, pelos filsofos, ao Esprito Santo. o soberano Ser dos seres que d a alma e a vida a todas as criaturas. Na esfera dos elementos reina a ordem dos anjos que influem sobre o destino dos homens. Eles prevalecem sobre todos os seres animados e so igualmente encarregados de manter as geraes e de multiplicar, infinitamente, as diferentes espcies de criaturas. Explicarei separadamente as vinte e duas letras hebraicas, com os atributos dos nomes divinos e das inteligncias correspondentes a cada uma delas. Conforme o sistema dos cabalistas, X aleph, primeira letra de todos os alfabetos, corresponde ao primeiro nome de Deus, Eheieh iTHX , interpretado como essncia divina. Os cabalistas chamam-no de aquele que a vista jamais viu, porque est muito acima da mais sublime elevao, at mesmo acima dos serafins. Reside no mundo chamado (ain-soph ^ID^p&S), que significa o infinito. Seu atributo chama-se Kether "lf"0, traduzido como coroa ou diadema. Tem domnio sobre os anjos, chamados pelos hebreus de haioth-hakodesch t P T l p T n T H , isto , os animais da santidade. Forma o primeiro coro de anjos, os serafins CC-ltP2. A segunda letra chama-se beth, 3 . O segundo nome divino3 correspondente a essa letra bachour 11113 (electus juvenis). Ele designa os anjos de segunda ordem, chamados pelos Hebreus ofanim Q^jDIN , isto , as formas ou as rodas, a que os ortodoxos do o nome de querubins 'OIUD ; atravs de seu ministrio que Jehovah n i i T desfez o caos; sua numerao chama-se Hochmah, HDSn , que significa sabedoria. A terceira letra chamada guimel, J . Corresponde ao nome gadol, (magnus), que significa grande. Designa os anjos de terceira ordem, que os hebreus chamam aralim D v I N , isto , os anjos grandes e fortes. Os cabalistas denominam-os tronos, terceiro coro de anjos. E por seu ministrio que Deus, Tetragrammaton-Elohim, mantm a forma da matria fluida. Sua numerao chamada Binah H ^ D , que significa providncia e inteligncia. Daleth, quarta letra, T , representa o nome Dagoul T I j I (insignis)\ corresponde tambm aos anjos de quarta ordem, que os hebreus cha2. Agrippa d a explicao sobre os nove coros dos anjos, mas no explica os trs mundos; a este respeito ver o terceiro livro de sua "Philosophie Occulre". 3. Os vinte e dois nomes de Deus, correspondentes s vinte e duas letras hebraicas, encontram-se no Cobridor dos trinta e trs graus do Escocismo, p. 94 e 95.

10

mam hashmalim D ^ O t W I , isto , as dominaes que formam o quarto coro de anjos. por seu ministrio que Deus, El ^fc , representa as imagens de corpos e todas as diversas formas da matria. Seu atributo chama-se Chesed I D i l e significa clemncia e bondade. A quinta letra he, H , de onde vem o nome hadour "VHI7 {formosus, majestuosus), e significa a majestade de Deus-, designa a quinta ordem, denominada pelos hebreus serafins C B I t P , e, segundo os cabalistas, o coro das potncias. por seu ministrio que Deus, ElohimGibor T O T - D T ! ^ , produz os elementos; sua numerao chamada Pechad IPIS , e significa temor e julgamento. Os cabalistas colocam-na esquerda de Deus. Seu atributo Geburah, TTDJ , e significa fora e potncia. Vau, sexta letra, 1, forma o nome vezio Tfl {cum splendore). Designa a sexta ordem de anjos, chamada pelos hebreus malakim 'VDX^.t , isto , o coro das virtudes. por seu ministrio que Deus, Eloah-Vedahath n n v m ^ t ? , produz os metais e tudo o que existe no reino mineral. Seu atributo Tiphereth r H i B T l , que significa beleza, sol, esplendor. Zain, f, stima letra, d origem ao nome Zakai 'Dt(purus, mundus) e corresponde aos anjos de stima ordem, denominados pelos cabalistas filhos de Elohim e, segundo os ortodoxos, so principalidades. por seu ministrio que Deus, Tetragrammaton-Sabaoth, cria as plantas e tudo o que existe no reino vegetal. Seu atributo Netzah H2f J , que significa triunfo e justia. A oitava letra chamada heth H e designa o nome Hasid TDH (misericors). Corresponde aos anjos da oitava ordem, chamados pelos hebreus Beni-Elohim isto , filhos dos Deuses4, e, segundo os ortodoxos, o coro dos arcanjos. por seu ministrio que Deus, Elohim-Sabaoth, produz os animais e tudo o que existe no reino animal... Seu atributo chama-se hod, "TlT, e significa louvor. A nona letra teth, 3 . Corresponde ao nome tehor "lin- (mundus, purus) e aos anjos da nona ordem, isto , o nono coro dos anjos, os quais presidem o nascimento dos homens e lhes inspiram todas as luzes necessrias para sua conduo vida eterna. por seu ministrio que Shadai e Elhai, VI^N-^TtP, enviam anjos guardies aos homens. Ela designa o Deus todo-poderoso que contenta a todos. Seu atributo chama-se lesod, "flC*, e significa fundamento. A dcima letra denomina-se iod, ' , origem do nome Iah, T(Deus), e significa Deus. Designa a dcima numerao, chamada pelos hebreus Adonai-Melech , interpretada como Deus-Rei. Seus atributos so o reino, o imprio e o templo de Deus; age pela ordem anmica das almas bem-aventuradas, chamadas pelos hebreus Ischim C t E ^ i , isto , heris, homens fortes e bem-aventurados. Esto abaixo das outras hierarquias... por seu ministrio que os homens recebem a inteligncia,4. Esse nome corresponde a Mercrio, mensageiro dos deuses.

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a capacidade de trabalho e o conhecimento das coisas divinas. Aqui termina o mundo anglico. A dcima primeira letra chama-se caph, 2 , e d origem ao nome Kabir T 3 3 (potens), isto , poderoso. Designa o primeiro cu, primeiro mbile, chamado pelos hebreus Elshadai O primeiro mbile corresponde ao nome de Deus, Iod, expresso por uma s letra 1 , que significa a causa primeira, a qual pe tudo o que mvel em movimento. A primeira inteligncia soberana, que governa o primeiro mbile, isto , o primeiro cu do mundo astrolgico, atribudo segunda pessoa da Trindade, chama-se Mittatron P"1133E. Seu atributo o prncipe das faces. Tem a misso de introduzir todos aqueles que devem comparecer perante a face do grande Deus. Sob suas ordens est o prncipe Oriphel, com uma infinidade de inteligncias subalternas. Os cabalistas afirmam ter sido atravs do ministrio de Mittatron que Deus falou a Moiss e tambm, atravs dele, que todas as potncias inferiores do mundo sensvel recebem as virtudes de Deus.5 Caph, letra final, "], corresponde aos dois grandes nomes de Deus, sendo cada um composto por duas letras hebraicas, EL , IAH T. Exercem domnio sobre as inteligncias de segunda ordem que governam o cu das estrelas fixas, notadamente os doze signos do Zodaco, a que os hebreus chamam galgol-hammaziloth m ^ V ^ S ! " ! - ^ ^ . A inteligncia do segundo cu denominada Raziel ^fc^lH . Seu atributo significa viso de Deus e mensageiro de Deus. Abaixo de Raziel esto os prncipes Magriel, Tsaphiel e Matmoniel. Raziel, segundo os cabalistas, foi o mestre de Ado 6 e recebeu as influncias de Deus por intermdio de Mittatron, para transmiti-las s potncias da terceira ordem. Lamed 9 , dcima segunda letra, d origem ao nome Limmud (idoctus) que corresponde ao nome Saday "HtP ou Schaddai (omnipotens), nome de Deus em trs letras, chamado emblema do delta. Tem domnio sobre o terceiro cu e sobre as inteligncias da terceira ordem que gover5. Os sbios filsofos dizem que a luz do Verbo foi recebida pelas mais altas e primeiras inteligncias e transmitida, por elas, s hierarquias inferiores, de ordem em ordem e de grau em grau. Ver La science du christ e de l'homme, tomo 1?, pg. 42, edio de 1810. 6. O rabino Abraham-Ben-Diot afirma que todos os primeiros patriarcas, profetas e sbios filsofos tinham anjos que lhes eram familiares. Segundo ele, Raziel era o anjo de Ado, o anjo Peel comunicava-se com Isaac e Jacob; Gabriel com Jos, Josu e Daniel; Mittatron com Moiss, Maltiel com Elias; Rafael com o jovem Tobias; Carniel com David; Phadal com Manne; Cernel com Cinez; Hasmal com Ezchiel; Uoriel com Esdras; Mikael com Samul; e Radiei com Salomo. O mesmo rabino acrescenta que cada um desses anjos deu a seu discpulo, seja por escrito ou de viva-voz, a cabala, que a tradio, que desse modo conservou-se sempre entre os sbios. Assim, Raziel, mestre de Ado, trouxe-lhe, da parte de Deus, um livro que continha os segredos de uma sabedoria sublime, do qual fala o Zohar.

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nam a esfera de Saturno, primeiro planeta chamado estrela errante, designado pelos hebreus ^N^Dt^ Schebtai.7 Sua inteligncia particular chama-se Schebtael. Seu atributo significa contemplao de Deus, verdade de Deus ou Deus oculto. Abaixo dele esto os prncipes Zaphkiel, Uriel, Cassiel e Agiel. Os cabalistas afirmam ter sido Zaphkiel o mestre de No, e Uriel, o de Esdras. Segundo Kircher8, Schebtael recebe as influncias de Deus por intermdio de Raziel, para transmiti-las s potncias inferiores. A dcima terceira letra chama-se mem, Q , de onde vem o nome meborak (benedictus), isto , Deus abenoado. Corresponde ao quarto cu e ao quarto nome Jehovah m n \ Exerce domnio sobre a esfera de Jpiter, chamado pelos hebreus Tsedek, plHT. A inteligncia soberana que governa a estrela de Jpiter chama-se Tsadkiel, mestre de Abraham. Johphiel foi mestre de Sem. Tsadkiel recebe as influncias de Deus por intermdio de Schebtael, para transmiti-las s inteligncias de quinta ordem. Mem, letra final , corresponde ao quinto cu e ao quinto nome de Deus, Jehoschouah ITltPIT, composto de cinco letras, santo nome de Jesus, em Hebraico. Exerce domnio sobre a esfera de Marte, chamada pelos hebreus maadim A inteligncia soberana que governa a estrela de Marte denomina-se Camael, , mestre de Sanso. Os cabalistas do-lhe inmeros atributos: fogo de Deus, punio de Deus, auxlio e fora de Deus. Tem muitos prncipes sob suas ordens; os principais so Samael e Graphiel. Camael encarregado de receber as influncias de Deus por intermdio de Tsadkiel, para transmiti-las s inteligncias da sexta ordem. Num, J , dcima quarta letra, forma o nome nora i O l i (formidabiles), que significa, Deus Formidvel. Essa letra corresponde tambm ao nome Emmanuel 7N1JD2J (nobiscum Deus) e ao sexto nome de Deus El-Gibor compostos cada um por seis letras, cujo significado Deus forte. Ambos dominam o sexto cu, que o do sol, chamado pelos hebreus Schemesch . A primeira inteligncia soberana que governa o sol chamada Raphal Seu atributo significa casa de Deus. Tem sob suas ordens os prncipes Peliel, Nachiel, Eaphuel e Tardiel. Os cabalistas dizem que Raphal foi o mestre de Isaac e do jovem Tobias, e o anjo Paliei, o de Jacob. Raphal recebe as influncias e as virtudes de Deus por intermdio de Camael, para transmiti-las, em seguida, s inteligncias da nona ordem.7. Dupuis d a relao dos nomes das estrelas, segundo os hebreus e os rabes, em "L'Origine des Cultes", tomo 7?, pg. 151. 8. Kircher, "OEdipusEgypliacus", tomo 2?, pgs. 225 e 226. 9. Entre os cabalistas existe discordncia sobre a inteligncia do sol; uns dizem que Raphal governa a esfera de Mercrio e que Mikael, o sol; entretanto, os autores mais clebres consideram Raphal como a inteligncia do sol.

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Nun, letra final j*, refere-se ao stimo nome de Deus, Ararita NfYHKliS , composto por sete letras. Significa Deus imutvel e exerce domnio sobre o stimo cu e sobre as inteligncias da stima ordem que governam a esfera de Vnus, chamada pelos hebreus Nogah, A primeira inteligncia soberana que governa a estrela de Vnus Haniel ; os cabalistas consagram-lhe diferentes atributos: amor de Deus, justia de Deus e graa de Deus-, tem sob suas ordens os prncipes Cerviel e Hagiel. Os sbios filsofos afirmam que Cerviel era o mestre de David. Haniel recebe as influncias de Deus por intermdio de Raphal, para transmiti-las s inteligncias da oitava ordem. A dcima quinta letra denominada Samech, D , de onde vem o nome Somek, "]!21D , (fulciens, firmans). Tambm corresponde ao oitavo nome de Deus, Schemhammephorasch, tSHlBinOl^, composto de oito letras. Os cabalistas chamam-no Deus santo, justo e terrvel. Exerce domnio sobre o oitavo cu, denominado pelos hebreus Cocab 3 3 1 3 , isto , estrela de Mercrio. A inteligncia que a governa Mikael ^ f c O ^ , e foi o mestre de Salomo e de Samuel. Sob suas ordens est o prncipe Tiriel. Recebe a fora de Deus por intermdio de Raphal, para transmiti-la aos anjos da nona ordem. Hain, 13 , dcima sexta letra, d origem ao nome Hazaz, , (fortis), que significa Deus forte. Corresponde aos nomes Jehovah-Tsebaoth, nil>$3!"nirP . Tem domnio sobre o nono cu, chamado pelos hebreus Iareach, f l T e pelos rabes Ianeah, a lua. A inteligncia que a governa se chama Gabriel, ^fc^^OS , mestre de Jos, Josu e Daniel. (Ver atrs, nota 6.) Gabriel recebe a fora de Deus por intermdio de Mikael, para transmiti-la s ordens inferiores que governam a terra e os elementos. Aqui termina o mundo astrolgico, veja a seguir o terceiro mundo, isto , o mundo elementar atribudo ao Esprito Santo. A dcima stima letra ph, E , corresponde ao dcimo oitavo nome, Phodeh, H I I E , (redemptor), que significa redentor-, a letra ph designa o fogo, primeiro elemento e lugar onde vivem as Salamandras.11 A inteligncia soberana que tem domnio sobre o fogo chamada pelos hebreus Serafim12 D^CltT; sob suas ordens esto os prncipes Mnalop e Arathon. Seus principais ministros ou chefes subalternos so Casmaran, Gargatel, Tabiel, Gaviel e Festativi. Cada seita tem nomes diferentes, porque a inteligncia do fogo chamada Milaim, segundo os magos;10. Ver "L'Origine des Cultes", de Dupuis, tomo 7, pg. 161. 11. Ver o Conde de Gabalis ou Entretiens, sobre as cincis secretas e misteriosas, segundo os princpios dos antigos magos ou sbios cabailsts, ornado de figuras cabalsticas. A melhor edio a de Amsterdam, ano de 1700'; o autor desta obra o abade de Villars. 12. Calendrio mgico de Tycho-Brah, 4? srie; e Agrippa.

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Ptah ou Ardarel13, segundo os adeptos, e Nmiphtah14, segundo os egpcios. Phelmanin15, segundo os rabes; e Tascheter16 segundo os persas. As inteligncias do fogo presidem, no vero, o sul. Ph final, rl , designa o ar onde habitam s Silfos. A inteligncia soberana que governa esse elemento chamada, pelos hebreus, Querubim C D I I ^ ; ela tem sob suas ordens os prncipes Amadieh e Agiathon. Os principais chefes so chamados Talvi, Caracasa, Amatiel, Comisoros, Spugliguel e Amadai. As inteligncias do ar dominam, durante a primavera, o ocidente ou o oeste. A dcima oitava letra chama-se tsade, ' , de onde vem o nome Tsedek p*Tlf (justus), que significa Deus justo. Essa letra designa a gua onde habitam as Ninfas. A primeira inteligncia que domina esse elemento chamada pelos hebreus Tharshish, tS^tEHfi , e tem sob suas ordens os prncipes Emachiel e Bgud, e os chefes: Farias, Amabael, Ctarari, Altarib, Grnia, que dominam, durante o outono, o oeste ou o ocidente. A dcima nona letra Koph, p , d origem ao nome Kadosch tHp (sanctus), cujo significado Deus santo. Essa letra corresponde terra onde habitam os Gnomos. A inteligncia da terra chama-se Ariel e tem abaixo de si os prncipes Damalech, Taynor e Sayanon, e os chefes subalternos Ardarael, Tarquam, Guabarel, Torquaret e Rabianira. As inteligncias da terra presidem, no inverno, o norte. Resch, vigsima letra, 1 , d origem ao nome Rodeh T"R (imperans), isto , Deus que comanda. Essa letra atribuda ao primeiro princpio de Deus, o qual se refere ao reino animal e ao homem, primeiro de todos os animais, e o que mais se aproxima do Criador por sua inteligncia e seu esprito, j que Deus o criou sua imagem. Schin, vigsima primeira letra, , de onde provm o nome Schada 'Ttt' (omnipotens), cujo significado Deus todo-poderoso. Essa letra atribuda ao segundo princpio de Deus, aquele que d origem a todas as substncias vegetais. A vigsima segunda e ltima letra hebraica chama-se thau, ri , de onde vem o nome Thechinah HUnn (gratiosus), que significa Deus da Graa. Essa letra designa o terceiro princpio de Deus, o qual d origem a tudo que existe no reino mineral.13. Segundo o Cobrdor Escocs, pg. 201, os outros anjos dos elementos so denominados: Ardarel, Casmaran, Talliud e Furlac; a ltima prancha desta obra indica que o reino de Phthah eterno. 14. Os quatro anjos dos egpcios, segundo Kircher (OEdipus Egyptiacus, tomo 3?, pg. 55), so tambm chamados: Nemiphtath, Phrisphtah, Neimhisphtah, Niephtah. 15. Os rabes chamam-nos: Phelmanin, Phakmin, Liali, Beniac Kircher, OEdipus Egyptiacus, tomo2v, pg. 385. 16. Segundo os persas, os quatro anjos que presidem os quatro cantos do mundo e do cu esto estabelecidos como sentinelas para vigilncia das estrelas fixas e seus nomes so: Tascheter, Sarevis, Venant e Haflorang. Ver Zoroastro ou Zend-Avesta, tomo 2?, e Dupuis, L'Origine des Cultes, tomo 2?, pg. 93.

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Os cabalistas dizem que essa letra o smbolo do homem, porque designa o fim de tudo que existe, assim como o homem o fim e a perfeio de todas as criaturas. Eis em que consiste o alfabeto mstico dos hebreus. Aqui est a recapitulao com os nmeros, pois cada letra tem seu valor numrico, visto que no existiam outros algarismos. Primeiramente, dividem seu alfabeto em trs sries: 9. b 8. n 90. 900. r 80. c 7. r 70. r Primeira srie. 6. 5. 4. i n -T Segunda srie. 60. 50. 40. 30. D : D 5 Terceira srie. 600. 500. 400. a i n 300. ir 3. ; 20. 3 2. 2 10. * 100. 1. k

800. = 1

700.

f

200. i

p

Segundo o quadro acima, a primeira srie indica as unidades; a segunda, as dezenas; e a terceira, as centenas. As trs sries designam tambm os trs mundos j indicados. Eis aqui a trade mstica, smbolo da Santssima Trindade, que os antigos egpcios e caldeus cuidadosamente ocultaram dos profanos.

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3CAPTUL0 III [

Que contm a explicao dos 72 atributos de Deus e dos 12 anjos que reinam sobre o universo e cercam o trono do grande Jehovah

Deus, por ser a causa primeira de tudo que existe, a luz para a qual devem se dirigir todas as nossas aes, assim como os corpos celestes tendem em direo ao centro de seus turbilhes, e essa infinidade de turbilhes tendem, igualmente, para um centro comum1. Assim, o homem deve sempre voltar-se para Deus, sem nunca afastar-se, pois, sem Ele, tudo confuso e retorna ao caos; com Ele tudo fica em ordem e tudo participa de sua luz... Os antigos sbios eram conscientes dessas grandes verdades e foi seguindo esses preceitos que eles se tornaram iluminados pelo Esprito divino. Por essa razo afirmei, no captulo primeiro, que Seu santo nome encerra em Si todos os mistrios da sabedoria. Atravs de seu tringulo mstico, os cabalistas nos tm revelado Seus atributos e Seus mistrios.

O tetragrama Jehovah, assim representado, compe-se de 10 letras, da qual a primeira iod

^ i"P irr mir

10. 15. 2i. 26. ~72~

1. Essa idia levou alguns filsofos a afirmarem que Deus era o centro dos centros. preciso optar: ou voc cr nisso, ou no cr, se admitir a existncia de Deus, participar de todas as conseqncias da f... se no acreditar nisso, meu livro torna-se intil para voc.

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Seu valor numrico As duas letras seguintes iT do nome IAH somam . Depois as trs letras, 1!T do nome Iaho, somam ... E as quatro letras, m T do nome Jehovah somam Todos esses nmeros reunidos perfazem

10 15 26 7221

Desse total provm o nmero de 72 atributos de Deus e dos 72 anjos que cercam seu trono. Segundo o testemunho do Zohar, a escada que Jacob viu em sonho formada por 72 degraus, cujo cimo, colocado entre os raios do sol e da lua, perdia-se na imensido das moradas da Divindade. As influncias de Deus descem por essa escada e comunicam-se a todas as ordens das hierarquias celestes e a todas as criaturas do universo... Os 72 anjos presidem os 72 quinrios do cu, as 72 naes e as 72 partes do corpo humano 2 . A Sagrada Escritura nos ensina que Jesus-Cristo escolheu, alm dos doze apstolos, 72 discpulos, que foram enviados a todas as partes do mundo para anunciar a palavra de Deus s naes3. Havia tambm 72 ancios na sinagoga e igual nmero de intrpretes do antigo testamento. O leitor deve observar que as Sagradas Escrituras encerram em sentido mstico e oculto, por isso a maioria dos nomes divinos foram extrados dos principais versculos da Escritura, pelos magos e cabalistas. Dessa forma, os nomes dos 72 anjos so formados a partir dos trs versculos misteriosos do Captulo 14 do xodo 19, 20 e 21 , os quais, segundo o texto hebreu, se compem cada um de 72 letras hebraicas. A primeira locuo do versculo 19 comea por Vaisa 2JD,1, o 20 por Vaibo KD*1! , e o 21? por Vaiet iSI . A maneira de extrair os 72 nomes desses trs versculos a seguinte: Em primeiro lugar, escreva os versculos separadamente, formando trs linhas, comeando pela esquerda. Pegue a primeira letra dos versculos 19 e 21 e, em seguida, a primeira letra do versculo 20, que o do meio, comeando pela direita. Essas trs primeiras letras formam o atributo do gnio. Seguindo-se a mesma ordem at o final, sero obtidos os 72 atributos das virtudes divinas. Acrescentando-se a cada um desses nomes, um dos dois grandes nomes divinos, lah, !T , ou El^R4, tm-se os 72 nomes dos anjos compostos de trs slabas, cada um contendo em2. Agrippa. 3. So Lucas, Cap. 10, Vers. 1 e 17. 4. Todas as nomeaes cabalsticas terminam por um nome divino, porque no existe nada no mundo que no seja sustentado pela virtude de Deus; as nomeaes hebraicas finalizam por um destes quatro nomes, a saber: lah, El, Ael e lei. Foi uma

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si o nome de Deus, segundo o versculo da Escritura. (Meu anjo andar diante de vs; observai-o, pois ele leva em si meu nome.) Assim os cabalistas fazem suas nomeaes. Outros tomam a primeira letra de cada locuo que compe um versculo, por exemplo, o nome de Jesus, em hebraico, , formado das trs primeiras letras das trs locues do versculo H^tP , em latim, quo usque veniat Messia\ em portugus, at a vinda do Messias. Encontra-se tambm no versculo seguinte JT1 "pJP , permanet nomem ejus, isto , seu nome permanece eternamente; da mesma forma, o nome amen , tirado do versculo ^fcJJ , dominus rex fidelis, que significa Senhor-Rei fiel. Existem ainda muitos outros nomes misteriosos que foram formados dessa maneira. Falaremos deles num outro captulo. Penso que o leitor est suficientemente esclarecido sobre a formao dos nomes divinos e sua origem. Tratarei agora dos nomes, influncias e atributos dos 72 gnios, e darei maiores detalhes sobre seus mistrios. Em primeiro lugar, o captulo seguinte contm minhas tbuas cabalsticas, referentes aos 72 gnios; a primeira contm seus nomes com seus atributos; a segunda, as 72 partes da esfera que esto sob a influncia desses gnios; a terceira, os dias que dominam; e a quarta, as horas que presidem.

ordem de Deus a nosso primeiro pai, Ado, o qual deu nome a todas as criaturas celestes e terrestres. O filsofo Jean Belot, cura de Milmont, diz em sua obra, pg. 438, edio de 1704, que os nomes das inteligncias que habitam o oriente e o ocidente, terminam em El, lei ou Iael, e as que habitam a parte meridional e setentrional em Iah e Ael. Voltaire na Filosofia geral e na Metafsica, cap. 21, ao tratar dos rabes e persas, afirma que todos os nomes dos anjos persas finalizam em El, cujos atributos so "mensageiro de Deus", "soldado de Deus" e "amigo de Deus". Os judeus acrescentaram, ainda, o nome El ao nome Iaho, nome fencio, de onde formaram o nome Jehovah. Voltaire acrescenta que os nomes Eli, Eloah so tambm formados pelo nome persa El.

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3CAPTUL0 IV [

Tabelas cabalsticas

PRIMEIRA TABELA CABALSTICA. Que indica os nomes dos 72 gnios, com seus atributos; os 72 primeiros povos da terra que estavam sob suas influncias; e os nomes que os povos do a Deus, todos compostos por quatro letras.

c tm a glria e a ventura de tornar imortal a ninfa ou o silfo com quem fizerem uma aliana 3 ... Assim, o homem que quiser se regenerar e recuperar sua antiga autoridade e seu imprio sobre os elementos, deve purificar e exaltar o elemento do fogo que tem em si e para isso preciso concentrar o fogo do mundo, atravs de espelhos cncavos, num globo de vidro. Eis aqui o artifcio que os antigos ocultaram, religiosamente, aos profanos, e que o divino Thophraste descobriu. Forma-se dentro do globo uma poeira solar que, purificada, torna-se em pouco tempo apropriada para a exaltao do fogo que existe em ns, e transforma-nos, de algum modo, em natureza gnea; a partir da os habitantes da esfera do fogo tornam-se nossos subordinados, e maravilhados por verem restabelecida nossa mtua harmonia, tomam por ns toda a amizade e todo o respeito que2. Toda essa doutrina foi tirada do conde de Gabalis, pelo abade de Villars, 49, prtica. 3. Ver a esse respeito o livro que tem por titulo Des Pradamistes.

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tinham por Ado; ento que desejam a aliana dos sbios, a fim de adquirir a imortalidade. mais fcil atrair os silfos, as ninfas e os gnomos, j que sua existncia mais curta do que a das salamandras. Eles procuram a aliana dos sbios com mais diligncia. preciso apenas vedar um vidro cheio de ar, gua ou terra acumulado, deix-lo exposto ao sol durante um ms e depois separar os elementos segundo os princpios da cincia hermtica. Cada um desses elementos, assim purificado, chamado pelos filsofos a matria primeira, que , segundo eles, aquela com que Deus criou o universo. Esta matria torna-se um m maravilhoso para atrair as ninfas, os silfos e os gnomos. Para isso, deve se tomar uma pequena dose dessa matria, todos os dias, durante algum tempo, e ento os silfos, habitantes dos ares, tornam-se visveis aos olhos, e as ninfas e os gnomos, guardies dos tesouros, saem da terra e oferecem suas riquezas. De modo que, sem sinais, sem cerimnias, e sem palavras misteriosas, possvel tornar-se soberano desses reinos que no exige nenhum culto do sbio, pois sabem que o sbio mais nobre do que eles. assim que a natureza ensina seus filhos a reparar os elementos pelos elementos, visto que o homem domina os elementos. Todos os filsofos so unnimes em dizer que em certas circunstncias o homem pode obter de Deus uma autoridade superior para comandar as inteligncias e se fazer obedecer pelas evocaes; afirmam que preciso preparar-se de uma certa maneira e observar as influncias favorveis, j que os segredos da astrologia cabalstica so os segredos das religies. Agrippa cita trs maneiras de evocar os gnios: a primeira natural e feita por meio dos mistos, com os quais os gnios simpatizam; a segunda se faz atravs dos astros, quando suas influncias so favorveis; e a terceira, que divina, se faz pelo auxlio de Deus, dos nomes divinos e das cerimnias sagradas. Existem, alm disso, fumigaes que tm a virtude de atrair os gnios, que os filsofos modernos chamam agentes invisveis, e outras que expulsam os maus; preciso conhec-las, saber mistur-las e servir-se delas oportunamente. Eis aqui a composio dos perfumes correspondentes aos planetas, aos elementos e aos sete dias da semana, segundo a doutrina de Agrippa 4 . Perfume do Sol, correspondente ao domingo e ao elemento fogo. Pegue a quarta parte de uma ona de cada uma das seguintes drogas: aafro, ramos de blsamo, gros de louro, ales, cravo-da-ndia, mirra e incenso. Acrescente trs gros de almscar e trs gros de mbar pardo. Amasse-as at virarem p; depois as misture com sangue de um galo4. Philosophie occulte de Agrippa, livro 1?, pg. 112. So encontrados, tambm, no Petit-Albert, mas sem o perfume de Jpiter.

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branco ou com gua-de-rosas, e acrescente goma de alcatira. A seguir, modele pequenos gros em forma de plulas, deixe-os secar bem, e utilize-os na ocasio necessria, lanando-os, trs a trs, sobre os carves ardentes. Perfume da Lua, correspondente segunda-feira e terra. Pegue a cabea de uma r, seque-a junto com o olho de um touro; a seguir pegue partes iguais de gro de papoula branca, de incenso, de cnfora, estoraque, benjoim ou olbano, misture os ingredientes5 com o sangue de um gansa nova ou de uma rola. Faa uma pasta e modele em forma de pequenos gros, para serem usados na ocasio apropriada; coloque trs de cada vez sobre os carves ardentes, observando o mesmo para os outros. Perfume de Marte, correspondente tera-feira e ao elemento Fogo. Pegue pores iguais das seguintes drogas: enxofre, p de magnete, eufrbio, razes de dois helboros e um pedao de ramo seco negro de uma rvore chamada bdlio. Coloque tudo junto com o sangue e o crebro de um corvo ou de um gato preto. A seguir faa pequenos gros. Perfume de Mercrio, correspondente quarta-feira e gua. Compe-se de mstique, incenso, ramos de ales, de bom estoraque e de benjoim; acrescenta-se cravo-da-ndia, potentilha, p de pedra gata; mistura-se tudo com crebro de raposa ou de cervo, e sangue de pega. A seguir, faa pequenos gros. Perfume de Jpiter, correspondente quinta-feira e ao Ar. Compe-se de gro de freixo, ramo de ales, estoraque, goma de benza, e p de lpis-lazli. Acrescente pontas de penas de pavo, que a ave sagrada de Juno, mulher de Jpiter; depois pulverize todas essas drogas e mistura-se o sangue de andorinha ou de cegonha. Perfume de Vnus, correspondente sexta-feira e ao Ar. Compe-se de almscar, mbar pardo, ramos de ales, rosas secas e coral vermelho; pulverize todas essas drogas, acrescente dois ou trs crebros de pardais e misture tudo com o sangue de rola ou de pombo.5. Os magos dizem que o perfume mais prodigioso, correspondente s influncias da Lua, o sangue de uma moa virgem, o da primeira menstruao ... Philosophie Occulte, tomo I, pg. 104.

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Perfume de Saturno, correspondente ao sbado e gua. Compe-se de gro de dormideira negra, de gro de meimendro negro, de mirra e de raiz de mandrgora; acrescente p de magnete, se tiver, e misture tudo com o sangue de um gato preto, fazendo pequenos gros para serem usados quando necessrio. Todos os perfumes devem ser preparados num pequeno fogareiro de barro novo, de forma triangular. O fogo deve ser feito com madeira de loureiro ou de aveleira; preciso saber quel todo o material empregado, as drogas, as madeiras, a isca, o fsforo e a vela, devem ser novos e no devem ter servido a nenhum uso profano. Por essa razo, a prpria pessoa deve prepar-los. Alm disso, necessrio que o fogo seja novo, j que os perfumes do dia devem ser acesos pelos raios do sol, os quais so concentrados com uma lente. Para a noite, se far uso de um seixo, apropriado, que a prpria pessoa recolher no campo. assim que, todos aqueles que so iniciados em algum rito mstico, queimam os perfumes em honra dos agentes da natureza. Eis o que o autor da THRICIE6 nos ensina a esse respeito, pg. 361: "Porm, o dia tambm tem prticas a serem observadas; vocs comearo fazendo sacrifcios ou libaes aos deuses, descansaro na cama das atribulaes do dia, se ainda no o tiverem feito; oferecero perfumes e cada casa ter, para este fim, um turbulo, que atestar continuadamente a presena dos deuses". E, em outra passagem, pg. 373, falando dos deuses que influem sobre os elementos e a terra: "Vocs no faro nenhuma viagem sem que faam, na sada e no retorno, sacrifcios viticos. Depende-se em tudo dos deuses; por si s nada se consegue nesse mundo desgraado; no se tem nem mesmo o prprio pensamento para si; em todas as ocasies da vida vocs faro sacrifcios aos deuses que sero invocados por motivo de aflio ou alegria; no chegaro a um pas sem invocar o gnio do lugar7 e todos os deuses que ali presidem; quando visitarem uma cidade, oraro aos deuses protetores para que lhes sejam propcios, assim como a seus habitantes; no visitaro uma floresta sem adorarem os faunos e as ninfas que a habitam; no visitaro uma plancie, uma montanha, sem adorarem os deuses que a presidem8. A terra est no cu; os filsofos me entendero, os filosofistas no; porm, no para eles que falo. Vocs no poluiro poos nem fontes;6. Ver o livro intitulado "la THRICIE, ou la seule Voie des sciences divines et humaines". Paris, casa Mostardeiro, livreiro impressor, cais dos Agostinhos, n? 28, pg. 361; edio do ano VII. 7. Ver "la THRICIE", pgs. 377, 378, 379 e 384. 8. O autor do qual tomei esta passagem, para servir-me da sua autoridade no assunto, deveria ter acrescentado que todas as vezes que nossos olhos se abrem luz ou quando olhamos o grande todo, devemos adorar o grande Ser. D-se o mesmo com o esprito; todas as vezes que despertamos do sono, nosso primeiro pensamento deve ser para Deus...

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no profanaro os elementos; no destruiro nenhuma rvore frutfera e no abatero as outras, a no ser por necessidade, devido ao medo de desfigurar a natureza que vocs englobam, j que esto na unidade; a lareira da casa ser sagrada, pois o altar domstico; a reside a fora de Vesta e dos deuses tutelares; evitem cometer qualquer indecncia lareira, os deuses a puniriam: Evite tirar, indecentemente, sua roupa diante da lareira, diz Hesodo, os deuses ali residem; a que se faro os sacrifcios e as libaes da famlia. O que existe de mais santo, mais impregnado de religio, diz Ccero, que a casa de cada cidado? L esto os altares, as lareiras, os deuses penates; l esto contidas as coisas sagradas da famlia, da religio, das cerimnias. Se eu ainda no lhes disse ofereo a religio emanada do seio da Divindade, direi: Ofereo a religio dos heris. Levanto-me da cama, diz Enias, e lanando um grito de alegria, estendo as mo suplicantes em direo ao cu; eu lano ao fogo presentes puros, intemerata dona, e, alegre por ter cumprido este dever, vou anunciar a meu pai a viso dos deuses... E em outra passagem: " E dizendo isso, ele acende o fogo da lareira; sapitos igues no quer dizer extinto, seno seria preciso reacend-lo: ele desperta os lares de Prgamo, o santurio da casta Vesta; faz a um sacrifcio de pura farinha, e enchendo um turbio com perfumes, queima o incenso em honra dos deuses. esse turbulo que cada casa deveria ter para seu uso. a que vocs exercero todos os ritos, espera de que a verdade tenha templos pblicos... Vocs no faro nenhuma adorao, nenhuma invocao, nenhum sacrifcio, sem se terem purificado, lavando o corpo ou ao menos as mos; a religio expresso daquilo que , e esses atos so smbolos que exprimem as aes invisveis e que as operam. Sem ter lavado as mos, diz ainda Hesodo, no oferecero o primeiro gole de vinho a Jpiter, nem aos outros deuses; eles no escutariam as preces. Se faltar gua, purifiquem-se com fogo; se no houver gua, nem fogo, purifiquem-se com ar, pedindo que a gua que tudo leva, leve suas sujeiras. Na gua em que se lavarem, coloquem o sal da sapincia, que a santificar; a mesa ser santificada pela colocao do sal; no omitam o sal de nenhum dos sacrifcios. Para adorar, apresentem-se primeiro diante dos deuses pela manh voltados para o oriente, ao meio-dia e no fim da tarde, para o sul e o ocidente; ali est o corao do mundo e o fogo. assim que Dejanira, segundo Sfocles, enviando a seu esposo Hrcules a roupa que lhe seria to funesta, diz: ele apresentar-se- diante dos deuses com esta roupa. Em seguida vocs levaro a mo direita, que a mo do poder, com o polegar apoiado sobre o indicador, que o designa, at a boca, porque o verbo de vocs que deve adorar o verbo dos deuses e falar sua linguagem, ob ore orare-, depois vocs se prostaro diante deles; a seguir, giraro em volta traando um crculo. Os romanos giravam da direita para esquerda; os Celtas, seus ancestrais, Europeus! giravam da esquerda para a direita. Eu lhes diria, escolham; porm, viu-se que so 83

os ritos romanos que devem ser levados em conta; vocs so apenas desmembramentos do imprio romano; assim vero todos os deuses e sero vistos por eles; em seguida, assentar-se-o no repouso e na unidade deles. Grande deusa, no creio estar divulgando seus mistrios dizendo estas coisas. Oferecendo seja perfumes, seja as partes da vtima, que devero queimar, isto , so os sebos e as tripas, vocs os agitaro em cruz do oriente ao ocidente, do sul ao norte; traaro uma cruz9 pela qual tudo se faz, smbolo do poder dos deuses, da vida futura e eterna, a cruz dentro do crculo formando quatro ngulos retos; o que os antigos denominavam ferctum obmovere"i0. A religio do magos a expresso e a adorao de tudo que , segundo a inscrio de sis: Eu sou tudo o que , e pessoa alguma pde levantar o vu que me cobre...

9. por esta razo que os magos cortam o ar em cruz com a vara misteriosa, girando em direo dos quatro cantos do mundo e dos quatro ngulos do crculo; os quais devem corresponder aos quatro pontos cardeais, quando fazem suas evocaes. 10. Ver "la THRICIE", pg. 379.

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1CAPTUL0 VIII [

Contendo a Astrologia Cabalstica com as influncias favorveis para compor os talisms dos Gnios

Os filsofos dizem que o cu domina sobre a terra e que todos os astros influem, reciprocamente, uns sobre os outros. Observaram que as influncias mais fortes acontecem, quando se operam as grandes conjunes. Dizem que os dois planetas superiores percorrem o crculo inteiro das quatro triplicidades do cu em 796 anos, o que resulta em 199 anos para cada uma. Porm, quando as conjunes dobram o crculo das quatro triplicidades, operam-se as maiores mudanas, porque o planeta Marte que provoca as maiores reviravoltas, se acha numa posio completamente oposta quela em que estava, quando as grandes conjunes dos planetas tiveram lugar no ponto cardeal das quatro triplicidades, seis anos antes da poca ou era vulgar local do nascimento de JesusCristo. tambm o que relata o autor de "la THRICIE" ao afirmar que as grandes conjunes tiveram lugar no ponto cardeal das quatro triplicidades, sob o signo de ries, onde as mesmas dobraram seu crculo no ano de 1585 da era vulgar, resultando que se se compararem as pocas, a partir de 1585, remontando-se a cada 796 anos, possvel se dar conta das causas que operaram as grandes mudanas sobre a terra, em todas as pocas memorveis; pois quando se faz a comparao entre a Histria antiga e a moderna, v-se que todas as conjunes correspondem primeiro ao imprio de Augusto, revoluo romana, fundao de Roma, ao imprio de Alexandre, e ao de Ciro; em seguida ao comeo das monarquias meda e assria, assim como diviso do imprio dos assrios sob o governo de Sardanapalo, e desta poca at aquela em que acontece o grande cataclismo do mundo (o dilvio). Encontra-se o duplo crculo das triplicidades e o grande cataclismo na poca em que se fixa a criao do mundo atual. Ainda se encontra o duplo crculo. 87

Assim, partindo-se novamente do ano de 1585, de poca em poca, isto , dentro dos 796 anos, chega-se prximo ao ano de 1786, onde a segunda triplicidade teve lugar, concluindo seu duplo crculo. Nesta poca se delineiam vrias transformaes que tiveram lugar depois de 1788. No de admirar que as monarquias, concluindo seu duplo crculo, tenham sofrido grandes transformaes nas quais tiveram lugar diversos acontecimentos produzidos pelas paixes humanas, e provvel que elas sofram ainda terrveis abalos, j que elas se estabeleceram no ponto cardeal de sua triplicidade. As influncias no so vistas como iluses por aqueles que as observam. Da diviso do tempo. A medio do tempo, segundo os magos e os cabalistas, dividida pelo ciclo setenrio. Todas as naes conheceram esse ciclo e santificaram o stimo dia, qualquer que seja a origem do seu ciclo. Alguns povos das ilhas do mar das ndias celebram a tera-feira; os indianos da costa do Malabar celebram a quinta-feira; os rabes e os maometanos celebram a sexta-feira; e os judeus, o sbado; os magos, o domingo; os egpcios, os caldeus, os persas e os romanos tambm santificam o dia do Sol. Todas as naes no organizaram este ciclo segundo o que viam; porque, se tivessem tomado por base o planeta mais prximo, o primeiro dia seria o da Lua, e o segundo, o de Mercrio; e se tivessem por base o planeta mais distante, o primeiro dia seria o de Saturno e o segundo o de Jpiter. Os sbios de todas as naes observaram que o nmero de planetas correspondia ao nmero de atos da criao do mundo e que influam sobre todas as divises do dia e da noite. Por essa razo que designaram quatro pianetas para as quatro divises do dia e da noite, dividindo as vinte e quatro horas em quatro partes iguais; de onde vem o quaternrio sagrado, pelo qual tudo se fez, como se v no quadro seguinte:

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TABELA DOS CICLOS . Que indica os planetas que correspondem aos sete quaternrios, aos sete dias da semana, e s vinte e oito casas da Lua.

O quaternrio composto de quatro planetas diferentes; cada um domina de seis em seis horas, de meia-noite meia-noite, da seguinte maneira: O domingo corresponde ao primeiro quaternrio, cuja primeira hora do dia comea meia-noite e vai at s 6 horas para o sol; Marte comea s 7 horas precisamente e vai at o meio-dia; Jpiter domina das 13 horas s 18 horas; Saturno de 19 horas meia-noite em ponto, e assim por diante. A segunda-feira corresponde ao 2? quaternrio, cuja primeira hora comea pela Lua, a 7? Mercrio, ^ i3? Vnus, e a 19? o Sol. A tera-feira corresponde ao 3? quaternrio, cuja primeira hora comea por Marte, a 7? Jpiter, a 13? Saturno, e a 19? a Lua. A quarta-feira corresponde ao quarto quaternrio, cuja primeira hora comea por Mercrio, a 7? Vnus, a 13? o Sol, e a 19? Marte. A quinta-feira corresponde ao 5? quaternrio, cuja primeira hora do dia comea por Jpiter, a 7? Saturno, a 13? a Lua, e a 19? Jpiter. A sexta-feira corresponde ao 6? quaternrio, cuja primeira hora do dia comea por Vnus, a 7? o Sol, a 13? Marte, e a 19? Jpiter. O sbado corresponde ao 7? quaternrio, cuja primeira hora do dia comea por Saturno, a 7? a Lua, a 13? Mercrio, e a 19? Vnus. Juntando-se os 7 quaternrios, um aps outro, na ordem indicada acima, se constata que esses so os planetas que correspondem s 28 casas da Lua e aos quatro quartos de sua revoluo, tais como esto representados na seguinte ordem: DIA DA LUA 2? quarto 3? quarto 8? Sol. 15? Sol. 9? Marte. 16? Marte. 10? Jpiter. 17? Jpiter. 11? Saturno. 18? Saturno. 12? Lua. 19? Lua. 13? Mercrio 20? Mercrio. 14? Vnus. 21? Vnus.

1? quarto 1? Sol. 2? Marte. 3? Jpiter. 4? Saturno 5? Lua. 6? Mercrio. 7? Vnus.

4? quarto 22? Sol. 23? Marte. 24? Jpiter. 25? Saturno. 26? Lua. 27? Mercrio 28? Vnus.

O 29? dia corresponde ao Sol, e o 30? a Marte. 89

A Lua passa pelos sete quaternrios durante sua revoluo, isto , depara-se quatro vezes com os sete planetas. Essas duas primeiras tabelas so a base e o fundamento de toda a Astronomia cabalstica; assim, todas as vezes que os dias da semana no esto conforme os dias da Lua, as influncias so malficas; conseqentemente a Lua est funesta. Observe-se que todas as vezes que a Lua recomear num domingo, esse ms ser ditoso, porque os planetas estaro em harmonia com a Lua; todas as vezes que a Lua se encontrar em nmero igual com o Sol em algum dos doze signos do zodaco, e que este dia seja um domingo, ento haver influncias favorveis para operar dentro dos mistrios do planeta que esta concorde com o signo que domina o ms. O sbio deve observ-lo e preparar-se conforme os princpios do rito cabalstico, a fim de aproveitar e servir-se disso, em grande segredo... segundo essa doutrina que os magos e todos os que eram iniciados nos mistrios do cordeiro, de Mithra, de Eleusis e de sis, etc., observavam as influncias que presidiam o nascimento e a morte dos humanos. Asseguravam que a alma era uma substncia material, infinitamente sutil, emanada do fogo eterno que brilha no Sol e nos astros, e que faria parte dessa substncia a que chamavam ter. por essa razo que observavam em que fase da Lua, e em que ms as almas se libertavam dos laos do corpo, para retornar morada luminosa de onde, primitivamente, desceram; acreditavam que a alma dos que morressem do 1? ao 15? dia da Lua, quando est em aspecto favorvel com os planetas, como dissemos acima, e principalmente no perodo em que a luz triunfou sobre as trevas, isto , de 20 de maro a 1 de setembro, porque nesse perodo os dias so mais longos que as noites, se elevaria imediatamente sem obstculos em direo ao princpio que a criou. Porm, para aqueles que morressem na ltima quinzena da Lua, a saber, de 21 de setembro a 19 de maro, quando as influncias da Lua so funestas, os magos afirmavam que a alma experimentava todas as alteraes da luz porque o princpio das trevas triunfava sobre a natureza, em que as noites eram mais longas que os dias. Os antigos astrlogos indianos e caldeus dividiram a revoluo da Lua em 28 partes iguais, a que chamavam as 28 casas, cada uma composta de 12 graus, 51 minutos e 26 segundos. Cada casa tem seus nomes, seus atributos e seus mistrios; veja a tabela seguinte.

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TABELA DAS 28 CASAS DA LUA. Contendo os nomes divinos que se referem s 22 letras hebraicas, segundo o sistema de Kircher, com os nomes dos Gnios correspondentes aos 12i signos do zodaco.

A primeira casa da Lua estende-se do 1? ao 12? grau de ries. Corresponde primeira letra hebraica Aleph 1 de onde vem o nome Aiah que significa Deus infinito. Os gnios que governam essa casa so chamados, segundo os cabalistas, Enediel2, e segundo os persas, Ormuzd3. A segunda casa comea no 12? grau, 51 minutos e 22 segundos de ries e vai at o 25? grau do mesmo signo. Corresponde letra Beth 2 , de onde vem o nome Biah T 3 , que significa a Via da Sabedoria. Os gnios que presidem o 2? dia so chamados Enediel e Bhaman. A terceira casa comea no 25? grau, 42 minutos e 51 segundos de ries e vai at o 8? grau de Touro. Corresponde letra Guimel , de onde vem o nome Giah iT'i, que significa Deus das Retribuies. Os gnios do 3? dia so chamados Amixiel e Ardibeisth. A quarta casa comea no 8? grau, 34 minutos, 17 segundos de Touro e vai at 4? grau de Gmeos. Corresponde letra Daletlde onde vem o nome Diah TH , que se interpreta como a Porta da Luz. Os gnios do 4? dia so chamados Azariel e Sarivar. A quinta casa comea no 21? grau, 25 minutos e 34 segundos de Touro e vai at o 4? grau de Gmeos. Corresponde letra He !"! de onde vem o nome Eiah HM ; seu atributo Deus dos deuses. Gabriel e Isphendarmaz presidem o 5? dia da Lua. A sexta casa comea no 4? grau, 17 minutos e 9 segundos de Gmeos e vai at o 17? grau do mesmo signo. Corresponde letra Vau 1 , de onde vem o nome Via h ~H , Deus fundador. Dirachiel e Churdad presidem o 6? dia da Lua. A stima casa comea no 17? grau, 8 minutos e 34 segundos de Gmeos e vai at o final desse signo. Corresponde letra Zain ?, de onde vem o nome Ziah ,T? ; seu atributo: Deus resplandecente e luminoso. O 7? dia est sob a influncia de Seheliel, Scheliel e Murdad. A oitava casa comea na lua crescente, isto , no 1? grau de Cncer e vai at o 12? grau do mesmo signo. Corresponde letra Heth 11, de onde vem o nome Hiah, H T , seu atributo: Deus de misericrdia. Os gnios do 8? dia so chamados Amaediel, Amnediel e Deybadur. A nona casa comea no 12? grau, 51 minutos e 22 segundos de Cncer e vai at o 25? grau do mesmo signo. Corresponde letra Teth1. Kircher, OEdipus Egyptiacus, tomo 2?, pg. 305 eseguintes. 2. Philosophie occulte, de Agrippa. 3. Ver a tabela dos meses, L'Origine des cultes, t o m o 7 ? , p g . 142.

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12 , de onde vem o nome Tiah TIS ; seu atributo: Deus da Beleza. Os gnios do 9? dia da Lua so chamados Barbiel, Adur e Azur. A 10? casa comea no 25? grau, 42 minutos e 52 segundos de Cncer e vai at o 8? grau de Leo. Corresponde letra Iod , , de onde vem o nome Iiah !T rt ; seu atributo: Princpio de todas as coisas. Os gnios que dominam o 10? dia da Lua so chamados Ardefiel e Aban. A l i ? casa comea no 8? grau, 34 minutos e 17 segundos de Leo, e vai at o 21? grau do mesmo signo. Corresponde letra Caf 2, de onde vem o nome Kiah rT.3 ; seu atributo: Deus Imutvel. Os gnios do ,11? dia so chamados Neciel e Chur. A 12? casa comea no 21? grau, 25 minutos e 43 segundos de Leo e vai at o 4? grau de Virgem. Corresponde letra Lamed 7 , de onde vem o nome Liah ; seu atributo: Deus dos Caminhos da Sabedoria. Os gnios correspondentes ao 12? dia da Lua so chamados Abdiziel, Abdizuel e Mh. A 13? casa comea no 4? grau, 17 minutos e 9 segundos de Virgem e vai at o 17? grau do mesmo signo. Corresponde letra Mem , de onde vem o nome Miah Tffl ; seu atributo: Deus Oculto. Os gnios que presidem o 13? dia so chamados Zaxemiel, Jazeriel e Tir4. A 14? casa comea no 17? grau, 8 minutos e 34 segundos de Virgem e vai at o fim desse signo. Corresponde letra Num j , de onde vem o nome Niah TJ ; seu atributo: Deus das Portas da Luz. Os gnios correspondentes ao 14? dia da Lua so chamados Egrediel, Ergediel, Gjush e Ghsh. A 15? casa comea na Lua Cheia, isto , no 1? grau de Balana e vai at o 12? grau do mesmo signo. Corresponde letra chamada Samek D , de onde vem o nome Siah !TD ; seu atributo: Deus Sustentador. Os gnios que dominam o 15? dia da Lua so chamados Ataliel e D e ^ bamihr. 16? casa comea no 12? grau, 51 minutos e 22 segundos de Blana e vai at o 25? grau do mesmo signo. Corresponde letra Ain I?, de onde vem o nome Aiah ; seu atributo: Deus que Socorre. Os gnios da 16? casa so chamados Azertel, Azemel e Mihr. A 17? casa comea no 25 grau, 42 minutos e 51 minutos de Blana, e vai at o 8? grau de Escorpio. Corresponde letra Ph S , de onde vem o nome Piah ITC ; seu atributo: Deus dos Louvores. Os gnios correspondentes ao 17? dia da Lua so chamados Adriel e Sarsh. A 18? casa comea no 8? grau, 34 minutos e 17 segundos de Escorpio e vai at o 12? grau do mesmo signo. Corresponde letra Tsad 'J , de onde vem o nome Tsiah !TJf; seu atributo: Deus de Justia. Os gnios que dominam o 18? dia da Lua so chamados Egibel, Egibil e Resh.4. TIR, segundo os persas, o nome do planeta que chamamos Mercrio; corresponde ao 13? dia da Lua. Veja ZOROASTRE ou le ZEND-AVESTA, tomo 2?; veja tambm Dupuis, tomo 2?, pg. 93.

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A 19? casa comea no 21? grau, 25 minutos e 43 segundos de Escorpio, e vai at o 4? grau de Sagitrio. Corresponde letra Koph p , de onde vem o nome Quiah I T p ; seu atributo: Deus Justo. Os gnios dessa casa so chamados Amatuel, Amutiel e Phvardin. A 20? casa comea no 4? grau, 17 minutos e 9 segundos de Sagitrio e vai at o 17? grau do mesmo signo. Corresponde letra Resh 1 , de onde vem o nomeRiah !T"I ; seu atributo: Deus Chefe. Os gnios do 20? dia so chamados Kiril e Behram. A 21? casa comea no 17? grau, 8 minutos e 34 segundos de Sagitrio e vai at o final desse signo. Corresponde letra Schin w*, de onde vem o nome Schiah T f f ; seu atributo: Deus Salvador. Os gnios dessa casa so chamados Bthuel, Beth-Nal e Ram. A 22? casa comea na Lua minguante, isto , no 1? grau de Capricrnio, e vai at o 12? grau do mesmo signo. Corresponde letra Thau n , de onde vem o nome Thiah H T l ; seu atributo interpretado como o Fim de Todas as Coisas. Os gnios que dominam o 22? dia da Lua so chamados Gelil e Bd. A 23? casa comea no 12? grau, 51 minutos e 22 segundos de Capricrnio e vai at o 25? grau do mesmo signo. Corresponde letra Caffinal de onde vem o nome Casiah TD"]; seu atributo: Deus de Misericrdia. Os gnios que dominam o 23? dia da Lua so chamados Kequil, Requil e Deybadin. A 24? casa comea no 26? grau, 42 minutos e 51 segundos de Capricrnio e vai at o 8? grau de Aqurio. Corresponde letra Samek , de onde vem o nome Siah TD; seu atributo: Deus Sustentador. Os gnios que dominam o 24? dia da Lua so chamados Abrinl, Abinal e Din. A 25? casa comea no 8? grau, 34 minutos e 17 segundos de Aqurio e vai at o 21? grau do mesmo signo. Corresponde letra Num final f, de onde vem o nome Niah ; seu atributo: Deus de Luz. Os gnios dessa casa so chamados Aziel e Ard. A 26? casa comea no 21? grau, 25 minutos e 43 segundos de Aqurio e vai at o 4? grau de Peixes. Corresponde letra Ph final de onde vem o nome Phiab ,TE|; seu atributo: Deus da Eloqncia. Os gnios que dominam o 26? dia da lua so chamados Tagril e Ashtad. A 27? casa comea no 4? grau, 17 minutos e 9 segundos de Peixes e vai at o 17? grau do mesmo signo. Corresponde letra Tsade final Y, de onde vem o nome Tsadiah TTf ; seu atributo: Deus Justo. Os gnios que correspondem ao 27? dia da Lua so chamados Alheniel e Azuman. A 28? e ltima casa da Lua comea no 17? grau, 8 minutos e 34 segundos de Peixes e vai at o final do mesmo signo. Corresponde letra O, que designa o crculo e o final da revoluo da Lua, de onde vem o nome Oiah T1; seu atributo: Deus que contm tudo o que . Os gnios da 28? casa so chamados Anmbriel_e Zamyd,.. O 29? e 30? dias correspondem Marisphand e Adiram.

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DISTRIBUIO DOS PLANETAS. Durante as doze horas do dia e da noite.

Os antigos magos declaravam que o nmero doze dividia o cu, tanto mais que ele surge sempre em seis signos de dia e seis de noite, sejam os dias longos ou curtos; partindo da eles dividiam o dia e a noite em doze partes iguais. ('TVo so doze as horas do dia?" Jesus-Cristo, em So Joo, cap. 11, versculo 9). Atriburam tambm um planeta a todas as divises do dia e da noite; e como os dias no so iguais, as horas planetrias tambm no o so; e se se quiser saber de quantos minutos se compe uma hora do planeta, em tal dia ou pas que seja, preciso fazer o seguinte clculo: suponhamos que o dia, do qual se deseje conhecer a influncia dos planetas seja de quinze horas. Multiplica-se o nmero das horas por cinco, o que resulta 75 minutos, isto , a 12? parte do dia; consequentemente, as 12 horas planetrias desse dia se compem cada uma de 75 minutos. Restam, portanto, nove horas para a noite. Multiplica-se esse nmero por cinco, que resulta 45, isto , as 12 horas da noite se compem cada uma de 45 minutos. Segue-se o mesmo procedimento para qualquer tempo e lugar. Outros fazem o clculo da seguinte maneira: pegam a tabela do nascimento e ocaso do Sol; em seguida adicionam o nmero dos minutos que compem o dia e a 12? parte desse nmero resulta em uma hora do planeta. De onde se sabe que o domingo corresponde ao Sol; a Lua, segunda-feira; Marte, tera-feira; Mercrio, quarta-feira; Jpiter, quinta-feira; Vnus, sexta-feira e Saturno, ao sbado.

Domingo, as horas do dia. O Sol domina a primeira hora do dia de domingo a partir da meianoite; a 2? Vnus; a 3? Mercrio; a 4? a Lua; a 5? Saturno; a 6? Jpiter; a 7? Marte; a 8? o Sol; a 9? Vnus; a 10? Mercrio; a 11? a Lua, a 12? Saturno. Domingo, as horas da noite. A primeira hora domina Jpiter, a 2? Marte, a 3? o Sol, a 4? Vnus, a 5? Mercrio, a 6? a Lua, a 7? Saturno, a 8? Jpiter, a 9? Marte, a 10? o Sol, a l i ? Vnus, a 12? Mercrio. 94

Segunda-feira, as horas do dia. A 1? hora domina a Lua, a 2? Saturno, a 3? Jpiter, a 4? Marte, a 5? o So, a 6? Vnus, a 7? Mercrio, a 8? a Lua, a 9? Saturno, a 10? Jpiter, a 11? Marte, a 12? o Sol. Segunda-feira, as horas da noite. A 1? hora domina Vnus, a 2? Mercrio, a 3? a Lua, a 4? Saturno, a 5? Jpiter, a 6? Marte, a 7? o Sol, a 8? Vnus, a 9? Mercrio, a 10? a Lua, a 11? Saturno, a 12? Jpiter. Tera-feira, as horas do dia. A 1? hora domina Marte, a 2? o Sol, a 3? Vnus, a 4? Vnus, a 4? Mercrio, a 5? a Lua, a 6? Saturno, a 7? Jpiter, a 8? Marte, a 9? o Sol, a 10? Vnus, a l i ? Mercrio, a 12? a Lua. Tera-feira, as horas da noite. A 1? hora domina Saturno, a 2? Jpiter, a 3? Marte, a 4? o Sol, a 5? Vnus, a 6? Mercrio, a 7? a Lua, a 8? Saturno, a 9? Jpiter, a 10? Marte, a 11? o Sol, a 12? Vnus. Quarta-feira, as horas do dia. A 1? hora domina Mercrio, a 2? a Lua, a 3? Saturno, a 4? Jpiter, a 5? Marte, e 6? o Sol, a 7? Vnus, a 8? Mercrio, a 9? a Lua, a 10? Saturno, a l i ? Jpiter, a 12? Marte. Quarta-feira, as horas da noite. A 1? hora domina o Sol, a 2? Vnus, a 3? Mercrio, a 4? a Lua, a 5? Saturno, a 6? Jpiter, a 7? marte, a 8? o Sol, a 9? Vnus, a 10? Mercrio, a 11? a Lua, a 12? Saturno. Quinta-feira, as horas do dia. A 1? hora domina Jpiter, a 2? Marte, a 3? o Sol, a 4? Vnus, a 5? Mercrio, a 6? a Lua, a 7? Saturno, a 8? Jpiter, a 9? Marte, a 10? o Sol, a 11? Vnus, a 12? Mercrio. Quinta-feira, as horas da noite. A 1? hora domina a Lua, a 2? Saturno, a 3? Jpiter, a 4? Marte, a 5? o Sol, a 6? Vnus, a 7? Mercrio, a 8? a Lua, a 9? Saturno, a 10? Jpiter, a 11? Marte, a 12? o Sol. 95

Sexta-feira, as horas do dia. A l ? hora domina Vnus, a 2? Mercrio, a 3? a Lua, a 4? Saturno, a 5? Jpiter, a 6? Marte, a 7? o Sol, a 8? Vnus, a 9? Mercrio, a 10? a Lua, a 11? Saturno, a 12? Jpiter. Sexta-feira, as horas da noite. A 1? hora domina Marte, a 2? o Sol, a 3? Vnus, a 4? Mercrio, a 5? a Lua, a 6? Saturno, a 7? Jpiter, a 8? Marte, a 9? o Sol, a 10? Vnus, a 11? Mercrio, a 12? a Lua. Sbado, as horas do dia. A 1? hora domina Saturno, a 2? Jpiter, a 3? Marte, a 4? o Sol, a 5? Vnus, a 6? Mercrio, a 7? a Lua, a 8? Saturno, a 9? Jpiter, a 10? Marte, a 11? o Sol, a 12? Vnus. Sbado, as horas da noite. A 1? hora domina Mercrio, a 2? a Lua, a 3? Saturno, a 4? Jpiter, a 5? Marte, a 6? o Sol, a 7? Vnus, a 8? Mercrio, a 9? a Lua, a 10? Saturno, a 11? Jpiter, a 12? Marte. Deve-se ressaltar que Jpiter e Vnus so os planetas favorveis e ditosos. Saturno e Marte so malficos; o Sol e a Lua so neutros; Mercrio bom com os bons e mau com os maus. Os magos, tambm, condicionaram os 12 signos do zodaco s 12 horas do dia e da noite; a primeira hora comea meia-noite em ponto, em ries, e a 12? termina em Peixes na seguinte ordem: Horas do dia. ries domina da meia-noite 1 hora. Touro, da 1 s 2 horas. Gmeos, das 2 s 3 horas. Cncer, das 3 s 4 horas. Leo, das 4 s 5 horas. Virgem, das 5 s 6 horas. Balana, das 6 s 7 horas. Escorpio, das 7 s 8 horas. Sagitrio, das 8 s 9 horas. Capricrnio, das 9 s 10 horas. Aqurio, das 10 s 11 horas. Peixes, das 11 s 12 horas. Horas da noite. ries domina do meio-dia a 1 hora. Touro, etc. (veja as horas do dia). 96

Os filsofos modernos dizem que a primeira hora zodiacal deve sempre comear pelo signo que domina o ms e a estao em que se est, observando-se o que segue: A partir de 20 de maro at 18 de abril, o Sol est no signo de ries. A 1? hora do dia e da noite deve comear por ries, e a 12? terminar por Peixes. A partir de 19 de abril at 18 de maio, a 1? hora comea pelo signo de Touro, e a 12? termina por ries. A partir de 19 de maio at 17 de junho, a 1? hora comea por Gmeos, e a 12? termina por Touro. A partir de 18 de junho at 17 de julho, a 1? hora comea por Cncer, e a 12? termina por Gmeos. A partir de 18 de julho at 16 de agosto, a 1? hora comea por Leo e a 12? termina por Cncer. A partir de 17 de agosto at 15 de setembro, a 1? hora comea por Virgem, e a 12? termina por Leo. A partir de 16 de setembro at 15 de outubro, a 1? hora comea por Balana, e 12? termina por Virgem. A partir de 16 de outubro at 14 de novembro, a 1? hora comea por Escorpio, e a 12? termina por Balana. A partir de 15 de novembro at 14 de dezembro, a 1? hora comea por Sagitrio, e a 12? termina por Escorpio. A partir de 15 de dezembro at 13 de janeiro, a 1? hora comea por Capricrnio e a 12? termina por Sagitrio. A partir de 14 de janeiro at 12 de fevereiro, a 1? hora comea por Aqurio, e a 12? termina por Capricrnio. A partir de 13 de fevereiro at 14 de maro, a 1? hora comea por Peixes, e a 12? termina por Aqurio.

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EXPLICAO DOS QUATRO TRINGULOS

Tringulo do Fogo. Corresponde ao Oriente e estao da Primavera; influi sobre o sangue, a umidade e o calor. O Sol o primeiro governante que domina durante o dia, e Jpiter, o segundo; noite, d-se o inverso: Jpiter o primeiro governante, o Sol o ltimo, e Saturno participa tanto de uma como de outra influncia. ries o princpio do fogo; Leo o desenvolvimento, e Sagitrio o final. Tringulo do Ar. Corresponde ao Sul e estao do Vero; quente e seco, e influi sobre a blis e a clera. Saturno o primeiro governante do dia, e Mercrio, o segundo; noite, d-se o inverso: Mercrio o primeiro e Saturno, o segundo; Jpiter participa tanto de uma como de outra regncia. O ar tira seu princpio de Gmeos5; Balana o desenvolvimento, e Aqurio, o final. Tringulo da gua. Corresponde ao Ocidente e ao Outono. Esta estao influi sobre a melancolia; frio e seco. Vnus o primeiro planeta que domina durante o dia, e Marte, o segundo; noite, d-se o contrrio: Marte domina a primeira hora e Vnus, a segunda; a Lua participa tanto de uma como de outra regncia. Cncer o primeiro princpio da gua, Escorpio o desenvolvimento, e Peixes, o final. Tringulo da Terra. Corresponde ao Norte e estao do Inverno; influi sobre os fleugmticos. Essa estao fria e mida. Vnus o primeiro planeta que governa o dia, e a Lua, o segundo; noite, d-se o inverso: a Lua domina primeiro e Vnus o segundo a dominar. Marte participa tanto de uma como de outra influncia. Touro tem seu princpio da terra, Virgem exprime a fecundidade, e Capricrnio, o fim.

5. Agrippa, Philosophie occulte, livro 1?.

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EXALTAES DOS PLANETAS E DA POCA EM QUE SE PROCESSAM.

Segundo Dupuis6, a exaltao de um planeta o lugar do cu onde sua influncia , supostamente, a mais forte. Assegura que os antigos instituram jejuns para celebrar suas festas e seus mistrios. Segundo ele, a festa de Saturno acontece no 21? grau de Balana, que o local de sua exaltao, correspondente a 6 de outubro; a festa de Jpiter acontece no 15? grau de Cncer, correspondente a 2 de julho; a festa de Marte acontece no 18? grau de Capricrnio, que corresponde a 1? de janeiro; a festa do Sol acontece a 20 de maro, que o ponto equinocial ou o local de sua exaltao; a festa de Vnus acontece no 27? grau de Peixes, correspondente a 11 de maro; a festa de Mercrio acontece no 15? grau de Virgem, correspondente a 31 de agosto; a festa da Lua acontece no 3? grau de Touro, correspondente a 21 de abril. Da influncia dos planetas, segundo suas localizaes nos 12 signos do zodaco. Saturno tem seu trono em Aqurio; sendo assim domina a melancolia. A terra, o ar, e o verde escuro lhe so favorveis. Jpiter tem seu trono em Sagitrio; domina o fogo misturado com o ar; influi sobre o sangue, sendo assim a cor vermelha lhe favorvel. Marte tem seu trono em ries; domina o fogo e a clera, a cor que lhe favorvel a rubra. O Sol tem seu trono em Leo; domina o fogo e o ar; o amarelo e a cor-de-ouro lhe so favorveis. Vnus tem seu trono em Touro; domina a terra e a gua; influi sobre o sangue e a fleuma; o verde e a cor-de-limo lhe so favorveis. Mercrio tem seu trono em Gmeos; domina a gua e o ar; influi sobre a blis; a cor cinza lhe favorvel. A Lua tem seu trono em Cncer; domina a gua e a serenidade; o branco lhe favorvel. Domnio e fora dos planetas. Saturno forte e poderoso em Capricrnio; domina a terra e a melancolia; gosta da cor preta. Jpiter forte e poderoso em Peixes; domina a gua e o ar; influi sobre a pituitria e o sangue; as cores azul e verde lhe so favorveis.6. L'Origine des cultes, tomo 1, pgs. 225 e 252.

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Marte forte e poderoso em Escorpio; domina o fogo e a terra; influi sobre a calma e a clera; a cor do ferro lhe favorvel. Vnus forte e poderoso em Balana; domina o ar e o sangue; o verde e o azul lhe favorecem. Mercrio forte e poderoso em Virgem; domina a terra e o ar; influi sobre a blis negra e a melancolia; a cor de chumbo lhe favorvel. Da harmonia dos planetas. Saturno em Peixes tem certa simpatia por Jpiter, e Jpiter em Aqurio tem simpatia por Saturno; Marte em Virgem amigo de Mercrio; o Sol em Sagitrio amigo de Jpiter; Vnus em Leo harmoniza-se com o Sol; Mercrio em ries harmoniza-se com Marte; a Lua em Cncer harmoniza-se com a Terra. Queda dos planetas, isto , quando influem com aspecto negativo, em relao Terra. Saturno est triste em Cncer e feliz em ries; Jpiter em Gmeos e em Capricrnio; Marte em Touro, em Balana e em Cncer; o Sol em Aqurio e em Balana; Vnus em ries, em Escorpio e em Virgem; Mercrio em Sagitrio e em Peixes; a Lua em Capricrnio e em Balana. preciso observar que todos os planetas, no conjunto, no esto bem uns com os outros; por exemplo, Marte e Vnus so inimigos de Saturno; Jpiter, o Sol, Mercrio e a Lua lhe so favorveis. Todos os planetas, exceto Marte, so amigos de Jpiter; e todos, exceto Vnus, so inimigos de Marte. Jpiter e Vnus amam o Sol; Marte, Mercrio e a Lua lhe so contrrios; todos os planetas, com exceo de Saturno, amam Vnus. Das aves consagradas aos planetas. Saturno influi sobre a poupa, o corvo e o mocho; Jpiter sobre a guia, o pavo e o pelicano; Marte sobre o abutre, o falco e o gavio; o Sol sobre o fnix, o cisne e o galo; Vnus sobre a pomba, a rola e o pardal; Mercrio sobre a cegonha, o papagaio e a pega; a Lua sobre o ganso, o pato e o mergulho. Dos peixes consagrados aos planetas. Saturno influi sobre a enguia; Jpiter sobre o delfim; Marte sobre o barbo e o lcio; o Sol sobre a foca; Vnus sobre o tithimale; Mercrio sobre o mujem e o trochus7; a Lua sobre o caranguejo.7. Philosophie occulte, de Agrippa, livro 1.

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Os animais consagrados aos planetas. Saturno influi sobre o asno, a toupeira, o camelo, o lobo e a serpente; Jpiter sobre o elefante, o cervo e o cordeiro; Marte sobre o lobo, o leopardo e a hiena; o Sol sobre o cinocfalo, o leo, o carneiro e o cavalo; Vnus sobre o bode, o bezerro, o touro e o coelho; Mercrio sobre o co, a lebre, a raposa e o macaco; a Lua sobre o camaleo, a pantera, a cora e o gato. As rvores e as plantas consagradas aos planetas. Saturno influi sobre o asfdelo, o pinheiro, o cipreste, a figueira negra, as papoulas negras, o helboro, a salsa grande ou aipo, o saio, o cominho, a arruda, o benjoim, e todas as razes odorferas em geral, como a raiz da mandrgora. Jpiter influi sobre a buglossa, a agrimnia, a noz-moscada, a extremosa, o meimendro negro, a espiga de trigo, o mstique, a hortel, o joio, o choupo, o carvalho, o freixo, a aveleira, a pereira, a macieira, a videira, a ameixeira, e todas as frutas odorferas, como a noz-moscada e o cravo-da-ndia. Marte influi sobre o alho, o enfrbio, a cebola, as cebolinhas, o alho-porro, o rabanete, a mostarda, a urtiga, o cardo, o peucdano, a tanchagem, a semente de urtiga, a escamnea, o loureiro pequeno, o pibriteiro, todas as rvores que tm espinhos e as madeiras odorferas em geral, como o cipreste e o blsamo. O Sol influi sobre o girassol, a sempre-viva, a penia, a quelidnia, o gengibre, a genciana, o ditammo, a hera, a hortel, a alfazema, a mangerona, o alecrim, o loureiro, o limoeiro, o aafro, o blsamo, a madeira dos ales, o cravo-da-ndia, a pimenta, a palmeira e o cedro; e, em geral, todas as espcies de gomas odorficas, como o mbar, o incenso, o mstique, o benjoim, o estoraque, o ludano e o almscar. Vnus influi sobre a verbena, a violeta, a avenca, a laranja, a valeriana, o tomilho, o coentro, o sndalo, o mirto e o buxo; e todas as flores odorferas, como as rosas, etc.. Mercrio influi sobre a fumria, o anis, a mangerona, o aipo de diferentes espcies, a cinco-em-rama, a canela, a cssia, a noz-moscada, as cascas, a semente do loureiro, e todos os gros odorferos. A Lua influi sobre o selenotrpio, que gira sempre em direo Lua 8 , como o girassol em direo ao Sol; sobre a palmeira, que brota um ramo a cada apario da Lua; sobre a erva chinostares que cresce e decresce com a Lua; sobre o hissopo, a penia e a oliveira, apelidada o cordeiro sem mancha ou a rvore casta; e principalmente as folhas odorferas, como as folhas do campeche, do mirto e do loureiro.8. Philosophie occulte, de Agrippa, livro 1.

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As pedras e os metais consagrados aos planetas. Saturno influi sobre o chumbo, o nix, a cornalina, a safira, o jaspe e a calcednia; Jpiter influi sobre o estanho, o jacinto, o berilo, a esmeralda e o jaspe; Marte influi sobre o ferro, o m, o diamante, o ametista, a sanguina, e todas as espcies de jaspe; o Sol sobre o carbnculo, a crislita, a pedra ris, o heliotrpio, o jaspe, a esmeralda, o jacinto, o topzio, o crisopraso e o rubi; Vnus influi sobre o cobre, a esmeralda, o coral e a crislita; Mercrio influi sobre o azougue, o prfiro, o topzio e a gata. As cores consagradas aos planetas. Os magos reconheceram trs cores principais ao decomporem a luz: o azul, vermelho e amarelo. As cores intermedirias no so mais do que nuances formadas pela mistura de duas cores reunidas: a vermelha e a amarela compem a cor laranja; a azul e a vermelha, a violeta; a amarela e a azul o verde. O branco no uma cor, somente o emblema da luz, assim como o preto representa as trevas e o caos. A Saturno foi atribuda a cor preta. A Jpiter, a brilhante e o azul ultramarino; a Marte, o vermelho e a cor do fogo; ao Sol, a cor-de-ouro e a amarela; a Vnus, estrela matutina, o rosa e o verde; a Mercrio a variada e a matizada; e Lua, a branca. Influncias atribudas aos planetas. Saturno o deus do tempo; os antigos magos o representavam devorando seus filhos, isto , os dias que ficaram para trs; influi sobre a velhice e a decripitude; d o dom da sabedoria9; rege a estabilidade das coisas, a longevidade e o celibato; influi sobre a imaginao, os sbios, as altas cincias, a contemplao das coisas divinas, os prelados e os eclesisticos. Sob o aspecto negativo, causa a morte prematura, as mudanas e os transtornos; influi sobre a melancolia, a ignorncia, a negligncia e a preguia. Jpiter, deus do raio, o rei dos cus; preside a idade em que o homem desfruta de sua sabedoria e de todo o imprio de sua razo; d o dom da inteligncia; por natureza, quente e mido, porm de tal modo temperado, que contribui notoriamente para a propagao e a conservao da espcie humana; rege a autoridade divina e o que concerne ao sacerdcio; influi sobre a piedade, a modstia, a fidelidade, e sobre tudo que caracteriza a alma generosa e virtuosa. Sob o aspecto negativo, domina o orgulho, a desgraa, a desonra, a inveja, a vingana e as aes imorais.9. Os dons dos sete planetas correspondem aos sete dons do Esprito Santo.

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Marte, deus da guerra, preside a idade viril, quando o homem tem todo o vigor; concede o dom da fora; exerce domnio sobre o ferro, os arsenais e tudo o que se relaciona com o gnio militar; influi sobre a paz, a amizade, a doura, a franqueza e a grandeza da alma. Sob o aspecto negativo causa a guerra, a discrdia, influi sobre os homens colricos e sanguinrios. O Sol, deus da luz, o primeiro agente da natureza; rege a vista, a beleza do corpo, a juventude e a metade da vida; por ocupar o centro do nosso sistema planetrio, d o dom da cincia, influi sobre todas as cabeas coroadas, especialmente sobre os que tm a magnificncia e a majestade reais; rege os sbios, a fortuna, a liberalidade e a caridade; sob a influncia do aspecto negativo, domina o orgulho, o egosmo, a avareza e a vaidade. Vnus a deusa dos amores, dos prazeres e da fecundidade; esparge um orvalho favorvel germinao das plantas e gerao dos animais; concede o dom da piedade; anuncia a adolescncia, a beleza, os divertimentos, os adornos, os amores, os casamentos e tudo o que deleita os sentidos. Sob a influncia do aspecto negativo, influi sobre a esterelidade, o cime, o incesto, o adultrio, e tudo o que diz respeito volpia. Mercrio, mensageiro dos deuses e intrprete da luz divina, influencia a infncia e concede o dom de aconselhar; influi sobre a eloqncia, a poesia, a msica, a astronomia, as matemticas e os professores. A Lua representa a deusa Diana, irm de Apolo; preside a noite e influi sobre a primeira juventude; concede o dom de amedrontar e rege as viagens, o comrcio, principalmente o martimo; influi sobre a liberdade, a sobriedade, a cultura, os trabalhos aquticos e tudo o que concerne marinha e pesca. Sob a influncia do aspecto negativo, influi sobre as tempestades, os naufrgios, os prisioneiros, os exilados, a delao, a lisonja e a voracidade. Em suma, todas as vezes que se faz um trabalho sob a influncia de um planeta qualquer, preciso se servir das coisas que esto com ele relacionadas, sem o que no se obter nenhum resultado. Suponhamos que se queira compor um talism, sob a influncia do Sol. Deve-se grav-lo sobre ouro fino ou sob uma pedra que esteja sob sua influncia, ou sobre a pele de um animal virgem que lhe seja consagrado, como o carneiro. necessrio que a prpria pessoa o sacrifique e prepare, segundo os princpios do rito cabalstico. Quando tudo estiver preparado e as influncias favorveis estiverem fluindo, se gravar o talism com a pena e o sangue de uma ave que seja consagrada ao Sol, tal como o cisne ou o galo. Em seguida, o talism ser defumado com as drogas e as plantas convenientes; o fogo deve ser composto por lenha de uma rvore, que lhe seja igualmente consagrada, como o loureiro.

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3 CAPTULO IX [

Contendo a explicao das influncias favorveis para compor os talisms

Explicao do selo misterioso do Sol. Segundo as tradies egpcias e rabes, os antigos astrlogos compunham o selo misterioso do Sol durante os primeiros graus de Aries, no momento em que ele se une constelao da baleia, ou monstro marinho, e se conjuga da medusa, o que acontece todos os anos a 20 de maro 1 . Nesse dia o Sol entra em Carneiro2 e chega ao ponto de sua exaltao. O talism contm 6 colunas que representam o nmero 6, encerrado num quadrado, correspondente ao nmero 4; estes dois nmeros formam o nmero 10, emblema da unidad