a branca de neve e os sete anões

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A Branca de Neve e os sete Anões. Era uma vez … uma linda princesinha, chamada Branca de Neve, tão boazinha que até os passarinhos vinham pousar nas suas mãos e falar com ela. Mas a sua madrasta, a Rainha, além de má, era tão vaidosa que todos os dias perguntava ao seu espelho mágico:”Espelho mágico, espelho meu, existe alguém mais belo do que eu?” e o espelho respondeu:”Nem mulher nem donzela, não há na terra outra mais bela!” A rainha tinha ciúmes da beleza de Branca de Neve, por isso, ela obrigava-a a vestir-se de farrapos, e a fazer os trabalhos mais pesados. Queria que ela ficasse com as mãos gastas e feias. A princesa não tinha descanso: de manhã à noite esfregava e limpava o chão do palácio, lavava pratos na cozinha e costurava as roupas da rainha. Enquanto trabalhava, Branca de Neve cantava tão docemente que os passarinhos vinham ouvi-la. Eles gostavam muito da princesinha, que todos os dias lhes dava comida. Por isso acompanhavam as suas canções com trinados e gorjeios. Assim, sempre cantando, Branca de Neve cumpria as suas pesadas tarefas. De tal modo eram pesadas que pareciam não ter fim. Um dia, quando estava a tirar água do poço e a conversar com os seus amigos passarinhos, Branca de Neve pediu-lhes: - Meus amiguinhos, vocês que tanto voam, levem a reinos distantes a história desta princesinha que aqui vive prisioneira. Procurem um príncipe que a venha libertar!” E os passarinhos lá foram, mundo fora, levando a mensagem da pobre princesinha. Num reino longínquo, contaram a história de Branca de Neve a um príncipe, que também entendia a linguagem dos animais. E, imediatamente, ele veio da sua terra para ver a princesa que tão triste vida tinha. Ao chegar aos jardins do palácio, avistou Branca de Neve numa varanda e disse-lhe: - Bom dia, princesa, os passarinhos deram-me o teu recado. - Quem és tu – perguntou Branca de Neve. - Um príncipe que veio de um reino distante em busca da mais famosa do mundo! A rainha má, que estava na sala mesmo ao lado, ao ouvir estas palavras do príncipe, ficou furiosa. Muito furiosa! Nesse mesmo instante foi consultar o seu espelho mágico:

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Page 1: A Branca de Neve e os sete Anões

A Branca de Neve e os sete Anões.

Era uma vez … uma linda princesinha, chamada Branca de Neve, tão boazinha que até os passarinhos vinham pousar nas suas mãos e falar com ela. Mas a sua madrasta, a Rainha, além de má, era tão vaidosa que todos os dias perguntava ao seu espelho mágico:”Espelho mágico, espelho meu, existe alguém mais belo do que eu?” e o espelho respondeu:”Nem mulher nem donzela, não há na terra outra mais bela!”

A rainha tinha ciúmes da beleza de Branca de Neve, por isso, ela obrigava-a a vestir-se de farrapos, e a fazer os trabalhos mais pesados. Queria que ela ficasse com as mãos gastas e feias. A princesa não tinha descanso: de manhã à noite esfregava e limpava o chão do palácio, lavava pratos na cozinha e costurava as roupas da rainha.

Enquanto trabalhava, Branca de Neve cantava tão docemente que os passarinhos vinham ouvi-la. Eles gostavam muito da princesinha, que todos os dias lhes dava comida. Por isso acompanhavam as suas canções com trinados e gorjeios. Assim, sempre cantando, Branca de Neve cumpria as suas pesadas tarefas. De tal modo eram pesadas que pareciam não ter fim.

Um dia, quando estava a tirar água do poço e a conversar com os seus amigos passarinhos, Branca de Neve pediu-lhes:

- Meus amiguinhos, vocês que tanto voam, levem a reinos distantes a história desta princesinha que aqui vive prisioneira. Procurem um príncipe que a venha libertar!”

E os passarinhos lá foram, mundo fora, levando a mensagem da pobre princesinha. Num reino longínquo, contaram a história de Branca de Neve a um príncipe, que também entendia a linguagem dos animais. E, imediatamente, ele veio da sua terra para ver a princesa que tão triste vida tinha. Ao chegar aos jardins do palácio, avistou Branca de Neve numa varanda e disse-lhe:

- Bom dia, princesa, os passarinhos deram-me o teu recado. - Quem és tu – perguntou Branca de Neve.- Um príncipe que veio de um reino distante em busca da mais famosa do mundo!A rainha má, que estava na sala mesmo ao lado, ao ouvir estas palavras do príncipe,

ficou furiosa. Muito furiosa! Nesse mesmo instante foi consultar o seu espelho mágico:- Espelho mágico, espelho meu, existe alguém mais belo do que eu? – o espelho,

que sempre dissera ser a rainha mais bela, desta vez, porém, respondeu:- Se beleza e amor estão juntos ainda, Branca de Neve é hoje a mais linda.A rainha não se conteve. Chamou logo os guardas e ordenou:- Prendam o intruso que invadiu os jardins do palácio!Embora fosse muito valente, o príncipe foi vencido pelos guardas, que eram muitos,

e aprisionado.Mas a rainha não ficou satisfeita. Enquanto Branca de Neve vivesse, ela correria o

risco de não ser considerada a mais bela. Por isso, planeou matá-la. Chamou então um dos caçadores do palácio e ordenou-lhe que levasse Branca de Neve para um passeio na floresta e a matasse.

O caçador sentiu muita pena da princesinha, principalmente porque gostava muito dela, já desde o tempo em que era uma criança e o rei, seu pai, ainda vivia. Mas não tinha outro jeito senão obedecer à rainha.

No dia seguinte, o caçador levou Branca de Neve para a floresta. Sem saber o que a esperava, a menina ia feliz, parando aqui e ali para colher violetas. A dado momento viu um passarinho caído no chão. Ergueu-o e ajudou-o a voltar ao ninho.

O caçador, comovido com o gesto da princesa, ajoelhou-se diante dela e disse-lhe:

Page 2: A Branca de Neve e os sete Anões

- Não posso matá-la, princesa, mesmo tendo ordens da rainha para o fazer. Fuja, esconda-se na floresta e nunca mais volte ao palácio!

Branca de Neve, aterrorizada, correu sem rumo, tropeçando e caindo diversas vezes. Por fim, exausta, deixou-se ficar no chão a chorar. Os bichos da floresta rodearam-na e levaram-na para um novo lar. Era uma casa pequenina e muito engraçadinha. Por perto não se via ninguém. E quando Branca de Neve entrou? … Meu Deus, que desordem!!! No lava louças havia pilhas de pratos por lavar e uma enorme camada de poeira cobria todos os móveis.

- Devem ser crianças que moram aqui. Tudo é tão pequeno! – disse Branca de Neve. – estão com certeza a precisar de alguém que tome conta deles. Vamos lá então por esta casinha em ordem! – concluiu.

Com a ajuda dos seus novos amigos da floresta, deixou a casinha num brinco, brilhando de limpa. Depois subiu as escadas e viu sete caminhas, tão pequeninas que para poder deitar-se teve que ocupar três delas.

Enquanto dormia, sete anõezinhos terminavam o trabalho do dia na sua mina de diamantes e voltavam para casa, cantando

- Eu vou, eu vou, para casa agora eu vou ….Mal chegaram, perceberam que alguém lá devia estar: a luz acesa, a grande limpeza,

a arrumação e a mesa posta eram bem sinais disso.- Vamos procurar o intruso – Disseram.Os sete anões subiram a escada e encontraram Branca de Neve que, nesse exacto

momento, acordava. Ela contou-lhes a sua história e os anões convidaram-na a morar com eles. Bem … o Zangado não queria que ela ficasse, mas acabou por concordar quando Branca de Neve disse que sabia fazer comidas deliciosas.

- Quero pastéis! Quero empadas! – disseram os anõezinhos, impacientes.- O jantar ainda não está pronto - disse Branca de Neve. – Além disso, quero-vos

com as mãos lavadas.Zangado, que era do contra, não queria lavar-se, mas os outros anõezinhos deram-

lhe banho a força. Depois do jantar, Branca de Neve cantou e dançou com os anõezinhos. O Mestre, o

Atchim, o Feliz, o Soneca, o Dengoso, o pequeno Dunga e até o zangado dançaram com ela. À hora de ir para a cama, os sete anões cederam as suas caminhas a Branca de Neve e dormiram na sala.

Na manhã seguinte, em vez de voltarem ao trabalho na mina, os anões decidiram ficar em casa a fazer uma cama para a Branca de Neve.

No palácio, entretanto, as coisas eram bem diferentes. A rainha descobrira que a princesa não havia morrido. Disfarçada de velha, dirigiu-se então à casa dos sete anões, fingindo ser vendedora de maçãs. Na cesta levava uma maçã envenenada!

No dia seguinte, de manhã, depois de um delicioso pequeno almoço com bolinhos e tudo, os anões despediram-se da Branca de Neve e lá foram para o seu trabalho na mina de diamantes. O Mestre recomendou-lhe:

- Cuidado com a rainha, ela é uma bruxa. Feche bem a porta e não deixe ninguém entrar.

Branca de Neve prometeu tomar cuidado. Mais tarde, a velha bateu-lhe à porta e ofereceu a maçã envenenada à princesinha.

Bastou uma trincadela e Branca de Neve caiu desfalecida no chão.Os bichinhos da floresta correram a avisar os anões. Estes, apesar da forte chuva que

começava a cair, vieram logo em socorro da sua amiga. Ainda avistaram a bruxa a fugir no meio da tempestade e a ser morta por um raio que lhe acertou em cheio.

Page 3: A Branca de Neve e os sete Anões

Os anõezinhos levaram então a princesa para a floresta, à procura de alguém que a socorresse. Encontraram o príncipe que conseguira fugir da prisão, e que, ao dar à Branca de Neve um beijo de amor, criou o feitiço do veneno.

Ao despertar, Branca de Neve ficou encantada por ver o príncipe a seu lado. Despediu-se dos anõezinhos e, com ele, partiu para o seu reino, onde se casaram e …

Viveram Felizes para Sempre.

A Branca de Neve e os sete anõesE mais: vinte mil léguas submarinas.

Clássicos Disney,Adaptado por António Avelar de Pinho

Publicações Abril Jovem, SALisboa 1992