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A BIODIVERSIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR E NA COMUNIDADE

Autora:CÉLIA LUIZA FABRICIO CAROLINO 1

Orientador:WAGNER JOSE MARTINS PAIVA 2

RESUMO

A finalidade do presente estudo foi identificar na comunidade local, familiares dos alunos (as), do Colégio Estadual Dr. Rebouças de Rio Bom, o nível de conhecimento e entendimento sobre temas ambientais, no que se refere ao conhecimento e a percepção dessas pessoas sobre as mudanças ocorridas no seu meio ambiente. Foi pesquisado um grupo de 16 pessoas, sendo 11 do gênero feminino e cinco do gênero masculino, com a média de idade de 40 anos. A pesquisa para a coleta de dados foi realizada através de um questionário, com questões referentes à Biodiversidade, Desenvolvimento Sustentável e Recursos Naturais, aplicados pelos alunos aos seus familiares. A maior parte dos entrevistados reside na zona urbana, sendo que a maioria (56%) possui o Ensino Fundamental e destes 66% possui Ensino Fundamental incompleto. Nas questões que se referem ao conhecimento dos temas à maioria referiu-se não entender, apenas na questão sobre os recursos naturais 62% demonstrou que entende o que significa recursos naturais. A percepção dos entrevistados, quanto às mudanças significativas no seu meio ambiente, a maioria respondeu que aconteceram poucas mudanças significativas. Os dados revelaram que a comunidade local necessita de informação e conscientização voltada para a Educação Ambiental, ou seja, demandando a emergência de conhecimento para apreender e entender os riscos ambientais que se intensificam. Portanto, a educação ambiental tem função transformadora na qual a co-responsabilização dos indivíduos torna-se essencial para modificar um quadro de crescente degradação ambiental.

Palavras chaves: Biodiversidade; Escola; Comunidade.

1Pós-Graduada em Morfofisiologia Humana e da Reprodução, Professora de Ciências e Biologia,no Colégio

Estadual Dr.Rebouças -Rio Bom/PR 2Doutor em Ciências (Concentração Genética), Professor de Biologia Geral da Universidade Estadual de

Londrina (UEL), Centro de Ciências Biológicas (CCB)-Londrina/PR

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ABSTRACT

The purpose of this study was to identify the local community, families of students, Dr. Rebouças School, Rio Bom, the level of knowledge and understanding about environmental issues, with regard to knowledge and perception of these people on changes in their environment. It was studied a group of 16 people, including 11 females and five males, middle age 40 years. The search for the data collection was conducted through a questionnaire with questions relating about Biodiversity, Sustainable Development and Natural Resources used by students and their families. The majority of respondents reside in urban areas, with the majority (56%) had primary education and 66% of these had incomplete primary education. In matters which relate to the knowledge of the subjects referred to the majority do not understand, only the question of natural resources 62% demonstrated that understand what it means natural resources. The perception of respondents regarding significant changes in their environment, the most replied that happened a few significant changes. The search revealed that the local community needs information and awareness about environmental education and demanding the emergence of knowledge to grasp and understand the risks that intensify. Therefore environmental education has transforming function in which the joint responsibilities of individuals are essentials to modify a situation of increasing degradation environmental. Keywords: Biodiversity, School, Community

INTRODUÇÃO

O “Ano Internacional da Biodiversidade” ocorrido em 2010 foi uma

oportunidade para ampliar a compreensão do papel vital da Diversidade Biológica na

evolução da vida de todos os ecossistemas. Assim a ONU (Organização das Nações

Unidas) permitiu a divulgação e mostrou a importância do assunto ao chamar a

atenção da sociedade para as altas taxas de perda da Biodiversidade que vêm

ocorrendo no mundo nos últimos anos.

No entanto, para que haja a conservação da natureza, as condições deste

desenvolvimento precisam ser direcionadas à conscientização sobre as conexões

que existem entre todas as formas de vida com a diversidade biológica,

compreendendo as complexas interações em seus ecossistemas. Trazer o tema

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Biodiversidade para nosso dia a dia, contextualizando seus conceitos, é uma forma

de chamar a atenção sobre a importância de conservar a natureza.

Para compreendermos o funcionamento da natureza e sua preservação é

necessária a tomada de consciência ecológica seguida pela ação responsável. É por

meio da educação que possibilitamos o conhecimento e o envolvimento no processo

de transformação individual em prol do bem coletivo.

Até o inicio do século XIX, muitos cientistas, filósofos e até mesmo as

pessoas mais cultas, acreditavam que a vida surgia por meio de duas formas: pelos

seus semelhantes (pais) e pela geração espontânea (MARTINS, 2009).

Para Zaia (2003) a hipótese da geração espontânea começou a perder suas

forças em meados do século XVII, quando o pesquisador italiano Francesco Redi

demonstrou em uma experiência que as larvas de moscas surgiam somente nas

carnes em decomposição, quando estas estavam em contato com as moscas

adultas, as quais depositavam seus ovos.

Esse fato pode parecer uma quimera, mas convém lembrar que no século

XVII não se tinha conhecimento da existência dos microrganismos e que estes seres

se reproduzem com muita rapidez nos mais variados ambientes. As pesquisas do

cientista francês Louis Pasteur sobre os micróbios, em meados do século XIX,

“esclareceu” a geração espontânea. Com seus experimentos, Pasteur demonstrou

que para nascer um ser vivo, há a necessidade da existência de outro ser

preexistente (MARTINS, 2009).

Conforme Santos (2006) como a ciência nunca está pronta e, nem acabada,

a comunidade científica voltou a questionar o problema da origem da vida.

Com o passar do tempo, o desenvolvimento científico e o avanço da

tecnologia permitiram muitas informações a respeito do metabolismo celular e isso

revelou que as reações que ocorrem dentro das células são muito complexas,

mesmo numa simples bactéria.

Segundo Chauí (2003), o homem das cavernas não sabia quase nada do

mundo que o rodeava. Seu maior interesse era conseguir alimento, abrigo e

companhia. Mas nada do que a espécie humana aprendeu no decorrer dos séculos

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foi facilmente adquirido. Videira (2006) corrobora tal afirmação ao lembrar que para

tudo foi necessária uma pesquisa intensa baseada em erros e acertos. A um

conjunto de processos para conseguir um objetivo chama-se de método. O método

mais adequado para o conhecimento das ciências é o método científico. Embora a

criança não precise nomeá-las ou diferenciá-las, é importante que o professor as

conheça e utilize-as nas diferentes etapas em suas experimentações.

O primeiro e mais importante dos passos em ciências é a observação. Para

isso o professor deve estimular o aprendizado com experiências simples que levem

o aluno a perceber o que o rodeia, mas também o levem a elaborar hipóteses ou

explicações para o fato ou fenômeno que observa. Videira (2006) salienta que o

pluralismo metodológico é uma atitude amplamente adotada nos dias de hoje.

Por exemplo, pode-se observar uma plantação e levantar, a partir daí,

problemas com o seu desenvolvimento, presença de pragas, grau de maturidade

das frutas, presença de outras plantas invasoras, entre outras. Neste caso, a

observação e o levantamento do problema não são concomitantes. Pode-se, por

outro lado, observar um pássaro anteriormente nunca visto no pátio da escola e, a

partir disso, problematizar possíveis áreas de estudo como: alimentação, tipo de

nidificação, cor dos ovos, rotas migratórias, parasitas externos (como piolhos), entre

muitos outros assuntos.

Neste contexto pode-se tratar a biodiversidade e suas relações ambientais,

nos ecossistemas mais próximos da realidade do aluno.

Segundo as Diretrizes Curriculares (PARANÁ, 2008), a disciplina de

Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico que resulta da

investigação da Natureza, nesta perspectiva, a Natureza legitima, então, o objeto de

estudo das ciências naturais e da disciplina de Ciências.

Conforme Santos (2006) a biodiversidade é um conceito que vem sendo

entendido como um sistema complexo por considerar conhecimentos biológicos

interagindo num processo integrado, dinâmico, envolvendo a variabilidade genética,

a diversidade de seres vivos, as relações ecológicas estabelecidas entre eles e com

a natureza, e os processos evolutivos pelos quais os seres vivos têm sofrido

transformações.

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Se observar o mundo se verificará uma enorme variedade de seres vivos.

Muitas curiosidades podem ser notadas quando se olha ao redor e percebe-se que

os animais e vegetais são poucos parecidos entre si.

Ainda segundo Santos (2006) olhando para cada cachorro, ou passarinho,

ou gato, por exemplo, percebe-se que eles se diferem uns dos outros. Isso conduz a

pensar que não existem graus de parentesco entre as espécies e que, cada ser vivo

pode ter surgido independentemente. Além disso, as espécies possuem hábitos

adequados aos seus habitats. As cobras, por exemplo, não possuem pernas, mas

nem por isso elas deixam de se locomover.

De acordo com Morais (2003) o problema da adaptação e evolução das

espécies em seu habitat foi tema de muita discussão até o século XIX. Naquela

época, os estudos sobre classificação dos seres vivos, realizados por Lamarck,

procuravam explicar que os seres vivos se “transformavam”, por esforço próprio,

frente às modificações do ambiente. Faz-se uma analise da ideia de Lamarck pelo

exemplo clássico das girafas.

As girafas atuais alimentam-se de folhas das copas de árvores. Seu longo

pescoço facilita na coleta desse alimento, o que as mantém vivas. Se as girafas não

fossem “pescoçudas”, elas hoje estariam vivas? Será que elas sempre tiveram o

pescoço comprido?

Morais (2006) diz que de acordo com as ideias de Lamarck, no inicio do

século XIX, várias girafas com pescoço curto teriam se fixado num ambiente em que

os melhores brotos e folhas estavam no alto das árvores. Com a necessidade de

pegar as folhas mais altas, essas girafas esticavam constantemente seus pescoços.

Assim, com o passar do tempo, seus descendentes nasceriam com pescoços mais

compridos e isso se sucedia a cada geração, até atingir uma estabilidade, ou seja, o

resultado seria a girafa que se conhece hoje.

A ideia do transformismo proposta por Lamarck, ainda hoje indica que os

seres vivos podem estar em constante evolução. Lamarck em seus estudos foi além,

concluindo que as modificações ocorridas nas espécies em resposta a uma

imposição do meio, seriam transmitidas à sua prole. Convém lembrar que até então,

na época de Lamarck, o conhecimento produzido referente ao papel da herança

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genética na transmissão de características de geração a geração era insuficiente

para qualquer pesquisador prosseguir e avançar nos seus estudos, pois, as bases

da genética só viriam a nascer em 1822, com Gregor Mendel.

Na opinião de Mayr (1998) não se pode discutir evolução, sem mencionar

Charles Darwin. A teoria de que os seres vivos evoluem pela seleção natural foi

proposta 50 anos após a teoria de Lamarck.

Algumas diferenças entre as teorias de Lamarck e Darwin:

O fato da evolução: o mundo é evolutivo ou estático? Tanto Lamarck

quanto Darwin acreditavam no mundo evolutivo, entretanto, foi Lamarck o

primeiro pesquisador que propôs uma teoria sólida na mudança evolutiva.

O mecanismo da evolução: o efeito do uso e desuso era aceito pelos dois

cientistas, embora com menos intensidade nas ideias de Darwin.

Um interesse primário na diversidade ou na adaptação: aqui existe uma

diferença fundamental entre Lamarck e Darwin. Para Darwin, a adaptação

dos seres vivos é o produto da seleção natural. Para Lamarck, a

adaptação era o produto final dos processos fisiológicos, exigidos pelas

carências dos organismos de se transformarem no seu meio ambiente.

Na visão de Santos (2006) Darwin fez uma viagem, em 1831, à América do

Sul, às Ilhas Galápagos, dentre outras regiões. Durante essa viagem, ele fez muitas

observações, anotações e coletas de alguns fósseis das diferentes espécies de

seres vivos. Após seu retorno, em 1837, analisou o imenso material coletado o que o

deixou muito feliz, pois ele acreditava que talvez pudesse estar muito próximo para

esclarecer o mistério da origem das espécies.

Com estes estudos, Darwin concluiu também que as mudanças poderiam

ocorrer nas espécies e que as populações poderiam crescer muito rapidamente, no

entanto esse crescimento não é notado porque as populações geralmente se

mantêm em constante equilíbrio. Então deveria existir alguma forma que mantivesse

esse equilíbrio. Darwin assim concluiu que seria pela seleção natural dos mais

aptos.

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Segundo Zaia (2003) o Planeta Terra não é estático, ele sempre esteve e

continua em intensa atividade. Em 1912, o alemão Alfred Wegener publicou a Teoria

da Deriva dos Continentes, propondo que há 200 milhões de anos os continentes

que hoje se encontram separados já estiveram unidos em um único, denominado

Pangéia, envolto por um mar universal, a Panthalassa.

Com o conhecimento da Teoria da Tectônica de Placas é possível explicar a

maioria das distribuições dos organismos no planeta, assim como, as diferenças

entre os seres vivos.

Para Santos (2006) para completar a teoria de Darwin, foi proposta uma

nova teoria que resultou na chamada Teoria Sintética da Evolução ou

Neodarwinismo. Essa teoria procura explicar porque existem alguns seres que

nascem diferentes dentro de uma espécie.

O Neodarwinismo baseia-se nos seguintes pontos:

Seleção Natural: permanece a explicação de Darwin, isto é, na natureza

os seres vivos portadores das melhores características se mantém vivos

na incessante luta pela sobrevivência.

Mutações: principal fator para o surgimento de novas espécies. As

mutações não ocorrem devido às alterações do meio, ou seja, não altera

o código genético do organismo de forma a torná-lo mais apto para a

sobrevivência, e sim, pelo acaso, ou quando provocado como, por

exemplo, pelo raios-X, radiação, entre outros.

Isolamento: só acontece a formação de novas espécies se as variedades

mutantes forem isoladas.

Diante desse contexto, Santos (2006) explica que o homem, desde sua

origem, tenta explicar o aparecimento da vida no planeta. Muitos estudos foram, e

estão sendo realizados, para se chegar a um consenso de como a vida surgiu.

Segundo Lewinsohn (2001), a palavra biodiversidade apareceu há não muito

tempo. Certamente, tornou-se conhecida a partir de uma reunião realizada nos

Estados Unidos, cujos trabalhos foram publicados em 1988, num livro organizado

pelo ecólogo Edward O. Wilson, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. O

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conceito de biodiversidade procura referir e integrar toda a variedade que

encontramos em organismos vivos, nos mais diferentes níveis. O mesmo

Lewinsohn, afirma que é difícil expressar este conceito com precisão, e existem

vários enunciados diferentes, por exemplo:

"A soma de todos os diferentes tipos de organismos que habitam uma região tal como o planeta inteiro, o continente africano, a Bacia Amazônica, ou nossos quintais" (Andy Dobson).

"A totalidade de gens, espécies e ecossistemas de uma região e do mundo" (Estratégia Global de Biodiversidade).

"A variedade total de vida na Terra. Inclui todos os genes, espécies, e ecossistemas, e os processos ecológicos de que são parte" (ICBP - Conselho Internacional para a Proteção das Aves).

Todas as definições e muitas outras enfatizam que a biodiversidade abrange

diferentes níveis de organização da vida, conclui Lewinsohn (2001).

Assim atualmente, pensar em Biodiversidade implica para além da

diversidade dos seres vivos, ou seja, ampliar o conceito de Biodiversidade significa ir

além do seu habitat.

Pensar o conceito de Biodiversidade na contemporaneidade implica ampliar

o entendimento de que essa diversidade de espécies, considerada em diferentes

níveis de complexidade, habita em diferentes ambientes, mantém suas inter-

relações de dependência e está inserida em um contexto evolutivo (WILSON, 1997).

Sendo assim, a todo o momento estamos em contato com a grande

diversidade de vida no nosso planeta, ela significa a vida sob todas as suas formas,

animais, vegetais e microrganismos existentes.

De acordo com Lewinsohn (2010), a Biodiversidade está dividida em três

partes: a diversidade das espécies, da genética e a dos ecossistemas. Todas são

importantes, porque a vida na Terra depende delas.

No entanto, mudar comportamentos para preservar a Biodiversidade é hoje

uma prioridade. Primeiro, porque é essencial à vida humana. Segundo, uma vez que

somos nós, os seres humanos, é que ameaçamos a biodiversidade, assim parece

normal que tenhamos a responsabilidade de proteger, ou deveríamos, pois é uma

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enorme riqueza, uma fonte inesgotável de vida. Isto levou a Carl Sagan (1980)

afirmar que:

A diversidade de formas de vidas existentes no planeta Terra é fascinante. A maneira como a vida surgiu na Terra evoluiu até as formas atuais é fantástica, sendo ainda um grande enigma para os cientistas que vêm tentando explicar em toda a história da Ciência.

O que comprovadamente sabemos é que várias espécies de seres vivos já

habitaram o planeta, e foram extintas por vários motivos. Para entender como o ser

humano se relaciona com a Biodiversidade, precisamos abordá-la nas suas várias

dimensões: ecológica, socioeconômica, política e ética, podendo assim, conhecê-la

em nosso entorno, para posteriormente contribuir para a sua preservação (ALIPIO,

2009).

Para Pujol (2003) apud Moreira (2010), buscar novas formas de abordar as

relações entre pessoas e a natureza, constitui um caminho que deve abranger todos

os campos humanos: econômico, político, ecológico e social. Na realidade, esta

visão sistêmica de mundo constitui um paradigma que pode provocar profundas

alterações na educação em geral e em concreto na educação científica. Aliás, esta

visão é estimulada com a inclusão de atitudes e valores, levando em conta o

complexo contexto histórico-social e ambiental da atualidade (SOUZA, 2004).

Giordan e Vecchi (1996) e Amorim (1997) concordam que é relevante o

ensino da Biodiversidade no espaço escolar, com metodologias efetivas, para que o

aluno se aproprie desse conhecimento cientifico, e se torne sujeito critico e reflexivo,

capaz de mudar a sua realidade, possibilitando a comunidade em que esta inserido

o entendimento sobre as questões ambientais, para garantir um futuro mais

promissor.

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OBJETIVO

- Desenvolver através da conscientização dos alunos, a necessidade de deter o

processo de destruição da Biodiversidade, preservando-a para as futuras gerações,

uma vez que a qualidade de vida do ser humano está intimamente ligada ao

equilíbrio ecológico.

METODOLOGIA

A amostra compreendeu um total de 16 sujeitos investigados, parentes

próximos dos alunos envolvidos no Projeto, sendo 11 do sexo feminino e cinco

sujeitos do sexo masculino, com idade média de 40 anos, todos residentes no

município de Rio Bom – Paraná.

Os dados dessa pesquisa foram coletados no segundo semestre do ano

letivo de 2011, através de um questionário construído a partir de outros instrumentos

no mesmo contexto, com a mediação da professora e participação dos alunos. Os

alunos ficaram com a tarefa de aplicar o questionário aos seus familiares, seguindo

as orientações da professora pesquisadora.

O questionário abrangeu perguntas referentes à Biodiversidade,

Desenvolvimento Sustentável e Recursos Naturais. As perguntas foram objetivas e

questionavam o conhecimento e entendimento das pessoas sobre os temas.

Os dados coletados no questionário foram tabulados no programa Microsoft

Excel.

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RESULTADOS

O gráfico 1 apresenta a idade dos indivíduos entrevistados:

Gráfico 1: Qual a sua idade ?

Foram investigadas 16 pessoas, parentes próximos dos alunos, que

participaram do Projeto de intervenção pedagógica na escola, com média de idade

de 40 anos.

O Gráfico 2 demonstra que o grupo pesquisado foi composto de 16

pessoas.

Gráfico 2 – Gênero

12

Entre os pesquisados, a maioria (n=11; 69%) era do gênero feminino e cinco

do gênero masculino.

O gráfico 3 verificou o local de residência, dos entrevistados.

Gráfico 3 – Residência

O gráfico 3 verificou que a maior parte (n=10; 64%) das pessoas residiam

na zona urbana do município.

O gráfico 4 mostra o tempo que as pessoas residem no mesmo lugar.

Gráfico 4 – Há quanto tempo mora neste lugar?

No grupo investigado, metade (n=16; 50%) reside no mesmo lugar há mais

de 20 anos, sendo que 31% (n=5) residem entre 15 a 20 anos, 12% (n=2) reside de

10 a 15 anos e apenas uma pessoa reside entre 5 a 10 anos no mesmo lugar.

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O gráfico 5 demonstra o grau de escolaridade dos investigados.

Gráfico 5 – Qual seu grau de escolaridade?

No gráfico 5, observou-se a baixa escolaridade dos entrevistados, Ensino

Fundamental incompleto (n=5; 31%), apenas 19% (n=3) possuem o Ensino

Fundamental completo, verificou-se ainda que, apenas duas (12%) pessoas

concluíram o Ensino Médio.

O gráfico 6 verificou a percepção dos entrevistados sobre a Biodiversidade.

Gráfico 6 – Você já ouviu falar sobre Biodiversidade?

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O gráfico 6 observou-se que a maior parte (n=11; 69%) dos entrevistados já

ouviram falar sobre o tema Biodiversidade e que apenas 31% (n=5) desconhecem o

tema.

O gráfico 7 apresenta o nível de conhecimento dos entrevistados sobre a

Biodiversidade.

Gráfico 7 – Sabe o que significa Biodiversidade?

Observou-se, no gráfico 7, que a maior parte (n=10; 64%) das pessoas

entrevistadas não entendem o significado do tema Biodiversidade e que apenas 6

pessoas (36%) tem conhecimento do tema.

O gráfico 8 demonstra a percepção dos pesquisados sobre o tema

Desenvolvimento Sustentável.

Gráfico 8 – Você já ouviu falar sobre Desenvolvimento Sustentável?

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No gráfico 8, a maior parte das pessoas 56% (n=9) entrevistadas afirmaram

que já ouviram falar sobre o tema Desenvolvimento Sustentável e 44% (n=7) nunca

ouviram falar sobre o assunto.

O gráfico 9 refere-se ao conhecimento das pessoas entrevistadas sobre o

tema Desenvolvimento Sustentável.

Gráfico 9 – Sabe o que significa Desenvolvimento Sustentável?

No gráfico 9, verificou-se que a maioria dos entrevistados 56% (n=9)

apresentou entendimento negativo sobre o tema e referiu-se entender sobre o tema

apenas 44% (n=7).

O gráfico 10 demonstra a percepção dos entrevistados sobre o tema

Recursos Naturais.

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Gráfico 10 – Você já ouviu falar sobre Recursos Naturais?

No gráfico 10, chama a atenção que a maior parte (n=12; 75%) dos

entrevistados, com um índice alto, já ouviram falar sobre o tema e apenas 4 pessoas

(25%) nunca ouviram falar sobre o tema.

O gráfico 11, refere-se ao conhecimento que as pessoas entrevistadas

possuem sobre o tema.

Gráfico 11 – Sabe o que significa Recursos Naturais?

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O gráfico 11, demonstrou que a maior parte (n=10; 64%) dos entrevistados

tem conhecimento sobre o que significa Recursos Naturais, ficando 36% (n=4) com

a negativa de conhecimento sobre o tema.

A questão investigada no gráfico 12 referiu-se a percepção que as pessoas

têm sobre o ambiente que vive e em seu entorno.

Gráfico 12 – No ambiente em que você vive e em seu entorno, a mais ou menos

10 anos, aconteceram mudanças ambientais como: desmatamento, poluição

dos rios, erosão e extinção de animais.

Com referência ao meio em que os entrevistados estão inseridos e em seu

entorno, verificou-se que a maior parte (n=7; 44%) das pessoas referiu-se que

ocorreram poucas mudanças significativas no seu ambiente, e (n=5; 31%)

afirmaram que seu meio ambiente permanece preservado e 19% (n=3) responderam

que aconteceram mudanças significativas e apenas uma pessoa (6%) referiu-se que

não aconteceram mudanças significativas no seu meio ambiente.

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DISCUSSÃO

A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente

construída, que influencia e sofre influências de questões sociais, tecnológicas,

culturais, éticas e políticas (KNELLER, 1980; ANDERY et al., 1998).

A partir dos dados coletados, chamou a atenção que a maioria (31%) das

pessoas que responderam o questionário apresentou baixo índice de escolaridade,

ou seja, não concluíram o Ensino Fundamental, vale mencionar que a maior parte

dos entrevistados reside na zona urbana, portanto, é evidente que os mesmos

deveriam ter acesso, com mais facilidade, a fontes de informação e conhecimento.

Assim, a grande tarefa da escola é proporcionar um ambiente escolar

saudável e coerente com aquilo que ela pretende que seus alunos apreendam, para

que possa, de fato, contribuir para a formação da identidade como cidadãos

conscientes de suas responsabilidades com o meio ambiente e capazes de atitudes

de proteção e melhoria em relação a ele (MEC, 1990).

Nesse sentido, a Educação Ambiental deve ser organizada de forma a

proporcionar oportunidades aos alunos para que utilizem o conhecimento construído

sobre Meio Ambiente para entender e compreender a sua realidade e atuar nela, por

meio da participação nas atividades dentro da própria escola e nos movimentos

sociais da comunidade em que vivem para que se construam iniciativas, de

mobilização e envolvimento para solucionar problemas ambientais.

De acordo com as Diretrizes Curriculares (PARANÁ, 2008), a escola pública,

nas últimas décadas, passou a atender um número cada vez maior de estudantes

oriundos das classes populares. Ao assumir essa função, que historicamente

justifica a existência da escola pública, intensificou-se a necessidade de discussões

contínuas sobre o papel do ensino básico no projeto de sociedade que se quer para

o país.

Em relação às questões pertinentes aos temas Biodiversidade e

Desenvolvimento Sustentável a maioria referiu-se que ouviu falar, porém, quanto ao

conhecimento sobre os temas mencionados, a maioria referiu-se não entender, ou

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seja, não possuem conhecimento sobre Biodiversidade e Desenvolvimento

Sustentável, apenas na questão sobre os Recursos Naturais (62%) demonstrou que

entende o que significa este tema.

Os sujeitos da Educação Básica, crianças, jovens e adultos em geral

oriundos das classes assalariadas, urbanas ou rurais, de diversas regiões e com

diferentes origens étnicas e culturais devem ter acesso ao conhecimento produzido

pela humanidade que, na escola, é veiculado pelos conteúdos das disciplinas

escolares (FRIGOTTO, 2004).

Essa consciência ambiental já está presente na escola e muitas iniciativas

têm sido tomadas em torno dessa questão. Por essas razões, vê-se a importância

de incluir Meio Ambiente nos currículos escolares como tema transversal,

permeando toda prática educacional. É fundamental, na sua abordagem, considerar

os aspectos físicos e biológicos e, principalmente, os modos de interação do ser

humano com a natureza, por meio de suas relações sociais, do trabalho, da ciência,

da arte e da tecnologia (MEC, 1990).

A percepção dos entrevistados, quanto às mudanças significativas no seu

meio ambiente, com referência ao meio em que estão inseridos e em seu entorno,

verificou-se que a maior parte (44%) das pessoas referiu-se que ocorreram poucas

mudanças significativas no seu ambiente, e 31% afirmaram que seu meio ambiente

permanece preservado e 19% responderam que aconteceram mudanças

significativas e apenas uma pessoa (6%) referiu-se que não aconteceram mudanças

significativas no seu meio ambiente. Entretanto, no grupo investigado, no que se

refere ao tempo de moradia no mesmo lugar, metade referiu-se que reside no

mesmo lugar há mais de 20 anos, sendo que 31% residem entre 15 a 20 anos, 12%

reside de 10 a 15 anos e apenas uma pessoa reside entre 5 a 10 anos no mesmo

lugar.

Segundo Crespo (2006), o domínio, bem como a popularização de conceitos

complexos, tais como mudanças climáticas, destruição da biodiversidade, produtos

orgânicos, etc., vem aumentando, mas é ainda insuficiente. Essa tendência em ver

como parte do meio ambiente apenas os elementos “naturais” (solo, água, plantas e

animais) também está refletida na percepção sobre o que vem a ser biodiversidade.

20

Partindo-se do pressuposto que a condição humana encontra-se num

momento de crise, onde todo o conjunto de valores da modernidade situa-se em

decadência, a preocupação ambiental figura-se como uma questão chave, não

somente pelo protagonismo político que abarca, mas, pela dimensão ética implícita,

colocando em dúvida todo o conjunto de valores cultuados sob a luz da razão, que

no passado subjugava a natureza e o ser humano. Partindo da ideia de que os bens

naturais são finitos e que a preservação da vida deve estar em primeiro lugar, assim

sendo, o sentido da perspectiva do cuidado de si, enquanto ser vivo, pela sua

dimensão estético-existencial, oferece-nos elementos que permitem refletir enquanto

indivíduo que não mais acredita ser capaz de manipular o destino de tudo e de todos

os seres em seu benefício, mas, que suas crenças, ações e pensamentos, podem

ser transmitidos de forma positiva a outros seres (BAGGIO, 2008).

No entanto, certas atividades humanas estão colocando em risco a

biodiversidade, entre elas a poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a

expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão

urbana e industrial, o aquecimento global, mudanças climáticas, emissões de

carbono, tudo isso está levando muitas espécies vegetais e animais à extinção.

Neste sentido, a sustentabilidade se configura como um desafio novo a ser

enfrentado pela humanidade, e, principalmente, não permitindo tal destruição e

acima de tudo o compromisso de todos a refletir e agir, não deixando meios para

que ocorram exceções, portanto, a participação de todas as pessoas, é fundamental

neste processo (MARTINS, 2004).

CONCLUSÃO

Para concluir, ficou evidente a necessidade da comunidade pesquisada ter

acesso à informação e ao conhecimento sobre os temas abordados, com estratégias

que foquem a preservação do Meio Ambiente. Vale salientar que mudar

comportamentos através da informação e conscientização para preservação da

Biodiversidade é uma prioridade na sociedade contemporânea. Portanto, o ensino

da Biodiversidade, começando no espaço escolar, parece ser muito relevante, pois

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sua função na aprendizagem dos alunos e nas mudanças de atitudes em relação à

preservação da vida se faz necessário para garantir um futuro mais promissor.

Sendo assim, à educação escolar é uma função estratégica abrangente, na

implementação de ações educativas voltadas à conservação da Biodiversidade do

Desenvolvimento Sustentável e dos Recursos Naturais, uma vez que as escolas são

consideradas espaços que possibilitam formar valores e atitudes nos alunos sobre

os temas socializados, principalmente porque as ações desenvolvidas no contexto

escolar alcançam repercussão em toda comunidade através dos próprios alunos.

Evidentemente, a escola não consegue dar conta de informar e transmitir

conhecimento sobre os temas, sem que existam, por parte do poder municipal,

políticas públicas efetivas de Educação Ambiental, que envolva o conhecimento, a

conscientização e preservação do meio ambiente e o comprometimento ambiental

da comunidade.

Trata-se de construir uma cultura ecológica que compreenda natureza e

sociedade como dimensões intrinsecamente relacionadas e que não podem mais

ser pensadas seja nas decisões governamentais, seja nas ações da sociedade civil

de forma separada, independente ou autônoma (CARVALHO, 2007).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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