a cidade como direito - arlete moyses rodrigues

Upload: paola-santana

Post on 04-Jun-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    1/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm 1/12

    IX Coloquio Internacional de GeocrticaLOS PROBLEMAS DEL MUNDO ACTUAL.

    SOLUCIONES Y ALTERNATIVAS DESDE LA GEOGRAFA Y LAS CIENCIAS SOCIALESPorto Alegre, 28 de mayo - 1 de junio de 2007

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    A CIDADE COMO DIREITO

    Arlete Moyss RodriguesProfessora Livre-docenteUniversidade Estadual de Campinas (Unicamp)[email protected]

    A cidade como direito. Resumo:O texto debate a utopia da cidade como direito, retomando aimportncia do espao, da cidade real, da hipercarncia social, das lutas de movimentos populares nacionaise internacionais. Analisa temas como utopia, heteropias, direito cidade, direito moradia, geografia crtica,desigualdades socioespaciais, produo do espao; a "cidade como direito" que permite acesso universal atodos, se contrape ao neoliberalismo que quer a privatizao de equipamentos pblicos e polticas deatendimento setorial.

    Palavras chaves Cidade como direito, utopia, geografia urbana, movimentos sociais urbanos.

    The city as a right. Summary:The text discuss the utopia of the city as a right, retakes the importance ofthe space, the real city, the superlative social lack, the struggles of national and international popularmovements. Analize subjects as utopia, heteropies, the right to the city, the right to housing, critic geography,social-spatial inequalities, production of the space; the "city as a right" that allows an universal access toeverybody, is opposed to the neoliberalism that aims to the privatization of public equipments and policies ofsectorial attendance.

    Keywords City as a right, utopia, urban geography, urban social movements.

    La ciudad como derecho. Resumen: El texto discute la utopa de la ciudad como derecho, retoma laimportancia del espacio, la ciudad real, la hipercarencia social, las luchas de movimientos popularesnacionales e internacionales. Analiza temas como utopa, heteropas, el derecho a la ciudad, el derecho ahabitacin, geografa crtica, las desigualdades socioespaciales, la produccin del espacio; la "ciudad comoderecho" que permite el acceso universal a todos, se opone al neoliberalismo que desea el privatizacin deequipos pblicos y las polticas de atencin sectorial.

    Palabras claves Ciudad como derecho, utopa, geografa urbana, movimientos sociales urbanos.

    Para analisar a utopia da cidade como direito, apontamos alguns pressupostos sobre utopia, heterotopias,topias, direito cidade, cidade/urbano, movimentos sociais, desigualdades socioespaciais, cidade-

    mailto:[email protected]:[email protected]
  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    2/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm 2/12

    mercadoria, com seus vrios significantes, significados, contedos, definies, noes, conceitos,desigualdade sociais, econmicas, scio-espaciais. O conhecimento cientifico incompleto, inconcluso, oque segundo Morin (1996) prprio da cincia. Destacamos, com fundamental, a incompletude daimportncia do espao.

    A utopia, desde o sculo XVI, tem tido diferentes compreenses[1]

    . Norberto Bobbio (1992) considera

    que a maior dificuldade est no prprio contedo de utopia. Para Marcuse as utopias e os ideais utpicosesto ultrapassados pois no h como alterar a pobreza, a misria, apenas com palavras de intelectuais e

    com o avano das foras produtivas. (Marcuse, 1969). Santos (1995) afirma que as utopias anteciparam,

    por sculos, os ideais e se tornaram antiutopias. A preocupao aqui com o tempo presente, com o

    espao vivido.

    Utilizamos a cidade como direito em vez de o direito cidade para evidenciar a importncia do Espao.

    A cidade como direito, da mesma forma que outros temas, tem vrios significados e contedos, o que

    demonstra a complexidade do processo de urbanizao, da produo do espao, da reproduo ampliadado capital, das desigualdades sociais, econmicas e scioespaciais.

    A cidade como direto tem como base a vida real, o espao concreto e o tempo presente. Ao contrrio, no

    iderio da cidade ideal, o espao e o tempo so abstraes. Reflete o pensamento de planejadores do

    Estado capitalista e do capital. Os problemas so considerados desvios do modelo, solucionveis com novo

    tipo de planejamento e uso de novas tecnologias. Os avanos da tecnologia articulam formas e contedos da

    e na cidade, mas no produzem a cidade ideal, embora provoquem transformaes na cidade real.

    David Harvey assinala que os discursos da utopia da cidade como direito podem estar emaranhados comoutros: Resulta difcil desenamaraar los sucios discursos y prcticas que cada da a da afectam la

    vida urbana de los grandiosos significados metafricos que tan libremente se entremezclan con

    emociones y creencias sobre la buena vida y forma urbana (Harvey, 2003:184). Aponta, como idias

    semelhantes, aparecem na utopia burguesa; na expanso suburbana; na ao de promotores imobilirios;

    de renovao urbana; de ampliao de reas urbanas; da cidade espetculo e dos grandes

    empreendimentos; a cidade-mercadoria; os conjuntos habitacionais para pobres em periferias distantes que

    afastam os pobres e sua suposta violncia.

    A cidade como direito integra metas-narrativas, a complexidade do processo de urbanizao, a atuao de

    agentes tipicamente capitalistas, do Estado em suas vrias instncias, da reproduo ampliada do capital, de

    movimentos que ocupam reas produzindo tambm a cidade real, que se apresenta com desigualdades

    sociais, espaciais, econmicas e socioespaciais.

    No perodo atual denominado de ps-moderno, predomina a micro-narrativa, entre os quais, nos estudos

    urbanos, destaca-se a cidade-mercadoria, o planejamento estratgico e temas que recebem nomes

    prprios como geografia da sade, do turismo, geografia mdica, do meio ambiente, do ambientesustentvel, de preservao de reas histricas, de gesto de bacias, de hierarquizao de cidades por

    tamanho e influncia. O uso de novas tecnologias permite coletar, analisar novos dados, tentar definir reas

    de influncia, etc., porm fundamental que no se transformem em novas armadilhas para ocultar a

    http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn1
  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    3/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm 3/12

    importncia do espao.

    A cidade mercadoria no trocvel no mercado como um objeto. No se transmite, em tese, a

    propriedade da cidade em sua totalidade. O que se vende so fragmentos de lugares, plos de

    investimentos para capitalistas nacionais e estrangeiros com o objetivo de aumentarem lucros, rendas e juros.

    Os fragmentos de lugares para eventos, atividades tursticas e de investimento, visando incorporao

    imobiliria de bairros nobres, de condomnios murados e, como totalidade, a cidade-mercadoria vendeimagem de prefeitos como gestores capitalistas. Nas democracias eleitorais, simbolicamente um prefeito

    entrega ao novo a chave da cidade, mas no a propriedade da cidade.

    A venda dos fragmentos da cidade-mercadoria pertence a era do acesso que facilita a concentrao do

    poder econmico em corporaes internacionais. Riffkin mostra como se altera a dinmica do mercado de

    trocas, da troca de objetos concretos pelo acesso virtual, que regida por um conjunto totalmente

    novo de pressupostos de negcios (...). A mudana de regime de propriedade amplamente distribuda

    para um regime de acesso baseado em assegurar o uso limitado curto prazo de ativos controladospor redes de fornecedores(Rifkin, 2001:5 - grifos nossos).

    A cidade mercadoria est entre as trocas impossveis, como mostra Braudillard, quando a razo triunfante

    faz com quenada probe o pensamento paradoxal de que nosso pensamento que regula o mundo,

    contanto que se pense em primeiro lugar que o mundo que nos pensa. No o homem que bebe o

    ch o ch que me bebe; o livro que me l; a televiso que te assiste; o objetivo que nos fixa; o

    efeito que nos causa; a lngua que nos fala. (2002:21).

    A troca impossvel da cidademercadoria realiza o prodgio de apagar ao mesmo tempo a cidade e sua

    imagem. a cidade que nos define, que nos d vida, que tem problemas, desordens, caos e crises.

    Porm, no realiza o prodgio de apagar a realidade vivida, de ocultar a cidade real, de fazer desaparecer a

    desigualdade socioespacial. Pelo contrrio, a intensifica. Em Ribeiro Preto, So Paulo, por exemplo, a

    venda de aes de uma usina agita a incorporao imobiliria[2]

    . O capital atua sem limites territoriais e

    tempos definidos.

    A importncia do espao implica em tentar compreender a complexidade do urbano e da cidade. Estudos

    realizados[3]

    apontam que Urbano um conceito, pois qualifica um modo de vida que atinge a maioria da

    sociedade. As atividades urbanas extrapolam limites de idades como no agronegcio, nas atividades

    tursticas, nas reas inundadas para produo de energia hidroeltrica, e muitas outras atividades. Cidade

    uma definio. a projeo da sociedade urbana num dado lugar, poltica e territorialmente demarcado,

    marcado e estabelecido. As cidades contm delimitao espacial. Lugar de concentrao da populao

    urbana, produo, circulao e consumo de bens e servios. A cidade o centro da deciso poltica do

    urbano. O conceito de urbano compreende o espao em sua complexidade. Como diz Lefebvre: A cidadeintensifica, organizando a explorao de toda a sociedade.Isto dizer que ela no o lugar passivo

    da produo ou da concentrao dos capitais mas sim que o urbano intervm como tal na produo

    (Lefebvre, 1999 p. 57).

    http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn3http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn2
  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    4/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm 4/12

    O Direto Cidade, ttulo de uma das obras de Henry Lefebvre, referencia fundamental para pensar o

    urbano e a cidade. Suas vrias obras fundamentam a compreenso da produo, do consumo, da

    distribuio do espao, da desigualdade da e na cidade. uma referncia para compreender a meta-

    narrativa (meta filosofia) do urbano, em suas mltiplas dimenses.

    David Harvey, aborda temas que permitem compreender a reproduo ampliada do capital no urbano, a

    (re)incorporao de territrios, de lugares para a acumulao ampliada do capital e das novas formasde produo socioespaciais. A utopia espacial e a utopia de processo so destaques, em especial no livro

    Espao de Esperanas (2003), que fornece pistas fundamentais para entender o processo de construo

    da utopia da cidade como direito e o movimento contraditrio e conflitante da sociedade[4]

    .

    Boaventura Souza Santos, em vrias de suas obras, aponta fragilidades da teoria crtica para construir a

    utopia da cidade como direito. Debate concepes da utopia, ortopia, heteropia, do movimento da

    sociedade e do espao-tempo (mundial, domstico, da produo e da cidadania). Afirma que: uma das

    fraquezas da teoria crtica moderna foi no ter reconhecido que a razo crtica no pode ser a mesma

    que pensa, constri e legitima aquilo que criticvel (Santos, Boaventura 2000:324). Para a teoria

    crtica a utopia coloca no centro o que est nas margens, ou seja, a hipercarncia. Assim, a utopia a

    metfora de uma hipercarncia formulada no nvel que no pode ser satisfeita(Idem:324).

    O processo de urbanizao, a globalizao, as redefinies de apropriao e propriedade do capital e

    predomnio de corporaes financeiras internacionais, acirram e aceleram a desigualdade socioespacial.

    Recoloca-se, desse modo, a importncia da meta filosofia, da meta-geografia, para descortinar a importnciado espao e da utopia da cidade como direito, compreendendo o processo de luta e a construo da utopia

    da cidade produzida por todos e que dever ser universalmente apropriada. um processo de evitar o

    silncio dos problemas reais, de evitar uso de consensos forjados em nome de algo melhor.

    Utopia da cidade como direito

    As contradies, conflitos, apropriao e propriedade das terras, da cidade e das mercadorias, precisam ser

    compreendidas com a utilizao de conceitos, definies e metodologias entender a utopia da cidade como

    direto com suas incertezas, problemticas, caminhos e descaminhos, paradigmas, ordens, desordens,

    desigualdades, organizao e participao social.

    Tal utopia no tem metas quantitativas nem previso de tempo para se realizar: utiliza o espao urbano para

    qualificar um modo de vida. Seu fundamento transformar a realidade do mundo vivido com os desafios da

    vida cotidiana, com a possibilidade de criar uma nova cidade possvel.

    A utopia, para Sousa Santos, aexplorao de novas possibilidades e vontades humanas, por via daoposio da imaginao necessidade do que existe, em nome de algo radicalmente melhor que a

    humanidade tem o direito de desejar e que vale pena lutar (Santos,1995:323).

    http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn4
  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    5/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm 5/12

    fundamental, repetimos, dar fim ao silncio da hipercarncia, ao senso comum sem contedo que oculta

    a vida e a cidade real. A cidade como direito busca universalizar o que existe. No um mundo novo -

    deslocado do mundo real - a ser construdo, mas a expresso da hiperercarncia que precisa

    desaparecer.

    A utopia duplamente relativa, diz Souza Santos: Por um lado chama a ateno para o que no existe

    como (contra)parte integrada, mas silenciada do que existe. Pertence poca pelo modo como seaparta dela. Por outro lado, a utopia sempre desigualmente utpica, na medida em que a

    imaginao do novo composta em parte por novas combinaes e novas escalas do que existe

    (idem:323- grifos nossos).

    A cidade ideal, objeto e objetivo do planejamento, s faz sentido medida que nada no mundo como

    deveria ser (...). A modernidade um estado de perptua emergncia de um futuro pr-planejado

    para o domnio do caos, uma condio da produo compulsiva e viciada de projetos (Baumam,

    2005:40/41 - grifos no original). Utilizam-se planos, projetos setoriais, planejamento do uso do espao, deatividades e de relaes de sociabilidade. Sempre como deveria ser.

    Na cidade ideal (no mundo como deveria ser), aparentemente no h conflitos, contradies e problemas.

    As crises urbanas so atribudas ao aumento de populao, ao inchao urbano, que ocorrem sem a

    correspondente infra-estrutura, levando ilegalidade e aparente desordem. Para os defensores da cidade

    ideal, a violncia proveniente dos pobres e do lugar onde vivem. Silencia-se sobre a globalizao

    econmica, as corporaes multinacionais e o poder do trfico de drogas e armas.

    Um estudioso da violncia das cidades afirma que: quem mais sofre com a violncia da cidade so os

    moradores de bairros mais pobres considerados como produtores da violncia humana, segundo a

    crena de que a misria torna o homem violento so, em realidade, suas maiores vitimas(Pedrazzini

    2006:19 grifos noss os).

    No discurso oficial e oficioso, a defesa da segurana prope aumento da violncia policial, implantao de

    pena de morte, reduo da maioridade idade penal, entre outras. As polticas pblicas visam eliminar os

    inimigos da ordem social, que so os que produzem a cidade real

    [5]

    . Trata-se do ultra-realismo ou deum consenso forjado?

    A realidade e a imaginao necessrias para construir um mundo melhor, no pode colidir com realismo do

    habitus principiorum, ou seja, o hbito de proclamar princpios para no ter que viver segundo eles",

    como dizia So Thomaz de Aquino.

    O realismo cria consensos sem contedo. Exemplos disso so a implantao de equipamentos coletivos

    como creches, que impe a explorao da fora de trabalho. Na mesma direo, a regularizao fundiria de

    terras ocupadas coopta lideranas e torna predominante o valor de troca dos terrenos e casas

    regularizadas[6]

    .

    http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn6http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn5
  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    6/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm 6/12

    impossvel criar um mundo ideal na cidade real, com realismos e senso comum. O direito cidade como

    bem coletivo, com acesso universal aos bens e servios, constitui uma revolta contra a mercadoria terra,

    moradia e cidade, e a privatizao dos equipamentos pblicos[7]

    . uma revolta contra o predomnio do

    valor de troca, uma luta pelo valor de uso da cidade e da propriedade.

    prprio da utopia nunca se concretizar. Porm, cada conquista, por menor que seja, abre novos campos,

    novas escalas de articulao de uma sociedade sempre em movimento[8]

    . A utopia da cidade como direito

    construda pelos que sobrevivem na ultracarncia.

    O que faz mudar as sociedades o excesso de problemas e um excesso de projetos irrealizveis. A

    conscincia crtica a conscincia desse excesso. A sua aspirao utpica no reside em propor

    solues desproporcionais aos problemas postos, mas antes na capacidade para formular problemas

    novos para os quais no existem solues. (Santos, Boaventura 2000:36).

    A anlise geogrfica ao explicitar a importncia do espao, a compreenso das formas de apropriao, de

    propriedade, de induo de urbanizao pelo Estado e pelo capital, poder contribuir para analisar a

    desigualdade socioespacial e principalmente construir paradigmas crticos como a meta filosofia e a meta

    geografia[9]

    compatveis com a realidade.

    O processo de globalizao e hegemonia do neoliberalismo aumenta e acirra a desigualdade socioespacial e

    a hiper-carncia. Entre as metas do neoliberalismo destacam-se as alteraes das relaes de trabalho, ou

    seja, a precarizao destas, a privatizao de equipamentos pblicos, de infra-estruturas, dos meios decomunicao, etc. Tal privatizao retira o no pagamento direto do consumo de bens pblicos.(Moraes,

    2001) Tornar o que era pblico em domnio privado, com predomnio do valor de troca, implica na lgica da

    escolha individual, passando para o domnio privado os equipamentos e terras antes pblicas. o

    predomnio do valor de troca, como o exemplo a seguir:

    A Construtora e incorporadora paulista Tecnisa comprou por R$ 135 milhes, junto Telefnica, um dos maiores terrenosprivados disponveis no mercado paulista. A rea tem 244 mil metros quadrados (equivalente a mais de 30 campos defutebol como o do Estdio do Morumbi).O terreno localizado no bairro da gua Branca deve abrigar um grande conjuntoresidencial no modelo de condomnios-clube. A rea, que pertencia Telesp, foi incorporada pela Telefnica na

    privatizao da es tatal e vendida vista. Telefnica e Tecnisa preferiram no s e manifestar sobre a operao.[10]

    O neoliberalismo tem a proposio de focalizao de polticas para substituir o acesso universal. O acesso

    universal faz com que os servios sejam considerados direito sociais e bens pblicos. O acesso seletivo

    permite definir mais limitadamente e discriminar o receptor dos benefcios(Moraes, 2001:66). Muitos

    pases submetidos, aos programas de ajuste neoliberal, tm suas polticas sociais praticamente reduzidas a

    programas de socorro a pobreza absoluta, para evitar desordens e caos.

    A agenda neoliberal em setores como habitao, sade, educao, transportes, saneamento, meio ambiente,entre outros, prev a garantia de retorno do investimento e a securitizao, tornando mais acentuada a

    hipercarncia.

    http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn10http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn9http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn8http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn7
  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    7/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm 7/12

    Os movimentos sociais urbanos que tm como pressuposto a cidade como direito coletivo so contrrios ao

    projeto neoliberal de privatizao de bens pblicos e da focalizao de polticas que com suas aes

    direcionadas delimitam o receptor do benefcio, introduzindo a poltica pelo acessoseletivo.

    A teoria crtica pode ser a conscincia geogrfica ao evidenciar a importncia do espao e das formas pelas

    quais se a sociedade se articula. Nesse sentido, necessria a elaborao e sistematizao de uma geografia

    critica radical. Temos que atentar para a importncia do espao em anlises que utilizem mtodos domaterialismo histrico/dialtico para a construo de uma geografia crtica.

    A cidade como direito A construo da Utopia

    A seguir, apresentamos elementos de construo da utopia pelo direito cidade e da elaborao da Carta

    Mundial Pelo Direito Cidade, pelos movimentos sociais urbanos.

    O final da dcada de 60 do sculo XX demarca maior visibilidade dos movimentos populares

    urbanos. Formam-se grupos, associaes de favelas, de moradores de bairros perifricos e dos encortiados

    que se dirigem ao poder local. As reivindicaes destes grupos - diversos entre si - so aparentemente

    desiguais, porm na essncia constituem-se como semelhantes e iguais.

    Conquistas como iluminao pblica, gua potvel, containerespara resduos slidos, creches, postos de

    sade, postos policiais, financiamentos de habitao direta para os moradores, o direito de permanecer no

    lugar ocupado[11]

    , apontam a semelhana das reivindicaes. Algumas conquistas, por menores que

    paream, permitem a constituio de um novo imaginrio coletivo. fundamental considerar as condiesobjetivas e como so subjetivamente vividas (Sader, Eder 1988).

    No final da dcada de 80, os movimentos populares brasileiros formam uma articulao nacional. Alguns

    municpios iniciam um processo de participao na distribuio dos recursos oramentrios (Oramento

    Participativo), aprovam legislaes para facilitar a posse da terra para moradia (apesar da ausncia de

    regulamentao da funo social da cidade e da propriedade, que s ocorre em 2001 Estatuto da

    Cidade).

    Na Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD 92), o Frum

    paralelo de ONGs e movimentos sociais elaboraram e assinaram diversos tratados, e os movimentos

    populares urbanos organizaram o Tratado da Questo Urbana, com alguns dos pressupostos da cidade

    como direito.

    Na II Conferncia dos Assentamentos Humanos (1996) os movimentos sociais participaram, embora como

    ouvintes, dos debates dos representantes das naes, indicando o reconhecimento, pela ONU, da sociedade

    organizada. A Agenda Habitat II, fruto da Conferncia, estabelece o direito moradia como direito humano.

    Representa, portanto, uma conquista dos movimentos internacionais. O direito moradia no se confunde

    com o direito cidade, porm, aponta o processo e ampliao das lutas sociais.

    O reconhecimento do direito moradia como direito humano incluiria o fim de despejos forados mas que

    http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn11
  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    8/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm 8/12

    continuam a ocorrer em todos os lugares do mundo. Na Plataforma de Direitos Humanos das Naes

    Unidas criam-se as Relatorias pelo Direito Humano Moradia Adequada (Plataforma DHESC), com uma

    rede internacional que denuncia, acompanha e procura solues para por fim aos despejos forados, com o

    objetivo de garantir o direito moradia[12]

    . A Declarao Universal dos Direitos do Homem e as

    subseqentes convenes e declaraes, definem os direitos individuais, entre os quais o direito

    moradia[13].

    A utopia da cidade como direito quer o usufruto coletivo da e na cidade. O valor, para os seus defensores,

    o valor de uso e pressupe o acesso universal na apropriao e usufruto da cidade.

    A carta mundial pelo direito cidade est sendo elaborada desde o primeiro Frum Social Mundial:

    O Direito Cidade implica em enfatizar uma nova maneira de promoo, respeito, defesa, realizao dos direitos civis,polticos, econmicos , sociais, culturais e ambientais garantidos nos instrumentos regionais e internacionais de direitoshumanos (Carta Mundial pelo Direito Cidade- 2006).

    Os direitos individuais internacionais foram fundamentais para a conscincia coletiva e propiciaram conquistas

    sociais. Porm, a agenda neoliberal atrela os direitos individuais ao mercado, o que significa destruio das

    conquistas: quanto mais cidade se produz, maior o preo das mercadorias, provocando a expanso da

    segregao socioespacial. Mas, a cidade como direito, tem o pressuposto de direito coletivo, o predomnio

    do valor de usoda cidade.

    A luta pelo direito cidade tem como objetivo tornar o valor de uso predominante sobre o valor de troca, construir odireito coletivo e da importncia da poltica. O processo de mobilizao internacional dos movimentos referenciandodireitos individuais prope a coletivizao dos direitos com a Carta Mundial pelo Direito Cidade (Carta Mundial 2006).

    Os movimentos sociais se apropriam do avano tcnico computacional, formam redes internacionais que

    fortalecem o conhecimento da DiverCidades[14]

    e promovem a sua unio, permitindo maior informao

    sobre o que ocorre no mundo.

    Henrique Ortiz presidente HIC (Habitat International Coalization) afirma que a Carta Mundial pelo Direito

    Cidade uma resposta social, um contraponto cidade mercadoria. A luta pelo direito cidade a

    expresso do interesse coletivo. Por sua origem e significado social, a Carta Mundial do Direito Cidade , antes de tudo, um instrumento dirigido ao fortalecimento dos processos, reivindicaes e

    lutas urbanas[15]

    .(grifos nossos)

    A luta pela cidade como direito um germe da utopia espacial no tempo-espao presente. uma

    construo de utopia scio-espacial que engloba o espao, o tempo e o processo pelo qual se constitui. A

    utopia, para Harvey,

    El resultado final de esta discusin de la pureza de cualquier utopismo de proceso inevitablemente se ve trastornada porsu forma de espacializacin. Exactamente de la misma forma que las materialidades de las utopas espaciales chocan con las

    particularidades de proceso temporal movilizado para producirlas, tambin el utopismo de proceso choca con los marcosespaciales y las particularidades de construccin de lugar necesarias para su materializao (p.207).

    http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn15http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn14http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn13http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn12
  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    9/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm 9/12

    O autor d importantes elementos para analisar processos, espao/tempo, fundamentais para

    compreender a cidade como direito.

    A Carta Mundial explcita ao afirmar a cidade como direito: um direito coletivo dos habitantes das

    cidades, em especial dos grupos vulnerveis e desfavorecidos, que lhes confere legitimidade de ao e

    organizao, baseado em seus usos e costumes, com o objetivo de alcanar o pleno exerccio do

    direito livre autodeterminao e a um padro de vida adequada..

    Enquanto o neoliberalismo insiste na focalizao de polticas, as lutas dos movimentos societrios tm como

    pressuposto a universalizao. A cidade como direito quer a predominncia do valor de uso, o acesso

    universal aos bens produzidos, contrapondo-se agenda neoliberal. A cidade como direito se realiza e se

    concretiza no espao, no tempo real e no num futuro distante. A Carta Mundial explica porque o urbano e a

    cidade so o foco de anlise:

    Por qu enfocada slo a la ciudad? Este es el tema que ha despertado un mayor debate. En primer trmino porque el

    concepto de ciudad en algunas regiones del mundo se refiere al mbito territorial formal donde viven las clases medias yaltas y no al rea obrera.

    Ciudad, en varios pases de Asia, significa rechazo a los asentamientos populares y procesos masivos de desalojo ennombre de la ciudad, por lo que los sectores sociales a quienes la Carta enfoca sus prioridades rechazan el trmino. As,en algunos pases la gente optara mejor por conceptos como el derecho a la tierra o a la comunidad.

    En pases europeos totalmente urbanizados, el trmino ciudad no permite hacer distinciones. Surgen otros conceptosalternativos como comunidad y derecho a un lugar donde vivir. El primero hace sentido en ingls para referirse a la ciudad oa un pueblo pero no en castellano, donde se refiere a un colectivo que comparte propsitos comunes; nada ms alejado dela complejidad y diversidad cultural y de intereses que caracterizan a las ciudades . El segundo no responde a la riqueza decontenidos y alcances del derecho a la ciudad, no expresa su carcter colectivo ni hace distincin alguna entre la ciudad yel campo. Un tercer concepto que circula en los debates es el de hbitat de derechos humanos (human rights habitat),trmino sin fuerza simblica y movilizadora.

    Esto nos lleva al centro del debate: por qu limitar la Carta al mbito urbano cuando hay pases, principalmente en Asia yfrica, en los que el hbitat an predominante es el rural? Por qu hacerlo cuando en muchos lugares las mayoresviolaciones de derechos relativos al hbitat se dan en el campo?

    Por otra parte, no estaremos haciendo el juego a los grandes intereses que comandan el proceso de globalizacineconmica en el mundo? Hoy estos intereses promueven la ciudad como motor de desarrollo y abren en su propio

    beneficio la competitividad entre ciudades, olvidndos e de las comunidades campesinas e incluso pasando por encima delos gobiernos nacionales.

    La ciudad, ms que factor de impulso para el campo ha sido el centro desde el que se orquesta su devastacin. En estesentido, limitar la Carta a la ciudad no implica seguir fortaleciendo estos procesos? No se estar contribuyendo adems afragmentar y confrontar los movimientos sociales de los pobres del campo y la ciudad?

    Este debate ha llevado a acercarnos a los movimientos rurales como Va Campesina, con el objetivo de que, sin negar lanecesidad de contar con instrumentos especficos tanto para el campo como para la ciudad, se vea la forma de articularlosdentro de una es trategia compartida. Esto , adems, permitir enriquecer y fortalecer los proces os sociales que luchan contrala exclusin en ambos contextos .

    Hay principios y lneas de accin, dirigidos a respetar la dignidad humana tanto en el campo como en la ciudad, quegarantizan esa articulacin, pero hay tambin especificidades que exigen instrumentos adecuados a cada necesidad y

    contexto.

    Por otra parte, el derecho a la ciudad no se refiere a la ciudad como hoy la conocemos y padecemos sino a la otra ciudadpos ible, incluyente en todos los aspectos de la vida (econmicos, sociales, culturales, polticos , espaciales); sustentable yresponsable; espacio de la diversidad, la solidaridad y la convivencia; democrtica, participativa, viva y creativa. Una

  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    10/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm 10/12

    ciudad que no crezca a costa de su entorno, del campo o de otras ciudades

    Apesar de que ningum vive sem ocupar espao[16]

    , que as atividades sociais, econmicas, polticas e

    culturais se concretizarem espacialmente, o espao tem sido ocultado exatamente pela sua importncia.

    O espao o meio privilegiado para explorar estratgias alternativas emancipatrias, como diz Lefebvre

    (1991).

    Para Harvey, Y si el espacio y el tiempo se contemplan como constructos sociales (implicando el

    rechazo de las teoras absolutas del espacio y el tiempo), entonces la produccin de espacio y tiempo

    debe incorporarse al pensamiento utpico. Se trata de buscar, por lo tanto, lo que denominar de

    utopismo dialctico (Harvey, 2003).

    A importncia do espao, de processos, de tempo/espao, de utopias scio-espaciais, de utopias de

    processo e de utopismo dialtico fundamental para afirmar a importncia da meta-filosofia e da meta-

    geografia, com mtodos de anlise que no ocultem contradies e conflitos da produo do espao. A

    importncia do espao e do territrio, portanto, um elemento bsico da utopia da cidade como direito. Do

    valor de Uso sobrepondo-se ao valor de troca. Da Geografia como uma cincia que permite compreender o

    espao e no apenas explicar interaes do capital.

    Bibliografia citada

    AGENDA HABITAT II. http://www.habitatbrasil.org.br.

    BAUDRILLARD, J.A troca impossvel. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.

    BOBBIO, N., MATTEUCCI, N. e PAQUIN, G.Dicionrio de Poltica. Braslia: Editora UNB, 1992.

    CARLOS, A. F. A. O direito cidade e a construo da metageografia. Revista Cidades volume 2,nmero 4, 2005.

    DEBORD, G.El Planeta Enfermo. Barcelona: Editora Anagrama, 2006.

    GRAMSCI, A. Os intelectuais e a organizao da cultura. 6a. edio. Rio de Janeiro: CivilizaoBrasileira, 1988.

    HARVEY, D. O novo imperialismo. So Paulo: Loyola, 2004.

    HARVEY, D.Espacios de Esperanza. Madrid: Ediciones Akal, 2003.

    LEFEBVRE, H. O direito Cidade.So Paulo: Editora Documentos, 1969.

    _________ La Ciudad y lo urbano, in Espacio y Politica (El Derecho a la Ciudad II). Barcelona:Ediciones Pennsula, 1976.

    _________A revoluo Urbana. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.

    _________ The Production of Space. Oxford: Blackwell, 1991.

    http://www.habitatbrasil.org.br/http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_edn16
  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    11/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm 11/12

    MARCUSE, H.An Essay on Liberation. Boston: Beacon, 1969.

    MORAES, R.Neoliberalismo: De onde vem para onde vai?So Paulo: Editora Senac, 2001.

    MORIN, E. Cincia com Conscincia. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.

    ORTIZ, E.Hacia una Carta Mundial por el Derecho a la CiudadHIC Texto de apresentao parareunio da UNESCO. Setembro de 2006. www.undp.org/

    PEDRAZZINI, Y.A violncia das cidades. Petrpolis: Editora Vozes, 2006.

    RODRIGUES, A. M. Na procura do Lugar o encontro da Identidade. Movimentos coletivos deocupao de terra. So Paulo: Departamento de Geografia, Universidade de So Paulo, 1988 (Tese deDoutorado).

    _________________ Moradia nas Cidades Brasileiras (10. edio). So Paulo: Editora Contexto, 1988.

    _________________ Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento. Nota tcnica sobre

    conceito de cidade(julho e outubro de 2004). Braslia: Ministrio das Cidades, Governo Federal, 2004.

    _________________ Setenta Anos de AGB: As Transformaes do Espao e a Geografia do Sculo XXI.Ocultao do Espao e a Geografia. Geousp,18. Departamento de Geografia, USP, 2005.

    SADER, E. Quando novos personagens entraram em cena. So Paulo: Paz e Terra, 1988.

    SANTOS, B. S. Pela Mo de Alice. O social e o poltico na ps-modernidade. So Paulo: CortezEditores, 1995.

    _________ Critica Razo Indolente: contra o desperdcio da experincia. So Paulo: Editora Cortez,2000.

    VRIOS.Carta Mundial Pelo Direito Cidade. 2006. http://www.unhabitat.org/

    Notas:

    [1] Em especial, o Dicionrio de Poltica (Bobbio, Mettecci , Pasquino 1992) .

    [2]A venda de 50,02% das aes da Usina Vale do Rosrio trouxe mais fortunas para Ribeiro Preto (SP), que j vive umaeuforia com o boom do acar e lcool No fim de fevereiro, 72 pess oas embolsaram R$ 850 milhes com a venda de s euspapis - cerca de 70% deles moram na cidade. ... O negcio agita a economia local. A construtora Habiarte Barc antecipoude julho para abril o lanamento de um prdio de alto padro na avenida Joo Fiusa, "point" de novos -ricos da cidade. Nasconcessionrias de luxo, aumentou a fila para comprar carros importados Jornal o Valor 16/03/2007.

    [3]-Rodrigues, Arlete Moyses, 2004

    [4]- Muitos autores fundamentais no esto citados. Citamos os que so utilizados no texto.

    [5]- A produo e reproduo do espao, do urbano, da cidade, produzida pelos chamados agentes t ipicamente

    capitalistas e tambm pelos que ocupam terras para morar. Mesmo quando no consegue permanecer no lugar, produzespao, altera a dimenso da cidade, do urbano, do lugar (Rodrigues , Arlete Moyss 1988).

    [6]- No Brasil, nas terras pblicas ocupadas para moradia prpria se aplica o direito real de uso, individual ou coletivo. Nasterras privadas o usucapio urbano.

    http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref6http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref5http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref4http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref3http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref2http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref1http://www.unhabitat.org/http://www.undp.org/
  • 8/14/2019 A Cidade Como Direito - Arlete Moyses Rodrigues

    12/12

    15/03/13 A cidade como direito - Arlete Moyses Rodrigues

    [7]Guy Debord (2006) mostra como o valor de uso o mais importante para os que necessitam sobreviver. .

    [8]- Veja-se, Sader Eder 1988 e Rodrgues Arlete Moys s 1988

    [9]- Sobre a meta-geografia, Carlos , Ana Fani 2005.

    [10]- Jornal o Valor Econmico 22/01/2007. Noticias de 26/03/2007 afirmam que o projeto em elaborao vai alterar adinmica do lugar .

    [11]- Alguns programas foram implementados na articulao de lutas entre associaes tcnicos de alguns setores daPrefeitura. As explicaes tm como objetivo mostrar a importncia do trabalho do gegrafo e de outros profiss ionais quedes tacam a melhoria de condio de vida como um fundamento do direito cidade. Exemplos: Pro-Luz (com alterao denormas de posteamento); Pr-gua com instalao de registro coletivos em favelas; suspenso de processos dedeslocamento de famlias em reas pblicas, etc. Os argumentos decisivos utilizados pelos tcnicos foram: vela provocaincndio, gua dissemina doenas , deslocamentos provocam desterritorializao.

    [12] Relatoria Nacional do Direito Moradia Adequada , Grupo de Especialistas em Despejos Forados do Programa deAssentamentos Humanos das Naes Unidas UN Habitat, Programa das Amricas do COHRE - Centro pelo Direito Moradia contra Despejos forma parte da rede internacional

    [13]-Veja- Harvey, D 2004

    [14]- termo utilizado por Maura Veras

    [15]- Ortiz, Henrique 2006

    [16]- Rodrgues, Arlete Moiss- 1988-a.

    Retornar a Programa de las Sesiones

    http://www.ub.es/geocrit/9porto/progse.htmhttp://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref16http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref15http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref14http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref13http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref12http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref11http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref10http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref9http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref8http://www.ub.edu/geocrit/9porto/arlete.htm#_ednref7