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EditoresRosely Aparecida Liguori ImbernonLuiz Cesar de Simas HornMarcos RamacciatoNicolle ZancanaroFabio Souza

Boletim de resumosSetembro de 2015

Boletim de resumos

Setembro de 2015

1o Congresso Brasileirode Educação Escoteira

Organização Apoio

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Boletim de resumos

União dos Escoteiros do BrasilPresidenteMarco Aurélio Romeu Fernandes

1o Vice-presidenteOscar Palmquist

2o Vice-presidenteRafael Rocha de Macedo

Secretário GeralDavid Ortolan

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

Comissão Organizadora

Marcos Carvalho • UEBPresidente do Congresso

Vanessa Cristina Melo Randig • UEBVice-Presidente do Congresso

Prof.A Dra. Rosely Aparecida Liguori Imbernon • EACH-USP • Presidente da Comissão CientíficaAdriano Aparecido Bezerra ChavesVanessa Cristina Melo RandigMarcos CarvalhoFabiana Pioker

Comissão Científica:

Luiz Cesar de Simas Horn • UEBVitor Augusto Gay • UEBMarcos Ramacciato • UEB

Comissão Técnica

Marcelo Margraf de Oliveira • UEBCoordenador de Secretaria

Luiz Carlos Pamplona • UEBCoordenador de Infraestrutura

Fabio Souza • UEBCoordenador de Divulgação

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

APRESENTAÇÃOCom quase quarenta milhões de membros espa-

lhados por todo o mundo, e com centenária exis-tência, o Movimento Escoteiro vem cumprindo um importante papel na contribuição para a educação de crianças, jovens e adolescentes. Em razão des-sa atuação, recebeu reconhecimentos de institui-ções e governos, inclusive sendo distinguido com o prêmio de educação para a Paz, conferido pela Unesco, em 1981.

Apesar disso, aqui no Brasil o Movimento Esco-teiro nem sempre é visto com relevância educati-va, muitas vezes passando desapercebido, e não mantem relacionamentos significativos com as or-ganizações de educação formal, representantes e pensadores da educação no país.

Já há alguns anos, as lideranças do Movimento Escoteiro vêm buscando oportunidade para apre-sentar-se ao mundo acadêmico, e finalmente, gra-ças ao esforço de instituições e trabalho de algu-mas pessoas, estamos realizando o 1º Congresso Brasileiro de Educação Escoteira. Este será um evento científico, que visa apresentar, discutir e refletir sobre a proposta educativa do Escotismo, destacando a aplicação do Método Escoteiro como instrumento de promoção e desenvolvimento pes-soal de crianças, adolescentes e jovens.

Indispensável citar, neste momento, da impor-tância da assinatura do termo de convênio, entre os Escoteiros do Brasil e a Escola de Artes, Ciência e Humanidades da Universidade de São Paulo (EA-CH-USP), que viabilizaram este Congresso, bem como a parceria com a Unicamp, e a excelente res-posta de educadores, pesquisadores e membros do Movimento Escoteiro, que encaminharam propos-tas de trabalho para dar conteúdo ao Congresso.

Estamos abrindo, para o Movimento Escoteiro, novas possibilidades para que possa ser apreciado em uma dimensão mais ampla, mais aberta e mais relevante. Por certo colheremos excelentes resul-tados desta iniciativa!

Luiz Cesar de Simas HornPresidente – Comissão Técnica do

1° Congresso Brasileirode Educação Escoteira

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Boletim de resumos

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

Sessões regulares

Juciele Silva Ortiz Rosa A postura do adulto no Movimento Escoteiro 36

Mariana De Marchi Baden-Powell e Ferrer i Guardia: possíveis diálogos pedagógicos 37

Jeane de Fátima Moreira Branco Especialidade de astronomia:um despertar para iniciação científica 38

Adriana Pereira Frony, Carmen Barreira Oficinas e Módulos: um processode aperfeiçoamento contínuo 39

José Henrique Gonzaga de Oliveira, Maria Tereza Cordeiro Estratégias da aplicação de atividades mateiras no Ramo Escoteiro 40

Eloyse Caroline Davet, Raquel Alvarenga Sena Venera Gênero e Escotismo: as trajetórias percorridas pela mulher ao longo do Movimento Escoteiro 41

Marcio Acselrad Relato de uma experiência: o uso de metodologias lúdicas no ensino de graduação 43

Vanessa Philippi Cecconi, José Afonso Voltolini, Roberto Willrich Relato de experiências de interação entre Universidade e Grupo Escoteiro 44

Nilton Freire Santos, Jhonatan França da Silva Utilizando ensino por competências e educação a distância na formação de adultos da Região Escoteira da Paraíba 45

Claudia de Carvalho Mello, David Viegas Casarin, Camila Malacarne, Escotismo e parques urbanos: a experiência do Grupo Escoteiro Barão de Teffé (16º/ES) e o Parque Municipal Marista em Vila Velha 46

Liria Romero Dutra, Carlos Eduardo Dutra Lanceiros negros: da primeira Promessa Escoteira à primeira promessa de amor 47

Thiago Paiva Brito, Edmilson Montenegro Fonseca O Método Escoteiro é suficiente? 48

José Mario Moraes e Silva, Denize Arantes, Enrico Miguel Nichetti Projeto Escotismo na Escola no Paraná: lições de uma experiência pioneira 49

Gustavo Ribeiro Bedran, Paulo Henrique Maciel Barbosa Escotismo como medida de promoção de saúde e prevenção da violência 50

Gabriel Vautier Teixeira Fonseca, Stefan Luiz Neves Fontanella, Vladmir Brenner, Waldiney Marcos Ruppel Relato de experiência na prática e vivência do projeto “Escotismo na Escola”, no Paraná 51

Arcangelo dos Santos Safanelli, Luiz Salgado Klaes O ensino a distância como formação dos adultos no Movimento Escoteiro 52

João Fabiano de Godoy Silva, Jorge Kuma Sototuka O Escotismo proporciona igualdade social 53

Kuniko Iwamoto Haga, Sandra Malta Barbosa A formação do chefe escoteiro e a prática de ensinar lobinhos 54

Jeane de Fátima Moreira Branco, Fabiano de Cristo GE Cidade de Maricá Atividades experimentais em astronomias 55

Andreia Cristina Ribeiro Izidro, João Henrique Ortiz Rosa Inclusão de pessoas com deficiência no Movimento Escoteiro 56

Aldenise Cordeiro Santos Educação e escotismo: aspectos da pesquisa acerca da coeducação no movimento escoteiro 57

João Armando Gonçalves O Escotismo como ambien-te de aprendizagem 13

João Armando Gonçalves Propósito doEscotismo e seu papel junto à educação formal 14

Fabiana C. Pioker-Hara Interdisciplinaridade e complexi-dade: uma possibilidade de desfragmentar a realidade 17

Vanessa Cristina Melo Randig,Luiz Cesar de Simas Horn A Contribuição do Método Escoteiro no desenvolvimento da autonomia 19

Sônia Maria Gonçalves Jorge,Aílton Carlos SantosO processo de socialização de criançasapoiado por um fundo de cena 20

Fabio Conde As atividades escoteiras e aformação da identidade 21

Thaís Lacerda Queiroz Carvalho Aescoteira muçulmana:um breve ensaiosobre Escotismo, islã e gênero 23

Thaís Lacerda Queiroz Carvalho Projetos educacio-nais para a juventude brasileira: Igreja Católica, Estado Novo e Movimento Escoteiro nas décadas de 1930 e 1940 24

Carolina Maria de Gouveia Matos Fiorante, Ana Vládia Moreira Bandeira Alimentação saudável no Escotismo: proposta de preparações por meio de fichas técnicas de preparo 25

Fernanda Vogt, Gabriel Andrade Perdigão, Leandro Lunelli Dirigindo um carro com um remo: as incongruências na gestão da organização escoteira 30

Gustavo Ribeiro Bedran, Paulo Henrique Maciel Barbosa Escotismo como fator de promoção de saúde e prevenção da violência, uma revisão da literatura 31

Mariella Fellini Raiz(es) e ramificações do Movimento Bandeirante 32

Waldyr R. Bastos, Vinicius R. Sampaio, Dayne A. Leite, Giselda N. W. Rocha Um resgate histórico do GEPL, para contribuição na sua reorganização para formação da juventude em Cuiabá/MT 34

Suzana Maria Schiefferdecker Sommer A importância do Escotismo como educaçãonão formal na sociedade de Porto Alegreno inicio do século XX 35

Taís Fecher Leistenschneider Mowgli: o mito do herói vivido no Movimento Escoteiro 26

Carlos Eduardo Sampaio Burgos Dias O jogo escoteiro e o Escotismo em jogo 27

Samara dos Santos Carvalho O Movimento Bandeirante e as relações de gênero no contexto social brasileiro no século XX:os desafios da construção do objeto de pesquisa 28

Camila Moreno de Lima Silva, Rosely Aparecida Liguori Imbernon A inserção de conteúdos de geociências nas ações pedagógicas do Movimento Escoteiro no Brasil 29

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Boletim de resumos

CONFERÊNCIAS

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

O Escotismo como ambiente de aprendizagem

Desde a sua gênese, o Escotismo foi defini-do como educação ativa com forte ênfase nas atividades. Nos últimos anos verificou-se um aprofundamento da reflexão pedagógica as-sociada à missão educativa no Escotismo que deu origem a abordagens mais estruturadas, que incluíram os conceitos de objetivos edu-cativos, ciclos de programa, etc.

Em um mundo cada vez mais dinâmico e social e culturalmente mais fragmentado, po-derá ser necessário encarar formas de pen-sar a ação educativa do Escotismo que sejam capazes de acolher as diferentes formas em que este é vivido. O conceito de “ambiente de aprendizagem” comporta um grau de fle-xibilidade interessante que pode responder a essa necessidade de adaptabilidade a di-versas práticas e culturas, podendo servir de plataforma comum para um movimento edu-cativo global, tal como o Escotismo se define.

Dr. João Armando Gonçalves - Presidente do Comitê Mundial do Movimento Escoteiro

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Boletim de resumos

Propósito do Escotismo e seu papeljunto à educação formal

Ainda que o Escotismo tenha a aparência de organização, na prática, é um movimento que funciona em rede. A natureza intuitiva de sua ação educativa, que possibilita que os jovens participem motivados em fazer coisas que atraem seus interesses, resulta, muitas vezes, em dificuldade para que seja reconhe-cido socialmente seu impacto educativo.

Em alguns ambientes, além disso, a respos-ta para essas incertezas pode levar os mem-bros do Movimento Escoteiro a se apegarem em suas tradições e símbolos por medo de perder sua identidade. O medo de mudan-ças faz com que se tornem fechados e exclu-dentes; e assim, também é no Escotismo, as vezes nos fechamos em tradições e esquece-mos a razão do Movimento.

O propósito do Escotismo é contribuir para o desenvolvimento integral das crianças, adolescentes e jovens, como indivíduos e como cidadão de seu país e do mundo; e é através desse trabalho que contribuem para um mundo melhor. O Escotismo não tenta estabelecer uma visão particular de como a sociedade deveria ser, mas empodera cida-dãos responsáveis com valores de inclusão e critério próprio para que eles participem da definição de seu modelo de sociedade e con-tribuam para torná-lo possível.

Empoderar os jovens com critérios próprios lhes proporciona mais “liberdade para cons-truir o mundo”, que é precisamente o que esperamos de nossos escoteiros. Que sejam indivíduos criados com valores de inclusão e convivência; “educados pelo amor ao invés de pelo temor”; comprometidos em criar um mundo melhor; e equipados de liderança e mentes abertas para tornar essa visão pos-sível.

Dr. Eduard Vallory

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

Palestras

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Boletim de resumos

Educação não formal

Nos propomos a invetigar o surgimento do conceito de educação não formal, ao final dos anos 60 e começo dos anos 70, no contex-to do que se denominou como “crise mundial da educação”, com fortes questionamentos da escola tradicional, classista e autoritária. Assim, surge um conceito que define - pela oposição ou negação - uma modalidade edu-cativa (a não formal). Sobre este conceito se escreveram algumas expectativas de melho-ramento, mudança e inovação, baseadas na possibilidade de realizar experiências fora dos cânones educativos tradicionais, mas, no en-tanto, essas expectativas de inovação e me-lhora nem sempre se cumpriram, inclusive muitas experiências de educação não formal forma se formalizando mediante a inclusão de práticas educativas tradicionais.

Analisamos, também, as relações funcionais que acontecem entre as modalidades de edu-cação formal e não formal, como uma forma de compreender o papel e as responsabilidades que cabem, especificamente, ao Movimento Escoteiro em relação com outros agentes edu-cativos, formais e não formais, questionando a posição de “complementariedade” que tradi-cionalmente se atribui ao Escotismo.

Para perguntarmos sobre os desafios do Mo-vimento Escoteiro no contexto educacional geral, analisamos a agenda educativa atual, no que parece ser uma longa crise dos sis-temas educacionais em geral e da escola em particular.

Hector Carrer

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

Interdisciplinaridade e complexidade:uma possibilidade de desfragmentar a realidade

No início da civilização, os seres humanos buscavam conhecer a natureza ao seu redor para resolver seus problemas básicos, de iní-cio de maneira bastante empírica: Isso pode ser comido? Como? Qual a melhor época para plantar? Qual a melhor época para colher? E, assim, a humanidade foi fazendo descober-tas como a do fogo, da roda, e construindo inúmeros inventos, para o bem e para o mal. Após a revolução industrial, o conhecimento humano adquiriu proporções nunca antes vis-tas. Fomos capazes de construir uma bomba capaz de nos exterminar, enquanto descobri-mos novos antibióticos e a cura de inimagi-náveis doenças. Chegamos à lua e ao fundo do oceano, mandamos uma sonda para as fronteiras do Sistema Solar. Com o acúmulo crescente de conhecimentos e tecnologias, a busca da humanidade pelo conhecimento da Terra e do universo tomou novas proporções, de forma que já não era possível a uma só área do saber dominar todo o conhecimento produzido. Surgiu, assim, a disciplinarização, a divisão do conhecimento em áreas do saber: especializando-se cada vez mais nas partes, almejava a humanidade chegar ao conheci-mento do Todo.

Porém, se a especialização exacerbada fez surgir mais e mais conhecimentos, estes se consistiram cada vez mais em fragmentos, pedacinhos sem relação entre si. O quebra ca-beça do entendimento do universo tinha então inúmeras peças, todas desencaixadas. Surge então uma nova abordagem na ciência, com reflexos também na educação: a interdisci-plinaridade. De início multidisciplinar, os cien-tistas de diferentes áreas passaram a buscar conhecimentos das outras áreas para resolver problemas de seu próprio campo de pesquisa. Quando, para além da soma de conhecimen-tos junta-se a multiplicação do diálogo entre as diferentes áreas, temos a emersão da in-terdisciplinaridade. Mais do que a busca isola-da de pedaços de conhecimentos oriundos de outros campos do saber, passam os cientistas a trabalhar conjuntamente para a resolução de problemas, de forma a compreender os fenômenos naturais não mais de forma frag-

Fabiana C. Pioker-Hara

mentada, isolada, mas compreendê-lo como um todo. Desse trabalho conjunto surgem no-vas áreas do saber, que só avançam de fato quando seus cientistas se dispõem ao diálogo, à compreensão de que é impossível a exis-tência daquele cientista arquetípico, de jaleco, isolado em seu laboratório. É das redes de co-laboração, do trabalho conjunto e do diálogo que surgem os novos conhecimentos, dentro de uma perspectiva interdisciplinar.

Sendo o diálogo a chave e a essência da interdisciplinaridade, o Movimento Escotei-ro (ME) é onde ela pode ser vivenciada em sua plenitude. Pela própria característica do programa escoteiro, que procura o desen-volvimento integral das crianças e jovens, de forma que eles compreendam o meio em que vivem e seu papel nele, o ME desenvolve ati-vidades que superam as barreiras que isolam os conhecimentos em caixinhas isoladas. Não se trata de ignorar que existem as especifi-cidades das diversas áreas do saber - e as próprias especialidades, divididas por áreas, assim o mostra - mas de utilizá-las de forma integrada para a realização de suas propostas. Um exemplo claro é o clássico acampamen-to escoteiro, onde o jovem precisa mobilizar conhecimentos de física e matemática, para construir suas pioneirias e compreender por que cada volta daquele nó tem que ser da-quele jeito; conhecimentos de meteorologia e geologia para saber como e onde montar sua barraca, de forma que ela não alague em caso de chuva; além de conhecimentos além dos puramente científicos, como noções de gas-tronomia (para cozinhar um arroz embrulhado no papel alumínio, enterrado na fogueira, sem crbonizá-lo), artes, teatro (com as divertidas esquetes do Fogo de Conselho) e, principal-mente, de convivência em grupo. É justa-mente pela convivência coletiva, organizada e colaborativa que o ME, mais do que atuar de forma interdisciplinar, prepara cidadãos pré--dispostos à interdisciplinaridade: cidadãos que têm entronizado o respeito pelo próximo e a disposição ao diálogo construtivo.

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Boletim de resumos

SemináriosOs seminários têm como propósito apresen-

tar o Método Escoteiro como eficaz instrumen-to de aplicação de um programa educativo, contribuindo de maneira decisiva para o de-senvolvimento pessoal das crianças, adoles-centes e jovens.

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

Seminários

A Contribuição do Método Escoteirono desenvolvimento da autonomia

Autonomia é uma característica individual, produto de desenvolvimento pessoal, em que se adquire a capacidade de autodeterminar--se, de tomar decisões e assumir os respecti-vos resultados. A palavra tem origem no gre-go, pela união de “autós”, que significa “por si mesmo”, e “nomos”, que significa “lei”. Pode--se entender, assim, que autônomo é aque-le que se autogoverna, por regras e valores próprios.

Muitos filósofos, educadores e psicólogos trataram sobre o tema abordando diferentes facetas. Pelo ângulo da filosofia, Maquiavel (1469-1527) e Martinho Lutero (1483-1546) propõem conceitos abordando escolhas e au-tolegislação, mas o tema é ampliado nos tex-tos de Kant (1724-1804), a partir da definição de autonomia como a capacidade humana de autodeterminação segundo legislação moral pessoal. Pela abordagem da educação, a auto-nomia foi analisada profundamente por Piaget (1896-1989) pelos aspectos moral e intelec-tual. Paulo Freire, referência nessa questão, avança para uma pedagogia da autonomia, conquistada por meio de vivências e experi-ências, facilitadas pelo ambiente educativo, e que habilita a pessoa, além de pensar por si, para realizar.

Evidentemente não se pode, em nenhum caso, entender que autonomia é uma carac-terística absoluta e terminada, pois resulta de um processo permanente, que começa na in-fância e se estende por toda a vida. Mas, con-solida-se pelo seu exercício contínuo e pelas experiências gratificantes decorrentes disso.

No Escotismo, o tema da autonomia é pre-sente e constante em todas as faixas etárias e fases de desenvolvimento em que é oferecido. Para que seu propósito seja alcançado, que pretende contribuir para que cada um dos jo-vens assuma o seu próprio desenvolvimento, todo o processo educativo é fundamentado na aquisição de capacidade de autonomia, naqui-lo que se espera para cada etapa de desenvol-vimento, para que, progressivamente, alcance uma capacidade mais evoluída de autonomia.

Vanessa Cristina Melo Randig - Pedagoga e Mestre em EducaçãoLuiz Cesar de Simas Horn - Psicólogo

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Boletim de resumos

O processo de socialização de criançasapoiado por um fundo de cena

A vida em grupo é uma exigência da natu-reza humana pela necessidade primeira de sobrevivência e perpetuação da espécie, mas também para criar formas de expressão cultu-ral e obter realização plena como indivíduos, pois como afirma Vygotsky, é na presença do outro que a pessoa forma a sua identidade. No processo de socialização, a criança apren-de as regras básicas, os valores e os modelos comportamentais do grupo ao qual pertence. A compreensão e a adesão a seus princípios é que a levam a integrar-se na sociedade, obje-tivo principal do Programa Educativo do Ramo Lobinho. Sabendo que seria mais atraente para as crianças se elas tivessem um “mun-do especial” do qual poderiam entrar e sair, Baden-Powell encontrou uma excelente ferra-menta na obra “O livro da Jângal”, de Rudyard Kipling, e com ela esquematizou o fundo de cena para o Ramo Lobinho.

O Programa Educativo desde então, apoia--se nesse recurso psicopedagógico para esti-mular e promover o desenvolvimento infan-til em todos os aspectos da personalidade, e tomar como diretriz de vida os valores mo-rais que resultam em comportamentos social-mente sadios. O fundo de cena transforma o ambiente de aprendizagem em um espaço de alegria e imaginação, onde os lobinhos e lobi-nhas, através dos conceitos trabalhados, po-dem compreender e interpretar a si próprios e a realidade. Uma fantasia que possibilita ex-perimentar o verdadeiro sabor de ser criança, enquanto fazem suas leituras do mundo, atu-am coletivamente, apropriam-se do referen-cial simbólico e se põem em contato com a realidade, viabilizando uma ação protagonista e transformadora do contexto social. Nessa perspectiva pedagógica, escotistas e lobinhos interagem usando a empatia, a confiança, o diálogo.

Os valores da Lei da Jângal são assim tradu-zidos para as regras de conduta social e, como Mowgli, aprendem a viver segundo a Lei, a cuidar de si mesmos e conviver bem no grupo - verdadeiros requisitos para a sobrevivência

na selva, seja dos animais, seja dos humanos. Ter como referência de sociedade ideal a das alcateias, de organização fantástica, de res-peito, de ordem, de amorosidade, de priori-zação do bem-estar coletivo sobre os interes-ses individuais, é apresentar às crianças uma alternativa para a sociedade conturbada em que vivemos e um caminho de esperança num futuro melhor.

A socialização é um processo que se estende ao longo da vida, assim o Ramo Lobinho tra-balha com o que a criança pode alcançar, mas almeja contribuir com uma base sólida para que ela se torne um adulto seguro de suas opiniões, decisões e atitudes.

Sônia Maria Gonçalves Jorge - Coordenadora do Ramo Lobinho dos Escoteiros do Brasil Aílton Carlos Santos - Região Escoteira de São Paulo

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

As atividades escoteiras e aformação da identidade

A adolescência, especialmente a partir dos 14 ou 15 anos, é a etapa de desenvolvimento em que se elabora a identidade pessoal.

Ainda que as bases da personalidade se con-solidem até o término da adolescência e o in-gresso na vida adulta, ela se desenvolverá ao longo de toda a vida do ser humano. De fato, uma consolidação da personalidade em con-dições estáveis, só se produz na vida adulta, quando o indivíduo já teve a oportunidade de colocar em prova seus recursos e sua visão do mundo, enfrentando as tarefas mais im-portantes que desempenhará em sua vida: trabalho, família e posição em seu grupo de relação socioeconômico, afetivo e ideológico.

As atividades escoteiras, como ferramentas na construção da identidade do indivíduo atu-am como “ensaio” para tais situações, provo-cando desiquilíbri os e questionamentos para que o jovem compreenda os processos, frus-trações e êxitos em sua vida e, desta forma, desenvolva sua autonomia em relação aos de-safios que lhe são apresentados.

Fabio Conde - Coordenador do Ramo Sênior dos Escoteiros do Brasil

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Boletim de resumos

Comunicação

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

A escoteira muçulmana:um breve ensaio sobre Escotismo, islã e gênero

Este trabalho objetiva levantar questões e dar possíveis respostas sobre a aplicabilida-de do Método Escoteiro em países de religião islâmica, religião com a qual a sociedade bra-sileira ainda tem muito preconceito. Por meio de observação e entrevistas semiestruturadas realizadas com escoteiros muçulmanos, per-cebemos que o Movimento Escoteiro, mesmo originado em um contexto imperialista e com outras características que hoje são repudia-das pela sociedade em geral, é capaz de abra-çar diversidades mesmo sem modificar suas bases, uma vez que o contexto se modificou. Através disso, mostramos que existem ques-tões de gênero e luta por igualdade entre gê-neros dentro do Movimento Escoteiro e dentro da sociedade muçulmana, e articulamos que estas lutas se complementam e, portanto, a escoteira muçulmana não caracterizaria um ponto totalmente fora da curva, como poderí-amos pensar, mas sim um reflexo de sua so-ciedade e das instituições da qual faz parte. Com a pesquisa concluímos que ser muçul-mano não impede o Escotismo, uma vez que não há preceitos da religião que contrariem os do Movimento Escoteiro, e nem o contrário. Percebemos também que o Movimento Esco-teiro pode ser receptivo a lutas sociais, como a luta contra o machismo e o patriarcalismo, mas que sua recepção depende mais do gru-po de pessoas que o integra em cada caso do que o Movimento em si. Ou seja, que o Movi-mento Escoteiro é amplo e não possui espe-cificações a favor dessas lutas, mas que se os seus integrantes demonstrarem a vontade de travá-las, um possível obstáculo partirá mais dos conceitos pessoais de outros integrantes do que de estruturas do Movimento em si. As principais referências de pesquisa foram a obra completa “O Mundo Muçulmano”, de Peter Demant, “Caminho para o Sucesso”, de Baden-Powell, e entrevistas realizadas com uma escoteira argelina, uma turca e um esco-teiro egípcio.

1Thaís Lacerda Queiroz Carvalho

1Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Instituto de Relações InternacionaisRio de Janeiro, dezembro de 2014

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Boletim de resumos

Projetos educacionais para a juventude brasileira: Igreja Católica, Estado Novo e Movimento Escoteiro nas décadas de 1930 e 1940

Através do método de análise comparati-va, este projeto de pesquisa busca entender o perfil de jovem que três instituições ope-rantes nas décadas de 1930 e 1940 no Brasil visavam formar, o que ajuda a compreensão dos projetos de cada uma para o futuro da nação; e comparar os projetos educacionais destas três instituições, que são a Igreja Ca-tólica, o Estado Novo de Getúlio Vargas e o Movimento Escoteiro no Brasil, apontando semelhanças e diferenças, através da análise de documentos primários e secundários. Foi possível perceber contrastes e também afini-dades entre os projetos das três instituições. Para a Igreja Católica o foco estava no objeti-vo da reunificação moral da política brasileira a ser conduzida pelas elites intelectuais, for-madas segundo os valores e a moral cristã, tal como eram compreendidos. Dessa forma, visava-se a formação de um jovem orientado por estas doutrinas que ocuparia posições de liderança na sociedade. Para o Estado Novo, em contraste com a proposta do Manifesto dos Pioneiros, o projeto era formar cidadãos semelhantes à imagem construída de Getú-lio Vargas, que perpetuariam o regime e não duvidariam jamais das intenções deste de promover o bem-estar social, e cumpririam suas funções profissionais, sendo patriotas ao introjetar o modelo preconizado pelo regime autoritário de então e consolidado pela Refor-ma Capanema. O projeto educacional do Mo-vimento Escoteiro, dada sua origem britânica, pautava-se pelas ideias desenvolvidas por seu fundador em publicações do início do sécu-lo XX. Dentre os principais objetivos estava o desenvolvimento do jovem ativo na socie-dade, fisicamente sadio, com consciência de serviço ao próximo, de si mesmo e de dever, segundo a Lei e a Promessa Escoteiras, ain-da que os métodos de aplicação deste projeto estivessem em fase de consolidação, apresen-tando pequenas divergências.

1Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Orientadores: Margarida de Souza Neves, Silvia Ilg Byington e Eduardo Gonçalves

1Thaís Lacerda Queiroz Carvalho

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

Alimentação saudável no Escotismo: proposta de preparações por meio de fichas técnicas de preparo

Fundado em 1907, em Londres, por Baden--Powell, o Movimento Escoteiro tem como propósito o desenvolvimento do jovem nas áreas física, afetiva, de caráter, espiritual, in-telectual e social. Pautado em seu próprio Mé-todo Educativo, o Movimento Escoteiro tem, dentre vários objetivos, o incentivo ao jovem para que tenha uma alimentação com quan-tidade e qualidade de nutrientes adequados, considerando também os aspectos de higiene no manuseio dos alimentos. Diante disso, o jovem deve ter consciência de como manter uma alimentação saudável em atividades ex-ternas, visto que esta é de suma importância para seu crescimento e desenvolvimento du-rante a atividade. Para tanto, o presente tra-balho teve como objetivo o desenvolvimento de um manual sobre alimentação saudável no Escotismo para promoção da saúde com propostas de receitas saudáveis e práticas. Para a realização do trabalho foi elaborado um questionário e enviado a jovens e adultos do Movimento Escoteiro de todo o Brasil para o levantamento das preparações das refeições realizadas em acampamentos, e também o teste de receitas para serem incluídas no ma-nual proposto. O questionário foi composto de perguntas sobre as preparações que são fei-tas com maior frequência nos acampamentos e as que eles mais gostavam de fazer; como a quantidade de alimento é calculada por eles; se, durante as atividades, eles consideravam sua alimentação saudável e o que eles enten-diam por uma alimentação saudável; além de idade, sexo, Grupo Escoteiro, Ramo e cidade, e se eles gostariam de ter o manual como ma-terial de apoio para as atividades escoteiras. Através do questionário foi possível fazer o le-vantamento das principais preparações elabo-radas em uma atividade escoteira, fazer o tes-te das receitas e elaborar o manual proposto.

2Nutricionista formada pela Universidade Federal de Viçosa. Aprimoranda em Administração de Unidade de Alimentação Hospitalar, pela Universidade Estadual de Campinas. Membro atuante no Movimento Escoteiro de Lobinha a Chefe, atualmente Chefe Assistente do Ramo Sênior no Grupo Escoteiro Amizade 66º/SP.3Nutricionista formada pela Universidade Estadual do Ceará, Mestrado e Doutorado em Ciências dos Alimentos pela Universidade de São Paulo. Professora adjunta da Universidade Federal de Viçosa. Chefe Assistente Ramo Lobinho no Grupo Escoteiro Viçosa 30º/MG.

2Carolina Maria de Gouveia Matos Fiorante 3Ana Vládia Moreira Bandeira

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Boletim de resumos

Mowgli: o mito do herói vividono Movimento Escoteiro

Mitos de heróis estão presentes em diversas culturas e épocas e representam os desafios e etapas a serem vencidos por todos os indi-víduos ao longo da vida no desenvolvimento da própria identidade. O herói Mowgli, de R. Kipling, é a inspiração para as atividades das crianças do Movimento Escoteiro. No presente estudo foram realizadas entrevistas semidiri-gidas com crianças do Movimento Escoteiro tendo como objetivo compreender como a jor-nada de Mowgli pode ser identificada nos rela-tos destas crianças. A análise das entrevistas dos cinco indivíduos, embasada nas teoria dos arquétipos do desenvolvimento humano de Carl G. Jung e na descrição da jornada do he-rói feita por Joseph Campbell, evidenciou que, através das atividades escoteiras, eles identi-ficam-se com o herói e, conforme ficam mais velhos, tem maior clareza sobre a necessida-de de esforço próprio para superar desafios.

4Psicóloga formada pela Universidade Metodista de São Paulo, atualmente professora de português e cultura brasileira em Vancouver, Canadá. Cinco anos de experiência como escotista (adulto voluntário) no Brasil. O presente estudo trata-se de um Trabalho de Conclusão do curso de Psicologia (GASCHLER, 2013).

4Taís Fecher Leistenschneider

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

O jogo escoteiro e o Escotismo em jogo

Este texto é parte de um estudo cujo objeto de análise é o Escotismo brasileiro, mais espe-cificamente a pedagogia escoteira. A questão central que o orientou foi compreender como o Escotismo se realiza por meio de sua peda-gogia. Como os valores escoteiros são trans-mitidos por meio dessa pedagogia? A resposta a esta questão foi construída a partir da aná-lise de uma vasta literatura escoteira somada a um balanço das produções acadêmicas so-bre o Escotismo brasileiro. Além disso, foi feita uma pesquisa de campo de cunho etnográfi-co junto a dois grupos escoteiros da região metropolitana de São Paulo. Esse material foi refletido a partir do pensamento sociológico Durkheimiano. Ao analisarmos a literatura es-coteira e as produções acadêmicas sobre Es-cotismo notamos que o jogo, ou a ideia de jogar, parecia central em todas as ativida-des escoteiras descritas. A pesquisa de cam-po também permitiu verificarmos que o jogo parecia ser o eixo central dessa pedagogia, e que, independente do conteúdo que se busca-va trabalhar numa atividade, o jogo pareceu ser a atividade capaz de cristalizar tais objeti-vos, podendo ser considerada ferramenta in-trínseca a própria pedagogia escoteira. Dentro dessa perspectiva, este estudo analisou os ri-tuais e a crença dos escoteiros na prática do Escotismo, podendo assim interpretá-lo como um jogo, uma minisociedade, cuja função metafórica reflete a própria sociedade a qual esses escoteiros estão inseridos. Segundo Ba-den-Powell, o Escotismo é um grande jogo ao ar livre. A partir dessa definição do fundador do Movimento Escoteiro, concluímos que o Escotismo se realiza como um jogo: o Jogo Escoteiro, capaz de sintetizar os valores e as práticas escoteiras num mesmo universo, sem distinção entre teoria e prática. Esse Jogo Es-coteiro se adapta a cada realidade de tempo e espaço de modo que não perca a essência do ato de jogar, constituindo-se como um ensaio para a vida adulta.

5 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Licenciado em Pedagogia (2012) pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e História (2007) pela UniABC (Universidade do Grande ABC), atualmente sou Coordenador de Programas Educacionais da Secretaria Municipal de Educação de Guarulhos, atuando na formulação de políticas públicas para educação básica. Contato: [email protected]

5Carlos Eduardo Sampaio Burgos Dias

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O Movimento Bandeirante e as relações de gênero no contexto social brasileiro no século XX:os desafios da construção do objeto de pesquisa

O presente texto é parte integrante de uma dissertação de mestrado que teve como obje-tivo compreender a trajetória do Guidismo no Brasil. O Guidismo foi idealizado por Robert Baden-Powell, em 1909, na Inglaterra, e pode ser compreendido como a vertente feminina do Movimento Escoteiro. No Brasil, o Guidismo é fundado em 1919, e recebe o nome de Mo-vimento Bandeirante. A pesquisa dedicou-se a investigar qual concepção de mulher propaga-da às suas filiadas no decorrer do século XX, mais precisamente entre sua implementação, no início da década de 1920, até o período de 1969-1974, referente ao processo de Re-estruturação Institucional, que tinha como ob-jetivo reformular a metodologia bandeirante à realidade social e cultura da juventude no período. O referencial metodológico utilizado foi a noção de Teoria da Prática empreendida por Pierre Bourdieu e Sherry Ortner. Neste es-tudo, foi possível constatar que o Movimento Bandeirante, em sua perspectiva educativa, buscou avivar em suas participantes uma re-presentação de mulher associada aos interes-ses republicanos; uma mulher que estivesse a serviço do progresso brasileiro, ativa em sua missão civilizadora de mãe e esposa temente a Deus. Dadas as limitações que envolvem a apresentação de toda a pesquisa, este traba-lho priorizou-se em discutir quais as reflexões que nortearam a construção deste objeto, des-de a sua distinção em relação ao Movimento Escoteiro como também no que diz respeito às particularidades do seu método educativo direcionado ao gênero feminino.

6Mestre em Ciências Sociais – UNESP/Marília. Membro da Federação de Bandeirantes do Brasil – Região São Paulo – Núcleo Santos.E-mail: [email protected]

6Samara dos Santos Carvalho

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A inserção de conteúdos de geociências nas ações pedagógicas do Movimento Escoteiro no Brasil

O Movimento Escoteiro (ME) no Brasil, a despeito de sua longa existência e do papel que tem exercido como movimento de edu-cação não formal, apresenta poucos estudos que demonstrem como o Movimento tem se inserido na formação dos milhares de crian-ças e jovens ao longo de décadas. Podemos contar milhares de brasileiros que estiveram, em algum momento de suas vidas, envolvidos em grupos escoteiros (GE) e participaram das atividades escoteiras que seguem um dese-nho pedagógico baseado no desenvolvimento de “atitudes”, “competências” e “habilidades” atingidas a partir de um programa de méri-tos, através da conquista de distintivos de especialidades e insígnias escoteiras. As ati-vidades, em geral, são realizadas ao ar livre e em contato direto com o meio ambiente (em acampamentos, trilhas, jornadas, excursões, etc.), e incluem temas associados a conteú-dos das Geociências que envolvem o “obser-var” e “(re)conhecer” os processos da dinâ-mica terrestre e suas consequências. Neste estudo avaliamos um referencial documental (livros, manuais, guias, apostilas de cursos, etc.) obtido junto à União dos Escoteiros do Brasil; elaboramos e aplicamos um roteiro de entrevistas com membros adultos e juvenis do ME; e identificamos nos eventos escoteiros (regionais, nacional e internacional) a aplica-ção de atividades que envolvam conteúdos de Geociências. A partir das avaliações realiza-das, propusemos roteiros de atividades que abordam conteúdos das Geociências para que sejam aplicados nas atividades escoteiras, e elaboramos duas especialidades que se inse-rem no sistema de progressão pessoal do ME, que se focam em conteúdos específicos dessa ciência, e podem ser conquistadas por jovens escoteiros de todo o Brasil.

7Programa de Pós-Graduação em Ensino e História de Ciências da Terra – IGe – Unicamp <[email protected]>.8Professora Associado da Escola de Artes, Ciências e Humanidades – Universidade de São Paulo EACH-USP <[email protected]>.

7Camila Moreno de Lima Silva8Rosely Aparecida Liguori Imbernon

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Dirigindo um carro com um remo:as incongruências na gestão da organização escoteira

O presente artigo propõe uma investigação das incongruências de se gerir um método educacional flexível e compreensivo através de ferramentas rígidas. Buscando responder quais são os problemas estruturais que im-pedem a aplicação do ‘Projeto Escoteiro’, dia-loga-se com autores e conceitos de diversas áreas do conhecimento até chegar nos pró-prios fundamentos e princípios do Movimen-to e do Método Escoteiro, a partir de ideias e propostas elaboradas pelo próprio fundador, Robert S. S. Baden-Powell, e o pesquisador Jean Cassaigneau. O intuito é de se chegar a um mínimo comum: a autonomia. Ela se con-cretiza dentro do processo de desenvolvimen-to do jovem através do coletivo - o Sistema de Patrulhas -, que é interrompido quando a Instituição pauta-se, primariamente, por um sistema tradicional de gestão. A experiência que daria lugar ao aprendizado crítico é hoje confrontada pela dificuldade de tornar os jo-vens protagonistas não só dos processos de tomadas de decisão, mas sim, do seu próprio desenvolvimento. Para fundamentar tais ar-gumentos durante a investigação, fez-se ne-cessária a busca por outras referências, tais como incursões no materialismo histórico oriundos principalmente de Walter Benjamin, Marx e Salvo Zezé, na sociologia da educa-ção com Paulo Freire e Jacques Rancière e na teoria da democracia a partir de Castoriadis. Ainda assim, não seria possível compreender todos os aspectos do Escotismo enquanto mo-vimento educacional sem antes refletir sobre o próprio caráter e os sujeitos que participam e fundamentam o seu processo educacional. Desta forma, a análise se conduziu em duas frentes: uma, centrada nas características for-mais das instituições dirigentes do Movimento Escoteiro e suas relações específicas com o desenvolvimento dos sujeitos; e a segunda, que buscava uma reflexão sobre a existência de um ‘Projeto Escoteiro’ e suas compatibili-dades e incompatibilidades com as condições materiais do Escotismo contemporâneo.

9Mestranda de Design Management pela Creative University, Portugal. Licenciada em Desenho Industrial, pesquisadora em Branding, Gestão das Marcas e aplicação do Design Thinking na Educação. No Escotismo, onde atua há mais de dez anos, trabalha atualmente nos setores da comunicação, envolvimento juvenil e projetos sociais. Contato: <[email protected]>.10Graduando em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, pesquisador em Hermenêutica, Teoria do Direito e Filosofia Política. No Escotismo, onde atua há mais de dez anos, trabalha atualmente com o Clã Pioneiro do 21° Grupo Escoteiro Mangabeiras. Contato: <[email protected]>.11Graduado em Licenciatura e Bacharelado em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, artista e pesquisador em Teoria Crítica e Imagem Política da Arte, e educador no projeto Mais Educação/ Ministério da Educação - Governo Federal. É escoteiro desde 2001, no qual atua hoje como escotista do ramo sênior e coordenador do Núcleo Nacional de Jovens Líderes. Contato: <[email protected]>.

9Fernanda Vogt 10Gabriel Andrade Perdigão 11Leandro Lunelli

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Escotismo como fator de promoção de saúde eprevenção da violência, uma revisão da literatura

O Escotismo é um movimento educacional para crianças e jovens que, através de sua prática pedagógica, orientada pelo Método Escoteiro que visa o trabalho em equipe, ati-vidades atraentes, progressivas e variadas, a aceitação dos valores contidos na Promessa e Lei Escoteira, do acompanhamento individu-al de um voluntário para o desenvolvimento pessoal das crianças e jovens e do aprender com seus próprios esforços, incentiva a ci-dadania e trabalha a promoção de saúde de seus beneficiários, contribuindo junto à fa-mília, escola, e outros processos educativos, na formação do caráter, e desta forma pode atuar na prevenção da violência. Objetivo: revisar a literatura analisando o Escotismo, e por consequência o Método Escoteiro como fator de promoção de saúde e prevenção da violência. Metodologia: foi realizada uma pesquisa de revisão da literatura em bases de dados, sites nacionais e internacionais do Escotismo com fito de ampliar a busca de li-teratura, tendo como critérios de inclusão documentos que relatam sobre o Escotismo relacionado com educação, violência e pre-venção da violência, saúde e promoção da saúde. Resultados e discussões: a literatura consultada demonstrou uma relação secular entre o Movimento Escoteiro, a promoção de saúde e a prevenção da violência. Conclu-sões: a literatura é escassa, no entanto, nos estudos selecionados pode-se concluir que o Escotismo pode atuar como fator de promo-ção de saúde e prevenção da violência.

12Escotista voluntário no 21MG Grupo Escoteiro Mangabeiras de Belo Horizonte - MG, desde 1997. Especialista em Políticas e Gestão da Saúde. Advogado da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Belo Horizonte - MG. e-mail: [email protected]õe de forma voluntária o Conselho de Administração Nacional (CAN) da União dos Escoteiros do Brasil. Diretor voluntário de cursos de formação para adultos da União dos Escoteiros do Brasil. Escotista voluntário do 107MG Grupo Escoteiro Coronel Vicente Torres Júnior de Belo Horizonte – MG, desde 2002. Engenheiro Civil e Professor Universitário. Mestre em Engenharia Civil. e-mail: [email protected]

12Gustavo Ribeiro Bedran 13Paulo Henrique Maciel Barbosa

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Raiz(es) e ramificações do Movimento Bandeirante

O presente artigo tem como objetivo refletir sobre os processos que o Movimento Bandei-rante sofreu e vem sofrendo ao longo dos anos em um relato histórico, e como isso impacta na aplicação do método e sua identidade so-ciocultural. Primeiramente propõe-se analisar a trajetória historiográfica do Bandeirantismo no mundo, fundada a partir do Escotismo em 1909, ambos criados por Baden-Powell, e no Brasil iniciado em 1919, por mulheres da elite carioca, principalmente Jerônima Mesquita, e dialogava com movimentos feministas e mo-vimentos juvenis, sendo predominantemente feminino até 1970. É perpassado por sua re-presentação social, organizacional e legal na construção de uma (ou mais de uma) iden-tidade e como o método bandeirante, que estrutura o processo das aprendizagens, re-presentado pelo Programa de Ramo, vem se modificando e acompanhando (ou não) as transformações da sociedade (do conheci-mento) e os anseios juvenis. O estudo con-versa com outros autores que abordam temas semelhantes e faz um paralelo com a contem-poraneidade, a partir da análise de material institucional, documental e bibliográfico. São questões complexas a serem discutidas quan-do se abrem muitas opções e funções e não se têm claros os conceitos, como o de cidadania, por exemplo, e aonde se quer chegar. Muitos questionamentos ficam em aberto, esperando por explicações. Necessita-se de mais pesqui-sas sobre o assunto, numa sociedade que ca-rece de respostas, num Movimento que mere-ce um norte pelas contribuições imensuráveis a tantos jovens que passaram por ele e que hoje são protagonistas nos seus ambientes de convívio e, ao mesmo tempo, indivíduos que criam vínculos por onde passam.

14Mestranda em Educação pela Unisinos. Professora da Rede Municipal de Farroupilha. Coordenadora Técnica Estadual – FBB- RS. [email protected]

14Mariella Fellini

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PÔSTER

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Um resgate histórico do GEPL, para contribuiçãona sua reorganização para formação dajuventude em Cuiabá/MT

O Escotismo é, essencialmente, um méto-do educacional e uma forma de vida fundada pelo general inglês Baden-Powell, que valori-za a participação de pessoas de todas as ori-gens sociais, raças e crenças, de acordo com o propósito, os Princípios e o Método Escoteiro. Em 1907, ano que o Movimento Escoteiro foi fundado por Baden-Powell, esse novo méto-do de educação complementar foi trazido para o Brasil através da marinha brasileira, com o suboficial Amélio Azevedo Marques que in-gressou seu filho, Aurélio, em um grupo es-coteiro local, sendo assim o primeiro escoteiro brasileiro. Sua expansão alcançou diferentes estados brasileiros, como aconteceu no mun-do todo. Da década de 1960 em diante, Mato Grosso, ainda não dividido geograficamente, já possuía outros grupos escoteiros atuantes oficializados pela União dos Escoteiros do Bra-sil; e em Cuiabá e municípios circunvizinhos os grupos conhecidos eram quatro: um na ci-dade de Lucas de Rio Verde, um na cidade de Nova Mutum, um na cidade de Sorriso e um em Rondonópolis. Mais adiante foi criado um grupo na cidade de Primavera do Leste, até que surgiu o Grupo Escoteiro Philippe Landes em Cuiabá. O GEPL se integra nesse contex-to da União dos Escoteiros do Brasil para a prática do Escotismo conforme defendido por B-P. O presente relato tem por objetivo mos-trar como surgiu o GEPL em 1969, e sua re-estruturação com o desenvolvimento desde 2011, expondo sua realização por meio das metas propostas em curto prazo, para ala-vancar suas atividades sociais como parte do “Complexo Socioeducacional e Religioso Pres-biteriano” como desafio pós-inauguração da Casa Sede do Escoteiro. O GEPL foi resgatado e reorganizado com os mesmos princípios de 37 anos atrás, porém com novos ideais, dina-mismo compatível com as tecnologias, com-portamentos de uma sociedade moderna com desafios para os problemas conflitantes da ju-ventude atual.

15Dir/Presid. do GEPL-11/MT – Cur. Avanç. UEB – Aposent. pela Fac. Ciências Médica da UFMT/ [email protected]. de T. Escoteira do GEPL – 11/MT - Cur. Avanç. UEB – Evangelista e Dir. Artístico da IPC/ [email protected]á do GEPL – 11/MT - Cur. Avanç. UEB – Adv. da Sec. de Justiça de MT/ [email protected]. Dirigente do GEPL-11/MT – Cur. Preliminar UEB – Adv. e Professora da UNIC/MT/ [email protected]

15Waldyr R. Bastos16Vinicius R. Sampaio17Dayne A. Leite18Giselda N. W. Rocha

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A importância do Escotismo como educaçãonão formal na sociedade de Porto Alegreno inicio do século XX

A pesquisa situa-se na intersecção de duas manifestações socioculturais advindas do as-sociativismo alemão no Brasil. O Movimen-to Escoteiro (ME) e a Ginástica naSociedade Ginástica Porto Alegre (SOGIPA) entre 1910 a 1930, seu desenvolvimento e implicações na educação da juventude de Porto Alegre (RS). O estudo é de natureza qualitativa, de uma pesquisa bibliográfica e documental que encontra amparo teórico na fenomenologia. O estudo teve como objetivo conhecer, des-crever e explicar a história e a trajetória do ME na SOGIPA, identificar as relações entre a Ginástica e o ME e compreender suas im-plicações na formação do indivíduo. A coleta foi realizada nas fontes documentais ainda existentes, livros e anuários da época, alguns em Alemão Gótico, fazendo a historicidade do Escotismo percorrer trilhas continentais que se estreitam nas tramas traçadas por aque-les que estenderam os fios do tecido ético e dos valores do Movimento Escoteiro. O estu-do sobre a vinda dos alemães ao Rio Grande do Sul e a literatura específica da história do Escotismo e da Ginástica contribuíram na in-vestigação, recuperando fatos da sociedade da época, os símbolos e as imagens dos pro-tagonistas desta história. Os resultados indi-cam que a associação destas duas áreas de atuação, com participação efetiva de jovens de ambos os sexos foi positiva, proporcio-nando a formação de uma Tropa Escoteira de ginastas, e também o desenvolvimento nas Colônias Alemãs com as incursões que Georg Black fazia ao interior do Estado do RS.

[email protected] Graduação em Licenciatura Plena em Educação Física, Especialização em Ciências do Esporte, Professora aposentada do Governo Estado RS e Colégio Militar de Porto Alegre, Movimento Escoteiro e Bandeirante desde 1967, Equipe de Formação de Adultos RS desde 1991, Diretora Técnica Grupo Escoteiro Georg Black RS 01 Gestão 1998/1999 – 2000/01.

19Suzana Maria Schiefferdecker Sommer

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A postura do adulto no Movimento Escoteiro

O Projeto foi desenvolvido com o objetivo de produzir uma oficina de formação voltada aos adultos voluntários do Movimento Escoteiro, ou mais especificamente um momento que provocasse a reflexão sobre a postura educa-cional do adulto. Foram realizadas pesquisas, observações, estudos de caso, aplicadas ativi-dades, dinâmicas e vivências, que serviram de rico laboratório para coletas de dados e infor-mações, subsidiando a concretização da ofici-na que sensibilizaria adultos recém-chegados e aqueles que retornariam ao Movimento, a pensar e refletir sobre a importância da postu-ra educacional e o exemplo frente à formação do jovem. Além do espaço de formação, foi elaborado e publicado um texto sobre o tema nos livros Escotistas dos Ramos, oportunizan-do a leitura e também reflexão sobre o pa-pel do escotista/educador. As oficinas foram aplicadas em Indabas de Grupo, Cursos de Formação realizados pela Região Escoteira do Distrito Federal e no espaço Oficina de Quarta na Região Escoteira do Distrito Federal. Tais momentos foram importantes para avaliar o alcance do tema junto aos escotistas.

20Professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.Pós-graduada em Gestão Escolar e Psicopedagogia.União dos Escoteiros do Brasil do Distrito Federal – Integrante da ERGA – Equipe Regional de Gestão de Adultos

20Juciele Silva Ortiz Rosa

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Baden-Powell e Ferrer i Guardia:possíveis diálogos pedagógicos

O trabalho aqui apresentado tem como ob-jetivo identificar similaridades entre as pro-postas e práticas pedagógicas defendidas por dois importantes nomes da educação mundial: Francisco Ferrer i Guardia, pensa-dor anarquista espanhol, cuja vida foi forte-mente marcada pela luta política, e Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, herói de guerra e fundador do Movimento Escoteiro. No início dos resultados, é apresentada ra-pidamente a biografia de Ferrer i Guardia e de Baden-Powell. Embora tenham diferenças notáveis em seus ideais, ambos demonstram preocupações semelhantes no que diz respei-to à formação dos jovens de sua época, de-fendendo práticas educativas similares. Para uma reflexão cuidadosa sobre programa edu-cativo de cada um dos pensadores, foi feita a análise de três obras: A Escola Moderna, de Ferrer i Guardia, e Escotismo Para Rapazes e O Guia do Chefe Escoteiro, de Baden-Powell. Para a exposição de tais semelhanças, o tra-balho foi dividido nas seguintes seções: O Educador, A formação do indivíduo como um todo, e A construção de uma sociedade me-lhor. Ao final, como resultado destas refle-xões, apresenta-se um novo objetivo à ação do educador: o de não se submeter a concei-tos e preconceitos que podem comprometer o aprimoramento sua prática educativa.

21Licenciada em Física pela Universidade de São Paulo. Professora de Física, Matemática e Robótica da rede particular de Jundiaí. Mestre pioneira assistente e diretora técnica no Grupo Escoteiro Curuqui, 142/SP. Membro da Rede Nacional de Jovens Líderes.

21Mariana De Marchi

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Especialidade de astronomia:um despertar para iniciação científica

As especialidades escoteiras, destacando a de astronomia, durante muito tempo eram consideradas apenas distintivos que deveriam ser colocados em um uniforme conforme as regras estabelecidas. Um novo olhar sobre estas foi possível utilizando atividades esco-teiras, contribuindo para o desenvolvimento científico, envolvendo conceitos destacando a reprodução de experimentos. Constatou-se que as atividades lúdicas propostas de forma criativa despertaram interesse e incentivaram a participação dos grupos escoteiros e suas sessões, proporcionando aprendizagem, con-tribuindo expressivamente para a prática do “aprender fazendo”. A abordagem utilizada possibilitou um grande envolvimento, contri-buindo para a interação instrutor-escoteiro, a construção de novos conhecimentos científicos e a compreensão de alguns aspectos ineren-tes à astronomia. O vivenciar e o demonstrar foram primordiais nas atividades da especia-lidade de astronomia, envolvendo a Física e a Geografia com conceitos abordados como: latitude, equinócios, solstícios, meio-dia-solar, entre outros conceitos apresentados de uma maneira simples e objetiva com a participação ativa de todos, e a reprodução do experimen-to realizado originalmente por Eratóstenes no século III A.C. destinado à medição do raio da Terra. Instituições de divulgação Ciências do Rio de Janeiro tornaram-se parcerias, como o Planetário da Gávea e o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e também instituições internacionais como a Universidade de Ciên-cias Exatas de Buenos Aires e eTwinning , uma Comunidade de Escolas da Europa que utili-zam as atividades escoteiras reproduzindo-as - a interação destas atividades interdisci-plinares resultaram em indicações e contra-tações de jovens escoteiros para monitoria e bolsas de iniciação científica.

20Astrofísica – Cosmologia Profª Representante da OBA – Graduanda Pedagogia. E-mail: [email protected]

22Jeane de Fátima Moreira Branco

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Oficinas e Módulos: um processode aperfeiçoamento contínuo

O presente trabalho apresenta o modo que os formadores da União dos Escoteiros do Dis-trito Federal utilizaram para atingir e capaci-tar seus escotistas de acordo com a demanda de aprendizagem manifestada por eles. Fo-ram realizadas Oficinas e Módulos de forma a auxiliar o adulto a alcançar as competências necessárias para exercer suas funções como escotista e assim desenvolver mais e melho-res atividades escoteiras baseadas no Método Escoteiro e Programa Educativo da União dos Escoteiros do Brasil. Por meio dessas oficinas e módulos com duração de 2, 4 ou 8 horas, percebemos que os escotistas demonstraram maior desenvoltura na aplicação do Progra-ma Educativo em seus grupos escoteiros.

23Professora, com Pós-Graduação em Gestão Escolar e Construtivismo Pós-Piagetiano. Email: [email protected], com Pós–Graduação em Docência Universitária e Educação a Distancia. Email: [email protected]

23Adriana Pereira Frony 24Carmen Barreira

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Estratégias da aplicação de atividadesmateiras no Ramo Escoteiro

Este trabalho apresenta um guia para apli-cação de atividades mateiras a ser usado pe-los adultos facilitadores do Programa Educati-vo do Movimento Escoteiro em atividades ao ar livre, como os acampamentos de escotei-ros. O Programa Educativo, meio pedagógico para que se atinjam os objetivos da propos-ta do Movimento Escoteiro, é fundamentado em oportunidades de aprendizagem ofereci-das por atividades com valores do Escotismo, como: acampamentos e atividades ao ar livre, projetos de serviço e de desenvolvimento co-munitário, de patrulha (pequenos grupos), jo-gos, cerimônias, sistema de progressão pes-soal e/ou especialidades - simbolizados pelos distintivos -, etc. O Método Escoteiro, modo de aplicar do Programa Educativo, delineado pelo fundador do Movimento Escoteiro, Ba-den-Powell (1907), é frequentemente descrito como um autodesenvolvimento progressivo. É constituído por um grupo de elementos inter-dependentes que, quando reunidos, atingem o objetivo. Os elementos do Método são: aceita-ção da Lei e da Promessa Escoteira; Aprender Fazendo; Vida em Equipe; Atividades Progres-sivas, Atraentes e Variadas; Desenvolvimen-to Pessoal com Orientação Individual. O guia traz, além de indicações de segurança, suges-tões de como cortar a lenha, de preparar uma fogueira, como devem ser usados fogareiros, machados, facões e canivetes, lampiões e bu-jões a gás. Apresenta-se um breve resumo do conceito de comida mateira e indica-se recei-tas de alimentos que podem ser feitos sem os utensílios convencionais de cozinha, entre outras. Traz também, a relação de competên-cias que poderão ser desenvolvidas pelos jo-vens, de acordo com o Programa Educativo do Movimento Escoteiro, quando realizadas as atividades sugeridas. 25Chefe do Movimento Escoteiro no Grupo

Escoteiro Tapejara – 23 PR, Cirurgião Dentista - Universidade Estadual de Londrina, Mestre em Ortodontia – Universidade Federal do Rio de Janeiro [email protected] do Movimento Escoteiro no Grupo Escoteiro Tapejara – 23 PR, Bióloga – Universidade Federal do Paraná, Especialista em Currículo e Prática Educativa – PUC – Rio de Janeiro, [email protected]

25José Henrique Gonzaga de Oliveira 26Maria Tereza Cordeiro

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Gênero e Escotismo: as trajetórias percorridas pela mulher ao longo do Movimento Escoteiro

Este pôster é um recorte da pesquisa de ini-ciação científica em andamento Escotismo: Juventudes, Gênero e Currículo, vinculada ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, PIBIC. Este estudo problematiza a quase ausência de produção historiográfica acerca do tema Escotismo e propõe o desen-volvimento de uma investigação a respeito deste objeto de pesquisa. O projeto de pes-quisa, em questão, está vinculado ao Grupo de Pesquisa interdisciplinar Subjetividades e (auto) biografias pertencente à Universidade da Região de Joinville - Univille. O pôster em questão tem como proposta os estudos acer-ca do Movimento Escoteiro e suas interações e debates apresentados a respeito do as-sunto gênero, bem como seu posicionamen-to enquanto um movimento juvenil pensado inicialmente somente para rapazes, assim, discorrendo as mudanças que ocorreram ao passar dos anos, desde sua criação. A propos-ta é fazer uma breve narrativa histórica sobre a ocupação e inserção da mulher no espaço, que primeiramente foi pensado exclusivamen-te para um público masculino, entretanto com o passar dos anos, foi ganhando força com a ocupação feminina. O desenvolvimento da mulher no Escotismo foi tomando dimensões que não foram esperadas por Baden-Powell, o fundador do Movimento. Durante a pesqui-sa, constata-se a existência de poucas, mas não nulas, fontes históricas relacionadas ao tema. Através da Metodologia da Análise do Discurso, a pesquisa investiga as linguagens de publicações do Movimento Escoteiro em diferentes contextos de sua produção. Foram analisados manuais, livros, leis e a Promessa do Escoteiro. Ainda em análise, esses docu-mentos já apontam discrepâncias de lingua-gem e também direcionam a pesquisa por ou-tros caminhos de análise.

27Graduanda de História da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE. Bolsista do Programa Institucional de Iniciação Científica – PIBIC com orientação da Professora Dra. Raquel Alvarenga Sena [email protected] e bacharel em História, pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, em 2000. Mestre em História Cultura em 2003, pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Doutora em Educação em 2009, pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Professora do curso de graduação em História e dos Mestrados em: Patrimônio Cultural e Sociedade e Educação da Unviille, onde é também Líder do Grupo de Pesquisa interdisciplinar Subjetividades e (auto) biografias. [email protected].

27Eloyse Caroline Davet 28Raquel Alvarenga Sena Venera

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Relato de Experiência

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Relato de uma experiência: o uso demetodologias lúdicas no ensino de graduação

Educação não é simplesmente transmitir conteúdos, mas antes provocar. Ensinar é ati-çar a curiosidade do outro, mostrar que ele é capaz de pensar por conta própria, de desen-volver o senso crítico e buscar o conhecimento. É fazer com que o estudante seja ele próprio o responsável por sua progressão, que seja capaz de caminhar com as próprias pernas e de carregar sua própria bagagem. O objetivo do educador deve ser trabalhar para a produ-ção de autonomia, de pensamento crítico, de esclarecimento. Tendo isso em mente, o pre-sente trabalho busca discorrer sobre algumas experiências desenvolvidas para sala de aula no ensino de graduação, partindo da ideia de que o jogo, parte essencial do Método Escotei-ro, pode ser utilizado como metodologia ati-va dentro do ensino de graduação. Trata-se do relato de uma série de aulas-jogo voltadas para um objetivo comum: despertar no aluno a curiosidade e a vontade de efetivamente co-laborar com o processo de ensino e aprendiza-gem, buscando romper com o papel tradicio-nal destinado a alunos e professores, em que dos primeiros espera-se que se resignem com sua ignorância, limitando-se a sentar, ouvir e anotar, enquanto dos segundos espera-se que tragam todas as respostas, preferencialmente de forma esquemática e de fácil assimilação. Como principais conclusões alcançadas te-mos que o engajamento e a participação dos estudantes aumentam muito quando eles se sentem motivados e desafiados a sair de sua zona de conforto, não se limitando a ocupar o lugar que dele se espera e a estudar apenas em função da nota a ser recebida, e que a metodologia lúdica pode contribuir em muito para este processo de crescente autonomiza-ção do estudante.

28Psicólogo, Mestre e Doutor em Comunicação Social. Professor de Psicologia e Comunicação da Unifor – Universidade de Fortaleza e do Centro Universitário Unichristus. Escotista do 25º Grupo Escoteiro Eudoro Correia, Fortaleza, Ceará.E-mail: [email protected]

28Marcio Acselrad

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Relato de experiências de interaçãoentre Universidade e Grupo Escoteiro

O Escotismo é um movimento educacional que visa o desenvolvimento do jovem, prin-cipalmente através da prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre. Por sua vez, as instituições de ensino superior focam a pro-dução, sistematização e socialização do saber nos mais diversos campos do conhecimento humano. Ambas as instituições podem con-tribuir uma com a outra: o Escotismo com sua experiência centenária do Método Esco-teiro, e as instituições de ensino superior na socialização do saber fazer. Este artigo tem por objetivo apresentar algumas experiências de interação entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Grupo Escoteiro Desterro. Essas experiências demonstraram que a troca de saberes entre escoteiros, pro-fessores e universitários é um instrumento importante para formação dos jovens esco-teiros nos seus diversos ramos.

29Especialista em Educação Infantil pela UFSC. Graduada em Pedagogia pela UFSC e em Educação Física pela UDESC. Professora de Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, Diretora Técnica no Grupo Escoteiro Desterro. 30Doutorado em Biologia Vegetal e Produtividade da Planta Cultivada pela Universidade de Milão / Itália. Pesquisador e professor do Centro de Ciências Agrárias da UFSC, Coordenador do projeto de extensão do Grupo Escoteiro Desterro.31Doutorado em Informática pela Universite de Toulouse III/França (Paul Sabatier), Professor do Depto de Informática e Estatística da UFSC, Diretor Administrativo no Grupo Escoteiro [email protected]

29Vanessa Philippi Cecconi 30José Afonso Voltolini 31Roberto Willrich

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1o congresso brasileiro de educação escoteira

Utilizando ensino por competências eeducação a distância na formação de adultosda Região Escoteira da Paraíba

O final do século XX delineou uma grande transformação nos procedimentos de ensino e aprendizagem associados aos processos de disseminação de informação e o uso de novas tecnologias e metodologias de aprendizagem. Uma parte significativa dessa transformação está relacionada à forma de se planejar a transmissão do conhecimento e a consequen-te recepção desse conteúdo com aprendiza-gem significativa. Muitos são os instrumentos existentes para apoiar o planejamento didáti-co-pedagógico, a estruturação, a organização, a definição de objetivos instrucionais e a esco-lha de metodologias adequadas para o ensino. A abordagem do ensino por competências, a Taxonomia de Bloom e a educação a distância são alguns desses instrumentos. Este artigo tem como objetivo apresentar uma experiên-cia realizada na Região Escoteira da Paraíba utilizando a educação a distância na promoção de cursos de formação para adultos, baseados na abordagem do ensino por competências, com os objetivos instrucionais mapeados atra-vés da Taxonomia de Bloom. O artigo ofere-ce uma breve descrição desses instrumentos educacionais, descreve a metodologia desen-volvida, apresenta o desenvolvimento dessa experiência em três cursos realizados e tece comentários sobre a utilização nessas tecno-logias educacionais no sistema de formação da União dos Escoteiros do Brasil.

32Graduado em Engenharia Elétrica pela UFPB; Especialista em Metodologia do Ensino Técnico pela UFPB e em Design Instrucional para EAD Virtual pela UNIFEI; Mestre em Engenharia Biomédica pela UFPB. E-mail: [email protected]; [email protected] em Medicina pela UFPB; Pós-graduado em Cirurgia Geral pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco; Pós-graduando em Urologia no Hospital Universitário Oswaldo Cruz do Recife.

32Nilton Freire Santos33Jhonatan França da Silva

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Escotismo e parques urbanos: a experiência do Gru-po Escoteiro Barão de Teffé (16º/ES) e o Parque Municipal Marista em Vila Velha

Este trabalho é o relato da experiência do Grupo Escoteiro Barão de Teffé (16º/ES) na sua relação com o Parque Municipal Marista em Vila Velha, Espírito Santo, desde o iní-cio de sua concepção no ano de 2009, até a presente data, abordando os objetivos edu-cacionais e as práticas das duas instituições, assim como suas convergências. Como refe-rencial teórico buscou-se reunir os elemen-tos educativos do Escotismo, que trazem a relação com a questão ambiental e a ação junto à comunidade onde se insere. Além disso, foram abordados alguns conceitos so-bre áreas verdes urbanas, sua importância e seus objetivos educativos e desafios para a realização destes. Como resultados foram registrados o processo de criação do parque e as atividades realizadas desde então pela própria instituição, a utilização da área pelo Grupo Escoteiro ao longo do tempo, demons-trando que, apesar de pouco articuladas, as atividades realizadas beneficiaram ambas as instituições. O GE, a partir de um espaço verde aberto à comunidade, pôde aplicar o Método Escoteiro, realizando atividades ao ar livre e de serviço comunitário. O Parque Mu-nicipal se beneficiou devido à sua utilização frequente pelos escoteiros, que colaboraram com a manutenção e fiscalização da área. Com isso, conclui-se que no atual contexto de desenvolvimento das cidades, as áreas verdes remanescentes se tornam espaços privilegiados para a prática do Escotismo em um dos seus aspectos fundamentais que é a vida ao ar livre, além de se tornarem podero-sas ferramentas para a educação ambiental. A experiência aqui relatada pode demonstrar que existe um grande potencial a ser apro-veitado no relacionamento entre grupos es-coteiros e parques urbanos em outras cida-des brasileiras. A busca da convergência de objetivos e ações pode fortalecer essas insti-tuições, criando ambientes interessantes em seus aspectos físicos e sociais que facilitem a realização de seus propósitos.

34Bióloga, Mestre em Extensão Rural pela Universidade Federal de Viçosa, servidora do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo, Escotista e Dirigente do 16º/ES Grupo Escoteiro Barão de Teffé.35Engenheiro Agrônomo, Especialista em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas, servidor do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo, Escotista e Dirigente do 16º/ES Grupo Escoteiro Barão de Teffé. 36Comunicadora Social, Especialista em Gestão Ambiental e Sustentabilidade pela Universidade Gama Filho, atualmente contratada pela União Brasileira de Educação e Ensino para coordenar a implantação do Parque Municipal Marista.

34Claudia de Carvalho Mello 35David Viegas Casarin 36Camila Malacarne

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Lanceiros negros: da primeira Promessa Escoteira à primeira promessa de amor

O grupo escoteiro é o espaço em que o Esco-tismo se realiza. Por isso, conhecer a história e a dinâmica de um grupo particular permite que se compreendam os mecanismos através dos quais o Movimento Escoteiro tornou-se o maior movimento internacional de jovens, capaz de formar cidadãos de bem, úteis à so-ciedade. Relata-se a experiência de fundar e manter um grupo escoteiro em uma região de alta vulnerabilidade social, na periferia de Porto Alegre, da qual tem resultado uma transformação sensível na vida das pessoas que dele participam e nas práticas sociais da comunidade em que está inserido. Conta-se a história do Grupo Escoteiro Lanceiros Negros, desde sua concepção e fundação, passando por momentos peculiares até os dias atuais. Os nove anos de história do Grupo foram ca-pazes de transformar vidas, criar expectati-vas e transformar valores e comportamentos de uma comunidade. Apresenta-se a história particular de quatro jovens que, se seguissem o fluxo do ambiente em que estavam inseri-dos, teriam alargado as estatísticas da vio-lência; tornaram-se, entretanto, sujeitos que contribuem para o progresso da sociedade, muito em razão de terem vivido parte do seu período de juventude no Grupo Escoteiro. O trabalho cooperativo, a afirmação dos valores da Lei e da Promessa Escoteira são apresenta-dos como definidores de caráter. Apresenta-se também episódio de mudança de comporta-mento em relação a práticas religiosas, o que mantém o Grupo Escoteiro Lanceiros Negros fiel às suas origens e coerente com os valores que se propôs representar. Conhecer a histó-ria e a dinâmica do Grupo permite entrever os efeitos do Método Escoteiro ao redor do mun-do.

37Liria Romero Dutra é licenciada em Letras, Especialista em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa, Mestre em Letras pela UFRGS, professora dos Cursos de Letras das Faculdades Porto Alegrenses de Educação, Ciências Letras e do Centro Universitário Ritter dos Reis, de Porto Alegre, RS, por mais de vinte anos, onde também coordenou o Programa de Extensão Comunitária Comunidades Urbanas e desenvolveu pesquisas na área de Sociolinguística. Atualmente, é professora na Rede Municipal de Porto Alegre, atuando no Ensino Fundamental e também na EJA, em duas escolas situadas na periferia da Cidade. É fundadora, junto com três outros adultos, do Grupo Escoteiro Lanceiros Negros, 333/RS, sediado pelo 21º Batalhão da Polícia Militar do RS em bairro do Extremo Sul da Capital. Atuou por oito anos consecutivos como Chefe de Tropa Escoteira nesse Grupo e, atualmente, é Diretora Técnica e Mestre Pioneira. Como Escotista, tem os cursos Avançados na Linha Escotista, Ramo Escoteiro e Ramo Pioneiro e Curso de Formadores 2; integra a Equipe Regional de Formação do RS, dirigindo cursos básicos de formação e é coordenadora adjunta da Equipe Regional de Formação do Ramo Pioneiro do RS. E-mail: [email protected] Eduardo Dutra é licenciado em História, Pós-graduado em Supervisão Educacional pela FAPA – Faculdades Porto Alegrenses de Educação, Ciências Letras; em Educação pela UFRGS e em Gestão de Pessoas pelo Centro Universitário Ritter dos Reis. Atualmente é agente educador na Fundação de Proteção Especial do Rio Grande do Sul. É fundador, junto com três outros adultos voluntários, do Grupo Escoteiro Lanceiros Negros, 333/RS, sediado pelo 21º Batalhão da Polícia Militar do RS em bairro do Extremo Sul da Capital. Atuou como Diretor Presidente nas duas primeiras gestões desse Grupo. Atualmente, é Diretor Administrativo e Mestre Pioneiro. É portador da Insígnia da Madeira como Formador Nível 2, também da Linha Escotista do Ramo Pioneiro e da Linha de Dirigente Institucional; atuou como Assistente Regional do Ramo Pioneiro no RS e integra a Equipe Regional de Formação do RS, dirigindo cursos básicos de formação.e-mail: [email protected]

37Liria Romero Dutra38Carlos Eduardo Dutra

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O Método Escoteiro é suficiente?

O Programa Educativo dos Escoteiros do Brasil é desenvolvido visando promover ativi-dades atraentes e variadas aplicadas através do Método Escoteiro, de forma a transformar a vida e a realidade dos jovens escoteiros do Brasil. Enquanto o Método Escoteiro tem sua eficiência comprovada através da histó-ria, uma pergunta surge: será que o Méto-do Escoteiro, como ferramenta educativa, é suficiente em termos pedagógicos e siste-máticos para promover atividades valorosas para os jovens do século 21? Esse artigo se propõe, primeiramente, a esclarecer o termo “metodologia de aprendizagem experiencial ao ar livre”, estabelecendo paralelos entre as experiências dos autores com a aplicação da metodologia dentro e fora do Movimento Escoteiro. A forma pelo qual o jovem apren-de segundo a metodologia experiencial e o conceito da expansão progressiva da zona de conforto serão analisados de forma a com-preender porque, de fato, o Método Escoteiro funciona; discute-se também como habili-dades humanas e competências podem ser desenvolvidas usando atividades técnicas e analisa-se como potencializar as experiências educativas utilizando as técnicas de briefing, debriefing e feedback. Discute-se ainda so-bre o processo de formação de grupos, como identificar as fases da formação de pequenos grupos e como esse conhecimento pode aju-dar o escotista e monitores a resolver con-flitos e criar uma atmosfera sadia e estimu-lante de aprendizagem. Por fim, os conceitos de baixo impacto ambiental que o Movimento Escoteiro brasileiro emprega serão compara-dos às práticas de ética ambiental mais dis-seminadas em outros países, de forma a en-tender o delta que existe e quais os próximos passos em busca de um manejo mais sensato do ambiente natural à nossa disposição. Com isso, o objetivo do presente trabalho é criar uma nova visão sobre a aplicação da educa-ção experiencial dentro do Movimento Esco-teiro e novas ferramentas para melhorar a efetividade da nossa ação como agentes edu-cativos.

39Thiago Paiva Brito é membro da Equipe Regional de Formação da Região da Paraíba e escotista do ramo escoteiro no 16º PB Dragões do Mar. Participou do curso de Fundamentos de Educação ao Ar Livre na Outward Bound Brasil e trabalha com a metodologia experiencial aplicada à equipes de desenvolvimento de software no Laboratório de Sistemas Distribuídos da UFCG. E-mail: [email protected] Montenegro Fonseca é Field Instructor na NOLS - National Outdoor Leadership School, nas áreas de educação e liderança ao ar livre, Leave no Trace Master, caminhada de longo curso, canoagem e caiaque oceânico, tendo participado de diversas expedições nos Estados Unidos e na Patagônia Chilena como instrutor de grupos de adultos e jovens. Foi sênior Escoteiro da Pátria e hoje atua como colaborador da Região Escoteira da Paraíba. E-mail: [email protected]

39Thiago Paiva Brito 40Edmilson Montenegro Fonseca

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Projeto Escotismo na Escola no Paraná: lições de uma experiência pioneira

A partir do ano de 2010, a Região Escoteira do Paraná, tomando como exemplo o projeto Escotismo na Escola desenvolvido pela Região Escoteira do Rio Grande do Norte, optou por desenvolver um trabalho semelhante junto à rede pública estadual, como ferramenta de expansão do Escotismo no Estado do Para-ná, tendo iniciado em 2011 o projeto Esco-tismo na Escola Paranaense, com o apoio da Secretaria Estadual de Educação. Este traba-lho apresenta alguns resultados e conclusões extraídos do projeto Escotismo na Escola de-senvolvido no Estado do Paraná entre os anos de 2011 e 2015. Começa contextualizando o assunto, com um breve histórico sobre o Es-cotismo, sua expansão e presença no mundo e no Brasil. Depois faz um breve comentário sobre as formas de se fazer Escotismo (na es-cola ou na comunidade) e as diferenças entre as metodologias e onde elas são aplicadas. Na sequência, apresenta dados e informações sobre o desenvolvimento do projeto no Para-ná, com ênfase nos problemas enfrentados, inclusive sobre a administração do projeto em si e nos resultados mais importantes, tam-bém apresentando informações sobre a me-todologia utilizada, atividades desenvolvidas, comunidades atendidas e grupos escoteiros formados. Apresenta ainda alguns exemplos de situações vividas pelos escoteiros em suas escolas, ilustrando a boa aceitação do Escotis-mo pelos alunos, com base em relatos rece-bidos dos grupos e das escolas. Conclui com uma análise sobre a necessidade de alteração da metodologia utilizada no Paraná, sobre a pertinência da utilização do Método Escoteiro na Escola Pública e com uma proposta de tra-balho para ser desenvolvida em nível nacional com uma nova metodologia de trabalho.

41Engenheiro Eletricista, no Movimento Escoteiro desde 1971, no Grupo Escoteiro Nossa Senhora Medianeira, do qual foi fundador; Presidente da Região Escoteira do Paraná (2013/2016); IM como dirigente;E-mail: [email protected] de empresas, no Movimento Escoteiro desde 1995, no Grupo Escoteiro Santos Dumont onde é dirigente; Diretora Regional e Coordenadora do Projeto Escotismo na Escola no Paraná; IM como dirigente;E-mail [email protected], no Movimento Escoteiro desde 1981, no Grupo Escoteiro São Luis de Gonzaga onde é dirigente e escotista; Vice-presidente da Região Escoteira do Paraná (2013/2016); IM no ramo sênior;E-mail: [email protected]

41José Mario Moraes e Silva42Denize Arantes43Enrico Miguel Nichetti

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Escotismo como medida de promoção de saúde e prevenção da violência

O Escotismo, movimento educacional orien-tado pelo seu método que visa o trabalho em equipe, atividades atraentes, progressivas e variadas para crianças e jovens, a aceitação dos valores contidos na Promessa e Lei Es-coteira, o acompanhamento individual de um voluntário para o desenvolvimento pessoal do seu público infantil e jovem, e aprendi-zado com seus próprios esforços, pode ser considerado uma medida social alternativa na medida em que complementa de forma cidadã a educação de crianças e jovens. Este trabalho tem como objetivo analisar o Es-cotismo como fator de promoção de saúde e prevenção da violência, utilizando-se de uma análise de conteúdo de natureza qua-litativa, por meio de aplicação de entrevista semiestruturada. As análises das entrevistas demonstraram que, embora uma pequena parcela da população exposta às situações de vulnerabilidade social tenham acesso ao Es-cotismo, este se mostra eficaz como meio de trabalhar a promoção de saúde e prevenção da violência. Ao final, concluímos nos termos das manifestações dos entrevistados, que o Escotismo pode ser considerado uma medi-da social alternativa de promoção de saúde e prevenção da violência.

44Escotista voluntário no 21MG Grupo Escoteiro Mangabeiras de Belo Horizonte - MG, desde 1997. Especialista em Políticas e Gestão da Saúde. Advogado da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Belo Horizonte - MG.E-mail: [email protected]õe de forma voluntária o Conselho de Administração Nacional (CAN) da União dos Escoteiros do Brasil. Diretor voluntário de cursos de formação para adultos da União dos Escoteiros do Brasil. Escotista voluntário do 107MG Grupo Escoteiro Coronel Vicente Torres Júnior de Belo Horizonte – MG, desde 2002. Engenheiro Civil e Professor Universitário. Mestre em Engenharia Civil.E-mail: [email protected]

44Gustavo Ribeiro Bedran45Paulo Henrique Maciel Barbosa

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Relato de experiência na prática e vivênciado projeto “Escotismo na Escola”, no Paraná

Este relato de experiência se propõe a regis-trar as vivências e práticas do trabalho realiza-do em campo, por voluntários e profissionais, durante o período firmado no convênio entre a União dos Escoteiros do Brasil – Região do Paraná (UEB/PR) e o Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED), para a implemen-tação de novas Unidades Escoteiras Locais em Escolas Estaduais. O objetivo foi proporcionar a prática do Escotismo em espaços escolares para um maior número de jovens da rede es-tadual de ensino, levando a proposta do Mo-vimento Escoteiro a lugares de difícil acesso e comunicação. O trabalho apresentado está dividido em três partes: a primeira apresen-ta a organização para a prática do Escotismo; a segunda traz o envolvimento institucional e político; e a terceira propõe mudanças para melhor aplicação do Escotismo nas Escolas.

46Gabriel Vautier Teixeira Fonseca47Stefan Luiz Neves Fontanella48Vladmir Brenner49Waldiney Marcos Ruppel

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O ensino a distância como formação dos adultos no Movimento Escoteiro

O presente artigo refere-se à pesquisa re-alizada com o objetivo de analisar como a Educação a Distância (EAD) pode contribuir para a formação dos adultos no Movimento Escoteiro (ME). A economia da nova Era da Informação tem suas raízes de riqueza no co-nhecimento e na comunicação. Daí a razão de se buscar novas práticas gerenciais para incrementar, capacitando aqueles que mais precisam, no caso desta modalidade tão fle-xível, os gestores da EAD. Em assim sendo, para alcançar os objetivos propostos neste trabalho, utilizou-se uma metodologia cien-tífica específica, caracterizando este estudo como pesquisa aplicada. Com isso, espera--se que o trabalho possa contribuir também no aperfeiçoamento da gestão do curso em Educação a Distância (EAD) levantada na pesquisa. Para atingir os objetivos propostos e responder ao problema de pesquisa, utili-zou-se o método indutivo, bem como do tipo de pesquisa exploratória e estudo de caso, com levantamento bibliográfico permitindo aprofundamento sobre o estudo. Abordou-se algumas teorias sobre a origem do EAD, bem com a sua utilização e benefícios na formação de adultos no ME, pois este necessita estar constantemente atualizado e capacitado para desempenhar sua função como educador não formal. Vivendo na Sociedade do Conheci-mento, estamos a assistir um momento mui-to significativo na edificação de um mundo cada vez mais humanístico, solidário e cola-borativo. Um dos principais desafios é aliar esta nova tecnologia com os tradicionais mé-todos de ensino. Por isso, os membros das Equipes Regionais de Formação (EReF) de-vem capacitar o Setor de Formação da União dos Escoteiros do Brasil (UEB) para o uso do planejamento reflexivo, mais apropriado e consciente para a aplicação das mídias so-ciais na educação.

50Membro da Equipe Regional de Formação (EReF) da região de Santa Catarina. Doutorando em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).E-mail: [email protected] da Equipe Regional de Formação (EReF) da região de Santa Catarina. Doutor em Engenharia de Produção. Professor da Uniarp - Caçador(SC) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).E-mail: [email protected]

50Arcangelo dos Santos Safanelli51Luiz Salgado Klaes

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O Escotismo proporciona igualdade social

Descrevemos uma experiência positiva de um Grupo Escoteiro que mantém diversos jo-vens carentes através de patrocínios. O Grupo Escoteiro Bragança Paulista (305º/SP) foi fun-dado por um grupo de escotistas e outros vo-luntários já com a premissa de trabalhar com uma parcela de jovens carentes. Atualmente, com 12 anos de existência, possui em seu quadro 30% de jovens bolsistas (carentes). A participação destes no Movimento Escotei-ro só é possível com patrocínios e apadrinha-mentos, buscados ininterruptamente por seus dirigentes. As fontes de recursos são: Pre-feitura Municipal: verba municipal destinada a entidades reconhecidas como de Utilidade Pública; destinação social de verba do Minis-tério Público Federal, proveniente de parcela de recebimento de multas aplicadas; Rotary Club; pessoas físicas. O Grupo renova esses patrocínios todos os anos.

52João Fabiano de Godoy Silva 53Jorge Kuma Sototuka

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A formação do chefe escoteiro e a prática de ensi-nar lobinhos

Quando se trata de educação, estão envol-vidos dois atos: ensinar e aprender, no en-tanto é importante pensar que os seres en-volvidos são humanos. Cada um tem a sua história de vida, sensibilidade, momentos diferentes, emoções envolvidas, sentimentos entre outros. Assim, àquele que ensina é pre-ciso a cada momento ajustar-se a situações, acomodar-se em novos caminhos, em uma dinâmica de ensino e aprendizagem. No Es-cotismo, movimento educacional não formal, é possível a prática educativa que propor-ciona aos educandos o aprender fazendo. O Escotismo é um movimento educacional não formal, no qual participam jovens de todas as origens sociais, sem distinção de credo e raças, mediado por adultos voluntários. Os adultos fazem cursos de formação, ofereci-dos pela União dos Escoteiros do Brasil. O trabalho educativo desenvolve-se em acordo com o Propósito, seus Princípios e o Método Escoteiro concebidos pelo Fundador, Baden--Powell, e adotados pela instituição. Este ar-tigo tem o objetivo de relatar e divulgar as experiências de chefes do Ramo Lobinho, da Alcateia do Grupo Escoteiro de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. No início do ano de 2015, reuniram-se os escotistas da Alcateia para realizar o diagnóstico quan-to à fase de aprendizagem dos lobinhos, pla-nejando as etapas de progressão individual. Depois do diagnóstico seguiram-se reuniões semanais da chefia para programação das atividades planejadas, utilizando-se toda a literatura disponível para escotistas e tam-bém para lobinhos. Verificou-se que a práti-ca de programar, ensinar e avaliar atividades de reunião de Alcateia constitui-se em uma forma interessante de feedback constante e contínua na formação dos escotistas do Ramo Lobinho do Grupo Escoteiro Urubupungá.

54Grupo Escoteiro Urubupungá, Chefe de Alcateia, no movimento desde 1992, docente do Departamento de Biologia e Zootecnia, FE-UNESP, Campus de Ilha Solteira-SP. E-mail: [email protected] 55Grupo Escoteiro Urubupungá, Assistente de Alcateia, Pedagoga com PG em Educação Especial, professora no Colégio Euclides da Cunha-método Pueri Domus, Ilha Solteira-SP. E-mail [email protected]

54Kuniko Iwamoto Haga55Sandra Malta Barbosa

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Atividades experimentais em astronomia

A Astronomia é pouco explorada nas esco-las, carece de abordagens que a torne mais atrativa e estimulante, o que pode ser alcan-çado por meio de uma abordagem amparada na História da Ciência e com um viés experi-mental, facilitando o desenvolvimento de al-gumas atividades que estimulem e despertem a curiosidade, com orientações, calcadas na exploração de aspectos contextualizáveis do conhecimento científico e na possibilidade de se estabelecer a interdisciplinaridade entre di-ferentes campos do saber. Nesse sentido, des-tacando que o processo de contextualização dos experimentos seja dividido em espaços: dia e noite como fundo de cena. Espera-se, com esta atividade, ampliar a disseminação de conhecimentos da área de Astronomia nas escolas de Ensino Fundamental e Médio, em parceria com o Grupo Escoteiro Cidade de Maricá (84°/RJ), mostrando-se através de atividades lúdicas escoteiras. Cabe destacar a pouca valorização normalmente dada às atividades experimentais nos currículos das áreas científicas, havendo, assim, uma subes-timação de sua importância e das suas pos-síveis contribuições educacionais. Apesar do caráter experimental inerente às ciências na-turais, é importante enfatizar que, no uso da experimentação, evitou-se associá-la a uma concepção empirista da ciência, o que carac-terizaria uma postura educacional e episte-mológica questionável, pois se entende que a relação entre teoria e experimento apresenta outra natureza e que possui, entre seus vários objetivos, realizar o intercâmbio com as ativi-dades escoteiras inseridas na escola regular; estabelecer interdisciplinaridade com várias disciplinas escolares e capacitação dos profis-sionais das escolas e instituições dos Municí-pios de Maricá e Niterói. Para isto, contamos com o apoio das Instituições de divulgação de Ciências do Rio de Janeiro que tornaram-se parcerias, como o Planetário da Gávea e o Mu-seu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), e também instituições internacionais como a Universidade de Ciências Exatas de Bue-nos Aires e eTwinning , uma Comunidade de Escolas da Europa que utilizam as atividades escoteiras reproduzindo-as - a interação des-

tas atividades interdisciplinares resultaram em indicações e contratações de jovens es-coteiros para monitoria e bolsas de iniciação científica.

56Astrofísica – Cosmologia Profª Representante da OBA – Graduanda Pedagogia. E-mail: [email protected]

56Jeane de Fátima Moreira Branco

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Inclusão de pessoas com deficiência no Movimento Escoteiro

O relato de experiência tem como objeti-vo dialogar sobre as ações relacionadas ao tema inclusão e compartilhar as informações constantes nos materiais produzidos, apre-sentando a cartilha e manual impressos, re-ferentes às vivências nas Tropas Escoteira e Sênior em que trabalhamos com pessoas com deficiência. Foram realizadas pesquisas, visitas, debates, aplicação de questionários, discussões, adaptações de atividades e jo-gos, palestras com profissionais, visitas a associações; cada recurso colaborou para o crescimento coletivo e realização efetiva da inclusão nas Tropas, o que resultou na pro-gressão dos jovens e elaboração de dois pro-dutos, sendo uma cartilha com jogos adapta-dos e um manual de orientações.

58Andreia Cristina Ribeiro Izidro 59João Henrique Ortiz Rosa

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Educação e escotismo: aspectos da pesquisa acercada coeducação no movimento escoteiro

Este texto apresenta uma síntese de pes-quisa desenvolvida acerca do conceito de co-educação no escotismo. O objetivo é apre-sentar nuances da presença da mulher no movimento escoteiro brasileiro, perpassando os processos de coeducação, demonstrando no seu final as pesquisas que vêm sendo de-senvolvidas nesta temática. Esta pesquisa é parte de estudos voltados a pensar a presen-ça das mulheres no movimento escoteiro, que orientou-se na construção de cartografias de mulheres no escotismo, desde sua formação histórica até a construção do conceito mulher escoteira na contemporaneidade, fundamen-tando-se em autores do campo da educação. Escoteiros e bandeirantes vão constituir-se em dois movimentos, o primeiro destinado a meninos, o outro a meninas até que o proces-so de coeducação estabeleceu uma proposta de educação mista para ambos movimentos. O tema coeducação entrou nas discussões do escotismo quando começou a ocorrer à insti-tuição das escolas mistas no ensino escolari-zado, e atualmente, as discussões ainda são recorrentes e imperativas ao desenvolvimen-to do método educativo do movimento no Brasil, sendo necessário torná-las parte dos processos formativos. Portanto, entendo que é fundamental a construção de um grupo de trabalho para pensar a coeducação, a igual-dade de gênero e o principalmente o conceito de diferença no escotismo. Não são apenas as questões de gênero que precisamos buscar novos entendimentos, porque são plurais as composições da diferença em nossa socieda-de, estão presentes no movimento escoteiro precisando do olhar e da atenção de todos os processos educativos. Esta formação deve ser desde a composição de materiais didáti-cos, grupos de estudo, cursos para adultos, para chegar aos objetivos finais na educação dos jovens.

60Doutoranda em Educação pela Universidade Tiradentes. Tem suas pesquisas voltadas a pensar subjetividades de mulheres e os processos de coeducação no escotismo. É pesquisadora integrante do Grupo de Pesquisa Educação, Cultura e Subjetividade, desde 2011(GPECS/UNIT/CNPq). Email: [email protected]

60Aldenise Cordeiro Santos

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