a bÍblia - palavra de deus ou de homens?

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A B ´ IBLIA PALAVRA DE DEUS OU DE HOMEM?

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A BÍBLIA - Palavra de Deus ou de homens?

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O MUNDO ATUAL tem problemas de-mais. Os casamentos se desfazem. Aviolenciana famılia e comum. Centenas de milhoes depessoas passam fome. O crime aumenta descon-troladamente. A paz e a seguranca sao difıceisde alcancar. Por que o mundo esta assim? Exis-te alguma solucao? A Bıblia nao so respondea essas perguntas, mas da tambem orientacaopara a vida cotidiana. Nao deverıamos entao es-tar interessados naquilo que a Bıblia diz?

Alguns acham que a Bıblia nao passa de umacolecao de mitos, lendas e sabedoria popular.Outros, porem, afirmam que ela e a palavrainspirada de Deus. Qual e o ponto de vistacorreto? Este livro, A Bıblia — Palavra de Deusou de Homem?, o ajudara a responder a essapergunta. Convidamo-lo a analisar os fatos porsi mesmo. Fazer isso podera mudar a sua vidapara sempre.

AB

´IBLIA

PALAVRADE DEUSOUDE HOMEM?

PA

LA

VR

AD

ED

EU

S?

gm-T

O MUNDO ATUAL tem problemas de-mais. Os casamentos se desfazem. Aviolenciana famılia e comum. Centenas de milhoes depessoas passam fome. O crime aumenta descon-troladamente. A paz e a seguranca sao difıceisde alcancar. Por que o mundo esta assim? Exis-te alguma solucao? A Bıblia nao so respondea essas perguntas, mas da tambem orientacaopara a vida cotidiana. Nao deverıamos entao es-tar interessados naquilo que a Bıblia diz?

Alguns acham que a Bıblia nao passa de umacolecao de mitos, lendas e sabedoria popular.Outros, porem, afirmam que ela e a palavrainspirada de Deus. Qual e o ponto de vistacorreto? Este livro, A Bıblia — Palavra de Deusou de Homem?, o ajudara a responder a essapergunta. Convidamo-lo a analisar os fatos porsi mesmo. Fazer isso podera mudar a sua vidapara sempre.

AB

´IBLIA

PALAVRADE DEUSOUDE HOMEM?

PA

LA

VR

AD

ED

EU

S?

gm-T

AB´IBLIA

Palavrade Deusoude Homem?

˘1989WATCH TOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF PENNSYLVANIA

ASSOCIAC˜

AO TORRE DE VIGIA DE B´IBLIAS E TRATADOS

Todos os direitos reservados

A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

EditorasWATCHTOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF NEW YORK, INC.

Brooklyn, New York, U.S.A.ASSOCIAC

˜AO TORRE DE VIGIA DE B

´IBLIAS E TRATADOS

Rodovia SP-141, km 43, Ces´ario Lange, SP, 18285-901, Brasil

Edic˜ao de 2012

Esta publicac˜ao n

˜ao

´e vendida. Ela faz parte de uma obra

educativa b´ıblica, mundial, mantida por donativos.

A menos que haja outra indicac˜ao, os textos b

´ıblicos citados s

˜ao da

Traduc˜

ao do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referˆ

encias.

The Bible—God’s Word or Man’s?Portuguese (Brazilian Edition) (gm-T)

ISBN 978-85-7392-101-4

Made in BrazilImpresso no Brasil

Cr´

editos da capa:ˇ Papiro do terceiro s

´eculo e rolo em hebraico de Ester: The Trustees of

the Chester Beatty Library, Dublinˇ Busto de Alexandre, o Grande: Musei Capitolini, Roma

Conte´

udoCap

´ıtulo P

´agina

1. Por Que Ler a Bıblia?˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 5

2. A Bıblia Luta Para Sobreviver ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 12

3. A Falsa Amiga da Bıblia ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 25

4. Pode-se Crer no “Antigo Testamento”?˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 37

5. O “Novo Testamento” — Historia ou Mito? ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 55

6. Os Milagres — Aconteceram Realmente? ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 71

7.´

E a Bıblia Contraditoria? ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 87

8. A Ciencia: Refuta Ela a Bıblia? ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 98

9. Profecias Que Se Cumpriram ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 117

10. Uma Profecia Bıblica Cujo CumprimentoPresenciamos ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 134

11. A Harmonia Global da Bıblia ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 149

12. Uma Fonte Mais Elevada de Sabedoria ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 162

13. “A Palavra de Deus´

E Viva” ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 175

14. A Bıblia e Voce ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ ˝ 184

Cr´

editos pelas ilustrac˜

oesAlistados por p

´agina

ˇ P´agina 9, Edition Leipzig, Werner Pinkert ˇ P

´agina 13, Cortesia do Museu Brit

ˆanico

ˇ P´agina 16, Musei Capitolini ˇ P

´agina 21, Israel Department of Antiquities

and Museums; cortesia do Shrine of the Book, Israel Museum; B. Samuel eJeane H. Gottesman Center for Biblical Manuscripts ˇ P

´agina 23, Musei Capitolini

ˇ P´agina 26, The Metropolitan Museum of Art, doac

˜ao testament

´aria de Mrs. F. F.

Thompson, 1926 (26.229) ˇ P´agina 29, Sacro Speco, Subiaco ˇ P

´agina 35, Foto de

C. N ˇ P´agina 45, cortesia do Museu Brit

ˆanico ˇ P

´agina 46, Museu do Louvre,

Paris ˇ P´agina 99, foto da NASA ˇ P

´agina 114, Smithsonian Institution, Washington,

D.C.; n´

umero da foto: 83-2259 ˇ P´agina 115, cortesia da U.S. National Library of

Medicine ˇ P´agina 121, Aerial Photography Archives, Geography Department, Hebrew

University, Jerusal´

em ˇ P´agina 137,

`a esquerda, foto de U.S. Army ˇ P

´agina 137,

`a

direita, British Aerospace, Aircraft Group, Warton Division ˇ P´agina 138, foto da FAO

ˇ P´agina 143, foto da OMS.

AL´

EM disso, vivemos numa era de dif´ıceis esco-

lhas. Por exemplo, muitos s˜ao implacavelmen-

te contra o aborto, classificando-o de assassinato denascituros. Outros acham com a mesma convicc

˜ao

que as mulheres tˆ

em autoridade sobre o seu pr´

o-prio corpo e devem elas mesmas decidir tal assunto.Muitos encaram o homossexualismo, o adult

´erio e o

sexo pr´

e-marital como flagrante imoralidade. Ou-tros acham que estas pr

´aticas s

˜ao uma quest

˜ao de

escolha pessoal. A quem cabe dizer quem est´a certo

e quem est´a errado?

2 A B´ıblia oferece orientac

˜ao em assuntos de

moralidade, e ela descreve soluc˜

oes eficazes paraos problemas do crime, da fome e da poluic

˜ao. O pro-

blema´

e que a maioria das pessoas n˜ao mais encara

a B´ıblia como autoridade em tais assuntos. Houve

1. (Inclua a introduc˜ao.) Que problemas atuais mostram que a hu-

manidade precisa de orientac˜ao?

2, 3. Como´

e a B´ıblia encarada por muitos hoje em dia?

Capıtulo��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 1

Por Que Ler a B´ıblia?

Vivemos num mundo cheio de problemas e de muitopoucas solucoes. Muitos milhoes de pessoas passamregularmente fome. Cresce o numero dos viciados emdrogas. Sao cada vez mais as famılias que se rompem.O incesto e a violencia na famılia estao constantemen-te nas notıcias. O ar que respiramos e a agua que be-bemos aos poucos estao sendo envenenados. No ınte-rim, mais e mais de nos somos vıtimas de crimes. Achaque esses problemas serao alguma vez solucionados?

Por Que Ler a B´ıblia? 5

tempo em que ela era escutada com respeito — pelomenos no Ocidente. Embora a B

´ıblia fosse escrita

por humanos, no passado a maioria na cristandadeaceitava-a como a Palavra de Deus, e cria que o pr

´o-

prio Deus havia inspirado seu conte´

udo.3 Hoje, por

´em, est

´a na moda ser c

´eptico para

com tudo: os costumes, as ideias, a moral e at´

e mes-mo a exist

ˆencia de Deus. Em especial, as pessoas

duvidam do valor da B´ıblia. A maioria delas parece

consider´a-la antiquada e irrelevante. Poucos inte-

lectuais modernos a encaram como a Palavra deDeus. A maioria das pessoas prefere antes concor-dar com o erudito James Barr, que escreveu: “Meurelato sobre a formac

˜ao da tradic

˜ao b

´ıblica

´e um re-

lato sobre trabalho humano.´

E a declarac˜ao da cren-

ca do homem.”1

E esta tamb´

em a sua opini˜ao? Acha que a B

´ıblia

´e a palavra de Deus ou a de homem? N

˜ao impor-

ta como responda a esta pergunta, considere o se-guinte ponto: se a B

´ıblia for apenas a palavra de

4, 5. Por que´

e vital saber se a B´ıblia

´e inspirada por Deus, ou n

˜ao?

Qual´

e o objetivo desta publicac˜ao?

A B´ıblia

´e o livro

mais distribu´ıdo

e mais traduzidoem toda a hist

´oria.

6 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

homem, ent˜ao, logicamente, n

˜ao h

´a soluc

˜ao clara

para os problemas da humanidade. Os homens sim-plesmente ter

˜ao de se arranjar o melhor que pude-

rem, esperando de algum modo evitar envenenar asi mesmos a ponto de deixar de existir, ou de ir pelosares numa guerra nuclear. Mas se a B

´ıblia for mes-

mo a Palavra de Deus, ent˜ao ela

´e exatamente o que

necessitamos para conseguir passar por estes tem-pos dif

´ıceis.

5 Esta publicac˜ao apresentar

´a evid

ˆencia de que

a B´ıblia

´e realmente a Palavra de Deus. E os edito-

res esperam que, depois de vocˆ

e ter considerado aevid

ˆencia, se d

ˆe conta de que a B

´ıblia cont

´em a

´uni-

ca soluc˜ao v

´alida para os problemas da humanida-

de. Primeiro, por´

em, gostar´ıamos de trazer

`a sua

atenc˜ao alguns fatos que, j

´a por si s

´os, tornam a B

´ı-

blia merecedora da sua considerac˜ao.

O Livro Mais Divulgado de Todos os Tempos6 Para comecar, ela

´e o livro mais divulgado, o

de maior distribuic˜ao em toda a hist

´oria. Segundo

a edic˜ao em ingl

ˆes, de 1988, de Guinness — Livro

de Recordes Mundiais, calcula-se que se imprimiram2.500.000.000 de exemplares entre 1815 e 1975.Essa

´e uma quantidade enorme. Nenhum outro li-

vro na hist´

oria sequer chegou perto das cifras dedistribuic

˜ao da B

´ıblia.

7 Al´

em disso, nenhum outro livro foi traduzidopara tantas l

´ınguas. A B

´ıblia pode agora ser lida na

sua inteireza ou em partes em mais de 1.800 idio-mas. A Sociedade B

´ıblica Americana relata que a

B´ıblia est

´a agora dispon

´ıvel a 98% da populac

˜ao de

nosso planeta. Imagine o enorme esforco despendi-do na produc

˜ao de tantas traduc

˜oes! Que outro livro

recebeu tanta atenc˜ao?

6, 7. Que not´aveis fatos sobre a B

´ıblia requerem nossa atenc

˜ao?

Por Que Ler a B´ıblia? 7

Livro de Influˆ

encia8 A Nova Enciclop

´edia Brit

ˆanica classifica a B

´ı-

blia como “provavelmente a colec˜ao mais in-

fluente de livros na hist´

oria humana”.2 O poetaalem

˜ao Heinrich Heine, do s

´eculo 19, confessou:

“Devo meu esclarecimento simplesmente`a leitura

dum livro . . . a B´ıblia. Ela

´e corretamente chamada

de Escrituras Sagradas. Aquele que tiver perdidoseu Deus pode redescobri-Lo neste livro.”3 Duran-te aquele mesmo s

´eculo, o ativista antiescravista

William H. Seward proclamou: “Toda a esperancade progresso humano depende da sempre crescenteinflu

ˆencia da B

´ıblia.”4

9 Abra˜ao Lincoln, 16.° presidente dos Estados

Unidos, chamou a B´ıblia de “a melhor d

´adiva que

Deus j´a deu ao homem . . . Sem ela, n

˜ao saber

´ıamos

distinguir o certo do errado”.5 O jurista britˆanico Sir

William Blackstone destacou a influˆ

encia da B´ıblia

ao dizer: “Destes dois alicerces, a lei da natureza ea lei da revelac

˜ao [a B

´ıblia], dependem todas as leis

humanas, ou seja, n˜ao se deve tolerar que nenhuma

lei humana contradiga estas.”6

Odiada e Amada10 Ao mesmo tempo, temos de observar que ne-

nhum outro livro tem sido alvo de tanta oposic˜ao

ferrenha e at´

e mesmo de´

odio, em toda a hist´

oria.B

´ıblias foram incineradas em fogueiras p

´ublicas,

desde a Idade M´

edia at´

e o nosso s´

eculo 20. E a leitu-ra ou a distribuic

˜ao da B

´ıblia t

ˆem sido punidas com

multas e encarceramentos, mesmo nos tempos mo-dernos. Em s

´eculos passados, tais “crimes” muitas

vezes levavam a torturas e`a morte.

8, 9. Que express˜

oes feitas por alguns mostram a influˆ

encia quea B

´ıblia tem exercido?

10. Como se tem expressado a oposic˜ao

`a B

´ıblia?

8 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

11 Paralelo a isso, tem havido a devoc˜ao inspira-

da pela B´ıblia. Muitos t

ˆem perseverado na leitura

dela, apesar de implac´avel perseguic

˜ao. Tome, por

exemplo, William Tyndale, um inglˆ

es do s´

eculo 16,educado na Universidade de Oxford e que se tornouum respeitado instrutor na Universidade de Cam-bridge.

12 Tyndale amava a B´ıblia. Mas, nos seus dias,

as autoridades religiosas insistiam em mantˆ

e-la emlatim, uma l

´ıngua morta. Assim, a fim de torn

´a-la

acess´ıvel aos seus conterr

ˆaneos, Tyndale decidiu

traduzir a B´ıblia para o ingl

ˆes. Visto que isso era

contra a lei, Tyndale tinha de renunciar`a sua con-

fort´avel carreira acad

ˆemica e fugir para o continen-

te europeu. Levou a vida dif´ıcil de fugitivo o tem-

po suficiente para traduzir as Escrituras Gregas(o “Novo Testamento”) e parte das Escrituras He-braicas (o “Antigo Testamento”) para a sua l

´ıngua

nativa; mas finalmente foi preso, condenado por he-resia e estrangulado, e seu corpo foi queimado.

13 Tyndale´

e apenas um dentre um grande n´

ume-ro de pessoas que sacrificaram tudo para ler a B

´ı-

blia ou para torn´a-la dispon

´ıvel a outros. Nenhum

11, 12. Como demonstrou Tyndale seu amor`a B

´ıblia?

13. Qual´

e uma das coisas que tornam a B´ıblia realmente sem

igual?

Conforme estaxilogravura dos

´eculo 15 ilustra,

muitos foramqueimados vivospelo “crime” deler a B

´ıblia.

outro livro inspirou em tantos homens e mulherescomuns t

˜ao grande coragem. Neste respeito, a B

´ı-

blia, deveras, n˜ao tem igual.

Afirmac˜

ao de Que Ela´

E a Palavra de Deus14 A B

´ıblia

´e tamb

´em

´ımpar por causa da afir-

mac˜ao feita por muitos dos seus escritores. Cerca

de 40 pessoas, incluindo reis, pastores, pescadores,funcion

´arios p

´ublicos, sacerdotes, pelo menos um

general, e um m´

edico, participaram na escrita de di-ferentes partes da B

´ıblia. Mas, vez ap

´os vez, os es-

critores fizeram a mesma afirmac˜ao: que n

˜ao esta-

vam escrevendo as suas pr´

oprias ideias, mas as deDeus.

15 Neste respeito, muitas vezes lemos na B´ıblia

express˜

oes tais como estas: “Foi o esp´ırito de Jeov

´a

que falou por meu interm´

edio, e a sua palavra esta-va na minha l

´ıngua”, ou: “Assim disse o Soberano

Senhor, Jeov´a dos ex

´ercitos.” (2 Samuel 23:2; Isa

´ıas

22:15) Numa carta enviada a um coevangelizador,o ap

´ostolo Paulo escreveu: “Toda a Escritura

´e ins-

pirada por Deus e proveitosa para ensinar, para re-preender, para endireitar as coisas, para discipli-nar em justica, a fim de que o homem de Deus sejaplenamente competente, completamente equipadopara toda boa obra.” — 2 Tim

´oteo 3:16, 17.

16 Em harmonia com a sua afirmac˜ao de ser a pa-

lavra de Deus, n˜ao a de homem, a B

´ıblia d

´a respos-

tas a perguntas a que s´

o Deus pode responder. Porexemplo, ela explica por que os governos humanosforam incapazes de trazer paz duradoura, como oshumanos podem obter a mais profunda satisfac

˜ao

na vida, e o que o futuro reserva para a Terra e a

14, 15. Que afirmac˜

oes fazem frequentemente os escritores da B´ı-

blia?16. Que perguntas s

˜ao consideradas na B

´ıblia?

10 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

humanidade sobre ela. Agora, vocˆ

e, como algu´

emque usa de reflex

˜ao, deve ter-se feito muitas vezes

essas e outras perguntas similares. Ent˜ao, por que

n˜ao considerar pelo menos a possibilidade de que a

B´ıblia seja a Palavra de Deus e assim extraordina-

riamente capaz de fornecer respostas com autori-dade?

17 Exortamo-lo a examinar com cuidado a evidˆ

en-cia apresentada neste livro. Alguns dos cap

´ıtulos

considerar˜ao frequentes cr

´ıticas feitas

`a B

´ıblia.

´E

a B´ıblia anticient

´ıfica? Ser

´a que ela se contradiz?

Cont´

em hist´

oria real ou apenas mitos? Acontece-ram realmente os milagres registrados na B

´ıblia?

Apresenta-se evidˆ

encia l´

ogica para responder a es-tas perguntas. Depois disso, consideram-se podero-sas demonstrac

˜oes da inspirac

˜ao divina da B

´ıblia:

suas profecias, sua profunda sabedoria e o not´avel

efeito que ela exerce na vida das pessoas. Finalmen-te, veremos que efeito a B

´ıblia pode ter na sua vida.

18 Em primeiro lugar, por´

em, consideraremoscomo a B

´ıblia chegou a n

´os. Mesmo j

´a a hist

´oria des-

se espantoso livro fornece prova de que ela tem maisdo que uma origem meramente humana.

17, 18. (a) Quais s˜ao algumas das acusac

˜oes lancadas contra a

B´ıblia que s

˜ao consideradas nesta publicac

˜ao? (b) Que assuntos adi-

cionais ser˜ao abrangidos?

Escritoresda B

´ıblia

afirmavamser inspiradospor Deus.

Por Que Ler a B´ıblia? 11

A B´IBLIA

´e mais do que apenas um livro.

´E

uma valiosa biblioteca de 66 livros, alguns de-les curtos, outros bastante longos, contendo leis,profecias, hist

´oria, poesia, conselhos e muito mais.

eculos antes do nascimento de Cristo, foram es-critos os primeiros 39 destes livros — na maior par-te na l

´ıngua hebraica — por judeus ou israelitas

fi´

eis. Esta parte´

e frequentemente chamada de An-tigo (ou Velho) Testamento. Os

´ultimos 27 livros

foram escritos em grego, por crist˜aos, e s

˜ao ampla-

mente conhecidos como Novo Testamento. Segun-do a evid

ˆencia interna e as mais antigas tradic

˜oes,

estes 66 livros foram escritos durante um per´ıodo

de cerca de 1.600 anos, comecando no tempo em

1. Quais s˜ao alguns dos pormenores sobre a B

´ıblia?

Capıtulo��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 2

A B´ıblia Luta

Para SobreviverHa muitos fios de evidencia para provarque a Bıblia e realmente a Palavra deDeus. Cada fio e forte, mas quando todossao tomados em conjunto, eles naopodem ser rompidos. Neste capıtulo,bem como no seguinte, consideraremosapenas um fio de evidencia: a historiada Bıblia como livro. A verdade e que enada menos que um milagre ter essenotavel livro sobrevivido ate hoje.Considere voce mesmo os fatos.

12 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

que o Egito era uma potˆ

encia dominante e termi-nando quando Roma era senhora do mundo.

Somente a B´ıblia Sobreviveu

2 H´a mais de 3.000 anos, quando a escrita da B

´ı-

blia teve in´ıcio, Israel era apenas uma nac

˜ao pe-

quena entre muitas no Oriente M´

edio. Jeov´a era

seu Deus, ao passo que as nac˜

oes circunvizinhastinham uma desconcertante variedade de deu-ses e deusas. Durante aquele per

´ıodo, os israeli-

tas n˜ao eram os

´unicos a produzir literatura re-

ligiosa. Outras nac˜

oes tamb´

em produziam obrasescritas, que refletiam sua religi

˜ao e seus valores

nacionais. Por exemplo, a lenda acadiana de Gilga-m

´es (ou Gilgamesh) da Mesopot

ˆamia e as epopeias

de Ras Xamra, escritas em ugar´ıtico (l

´ıngua fala-

da no que agora´

e o norte da S´ıria), sem d

´uvida

eram muito populares. A vasta literatura daque-la era inclu

´ıa tamb

´em obras tais como As Admoes-

tac˜

oes de Ipu-wer e A Profecia de Nefer-rohu, nal´ıngua eg

´ıpcia, hinos a diferentes divindades em

sumeriano e obras prof´

eticas em acadiano.1

2. (a) Qual era a situac˜ao de Israel quando se comecou a escrever

a B´ıblia? (b) Quais eram algumas outras obras escritas produzidas

durante o mesmo per´ıodo?

Os hebreus eramuma nac

˜ao pequena,

constantementeameacada por nac

˜oes

mais fortes. Este antigoentalhe retrata algunshebreus levados cativospelos ass

´ırios.

3 Todas essas obras do Oriente M´

edio, por´

em,tiveram a mesma sorte. Foram esquecidas, e at

´e

mesmo as l´ınguas em que foram escritas torna-

ram-se extintas. Foi apenas em anos recentes quearque

´ologos e fil

´ologos souberam da sua exist

ˆen-

cia e descobriram a maneira de lˆ

e-las. Por outrolado, os primeiros livros escritos da B

´ıblia hebrai-

ca sobreviveram at´

e o nosso tempo e ainda s˜ao

amplamente lidos. Vez por outra, alguns eruditosafirmam que os livros hebraicos da B

´ıblia deriva-

ram de algum modo daquelas antigas obras lite-r

´arias. Mas o fato de que uma t

˜ao grande parte

daquela literatura foi esquecida, ao passo que aB

´ıblia hebraica sobreviveu, marca a B

´ıblia como

significativamente diferente.

Os Guardi˜

aes da Palavra4 N

˜ao se engane, pois, do ponto de vista huma-

no, a sobrevivˆ

encia da B´ıblia n

˜ao era presum

´ıvel.

As comunidades que a produziram sofreram pro-vac

˜oes t

˜ao dif

´ıceis e opress

˜ao t

˜ao amarga, que a

sobrevivˆ

encia dela at´

e os nossos dias´

e realmentealgo not

´avel. Nos anos antes de Cristo, os judeus

que produziram as Escrituras Hebraicas (o “Anti-go Testamento”) eram uma nac

˜ao relativamente

3. O que marca a B´ıblia como diferente das outras literaturas re-

ligiosas produzidas no Oriente M´

edio durante o mesmo per´ıodo?

4. Que graves problemas dos israelitas talvez parecessem pˆ

or emd

´uvida a sobreviv

ˆencia da B

´ıblia?

Antes do adventoda imprensa, asEscrituras eramcopiadas a m

˜ao.

14 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

pequena. Moravam precariamente no meio de es-tados pol

´ıticos poderosos, que se rivalizavam pela

supremacia. Israel teve de lutar pela sua vida con-tra uma sucess

˜ao de nac

˜oes, tais como os filisteus,

os moabitas, os amonitas e os edomitas. Duranteum per

´ıodo em que os hebreus estavam divididos

em dois reinos, o cruel Imp´

erio Ass´ırio virtualmen-

te eliminou o reino setentrional, ao passo que osbabil

ˆonios destru

´ıram o reino meridional, levando

o povo a um ex´ılio do qual apenas um restante re-

tornou 70 anos mais tarde.5 Existem at

´e mesmo relatos sobre tentativas

de genoc´ıdio contra os israelitas. L

´a nos dias de

Mois´

es, Fara´

o ordenou o assassinato de todos osmeninos rec

´em-nascidos deles. Se a sua ordem ti-

vesse sido executada, o povo hebreu teria sido ani-quilado. (

ˆExodo 1:15-22) Muito mais tarde, quando

os judeus vieram a estar sob dom´ınio persa, os ini-

migos deles tramaram a adoc˜ao duma lei destina-

da a extermin´a-los. (Ester 3:1-15) O fracasso dessa

trama ainda´

e celebrado na festividade judaica dePurim.

6 Mais tarde ainda, quando os judeus estiveramsujeitos

`a S

´ıria, o Rei Ant

´ıoco IV tentou muito he-

lenizar a nac˜ao, obrigando-a a seguir costumes

gregos e a adorar deuses gregos. Ele tamb´

em fra-cassou. Em vez de os judeus serem exterminadosou assimilados, eles sobreviveram, ao passo que amaior parte dos grupos nacionais em volta deles,um ap

´os outro, desapareceu do cen

´ario mundial.

E as Escrituras Hebraicas da B´ıblia sobreviveram

com eles.

5, 6. Que tentativas feitas punham em perigo a pr´

opria existˆ

enciados hebreus como povo distinto?

A B´ıblia Luta Para Sobreviver 15

7 Os crist˜aos, que produziram a segunda parte

da B´ıblia (o “Novo Testamento”), tamb

´em eram

um grupo oprimido. Seu l´ıder, Jesus, foi morto

como se fosse um criminoso comum. Nos dias quese seguiram

`a sua morte, as autoridades judaicas

na Palestina tentaram suprimi-los. Quando o cris-tianismo se espalhou a outras terras, os judeus osassediavam, tentando impedir a sua obra missio-n

´aria. — Atos 5:27, 28; 7:58-60; 11:19-21; 13:45;

14:19; 18:5, 6.8 No tempo de Nero, a atitude inicialmente tole-

rante das autoridades romanas mudou. T´acito ga-

bou-se das “penas mais horrorosas” infligidas aoscrist

˜aos por aquele perverso imperador e, do tem-

po dele em diante, era crime pass´ıvel de pena ca-

pital ser crist˜ao.2 Em 303 EC, o Imperador Dio-

cleciano agiu diretamente contra a B´ıblia.� Num

esforco de eliminar o cristianismo, ordenou que to-das as B

´ıblias crist

˜as fossem queimadas.3

9 Essas campanhas de opress˜ao e de genoc

´ıdio

constitu´ıam verdadeira ameaca

`a sobreviv

ˆencia

da B´ıblia. Se a sorte dos judeus tivesse sido a mes-

� Nesta publicac˜ao, em vez dos tradicionais “a.C.”, “d.C.” ou

“A.D.”, usam-se as formas mais corretas de “AEC” (antes da EraComum) e “EC” (Era Comum; n

˜ao: Era Crist

˜a).

7, 8. Como foi a B´ıblia ameacada pelas tribulac

˜oes sofridas pelos

crist˜aos?

9. O que teria acontecido se as campanhas para exterminar os ju-deus e os crist

˜aos tivessem sido bem-sucedidas?

Nero tornou o sercrist

˜ao um crime

pass´ıvel de pena

capital.

16 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

ma que a dos filisteus e dos moabitas, ou se os es-forcos, primeiro das autoridades judaicas e depoisdas romanas, de eliminar o cristianismo tivessemsido bem-sucedidos, quem teria escrito e preser-vado a B

´ıblia? Felizmente, os guardi

˜aes da B

´ıblia

— primeiro os judeus e depois os crist˜aos — n

˜ao

foram eliminados, e a B´ıblia sobreviveu. No entan-

to, houve outra ameaca s´

eria, se n˜ao

`a sobreviv

ˆen-

cia da B´ıblia, pelo menos

`a sua integridade.

opias Fal´ıveis

10 Muitas das obras antigas j´a mencionadas,

que subsequentemente foram esquecidas, haviamsido gravadas em pedra ou em dur

´aveis tabuinhas

de argila. Mas isso n˜ao se deu com a B

´ıblia. Ela

foi originalmente escrita em papiro ou em per-gaminho — materiais muito mais perec

´ıveis. De

modo que os manuscritos produzidos pelos escri-tores originais j

´a desapareceram h

´a muito, mui-

to tempo. Ent˜ao, como foi preservada a B

´ıblia?

Incont´aveis milhares de c

´opias foram laboriosa-

mente feitas a m˜ao. Essa era a maneira normal

de reproduzir um livro antes do advento da im-prensa.

11 No entanto, h´a um perigo quando se fazem

opias manuscritas. Sir Frederic Kenyon, famo-so arque

´ologo e bibliotec

´ario do Museu Brit

ˆani-

co, explicou: “Ainda n˜ao foram criados a m

˜ao e o

erebro humanos que consigam copiar na inteire-za uma obra extensa sem absolutamente nenhumerro. . . . Forcosamente se introduziriam sem que-rer erros.”4 Quando sem querer se introduziu um

10. Como foi a B´ıblia originalmente preservada?

11. O que acontece inevitavelmente quando manuscritos s˜ao copia-

dos a m˜ao?

A B´ıblia Luta Para Sobreviver 17

erro num manuscrito, ele foi repetido quando essemanuscrito se tornou a base para outras c

´opias.

Quando se fizeram muitas c´

opias durante um lon-go per

´ıodo, introduziram-se sem querer numero-

sos erros humanos.12 Em vista dos muitos milhares de c

´opias da

B´ıblia feitas, como sabemos que esse processo

de reproduc˜ao n

˜ao a alterou a ponto de ficar ir-

reconhec´ıvel? Pois bem, tomemos o caso da B

´ı-

blia hebraica, o “Antigo Testamento”. Na segun-da metade do sexto s

´eculo AEC, quando os judeus

retornaram do seu ex´ılio babil

ˆonico, um grupo de

eruditos hebreus, conhecidos como soferins, “es-cribas”, tornaram-se os deposit

´arios do texto da

B´ıblia hebraica, e era da sua responsabilidade co-

piar essas Escrituras para uso na adorac˜ao p

´ublica

e particular. Eram profissionais altamente moti-vados, e sua obra era da melhor qualidade.

13 Desde o s´

etimo at´

e o d´

ecimo s´

eculo de nos-sa Era Comum, os herdeiros dos soferins eramos massoretas. O nome deles deriva duma pala-vra hebraica que significa “tradic

˜ao”, e eles essen-

cialmente tamb´

em eram escribas encarregados datarefa de preservar o tradicional texto hebraico.Os massoretas eram meticulosos. Por exemplo, oescriba tinha de usar um exemplar devidamenteautenticado como texto-base, e n

˜ao se lhe permi-

tia escrever nada de mem´

oria. Ele tinha de veri-ficar cada letra antes de escrev

ˆe-la.5 O Professor

Norman K. Gottwald relata: “Uma noc˜ao do cuida-

do com que eles se desincumbiram dos seus deve-res

´e indicada no requisito rab

´ınico de que todos os

12, 13. Quem assumiu a responsabilidade pela preservac˜ao do tex-

to das Escrituras Hebraicas?

18 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

“Da Guerra das Galias, deCesar (obra composta entre58 e 50 a.C.) ha diversos MSSexistentes, mas apenas noveou dez sao bons, e o mais anti-go e de uns 900 anos depoisdos dias de Cesar.

“Dos 142 livros da histo-ria romana de Lıvio (59 a.C-A.D. 17), apenas 35 sobrevi-vem; conhecemo-los a basede nao mais de vinte MSS decerta importancia, dos quaisapenas um, e esse contendofragmentos dos Livros III-VI,remonta ao quarto seculo.

“Dos quatorze livros dasHistorias de Tacito (c. A.D.100), apenas quatro e meiosobrevivem; dos dezesseis li-vros dos seus Anais, dez so-brevivem na ıntegra e doisem parte. O texto dessas par-tes existentes de suas duasgrandes obras historicas de-pende inteiramente de doisMSS, um do nono seculo e umdo seculo onze. . . .

“A Historia de Tucıdides (c.460-400 a.C.) nos e conheci-da de oito MSS, o mais antigopertencendo a c. A.D. 900, ede alguns fragmentos de papi-ro, pertencentes aproximada-mente ao comeco da era crista.

“O mesmo se da com a His-toria de Herodoto (c. 488-428a.C.). No entanto, nenhum eru-dito classico aceitaria o argu-mento de que a autenticidadede Herodoto ou de Tucıdi-des esta em duvida, so por-que os MSS mais antigos dassuas obras, de alguma utilida-de para nos, datam de maisde 1.300 anos depois dos ori-ginais.” — The Books and theParchments (Os Livros e osPergaminhos), pagina 180.

O Bem Confirmado Texto da B´ıblia

Para avaliar qu˜

ao bem confirmado´

e o texto da B´ıblia, s

´o

precisamos compar´

a-lo com outro acervo liter´

ario quechegou a n

´os da antiguidade: os escritos cl

´assicos da Gr

´e-

cia e de Roma. De fato, a maior parte dessa literatura foiescrita depois de serem completadas as Escrituras He-braicas. N

˜ao h

´a nenhum registro de tentativas de genoc

´ı-

dio contra os gregos ou contra os romanos, e a literaturadeles n

˜ao foi preservada diante de perseguic

˜oes. No en-

tanto, note os coment´

arios do Professor F. F. Bruce:

Compare isso com o fato deque h

´a milhares de manuscritos

de diversas partes da B´ıblia. E os

manuscritos das Escrituras Gre-gas Crist

˜as remontam a menos de

cem anos do tempo da escrita doslivros originais.

A B´ıblia Luta Para Sobreviver 19

novos manuscritos fossem revisados e as c´

opiasfalhas rejeitadas imediatamente.”6

14 Qu˜ao exata foi a transmiss

˜ao do texto pelos

soferins e pelos massoretas? At´

e 1947, era dif´ı-

cil responder a essa pergunta, visto que os ma-nuscritos hebraicos mais antigos dispon

´ıveis eram

do d´

ecimo s´

eculo da nossa Era Comum. Em 1947,por

´em, foram encontrados alguns fragmentos de

manuscritos bem antigos em cavernas, na vizi-nhanca do mar Morto, incluindo partes dos livrosda B

´ıblia hebraica. Alguns dos fragmentos datam

de antes do tempo de Cristo. Os eruditos compa-raram-nos com manuscritos hebraicos existentes,para confirmar a exatid

˜ao da transmiss

˜ao do tex-

to. Qual foi o resultado dessa comparac˜ao?

15 Uma das obras mais antigas descobertas foio livro inteiro de Isa

´ıas, e a exatid

˜ao desse tex-

to em comparac˜ao com a B

´ıblia massor

´etica que

hoje temos´

e espantosa. O Professor Millar Bur-rows escreve: “Muitas das diferencas entre o [re-c

´em-descoberto] rolo de Isa

´ıas de S. Marcos e o

texto massor´

etico podem ser explicadas como er-ros de c

´opia. Fora disso, no todo, h

´a uma not

´avel

concordˆancia com o texto encontrado nos manus-

critos medievais. Tal concordˆancia num manuscri-

to bem mais antigo fornece um testemunho querenova a confianca na exatid

˜ao geral do texto tra-

dicional.”7 Burrows acrescenta: “´

E de admirar que

14. Que descoberta tornou poss´ıvel confirmar a transmiss

˜ao do tex-

to b´ıblico pelos soferins e pelos massoretas?

15. (a) Que resultado deu a comparac˜ao do rolo manuscrito de

Isa´ıas, do mar Morto, com o texto massor

´etico? (b) O que devemos

concluir do fato de que alguns manuscritos encontrados junto aomar Morto mostram certa variac

˜ao textual? (Veja a nota de roda-

e.)

20 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

no decorrer de uns mil anos o texto tenha sofridot

˜ao pouca alterac

˜ao.”�

16 No caso da parte da B´ıblia escrita em gre-

go, pelos crist˜aos, o chamado Novo Testamento,

os copistas eram mais parecidos a amadores talen-tosos, do que aos soferins profissionais, altamen-te treinados. Mas, visto que trabalhavam sob aameaca de punic

˜ao por parte das autoridades,

� Nem todos os manuscritos encontrados junto ao mar Mortoconcordam t

˜ao de perto com o texto b

´ıblico sobrevivente. Alguns

mostram um n´

umero bastante grande de variac˜

oes textuais. To-davia, essas variac

˜oes n

˜ao significam que o sentido essencial do

texto tenha sido deturpado. Segundo Patrick W. Skehan, da Uni-versidade Cat

´olica da Am

´erica, a maioria delas representa um

“remanejo [do texto b´ıblico]

`a base da sua pr

´opria l

´ogica inte-

gral, de modo que a forma se amplia, mas a essˆ

encia permane-ce a mesma . . . A atitude subjacente

´e a de expl

´ıcita rever

ˆencia

para com um texto considerado sagrado, uma atitude de expli-car (como dir

´ıamos) a B

´ıblia com a B

´ıblia na pr

´opria transmis-

s˜ao do texto em si.”8

Outro comentador acrescenta: “Apesar de todas as incertezas,resta o grande fato de que o texto, como o possu

´ımos agora, de

modo geral representa adequadamente as pr´

oprias palavras dosautores que viveram, alguns deles, h

´a quase tr

ˆes mil anos, e n

˜ao

precisamos alimentar nenhuma d´

uvida s´

eria, com respeito auma poss

´ıvel corrupc

˜ao textual, no que se refere

`a validade da

mensagem que o Antigo Testamento nos transmite.”9

16, 17. (a) Por que podemos ter certeza de que o texto das Escri-turas Gregas Crist

˜as

´e fidedigno? (b) O que atestou Sir Frederic

Kenyon a respeito do texto das Escrituras Gregas?

Um estudo dorolo de Isa

´ıas,

do mar Morto,provou queesse livropermanecerapraticamenteinalteradodurante umper

´ıodo de

1.000 anos.

A B´ıblia Luta Para Sobreviver 21

eles tomavam seu trabalho a s´

erio. E duas coisasasseguram-nos que hoje temos um texto essen-cialmente igual ao assentado pelos escritores ori-ginais. Primeiro, possu

´ımos manuscritos de data

muito mais pr´

oxima ao tempo da escrita, do queno caso da parte hebraica da B

´ıblia. De fato, um

fragmento do Evangelho de Jo˜ao

´e da primeira

metade do segundo s´

eculo, menos de 50 anos de-pois da data em que Jo

˜ao provavelmente escreveu

seu Evangelho. Segundo, a pr´

opria quantidade demanuscritos que sobreviveram constitui uma co-lossal demonstrac

˜ao da integridade do texto.

17 Sobre esse ponto atestou Sir Frederic Ken-yon: “N

˜ao

´e exagero afirmar que o texto da B

´ıblia,

em essˆ

encia,´

e certo. Isso se d´a especialmente com

o Novo Testamento. O n´

umero de manuscritos doNovo Testamento, de primitivas traduc

˜oes dele

e de citac˜

oes dele nos escritores mais antigos daIgreja,

´e t

˜ao grande, que

´e praticamente certo que

a verdadeira vers˜ao de toda passagem duvidosa

´e

preservada em uma ou outra dessas autoridadesantigas. N

˜ao se pode dizer isto de nenhum outro

livro antigo no mundo.”10

Os Povos e Suas L´ınguas

18 As l´ınguas originais em que a B

´ıblia foi es-

crita, a longo prazo, tamb´

em eram um obst´acu-

lo para a sua sobrevivˆ

encia. Os primeiros 39 li-vros, na maior parte, foram escritos em hebraico,a l

´ıngua dos israelitas. Mas o hebraico nunca

fora amplamente conhecido. Se a B´ıblia tivesse

continuado s´

o nessa l´ıngua, nunca teria exerci-

do influˆ

encia fora da nac˜ao judaica e dos poucos

18, 19. Como se deu que a B´ıblia n

˜ao ficou limitada

`as l

´ınguas em

que originalmente foi escrita?

22 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

estrangeiros que sabiam lˆ

e-la. Entretanto, no ter-ceiro s

´eculo AEC, em benef

´ıcio dos hebreus que

moravam em Alexandria, no Egito, iniciou-se atraduc

˜ao da parte hebraica da B

´ıblia para o grego.

O grego era ent˜ao uma l

´ıngua internacional. De

modo que a B´ıblia hebraica tornou-se facilmente

acess´ıvel aos n

˜ao judeus.

19 Quando chegou o tempo para se escrever asegunda parte da B

´ıblia, ainda se falava ampla-

mente o grego, de modo que os´

ultimos 27 livros daB

´ıblia foram escritos nessa l

´ıngua. Mas nem todos

entendiam o grego. De modo que, em pouco tempocomecaram a aparecer traduc

˜oes, tanto da parte

hebraica como da grega da B´ıblia, nas l

´ınguas coti-

dianas daqueles primeiros s´

eculos, tais como o si-r

´ıaco, o copta, o arm

ˆenio, o georgiano, o g

´otico e o

et´ıope. O idioma oficial do Imp

´erio Romano era o

latim, e fizeram-se traduc˜

oes latinas em tal n´

ume-ro, que se teve de comissionar uma “vers

˜ao autori-

zada”. Essa foi terminada por volta de 405 EC eveio a ser conhecida como a Vulgata (que significa“popular” ou “comum”).

20 Portanto, foi apesar de muitos obst´aculos

que a B´ıblia sobreviveu at

´e os primeiros s

´eculos

da nossa Era Comum. Aqueles que a produziram

20, 21. A que obst´aculos sobreviveu a B

´ıblia, e por que foram es-

tes vencidos?

O imperadorDioclecianofracassou noseu esforcode destruira B

´ıblia.

A B´ıblia Luta Para Sobreviver 23

eram minorias desprezadas e perseguidas, quelevavam uma exist

ˆencia dif

´ıcil no meio dum

mundo hostil. Ela facilmente poderia ter sido mui-to deturpada ao se produzirem c

´opias, mas n

˜ao

foi. Al´

em disso, escapou ao perigo de estar dispon´ı-

vel apenas`aqueles que falavam determinada l

´ın-

gua.21 Por que foi para a B

´ıblia t

˜ao dif

´ıcil sobrevi-

ver? A pr´

opria B´ıblia diz: “O mundo inteiro jaz no

poder do in´ıquo.” (1 Jo

˜ao 5:19) Em vista disso, era

de esperar que o mundo fosse hostil`a publicac

˜ao

da verdade, e assim mostrou ser. Ent˜ao, por que

sobreviveu a B´ıblia, quando tantas outras obras li-

ter´arias, que n

˜ao se confrontavam com as mes-

mas dificuldades, foram esquecidas? A B´ıblia res-

ponde tamb´

em a isso. Ela diz: “A declarac˜ao de

Jeov´a permanece para sempre.” (1 Pedro 1:25) Se

a B´ıblia realmente

´e a Palavra de Deus, nenhum

poder humano pode destru´ı-la. E assim tem sido,

at´

e mesmo neste s´

eculo 20.22 Entretanto, no quarto s

´eculo da nossa Era

Comum, aconteceu algo que finalmente resultouem novos ataques

`a B

´ıblia e que influiu profunda-

mente no curso da hist´

oria europeia. Apenas dezanos depois de Diocleciano ter tentado destruirtodos os exemplares da B

´ıblia, a pol

´ıtica impe-

rial mudou e o “cristianismo” foi legalizado. Dozeanos mais tarde, em 325 EC, um imperador roma-no presidiu ao “crist

˜ao” Conc

´ılio de Niceia. Por

que seria perigoso para a B´ıblia tal acontecimen-

to aparentemente favor´avel? Saberemos a respos-

ta no pr´

oximo cap´ıtulo.

22. Que mudanca ocorreu no comeco do quarto s´

eculo da nossaEra Comum?

24 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

POR volta do fim do primeiro s´

eculo, a escritade todos os livros da B

´ıblia estava completa.

Da´ı em diante, os crist

˜aos tomaram a dianteira

em copiar e distribuir a B´ıblia inteira. Ao mes-

mo tempo, atarefaram-se em traduzi-la para asl´ınguas mais comuns do seu tempo. Enquanto a

congregac˜ao crist

˜a se atarefava com essa obra

admir´avel, por

´em, comecou a surgir algo que se

1, 2. (Inclua a introduc˜ao.) (a) Por que se recusam muitos a acei-

tar a B´ıblia como a Palavra de Deus? (b) Que boa obra foi realizada

durante o primeiro e o segundo s´

eculo, mas que desenvolvimentoperigoso estava surgindo?

Capıtulo��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3

A Falsa Amigada B

´ıblia

Neste capıtulo consideraremos o principal motivopelo qual muitas pessoas em paıses nao cristaos serecusam a aceitar a Bıblia como a Palavra deDeus. Em sentido historico, a cristandade tem afir-mado crer na Bıblia e ser sua guardia. Mas asorganizacoes religiosas da cristandade tem estadoassociadas com alguns dos mais apavorantes hor-rores da historia, desde as Cruzadas e os pogromsda Idade Media ate o Holocausto dos nossos pro-prios tempos.

´E a conduta da cristandade um

motivo valido para se rejeitar a Bıblia? A verdadee que a cristandade mostrou ser falsa amiga daBıblia. De fato, quando a cristandade emergiu noquarto seculo EC, a luta da Bıblia para sobreviverde modo algum havia terminado.

A Falsa Amiga da B´ıblia 25

mostraria muito perigoso para a sobrevivˆ

encia daB

´ıblia.

2 Tal desenvolvimento fora predito pela pr´

o-pria B

´ıblia. Jesus certa vez contou uma par

´abo-

la a respeito dum homem que semeara seu cam-po com sementes de trigo de boa qualidade. Mas,“enquanto os homens dormiam”, um inimigo lan-cou sementes que produziriam joio. Ambos os ti-pos de sementes brotaram, e, por um tempo, ojoio ocultava o trigo. Por meio dessa par

´abola,

Jesus mostrou que os frutos da sua obra seriamverdadeiros crist

˜aos, mas que, ap

´os a sua mor-

te, falsos crist˜aos se infiltrariam na congregac

˜ao.

Por fim, seria dif´ıcil de distinguir os genu

´ınos dos

falsos. — Mateus 13:24-30, 36-43.3 O ap

´ostolo Pedro advertiu francamente con-

tra o efeito desses “crist˜aos” semelhantes a joio

sobre a maneira de as pessoas encararem o cris-tianismo e a B

´ıblia. Ele advertiu: “Haver

´a falsos

instrutores entre v´

os. Estes mesmos introduzir˜ao

quietamente seitas destrutivas e repudiar˜ao at

´e

mesmo o dono que os comprou, trazendo sobre simesmos uma destruic

˜ao veloz. Outrossim, muitos

seguir˜ao os seus atos de conduta desenfreada, e,

por causa destes, falar-se-´

a de modo ultrajante docaminho da verdade.” — 2 Pedro 2:1, 2.

3. Segundo o ap´

ostolo Pedro, que efeito teriam os “crist˜aos” seme-

lhantes a joio sobre a crenca na B´ıblia?

A hist´

oria da cris-tandade realmentecomecou quandoConstantino legali-zou o “cristianismo”dos seus dias.

26 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

4 As profecias de Jesus e de Pedro cumpriram-se mesmo j

´a durante o primeiro s

´eculo. Homens

ambiciosos infiltraram-se na congregac˜ao crist

˜a

e semearam dissens˜

oes. (2 Tim´

oteo 2:16-18; 2 Pe-dro 2:21, 22; 3 Jo

˜ao 9, 10) Nos dois s

´eculos seguin-

tes, a pureza da verdade b´ıblica foi corrompida

pela filosofia grega, e muitos, equivocadamente,chegaram a aceitar as doutrinas pag

˜as como ver-

dade b´ıblica.

5 No quarto s´

eculo, uma forma de “cristianis-mo” por fim tornou-se a religi

˜ao oficial do Im-

erio Romano. Mas esse “cristianismo” era bemdiferente da religi

˜ao pregada por Jesus. J

´a flores-

cia ent˜ao o “joio”, assim como Jesus predissera.

N˜ao obstante, podemos ter certeza de que, duran-

te todo aquele tempo, havia alguns que represen-tavam o verdadeiro cristianismo e que se esfor-cavam a seguir a B

´ıblia como a inspirada Palavra

de Deus. — Mateus 28:19, 20.

Oposic˜

ao`

a Traduc˜

ao da B´ıblia

6 Foi no tempo de Constantino que a cristan-dade, assim como hoje a conhecemos, passou a to-mar forma. Daquele tempo em diante, a esp

´ecie

degenerada de cristianismo que havia criado ra´ı-

zes j´a n

˜ao era somente uma organizac

˜ao religio-

sa. Fazia parte do estado, e seus l´ıderes desem-

penhavam um papel importante na pol´ıtica. Com

o tempo, a igreja ap´

ostata usou seu poder pol´ıtico

dum modo completamente oposto ao cristianismo

4. Como se cumpriram as profecias de Jesus e de Pedro mesmo j´a

durante o primeiro s´

eculo?5. Por que mudanca de condic

˜ao passou o “cristianismo” no quar-

to s´

eculo?6. Quando comecou a tomar forma a cristandade, e qual era umdos modos em que a religi

˜ao da cristandade diferia do cristianismo

b´ıblico?

A Falsa Amiga da B´ıblia 27

b´ıblico, introduzindo outra perigosa ameaca

`a B

´ı-

blia. Como?7 Quando o latim deixou de ser a l

´ıngua coti-

diana, havia necessidade de novas traduc˜

oes daB

´ıblia. Mas a Igreja Cat

´olica n

˜ao mais favorecia

isso. Em 1079, Vratislau, mais tarde rei da Boˆ

e-mia, pediu ao Papa Greg

´orio VII permiss

˜ao para

traduzir a B´ıblia para a l

´ıngua dos seus s

´uditos.

A resposta do papa foi negativa. Ele declarou: “´

Eevidente aos que muitas vezes refletem sobre issoque n

˜ao

´e sem motivo que agradou ao Deus Todo-

Poderoso que a escritura sagrada ficasse em se-gredo, em certos lugares, para que n

˜ao aconte-

cesse que, se fosse claramente evidente a todosos homens, ela talvez fosse pouco estimada e fos-se sujeita ao desrespeito; ou que ela pudesse sermal entendida por aqueles de med

´ıocre instruc

˜ao

e conduzir ao erro.”1

8 O papa queria manter a B´ıblia na ent

˜ao l

´ın-

gua morta, o latim. O conte´

udo dela devia sermantido “em segredo”, n

˜ao traduzido para as l

´ın-

guas do povo comum.� A Vulgata latina de Jerˆ

o-nimo, produzida no 5.° s

´eculo para tornar a B

´ıblia

acess´ıvel a todos, tornou-se ent

˜ao o meio de man-

e-la oculta.9 Com o avanco da Idade M

´edia, a posic

˜ao da

Igreja contra as B´ıblias vern

´aculas endureceu.

� Fizeram-se algumas poucas traduc˜

oes para l´ınguas vern

´acu-

las. Mas elas com frequˆ

encia foram produzidas laboriosamentena forma de manuscritos muito ornamentados e definitivamen-te n

˜ao eram para uso popular.2

7, 8. Quando expressou o papa oposic˜ao

`a traduc

˜ao da B

´ıblia, e por

que fez isso?9, 10. (a) Como se desenvolveu a oposic

˜ao cat

´olica romana

`a tra-

duc˜ao da B

´ıblia? (b) Qual era o objetivo da oposic

˜ao da Igreja

`a

B´ıblia?

28 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

Em 1199, o Papa Inocˆ

encio III escreveu uma car-ta t

˜ao forte ao arcebispo de Metz, na Alemanha,

que o arcebispo queimou todas as B´ıblias na l

´ın-

gua alem˜a que conseguiu encontrar.3 Em 1229,

o s´ınodo de Toulouse, na Franca, decretou que

“gente leiga” n˜ao podia possuir livros b

´ıblicos na

l´ıngua comum.4 Em 1233, o s

´ınodo provincial de

Tarragona, na Espanha, ordenou que todos os li-vros do “Antigo ou Novo Testamento” fossem en-tregues para ser queimados.5 Em 1407, o s

´ınodo

de cl´

erigos convocado em Oxford, na Inglaterra,pelo Arcebispo Thomas Arundel, proibiu expres-samente a traduc

˜ao da B

´ıblia para o ingl

ˆes ou

para qualquer outra l´ıngua moderna.6 Em 1431,

tamb´

em na Inglaterra, o Bispo Stafford, de Wells,proibiu a traduc

˜ao da B

´ıblia para o ingl

ˆes e a pos-

se de tais traduc˜

oes.7

10 Essas autoridades religiosas n˜ao estavam

tentando destruir a B´ıblia. Estavam tentando

fossiliz´a-la, mant

ˆe-la numa l

´ıngua que apenas

poucos sabiam ler. Dessa maneira, esperavamimpedir aquilo que chamavam de heresia, masque realmente importava em desafios

`a sua auto-

ridade. Se tivessem conseguido isso, a B´ıblia se

Os papas Greg´

orio VIIe Inoc

ˆencio III

destacaram-se na lutada Igreja Cat

´olica

para impedir que aB

´ıblia fosse traduzida

para a l´ıngua

cotidiana do povo.

A Falsa Amiga da B´ıblia 29

teria tornado apenas um objeto de curiosidade in-telectual, com pouca ou nenhuma influ

ˆencia na

vida das pessoas comuns.

Os Defensores da B´ıblia

11 Felizmente, por´

em, muitas pessoas sincerasrecusaram-se a acatar tais editos. Mas essas re-cusas eram perigosas. As pessoas sofriam ter-rivelmente pelo “crime” de possuir uma B

´ıblia.

Tome, por exemplo, o caso dum espanhol chama-do Juli

´an Hern

´andez. Segundo o livro Hist

´oria do

Mart´ırio Crist

˜ao, de Foxe, Juli

´an (ou Juliano) “em-

preendeu levar da Alemanha para o seu pr´

opriopa

´ıs um grande n

´umero de B

´ıblias, escondidas em

barris e camufladas como vinho do Reno”. Ele foitra

´ıdo e preso pela Inquisic

˜ao cat

´olica romana.

Aqueles a quem as B´ıblias se destinavam “foram

todos indiscriminadamente torturados, e depois,a maioria deles foi sentenciada a diversas puni-c

˜oes. Juliano foi queimado, vinte deles foram as-

sados em espetos, v´arios foram encarcerados pelo

resto da vida, alguns foram publicamente acoita-dos, muitos foram enviados

`as gal

´es”.8

12 Que horr´ıvel abuso de poder!

´E evidente que

essas autoridades religiosas de modo algum eramrepresentativas do cristianismo b

´ıblico! A pr

´opria

B´ıblia revela a quem pertenciam, ao dizer: “Os

filhos de Deus e os filhos do Diabo evidenciam-se pelo seguinte fato: Todo aquele que n

˜ao est

´a

praticando a justica n˜ao se origina de Deus, nem

aquele que n˜ao ama seu irm

˜ao. Porque esta

´e a

mensagem que ouvistes desde o princ´ıpio, que de-

11. O que aconteceu quando Juli´an Hern

´andez contrabandeou B

´ı-

blias em espanhol para a Espanha?12. Como sabemos que as autoridades religiosas da Idade M

´edia n

˜ao

representavam o cristianismo b´ıblico?

30 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

vemos ter amor uns pelos outros; n˜ao como Caim,

que se originou do in´ıquo e que matou a seu ir-

m˜ao.” — 1 Jo

˜ao 3:10-12.

13 Qu˜ao not

´avel, por

´em,

´e que homens e mu-

lheres estavam dispostos a arriscar-se a sofrer taltratamento chocante s

´o para possuir uma B

´ıblia!

E tais exemplos se tˆ

em multiplicado muitas ve-zes at

´e os nossos dias. A profunda devoc

˜ao que a

B´ıblia inspira nas pessoas, a disposic

˜ao de sofrer

pacientemente e de se sujeitar sem queixa a umamorte terr

´ıvel, sem revidar aos seus atormenta-

dores, s˜ao forte evid

ˆencia de que a B

´ıblia

´e mes-

mo a Palavra de Deus. — 1 Pedro 2:21.14 Por fim, ap

´os a rebeli

˜ao protestante contra

o poderio cat´

olico romano, no s´

eculo 16, a pr´

o-pria Igreja Cat

´olica Romana se viu obrigada a

produzir traduc˜

oes da B´ıblia nas l

´ınguas cotidia-

nas da Europa. Todavia, mesmo assim, a B´ıblia

foi associada mais com o protestantismo do quecom o catolicismo. Conforme escreveu o sacerdo-te cat

´olico romano Edward J. Ciuba: “Tem de se

admitir honestamente que uma das consequˆ

en-cias mais tr

´agicas da Reforma protestante foi a

de ser a B´ıblia negligenciada entre os fi

´eis cat

´o-

licos. Embora nunca fosse totalmente esquecida,a B

´ıblia era um livro fechado para a maioria dos

cat´

olicos.”9

Alta Cr´ıtica

15 Mas as igrejas protestantes n˜ao est

˜ao isentas

de culpa no que se refere`a oposic

˜ao

`a B

´ıblia. Com

13, 14. (a) Que fato not´avel a respeito da B

´ıblia durante a Idade

edia mostra a origem divina dela? (b) Como mudou a situac˜ao

na Europa no que se refere`a B

´ıblia?

15, 16. Por que n˜ao est

´a o protestantismo isento de culpa quanto`

a oposic˜ao

`a B

´ıblia?

A Falsa Amiga da B´ıblia 31

o passar dos anos, certos eruditos protestanteselaboraram outro tipo de ataque contra o livro: umataque intelectual. Durante os s

´eculos 18 e 19, de-

senvolveram um m´

etodo de estudo da B´ıblia co-

nhecido como alta cr´ıtica. Os altos cr

´ıticos ensina-

ram que grande parte da B´ıblia era composta de

lendas e de mitos. Alguns at´

e mesmo disseram queJesus nunca existiu. Em vez de a B

´ıblia ser desig-

nada a Palavra de Deus, esses eruditos protestan-tes diziam que ela era a palavra de homem, e ain-da por cima uma palavra muito confusa.

16 Embora as mais extremas dessas ideias n˜ao

sejam mais aceitas, a alta cr´ıtica ainda

´e ensi-

nada em semin´arios, e n

˜ao

´e incomum ouvir cl

´e-

rigos protestantes publicamente repudiar gran-des trechos da B

´ıblia. Nesse respeito, um cl

´erigo

anglicano, citado num jornal australiano, disseque grande parte do conte

´udo da B

´ıblia “simples-

mente est´a errado. Parte da hist

´oria est

´a errada.

Alguns dos pormenores obviamente est˜ao trun-

cados”. Essa maneira de pensar´

e fruto da altacr

´ıtica.

‘Fala-se Dela de Modo Ultrajante’17 No entanto, talvez o maior obst

´aculo a que

as pessoas aceitem a B´ıblia como a Palavra de

Deus tenha sido a conduta da cristandade. A cris-tandade afirma seguir a B

´ıblia. No entanto, sua

conduta tem lancado grande vitup´

erio sobre a B´ı-

blia e sobre o pr´

oprio nome de crist˜ao. Conforme

predisse o ap´

ostolo Pedro, ‘fala-se de modo ultra-jante’ do caminho da verdade. — 2 Pedro 2:2.

18 Por exemplo, ao passo que a igreja proibia

17, 18. De que modo lancou a conduta da cristandade vitup´

erio so-bre a B

´ıblia?

32 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

a traduc˜ao da B

´ıblia, o papa patrocinava maci-

cos esforcos militares contra os muculmanos noOriente M

´edio. Esses esforcos vieram a ser cha-

mados de “santas” cruzadas, mas n˜ao havia nada

de santo nelas. A primeira — chamada de “Cru-zada Popular” — estabeleceu o padr

˜ao do que ha-

via de vir. Antes de partir da Europa, um ex´

ercitodesregrado, inflamado por pregadores, voltou-secontra os judeus na Alemanha, matando-os numacidade ap

´os outra. Por qu

ˆe? O historiador Hans

Eberhard Mayer diz: “O argumento de que os ju-deus, como inimigos de Cristo, mereciam ser pu-nidos era apenas uma fraca tentativa de escon-der o verdadeiro motivo: a gan

ˆancia.”10

19 A rebeli˜ao protestante no s

´eculo 16 despojou

o catolicismo romano do poder, em muitos pa´ıses

europeus. Um resultado disso foi a Guerra dos

19-21. Como serviram a Guerra dos Trinta Anos, bem como os es-forcos mission

´arios e a expans

˜ao colonial da Europa, para lancar

vitup´

erio sobre a B´ıblia?

A condutachocante dacristandadetem levadomuitos aduvidar deque a B

´ıblia

realmenteseja a Palavrade Deus.

A Falsa Amiga da B´ıblia 33

Trinta Anos (1618-48) — “uma das mais terr´ıveis

guerras na hist´

oria europeia”, segundo A Hist´

oriaUniversal do Mundo. Qual era a causa b

´asica des-

sa guerra? “O´

odio dos cat´

olicos aos protestantes,e dos protestantes aos cat

´olicos.”11

20 Naquela´

epoca, a cristandade j´a comecara

a expandir-se al´

em da Europa, levando a civi-lizac

˜ao “crist

˜a” a outras partes da Terra. Essa

expans˜ao militar ficou marcada pela crueldade

e pela ganˆancia. Nas Am

´ericas, os conquistado-

res espanh´

ois destru´ıram rapidamente as civiliza-

oes ind´ıgenas americanas. Certo livro de hist

´oria

observou: “Em geral, os governadores espanh´

oisdestru

´ıam a civilizac

˜ao nativa sem introduzir a

europeia. A sede de ouro era o principal motivoque os atra

´ıa ao Novo Mundo.”12

21 Mission´arios protestantes tamb

´em sa

´ıram

da Europa para outroscontinentes. Um dosresultados da sua obrafoi a promoc

˜ao da ex-

pans˜ao colonial. Atual-

mente, um conceitoamplamente difundido

sobre o esforco mission´ario protestante

´e: “Em

muitos casos, o empreendimento mission´ario foi

usado como justificativa e cobertura para a domi-nac

˜ao do povo. A inter-relac

˜ao entre miss

˜ao, tec-

nologia e imperialismo´

e bem conhecida.”13

22 A associac˜ao

´ıntima entre as religi

˜oes da

cristandade e o Estado tem continuado at´

e osnossos dias. As

´ultimas duas guerras mundiais fo-

22. Como tem a cristandade vituperado o nome do cristianismo du-rante o s

´eculo 20?

As principaisigrejas protestantestem participadonum grande ataqueintelectual contraa Bıblia.

34 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

ram travadas principalmente entre nac˜

oes “cris-t

˜as”. Cl

´erigos em ambos os lados incentivavam

seus mocos a lutar e a tentar matar o inimigo— o qual muitas vezes pertencia

`a mesma reli-

gi˜ao. Conforme observado no livro Se as Igrejas

Quiserem Paz Mundial: “Certamente n˜ao

´e de ne-

nhum m´

erito [para as igrejas] que o atual siste-ma de guerra se desenvolveu e causou os maio-res estragos entre estados devotados

`a causa do

cristianismo.”14

A Palavra de Deus Sobrevive23 Contamos essa longa e triste hist

´oria da

cristandade para salientar dois pontos. Primeiro,esses eventos s

˜ao cumprimento de profecias

23. Como indica a hist´

oria da cristandade que a B´ıblia

´e a Palavra

de Deus?

Durante aPrimeira GuerraMundial, estessoldados russoscurvam-sediante dum´ıcone religiosoantes de sairpara matar“concrist

˜aos”.

A Falsa Amiga da B´ıblia 35

b´ıblicas. Foi predito que muitos daqueles que

afirmariam ser crist˜aos lancariam vitup

´erio so-

bre a B´ıblia e o nome do cristianismo, e que isso

tem acontecido vindica a B´ıblia como verdadeira.

N˜ao obstante, n

˜ao devemos perder de vista que

a conduta da cristandade n˜

ao representa o cristia-nismo baseado na B

´ıblia.

24 O modo de se reconhecer os genu´ınos cris-

t˜aos foi explicado pelo pr

´oprio Jesus: “Por meio

disso saber˜ao todos que sois meus disc

´ıpulos, se

tiverdes amor entre v´

os.” (Jo˜ao 13:35) Al

´em dis-

so, Jesus disse: “N˜ao fazem parte do mundo, as-

sim como eu n˜ao faco parte do mundo.” (Jo

˜ao

17:16) Em ambos esses pontos, a cristandade re-vela claramente que ela n

˜ao representa o cristia-

nismo b´ıblico. Afirma ser amiga da B

´ıblia, mas

tem sido uma falsa amiga.25 O segundo ponto

´e: visto que a cristandade

como um todo tem agido t˜ao contr

´ario aos inte-

resses da B´ıblia,

´e deveras not

´avel que esse livro

tenha sobrevivido at´

e hoje e ainda exerca umainflu

ˆencia ben

´efica na vida de muitas pessoas.

A B´ıblia sobreviveu

`a amarga oposic

˜ao

`a sua tra-

duc˜ao, aos ataques de eruditos modernistas e

`a

conduta n˜ao crist

˜a de sua falsa amiga, a cristan-

dade. Por quˆ

e? Porque a B´ıblia n

˜ao

´e igual a ou-

tras obras escritas. A B´ıblia n

˜ao pode deixar de

existir. Ela´

e a Palavra de Deus, e a pr´

opria B´ı-

blia nos diz: “A erva seca e a flor murcha, mas apalavra do nosso Deus permanece eternamente.”— Isa

´ıas 40:8, Mission

´arios Capuchinhos.

24. O que identifica os verdadeiros crist˜aos e assim condena clara-

mente a cristandade como n˜ao sendo crist

˜a?

25. Por que sobreviveu a B´ıblia a todas as suas tribulac

˜oes at

´e o

nosso tempo?

36 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

UMA cidade antiga est´a sendo sitiada. Seus ata-

cantes haviam atravessado em massa orio Jord

˜ao e estavam agora acampados diante das

altas muralhas da cidade. Mas que estranha t´atica

de guerra! Todos os dias, durante seis dias, o ex´

er-cito invasor marchara ao redor da cidade em sil

ˆen-

cio, rompido apenas por um acompanhante grupode sacerdotes que tocara buzinas. Agora, no s

´etimo

dia, o ex´

ercito marcha silencioso sete vezes ao re-dor da cidade. De repente, os sacerdotes tocam asbuzinas com toda a forca. O ex

´ercito rompe o sil

ˆen-

cio com um forte grito de guerra, e as altas mura-lhas da cidade desmoronam numa nuvem de poei-ra, deixando a cidade indefesa. — Josu

´e 6:1-21.

1, 2. Como foi o s´ıtio de Jeric

´o, e que perguntas se suscitam em

conex˜ao com ele?

Capıtulo��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 4

Pode-se Crer no“Antigo Testamento”?

Nos proximos capıtulos, consideraremos algumasdas acusacoes lancadas contra a Bıblia por crıticosatuais. Alguns levantam a acusacao de que a Bıbliase contradiz e que ela e “anticientıfica”, e essasacusacoes serao consideradas mais adiante. Mas,primeiro, consideraremos a frequente acusacao deque a Bıblia nada mais e do que uma colecao de mi-tos e de lendas. Sera que aqueles que se opoem aBıblia tem bases solidas para tal crıtica? Para co-mecar, examinemos as Escrituras Hebraicas, ochamado Antigo (ou: Velho) Testamento.

Pode-se Crer no “Antigo Testamento”? 37

E assim que o livro de Josu´

e, o sexto das Escri-turas Hebraicas, descreve a queda de Jeric

´o, que

ocorreu h´a quase 3.500 anos. Mas ser

´a que aconte-

ceu realmente? Muitos altos cr´ıticos responderiam

confiantemente que n˜ao.� Eles afirmam que o li-

vro de Josu´

e, junto com os cinco livros precedentesda B

´ıblia,

´e composto de lendas escritas muitos s

´e-

culos depois da ocorrˆ

encia dos alegados eventos.Tamb

´em muitos arque

´ologos diriam o mesmo. Se-

gundo eles, quando os israelitas entraram na terrade Cana

˜a, Jeric

´o talvez nem existisse.

3 Essas s˜ao acusac

˜oes s

´erias. Ao passo que ler

a B´ıblia, notar

´a que os ensinos dela se relacio-

nam solidamente com a hist´

oria. Deus lida comhomens, mulheres, fam

´ılias e nac

˜oes reais, e suas

ordens s˜ao dadas a um povo hist

´orico. Os erudi-

tos modernos que lancam d´

uvidas sobre a histo-ricidade da B

´ıblia tamb

´em lancam d

´uvidas sobre

a importˆancia e a fidedignidade da sua mensa-

gem. Se a B´ıblia realmente

´e a Palavra de Deus,

ent˜ao a sua hist

´oria tem de ser fidedigna, e n

˜ao

conter meras lendas e mitos. Ser´a que esses cr

´ı-

ticos tˆ

em alguma base para desafiar a veracida-de hist

´orica dela?

A Alta Cr´ıtica — Qu

˜ao Confi

´avel

´E?

4 A alta cr´ıtica da B

´ıblia comecou a s

´erio du-

rante os s´

eculos 18 e 19. Na´

ultima metade dos

´eculo 19, o cr

´ıtico da B

´ıblia alem

˜ao Julius

� A “alta cr´ıtica” (ou “o m

´etodo hist

´orico-cr

´ıtico”)

´e o termo

usado para descrever o estudo da B´ıblia com vistas a descobrir

detalhes tais como a autoria, a mat´

eria que serviu de fonte e otempo da composic

˜ao de cada livro.

3. Por que´

e importante examinar se a B´ıblia cont

´em hist

´oria ver

´ı-

dica?4-6. Quais s

˜ao algumas das teorias da alta cr

´ıtica, de Wellhausen?

38 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

Wellhausen popularizou a teoria de que os pri-meiros seis livros da B

´ıblia, incluindo Josu

´e, fo-

ram escritos no quinto s´

eculo AEC — cerca demil anos depois dos acontecimentos descritos.No entanto, ele disse que cont

ˆem mat

´eria escri-

ta anteriormente.1 Essa teoria foi apresentadana 11.a edic

˜ao da Enciclop

´edia Brit

ˆanica, publica-

da em 1911, que explicava: “Gˆ

enesis´

e uma obrap

´os-ex

´ılica, composta de fonte sacerdotal p

´os-ex

´ı-

lica (P) e de anteriores fontes n˜ao sacerdotais, no-

tadamente diferentes de P em linguagem, estiloe ponto de vista religioso.”

5 Para Wellhausen e seus seguidores, toda ahist

´oria registrada na primeira parte das Escritu-

ras Hebraicas era “n˜ao hist

´oria literal, mas tra-

dic˜

oes populares do passado”.2 Os relatos ante-riores eram considerados apenas um reflexo dahist

´oria posterior de Israel. Por exemplo, decla-

rou-se que a inimizade entre Jac´

o e Esa´

u real-mente n

˜ao aconteceu, mas refletia a inimizade

entre as nac˜

oes de Israel e de Edom em temposposteriores.

6 Em harmonia com isso, esses cr´ıticos acha-

vam que Mois´

es nunca recebeu ordem para fa-zer a arca do pacto, e que o tabern

´aculo, cen-

tro da adorac˜ao israelita no ermo, nunca existiu.

Eles acreditavam tamb´

em que a autoridade dosacerd

´ocio ar

ˆonico s

´o foi plenamente estabeleci-

da poucos anos antes da destruic˜ao de Jerusal

´em

pelos babilˆ

onios, a qual os cr´ıticos acreditavam

ter acontecido no comeco do sexto s´

eculo AEC.3

7 Que “provas” apresentaram para essas

7, 8. Que “provas” apresentou Wellhausen para as suas teorias, eeram v

´alidas?

Pode-se Crer no “Antigo Testamento”? 39

ideias? Os altos cr´ıticos afirmam que conseguem

dividir o texto dos primeiros livros da B´ıblia em

diversos documentos diferentes. Um princ´ıpio b

´a-

sico que eles usam´

e presumir que, falando-se demodo geral, todo vers

´ıculo da B

´ıblia que usa a pa-

lavra hebraica para Deus (’Elo·h´ım) sozinha foi

escrito por um escritor, ao passo que todo vers´ı-

culo que se refere a Deus pelo nome dele, Jeov´a,

deve ter sido escrito por outro — como se ummesmo escritor n

˜ao pudesse usar ambos os ter-

mos.4

8 De modo similar, sempre que um evento seencontra registrado mais de uma vez num livro,toma-se isso como prova de que mais de um es-critor o produziu, embora a antiga literatura se-m

´ıtica apresente outros exemplos similares de

repetic˜ao. Al

´em disso, presume-se que toda mu-

danca de estilo significa uma mudanca de escri-tor. No entanto, at

´e mesmo escritores, nas l

´ın-

guas atuais, frequentemente escrevem em estilosdiferentes, em est

´agios diferentes de sua carrei-

ra, ou ao tratarem de mat´

eria diferente.�9 Existe realmente alguma prova que substan-

cie essas teorias? Nenhuma. Certo comentadorescreveu: “A cr

´ıtica, mesmo no melhor dos casos,

´e especulativa e tentativa, algo sempre sujeito aser modificado ou mostrado errado, e que tem deser substitu

´ıdo por outra coisa.

´E um exerc

´ıcio in-

telectual, sujeito a todas as d´

uvidas e palpites que

� Por exemplo, o poeta inglˆ

es John Milton escreveu seu gran-dioso poema

´epico “Para

´ıso Perdido” num estilo bem diferente

do seu poema “L’Allegro”. E seus tratados pol´ıticos foram escri-

tos em mais outro estilo.

9-11. Quais s˜ao algumas das destacadas fraquezas da moderna alta

cr´ıtica?

40 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

s˜ao insepar

´aveis de tais exerc

´ıcios.”5 A alta cr

´ıti-

ca b´ıblica, em especial,

´e “especulativa e tentati-

va” em extremo.10 Gleason L. Archer Jr. mostra outra falha no

racioc´ınio da alta cr

´ıtica. O problema, segundo

ele,´

e que “a escola de Wellhausen comecou com apura suposic

˜ao (que praticamente n

˜ao se incomo-

daram de demonstrar) de que a religi˜ao de Israel

era de mera origem humana, como qualquer ou-tra, e que devia ser explicada como mero produtoda evoluc

˜ao”.6 Em outras palavras, Wellhausen e

seus seguidores comecaram com a suposic˜ao de

que a B´ıblia era apenas a palavra de homem, e

seus argumentos partiram desse ponto.11 L

´a em 1909, The Jewish Encyclopedia (A En-

ciclop´

edia Judaica) mencionou mais duas fraque-zas da teoria de Wellhausen: “Os argumentoscom os quais Wellhausen cativou quase que intei-ramente todo o grupo de cr

´ıticos contempor

ˆa-

neos da B´ıblia baseiam-se em duas suposic

˜oes:

primeiro, que o rito fica mais apurado com o de-senvolvimento da religi

˜ao; segundo, que as fontes

mais antigas necessariamente tratam dos est´a-

gios mais primitivos do desenvolvimento ritual.

Milton escreveuem estilos diferentes,n

˜ao apenas em um.

Acham os altos cr´ıticos

que a obra dele´

eproduto de diversosescritores?

Pode-se Crer no “Antigo Testamento”? 41

A primeira suposic˜ao

´e contr

´aria

`a evid

ˆencia das

culturas primitivas, e a´

ultima n˜ao encontra ne-

nhum apoio na evidˆ

encia de c´

odigos rituais, taiscomo os da

´India.”

12 Existe um modo de testar a alta cr´ıtica, para

ver se suas teorias s˜ao corretas, ou n

˜ao? A En-

ciclop´

edia Judaica prossegue: “Os conceitos deWellhausen baseiam-se quase que exclusivamen-te numa an

´alise literal, e precisam ser suplemen-

tados por um exame feito do ponto de vista da ar-queologia institucional.” Ser

´a que a arqueologia,

com o passar dos anos, tendeu a confirmar as teo-rias de Wellhausen? The New Encyclopædia Bri-tannica (A Nova Enciclop

´edia Brit

ˆanica) respon-

de: “A cr´ıtica arqueol

´ogica tende a substanciar a

fidedignidade dos pormenores hist´

oricos, t´ıpicos,

mesmo dos per´ıodos mais antigos [da hist

´oria b

´ı-

blica] e a desconsiderar a teoria de que os relatosdo Pentateuco [os registros hist

´oricos nos mais

antigos livros da B´ıblia] sejam meros reflexos de

um per´ıodo muito posterior.”

13 Em vista da fraqueza da alta cr´ıtica, por que

´e ela hoje t

˜ao popular entre os intelectuais? Por-

que lhes diz coisas que querem ouvir. Certo erudi-to do s

´eculo 19 explicou: “Eu, pessoalmente, acei-

to mais este livro de Wellhausen do que quasequalquer outro; porque parece-me que o proble-ma premente da hist

´oria do Antigo Testamento

por fim´

e solucionado dum modo consoante com oprinc

´ıpio da evoluc

˜ao humana, que me vejo for-

cado a aplicar`a hist

´oria de todas as religi

˜oes.”7

Evidentemente, a alta cr´ıtica concordava com os

12. Como se revela a moderna alta cr´ıtica

`a luz da arqueologia?

13, 14. Apesar das suas bases fracas, por que ainda se aceita am-plamente a alta cr

´ıtica de Wellhausen?

42 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

preconceitos dele qual evolucionista. E, de fato,as duas teorias t

ˆem uma finalidade similar. Assim

como a evoluc˜ao eliminaria a necessidade de se

crer num Criador, assim a alta cr´ıtica de Wellhau-

sen significaria que n˜ao se precisa crer que a B

´ı-

blia foi inspirada por Deus.14 Neste racionalista s

´eculo 20, a suposic

˜ao de

que a B´ıblia n

˜ao seja a palavra de Deus, mas

sim de homem, parece plaus´ıvel aos intelectuais.�

Para eles,´

e muito mais f´acil crer que as profe-

cias foram escritas depois do seu cumprimento,do que aceit

´a-las como genu

´ınas. Preferem inva-

lidar os relatos b´ıblicos dos milagres por classifi-

c´a-los de mitos, lendas ou folclore, a considerar

a possibilidade de que realmente aconteceram.Mas tal ponto de vista

´e preconceituoso e n

˜ao ofe-

rece nenhuma raz˜ao v

´alida para se rejeitar a B

´ı-

blia como verdadeira. A alta cr´ıtica tem s

´erias

falhas, e seu ataque contra a B´ıblia deixou de de-

monstrar que a B´ıblia n

˜ao

´e a Palavra de Deus.

´E a B

´ıblia Apoiada Pela Arqueologia?

15 A arqueologia´

e um campo de estudo de basemuito mais s

´olida do que a alta cr

´ıtica. Os ar-

que´

ologos, por escavarem os restos de civiliza-c

˜oes passadas, aumentaram de muitas maneiras

nosso entendimento sobre como as coisas eramnos tempos antigos. Por isso, n

˜ao surpreende que

� Hoje em dia, a maioria dos intelectuais tendem a ser racio-nalistas. De acordo com um dicion

´ario, racionalismo refere-se a

um “sistema que pretende fundar os princ´ıpios religiosos sobre

os dados fornecidos pela raz˜ao”. Os racionalistas procuram ex-

plicar tudo em termos humanos, em vez de tomar em conta apossibilidade de ac

˜ao divina.

15, 16. A existˆ

encia de que antigo governante, mencionado na B´ı-

blia, foi confirmada pela arqueologia?

Pode-se Crer no “Antigo Testamento”? 43

o registro arqueol´

ogico repetidas vezes se harmo-nize com o que lemos na B

´ıblia. Ocasionalmente,

a arqueologia at´

e mesmo tem vindicado a B´ıblia

perante os cr´ıticos dela.

16 Por exemplo, segundo o livro de Daniel, o´

ultimo governante de Babilˆ

onia, antes dela cairdiante dos persas, era chamado Belsazar. (Daniel5:1-30) Visto que, fora da B

´ıblia, n

˜ao parecia ha-

ver nenhuma menc˜ao de Belsazar, levantou-se a

acusac˜ao de que a B

´ıblia estava errada e que esse

homem nunca existiu. Mas, no s´

eculo 19, em al-gumas ru

´ınas no sul do Iraque, descobriram-se di-

versos cilindros pequenos, com inscric˜

oes cunei-formes. Verificou-se que inclu

´ıam orac

˜oes pela

sa´

ude do filho mais velho de Nabonido, rei de Ba-bil

ˆonia. O nome desse filho? Belsazar.17 Portanto, existia um Belsazar! Mas ser

´a que

17. Como podemos explicar que a B´ıblia chama Belsazar de rei, ao

passo que a maioria das inscric˜

oes o chamam de pr´ıncipe?

44 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

“A arqueologia proveuma amostra de antigas fer-ramentas e vasos, muros epredios, armas e adornos.A maioria desses pode serposta em ordem cronologica,e com seguranca ser identifi-cada com termos apropria-dos e contextos contidos naBıblia. Nesse sentido, aBıblia preserva com exati-dao, em forma escrita, seuantigo ambiente cultural.

Os pormenores das historiasbıblicas nao sao o produtofantasioso da imaginacaodum autor, mas, antes, saoreflexos autenticos do mun-do no qual ocorreram oseventos registrados, desdeos mundanos ate os mira-culosos.” — The Archaeolo-gical Encyclopedia of theHoly Land (A EnciclopediaArqueologica da TerraSanta).

O Valor da Arqueologia

ele era rei por ocasi˜ao da queda de Babil

ˆonia?

A maioria dos documentos encontrados subse-quentemente referiam-se a ele como filho do rei,pr

´ıncipe herdeiro. Mas um documento cuneifor-

me descrito como o “Relato Versificado de Nabo-nido” lancou mais luz sobre a verdadeira posic

˜ao

de Belsazar. Relatou: “Ele [Nabonido] confiou o‘Acampamento’ ao seu (filho) mais velho, o pri-mog

ˆenito, as tropas em toda a parte no pa

´ıs ele

mandou pˆ

or sob (o comando) dele. Largou (tudo),confiou-lhe o reinado.”8 De modo que se confiouo reinado a Belsazar. Certamente, para todos osfins e objetivos, isso fez dele um rei!� Esse rela-cionamento entre Belsazar e seu pai, Nabonido,explica por que Belsazar, durante aquele banque-te final em Babil

ˆonia, ofereceu fazer de Daniel o

terceiro governante no reino. (Daniel 5:16) Visto

�´

E de interesse notar que a est´atua dum antigo governante,

encontrada na S´ıria setentrional, na d

´ecada de 1970, mostra que

n˜ao era incomum que um governante fosse chamado de rei,

quando, em sentido estrito, ele tinha um t´ıtulo inferior. A est

´a-

tua era dum governante de Goz˜a, e tinha inscric

˜oes em ass

´ırio

e em aramaico. A inscric˜ao ass

´ıria chama o homem de governa-

dor de Goz˜a, mas a inscric

˜ao aramaica paralela o chama de rei.9

Portanto, n˜ao faltava precedente para Belsazar ser chamado de

pr´ıncipe herdeiro nas inscric

˜oes babil

ˆonicas oficiais, ao passo que

nos escritos aramaicos de Daniel ele´

e chamado de rei.

O “Relato Versificadode Nabonido” conta queNabonido confiou oreinado ao seuprimog

ˆenito.

Pode-se Crer no “Antigo Testamento”? 45

que Nabonido era o primeiro governante, o pr´

o-prio Belsazar era apenas o segundo governantede Babil

ˆonia.

Outra Evidˆ

encia em Apoio18 De fato, muitas descobertas arqueol

´ogicas

demonstram a exatid˜ao hist

´orica da B

´ıblia. Por

exemplo, a B´ıblia relata que, depois de o Rei Sa-

lom˜ao ter assumido o reinado de seu pai, Davi, Is-

rael usufruiu grande prosperidade. Lemos: “Jud´a

e Israel eram muitos, em multid˜ao, iguais aos

gr˜aos de areia junto ao mar, comendo e bebendo,

e alegrando-se.” (1 Reis 4:20) Emapoio dessa declarac

˜ao, lemos: “A

evidˆ

encia arqueol´

ogica revela quehouve uma explos

˜ao populacional

em Jud´a durante e depois do d

´e-

cimo s´

eculo a.C., quando a paz ea prosperidade trazidas por Davitornaram poss

´ıvel construir mui-

tas cidades novas.”10

18. Que informac˜

oes fornece a arqueologiapara confirmar a paz e a prosperidade resul-tante do reinado de Davi?

A Pedra Moabitaapresenta avers

˜ao do

Rei Mesa arespeito doconflito entreMoabe e Israel.

Os registrosbabil

ˆonicos

oficiaisapoiam orelato b

´ıblico

da queda deJerusal

´em.

19 Mais tarde, Israel e Jud´a tornaram-se duas

nac˜

oes, e Israel conquistou a vizinha terra deMoabe. Em certa ocasi

˜ao, Moabe, sob o Rei Mesa,

revoltou-se, e Israel formou uma alianca comJud

´a e com o vizinho reino de Edom, para guer-

rear contra Moabe. (2 Reis 3:4-27) Notavelmen-te, em 1868, em Jord

˜ao, descobriu-se uma estela

(uma esculpida laje de pedra), inscrita na l´ıngua

moabita com o relato do pr´

oprio Mesa sobre esseconflito.

20 Da´ı, no ano 740 AEC, Deus permitiu que o

rebelde reino setentrional de Israel fosse destru´ı-

do pelos ass´ırios. (2 Reis 17:6-18) Falando sobre

o relato b´ıblico desse evento, a arque

´ologa Kath-

leen Kenyon comenta: “Poder-se-ia suspeitarque parte disso fosse uma hip

´erbole.” Mas ser

´a

que´

e? Ela acrescenta: “A evidˆ

encia arqueol´

ogi-ca da queda do reino de Israel

´e quase mais v

´ıvi-

da do que a do registro b´ıblico. . . . A completa

19. Que informac˜

oes adicionais fornece a arqueologia sobre a guer-ra entre Israel e Moabe?20. O que nos revela a arqueologia sobre a destruic

˜ao de Israel pe-

los ass´ırios?

obliterac˜ao das cidades israelitas de Samaria e

Hazor, e a acompanhante destruic˜ao de Megido,

´e a evid

ˆencia arqueol

´ogica fatual de que o escri-

tor [b´ıblico] n

˜ao exagerou.”11

21 Ainda mais tarde, a B´ıblia nos conta que Je-

rusal´

em, sob o Rei Joaquim, foi sitiada pelos ba-bil

ˆonios e foi tomada. Esse evento est

´a registrado

na Crˆ

onica Babilˆ

onica, uma tabuinha cuneifor-me descoberta pelos arque

´ologos. Lemos nela:

“O rei de Acade [Babilˆ

onia] . . . sitiou a cidade deJud

´a (iahudu) e o rei tomou a cidade no segun-

do dia do mˆ

es de adaru.”12 Joaquim foi levado aBabil

ˆonia e encarcerado. Mais tarde, por

´em, se-

gundo a B´ıblia, ele foi solto da pris

˜ao e deu-se-

lhe uma subsistˆ

encia alimentar. (2 Reis 24:8-15;25:27-30) Isso

´e apoiado por documentos adminis-

trativos encontrados em Babilˆ

onia, que alistamas rac

˜oes dadas a “Yauk

ˆın, rei de Jud

´a”.13

22 Referente`a relac

˜ao entre a arqueologia e

os relatos hist´

oricos da B´ıblia, o Professor Da-

vid Noel Freedman comentou: “Em geral, por´

em,a arqueologia tende a apoiar a validez hist

´orica

da narrativa b´ıblica. O amplo esboco cronol

´ogico,

desde os patriarcas at´

e os tempos do N[ovo] T[es-tamento], correlaciona-se com os dados arqueol

´o-

gicos. . . . Descobertas adicionais provavelmenteconfirmar

˜ao a atual posic

˜ao moderada, de que a

tradic˜ao b

´ıblica tem ra

´ızes hist

´oricas, e foi fiel-

mente transmitida, embora n˜ao seja hist

´oria no

sentido cr´ıtico ou cient

´ıfico.”

23 Da´ı, a respeito dos esforcos dos altos cr

´ıti-

21. Que pormenores sobre a subjugac˜ao de Jud

´a pelos babil

ˆonios

s˜ao fornecidos pela arqueologia?

22, 23. De modo geral, que relac˜ao h

´a entre a arqueologia e os re-

latos hist´

oricos da B´ıblia?

48 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

cos, de desacreditar a B´ıblia, ele diz: “As tentati-

vas de reconstituic˜ao da hist

´oria b

´ıblica por erudi-

tos modernos — p. ex., o conceito de Wellhausen,de que a era patriarcal era um reflexo da monar-quia dividida; ou a rejeic

˜ao da historicidade de

Mois´

es e doˆ

exodo, e a consequente reestrutura-c

˜ao da hist

´oria israelita por Noth e seus seguido-

res — n˜ao sobreviveram aos dados arqueol

´ogicos

t˜ao bem como a narrativa b

´ıblica.”14

A Queda de Jeric´

o24 Significa isso que a arqueologia concorda

com a B´ıblia em todos os casos? N

˜ao, pois h

´a

diversos desacordos. Um deles´

e a conquista dra-m

´atica de Jeric

´o, descrita no in

´ıcio deste cap

´ıtulo.

Segundo a B´ıblia, Jeric

´o foi a primeira cidade

conquistada por Josu´

e, quando conduziu os israe-litas

`a terra de Cana

˜a. A cronologia b

´ıblica indica

que a cidade caiu na primeira metade do s´

ecu-lo 15 AEC. Depois da conquista, Jeric

´o foi comple-

tamente queimada e foi deixada desabitada porcentenas de anos. — Josu

´e 6:1-26; 1 Reis 16:34.

25 Antes da Segunda Guerra Mundial, o Profes-sor John Garstang escavou o s

´ıtio que se acredita-

va ser Jeric´

o. Ele descobriu que a cidade era bemantiga, e que ela havia sido destru

´ıda e recons-

tru´ıda muitas vezes. Garstang constatou que, du-

rante uma dessas destruic˜

oes, os muros desa-baram como que num terremoto, e a cidade foicompletamente queimada. Garstang achava queisso ocorreu por volta de 1400 AEC, n

˜ao muito

longe da data indicada pela B´ıblia para a destrui-

c˜ao de Jeric

´o por Josu

´e.15

24. Que informac˜

oes nos fornece a B´ıblia sobre a queda de Jeric

´o?

25, 26. A que duas conclus˜

oes diferentes chegaram os arque´

ologosem resultado de escavac

˜oes em Jeric

´o?

Pode-se Crer no “Antigo Testamento”? 49

26 Depois da guerra, a arque´

ologa KathleenKenyon fez escavac

˜oes adicionais em Jeric

´o. Ela

chegou`a conclus

˜ao de que os muros desmoro-

nados, identificados por Garstang, datavam decentenas de anos antes do que ele pensava. Ela,de fato, identificou uma grande destruic

˜ao de Je-

ric´

o no s´

eculo 16 AEC, mas disse que n˜ao ha-

via cidade no lugar de Jeric´

o durante o s´

eculo 15— quando a B

´ıblia diz que Josu

´e invadiu a terra.

Ela passa ent˜ao a relatar poss

´ıveis ind

´ıcios de ou-

tra destruic˜ao que poderia ter ocorrido no lugar

em 1325 AEC, e sugere: “Se a destruic˜ao de Jeri-

o h´a de ser associada com uma invas

˜ao sob Jo-

su´

e, essa [´

ultima] data´

e a sugerida pela arqueo-logia.”16

27 Significa isso que a B´ıblia est

´a errada? De

27. Por que n˜ao nos devem perturbar indevidamente as discrep

ˆan-

cias entre a arqueologia e a B´ıblia?

50 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

“A arqueologia nem pro-va nem refuta a Bıblia emtermos conclusivos, mas elatem outras funcoes de con-sideravel importancia. Re-cupera em certo grau omundo material pressupos-to pela Bıblia. Conhecer, di-gamos, o material com quese construıa uma casa, oucomo era um ‘alto’, aumen-ta em muito nosso entendi-mento do texto. Em segun-do lugar, preenche aslacunas do registro histori-

co. A Pedra Moabita, porexemplo, apresenta o outrolado da historia tratada em2 Reis 3:4ss. . . . Em terceirolugar, revela a vida e o pen-samento dos vizinhos do an-tigo Israel — o que ja em sie de interesse, e que iluminao mundo de ideias, dentrodo qual se desenvolveu opensamento do antigo Is-rael.” — Ebla—A Revelationin Archaeology (Ebla— Uma Revelacao emArqueologia).

O Que a Arqueologia Podee o Que N

˜ao Pode Fazer

modo algum. Temos de lembrar-nos que, ao pas-so que a arqueologia nos oferece uma janela parao passado, essa janela nem sempre oferece umavista clara.

`As vezes est

´a decididamente fosca.

Conforme observou um comentador: “A evidˆ

en-cia arqueol

´ogica, infelizmente,

´e fragment

´aria,

e, portanto, limitada.”17 Isso se d´a especialmente

com os primeiros per´ıodos da hist

´oria israelita,

quando a evidˆ

encia arqueol´

ogica n˜ao

´e clara. De

fato, a evidˆ

encia´

e menos clara em Jeric´

o, vistoque o s

´ıtio sofreu grande eros

˜ao.

As Limitac˜

oes da Arqueologia28 Os pr

´oprios arque

´ologos admitem as limi-

tac˜

oes da sua ciˆ

encia. Por exemplo, YohananAharoni explica: “Quando se trata de interpreta-c

˜ao hist

´orica ou hist

´orico-geogr

´afica, o arque

´olo-

go sai do dom´ınio das ci

ˆencias exatas, e precisa

depender de crit´

erios e hip´

oteses para chegar aum quadro hist

´orico compreensivo.”18 Sobre as

datas atribu´ıdas a diversas descobertas, ele

acrescenta: “Sempre devemos lembrar, portanto,que nem todas as datas s

˜ao absolutas e s

˜ao em

variados graus suspeitas”, embora ele ache queos arque

´ologos de hoje podem ter mais confianca

nas suas datas do que os do passado.19

29 O Mundo do Antigo Testamento faz a pergun-ta: “Qu

˜ao objetivo ou realmente cient

´ıfico

´e o

etodo arqueol´

ogico?” Responde: “Os arque´

olo-gos s

˜ao mais objetivos quando desenterram os fa-

tos, do que quando os interpretam. Mas as suaspreocupac

˜oes humanas afetam tamb

´em os m

´eto-

dos que usam ao ‘escavar’. N˜ao podem deixar de

28, 29. Quais s˜ao algumas das limitac

˜oes da arqueologia, admitidas

pelos eruditos?

Pode-se Crer no “Antigo Testamento”? 51

destruir sua evidˆ

encia ao cavarem atrav´

es de ca-madas de terra, de modo que nunca podem tes-tar suas ‘experi

ˆencias’ por repeti-las. Isso torna

a arqueologia´ımpar entre as ci

ˆencias. Al

´em dis-

so, torna a reportagem arqueol´

ogica uma tarefamuito dif

´ıcil e cheia de armadilhas.”20

30 De modo que a arqueologia pode ser muito´

util, mas, assim como qualquer outro empreen-dimento humano,

´e fal

´ıvel. Ao passo que consi-

deramos com interesse as teorias arqueol´

ogicas,nunca devemos encar

´a-las como verdades incon-

test´aveis. Quando os arque

´ologos interpretam

seus achados dum modo que contradiz a B´ıblia,

n˜ao devemos automaticamente presumir que a

B´ıblia esteja errada e que os arque

´ologos estejam

certos. Sabe-se que as interpretac˜

oes deles tˆ

emmudado.

31´

E de interesse notar que o Professor JohnJ. Bimson, em 1981, examinou de novo a ques-t

˜ao da destruic

˜ao de Jeric

´o. Estudou de perto

a ocorrˆ

encia da destruic˜ao ardente de Jeric

´o, a

qual — segundo Kathleen Kenyon — ocorreu emmeados do s

´eculo 16 AEC. Segundo ele, a destrui-

c˜ao n

˜ao somente se ajusta ao relato b

´ıblico da

destruic˜ao da cidade por Josu

´e, mas o quadro ar-

queol´

ogico de Cana˜a, como um todo, enquadra-

se perfeitamente na descric˜ao b

´ıblica de Cana

˜a

quando foi invadido pelos israelitas. Por isso, elesugere que a datac

˜ao arqueol

´ogica est

´a errada e

prop˜

oe que essa destruic˜ao realmente ocorreu em

meados do s´

eculo 15 AEC, durante a vida de Jo-su

´e.21

30. Como´

e a arqueologia encarada pelos estudantes da B´ıblia?

31. Que nova sugest˜ao foi feita recentemente a respeito da queda

de Jeric´

o?

52 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

A B´ıblia

´E Hist

´oria Genu

´ına

32 Isso ilustra o fato de que os arque´

ologosmuitas vezes divergem entre si. Portanto, n

˜ao

surpreende que alguns discordem da B´ıblia, ao

passo que outros concordam com ela. N˜ao obstan-

te, alguns eruditos est˜ao chegando a respeitar a

historicidade da B´ıblia de modo geral, se n

˜ao em

todos os pormenores. William Foxwell Albrightrepresentava uma escola de pensamento quan-do escreveu: “Tem havido um retorno geral aoapreco da exatid

˜ao da hist

´oria religiosa de Israel,

tanto no aspecto geral como nos pormenores fa-tuais. . . . Em suma, ago-ra podemos novamentetratar a B

´ıblia do comeco

ao fim como documentoaut

ˆentico de hist

´oria reli-

giosa.”22

33 De fato, a pr´

opriaB

´ıblia leva o marco de

hist´

oria exata. Os acon-tecimentos est

˜ao relacio-

nados com tempos e datas espec´ıficos, desseme-

lhantes dos da maioria dos antigos mitos e lendas.Muitos acontecimentos registrados na B

´ıblia

s˜ao apoiados por inscric

˜oes que datam daque-

les tempos. Onde ocorre uma diferenca entre aB

´ıblia e alguma inscric

˜ao antiga, a discrep

ˆancia

frequentemente pode ser atribu´ıda

`a avers

˜ao dos

antigos governantes de registrar suas pr´

oprias

32. Que tendˆ

encia se tem observado entre alguns eruditos?

33, 34. Como fornecem as pr´

oprias Escrituras Hebraicas evidˆ

enciade serem historicamente exatas?

Em contrastecom as antigashistorias seculares,a Bıblia registrafrancamente asfalhas humanasde personagensrespeitados, taiscomo Moises eDavi.

Pode-se Crer no “Antigo Testamento”? 53

derrotas, e ao seu desejo de magnificar os seusˆ

exitos.34 Deveras, muitas daquelas antigas inscric

˜oes

s˜ao mais propaganda oficial do que hist

´oria. Em

contraste, os escritores b´ıblicos demonstram uma

rara franqueza. Principais personagens ances-trais, tais como Mois

´es e Ar

˜ao, s

˜ao revelados em

todas as suas fraquezas e em seus pontos fortes.At

´e mesmo as falhas do grande rei Davi s

˜ao reve-

ladas com honestidade. As faltas da nac˜ao como

um todo s˜ao repetidas vezes expostas. Esse can-

dor recomenda as Escrituras Hebraicas como ve-razes e fidedignas, e d

´a peso

`as palavras de Jesus,

que disse, ao orar a Deus: “A tua palavra´

e a ver-dade.” — Jo

˜ao 17:17.

35 Albright prosseguiu: “De qualquer modo, aB

´ıblia sobreleva-se em conte

´udo a toda a primi-

tiva literatura religiosa; e sobreleva-se de modoigualmente impressionante a toda a literaturasubsequente na simplicidade direta da sua men-sagem e na catolicidade [alcance abrangente] dointeresse que desperta em homens de todas asterras e tempos.”23

´E essa ‘mensagem sobrele-

vante’, em vez de o testemunho de eruditos, queprova a inspirac

˜ao da B

´ıblia, conforme veremos

em cap´ıtulos posteriores. Mas notemos nesse res-

peito que os pensadores racionalistas modernosdeixaram de provar que as Escrituras Hebrai-cas n

˜ao s

˜ao hist

´oria ver

´ıdica, ao passo que esses

pr´

oprios escritos fornecem toda a evidˆ

encia deserem exatos. Pode-se dizer o mesmo das Escri-turas Gregas Crist

˜as, o “Novo Testamento”? Con-

sideraremos isso no pr´

oximo cap´ıtulo.

35. Que deixaram de fazer pensadores racionalistas, e a que recor-rem os estudantes da B

´ıblia para provar a inspirac

˜ao da B

´ıblia?

54 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

AS CONCLUS˜

OES a que alguns investigadoreschegaram s

˜ao estranhas. L

´a no s

´eculo 19,

Ludwig Noack, da Alemanha, concluiu que o Evan-gelho de Jo

˜ao foi escrito em 60 EC pelo disc

´ı-

pulo amado — o qual, segundo Noack, era Judas!O franc

ˆes Joseph Ernest Renan sugeriu que a res-

surreic˜ao de L

´azaro provavelmente foi uma frau-

de elaborada pelo pr´

oprio L´azaro, para dar apoio

`a

afirmac˜ao de Jesus, de fazer milagres, ao passo que

o te´

ologo alem˜ao Gustav Volkmar insistiu em que

o Jesus hist´

orico de maneira alguma podia ter fei-to reivindicac

˜oes messi

ˆanicas.1

2 Bruno Bauer, por outro lado, decidiu que Je-sus nunca existiu! “Ele sustentou que as verdadei-ras forcas criativas no primitivo cristianismo eram

1, 2. (Inclua a introduc˜ao.) (a) A que tratamento foram submeti-

das as Escrituras Gregas Crist˜as nos

´ultimos 300 anos? (b) A que

conclus˜

oes estranhas chegaram alguns investigadores?

Capıtulo��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 5

O “Novo Testamento”— Hist

´oria ou Mito?

“O Novo Testamento pode hoje ser descrito comoo livro mais investigado da literatura mundial.”Assim disse Hans Kung no seu livro “Sobre SerCristao”. E ele tem razao. Durante os ultimos300 anos, as Escrituras Gregas Cristas foram in-vestigadas ao maximo. Foram mais cabalmentedissecadas e mais minuciosamente analisadas doque qualquer outra literatura.

O “Novo Testamento” — Hist´

oria ou Mito? 55

Filo, Sˆ

eneca e os gn´

osticos. No fim, ele declarouque nunca houve um Jesus hist

´orico . . . que a

enese da religi˜ao crist

˜a ocorreu em fins do se-

gundo s´

eculo e procedeu de um juda´ısmo no qual

o estoicismo se tornara dominante.”2

3 Hoje em dia, poucos sustentam tais ideias ex-tremas. Mas, ao ler as obras de eruditos moder-nos, verificar

´a que muitos ainda acreditam que as

3. Que opini˜ao formam ainda muitos sobre a B

´ıblia?

56 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

Como exemplo da nature-za incerta da moderna crıti-ca bıblica, considere as se-guintes observacoes feitaspor Raymond E. Brown arespeito do Evangelho deJoao: “No fim do seculo pas-sado e nos primeiros anosdeste seculo, a erudicaopassou por um perıodo deextremo cepticismo a res-peito desse Evangelho. Joaofoi datado muito tarde, atemesmo como da segundametade do 2.° seculo. Pensa-va-se que, como produto domundo helenıstico, estavatotalmente desprovido devalor historico e tinha pou-ca relacao com a Palestinade Jesus de Nazare . . .

“Nao ha nem um unico detais postulados que nao te-nha sido afetado por umaserie de inesperadas desco-bertas arqueologicas, docu-

mentarias e textuais. Estasdescobertas nos levaram aquestionar de modo inteli-gente os conceitos crıticosque quase se tornaram orto-doxos e a reconhecer quaofragil era a base em que seapoiava a analise altamenteceptica de Joao. . . .

“A datacao do Evangelhofoi recuada, para o fim do1.° seculo, ou mesmo antes.. . . Talvez o mais estranhode tudo isso seja que algunseruditos ate mesmo se atre-vem mais uma vez a sugerirque Joao, filho de Zebedeu,talvez tivesse mesmo algoque ver com o Evangelho”!3

Por que deve parecer es-tranho crer que Joao escre-veu o livro que tradicional-mente lhe e atribuıdo? Soporque nao se enquadra nasideias preconcebidas dos crı-ticos.

A Moderna Cr´ıtica

´E Falha

Escrituras Gregas Crist˜as cont

ˆem lendas, mitos e

exageros. Ser´a que isso

´e verdade?

Quando Foram Escritas?4 Mitos e lendas levam tempo para se desen-

volver. Por isso´

e importante fazer a pergunta:quando foram escritos esses livros? Michael Grant,historiador, diz que os escritos hist

´oricos das Escri-

turas Gregas Crist˜as tiveram in

´ıcio “trinta ou qua-

renta anos ap´

os a morte de Jesus”.4 O arque´

ologob

´ıblico William Foxwell Albright citou C. C. Torrey

como chegando`a conclus

˜ao de “que todos os Evan-

gelhos foram escritos antes de 70 A.D. e que n˜ao

h´a neles nada que n

˜ao pudesse ter sido escrito den-

tro de vinte anos ap´

os a Crucificac˜ao”. A opini

˜ao do

pr´

oprio Albright era que sua escrita foi completa-da “o mais tardar por volta de 80 A.D.”. Outrosapresentam c

´alculos um pouco diferentes, mas a

maioria concorda que a escrita do “Novo Testa-mento” estava completa por volta do fim do primei-ro s

´eculo.

5 O que significa isso? Albright conclui: “S´

o po-demos dizer que um per

´ıodo de vinte a cinquen-

ta anos´

e limitado demais para permitir qual-quer corrupc

˜ao substancial do conte

´udo essencial

e mesmo da fraseologia espec´ıfica dos dizeres de

Jesus.”5 O Professor Gary Habermas acrescenta:“Os Evangelhos s

˜ao de bem perto do per

´ıodo que

registram, ao passo que as hist´

orias antigas cos-tumam descrever eventos que ocorreram s

´eculos

4. (a) Por que´

e importante saber quando foram escritos os livrosdas Escrituras Gregas Crist

˜as? (b) Quais s

˜ao algumas das opini

˜oes

sobre o tempo da escrita das Escrituras Gregas Crist˜as?

5, 6. O que devemos concluir do fato de que as Escrituras GregasCrist

˜as foram escritas pouco depois dos acontecimentos registra-

dos nelas?

O “Novo Testamento” — Hist´

oria ou Mito? 57

antes. Todavia, os atuais historiadores conseguemcom bom

ˆexito derivar os eventos mesmo de tais

per´ıodos antigos.”6

6 Em outras palavras, as partes hist´

oricas dasEscrituras Gregas Crist

˜as merecem pelo menos

tanto cr´

edito quanto as hist´

orias seculares. Porcerto, nas poucas d

´ecadas decorridas entre os

acontecimentos do primitivo cristianismo e o tem-po em que foram assentados por escrito, n

˜ao hou-

ve tempo para se desenvolverem mitos e lendas, epara esses serem universalmente aceitos.

Testemunho Ocular7 Isso se d

´a especialmente em vista do fato de

muitos dos relatos falarem`a base de testemu-

nho ocular. O escritor do Evangelho de Jo˜ao dis-

se: “Este´

e o disc´ıpulo [o disc

´ıpulo a quem Jesus

amava] que d´a testemunho destas coisas e que es-

creveu estas coisas.” (Jo˜ao 21:24) O escritor do li-

vro de Lucas diz: “[Os fatos] no-los transmitiramos que desde o princ

´ıpio se tornaram testemunhas

oculares e assistentes da mensagem.” (Lucas 1:2)O ap

´ostolo Paulo, falando daqueles que testemu-

nharam a ressurreic˜ao de Jesus, disse: “A maioria

[deles] permanece at´

e o presente, mas alguns j´a

adormeceram na morte.” — 1 Cor´ıntios 15:6.

8 Nesse respeito, o Professor F. F. Bruce fazuma perspicaz observac

˜ao: “De modo algum deve

ter sido t˜ao f

´acil, como alguns escritores parecem

pensar, inventar palavras e atos de Jesus naquelesprimeiros anos, quando ainda existiam tantos dosdisc

´ıpulos Dele, que podiam lembrar-se do que ha-

7, 8. (a) Quem vivia ainda enquanto as Escrituras Gregas Crist˜as

estavam sendo escritas e circuladas? (b) O que devemos concluirdisso, em harmonia com o coment

´ario do Professor F. F. Bruce?

58 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

via e do que n˜ao havia acontecido. . . . Os disc

´ıpu-

los n˜ao podiam arriscar-se a cometer inexatid

˜oes

(sem se falar em deliberadamente manipular os fa-tos), que seriam imediatamente expostas por aque-les que teriam muito prazer em fazer isso. Ao con-tr

´ario, um dos pontos fortes da pregac

˜ao apost

´olica

original´

e o apelo confiante para o conhecimentodos ouvintes; eles n

˜ao somente disseram: ‘Somos

testemunhas destas coisas’, mas tamb´

em: ‘Confor-me v

´os mesmos tamb

´em sabeis’ (Atos 2:22).”7

´E o Texto Digno de Confianca?

9 Existe a possibilidade de que esses testemu-nhos oculares fossem registrados com exatid

˜ao,

por´

em mais tarde corrompidos? Em outras pala-vras, introduziram-se mitos e lendas depois de secompletar a escrita original? J

´a vimos que o texto

das Escrituras Gregas Crist˜as est

´a em melhores

condic˜

oes do que qualquer outra literatura antiga.Kurt e Barbara Aland, peritos do texto grego da B

´ı-

blia, alistam quase 5.000 manuscritos que sobrevi-veram desde a antiguidade at

´e agora, alguns deles

j´a desde o segundo s

´eculo EC.8 O testemunho ge-

ral dessa grande quantidade de evidˆ

encia´

e no sen-tido de que o texto

´e essencialmente correto. Al

´em

disso, h´a muitas traduc

˜oes antigas — as mais an-

tigas sendo de cerca do ano 180 EC — que ajudama provar que o texto

´e exato.9

10 Portanto, n˜ao importa como encaremos isso,

podemos ter a certeza de que n˜ao se infiltraram

lendas e mitos nas Escrituras Gregas Crist˜as de-

pois de os escritores originais terem terminado seutrabalho. O texto que temos

´e substancialmente o

9, 10. No que se refere`as Escrituras Gregas Crist

˜as, que certeza

podemos ter?

O “Novo Testamento” — Hist´

oria ou Mito? 59

mesmo que os escritores originais registraram, esua exatid

˜ao

´e confirmada pelo fato de que foi acei-

to pelos crist˜aos contempor

ˆaneos. Ent

˜ao,

´e poss

´ı-

vel verificarmos a historicidade da B´ıblia por com-

par´a-la com outras hist

´orias antigas? At

´e certo

ponto, sim.

A Evidˆ

encia Document´

aria11 De fato, no que se refere aos eventos na vida

de Jesus e de seus ap´

ostolos, a evidˆ

encia documen-t

´aria fora da B

´ıblia

´e bastante limitada. Isso

´e so-

mente l´

ogico, visto que, no primeiro s´

eculo, os cris-t

˜aos eram um grupo relativamente pequeno, que

n˜ao se envolvia na pol

´ıtica. Mas a evid

ˆencia que a

hist´

oria secular de fato provˆ

e concorda com o quelemos na B

´ıblia.

12 Por exemplo, depois de Herodesˆ

Antipas tersofrido uma esmagadora derrota militar, o histo-riador judaico Josefo, escrevendo em 93 EC, disse:“A alguns dos judeus parecia que a destruic

˜ao do

ex´

ercito de Herodes era vinganca divina, e certa-mente uma vinganca justa, pelo tratamento quedispensou a Jo

˜ao, apelidado de Batista. Porque He-

rodes mandara mat´a-lo, embora fosse um homem

bom e tivesse exortado os judeus a levar uma vidajusta, a praticar a justica para com o seu pr

´oximo

e a piedade para com Deus.”10 Josefo confirma as-sim o relato b

´ıblico de que Jo

˜ao, o Batizador, era

homem justo, que pregava o arrependimento e foiexecutado por Herodes. — Mateus 3:1-12; 14:11.

13 Josefo menciona tamb´

em o meio-irm˜ao de Je-

sus, Tiago, que, segundo nos diz a B´ıblia, no co-

11. At´

e que ponto apoia a evidˆ

encia document´aria externa os re-

latos hist´

oricos das Escrituras Gregas Crist˜as?

12. O que nos diz Josefo sobre Jo˜ao, o Batizador?

13. Como apoia Josefo a historicidade de Tiago e do pr´

oprio Jesus?

60 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

meco n˜ao seguiu Jesus, mas depois tornou-se um

anci˜ao de destaque em Jerusal

´em. (Jo

˜ao 7:3-5; G

´a-

latas 1:18, 19) Ele documenta a pris˜ao de Tiago

com as seguintes palavras: “[O sumo sacerdoteAnanus] convocou os ju

´ızes do Sin

´edrio e levou pe-

rante eles um homem chamado Tiago, irm˜ao de Je-

sus, que era chamado o Cristo, e certos outros.”11

Escrevendo essas palavras, Josefo confirma adi-cionalmente que “Jesus, que era chamado o Cris-to”, era uma pessoa hist

´orica, real.

14 Outros dos antigos escritores tamb´

em se refe-rem a coisas mencionadas nas Escrituras Gregas.Por exemplo, os Evangelhos nos dizem que a pre-gac

˜ao de Jesus na Palestina teve ampla aceitac

˜ao.

Quando ele foi sentenciado`a morte, por P

ˆoncio

Pilatos, seus seguidores ficaram confusos e desa-nimados. Pouco depois, esses mesmos disc

´ıpulos,

destemidamente, encheram Jerusal´

em com a men-sagem de que seu Senhor havia sido ressuscitado.Em poucos anos, o cristianismo se espalhou peloImp

´erio Romano. — Mateus 4:25; 26:31; 27:24-26;

Atos 2:23, 24, 36; 5:28; 17:6.15 Testemunho a respeito da veracidade disso

´e

dado pelo historiador romano T´acito, que n

˜ao era

amigo do cristianismo. Escrevendo logo depois doano 100 EC, ele fala sobre a perseguic

˜ao cruel que

Nero movera aos crist˜aos e acrescenta: “O autor

desse seu nome foi Cristo, que no governo de Tib´

e-rio foi condenado ao

´ultimo supl

´ıcio pelo procura-

dor Pˆ

oncio Pilatos. A sua perniciosa superstic˜ao,

que at´

e ali tinha estado reprimida, j´a tornava de

novo a grassar n˜ao s

´o por toda a Judeia, origem

desse mal, mas at´

e dentro de Roma.”12

14, 15. Que apoio d´a T

´acito ao registro b

´ıblico?

O “Novo Testamento” — Hist´

oria ou Mito? 61

16 Em Atos 18:2, o escritor b´ıblico se refere ao

fato de que “[o imperador romano] Cl´audio tinha

ordenado que todos os judeus sa´ıssem de Roma”.

Suetˆ

onio, historiador romano do segundo s´

ecu-lo, tamb

´em menciona essa expuls

˜ao. Na sua obra

O Deificado Cl´

audio, o historiador diz: “Visto queos judeus causavam constantemente dist

´urbios

`as

instigac˜

oes de Cresto, ele [Cl´audio] os expulsou de

Roma.”13 Se o Cresto aqui mencionado se refere aJesus Cristo, e se os eventos em Roma acompa-nhavam o que ocorria em outras cidades, ent

˜ao os

dist´

urbios realmente n˜ao eram

`as instigac

˜oes de

Cristo (quer dizer, os seguidores de Cristo). Antes,eram a reac

˜ao violenta dos judeus

`a fiel atividade

de pregac˜ao dos crist

˜aos.

17 Justino, o M´artir, em meados do segundo s

´e-

culo, escreveu com referˆ

encia`a morte de Jesus:

“Que essas coisas realmente aconteceram, podesaveriguar dos Atos de P

ˆoncio Pilatos.”14 Al

´em dis-

so, segundo Justino, o M´artir, os mesmos regis-

tros mencionavam os milagres de Jesus, a respeitodos quais ele diz: “Que Ele fez essas coisas, podes

16. Que acontecimento hist´

orico mencionado na B´ıblia tamb

´em

´e

mencionado por Suetˆ

onio?17. Que fontes estavam dispon

´ıveis a Justino, o M

´artir, no segun-

do s´

eculo, que apoiam o relato b´ıblico sobre os milagres de Jesus e

a morte dele?

Este altarem P

´ergamo

evidentementeestava dedicado“a deusesdesconhecidos”.

62 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

saber dos Atos de Pˆ

oncio Pilatos.”15´

E verdade queesses “Atos”, ou registros oficiais, n

˜ao mais exis-

tem. Mas eles evidentemente existiam no segundos

´eculo, e Justino, o M

´artir, confiantemente desa-

fiava seus leitores a verific´a-los para confirmar a

veracidade do que ele dizia.

A Evidˆ

encia Arqueol´

ogica18 As descobertas arqueol

´ogicas tamb

´em t

ˆem

ilustrado e confirmado aquilo que lemos nas Escri-turas Gregas. Assim, em 1961, o nome de P

ˆoncio

Pilatos foi encontrado numa inscric˜ao nas ru

´ınas

dum teatro romano em Cesareia.16 At´

e essa desco-berta, havia apenas evid

ˆencia limitada,

`a parte da

pr´

opria B´ıblia, da exist

ˆencia desse governante ro-

mano.19 No Evangelho de Lucas, lemos que Jo

˜ao, o

Batizador, iniciou seu minist´

erio “quando . . . Lisˆa-

nias era governante distrital de Abilene”. (Lucas3:1) Alguns duvidaram dessa declarac

˜ao, por Jose-

fo mencionar um Lisˆanias que governou Abilene e

que morreu em 34 AEC, muito antes do nascimen-to de Jo

˜ao. No entanto, os arque

´ologos descobri-

ram uma inscric˜ao em Abilene que menciona outro

Lisˆanias, que era tetrarca (governante distrital)

18. Que apoio d´a a arqueologia

`a exist

ˆencia de P

ˆoncio Pilatos?

19, 20. Que personagens b´ıblicos mencionados por Lucas (em Lu-

cas e em Atos) foram confirmados pela arqueologia?

Ru´ınas do

antigamentemagn

´ıfico templo

de´

Artemis, do qualos ef

´esios tanto se

orgulhavam.

durante o reinado de Tib´

erio, que governou comoC

´esar em Roma quando Jo

˜ao iniciou seu minist

´e-

rio.17 Este facilmente pode ter sido o Lisˆanias men-

cionado por Lucas.20 Lemos em Atos que Paulo e Barnab

´e foram

enviados para fazer uma obra mission´aria em Chi-

pre e que ali encontraram um procˆ

onsul chamadoS

´ergio Paulo, “homem inteligente”. (Atos 13:7) Em

meados do s´

eculo 19, em escavac˜

oes feitas em Chi-pre, descobriu-se uma inscric

˜ao datando de 55 EC,

a qual menciona esse mesmo homem. Sobre issodiz o arque

´ologo G. Ernest Wright: “Essa

´e a

´uni-

ca referˆ

encia que temos a esse procˆ

onsul, fora daB

´ıblia, e

´e interessante que Lucas nos forneca seu

nome e t´ıtulo corretos.”18

21 Durante a estada de Paulo em Atenas, ele dis-se que havia observado um altar dedicado “A umDeus Desconhecido”. (Atos 17:23) Em outras par-tes do territ

´orio do Imp

´erio Romano descobriram-

se altares dedicados em latim a deuses anˆ

onimos.Um deles foi encontrado em P

´ergamo, com uma

inscric˜ao em grego, como seria o caso em Atenas.

22 Mais tarde, enquanto Paulo estava em´

Efeso,sofreu oposic

˜ao violenta por parte dos prateiros,

21, 22. Que pr´aticas religiosas, registradas na B

´ıblia, foram con-

firmadas pelas descobertas arqueol´

ogicas?

A B´ıblia relata

honestamenteque Pedro negouconhecer Jesus.

64 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

cujo rendimento provinha da fabricac˜ao de santu

´a-

rios e imagens da deusa´

Artemis.´

Efeso era cha-mada de “guardi

˜a do templo da grande

´Artemis”.

(Atos 19:35) Em harmonia com isso, descobriram-se diversas estatuetas de

´Artemis, de terracota e

de m´armore, no lugar da antiga

´Efeso. No

´ultimo

eculo, escavaram-se os restos do pr´

oprio enormetemplo.

O Tom da Verdade23 Portanto, a hist

´oria e a arqueologia ilustram,

e at´

e certo ponto confirmam, os elementos hist´

ori-cos das Escrituras Gregas. Mas, novamente, a pro-va mais forte da veracidade desses escritos se en-contra nos pr

´oprios livros. Sua leitura n

˜ao d

´a a

impress˜ao de mitos. Eles t

ˆem o tom da verdade.

24 Em primeiro lugar, s˜ao muito francos. Pense

no que se registrou a respeito de Pedro. Pormeno-riza-se seu embaracoso fracasso quanto a andarsobre

´agua. Depois, Jesus disse a esse altamente

respeitado ap´

ostolo: “Para tr´as de mim, Satan

´as!”

(Mateus 14:28-31; 16:23) Al´

em disso, depois de pro-testar vigorosamente que, mesmo que todos os ou-tros abandonassem Jesus, ele

´e que nunca faria

isso, Pedro adormeceu na sua vig´ılia noturna e en-

t˜ao negou ao seu Senhor tr

ˆes vezes. — Mateus

26:31-35, 37-45, 73-75.25 Mas Pedro n

˜ao

´e o

´unico cujas fraquezas fo-

ram expostas. O registro franco n˜ao encobre as

discuss˜

oes dos ap´

ostolos quanto a quem seria omaior deles. (Mateus 18:1; Marcos 9:34; Lucas

23, 24. (a) Onde encontramos a prova mais forte da veracidadedos escritos das Escrituras Gregas Crist

˜as? (b) Que qualidade ine-

rente no registro b´ıblico atesta sua veracidade? Ilustre isso.

25. Que fraquezas dos ap´

ostolos foram francamente expostas pe-los escritores b

´ıblicos?

O “Novo Testamento” — Hist´

oria ou Mito? 65

22:24) Tampouco deixa de contar-nos que a m˜ae

dos ap´

ostolos Tiago e Jo˜ao pediu que Jesus des-

se aos seus filhos as posic˜

oes mais favorecidas noseu Reino. (Mateus 20:20-23) O “forte acesso deira” entre Barnab

´e e Paulo tamb

´em

´e documenta-

do fielmente. — Atos 15:36-39.26 Digno de nota tamb

´em

´e o fato de que o livro

de Lucas nos informa que foram “as mulheres, quetinham vindo com ele desde a Galileia”, que primei-ro souberam da ressurreic

˜ao de Jesus. Esse

´e um

pormenor bem incomumna sociedade dominada pe-los homens, do primeiros

´eculo. De fato, segundo o

registro, o que as mulhe-res disseram ‘parecia to-lice’ aos ap

´ostolos. (Lucas

23:55–24:11) Se a hist´

oriadas Escrituras Gregas n

˜ao

for verdade, ent˜ao deve ter

sido inventada. Mas por que inventaria algu´

emuma hist

´oria que retratasse personagens t

˜ao res-

peitados de forma nada lisonjeira? Tais pormeno-res s

´o teriam sido inclu

´ıdos se fossem verdade.

Jesus — Uma Pessoa Real27 Muitos t

ˆem encarado Jesus, assim como ele

´e

descrito na B´ıblia, como ficc

˜ao inventada. Mas o

historiador Michael Grant observa: “Se aplicamosao Novo Testamento, conforme devemos, o mesmocrit

´erio que devemos aplicar a outros escritos an-

tigos que contˆ

em mat´

eria hist´

orica, n˜ao podemos

26. Que pormenor sobre a ressurreic˜ao de Jesus s

´o seria inclu

´ıdo

se fosse verdadeiro?27. Como confirma um historiador a exist

ˆencia hist

´orica de Jesus?

Por que relatariaa Bıblia que aressurreicao deJesus foi primeirodescoberta pormulheres, se issorealmente naotivesse ocorrido?

66 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

rejeitar a existˆ

encia de Jesus assim como tampou-co podemos rejeitar a exist

ˆencia duma multid

˜ao de

personagens pag˜aos, cuja realidade como figuras

hist´

oricas nunca´

e questionada.”19

28 N˜ao somente a exist

ˆencia de Jesus, mas tam-

em a sua personalidade se manifesta na B´ıblia

com um decidido tom de verdade. N˜ao

´e f

´acil inven-

tar um personagem incomum e depois apresentarum retrato coerente dele em todo um livro.

´E qua-

se que imposs´ıvel quatro escritores diferentes es-

creverem sobre um mesmo personagem e coeren-temente apresentarem o mesmo quadro dele, seesse personagem realmente nunca existiu. O fatode que o Jesus descrito nos quatro Evangelhos

´e

obviamente a mesma pessoa´

e evidˆ

encia persuasi-va da veracidade dos Evangelhos.

29 Michael Grant cita uma pergunta bem apro-priada: “Como

´e que, em todas as tradic

˜oes evan-

elicas, sem excec˜ao, surge um quadro de tracos

notavelmente firmes de um atraente jovem, queandava livremente no meio de todo tipo de mu-lheres, inclusive as decididamente mal-afamadas,sem qualquer traco de sentimentalismo, falta denaturalidade, ou melindre, e que, no entanto, em

28, 29. Por que´

e significativo que os quatro Evangelhos apresen-tam um quadro uniforme da personalidade de Jesus?

A B´ıblia

registracandidamenteo “forte acessode ira” entrePaulo eBarnab

´e.

O “Novo Testamento” — Hist´

oria ou Mito? 67

todo momento, mantinha uma integridade sim-ples de car

´ater?”20 A

´unica resposta

´e que tal ho-

mem realmente existiu e agiu assim como a B´ıblia

diz.

O Motivo de Alguns N˜

ao Crerem30 Visto que existe evid

ˆencia irrefut

´avel para se

dizer que as Escrituras Gregas s˜ao hist

´oria verda-

deira, por que dizem alguns que n˜ao s

˜ao? Por que

´e que muitos, embora aceitem partes delas comogenu

´ınas, n

˜ao obstante recusam aceitar tudo o que

elas contˆ

em? Isso se d´a principalmente porque a

B´ıblia registra coisas em que os modernos intelec-

tuais n˜ao querem crer. Por exemplo, ela diz que

Jesus tanto cumpriu como proferiu profecias. Diztamb

´em que ele realizou milagres e que, ap

´os a sua

morte, foi ressuscitado.31 Neste c

´eptico s

´eculo 20, coisas assim s

˜ao in-

cr´ıveis. A respeito de milagres, o Professor Ezra P.

Gould observa: “H´a uma ressalva que alguns dos

cr´ıticos se sentem justificados a fazer . . . que mi-

lagres n˜

ao acontecem.”21 Alguns aceitam que Jesustenha feito curas, mas apenas do tipo psicossom

´a-

tico, do ‘dom´ınio da mente sobre a mat

´eria’. Quan-

to aos outros milagres, a maioria deles os rejeita,

30, 31. Por que´

e que muitos n˜ao aceitam as Escrituras Gregas

Crist˜as como historicamente exatas, apesar de toda a evid

ˆencia?

A coerˆ

encia doretrato de Jesusapresentado nosquatro Evangelhos´e forte prova da suagenuinidade.

quer como invenc˜

oes, quer como eventos reais queforam deturpados no relato.

32 Como exemplo, considere a ocasi˜ao em que

Jesus alimentou uma multid˜ao de mais de 5.000

com apenas alguns p˜aes e dois peixes. (Mateus

14:14-22) O erudito Heinrich Paulus, do s´

eculo 19,sugeriu que o que aconteceu mesmo foi o seguin-te: Jesus e seus ap

´ostolos se viram acompanha-

dos por uma grande multid˜ao que estava ficando

com fome. De modo que ele decidiu dar um bomexemplo aos ricos presentes. Tomou o pouco ali-mento que ele e seus ap

´ostolos tinham e comparti-

lhou-o com a multid˜ao. Logo, outros que trouxe-

ram alimentos consigo seguiram o exemplo dele ecompartilharam o que tinham. Por fim, a multid

˜ao

inteira foi alimentada.22

33 Se isso foi o que realmente aconteceu, po-r

´em, ent

˜ao

´e uma not

´avel prova do poder dum bom

exemplo. Por que se deturparia uma hist´

oria t˜ao

interessante e significativa para fazˆ

e-la parecerum milagre sobrenatural? De fato, todos esses es-forcos para explicar os milagres como n

˜ao tendo

32, 33. Como tentaram alguns rejeitar a ocorrˆ

encia do milagre deJesus alimentar uma grande multid

˜ao, mas por que

´e isso il

´ogico?

A maioria dosmodernoscr

´ıticos

presume quemilagres n

˜ao

acontecem.

O “Novo Testamento” — Hist´

oria ou Mito? 69

sido algo miraculoso criam mais problemas do quesolucionam. E baseiam-se em premissas falsas. Co-mecam por presumir que milagres s

˜ao imposs

´ıveis.

Mas por que se daria isso?34 De acordo com as normas mais razo

´aveis, tan-

to as Escrituras Hebraicas como as Gregas s˜ao his-

oria genu´ına, no entanto, ambas cont

ˆem exemplos

de profecias e de milagres. (Veja 2 Reis 4:42-44.)Que dizer, ent

˜ao, se as profecias s

˜ao mesmo genu

´ı-

nas? E que dizer se os milagres realmente acon-teceram? Nesse caso, Deus, de fato, estava pordetr

´as da escrita da B

´ıblia, e ela realmente

´e a pa-

lavra dele, n˜ao a de homem. Num outro cap

´ıtulo

consideraremos a quest˜ao das profecias, mas, pri-

meiro examinemos os milagres.´

E razo´avel, neste

eculo 20, crer que milagres realmente acontece-ram em s

´eculos anteriores?

34. Se a B´ıblia realmente cont

´em profecias exatas e relatos de mi-

lagres genu´ınos, o que isso prova?

70 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

Timothy P. Weber es-creve: “As conclusoes daalta crıtica obrigarammuitos leigos a duvidarda sua capacidade de en-tender alguma coisa [daBıblia]. . . . A. T. Piersonexpressou a frustracao demuitos evangelicos quan-do declarou que, ‘igual aoromanismo, [a alta crıti-ca] praticamente retira aPalavra de Deus do povo

comum por presumir queapenas os eruditos podeminterpreta-la; ao passoque Roma coloca um sa-cerdote entre o homem ea Palavra, a crıtica colocaum expositor erudito en-tre o crente e a sua Bı-blia’.”23 De modo que amoderna alta crıtica ficaexposta como apenasmais um ataque contra aBıblia.

Apenas Mais um Ataque Contra a B´ıblia

ESTA´

e uma hist´

oria que anima o corac˜ao, mas

´e

ela ver´ıdica? Muitos acham dif

´ıcil de crer que

algo assim tenha realmente acontecido. N˜ao obs-

tante, milagres s˜ao uma parte integrante do regis-

tro b´ıblico. Crer na B

´ıblia significa acreditar que

milagres aconteceram. De fato, todo o padr˜ao da

verdade b´ıblica depende de um milagre muito im-

portante: a ressurreic˜ao de Jesus Cristo.

Por Que Alguns N˜

ao Creem2 Acredita em milagres? Ou acha que, nesta era

1. (Inclua a introduc˜ao.) (a) Que milagre realizou Jesus perto da

cidade de Naim? (b) Qu˜ao importantes s

˜ao os milagres relatados na

B´ıblia, mas, creem todos que eles realmente aconteceram?

2, 3. Qual´

e um racioc´ınio usado pelo fil

´osofo escoc

ˆes David Hume

no empenho de provar que milagres n˜ao acontecem?

Capıtulo��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 6

Os Milagres— AconteceramRealmente?

Certo dia, em 31 EC, Jesus e seus discıpulosviajavam para Naim, uma cidade na Palestinasetentrional. Quando se aproximavam do portaoda cidade, veio ao encontro deles um cortejofunebre. O falecido era um jovem. A mae dele eraviuva, e este fora seu unico filho, de modo queagora ela estava sozinha. Segundo o registro, Jesus“teve pena dela e disse-lhe: ‘Para de chorar.’ Comisso se aproximou e tocou no esquife, e osportadores ficaram parados, e ele disse: ‘Jovem,eu te digo: Levanta-te!’ E o morto sentou-se eprincipiou a falar.” — Lucas 7:11-15.

Os Milagres — Aconteceram Realmente? 71

cient´ıfica, n

˜ao

´e l

´ogico crer em milagres — quer di-

zer, em eventos extraordin´arios, que d

˜ao evid

ˆencia

de intervenc˜ao sobre-humana? Se n

˜ao acredita, n

˜ao

´e o primeiro. H

´a dois s

´eculos, o fil

´osofo escoc

ˆes Da-

vid Hume tinha o mesmo problema. Pode ser quevoc

ˆe tenha os mesmos motivos que ele para descrer.3 As objec

˜oes de Hume

`a ideia de haver milagres

inclu´ıam tr

ˆes pontos destacados.1 Primeiro, ele es-

creve: “Um milagre´

e uma violac˜ao das leis da na-

tureza.” O homem, por tempos imemor´aveis, tem

contado com leis da natureza. Ele sabe que, se lar-gar um objeto, esse cai; que o sol se levanta toda ma-nh

˜a e se p

˜oe toda noitinha, e assim por diante. Sabe

instintivamente que os acontecimentos sempre se-guem tais padr

˜oes familiares. Nada jamais aconte-

cer´a em desarmonia com as leis naturais. Essa ‘pro-

va’, achava Hume, “´

e t˜ao

´ıntegra como qualquer

argumento baseado em experiˆ

encia” contra a possi-bilidade de haver milagres.

4 Um segundo argumento que ele apresentou eraque as pessoas s

˜ao facilmente enganadas. Alguns

querem crer em maravilhas e milagres, especial-mente quando t

ˆem que ver com religi

˜ao, e mui-

tos dos chamados milagres mostraram ser farsas.Um terceiro argumento era que os milagres costu-mam ser relatados em tempos de ignor

ˆancia. Quan-

to mais instru´ıdas as pessoas ficam, tanto menos

milagres se relatam. Conforme o expressou Hume:“Tais eventos prodigiosos nunca acontecem em nos-sos dias.” De modo que, segundo ele, isso prova queeles nunca aconteceram.

5 At´

e o dia de hoje, a maioria dos argumentoscontr

´arios aos milagres seguem esses princ

´ıpios ge-

4, 5. Quais s˜ao outros dois motivos apresentados por David Hume

para rejeitar a possibilidade de haver milagres?

72 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

rais, de modo que examinaremos uma por uma asobjec

˜oes de Hume.

ao Contr´

arios`

as Leis da Natureza?6 Que dizer da objec

˜ao de que os milagres s

˜ao ‘vio-

lac˜

oes das leis da natureza’, e, portanto, n˜ao podem

ser ver´ıdicos?

`A primeira vista, essa objec

˜ao pode pa-

recer persuasiva, mas analise o que isso realmentequer dizer. Usualmente, um milagre pode ser defini-do como algo que foge

`as leis normais da natureza.�´

E uma ocorrˆ

encia t˜ao inesperada, que os especta-

dores ficam convencidos de que presenciaram umaintervenc

˜ao sobre-humana. Portanto, o verdadeiro

sentido da objec˜ao

´e: ‘Milagres s

˜ao imposs

´ıveis, por-

que s˜ao milagrosos!’ Por que n

˜ao considerar primei-

ro a evidˆ

encia, antes de tirar tal conclus˜ao?

7 Acontece que hoje em dia pessoas de certa ins-truc

˜ao est

˜ao menos dispostas do que David Hume

estava para insistir em que as leis familiares da na-tureza s

˜ao v

´alidas em toda a parte e em todos os

tempos. Os cientistas est˜ao dispostos a especular so-

bre se, al´

em das trˆ

es dimens˜

oes conhecidas, de com-primento, largura e altura, n

˜ao h

´a talvez muitas di-

mens˜

oes adicionais no universo.2 Teorizam sobre aexist

ˆencia de buracos negros, enormes estrelas que

� Dizemos “usualmente”, porque alguns milagres menciona-dos na B

´ıblia podem ter envolvido fen

ˆomenos naturais, tais como

terremotos ou deslizamentos de terra. No entanto, ainda assims

˜ao considerados milagres, porque aconteceram exatamente na

hora em que eram necess´arios, e assim, evidentemente, sob a di-

rec˜ao de Deus. — Josu

´e 3:15, 16; 6:20.

6. Por que´

e il´

ogico objetar`a ideia de haver milagres por argumen-

tar que eles s˜ao ‘violac

˜oes das leis da natureza’?

7, 8. (a) Com respeito`as leis da natureza, conforme as conhece-

mos, em que sentido tornaram-se os cientistas mais liberais no seuconceito do que

´e e do que n

˜ao

´e poss

´ıvel? (b) Se cremos em Deus,

em que tamb´

em devemos crer quanto`a sua capacidade de fazer

coisas incomuns?

Os Milagres — Aconteceram Realmente? 73

entraram em colapso gravitacional a ponto de suadensidade ser virtualmente infinita. Diz-se que navizinhanca deles o tecido do espaco est

´a t

˜ao distor-

cido, que o pr´

oprio tempo para.3 Os cientistas at´

emesmo debateram se o tempo, em certas condic

˜oes,

retrocederia em vez de avancar!4

8 Stephen W. Hawking, professor de matem´atica

na Universidade de Cambridge, ao considerar comoo Universo comecou, disse: “Na teoria cl

´assica da re-

latividade geral . . . o comeco do Universo tem de seruma singularidade de infinita densidade e de curva-tura espaco-tempo. Em tais condic

˜oes, todas as co-

nhecidas leis da f´ısica entrariam em colapso.”5 De

modo que os cientistas hodiernos n˜ao concordam

que, por algo ser contr´ario

`as leis normais da nature-

za, nunca possa acontecer. Em condic˜

oes incomuns,coisas incomuns podem acontecer. Certamente, secremos num Deus Todo-Poderoso, devemos admitirque ele tem o poder de causar a ocorr

ˆencia de even-

tos incomuns — milagrosos — quando isso se en-quadra no seu prop

´osito. —

ˆExodo 15:6-10; Isa

´ıas

40:13, 15.

Que Dizer das Fraudes?9 Nenhuma pessoa razo

´avel negaria que h

´a mi-

lagres fraudulentos. Por exemplo, alguns afirmamter o poder de sarar os doentes por meio da cura mi-lagrosa pela f

´e. Um m

´edico, o Dr. William A. No-

lan, tomou a si o projeto especial de investigar taiscuras. Investigou diversas alegac

˜oes de cura, tanto

entre curadores pela f´

e, evang´

elicos, nos EstadosUnidos, como entre os chamados cirurgi

˜oes ps

´ıqui-

cos na´

Asia. E qual foi o resultado? S´

o encontrouexemplos de desapontamento e de fraude.6

9.´

E verdade que alguns milagres s˜ao fraudes? Queira explicar sua

resposta.

74 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

10 Ser´a que, em vista de tais fraudes, nunca

ocorreram milagres genu´ınos? N

˜ao necessaria-

mente.`

As vezes ficamos sabendo que dinheirofalsificado foi posto em circulac

˜ao, mas isso n

˜ao

significa que todas as c´

edulas s˜ao falsas. Alguns

doentes tˆ

em muita f´

e em charlat˜aes, falsos m

´edi-

cos, e pagam-lhes muito dinheiro. Mas isso n˜ao sig-

nifica que todos os m´

edicos s˜ao falsos. Alguns ar-

tistas foram peritos em imitar pinturas de “antigosmestres”. Mas isso n

˜ao significa que todas as pin-

turas s˜ao falsificac

˜oes. Do mesmo modo, s

´o porque

alguns pretensos milagres s˜ao claramente fraudes,

isso n˜ao significa que nunca podem acontecer mi-

lagres genu´ınos.

‘Hoje N˜

ao Acontecem Milagres’11 A terceira objec

˜ao resumiu-se na express

˜ao:

“Tais eventos prodigiosos nunca acontecem em nos-sos dias.” Hume nunca vira um milagre, de modoque se negava a crer que milagres pudessem acon-tecer. Esse tipo de racioc

´ınio, por

´em,

´e incoerente.

Qualquer pessoa de reflex˜ao tem de admitir que,

antes dos dias desse fil´

osofo escocˆ

es, aconteceram“eventos prodigiosos” que n

˜ao se repetiram duran-

te a vida dele. Que eventos?

10. Acha que o fato de que se demonstrou que alguns milagres s˜ao

fraudes prova que todos os milagres s˜ao fraudulentos?

11. Qual foi a terceira objec˜ao de David Hume

`a ideia de haver mi-

lagres?

Muitos encaram afidedignidade dasleis da natureza, taiscomo o fato de o solse levantar todamanh

˜a, como prova

de que milagres n˜

aopodem acontecer.

Os Milagres — Aconteceram Realmente? 75

12 Em primeiro lugar, teve in´ıcio a vida na Terra.

Da´ı, vieram a existir certas formas de vida dotadas

da capacidade de estar conscientes. Por fim, apare-ceu o homem, dotado de sabedoria, de imaginac

˜ao,

da capacidade de amar e da faculdade da consciˆ

en-cia. Nenhum cientista pode explicar

`a base das leis

da natureza hoje em operac˜ao como essas coisas ex-

traordin´arias aconteceram. No entanto, possu

´ımos

evidˆ

encia viva de que ocorreram mesmo.13 E que dizer de “eventos prodigiosos” que acon-

teceram desde os dias de David Hume? Suponha-mos que pud

´essemos viajar para tr

´as no tempo e

contar-lhe algo sobre o nosso mundo atual. Imaginetentar explicar que um empres

´ario em Hamburgo

pode conversar com algu´

em a milhares de quilˆ

ome-tros de dist

ˆancia, em T

´oquio, sem mesmo elevar a

voz; que uma partida de futebol, na Espanha, podeser vista em toda a Terra ao vivo; que naves mui-to maiores do que os navios oce

ˆanicos dos dias de

Hume podem elevar-se da superf´ıcie da Terra e le-

var 500 pessoas pelo ar, por milhares de quilˆ

ome-tros, em quest

˜ao de horas. Pode imaginar a resposta

dele? ‘Imposs´ıvel! Tais eventos prodigiosos nunca

acontecem em nossos dias!’14 No entanto, tais ‘prod

´ıgios’ acontecem real-

mente em nossos dias. Por quˆ

e? Porque o homem,usando princ

´ıpios cient

´ıficos, dos quais Hume n

˜ao

tinha nenhuma ideia, aprendeu a construir telefo-nes, televisores e avi

˜oes. Ent

˜ao, ser

´a que

´e t

˜ao dif

´ı-

cil crer que, em certas ocasi˜

oes no passado, dummodo que para n

´os ainda

´e incompreens

´ıvel, Deus

realizou coisas que achamos milagrosas?

12. Que maravilhosos eventos ocorridos no passado n˜ao podem ser

explicados pelas leis da natureza hoje em operac˜ao?

13, 14. Que coisas, hoje comuns, teriam parecido milagrosas a Da-vid Hume?

76 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

Como Podemos Ter Certeza?15 Naturalmente, apenas dizer que milagres po-

deriam ter acontecido n˜ao significa que acontece-

ram mesmo. Como podemos ter certeza, neste s´

ecu-lo 20, de que Deus, l

´a nos tempos b

´ıblicos, operou

genu´ınos milagres por meio de seus servos na Ter-

ra? Que esp´

ecie de evidˆ

encia de tais coisas se espe-raria obter? Imagine um primitivo nativo tribal quefoi levado do seu lar na selva para visitar uma cida-de grande. Ao voltar para casa, como poderia eledescrever

`a sua gente as maravilhas da civilizac

˜ao?

N˜ao conseguiria explicar como um autom

´ovel fun-

ciona, nem por que sai m´

usica dum r´adio port

´atil.

N˜ao poderia construir um computador para provar

que tal coisa existe. A´

unica coisa que conseguiriafazer

´e contar o que viu.

16 N´

os nos encontramos na mesma situac˜ao dos

companheiros de tribo daquele homem. Se Deusrealmente operou milagres, a

´unica maneira de sa-

bermos deles´

e por meio de testemunhas oculares.As testemunhas oculares n

˜ao podem explicar como

os milagres aconteceram, nem podem repeti-los.Podem apenas contar-nos o que viram. Obviamente,testemunhas oculares podem ser enganadas. Tam-b

´em podem facilmente exagerar e desinformar. En-

t˜ao, se havemos de crer no testemunho deles, pre-

cisamos saber se essas testemunhas oculares falam

15, 16. Se milagres realmente aconteceram, de que´

unica maneirapoder

´ıamos saber deles? Queira ilustrar sua resposta.

A criac˜

ao da Terracomo lar para coisasvivas era um ‘eventoprodigioso’ queaconteceu apenasuma vez.

a verdade, se s˜ao de alta qualidade e se mostraram

ter bons motivos.

O Milagre Mais Atestado17 O milagre mais atestado mencionado na B

´ıblia

´e a ressurreic

˜ao de Jesus Cristo; portanto, por que

n˜ao usar esse como teste, por assim dizer? Primei-

ro, considere os fatos relatados: Jesus foi preso nanoite de 14 de nis

˜a — que era a noite duma quinta-

feira, segundo o nosso modo moderno de calcular asemana.� Ele compareceu perante os l

´ıderes dos ju-

deus, que o acusaram de blasfˆ

emia e decidiram quetinha de morrer. Os l

´ıderes judeus levaram Jesus

perante o governador romano, Pˆ

oncio Pilatos, quecedeu

`a press

˜ao deles e o entregou para ser execu-

tado. Talvez tarde na manh˜a de sexta-feira — ain-

da o 14 de nis˜a no calend

´ario judaico — ele foi pre-

gado numa estaca de tortura, e em poucas horasestava morto. — Marcos 14:43-65; 15:1-39.

18 Depois de um soldado furar o lado de Jesuscom uma lanca, para certificar-se de que realmen-

� O dia judaico comecava por volta das 18 horas,`a noitinha, e

continuava at´

e as 18 horas do dia seguinte.

17. (a) Qual´

e o milagre mais atestado mencionado na B´ıblia?

(b) Quais foram as circunstˆancias que levaram

`a morte de Jesus?

18. Segundo a B´ıblia, como comecou a espalhar-se a not

´ıcia da res-

surreic˜ao de Jesus?

Como explicariaas maravilhas daci

ˆencia moderna

a algu´

em queviveu 200 anosatr

´as?

78 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

te estava morto, o cad´aver de Jesus foi sepultado

num t´

umulo novo. O dia seguinte, 15 de nis˜a (sex-

ta-feira/s´abado), era um dia sab

´atico. Mas na ma-

nh˜a de 16 de nis

˜a — a manh

˜a de domingo — alguns

disc´ıpulos foram ao t

´umulo e o encontraram vazio.

Logo se espalhou a not´ıcia de que Jesus fora vis-

to vivo. A reac˜ao inicial a essas hist

´orias foi exata-

mente a que seria hoje — descrenca. At´

e mesmoos ap

´ostolos recusaram-se a acreditar. Mas, quando

eles mesmos viram o Jesus vivo, n˜ao tiveram outra

escolha sen˜ao aceitar que ele de fato fora ressusci-

tado dentre os mortos. — Jo˜ao 19:31–20:29; Lucas

24:11.

O T´

umulo Vazio19 Fora Jesus ressuscitado, ou era tudo apenas

uma invenc˜ao? Uma coisa que as pessoas daque-

le tempo provavelmente iriam perguntar´

e: encon-tra-se o cad

´aver de Jesus ainda no t

´umulo? Os se-

guidores de Jesus ter-se-iam confrontado com umenorme obst

´aculo, se seus oponentes pudessem ter

apontado para o pr´

oprio cad´aver ainda no lugar do

sepultamento como evidˆ

encia de que ele n˜ao fora

ressuscitado. No entanto, n˜ao h

´a nenhum registro

de que eles fizeram isso. Antes, segundo a B´ıblia,

deram dinheiro aos soldados designados para guar-dar o t

´umulo e disseram-lhes: “Dizei: ‘Seus disc

´ıpu-

los vieram de noite e o furtaram, enquanto est´ava-

mos dormindo.’ ” (Mateus 28:11-13) Temos tamb´

emevid

ˆencia

`a parte da B

´ıblia de que os l

´ıderes judai-

cos agiram assim.20 Cerca de um s

´eculo ap

´os a morte de Jesus, Jus-

tino, o M´artir, escreveu uma obra chamada Di

´alogo

19-21. (a) De acordo com Justino, o M´artir, como reagiram os ju-

deus`a pregac

˜ao dos crist

˜aos sobre a ressurreic

˜ao de Jesus? (b) Que

certeza podemos ter a respeito de como se encontrava o t´

umulo deJesus em 16 de nis

˜a?

Os Milagres — Aconteceram Realmente? 79

com o Judeu Tr´ıfon. Nessa, ele disse: “V

´os, [os ju-

deus,] enviastes homens escolhidos e ordenadospelo mundo afora para proclamar que surgira umaheresia

´ımpia e ilegal da parte de certo Jesus, um

enganador galileu, a quem crucificamos, mas queos disc

´ıpulos dele o furtaram de noite do t

´umulo,

onde fora deitado.”7

21 Ora, Tr´ıfon era judeu, e o Di

´alogo com o Ju-

deu Tr´ıfon foi escrito para defender o cristianismo

contra o juda´ısmo. Portanto,

´e pouco prov

´avel que

Justino, o M´artir, tivesse dito aquilo — que os ju-

deus acusaram os crist˜aos de furtar o cad

´aver de Je-

sus do t´

umulo — se os judeus n˜ao tivessem feito

tal acusac˜ao. De outra forma, ele se teria exposto a

uma facilmente verific´avel acusac

˜ao de estar men-

tindo. Justino, o M´artir, s

´o teria dito isso se os ju-

deus realmente tivessem enviado tais mensageiros.E eles teriam feito isso apenas se o t

´umulo realmen-

te estivesse vazio em 16 de nis˜a de 33 EC, e se n

˜ao

pudessem apontar para o cad´aver de Jesus no t

´u-

mulo como evidˆ

encia de que ele n˜ao fora ressusci-

tado. Portanto, visto que o t´

umulo estava vazio, oque havia acontecido? Ser

´a que os disc

´ıpulos furta-

ram mesmo o cad´aver? Ou fora milagrosamente re-

movido como evidˆ

encia de que Jesus realmente foraressuscitado?

A Conclus˜

ao Tirada por Lucas, o M´

edico22 Um homem bem instru

´ıdo do primeiro s

´eculo,

que examinou cuidadosamente a evidˆ

encia, foi Lu-cas, o m

´edico. (Colossenses 4:14) Lucas escreveu

dois livros que agora fazem parte da B´ıblia: um era

um Evangelho, ou hist´

oria do minist´

erio de Jesus, e

22, 23. Quem era um homem instru´ıdo do primeiro s

´eculo que in-

vestigou a ressurreic˜ao de Jesus, e que fontes de informac

˜oes tinha

`a disposic

˜ao?

80 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

o outro, chamado de Atos dos Ap´

ostolos, era umahist

´oria da expans

˜ao do cristianismo nos anos ap

´os

a morte de Jesus.23 Na introduc

˜ao do seu Evangelho, Lucas cita

muitas evidˆ

encias que ele tinha`a sua disposic

˜ao,

mas que hoje n˜ao temos mais. Ele fala de documen-

tos escritos sobre a vida de Jesus, que havia consul-tado. Menciona tamb

´em que falara com testemu-

nhas oculares da vida,da morte e da ressurrei-c

˜ao de Jesus. Da

´ı, ele

diz: “[Tenho] pesquisa-do todas as coisas comexatid

˜ao, desde o in

´ı-

cio.” (Lucas 1:1-3) Evi-dentemente, a pesquisade Lucas foi cabal. Eraele historiador compe-tente?

24 Muitos tˆ

em confir-mado que ele era. L

´a em 1913, Sir William Ram-

say comentou numa conferˆ

encia a historicidade dasobras de Lucas. A que conclus

˜ao chegou? “Lucas

´e

historiador de primeira categoria; n˜ao somente suas

declarac˜

oes de fatos s˜ao fidedignas; possui verda-

deiro senso hist´

orico.”8 Pesquisadores mais recen-tes chegaram

`a mesma conclus

˜ao. The Living Word

Commentary (O Coment´ario Sobre a Palavra Viva),

ao introduzir seus volumes sobre Lucas, diz: “Lucasera tanto historiador (e ainda um bem exato) comote

´ologo.”

25 O Dr. David Gooding, ex-professor do Gregodo Antigo Testamento na Irlanda do Norte, declara

24, 25. Como encaram muitos as qualificac˜

oes de Lucas como his-toriador?

Os inimigos do cris-tianismo disseramque os discıpulos fur-taram o cadaver deJesus. Se esse fosseo caso, por que esta-riam os cristaos dis-postos a morrer poruma fe baseada naressurreicao dele?

Os Milagres — Aconteceram Realmente? 81

que Lucas era “um antigo historiador na tradic˜ao

dos historiadores do Antigo Testamento e na tradi-c

˜ao de Tuc

´ıdides [classificado como um dos maiores

historiadores do mundo antigo]. Igual a eles, deveter tido muito cuidado em investigar suas fontes,em selecionar sua mat

´eria e em dispor essa mat

´e-

ria. . . . Tuc´ıdides combinou esse m

´etodo com uma

paix˜ao pela exatid

˜ao hist

´orica: n

˜ao h

´a motivo para

se pensar que Lucas fizesse menos.”9

26 Que conclus˜ao tirou esse altamente qualifica-

do homem sobre o motivo de o t´

umulo de Jesus es-tar vazio em 16 de nis

˜a? Tanto no seu Evangelho

como no livro de Atos, Lucas relata como fato queJesus fora ressuscitado dentre os mortos. (Lucas24:1-52; Atos 1:3) N

˜ao tinha nenhuma d

´uvida sobre

isso. Talvez a sua crenca no milagre da ressurrei-c

˜ao fosse fortalecida pelas suas pr

´oprias experi

ˆen-

cias. Embora, pelo visto, ele n˜ao fosse testemunha

ocular da ressurreic˜ao, relata ter presenciado mila-

gres realizados pelo ap´

ostolo Paulo. — Atos 20:7-12;28:8, 9.

Eles Viram o Ressuscitado Jesus27 Dois dos Evangelhos s

˜ao tradicionalmente

atribu´ıdos a homens que conheceram Jesus, que o

viram morrer e que afirmaram tˆ

e-lo visto realmen-te ap

´os a sua ressurreic

˜ao. S

˜ao o ap

´ostolo Mateus,

ex-cobrador de impostos, e Jo˜ao, amado ap

´ostolo de

Jesus. Outro escritor b´ıblico, o ap

´ostolo Paulo, tam-

em afirmou ter visto o ressuscitado Cristo. Al´

emdisso, Paulo alista por nome outros que viram Jesusvivo depois de ter morrido, e diz que, numa oca-

26. (a) Que conclus˜ao tirou Lucas sobre a ressurreic

˜ao de Jesus?

(b) O que talvez lhe fortalecesse essa conclus˜ao?

27. Quem s˜ao alguns dos que afirmaram ter visto o ressuscitado

Jesus?

82 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

si˜ao, Jesus apareceu “a mais de quinhentos irm

˜aos”.

— 1 Cor´ıntios 15:3-8.

28 Um dos mencionados por Paulo como testemu-nha ocular

´e Tiago, meio-irm

˜ao carnal de Jesus, que

deve ter conhecido Jesus desde a infˆancia. Outro

´e

o ap´

ostolo Pedro; o historiador Lucas relata que eledeu destemido testemunho a respeito da ressurrei-c

˜ao de Jesus apenas poucas semanas depois da mor-

te deste. (Atos 2:23, 24) Duas cartas da B´ıblia s

˜ao

tradicionalmente atribu´ıdas a Pedro, e, na primeira

delas, Pedro mostra que sua crenca na ressurrei-c

˜ao de Jesus ainda lhe dava forte motivac

˜ao, mes-

mo muitos anos depois de ter acontecido. Ele escre-veu: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso SenhorJesus Cristo, pois, segundo a sua grande miseric

´or-

dia, ele nos deu um novo nascimento para uma espe-ranca viva por interm

´edio da ressurreic

˜ao de Jesus

Cristo dentre os mortos.” — 1 Pedro 1:3.29 Portanto, do mesmo modo que Lucas podia fa-

lar com aqueles que afirmavam ter visto Jesus ap´

osa sua morte e ter falado com ele, tamb

´em n

´os pode-

mos ler as palavras que alguns deles escreveram.E podemos julgar por n

´os mesmos se eles foram en-

ganados, se estavam tentando enganar-nos ou serealmente viram o ressuscitado Cristo. Francamen-te, n

˜ao h

´a meio de terem sido enganados. Diver-

sos deles haviam sido amigos´ıntimos de Jesus at

´e

a morte dele. Alguns deles presenciaram sua ago-nia na estaca de tortura. Viram o sangue e a

´agua

sair da ferida causada pela lanca do soldado. O sol-dado sabia, e eles tamb

´em, que Jesus indisputavel-

mente estava morto. Dizem que mais tarde viram

28. Que efeito teve a ressurreic˜ao de Jesus sobre Pedro?

29. Embora n˜ao possamos falar com testemunhas oculares da res-

surreic˜ao, n

˜ao obstante, que impressionante evid

ˆencia temos?

Os Milagres — Aconteceram Realmente? 83

Jesus vivo e que realmente falaram com ele. N˜ao,

eles n˜ao podiam ter sido enganados. Ent

˜ao, ser

´a que

tentaram enganar-nos por dizer que Jesus fora res-suscitado? — Jo

˜ao 19:32-35; 21:4, 15-24.

30 Para responder a isso, s´

o precisamos pergun-tar-nos: criam eles mesmos no que diziam? Sim,sem qualquer d

´uvida. Para os crist

˜aos, inclusive os

que afirmavam ser testemunhas oculares, a ressur-reic

˜ao de Jesus era toda a base para a sua crenca.

O ap´

ostolo Paulo disse: “Se Cristo n˜ao foi levanta-

do, a nossa pregac˜ao certamente

´e v

˜a e a nossa f

´e

´e

v˜a . . . Se Cristo n

˜ao foi levantado, a vossa f

´e

´e in

´u-

til.” (1 Cor´ıntios 15:14, 17) S

˜ao essas as palavras

dum homem que mente quando diz que viu o ressus-citado Cristo?

31 Pense no que significava ser crist˜ao naqueles

dias. N˜ao se ganhava prest

´ıgio, nem poder ou rique-

za com isso. Bem ao contr´ario. Muitos dos primitivos

crist˜aos ‘suportaram alegremente o saque de seus

bens’ por causa da sua f´

e. (Hebreus 10:34) O cristia-nismo exigia uma vida de sacrif

´ıcios e de persegui-

c˜ao, que em muitos casos terminava no mart

´ırio por

meio duma morte vergonhosa e dolorosa.32 Alguns crist

˜aos procediam de fam

´ılia pr

´ospe-

ra, tais como o ap´

ostolo Jo˜ao, cujo pai evidente-

mente tinha um bem-sucedido neg´

ocio de pesca naGalileia. Muitos tinham boas perspectivas quantoao futuro, tais como Paulo tinha, o qual, na

´epo-

ca em que aceitou o cristianismo, fora estudantedo famoso rabino Gamaliel e passara a distinguir-seaos olhos dos governantes judeus. (Atos 9:1, 2; 22:3;

30. Por que era imposs´ıvel que as primitivas testemunhas oculares

da ressurreic˜ao de Jesus mentissem?

31, 32. Que sacrif´ıcios fizeram os primitivos crist

˜aos, e por que

´e

isso uma forte evidˆ

encia de que esses crist˜aos falaram a verdade

quando disseram que Jesus fora ressuscitado?

84 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

`As vezes se faz a pergunta:‘Por que nao ocorrem hojemilagres do tipo bıblico?’A resposta e que os mila-gres cumpriram sua finali-dade la naquele tempo,mas Deus espera que hojevivamos pela fe. — Haba-cuque 2:2-4; Hebreus10:37-39.

Nos dias de Moises,ocorreram milagres paraconfirmar as credenciaisde Moises. Mostraram queJeova o estava usando etambem que o pacto da Leiera deveras de origem di-vina, e que os israelitas,daı em diante, eram opovo escolhido de Deus.—

ˆExodo 4:1-9, 30, 31;

Deuteronomio 4:33, 34.No primeiro seculo, os

milagres ajudaram a con-firmar as credenciais deJesus e, depois dele, da jo-vem congregacao crista.Ajudaram a demonstrarque Jesus era o prometidoMessias, que depois damorte dele o Israel carnalfoi substituıdo pela con-gregacao crista como povoespecial de Deus, e, assim,que a Lei de Moises naoera mais obrigatoria.

— Atos 19:11-20; Hebreus2:3, 4.

Apos os dias dos apos-tolos, passou o tempo dosmilagres. O apostolo Pau-lo explicou: “Quer hajadons de profetizar, seraoeliminados; quer haja lın-guas, cessarao; quer hajaconhecimento, sera elimi-nado. Pois temos conheci-mento parcial e profetiza-mos parcialmente; mas,quando chegar o que ecompleto, sera eliminadoo que e parcial.” — 1 Co-rıntios 13:8-10.

Hoje em dia, temos aBıblia completa, a qual in-clui todas as revelacoes econselhos de Deus. Temoso cumprimento de profe-cias, e temos um entendi-mento adiantado dos pro-positos de Deus. Portanto,nao ha mais necessidadede milagres. Todavia, omesmo espırito de Deus,que tornou possıvel os mi-lagres, ainda existe e pro-duz resultados que forne-cem uma igualmente forteevidencia do poder divino.Veremos mais sobre issonum capıtulo futuro.

Por Que N˜

ao Ocorrem Hoje Milagres?

Os Milagres — Aconteceram Realmente? 85

G´alatas 1:14) No entanto, todos viraram as costas

ao que este mundo oferecia, a fim de divulgar umamensagem baseada no fato de Jesus ter sido ressus-citado dentre os mortos. (Colossenses 1:23, 28) Porque fariam tais sacrif

´ıcios para sofrer por uma cau-

sa que soubessem basear-se numa mentira? A res-posta

´e que n

˜ao os fariam. Estavam dispostos a so-

frer e a morrer por uma causa que sabiam basear-seem verdade.

Milagres Acontecem Mesmo33 De fato, a evid

ˆencia testemunhal

´e absoluta-

mente convincente. Jesus foi realmente ressuscita-do dentre os mortos em 16 de nis

˜a de 33 EC. E vis-

to que essa ressurreic˜ao aconteceu mesmo, todos

os outros milagres da B´ıblia tamb

´em s

˜ao poss

´ıveis

— milagres para os quais tamb´

em temos s´

olida con-firmac

˜ao de testemunhas oculares. O mesmo Poder

que ressuscitou Jesus dentre os mortos tamb´

em ha-bilitou Jesus a ressuscitar o filho da vi

´uva de Naim.

Ele habilitou tamb´

em Jesus a realizar milagres me-nores — mas ainda assim maravilhosos — de cura.Foi Ele quem estava por tr

´as da alimentac

˜ao mi-

lagrosa da multid˜ao, e quem habilitou tamb

´em Je-

sus a andar sobre a´agua. — Lucas 7:11-15; Mateus

11:4-6; 14:14-21, 23-31.34 Assim, falar a B

´ıblia de milagres n

˜ao

´e motivo

de duvidar da veracidade dela. Antes, o fato de quemilagres aconteceram mesmo nos tempos b

´ıblicos

´e

uma poderosa prova de que a B´ıblia realmente

´e a

Palavra de Deus. Mas outra acusac˜ao

´e levantada

contra a B´ıblia. Muitos dizem que ela se contradiz e

que, por isso, n˜ao pode ser a Palavra de Deus.

´E isso

verdade?

33, 34. Visto que a ressurreic˜ao realmente aconteceu, o que pode-

mos dizer dos outros milagres da B´ıblia?

86 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

SE A B´IBLIA realmente

´e a Palavra de Deus, ela

deve ser harmoniosa, n˜ao contradit

´oria. Ent

˜ao,

por que parecem algumas passagens dela contra-dizer outras? Para responder a isso, temos de lem-brar-nos de que, embora a B

´ıblia seja a Palavra de

Deus, ela foi escrita por diversos homens duran-te um per

´ıodo de v

´arios s

´eculos. Esses escritores

tinham formac˜

oes, estilos de escrita e dons diferen-tes, e todas essas diferencas se refletem na escrita.

2 Al´

em disso, quando dois ou mais escritores tra-tam do mesmo evento, um deles talvez inclua por-menores que o outro omite. Outrossim, escritoresdiferentes apresentam a mat

´eria de modo diver-

so. Um deles talvez a escreva em ordem cronol´

ogi-ca, ao passo que outro talvez siga um arranjo di-ferente. Neste cap

´ıtulo, apresentaremos algumas

1, 2. (Inclua a introduc˜ao.) (a) Que acusac

˜ao

´e muitas vezes levan-

tada contra a B´ıblia? (b) De que devemos lembrar-nos ao comparar

diversas passagens b´ıblicas? (c) Quais s

˜ao alguns motivos de

`as ve-

zes haver uma diferenca no modo em que dois escritores b´ıblicos

relatam o mesmo evento?

Capıtulo��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 7´

E a B´ıblia

Contradit´

oria?Muitas vezes se levanta contra a Bıblia aacusacao de ela ser contraditoria. Usualmente,aqueles que fazem tal acusacao nao leram a Bıblia;apenas repetem o que ouviram falar. Alguns,porem, encontraram o que parecem ser genuınascontradicoes, e isso os perturba.

´E a B

´ıblia Contradit

´oria? 87

das supostas contradic˜

oes na B´ıblia e considerare-

mos como podem ser conciliadas, tomando em con-ta as considerac

˜oes acima mencionadas.

Testemunhas Independentes3 Algumas “contradic

˜oes” surgem quando te-

mos dois ou mais relatos sobre o mesmo incidente.Por exemplo, em Mateus 8:5 lemos que, quando Je-sus entrou em Cafarnaum, “veio a ele um oficial doex

´ercito, suplicando-lhe” que Jesus curasse o ser-

vo dele. Mas em Lucas 7:3 lemos que esse oficialdo ex

´ercito “enviou-lhe anci

˜aos dos judeus para lhe

pedirem [i.e., a Jesus] que viesse e fizesse seu es-cravo passar por isso a salvo”. Foi o oficial do ex

´er-

cito quem falou com Jesus ou enviou ele anci˜aos?

4 A resposta, obviamente,´

e que o homem enviouanci

˜aos dos judeus. Ent

˜ao, por que diz Mateus que

o pr´

oprio homem suplicou a Jesus? Porque, na rea-lidade, o homem pediu isso a Jesus por meio dos an-ci

˜aos judeus. Os anci

˜aos serviram de porta-vozes

dele.5 Para ilustrar isso, lemos em 2 Cr

ˆonicas 3:1:

“Por fim, Salom˜ao principiou a construir a casa de

Jeov´a em Jerusal

´em.” Mais adiante, lemos: “Assim

Salom˜ao acabou a casa de Jeov

´a.” (2 Cr

ˆonicas 7:11)

Ser´a que Salom

˜ao pessoalmente construiu o templo

do comeco ao fim? Claro que n˜ao. A construc

˜ao pro-

priamente dita foi feita por uma multid˜ao de art

´ıfi-

ces e trabalhadores. Mas Salom˜ao foi o organizador

da obra, o respons´avel por ela. Por isso, a B

´ıblia diz

que foi ele quem construiu a casa. Do mesmo modo,

3, 4. Quanto ao oficial do ex´

ercito, cujo servo estava doente, queaparente discrep

ˆancia existe entre o relato de Mateus e o de Lu-

cas, e como podem esses relatos ser conciliados?5. Por que diz a B

´ıblia que Salom

˜ao construiu o templo, quando a

obra propriamente dita foi claramente feita por outros?

88 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

o Evangelho de Mateus nos diz que o comandantemilitar se dirigiu a Jesus. Mas Lucas acrescenta opormenor de que ele se dirigiu a Jesus por meio dosanci

˜aos judeus.

6 O seguinte´

e um exemplo similar. Em Mateus20:20, 21, lemos: “Aproximou-se [de Jesus] a m

˜ae

dos filhos de Zebedeu com os seus filhos, prestan-do homenagem e pedindo-lhe algo.” Ela pediu queseus filhos obtivessem a posic

˜ao mais favorecida

quando Jesus entrasse no seu Reino. No relato deMarcos sobre esse mesmo evento lemos: “Tiagoe Jo

˜ao, os dois filhos de Zebedeu, aproximaram-

se [de Jesus] e disseram-lhe: ‘Instrutor, queremosque facas para n

´os o que for que te pecamos.’ ”

(Marcos 10:35-37) Foram os dois filhos de Zebedeu,ou foi a m

˜ae deles, quem fez o pedido a Jesus?

E evidente que foramos dois filhos de Zebedeuque fizeram o pedido, con-forme Marcos declara. Masfizeram-no por meio da suam

˜ae, conforme Mateus diz.

Ela era porta-voz deles.Isso

´e apoiado pelo relato

de Mateus, de que, quando os outros ap´

ostolos sou-beram o que a m

˜ae dos filhos de Zebedeu tinha fei-

to, ficaram indignados, n˜ao com a m

˜ae, mas “com

os dois irm˜aos”. — Mateus 20:24.

8 Escutou alguma vez duas pessoas descre-verem um acontecimento presenciado por am-bas? Em caso afirmativo, notou que cada pessoa

6, 7. Como podemos conciliar os dois relatos evang´

elicos diferen-tes sobre o pedido dos filhos de Zebedeu?8. Como

´e poss

´ıvel que dois relatos diferentes sobre o mesmo acon-

tecimento difiram um do outro e que ambos ainda assim sejamver

´ıdicos?

As aparentesdiscrepancias naBıblia provamque os escritoreseram realmentetestemunhasindependentes.

´E a B

´ıblia Contradit

´oria? 89

enfatizou os pormenores que mais a impressiona-ram? Uma delas talvez deixasse fora coisas que aoutra incluiu. Ambas, por

´em, falaram a verdade.

O mesmo se d´a com os quatro relatos evang

´elicos

sobre o minist´

erio de Jesus, assim como se d´a com

outros eventos hist´

oricos relatados por mais de umescritor b

´ıblico. Cada escritor escreveu informa-

oes exatas, mesmo que um relatasse pormenoresque outro omitiu. Por se considerarem todos os re-latos, pode-se obter um entendimento mais plenodo que aconteceu. Essas variac

˜oes provam que os

relatos b´ıblicos s

˜ao independentes. E sua harmonia

b´asica prova que s

˜ao ver

´ıdicos.

Leia o Contexto9 Muitas vezes, aparentes incoer

ˆencias podem

ser solucionadas por se examinar o contexto. Porexemplo, considere o muitas vezes levantado pro-blema da esposa de Caim. Lemos em G

ˆenesis 4:1, 2:

“A seu tempo, [Eva] deu`a luz Caim e disse: ‘Pro-

duzi um homem com o aux´ılio de Jeov

´a.’ Mais tarde

deu novamente`a luz, seu irm

˜ao Abel.” Conforme

´e

bem conhecido, Caim matou Abel; mas, depois, le-mos sobre Caim ter uma esposa e filhos. (G

ˆenesis

4:17) Se Ad˜ao e Eva tiveram apenas dois filhos,

onde encontrou Caim a sua esposa?10 A soluc

˜ao est

´a no fato de que Ad

˜ao e Eva tive-

ram mais do que dois filhos. De acordo com o con-texto, tiveram uma grande fam

´ılia. Em G

ˆenesis 5:3

lemos que Ad˜ao tornou-se pai de outro filho, cha-

mado Sete, e ent˜ao, no vers

´ıculo seguinte, lemos:

“Ele se tornou pai de filhos e de filhas.” (Gˆ

enesis5:4) De modo que Caim pode ter se casado com umadas suas irm

˜as ou mesmo com uma das suas so-

9, 10. Como nos ajuda o contexto a entender onde Caim obtevesua esposa?

90 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

brinhas. Naquele est´agio inicial da hist

´oria huma-

na, quando a humanidade estava ainda t˜ao perto

da perfeic˜ao, tal casamento

evidentemente n˜ao apresen-

tava os riscos para os filhosda uni

˜ao como apresentaria

hoje em dia.11 Considerarmos o con-

texto ajuda-nos tamb´

em aentender o que alguns afirmam ser uma discord

ˆan-

cia entre o ap´

ostolo Paulo e Tiago. Em Ef´

esios 2:8, 9,Paulo diz que os crist

˜aos s

˜ao salvos pela f

´e, n

˜ao por

obras. Ele diz: “Fostes salvos por interm´

edio da f´

e. . . n

˜ao se deve a obras.” Tiago, por

´em, insiste na

importˆancia das obras. Ele escreve: “Assim como

o corpo sem esp´ırito est

´a morto, assim tamb

´em a

e sem obras est´a morta.” (Tiago 2:26) Como essas

duas declarac˜

oes podem ser conciliadas?12 Ao considerar o contexto das palavras de Pau-

lo, verificamos que uma declarac˜ao complementa

a outra. O ap´

ostolo Paulo refere-se aos esforcos dosjudeus de guardar a Lei mosaica. Eles acreditavamque, se guardassem a Lei em todos os seus porme-nores, seriam justos. Paulo salientou que isso eraimposs

´ıvel. Nunca podemos tornar-nos justos — e

assim merecer a salvac˜ao — por nossas pr

´oprias

obras, porque somos inerentemente pecaminosos.Podemos ser salvos apenas pela f

´e no sacrif

´ıcio res-

gatador de Jesus. — Romanos 5:18.13 Tiago, por

´em, acrescenta o ponto vital de que

a f´

e, por si s´

o, n˜ao tem valor, se n

˜ao

´e apoiada por

11. Que suposta discordˆancia entre Tiago e o ap

´ostolo Paulo

´e in-

dicada por alguns?12, 13. Como complementam as palavras de Tiago aquelas doap

´ostolo Paulo, em vez de contradiz

ˆe-las?

A consideracaodo contextofrequentementeajuda a resolversupostascontradicoes.

´E a B

´ıblia Contradit

´oria? 91

obras. Quem afirma ter f´

e em Jesus deve provarisso por aquilo que faz. A f

´e inativa

´e uma f

´e mor-

ta, e n˜ao resulta em salvac

˜ao.

14 O ap´

ostolo Paulo estava de pleno acordo comisso, e ele frequentemente menciona as esp

´ecies

de obras em que os crist˜aos devem empenhar-se

para demonstrar sua f´

e. Por exemplo, ele escreveuaos romanos: “Com o corac

˜ao se exerce f

´e para a

justica, mas com a boca se faz declarac˜

ao p´

ublicapara a salvac

˜ao.” Fazermos uma “declarac

˜ao p

´ubli-

ca” — compartilhar nossa f´

e com outros —´

e vi-tal para a salvac

˜ao. (Romanos 10:10; veja tamb

´em

1 Cor´ıntios 15:58; Ef

´esios 5:15, 21-33; 6:15; 1 Tim

´o-

teo 4:16; 2 Tim´

oteo 4:5; Hebreus 10:23-25.) No en-tanto, nenhuma obra que o crist

˜ao possa fazer, e

certamente nenhum esforco de cumprir a Lei deMois

´es, lhe granjear

´a o direito de ter vida eterna.

Essa´

e “o dom dado por Deus” aos que exercem f´

e.— Romanos 6:23; Jo

˜ao 3:16.

Pontos de Vista Diferentes15

`As vezes, os escritores b

´ıblicos escreveram de

pontos de vista diferentes sobre o mesmo aconteci-mento, ou apresentaram seus relatos de modos di-ferentes. Quando essas diferencas s

˜ao tomadas em

considerac˜ao,

´e f

´acil solucionar outras aparentes

contradic˜

oes. Um exemplo disso encontra-se emN

´umeros 35:14, onde Mois

´es fala a respeito do ter-

rit´

orio a leste do Jord˜ao como “deste lado do Jor-

d˜ao”. Josu

´e, por

´em, falando sobre a terra a leste do

Jord˜ao, chamou-a de o “outro lado do Jord

˜ao”. (Jo-

su´

e 22:4) O que´

e certo?

14. Em que passagens mostra Paulo que estava de pleno acordocom o princ

´ıpio de que a f

´e viva tem de ser demonstrada por obras?

15, 16. Como podiam tanto Mois´

es como Josu´

e estar certos quan-do um disse que o leste do Jord

˜ao era “deste lado” do rio, ao passo

que o outro disse que era do “outro lado”?

92 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

Pouco depois, ele ouviuum relato bem diferente.Ele diz: “Soubemos doneto da falecida que elafora vıtima duma colisao,foi jogada fora do carroem que viajava e tevemorte instantanea. O ra-paz estava bastante segu-ro desses fatos.

“Muito mais tarde. . . tentamos harmonizarisso. Soubemos que a avoestava esperando um oni-bus, foi atingida por ou-tro onibus e foi grave-mente ferida. Ela foralevada as pressas ao hos-pital por um carro quepassava, mas, na pressa,o carro em que ela estava

sendo transportada aohospital colidiu com ou-tro carro. Ela foi jogadafora do carro e morreuinstantaneamente.”

Sim, dois relatos sobreo mesmo evento podemser verıdicos, embora pa-recam discordar entre si.Isso se da as vezes com aBıblia. Testemunhas in-dependentes podem des-crever pormenores dife-rentes do mesmo evento.Em vez de ser contradi-torio, porem, o que escre-vem e complementar, ese levarmos em conta to-dos os relatos, obteremosum entendimento melhordo que aconteceu.

“Discrepˆ

ancias” N˜

ao S˜

aoNecessariamente Contradic

˜oes

Kenneth S. Kantzer, te´

ologo, certa vezilustrou como dois relatos sobre o mesmoevento podem parecer contradit

´orios e ainda

assim ser ver´ıdicos. Ele escreveu: “H

´a algum

tempo, a m˜

ae de um querido amigo nosso foimorta. Soubemos da sua morte primeiroatrav

´es de um amigo m

´utuo de confianca,

que relatou que a m˜

ae de nosso amigoestivera de p

´e na esquina da rua

`a espera

dumˆ

onibus, que ela foi atingida por outroˆ

onibus que passava, foi ferida fatalmente emorreu alguns minutos depois.”

´E a B

´ıblia Contradit

´oria? 93

16 Na realidade, ambos est˜ao certos. Segundo o

relato em N´

umeros, os israelitas ainda n˜ao haviam

atravessado o rio Jord˜ao para a Terra da Promes-

sa, de modo que o leste do Jord˜ao era ‘este lado’.

Mas Josu´

e j´a atravessara o Jord

˜ao. Ele se encon-

trava ent˜ao literalmente ao oeste do rio, na terra

de Cana˜a. De modo que o leste do Jord

˜ao, para ele,

era o “outro lado”.17 Al

´em disso, a maneira em que uma narrativa

´e composta pode levar a uma aparente contradic

˜ao.

Em Gˆ

enesis 1:24-26, a B´ıblia indica que os animais

foram criados antes do homem. Mas Gˆ

enesis 2:7,19, 20 parece dizer que o homem foi criado antesdos animais. Por que essa discrep

ˆancia? Porque os

dois relatos da criac˜ao consideram-na de dois pon-

tos de vista diferentes. O primeiro descreve a cria-c

˜ao dos c

´eus e da terra, e de tudo o que h

´a neles.

(Gˆ

enesis 1:1–2:4) O segundo concentra-se na cria-c

˜ao da raca humana e na sua queda no pecado.

— Gˆ

enesis 2:5–4:26.18 O primeiro relato

´e composto cronologica-

mente, dividido em seis “dias” consecutivos. O se-gundo se acha escrito em ordem da import

ˆancia

dos assuntos. Depois de um curto pr´

ologo, passa di-retamente, de forma l

´ogica, para a criac

˜ao de Ad

˜ao,

visto que ele e sua fam´ılia s

˜ao o assunto daquilo

que segue. (Gˆ

enesis 2:7) Outras informac˜

oes s˜ao

ent˜ao acrescentadas conforme necess

´arias. Fica-

mos sabendo que Ad˜ao, depois da sua criac

˜ao, devia

viver num jardim no´

Eden. De modo que se men-ciona ent

˜ao o estabelecimento do jardim do

´Eden.

17. (a) Que suposta incoerˆ

encia´

e indicada por alguns nos primei-ros dois cap

´ıtulos de G

ˆenesis? (b) Qual

´e a raz

˜ao b

´asica da suposta

discrepˆancia?

18. Como podemos conciliar a aparente discrepˆancia entre os dois

relatos da criac˜ao, nos primeiros cap

´ıtulos de G

ˆenesis?

94 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

(Gˆ

enesis 2:8, 9, 15) Jeov´a mandou que Ad

˜ao des-

se nome a “todo animal selv´atico do campo e toda

criatura voadora dos c´

eus”. Era ent˜ao tempo de

mencionar que “Jeov´a Deus estava formando do

solo” todas essas criaturas, embora a criac˜ao delas

comecasse muito antes de Ad˜ao aparecer no cen

´a-

rio. — Gˆ

enesis 2:19; 1:20, 24, 26.

Leia o Relato com Cuidado19

`As vezes, para resolver aparentes contradi-

oes, s´

e preciso ler o relato com cuidado e ra-ciocinar sobre as informac

˜oes providas. Isso se d

´a

quando consideramos a conquista de Jerusal´

em pe-los israelitas. Jerusal

´em estava alistada como par-

te da heranca de Benjamim, mas lemos que a tribode Benjamim n

˜ao conseguiu conquist

´a-la. (Josu

´e

18:28; Ju´ızes 1:21) Lemos tamb

´em que Jud

´a n

˜ao

conseguiu conquistar Jerusal´

em — como se fizesseparte da heranca dessa tribo. Por fim, Jud

´a captu-

rou Jerusal´

em, incendiando-a. (Josu´

e 15:63; Ju´ızes

1:8) Todavia, registra-se tamb´

em que Davi, cente-nas de anos depois, conquistou Jerusal

´em. — 2 Sa-

muel 5:5-9.20

`A primeira vista, tudo isso pode parecer con-

fuso, mas realmente n˜ao h

´a contradic

˜oes. De fato,

a fronteira entre a heranca de Benjamim e a deJud

´a estendia-se ao longo do vale de Hinom, atra-

vessando a antiga cidade de Jerusal´

em. A parte quemais tarde passou a ser chamada de Cidade de Daviestava realmente no territ

´orio de Benjamim, assim

como Josu´

e 18:28 diz. Mas´

e prov´avel que a cidade

jebuseia de Jerusal´

em se estendesse para o outro

19. Que aparente confus˜ao existe no relato b

´ıblico sobre a tomada

de Jerusal´

em?20, 21. Quando se examinam cuidadosamente todos os porme-nores relevantes, qual a hist

´oria que emerge sobre os hebreus

tomarem a cidade de Jerusal´

em?´

E a B´ıblia Contradit

´oria? 95

lado do vale de Hinom e assim passasse para o ter-rit

´orio de Jud

´a, de modo que tamb

´em Jud

´a tinha de

guerrear contra os seus habitantes cananeus.21 Benjamim n

˜ao conseguiu tomar a cidade. Em

certa ocasi˜ao, Jud

´a tomou Jerusal

´em e incendiou-

a. (Ju´ızes 1:8, 9) Mas as forcas de Jud

´a eviden-

temente passaram adiante, e alguns dos habitan-tes originais recuperaram a posse da cidade. Maistarde, constitu

´ıam um bols

˜ao de resist

ˆencia que

nem Jud´a nem Benjamim conseguiram remover.

De modo que os jebuseus continuaram em Jerusa-l

´em at

´e Davi conquistar a cidade centenas de anos

mais tarde.22 Encontramos um segundo exemplo nos Evan-

gelhos. Lemos no Evangelho de Jo˜ao a respeito

de Jesus ser levado para ser morto: “Levando elemesmo a estaca de tortura, saiu.” (Jo

˜ao 19:17) No

entanto, lemos em Lucas: “Ent˜ao, quando o leva-

ram embora, pegaram Sim˜ao, certo nativo de Cire-

ne, que vinha do campo, e puseram nele a esta-ca de tortura para a levar atr

´as de Jesus.” (Lucas

23:26) Foi Jesus quem carregou o instrumento dasua morte ou foi Sim

˜ao quem o carregou para ele?

23 No comeco, Jesus evidentemente carregou asua pr

´opria estaca de tortura, assim como Jo

˜ao

indica. Mais tarde, por´

em, conforme atestam Ma-teus, Marcos e Lucas, Sim

˜ao de Cirene foi recruta-

do para carreg´a-la por ele o restante do caminho

at´

e o lugar da execuc˜ao.

Prova de Independˆ

encia24

´E verdade que h

´a na B

´ıblia algumas aparen-

22, 23. Quem carregou a estaca de tortura de Jesus ao lugar deexecuc

˜ao?

24. Por que n˜ao nos deve surpreender encontrar algumas aparen-

tes incoerˆ

encias na B´ıblia, mas o que n

˜ao devemos concluir disso?

96 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

tes incoerˆ

encias dif´ıceis de serem conciliadas. Mas

n˜ao devemos presumir que se trata definitivamen-

te de contradic˜

oes. Muitas vezes se trata apenasdum caso de falta de informac

˜oes completas. A B

´ı-

blia fornece suficiente conhecimento para satisfa-zer nossas necessidades espirituais. Mas se ela nosfornecesse todos os pormenores sobre cada eventomencionado, ela seria uma enorme biblioteca, dif

´ı-

cil de manejar, em vez de ser o livro jeitoso, f´acil

de carregar, que temos hoje.25 Falando sobre o minist

´erio de Jesus, o ap

´osto-

lo Jo˜ao escreveu com justific

´avel exagero: “H

´a, de

fato, tamb´

em muitas outras coisas que Jesus fez,as quais, se alguma vez fossem escritas em todosos pormenores, suponho que o pr

´oprio mundo n

˜ao

poderia conter os rolos escritos.” (Jo˜ao 21:25) Mais

imposs´ıvel ainda seria registrar todos os pormeno-

res da longa hist´

oria do povo de Deus, desde ospatriarcas at

´e a congregac

˜ao crist

˜a do primeiro s

´e-

culo!26 Na realidade, a B

´ıblia

´e um milagre de con-

densac˜ao. Cont

´em informac

˜oes suficientes para

habilitar-nos a reconhecˆ

e-la como mais do quemera obra humana. Quaisquer variac

˜oes que con-

em provam que os escritores deveras eram teste-munhas independentes. Por outro lado, a not

´avel

unidade da B´ıblia — que consideraremos em mais

detalhes num cap´ıtulo mais adiante — demonstra

sem qualquer d´

uvida a sua origem divina. Ela´

e apalavra de Deus, n

˜ao de homem.

25. O que diz Jo˜ao a respeito do registro sobre o minist

´erio de Je-

sus, e como nos ajuda isso a entender por que a B´ıblia n

˜ao fornece

todos os pormenores a respeito de cada evento?26. A B

´ıblia cont

´em informac

˜oes suficientes para termos certeza

de que fato vital?´

E a B´ıblia Contradit

´oria? 97

HOJE´

e bem difundida a ideia de que a B´ıblia

´e

anticient´ıfica, e alguns apontam para as expe-

riˆ

encias de Galileu para provar isso. Mas´

e isso ver-dade? Ao respondermos a essa pergunta, temos denos lembrar de que a B

´ıblia

´e um livro de profe-

cia, hist´

oria, orac˜ao, lei, conselho e conhecimento

sobre Deus. Ela n˜ao pretende ser um comp

ˆendio de

ciˆ

encia. N˜ao obstante, quando a B

´ıblia toca em as-

suntos cient´ıficos, aquilo que ela diz

´e inteiramente

exato.

1. (Inclua a introduc˜ao.) (a) O que aconteceu quando Galileu suge-

riu que a Terra orbita em torno do Sol? (b) Embora a B´ıblia n

˜ao

seja um compˆ

endio de ciˆ

encia, o que verificamos quando a compa-ramos com a ci

ˆencia moderna?

Capıtulo��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 8

ACiˆ

encia:Refuta Elaa B

´ıblia?

Em 1613, o cientista italiano Galileu publicou umaobra conhecida como “Cartas Sobre as ManchasSolares”. Nessa obra, ele apresentou evidencia deque a Terra orbita em torno do Sol, em vez de o Solem torno da Terra. Ao fazer isso, desencadeou umaserie de eventos, que finalmente o levaram perantea Inquisicao Catolica Romana sob “veementesuspeita de heresia”. Por fim, foi obrigado a“retratar-se”. Por que era considerada heresia aideia de que a Terra se move em torno do Sol?Porque os acusadores de Galileu afirmavam queisso era contrario ao que a Bıblia diz.

98 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

Nosso Planeta Terra2 Tome, por exemplo, o que a B

´ıblia diz sobre o

nosso planeta, a Terra. No livro de J´

o lemos: “[Deus]estende o norte sobre o vazio, suspende a terra so-bre o nada.” (J

´o 26:7) Compare isso com a declara-

c˜ao de Isa

´ıas, que diz: “H

´a Um que mora acima do

c´ırculo da terra.” (Isa

´ıas 40:22) O quadro apresenta-

do, de uma Terra redonda, ‘suspensa sobre o nada’,no “vazio”, lembra-nos fortemente as fotografias doglobo terrestre suspenso no espaco, tiradas por as-tronautas.

3 Considere tamb´

em o espantoso ciclo da´agua,

da Terra. A Enciclop´

edia de Compton descreve do se-guinte modo o que acontece: “A

´agua . . . evapora

da superf´ıcie dos oceanos para a atmosfera . . . Cor-

rentes de ar em constante movimento na atmosfe-ra da terra levam o ar

´umido terra adentro. Quando

o ar esfria, o vapor condensa-se para formar got´ıcu-

las de´agua. Essas costumam ser vistas mais como

nuvens. Frequentemente, essas got´ıculas se juntam

para formar gotas de chuva. Se a atmosfera estiverbastante fria, formar-se-

˜ao flocos de neve, em vez

de gotas de chuva. De qualquer modo, a´agua que

viajou desde um oceano por centenas ou mesmo mi-lhares de milhas cai para a superf

´ıcie da terra. Ali

2. Como descreve a B´ıblia a posic

˜ao da Terra no espaco?

3, 4. O que´

e o ciclo da´agua, da Terra, e o que diz a B

´ıblia sobre

isso?

A descric˜

ao b´ıblica,

de que a Terra est´

asuspensa no espaco,concorda muito bemcom o que astronautasrelataram terobservado.

se junta em correntes ou penetra no solo, e iniciasua viagem de volta para o mar.”1

4 Este not´avel processo, que possibilita haver

vida em terra seca, foi bem descrito na B´ıblia cerca

de 3.000 anos atr´as, em termos simples e diretos:

“Todos os rios correm para o mar, por´

em o mar n˜ao

fica cheio. A´agua volta para onde nascem os rios, e

tudo comeca outra vez.” — Eclesiastes 1:7, A B´ıblia

na Linguagem de Hoje.5 Talvez ainda mais not

´avel seja a compreens

˜ao

da hist´

oria dos montes provida pela B´ıblia. O se-

guinte´

e o que um compˆ

endio de geologia diz: “Des-de tempos pr

´e-cambrianos at

´e o presente, o proces-

so perp´

etuo do desenvolvimento e da destruic˜ao de

montes tem continuado. . . . Os montes n˜ao somen-

te se tˆ

em originado do leito de mares desapareci-dos, mas frequentemente t

ˆem sido submersos muito

depois da sua formac˜ao, e ent

˜ao novamente eleva-

dos.”2 Compare isso com a linguagem po´

etica do sal-mista: “Cobriste-a [a Terra] de

´agua de profundeza

como vestimenta. As´aguas pararam acima dos pr

´o-

prios montes. Montes passaram a subir, vales pla-nos passaram a descer — ao lugar que para elas fun-daste.” — Salmo 104:6, 8.

“No Princ´ıpio”

6 Logo o primeiro vers´ıculo da B

´ıblia declara:

“No princ´ıpio Deus criou os c

´eus e a terra.” (G

ˆene-

sis 1:1) As observac˜

oes feitas por cientistas os tˆ

emlevado a teorizar que o Universo material de fatoteve um princ

´ıpio. N

˜ao existiu sempre. O astr

ˆonomo

Robert Jastrow, agn´

ostico em assuntos religiosos,

5. Como est´a notavelmente atualizado o coment

´ario do salmista

sobre a hist´

oria dos montes da terra?6. Que declarac

˜ao b

´ıblica est

´a em harmonia com as atuais teorias

cient´ıficas sobre a origem do Universo?

100 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

escreveu: “Os pormenores diferem, mas os elemen-tos essenciais no relato astron

ˆomico e nos relatos b

´ı-

blicos de Gˆ

enesis s˜ao os mesmos: a cadeia de eventos

que conduz ao homem comecou s´

ubita e distinta-mente num momento definido do tempo, num cla-r

˜ao de luz e energia.”3

E verdade que muitos cientistas, emboracreiam que o Universo teve princ

´ıpio, n

˜ao aceitam a

declarac˜ao de que “Deus criou”. N

˜ao obstante, al-

guns admitem agora que´

e dif´ıcil n

˜ao fazer caso da

evidˆ

encia de alguma esp´

ecie de inteligˆ

encia por de-tr

´as de tudo. O professor de f

´ısica Freeman Dyson

comenta: “Quanto mais eu examino o Universo e es-tudo os pormenores da sua arquitetura, tanto maisevid

ˆencia encontro de que o Universo, em certo sen-

tido, deve ter sabido que n´

os est´avamos chegando.”

8 Dyson prossegue, admitindo: “Sendo eu cien-tista, treinado nos h

´abitos do pensamento e da lin-

guagem do s´

eculo vinte, em vez de nos do s´

eculodezoito, n

˜ao afirmo que a arquitetura do Universo

prova a existˆ

encia de Deus. Afirmo apenas que a ar-quitetura do Universo

´e coerente com a hip

´otese

de que a mente desempenha um papel essencial noseu funcionamento.”4 Seus coment

´arios certamen-

te revelam a atitude c´

eptica dos nossos tempos. Mas,deixando de lado tal cepticismo, observa-se uma no-t

´avel harmonia entre a ci

ˆencia moderna e a decla-

rac˜ao b

´ıblica de que “no princ

´ıpio Deus criou os c

´eus

e a terra”. — Gˆ

enesis 1:1.

Sa´

ude e Saneamento9 Considere a maneira de a B

´ıblia abranger

7, 8. Embora n˜ao admitam o papel desempenhado por Deus no

assunto, o que se veem muitos cientistas obrigados a admitir a res-peito da origem do Universo?9. Como reflete sabedoria pr

´atica a lei b

´ıblica a respeito de doen-

cas infecciosas da pele? (J´

o 12:9, 16a)

A Ciˆ

encia: Refuta Ela a B´ıblia? 101

outro campo: a sa´

ude e o saneamento. Quando umisraelita tinha uma mancha na pele de que se sus-peitava ser leprosa, ele era posto em isolamento.“Ser

´a impuro todos os dias em que a praga estiver

nele. Ele´

e impuro. Deve morar isolado. Seu lugarde morada

´e fora do acampamento.” (Lev

´ıtico 13:46)

At´

e mesmo as vestes contaminadas eram queima-das. (Lev

´ıtico 13:52) Naqueles dias, essa era uma

maneira eficaz de impedir que a infecc˜ao se espa-

lhasse.10 Outra lei importante tinha que ver com a eli-

minac˜ao do excremento humano, que tinha de ser

enterrado fora do acampamento. (Deuteronˆ

omio23:12, 13) Essa lei, sem d

´uvida, resguardou Israel

de muitas doencas. At´

e mesmo hoje, em alguns pa´ı-

ses, criam-se graves problemas de sa´

ude por causada eliminac

˜ao impr

´opria dos dejetos humanos. Se as

pessoas nessas terras t˜ao somente seguissem a lei

escrita h´a milhares de anos na B

´ıblia, teriam muito

mais sa´

ude.11 As elevadas normas de higiene, da B

´ıblia, at

´e

mesmo envolviam a sa´

ude mental. Um prov´

erbio b´ı-

blico diz: “O corac˜ao calmo

´e a vida do organismo

carnal, mas o ci´

ume´

e podrid˜ao para os ossos.” (Pro-

erbios 14:30) Em anos recentes, a pesquisa m´

edica

10. Como se beneficiariam muitos em alguns pa´ıses se seguissem

o conselho b´ıblico sobre a higiene?

11. Que conselho b´ıblico sobre a sa

´ude mental tem-se mostrado

pr´atico?

A B´ıblia n

˜ao se envolve

em dizer que a Terraorbita em torno do Solou o Sol em torno daTerra.

demonstrou que nossa sa´

ude f´ısica de fato

´e afeta-

da pela nossa atitude mental. Por exemplo, a Douto-ra C. B. Thomas, da Universidade de Johns Hopkins,estudou mais de mil pessoas formadas na universi-dade, durante um per

´ıodo de 16 anos, confrontan-

do as caracter´ısticas psicol

´ogicas delas com a sua

vulnerabilidade a doencas. Uma coisa ela notou: aspessoas formadas mais vulner

´aveis a doencas eram

aquelas que mais se zangavam e que mais ansiosasficavam sob press

˜ao.5

O Que Diz a B´ıblia?

12 Se a B´ıblia

´e t

˜ao exata em campos cient

´ıfi-

cos, por que dizia a Igreja Cat´

olica que o ensino deGalileu, de que a Terra se movia em torno do Sol,era antib

´ıblico? Por causa da maneira em que as

autoridades interpretavam certos vers´ıculos da B

´ı-

blia.6 Tinham raz˜ao? Leiamos duas dessas passa-

gens que citavam e vejamos.13 Uma passagem diz: “O sol se levanta, o sol se

deita, apressando-se a voltar ao seu lugar para no-vamente tornar a nascer.” (Eclesiastes 1:5, A B

´ıblia

de Jerusal´

em) Segundo o argumento da Igreja, ex-press

˜oes tais como “o sol se levanta” e “o sol se dei-

ta”, significavam que o Sol, n˜ao a Terra, se loco-

move. No entanto, mesmo hoje, dizemos que o Solse levanta e se p

˜oe, e a maioria de n

´os sabe que

´e

a Terra que orbita, n˜ao o Sol. Quando usamos ex-

press˜

oes assim, apenas descrevemos o aparente mo-vimento do Sol, conforme parece ao observador hu-mano. O escritor b

´ıblico fez exatamente o mesmo.

14 A outra passagem diz: “Assentaste a terra

12. Por que insistiu a Igreja Cat´

olica que a teoria de Galileu, a res-peito da Terra, era heresia?13, 14. Que vers

´ıculos b

´ıblicos foram mal-aplicados pela Igreja Ca-

olica? Queira explicar isso.

A Ciˆ

encia: Refuta Ela a B´ıblia? 103

sobre suas bases, inabal´avel para sempre e eterna-

mente.” (Salmo 104:5, A B´ıblia de Jerusal

´em) Isso foi

interpretado como significando que a Terra, ap´

os asua criac

˜ao, n

˜ao se podia mais locomover. Na reali-

dade, por´

em, este vers´ıculo enfatiza a perman

ˆen-

cia da Terra, n˜ao a sua imobilidade. A Terra nunca

ser´a ‘abalada’ para deixar de existir, ou ser des-

tru´ıda, conforme outros vers

´ıculos da B

´ıblia con-

firmam. (Salmo 37:29; Eclesiastes 1:4) Este textotampouco tem algo que ver com os movimentos re-lativos da Terra e do Sol. No tempo de Galileu, foi aIgreja, n

˜ao a B

´ıblia, que impediu o livre debate cien-

t´ıfico.

Evoluc˜

ao e Criac˜

ao15 No entanto, h

´a um campo em que, segundo

muitos, a ciˆ

encia moderna e a B´ıblia irremediavel-

mente divergem. A maioria dos cientistas crˆ

e na teo-ria da evoluc

˜ao, a qual ensina que todas as coisas vi-

vas evolu´ıram duma forma simples de vida, que veio`

a existˆ

encia h´a milh

˜oes de anos. A B

´ıblia, por outro

lado, ensina que cada um dos principais grupos decoisas vivas foi criado especialmente e se reproduzapenas “segundo a sua esp

´ecie”. Ela diz que o ho-

mem foi criado “do p´

o do solo”. (Gˆ

enesis 1:21; 2:7)Trata-se aqui dum flagrante erro cient

´ıfico da B

´ı-

blia? Antes de decidirmos isso, examinemos mais deperto o que a ci

ˆencia realmente sabe, em confronto

com o que ela teoriza.16 A teoria da evoluc

˜ao foi popularizada no s

´ecu-

lo passado por Charles Darwin. Quando Darwin es-tava nas ilhas Gal

´apagos, no Pac

´ıfico, ficou muito

impressionado com as diferentes esp´

ecies de tenti-

15. Qual´

e a teoria da evoluc˜ao, e como contradiz ela a B

´ıblia?

16-18. (a) Qual foi uma das observac˜

oes feitas por Charles Dar-win, que o levou a crer na evoluc

˜ao? (b) Como podemos argumentar

que aquilo que Darwin observou nas ilhas Gal´apagos n

˜ao contradiz

a B´ıblia?

104 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

lh˜

oes nas diversas ilhas, todos os quais, segundo de-duziu, devem ter descendido de apenas uma esp

´ecie

ancestral. Parcialmente por causa dessas observa-c

˜oes, ele promoveu a teoria de que todas as coisas

vivas provinham de uma s´

o forma original simples.A forca impulsora por detr

´as da evoluc

˜ao das cria-

turas superiores a partir das inferiores, segundo ele,era a selec

˜ao natural, a sobreviv

ˆencia do mais apto.

Gracas`a evoluc

˜ao, segundo ele alegava, os animais

terrestres se desenvolveram de peixes, as aves der

´epteis, e assim por diante.

17 Na realidade, o que Darwin observou naquelasilhas isoladas n

˜ao estava em desacordo com a B

´ıblia,

que permite variac˜

oes dentro de uma principal esp´

e-cie viva. Por exemplo, todas as racas da humanidadeprocederam de apenas um casal humano original.(G

ˆenesis 2:7, 22-24) De modo que n

˜ao

´e estranho que

aquelas diferentes esp´

ecies de tentilh˜

oes descendes-sem duma esp

´ecie ancestral comum. Mas estes con-

tinuaram a ser tentilh˜

oes. N˜ao evolu

´ıram para se

tornar falc˜

oes ou´aguias.

18 Nem as diversas esp´

ecies de tentilh˜

oes, nemqualquer outra coisa que Darwin viu, prova que

A Ciˆ

encia: Refuta Ela a B´ıblia? 105

A “EnciclopediaDelta Universal” relata:“Todos os elementosquımicos que formam osseres vivos tambem estaopresentes na materiainanimada.” Em outraspalavras, os elementosquımicos basicos que

compoem os organismosvivos, incluindo o homem,tambem sao encontradosna propria Terra. Isso seharmoniza com adeclaracao da Bıblia:“E Jeova Deus passou aformar o homem do po dosolo.” — Genesis 2:7.

“Do P´

o”

todas as coisas viventes, quer tubar˜

oes, quer gai-votas, elefantes ou minhocas, tenham tido um an-cestral comum. Todavia, muitos cientistas afirmamque a evoluc

˜ao n

˜ao

´e mais apenas uma teoria, mas

sim um fato. Outros, embora reconhecam os proble-mas da teoria, dizem que creem nela mesmo assim.´E popular fazer isso. N

´os, por

´em, precisamos saber

se a evoluc˜ao foi provada a tal ponto, que a B

´ıblia

tem de estar errada.

Foi Provada?19 Como se pode testar a teoria da evoluc

˜ao? A

maneira mais´

obvia´

e examinar a documentac˜ao f

´os-

sil, para ver se realmente houve uma gradual mu-danca de uma esp

´ecie para outra. Ser

´a que houve?

N˜ao, conforme admitem honestamente uma s

´erie

de cientistas. Um deles, Francis Hitching, escreve:“Quando se procuram elos entre os principais gru-pos de animais, esses simplesmente n

˜ao existem.”7

Essa falta de evidˆ

encia na documentac˜ao f

´ossil

´e t

˜ao

´obvia, que os evolucionistas surgiram com alterna-tivas da teoria de Darwin, de uma mudanca gradual.No entanto, a verdade

´e que o repentino apareci-

mento de esp´

ecies de animais na documentac˜ao f

´os-

sil apoia muito mais a criac˜ao especial do que ela

apoia a evoluc˜ao.

20 Al´

em disso, Hitching mostra que as criatu-ras vivas s

˜ao programadas para se reproduzirem

com exatid˜ao, em vez de evolu

´ırem em outra coisa.

Ele diz: “As c´

elulas vivas se reproduzem com fide-lidade quase que total. O grau de erro

´e t

˜ao

´ınfi-

mo, que nenhuma m´aquina de fabricac

˜ao humana

pode chegar perto disso. H´a tamb

´em restric

˜oes ine-

19. A documentac˜ao f

´ossil apoia a evoluc

˜ao ou a criac

˜ao?

20. Por que n˜ao permite a maneira de as c

´elulas vivas se reprodu-

zirem que haja evoluc˜ao?

106 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

rentes. As plantas atingem certo tamanho e se ne-gam a crescer mais. As moscas-das-frutas negam-se a se tornar outra coisa sen

˜ao moscas-das-frutas,

n˜ao importa quais as circunst

ˆancias que se inven-

tem.”8 Mutac˜

oes, induzidas por cientistas durantemuitas d

´ecadas em moscas-das-frutas, n

˜ao conse-

guiram forcar essas a evoluir em outra coisa.

A Origem da Vida21 Outra quest

˜ao espinhosa que os evolucionistas

deixaram de resolver´

e: qual foi a origem da vida?Como veio a existir a primeira forma de vida sim-ples — da qual todos n

´os supostamente descende-

mos? H´a s

´eculos, isso n

˜ao teria parecido problema.

A maioria das pessoas acreditava ent˜ao que as mos-

cas podiam desenvolver-se de carne em decomposi-c

˜ao e que uma pilha de trapos velhos podia produ-

zir espontaneamente ratos. No entanto, h´a mais de

21. Que conclus˜ao provada por Louis Pasteur constitui um s

´erio

problema para os evolucionistas?

A Ciˆ

encia: Refuta Ela a B´ıblia? 107

Alguns indicam as simila-ridades fısicas entre o ho-mem e certos animaiscomo prova do parentescoentre eles. No entanto, elestem de concordar que asfaculdades mentais do ho-mem sao muito superioresas de qualquer animal. Porque tem o homem a capaci-dade de fazer planos e deorganizar o mundo em vol-ta dele, a faculdade doamor, inteligencia supe-

rior, consciencia e concep-cao do passado, do presen-te e do futuro? A evolucaonao consegue responder aisso. Mas a Bıblia sim,quando diz: “Deus passoua criar o homem a suaimagem, a imagem deDeus o criou.” (Genesis1:27) No que se refere asfaculdades mentais e mo-rais, e ao potencial do ho-mem, ele reflete seu Paicelestial.

“`

A Imagem de Deus”

cem anos, o qu´ımico franc

ˆes Louis Pasteur demons-

trou claramente que a vida s´

o pode proceder de vidapreexistente.

22 Ent˜ao, como explicam os evolucionistas a ori-

gem da vida? Segundo a teoria mais popular, umacombinac

˜ao casual de subst

ˆancias qu

´ımicas e de

energia provocou uma gerac˜ao espont

ˆanea de vida,

h´a milh

˜oes de anos. Que dizer do princ

´ıpio provado

por Pasteur? A Enciclop´

edia Delta Universal explica:“Pasteur mostrou que a vida n

˜ao pode originar-se

espontaneamente nas presentes condic˜

oes qu´ımicas

e f´ısicas da Terra. Bilh

˜oes de anos atr

´as, por

´em, as

condic˜

oes qu´ımicas e f

´ısicas da Terra eram muit

´ıs-

simo diferentes”!9

23 Mesmo sob condic˜

oes bem diferentes, por´

em,h

´a uma enorme brecha entre mat

´eria inanimada e

a coisa viva mais simples. Michael Denton, no seu li-vro Evoluc

˜ao: Uma Teoria em Crise, diz: “Entre uma

elula viva e o sistema n˜ao biol

´ogico mais altamen-

te ordenado, tal como um cristal ou um floco deneve, h

´a o mais vasto e absoluto abismo que se pos-

sa imaginar.”10 A ideia de que mat´

eria inanimadapossa passar a ter vida por algum acaso fortuito

´e

t˜ao remota, que

´e imposs

´ıvel. A explicac

˜ao b

´ıblica,

de que ‘vida procede de vida’, visto que a vida foicriada por Deus, est

´a convincentemente em harmo-

nia com os fatos.

Por Que N˜

ao Aceitam a Criac˜

ao24 Apesar dos problemas inerentes na teoria da

evoluc˜ao, a crenca na criac

˜ao

22, 23. Segundo os evolucionistas, comose originou a vida, mas o que mostram osfatos?24. Apesar dos problemas da teoria, porque se apega ainda a maioria dos evolu-cionistas

`a teoria da evoluc

˜ao?

A B´ıblia

apresenta umadescric

˜ao exata

do ciclo da´

agua,da Terra.

´e hoje considerada anticient

´ıfica, e at

´e mesmo ex-

entrica. Por que se d´a isso? Por que at

´e mesmo

uma autoridade tal como Francis Hitching, que ho-nestamente indica as fraquezas da evoluc

˜ao, rejei-

ta a ideia da criac˜ao?11 Michael Denton explica que

a evoluc˜ao, apesar de todas as suas falhas, continua-

r´a a ser ensinada, porque as teorias relacionadas

com a criac˜ao “invocam causas francamente sobre-

naturais”.12 Em outras palavras, o fato de que a cria-c

˜ao envolve um Criador torna-a inaceit

´avel. Este

certamente´

e o mesmo c´ırculo vicioso que j

´a encon-

tramos no caso dos milagres: milagres s˜ao imposs

´ı-

veis porque s˜ao milagrosos!

25 Al´

em disso, a pr´

opria teoria da evoluc˜ao

´e pro-

fundamente suspeita do ponto de vista cient´ıfico.

Michael Denton prossegue: “Visto ser basicamenteuma teoria de reconstruc

˜ao hist

´orica, [a teoria da

evoluc˜ao, de Darwin,]

´e imposs

´ıvel de ser verificada

por experimentos ou pela observac˜ao direta, como

´e

normal na ciˆ

encia. . . . Al´

em disso, a teoria da evo-luc

˜ao trata duma s

´erie de eventos

´ımpares, a origem

da vida, a origem da inteligˆ

encia, e assim por dian-te. Eventos

´ımpares n

˜ao podem ser repetidos e n

˜ao

podem ser submetidos a nenhuma esp´

ecie de inves-tigac

˜ao experimental.”13 A verdade

´e que a teoria

da evoluc˜ao, apesar da sua popularidade, est

´a cheia

25. Que fraqueza da evoluc˜ao, falando-se em sentido cient

´ıfico,

mostra que ela n˜ao

´e uma alternativa v

´alida para a criac

˜ao, para

explicar a origem da vida?

de falhas e problemas. Ela n˜ao apresenta nenhum

bom motivo para se rejeitar o relato b´ıblico sobre a

origem da vida. O primeiro cap´ıtulo de G

ˆenesis for-

nece um relato inteiramente razo´avel de como estes

“eventos´ımpares”, que “n

˜ao podem ser repetidos”,

vieram a acontecer durante os ‘dias’ criativos que seestenderam por mil

ˆenios.�

Que Dizer do Dil´

uvio?26 Muitos apontam outra suposta contradic

˜ao en-

tre a B´ıblia e a ci

ˆencia moderna. No livro de G

ˆenesis

lemos que, h´a milhares de anos, a iniquidade dos ho-

mens era t˜ao grande, que Deus determinou destru

´ı-

los. Todavia, mandou que o homem justo No´

e cons-tru

´ısse uma grande embarcac

˜ao de madeira, uma

arca. Da´ı, Deus trouxe um dil

´uvio sobre a humani-

dade. Somente No´

e e sua fam´ılia sobreviveram, jun-

to com representantes de todas as esp´

ecies animais.O Dil

´uvio era t

˜ao enorme, que “ficaram cobertos to-

dos os altos montes que havia debaixo de todos osc

´eus”. — G

ˆenesis 7:19.

27 Donde veio toda essa´agua para cobrir a terra

inteira? A pr´

opria B´ıblia responde. Na parte inicial

do processo de criac˜ao, quando a expans

˜ao da at-

mosfera comecou a tomar forma, passou a haver“

´aguas . . . debaixo da expans

˜ao” e “

´aguas . . . por

cima da expans˜ao”. (G

ˆenesis 1:7; 2 Pedro 3:5) Quan-

do veio o Dil´

uvio, a B´ıblia diz: “Abriram-se as com-

portas dos c´

eus.” (Gˆ

enesis 7:11) Evidentemente, as“

´aguas . . . por cima da expans

˜ao” ca

´ıram e fornece-

ram grande parte da´agua para a inundac

˜ao.

� Uma considerac˜ao muito mais detalhada do assunto da evo-

luc˜ao e da criac

˜ao encontra-se no livro A Vida — Qual a Sua Ori-

gem? A Evoluc˜

ao ou a Criac˜

ao?, publicado em 1985 e distribu´ıdo

pelas Testemunhas de Jeov´a.

26, 27. (a) O que diz a B´ıblia sobre o Dil

´uvio? (b) De onde devem

ter vindo, em parte, as´aguas do Dil

´uvio?

110 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

28 Compˆ

endios modernos tendem a rejeitar umdil

´uvio universal. De modo que temos de pergun-

tar:´

e o Dil´

uvio apenas um mito, ou aconteceu real-mente? Antes de responder a isso, devemos notarque posteriores adoradores de Jeov

´a aceitavam o

Dil´

uvio como hist´

oria genu´ına; n

˜ao o encaravam

como mito. Isa´ıas, Jesus, Paulo e Pedro estavam en-

tre aqueles que o mencionaram como algo que real-mente aconteceu. (Isa

´ıas 54:9; Mateus 24:37-39; He-

breus 11:7; 1 Pedro 3:20, 21; 2 Pedro 2:5; 3:5-7) Mash

´a perguntas que precisam de respostas a respeito

deste Dil´

uvio universal.

As´

Aguas do Dil´

uvio29 Primeiro, n

˜ao

´e muito extremista a ideia de

toda a Terra ter ficado inundada? Na realidade, n˜ao

´e, n

˜ao. De fato, a Terra ainda est

´a inundada at

´e cer-

to ponto. Setenta por cento dela est´a coberta por

´agua e apenas 30 por cento dela

´e terra seca. Al

´em

disso, 75 por cento da´agua pot

´avel da Terra est

´a

presa em geleiras e nas calotas polares. Se todo estegelo fosse derreter-se, o n

´ıvel do mar ficaria muito

mais elevado. Cidades tais como Nova York e T´

oquiodesapareceriam.

30 Al´

em disso, A Nova Enciclop´

edia Britˆ

anica diz:“A profundidade m

´edia de todos os mares foi calcu-

lada em 3.790 metros, uma cifra consideravelmen-te maior do que a elevac

˜ao m

´edia da terra acima do

n´ıvel do mar, que

´e de 840 metros. Se a profundidade

edia for multiplicada pela sua respectiva´area de

superf´ıcie, o volume do Oceano Mundial ser

´a 11 ve-

zes superior ao da terra acima do n´ıvel do mar.”14

28. Como era o Dil´

uvio encarado por antigos servos de Deus, in-cluindo Jesus?29, 30. Que fatos sobre a quantidade de

´agua na Terra mostram

que o Dil´

uvio era poss´ıvel?

A Ciˆ

encia: Refuta Ela a B´ıblia? 111

Portanto, se tudo fosse nivelado — se os montesfossem achatados e as profundas bacias mar

´ıtimas

enchidas — o mar cobriria a Terra inteira numa pro-fundidade de milhares de metros.

31 Para o Dil´

uvio poder acontecer, as bacias ma-r

´ıtimas antediluvianas devem ter sido mais rasas e

os montes mais baixos do que agora.´

E isso poss´ıvel?

Pois bem, certo compˆ

endio diz: “Onde agora se ele-vam montes a alturas estonteantes, antigamente,h

´a milh

˜oes de anos, estendiam-se oceanos e plan

´ı-

cies numa monotonia plana. . . . Os movimentos dasplacas continentais fazem a massa terrestre elevar-se a uma altura em que apenas os mais resistentesanimais e plantas podem sobreviver, e, no outro ex-tremo, mergulhar e jazer em esplendor oculto bemabaixo da superf

´ıcie do mar.”15 Visto que os montes

e as bacias mar´ıtimas se elevam e abaixam,

´e evi-

dente que, em certa´

epoca, os montes n˜ao eram t

˜ao

altos como agora e as grandes bacias mar´ıtimas n

˜ao

eram t˜ao fundas.

32 O que aconteceu com as´aguas inundantes

ap´

os o Dil´

uvio? Elas devem ter drenado para asbacias mar

´ıtimas. Como? Os cientistas acreditam

que os continentes repousam sobre enormes placas.O movimento dessas placas pode causar mudan-cas no n

´ıvel da superf

´ıcie da Terra. Em alguns lu-

gares, atualmente, h´a gran-

31. (a) Para haver o Dil´

uvio, qualdeve ter sido a situac

˜ao da Terra an-

tediluviana? (b) O que mostra queera poss

´ıvel que os montes fossem

mais baixos e as bacias mar´ıtimas

mais rasas antes do Dil´

uvio?32. O que deve ter acontecido comas

´aguas do Dil

´uvio? Queira explicar

isso.

Se a Terra fossenivelada, semmontes nemabismos, ela ficariacompletamentecoberta por umaprofunda camadade

´agua.

des abismos subaqu´aticos de mais de 10 km de pro-

fundidade nos limites das placas.16´

E bem prov´avel

que — talvez causado pelo pr´

oprio Dil´

uvio — essasplacas se tenham movido, o fundo do mar se tenhaabaixado e se tenham aberto grandes valas, permi-tindo que a

´agua drenasse da massa terrestre.�

Vest´ıgios do Dil

´uvio?

33 Se admitimos que um grande dil´

uvio pode teracontecido, ent

˜ao por que

´e que os cientistas n

˜ao en-

contraram nenhum vest´ıgio dele? Eles talvez o te-

nham encontrado, mas interpretaram a evidˆ

enciade modo diferente. Por exemplo, a ci

ˆencia ortodoxa

ensina que a superf´ıcie da Terra foi modelada em

muitos lugares por poderosas geleiras, durante umas

´erie de

´epocas glaciais. Mas a aparente evid

ˆencia

de atividade glacial pode`as vezes ser o resultado

da ac˜ao de

´agua.

´E bem prov

´avel, ent

˜ao, que parte

da evidˆ

encia do Dil´

uvio seja interpretada erronea-mente como evid

ˆencia duma

´epoca glacial.

� O livro Planeta Terra — Geleira traz`a atenc

˜ao a maneira em

que a´agua na forma de calotas de gelo deprime a superf

´ıcie

da Terra. Por exemplo, diz: “Se o gelo groenlandˆ

es fosse desa-parecer, a ilha, por fim, voltaria a elevar-se uns 2.000 p

´es.” Em

vista disso, o efeito dum repentino dil´

uvio global sobre partes dacrosta terrestre pode muito bem ter sido catastr

´ofico.17

33, 34. (a) Que evidˆ

encia j´a t

ˆem os cientistas, que talvez seja evi-

encia do Dil´

uvio? (b)´

E razo´avel dizer que os cientistas talvez

interpretem erroneamente essa evidˆ

encia?

34 Tem havido enganos similares. Lemos a respei-to do tempo em que os cientistas desenvolveram suateoria das

´epocas glaciais: “Para eles, houve

´epo-

cas glaciais em todo est´agio da hist

´oria geol

´ogica,

em harmonia com a filosofia da uniformidade. Umcuidadoso reexame da evid

ˆencia, feita em anos re-

centes, por´

em, rejeitou muitas dessas´

epocas gla-ciais; formac

˜oes anteriormente identificadas como

morenas glaciais foram reinterpretadas como leitosdepositados por enxurradas de lama, deslizamentossubmarinos de terra e correntes turvas: avalanchesde

´aguas turvas que depositam sedimentos, areia e

cascalho no leito fundo do oceano.”18

35 Outra evidˆ

encia a favor do Dil´

uvio parece exis-tir na documentac

˜ao f

´ossil. Em certa

´epoca, se-

gundo essa documentac˜ao, grandes tigres-dentes-

de-sabre cacavam suas presas na Europa, cavalosmaiores do que quaisquer atualmente vivos percor-riam a Am

´erica do Norte e mamutes percorriam a

Sib´

eria em busca de alimentos. Da´ı, em todo o mun-

do, esp´

ecies de mam´ıferos se tornaram extintas. Ao

mesmo tempo, houve uma repentina mudanca doclima. Dezenas de milhares de mamutes foram mor-tos e rapidamente congelados na Sib

´eria.� Alfred

Wallace, bem conhecido contemporˆaneo de Charles

� Um c´alculo menciona cinco milh

˜oes.

35, 36. Que evidˆ

encia da documentac˜ao f

´ossil e da geologia talvez

se relacione com o Dil´

uvio? Queira explicar isso.

Encontraram-semamutes queforam rapida-mente congeladosap

´os a sua morte.

114 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

Darwin, achava que essa ampla destruic˜ao deve ter

sido causada por algum excepcional evento mun-dial.19 Muitos t

ˆem argumentado que este evento foi

o Dil´

uvio.36 Um editorial da revista Biblical Archaeologist

observava: “´

E importante que seja lembrado que ahist

´oria de um grande dil

´uvio

´e uma das mais am-

plamente difundidas tradic˜

oes da cultura humana. . . No entanto, atr

´as das tradic

˜oes mais antigas,

encontradas em fontes do Oriente Pr´

oximo,´

e bemposs

´ıvel ter realmente havido um dil

´uvio de pro-

porc˜

oes gigantescas, datando de um dos per´ıodos

pluviais . . . h´a muitos milhares de anos.”20 Os pe-

r´ıodos pluviais eram tempos em que a superf

´ıcie da

Terra era muito mais´

umida do que agora. Os la-gos de

´agua doce, em todo o mundo, eram muito

maiores. Teoriza-se que a umidade era causada porpesadas chuvas associadas com o fim das

´epocas

glaciais. Mas alguns sugeriram que, em uma oca-si

˜ao, a extrema umidade da superf

´ıcie da Terra foi

o resultado do Dil´

uvio.

A Humanidade N˜

ao se Esqueceu37 O professor de geologia John McCampbell es-

creveu certa vez: “As diferencas essenciais entre o

37, 38. Como mostra certo cientista que, segundo a evidˆ

encia, o Di-l

´uvio talvez tivesse acontecido mesmo, e como sabemos que de fato

aconteceu?

Louis Pasteurprovou que a vidas

´o pode proceder de

vida j´

a existente.

catastrofismo b´ıblico [o Dil

´uvio] e o uniformitaris-

mo evolucionista n˜ao se devem aos dados factuais

da geologia, mas`as interpretac

˜oes destes dados.

A interpretac˜ao preferida depende em grande par-

te da formac˜ao e das pressuposic

˜oes de cada estu-

dante.”21

38 Que o Dil´

uvio realmente aconteceu´

e visto nofato de que a humanidade nunca o esqueceu. Emtodo o mundo, em lugares t

˜ao afastados entre si

como o Alasca e as Ilhas dos Mares do Sul, exis-tem hist

´orias antigas sobre ele. Civilizac

˜oes nati-

vas, pr´

e-colombianas, da Am´

erica, bem como abo-r

´ıgines da Austr

´alia, todos t

ˆem hist

´orias sobre o

Dil´

uvio. Embora alguns relatos difiram nos porme-nores, o fato b

´asico de que a Terra foi inundada e

que apenas poucos humanos foram salvos numaembarcac

˜ao feita pelo homem aparece em quase

todas as vers˜

oes. A´

unica explicac˜ao de tal ampla

aceitac˜ao

´e que o Dil

´uvio foi um evento hist

´orico.�

39 Portanto, nos aspectos essenciais, a B´ıblia

est´a em harmonia com a ci

ˆencia moderna. Onde h

´a

um conflito entre as duas, a evidˆ

encia dos cientis-tas

´e duvidosa. Onde concordam, a B

´ıblia muitas

vezes´

e t˜ao exata, que temos de crer que ela obte-

ve suas informac˜

oes duma inteligˆ

encia sobre-hu-mana. De fato, a concord

ˆancia da B

´ıblia com a ci

ˆen-

cia provada fornece evidˆ

encia adicional de que ela´

e a palavra de Deus, n˜ao a de homem.

� Mais informac˜

oes a respeito do Dil´

uvio podem ser encontra-das em Estudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1, p

´aginas 327,

328, 609-612 da edic˜ao em ingl

ˆes; veja tamb

´em Ajuda ao Enten-

dimento da B´ıblia, p

´aginas 450-452, distribu

´ıdos pelas Testemu-

nhas de Jeov´a.

39. Que prova adicional vimos a respeito de a B´ıblia ser a palavra

de Deus, n˜ao a de homem?

116 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

MUITAS profecias b´ıblicas cumpriram-se em

tantos pormenores, que os cr´ıticos afirmam

que elas foram escritas depois do cumprimento.Mas tais alegac

˜oes n

˜ao s

˜ao ver

´ıdicas. Deus, por

ser todo-poderoso,´

e plenamente capaz de profeti-zar. (Isa

´ıas 41:21-26; 42:8, 9; 46:8-10) As profecias

b´ıblicas que j

´a se cumpriram s

˜ao evid

ˆencia de ins-

pirac˜ao divina, n

˜ao de autoria posterior. Examina-

remos agora algumas not´aveis profecias que j

´a se

cumpriram — fornecendo prova adicional de quea B

´ıblia

´e a palavra de Deus, n

˜ao de mero homem.

O Ex´ılio em Babil

ˆonia

2 Ezequias foi rei em Jerusal´

em por uns30 anos. Em 740 AEC, ele presenciou a destrui-c

˜ao do seu vizinho setentrional, Israel,

`as m

˜aos

da Ass´ıria. Em 732 AEC, sentiu o poder sal-

vador de Deus, quando a tentativa ass´ıria de

1. (Inclua a introduc˜ao.) O que prova o fato de que a B

´ıblia regis-

tra profecias que se cumpriram?2, 3. Que circunst

ˆancias levaram o Rei Ezequias a mostrar todos

os tesouros da sua casa e do seu dom´ınio aos enviados de Babil

ˆonia?

Capıtulo��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 9

ProfeciasQue Se Cumpriram

Os humanos nao podem predizer o futuro com nenhumgrau de certeza. Vez apos vez, seus esforcos de fazerpredicoes fracassam miseravelmente. Portanto, umlivro de profecias que realmente se cumpriram temde atrair nossa atencao. A Bıblia e tal livro.

Profecias Que Se Cumpriram 117

conquistar Jerusal´

em fracassou, com resultadoscatastr

´oficos para o invasor. — Isa

´ıas 37:33-38.

3 Ezequias recebeu depois uma delegac˜ao de

Merodaque-Balad˜a, rei de Babil

ˆonia. Aparente-

mente, os embaixadores estavam ali para congra-tular Ezequias pelo seu restabelecimento dumagrave doenca. No entanto, era prov

´avel que Mero-

daque-Balad˜a encarasse Ezequias como poss

´ıvel

aliado contra a potˆ

encia mundial da Ass´ıria. Eze-

quias n˜ao fez nada para dissipar tal ideia, quando

mostrou aos babilˆ

onios visitantes toda a riquezada sua casa e do seu dom

´ınio. Talvez ele tamb

´em

quisesse aliados contra um poss´ıvel retorno dos

ass´ırios. — Isa

´ıas 39:1, 2.

4 Isa´ıas era o profeta de destaque naquele tem-

po, e ele discerniu prontamente a imprudˆ

encia deEzequias. Sabia que a defesa mais segura de Eze-quias era Jeov

´a, n

˜ao Babil

ˆonia, e disse-lhe que o

4. Que consequˆ

encias tr´agicas do erro de Ezequias profetizou

Isa´ıas?

Os arque´

ologosdescobriram quea destruic

˜ao de

Jerusal´

em porNabucodonosorfoi total.

ato dele, de mostrar aos babilˆ

onios a sua riqueza,levaria a uma trag

´edia. “V

ˆem dias”, disse Isa

´ıas,

“e tudo o que h´a na tua pr

´opria casa e o que os

teus antepassados armazenaram at´

e o dia de hojeser

´a realmente levado a Babil

ˆonia”. Jeov

´a decre-

tou: “N˜ao sobrar

´a nada.” — Isa

´ıas 39:5, 6.

5 L´a no oitavo s

´eculo AEC, o cumprimento des-

ta profecia talvez parecesse improv´avel. Cem anos

mais tarde, por´

em, a situac˜ao mudou. Babil

ˆonia

substituiu a Ass´ıria como pot

ˆencia mundial domi-

nante, ao passo que Jud´a ficou t

˜ao degradado, em

sentido religioso, que Deus retirou sua bˆ

enc˜ao. En-

t˜ao, outro profeta, Jeremias, foi inspirado para re-

petir o aviso de Isa´ıas. Jeremias proclamou: “Vou

[trazer os babilˆ

onios] contra esta terra e contraos seus habitantes . . . E toda esta terra ter

´a de

tornar-se um lugar devastado, um assombro, e es-tas nac

˜oes ter

˜ao de servir ao rei de Babil

ˆonia por

setenta anos.” — Jeremias 25:9, 11.6 Cerca de quatro anos depois de Jeremias ter

feito esta profecia, os babilˆ

onios tornaram Jud´a

parte do seu imp´

erio. Trˆ

es anos mais tarde, leva-ram a Babil

ˆonia alguns judeus cativos, junto com

parte da riqueza do templo em Jerusal´

em. Oitoanos depois, Jud

´a revoltou-se e foi novamente in-

vadida pelo rei babilˆ

onio, Nabucodonosor. Estavez, a cidade e seu templo foram destru

´ıdos. Toda

a sua riqueza, e os pr´

oprios judeus, foram levados`a distante Babil

ˆonia, assim como fora predito por

Isa´ıas e Jeremias. — 2 Cr

ˆonicas 36:6, 7, 12, 13,

17-21.

5, 6. (a) O que disse Jeremias em confirmac˜ao da profecia de

Isa´ıas? (b) De que modo se cumpriram as profecias de Isa

´ıas e de

Jeremias?

Profecias Que Se Cumpriram 119

7 A Enciclop´

edia Arqueol´

ogica da Terra Santamenciona que, quando terminou o ataque babi-l

ˆonico, “a destruic

˜ao da cidade [de Jerusal

´em]

era total”.1 O arque´

ologo W. F. Albright decla-ra: “A escavac

˜ao e a explorac

˜ao de superf

´ıcie, em

Jud´a, provaram que as cidades de Jud

´a n

˜ao s

´o fo-

ram completamente destru´ıdas pelos caldeus nas

suas duas invas˜

oes, mas tampouco foram reocu-padas durante gerac

˜oes — em muitos casos, nun-

ca mais na hist´

oria.”2 A arqueologia confirmaassim o espantoso cumprimento dessa profecia.

A Sorte de Tiro8 Ezequiel foi outro escritor antigo que regis-

trou profecias divinamente inspiradas. Ele profe-tizou desde o fim do s

´etimo e at

´e o comeco do sex-

to s´

eculo AEC — quer dizer, nos anos que levaram`a destruic

˜ao de Jerusal

´em, e, depois, nas primei-

ras d´

ecadas do ex´ılio dos judeus em Babil

ˆonia. At

´e

mesmo alguns cr´ıticos modernos concordam que o

livro foi escrito aproximadamente naquela´

epoca.9 Ezequiel registrou uma not

´avel profecia sobre

a destruic˜ao da vizinha setentrional de Israel, Tiro,

que passara duma atitude de amizade para com opovo de Deus para uma de inimizade. (1 Reis 5:1-9;Salmo 83:2-8) Ele escreveu: “Assim disse o Sobe-rano Senhor Jeov

´a: ‘Eis que sou contra ti,

´o Tiro,

e vou fazer subir contra ti muitas nac˜

oes, assimcomo o mar faz subir as suas ondas. E elas certa-mente arruinar

˜ao as muralhas de Tiro e derruba-

r˜ao as suas torres, e vou raspar dela o seu p

´o e

fazer dela a lustrosa superf´ıcie escalvada dum ro-

7. Como confirma a arqueologia o cumprimento das profecias deIsa

´ıas e de Jeremias a respeito de Jerusal

´em?

8, 9. Que profecia proferiu Ezequiel contra Tiro?

120 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

chedo. . . . E as tuas pedras, e o teu madeiramen-to, e o teu p

´o colocar

˜ao no pr

´oprio meio da

´agua.’ ”

— Ezequiel 26:3, 4, 12.10 Aconteceu assim realmente? Ora, uns pou-

cos anos depois de Ezequiel ter proferido esta pro-fecia, o rei de Babil

ˆonia, Nabucodonosor, p

ˆos cer-

co a Tiro. (Ezequiel 29:17, 18) Todavia, n˜ao foi um

cerco f´acil. Tiro estava parcialmente situada no

continente (a parte chamada de Antiga Tiro). Masparte da cidade encontrava-se numa ilha a uns800 m da costa. Nabucodonosor sitiou a ilha du-rante 13 anos, antes de ela finalmente se sujeitara ele.

11 No entanto, foi em 332 AEC que a profe-cia de Ezequiel finalmente se cumpriu em todosos seus pormenores. Naquele tempo, AlexandreMagno, conquistador procedente da Maced

ˆonia,

invadia a´

Asia. Tiro, segura na sua ilha, resistiua ele. Alexandre n

˜ao quis deixar um inimigo em

potencial na sua retaguarda, mas tampouco quispassar anos sitiando Tiro, assim como Nabucodo-nosor fizera.

10-12. Quando se cumpriu finalmente a profecia de Ezequiel, ecomo?

Foto damoderna Tiro.Quase n

˜ao

sobraramvest

´ıgios da

Tiro que osprofetasde Israelconheciam.

Profecias Que Se Cumpriram 121

12 Como solucionou este problema militar? Fezum aterro, um molhe, at

´e a ilha, para que seus

soldados pudessem marchar por ele e atacara cidade-ilha. Note, por

´em, o que ele usou para

construir o molhe. The Encyclopedia Americana(A Enciclop

´edia Americana) relata: “Com os detri-

tos da parte continental da cidade, que ele haviademolido, ele construiu um enorme molhe em 332,para ligar a ilha ao continente.” Depois de um cer-co relativamente breve, a cidade-ilha foi destru

´ı-

da. Ademais, a profecia de Ezequiel cumpriu-seem todos os seus pormenores. At

´e mesmo ‘as pe-

dras, o madeiramento e o p´

o’ da Antiga Tiro foram‘colocados no pr

´oprio meio da

´agua’.

13 Um viajante no s´

eculo 19 comentou o que so-brara da antiga Tiro nos dias dele, dizendo: “DaTiro original, conhecida de Salom

˜ao e dos profe-

tas de Israel, n˜ao resta mais vest

´ıgio, exceto nos

seus sepulcros escavados em rocha nas encostasdos morros, e em muros de alicerce . . . Nem mes-mo a ilha, que Alexandre, o Grande, ao sitiar a ci-dade, converteu num cabo por encher de terra a´agua entre ela e o continente, cont

´em rel

´ıquias

discern´ıveis dum per

´ıodo anterior ao das Cruza-

das. A cidade moderna, toda ela comparativamen-te nova, ocupa a metade setentrional do que an-tes era a ilha, ao passo que quase todo o restanteda superf

´ıcie est

´a coberto de ru

´ınas indistingu

´ı-

veis.”3

A Vez de Babilˆ

onia14 L

´a no oitavo s

´eculo AEC, Isa

´ıas, o profeta,

13. Como descreveu um viajante, no s´

eculo 19, o s´ıtio da antiga

Tiro?14, 15. Que profecias contra Babil

ˆonia registraram Isa

´ıas e Jere-

mias?

122 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

que avisou os judeus sobre a sua vindoura sub-jugac

˜ao por Babil

ˆonia, tamb

´em predisse algo es-

pantoso: o total aniquilamento da pr´

opria Babilˆ

o-nia. Predisse isso em pormenores v

´ıvidos: “Eis que

desperto contra eles os medos . . . E Babilˆ

onia, or-nato dos reinos, beleza do orgulho dos caldeus,ter

´a de tornar-se como quando Deus derrubou So-

doma e Gomorra. Nunca mais ser´a habitada, nem

residir´a ela por gerac

˜ao ap

´os gerac

˜ao.” — Isa

´ıas

13:17-20.15 Tamb

´em o profeta Jeremias predisse a que-

da de Babilˆ

onia, que ocorreria muitos anos maistarde. E ele incluiu um detalhe interessante: “H

´a

uma devastac˜ao sobre as suas

´aguas e elas ter

˜ao

de secar-se. . . . Os poderosos de Babilˆ

onia deixa-ram de lutar. Ficaram sentados nas pracas fortes.Sua pot

ˆencia secou-se.” — Jeremias 50:38; 51:30.

16 Em 539 AEC, chegou ao fim o per´ıodo do do-

m´ınio de Babil

ˆonia como pot

ˆencia mundial proe-

minente, quando o vigoroso governante persa,

16. Quando foi Babilˆ

onia conquistada, e por quem?

Os turistasque visitam os

´ıtio da antiga

Babilˆ

onia s˜

aotestemunhas documprimentodas profeciascontra a cidade.

Ciro, acompanhado pelo ex´

ercito da M´

edia, mar-chou contra a cidade. No entanto, Ciro viu-se con-frontado com um enorme problema. Babil

ˆonia era

cercada por gigantescas muralhas e parecia inex-pugn

´avel. O grande rio Eufrates tamb

´em atraves-

sava a cidade e contribu´ıa muito para as defesas

dela.17 O historiador grego Her

´odoto descreve como

Ciro solucionou o problema: “Colocou o ex´

ercito,parte no ponto onde o Eufrates penetra na Babil

ˆo-

nia, parte no local onde o rio deixa o pa´ıs, com or-

dem de invadir a cidade pelo leito do mesmo, logoque se tornasse vade

´avel . . . Desviou as

´aguas do

rio para o lago [artificial escavado por um anteriorgovernante de Babil

ˆonia] pelo canal de comunica-

c˜ao. As

´aguas se escoaram, e o leito do rio facili-

tou a passagem. Sem perda de tempo, os persaspostados nas margens entraram na cidade, com as´aguas do rio dando apenas pelas coxas.”4

18 Foi assim que a cidade caiu, conforme Je-remias e Isa

´ıas haviam avisado. Mas queira no-

tar o cumprimento pormenorizado da profecia.Havia literalmente ‘uma devastac

˜ao sobre as suas

´aguas, e elas se secaram’. Foi por baixar as

´aguas

do Eufrates que Ciro conseguiu entrar na cida-de. ‘Deixaram de lutar os poderosos de Babil

ˆonia’,

conforme Jeremias avisara? A B´ıblia — bem como

os historiadores gregos Her´

odoto e Xenofonte —registra que os babil

ˆonios na realidade estavam

em festa quando se deu o ataque persa.5 A Crˆ

oni-ca de Nabonido, uma inscric

˜ao cuneiforme oficial,

diz que as tropas de Ciro entraram em Babilˆ

onia

17, 18. (a) De que modo houve ‘uma devastac˜ao sobre as

´aguas’

de Babilˆ

onia? (b) Por que ‘deixaram de lutar os poderosos’ de Ba-bil

ˆonia?

124 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

“sem batalha”, o que provavelmente significa semuma grande e acirrada batalha.6 Evidentemente,os poderosos de Babil

ˆonia n

˜ao fizeram muita coi-

sa para protegˆ

e-la.19 Que dizer da previs

˜ao de que Babil

ˆonia “nun-

ca mais ser´a habitada”? Isto n

˜ao se cumpriu logo

em 539 AEC. Mas a profecia cumpriu-se infalivel-mente. Ap

´os a sua queda, Babil

ˆonia foi o centro de

v´arias rebeli

˜oes, at

´e 478 AEC, quando foi destru

´ı-

da por Xerxes. No fim do quarto s´

eculo, Alexan-dre Magno planejou restaur

´a-la, mas faleceu an-

tes de a obra ter feito muito progresso. Da´ı em

diante, a cidade simplesmente entrou em decl´ı-

nio. No primeiro s´

eculo da nossa Era Comum ain-da havia gente morando ali, mas hoje, tudo o queresta da antiga Babil

ˆonia

´e um mont

˜ao de ru

´ınas

no Iraque. Mesmo que suas ru´ınas fossem parcial-

mente restauradas, Babilˆ

onia seria apenas umaatrac

˜ao tur

´ıstica, n

˜ao uma cidade viva e vibran-

te. Seu s´ıtio desolado d

´a testemunho do derradei-

ro cumprimento das profecias inspiradas feitascontra ela.

A Marcha de Potˆ

encias Mundiais20 No sexto s

´eculo AEC, durante o ex

´ılio judai-

co em Babilˆ

onia, outro profeta, Daniel, foi inspira-do para registrar algumas not

´aveis vis

˜oes que pre-

diziam o rumo futuro de eventos mundiais. Numadelas, Daniel descreve diversos animais simb

´oli-

cos, que suplantam um ao outro no cen´ario mun-

dial. Um anjo explica-lhe que esses animais prefi-guram a marcha de pot

ˆencias mundiais daquele

19. Cumpriu-se a profecia de que Babilˆ

onia ‘nunca mais seria ha-bitada’? Queira explicar isso.20, 21. Que profecia viu Daniel a respeito da marcha de pot

ˆencias

mundiais, e como se cumpriu?

Profecias Que Se Cumpriram 125

tempo em diante. Falando sobre os´

ultimos doisanimais, ele diz: “O carneiro que viste, tendo doischifres, representa os reis da M

´edia e da P

´er-

sia. E o bode peludo representa o rei da Gr´

ecia; equanto ao chifre grande que havia entre os seusolhos, este representa o primeiro rei. E que estefoi quebrado, de modo que por fim se ergueramquatro em seu lugar, haver

´a quatro reinos que se

erguer˜ao de sua nac

˜ao, mas n

˜ao com o seu poder.”

— Daniel 8:20-22.21 Esta previs

˜ao prof

´etica cumpriu-se com pre-

cis˜ao. O Imp

´erio Babil

ˆonico foi derrubado pela

Medo-P´

ersia, a qual, 200 anos depois, cedeu dian-te da pot

ˆencia mundial grega. O Imp

´erio Grego foi

encabecado por Alexandre Magno, o “chifre gran-

BABILˆ

ONIAP´

ERSIA

GR´

ECIA

ROMAGR

˜A-BRETANHA

126 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

de”. Todavia, ap´

os a morte de Ale-xandre, seus generais lutaram en-tre si pelo poder, e, por fim, o vastoimp

´erio foi dividido em quatro im-

erios menores, “quatro reinos”.22 No cap

´ıtulo 7 de Daniel, uma

vis˜ao um tanto similar tamb

´em

previa o futuro long´ınquo. A pot

ˆen-

cia mundial babilˆ

onica foi retrata-da por um le

˜ao, a persa, por um

urso, e a grega, por um leopardocom quatro asas nas costas e qua-tro cabecas. Daniel viu ent

˜ao ou-

tra fera, “atemorizante e terr´ıvel,

e extraordinariamente forte . . . ,e tinha dez chifres”. (Daniel 7:2-7)Esta quarta fera prefigurava o po-deroso Imp

´erio Romano, que come-

cou a desenvolver-se cerca de trˆ

ess

´eculos depois de Daniel registrar esta profecia.

23 O anjo profetizou a respeito de Roma:“Quanto ao quarto animal, vir

´a a haver na ter-

ra um quarto reino que ser´a diferente de todos

os outros reinos; e devorar´a toda a terra e a pi-

sotear´a e esmiucar

´a.” (Daniel 7:23) H. G. Wells,

no seu livro Hist´

oria Mundial de Bolso, diz: “Estanova pot

ˆencia romana, que surgiu para dominar

o mundo ocidental no segundo e no primeiro s´

e-culos a.C., era em v

´arios sentidos diferente de

qualquer dos grandes imp´

erios que at´

e ent˜ao ha-

viam prevalecido no mundo civilizado.”7 Comecou

22. Numa profecia relacionada, sobre a marcha de potˆ

encias mun-diais, a respeito de que pot

ˆencia mundial adicional se profetizou?

23. Em que sentido era a quarta fera da profecia de Daniel “dife-rente de todos os outros reinos”?

As profeciasde Daniel so-bre a marchade pot

ˆencias

mundiais cum-priram-se comtanta exati-d

˜ao, que cr

´ıti-

cos modernospensam queforam escritasap

´os o cumpri-

mento.

Profecias Que Se Cumpriram 127

como rep´

ublica e prosseguiu como monarquia.Dessemelhante dos imp

´erios precedentes, n

˜ao era

a criac˜ao de um

´unico imperador, mas desenvol-

veu-se implacavelmente no decorrer dos s´

eculos.Durou muito, muito mais tempo, e controlou mui-to mais territ

´orio do que qualquer imp

´erio ante-

rior.24 Que dizer, por

´em, dos dez chifres deste gi-

gantesco animal? O anjo disse: “E quanto aos dezchifres, daquele reino levantar-se-

˜ao dez reis; e

depois deles levantar-se-´a ainda outro, e ele mes-

mo ser´a diferente dos primeiros, e tr

ˆes reis ser

˜ao

humilhados.” (Daniel 7:24) Como se deu isso?25 Pois bem, quando o Imp

´erio Romano come-

cou a deteriorar, no quinto s´

eculo EC, n˜ao foi ime-

diatamente substitu´ıdo por outra pot

ˆencia mun-

dial. Antes, desintegrou-se em diversos reinos,“dez reis”. Por fim, o Imp

´erio Brit

ˆanico derrotou

os trˆ

es imp´

erios rivais, a Espanha, a Franca e osPa

´ıses Baixos, tornando-se a principal pot

ˆencia

mundial. Foi assim que o rec´

em-chegado ‘chifre’humilhou “tr

ˆes reis”.

Profecias de Daniel— Posteriores

`as Ocorr

ˆencias?

26 A B´ıblia indica que o livro de Daniel foi escri-

to durante o sexto s´

eculo AEC. Todavia, os cum-primentos das suas profecias s

˜ao t

˜ao exatos, que

os cr´ıticos afirmam que deve ter sido escrito por

volta de 165 AEC, quando algumas das profeciasj

´a se tinham cumprido.8 Apesar de o

´unico motivo

real desta afirmac˜ao ser que as profecias de Da-

24, 25. (a) Como surgiram os dez chifres da fera? (b) Que luta en-tre os chifres da fera previu Daniel?26. Segundo afirmam os cr

´ıticos, quando foi escrito o livro de Da-

niel, e por que ent˜ao?

128 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

niel se cumpriram, esta data posterior indicadapara a escrita de Daniel

´e em muitas obras de re-

ferˆ

encia apresentada como fato confirmado.27 Contrariando esta teoria, por

´em, temos de

levar em conta os seguintes fatos. Primeiro, alu-de-se ao livro em obras judaicas produzidas du-rante o segundo s

´eculo AEC, tais como o primei-

ro livro de Macabeus. Fora tamb´

em inclu´ıdo na

vers˜ao Septuaginta grega, cuja traduc

˜ao comecou

no terceiro s´

eculo AEC.9 Terceiro, fragmentos dec

´opias de Daniel estavam entre as mais frequen-

temente encontradas obras nos Rolos do Mar Mor-to — e acredita-se que estes fragmentos datem decerca de 100 AEC.10

´E evidente que, logo depois

que o livro de Daniel foi supostamente escrito, elej

´a era amplamente conhecido e respeitado: for-

te evidˆ

encia de que foi produzido muito antes dotempo indicado pelos cr

´ıticos.

28 Outrossim, o livro de Daniel cont´

em porme-nores hist

´oricos que um escritor do segundo s

´ecu-

lo n˜ao teria conhecido. Not

´avel

´e o caso de Bel-

sazar, governante de Babilˆ

onia, que foi mortoquando Babil

ˆonia caiu em 539 AEC. As princi-

pais fontes n˜ao b

´ıblicas que nos d

˜ao conhecimento

da queda de Babilˆ

onia s˜ao Her

´odoto (quinto s

´ecu-

lo), Xenofonte (quinto e quarto s´

eculos) e Beroso(terceiro s

´eculo). Nenhum deles sabia algo sobre

Belsazar.11 Qu˜ao improv

´avel

´e que um escritor do

segundo s´

eculo tivesse informac˜

oes que n˜ao esta-

vam dispon´ıveis a esses autores anteriores! O re-

gistro a respeito de Belsazar, em Daniel, cap´ıtu-

lo 5,´

e um forte argumento de que Daniel escreveu

27, 28. Quais s˜ao alguns dos fatos que provam que o livro de Da-

niel n˜ao foi escrito em 165 AEC?

Profecias Que Se Cumpriram 129

seu livro antes de esses outros escritores escreve-rem os seus.�

29 Finalmente, h´a no livro de Daniel diversas

profecias que se cumpriram muito depois de165 AEC. Uma delas

´e a profecia a respeito do Im-

erio Romano, j´a mencionada. Outra

´e a not

´avel

profecia que predisse a chegada de Jesus, o Mes-sias.

A Vinda do Ungido30 Esta profecia est

´a registrada em Daniel, ca-

p´ıtulo 9, e reza: “Setenta semanas [de anos, ou

quatrocentos e noventa anos] foram decretadassobre o teu povo e sobre a tua cidade santa.”� (Da-niel 9:24, The Amplified Bible [A B

´ıblia Amplifica-

da]) O que iria acontecer durante esses 490 anos?Lemos: “Desde a sa

´ıda do mandamento de restau-

� Veja o Cap´ıtulo 4, “Pode-se Crer no ‘Antigo Testamento’?”,

par´agrafos 16 e 17.� Nesta traduc

˜ao, as palavras entre colchetes foram acrescen-

tadas pelo tradutor para esclarecer o significado.

29. Por que´

e imposs´ıvel que o livro de Daniel fosse escrito depois

do cumprimento das profecias contidas nele?30, 31. (a) Que profecia de Daniel predisse o tempo do aparecimen-to do Messias? (b) Baseados na profecia de Daniel, como podemoscalcular o ano em que o Messias devia aparecer?

Danielprofetizouo tempoexato doaparecimentodo Messiasem Israel.

rar e construir Jerusal´

em at´

e [a vinda de] o ungi-do, um pr

´ıncipe, haver

´a sete semanas [de anos], e

sessenta e duas semanas [de anos].” (Daniel 9:25,AB) De modo que se trata duma profecia sobre otempo da vinda do “ungido”, o Messias. Como secumpriu?

31 A ordem de restaurar e construir Jerusal´

em‘saiu’ “no vig

´esimo ano de Artaxerxes, o rei” da

ersia, isto´

e, em 455 AEC. (Neemias 2:1-9) Aofim de 49 anos (7 semanas de anos), grande parteda gl

´oria de Jerusal

´em havia sido restabelecida.

E contando ent˜ao os 483 anos inteiros (7 mais 62

semanas de anos) a partir de 455 AEC, chegamosa 29 EC. Este, de fato, era o “d

´ecimo quinto ano

do reinado de Tib´

erio C´

esar”, ano em que Jesus foibatizado por Jo

˜ao, o Batizador. (Lucas 3:1) Na-

quela ocasi˜ao, Jesus foi publicamente identificado

como Filho de Deus e iniciou seu minist´

erio dapregac

˜ao das boas novas

`a nac

˜ao judaica. (Mateus

3:13-17; 4:23) Ele se tornou o “ungido”, ou Mes-sias.

32 A profecia acrescenta: “E depois das sessen-ta e duas semanas [de anos] o ungido ser

´a de-

cepado.” Diz tamb´

em: “E ele entrar´a num forte e

firme pacto com os muitos por uma semana [seteanos]; e no meio da semana ele far

´a cessar o sa-

crif´ıcio e a oferenda.” (Daniel 9:26, 27, AB) Em

harmonia com isso, Jesus foi exclusivamente aos“muitos”, os judeus carnais. Ocasionalmente, elepregava tamb

´em aos samaritanos, os quais criam

em parte das Escrituras, mas haviam constitu´ı-

do uma seita separada do juda´ısmo principal. Da

´ı,

32. Segundo a profecia de Daniel, que durac˜ao teria o minist

´erio

terrestre de Jesus, e o que aconteceria ao fim dele?

Profecias Que Se Cumpriram 131

“no meio da semana”, depois de trˆ

es anos e meiode pregac

˜ao, ele entregou sua vida em sacrif

´ıcio e

foi assim “decepado”. Isto significou o fim da Leimosaica, com seus sacrif

´ıcios e oferendas. (G

´ala-

tas 3:13, 24, 25) Portanto, com a sua morte, Jesusfez “cessar o sacrif

´ıcio e a oferenda”.

33 Todavia, por mais trˆ

es anos e meio, a rec´

em-nascida congregac

˜ao crist

˜a testemunhou exclusi-

vamente a judeus, e, posteriormente, aos samari-tanos aparentados. Em 36 EC, por

´em, ao fim das

70 semanas de anos, o ap´

ostolo Pedro foi dirigi-do a pregar a um gentio, Corn

´elio. (Atos 10:1-48)

O “pacto com os muitos” n˜ao mais se limitava en-

t˜ao aos judeus. Pregava-se a salvac

˜ao tamb

´em aos

gentios incircuncisos.34 Visto que a nac

˜ao judaica rejeitou a Jesus e

conspirou para fazer com que ele fosse executa-do, Jeov

´a n

˜ao a protegeu quando os romanos vie-

ram e destru´ıram Jerusal

´em, em 70 EC. Assim se

cumpriram as palavras adicionais de Daniel: “E opovo do outro pr

´ıncipe que vir

´a destruir

´a a cidade

e o santu´ario. Seu fim vir

´a com uma inundac

˜ao, e

mesmo at´

e o fim haver´a guerra.” (Daniel 9:26b,

AB) Este segundo “pr´ıncipe” foi Tito, o general ro-

mano que destruiu Jerusal´

em em 70 EC.

Profecias Inspiradas35 Foi assim que a profecia de Daniel, sobre as

70 semanas de anos, se cumpriu com not´avel exa-

tid˜ao. De fato, muitas das profecias registradas

nas Escrituras Hebraicas cumpriram-se duran-

33. Quanto tempo lidaria Jeov´a exclusivamente com judeus, e que

evento assinalou o fim deste per´ıodo?

34. Em harmonia com a profecia de Daniel, o que aconteceu como Israel carnal por ter rejeitado o Messias?35. Que profecias adicionais a respeito de Jesus cumpriram-se?

132 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

te o primeiro s´

eculo, e v´arias delas se referiam a

Jesus. O lugar de nascimento de Jesus, seu zelopela casa de Deus, sua atividade de pregac

˜ao,

ser ele tra´ıdo por 30 moedas de prata, a maneira

da sua morte, o fato de que se lancaram sortessobre as suas vestes— todos estes porme-nores foram profeti-zados nas EscriturasHebraicas. Seu cum-primento provou al

´em

de qualquer d´

uvida deque Jesus era o Mes-

sias, e demonstrou de novo que as profecias eraminspiradas. — Miqueias 5:2; Lucas 2:1-7; Zacarias11:12; 12:10; Mateus 26:15; 27:35; Salmo 22:18;34:20; Jo

˜ao 19:33-37.

36 De fato, todas as profecias b´ıblicas que j

´a de-

viam cumprir-se foram cumpridas. Tudo aconte-ceu exatamente assim como a B

´ıblia disse. Esta

´e

uma forte evidˆ

encia de que a B´ıblia

´e a Palavra

de Deus. Deve ter havido mais do que apenas sa-bedoria humana por detr

´as dessas express

˜oes pro-

eticas, para elas serem t˜ao exatas.

37 Mas h´a outras predic

˜oes na B

´ıblia que n

˜ao

se cumpriram naqueles tempos. Por que n˜ao?

Por que deviam cumprir-se em nossos dias, e at´

emesmo no nosso futuro. A fidedignidade dessasantigas profecias nos d

´a confianca de que estas

outras predic˜

oes se cumprir˜ao sem falta. E isso de

fato acontece, conforme veremos no pr´

oximo ca-p

´ıtulo.

36, 37. O que aprendemos do fato de que profecias b´ıblicas se cum-

priram, e que confianca nos d´a este conhecimento?

Todas as profecias queja deviam cumprir-seforam cumpridas. Ascoisas aconteceramexatamente assimcomo a Bıblia disseque se daria.

Profecias Que Se Cumpriram 133

A RESPOSTA a essa pergunta relaciona-se comuma not

´avel profecia b

´ıblica cujo cumprimen-

to presenciamos. Trata-se duma profecia proferidapelo pr

´oprio Jesus, e que, al

´em de dar prova da ins-

pirac˜ao da B

´ıblia, indica que vivemos perto de mu-

dancas muito dram´aticas no cen

´ario mundial. De

1. (Inclua a introduc˜ao.) (a) Em que difere o s

´eculo 20 dos s

´eculos

anteriores? (b) O que nos ajudar´a a entender por que os nossos tem-

pos s˜ao t

˜ao diferentes?

Capıtulo���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 10

Uma Profecia B´ıblica

Cujo CumprimentoPresenciamos

Ja se perguntou por que as coisas hoje sao taodiferentes de como eram uns cem anos atras?Algumas coisas sao melhores. Em muitos paıses,as doencas que matavam no passado sao agoracuradas como questao de rotina, e a pessoamediana usufrui um nıvel de vida nem imaginadopelos seus antepassados. Por outro lado, nossoseculo tem presenciado as piores guerras ealgumas das mais horrendas atrocidades de todaa Historia. A prosperidade da humanidade — atemesmo a continuacao da existencia dela —acha-se ameacada pela explosao demografica,pelo problema da poluicao e por um enormeestoque internacional de armas nucleares,biologicas e quımicas. Por que e este seculo 20tao diferente dos anteriores?

134 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

que trata essa profecia? E como sabemos que est´a

sendo cumprida?

A Grande Profecia de Jesus2 A B

´ıblia conta-nos que, pouco antes da morte

de Jesus, os disc´ıpulos dele conversavam sobre os

grandes edif´ıcios do templo em Jerusal

´em; estavam

impressionados com o seu tamanho e a sua aparentedurabilidade. Mas Jesus disse: “N

˜ao observais todas

estas coisas? Deveras, eu vos digo: De modo algumficar

´a aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.”

— Mateus 24:1, 2.3 Os disc

´ıpulos de Jesus devem ter ficado sur-

presos com as palavras dele e, mais tarde, chega-ram-se a ele para obter mais informac

˜oes, pedindo:

“Dize-nos: Quando suceder˜ao estas coisas e qual

ser´a o sinal da tua presenca e da terminac

˜ao do sis-

tema de coisas?” (Mateus 24:3) A resposta de Jesusencontra-se no restante dos cap

´ıtulos 24 e 25 de

Mateus. Suas palavras encontram-se tamb´

em re-gistradas no cap

´ıtulo 13 de Marcos e no cap

´ıtulo 21

de Lucas. Trata-se claramente da mais importan-te profecia proferida por Jesus enquanto estava naTerra.

4 De fato, os disc´ıpulos de Jesus perguntaram a

respeito de mais de uma coisa. Primeiro, fizeram apergunta: “Quando suceder

˜ao estas coisas?”, isto

´e:

quando ser˜ao destru

´ıdos Jerusal

´em e seu templo?

Al´

em disso, queriam saber que sinal indicaria quecomecara a presenca de Jesus como Rei do Reinocelestial de Deus e que o fim deste sistema de coisasera iminente.

2, 3. Que pergunta fizeram a Jesus os disc´ıpulos dele, e onde en-

contramos a resposta dele?4. A respeito de que coisas diferentes perguntaram os disc

´ıpulos

de Jesus?

Uma Profecia Cujo Cumprimento Presenciamos 135

5 Jesus, na sua resposta, tomou ambos os pontosem considerac

˜ao. Muitas das suas palavras, na rea-

lidade, cumpriram-se l´a no primeiro s

´eculo, nos anos

que levaram`a terr

´ıvel destruic

˜ao de Jerusal

´em em

70 EC. (Mateus 24:4-22) Mas a profecia dele haviade ter um significado ainda maior mais tarde, defato, em nossos pr

´oprios dias. Ent

˜ao, o que disse Je-

sus? Ele comecou com as palavras registradas nosvers

´ıculos 7 e 8: “Nac

˜ao se levantar

´a contra nac

˜ao

e reino contra reino, e haver´a escassez de v

´ıveres e

terremotos num lugar ap´

os outro. Todas essas coi-sas s

˜ao um princ

´ıpio das dores de aflic

˜ao.”

E evidente que a presenca de Jesus como Reicelestial seria marcada por grande transtorno naTerra. Isso

´e confirmado por uma profecia paralela

encontrada no livro de Revelac˜ao (ou Apocalipse): a

vis˜ao dos quatro cavaleiros do Apocalipse. (Revela-

c˜ao 6:1-8) O primeiro desses cavaleiros retrata o pr

´o-

prio Jesus como Rei vencedor. Os outros cavalei-ros com as suas montarias retratam acontecimentosna Terra, que marcam o in

´ıcio do reinado de Jesus:

guerra, fome e morte prematura por diversos meios.Vemos hoje o cumprimento dessas duas profecias?

Guerra!7 Examinemo-las mais de perto. Primeiro, Jesus

disse: “Nac˜ao se levantar

´a contra nac

˜ao e reino con-

tra reino.” Era uma profecia de guerra. O segundodos quatro cavaleiros do Apocalipse similarmenteprefigurava guerra. Lemos: “Saiu outro, um cavalo

5. (a) Que cumprimento inicial teve a profecia de Jesus, mas quan-do teriam as suas palavras o cumprimento completo? (b) Comoiniciou Jesus a sua resposta

`a pergunta dos disc

´ıpulos?

6. As palavras de Jesus em Mateus 24:7, 8 nos lembram que pro-fecia paralela?7. O que

´e profeticamente prefigurado pela cavalgada do segundo

cavaleiro do Apocalipse?

136 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

cor de fogo; e ao que estava sentado nele foi conce-dido tirar da terra a paz, para que se matassem unsaos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.” (Re-velac

˜ao 6:4) Ora, a humanidade j

´a est

´a travando

guerras por milhares de anos. Ent˜ao, por que deve-

riam essas palavras ter um significado especial paraos nossos dias?

8 Lembre-se de que a guerra por si s´

o n˜ao

´e o si-

nal da presenca de Jesus. O sinal´

e composto de to-dos os pormenores da profecia de Jesus acontecen-do no mesmo per

´ıodo geral. Mas a guerra

´e deveras

o primeiro aspecto mencionado, de modo que era deesperar que esse aspecto se cumprisse dum modot

˜ao not

´avel, que atrairia a nossa atenc

˜ao. E todos

em de admitir que as guerras deste s´

eculo 20 n˜ao

em paralelo em toda a Hist´

oria precedente.9 Por exemplo, nenhuma das guerras anterio-

res — embora algumas fossem cru´

eis e destruti-vas — sequer chegou perto da destrutividade dasduas guerras mundiais do s

´eculo 20. Ora, a Primei-

ra Guerra Mundial causou por fim cerca de 14 mi-lh

˜oes de mortes, mais do que a populac

˜ao inteira de

muitos pa´ıses. Deveras, “foi concedido tirar da ter-

ra a paz, para que se matassem uns aos outros”.

8. Por que esperar´ıamos que a guerra fosse um aspecto destacado

do sinal?9, 10. Como passaram a cumprir-se as profecias a respeito deguerra?

Uma Profecia Cujo Cumprimento Presenciamos 137

10 De acordo com a profecia, ao segundo cavalei-ro do Apocalipse foi “dada uma grande espada”.Como se aplica isso? Do seguinte modo: as ar-mas de guerra tornaram-se muito mais mort

´ıferas.

O homem, equipado com tanques, avi˜

oes, mort´ıfe-

ros gases venenosos, submarinos, e artilharia capazde atirar obuses a diversos quil

ˆometros de dist

ˆan-

cia, tornou-se mais eficiente em matar seu pr´

oxi-mo. E, desde a Primeira Guerra Mundial, a “grandeespada” tornou-se ainda mais destrutiva — devidoao uso de coisas tais como comunicac

˜oes radiof

ˆo-

nicas, o radar, fuzis sofisticados, armas bacteriol´

o-gicas e qu

´ımicas, lanca-chamas, napalm, novos ti-

pos de bombas, m´ısseis bal

´ısticos intercontinentais,

submarinos nucleares, avi˜

oes avancados e enormesnavios de guerra.

“Um Princ´ıpio das Dores de Aflic

˜ao”

11 Os primeiros vers´ıculos da profecia de Jesus

concluem com as palavras: “Essas coisas s˜ao um

princ´ıpio das dores de aflic

˜ao.” Certamente foi as-

sim com a Primeira Guerra Mundial. O fim dela,em 1918, n

˜ao trouxe paz por muito tempo. Segui-

ram-se logo ac˜

oes militares limitadas, mas ferozes,na Eti

´opia, na L

´ıbia, na Espanha, na R

´ussia, na

´In-

dia e em outros pa´ıses. Da

´ı veio a horrenda Segun-

11, 12. Em que sentido foi a Primeira Guerra Mundial apenas “umprinc

´ıpio das dores de aflic

˜ao”?

da Guerra Mundial, que causou uns 50 milh˜

oes dev

´ıtimas militares e civis.

12 Al´

em disso, apesar de peri´

odicos acordos depaz e interrupc

˜oes nas lutas, a humanidade ainda

est´a em guerra. Em 1987, relatou-se que desde 1960

travaram-se 81 guerras maiores, matando 12.555.-000 homens, mulheres e criancas. O ano de 1987presenciou mais guerras travadas do que qualquerano anterior na Hist

´oria registrada.1 Al

´em disso,

os preparativos e gastos militares, que agora atin-gem um total de cerca de 1.000.000.000.000 de d

´ola-

res anualmente, prejudicam a economia do mundo.2

Certamente est´a-se cumprindo a profecia de Jesus

a respeito de ‘nac˜ao levantar-se contra nac

˜ao e rei-

no contra reino’. O cavalo vermelho da guerra con-tinua sua feroz cavalgada pela Terra. Mas que dizerdo segundo aspecto do sinal?

Escassez de V´ıveres!

13 Jesus predisse: “E haver´a escassez de v

´ıveres

. . . num lugar ap´

os outro.” Note como isso se har-moniza com a cavalgada do terceiro dos quatro ca-valeiros do Apocalipse. Lemos a seu respeito: “Euvi, e eis um cavalo preto; e o que estava sentadonele tinha uma balanca na m

˜ao. E eu ouvi uma voz

como que no meio das quatro criaturas viventes di-zer: ‘Um litro de trigo por um den

´ario, e tr

ˆes litros

de cevada por um den´ario; e n

˜ao facas dano ao azei-

te de oliveira e ao vinho.’ ” (Revelac˜ao 6:5, 6) Sim,

uma severa escassez de alimentos!14

´E poss

´ıvel que essa profecia se esteja cumprin-

do hoje, j´a que alguns pa

´ıses atingiram n

´ıveis de

13. Que eventos tr´agicos predisse Jesus, e como

´e a sua profecia

apoiada pela vis˜ao do terceiro cavaleiro do Apocalipse?

14. Que grandes fomes, desde 1914, cumpriram a profecia de Je-sus?

Uma Profecia Cujo Cumprimento Presenciamos 139

vida t˜ao elevados? Um relance para o mundo como

um todo n˜ao deixa d

´uvida quanto

`a resposta. Em

sentido hist´

orico, as fomes tˆ

em sido causadas porguerras e por calamidades naturais. N

˜ao surpreen-

de, portanto, que nosso s´

eculo, o qual teve mais doque o seu quinh

˜ao de calamidades e guerras, tenha

sido repetidamente afligido por fomes. Muitas par-tes da Terra t

ˆem sofrido essas calamidades desde

1914. Um relat´

orio alista mais de 60 grandes fomesdesde 1914, em pa

´ıses t

˜ao amplamente separados

como Gr´

ecia, Pa´ıses Baixos, URSS, Nig

´eria, Cha-

de, Chile, Peru, Bangladesh, Bengala, Kampuchea,Eti

´opia e Jap

˜ao.3 Algumas dessas fomes duraram

v´arios anos e causaram milh

˜oes de mortes.

15 Embora fomes severas costumem receber am-pla publicidade, depois de um tempo elas passam, eos sobreviventes retornam aos poucos a uma vidacomparativamente normal. Entretanto, outro tipomais sinistro de escassez de v

´ıveres desenvolveu-se

durante o s´

eculo 20. Esse´

e menos dram´atico, e, por-

tanto, muitas vezes ignorado. Mas persiste ano ap´

osano. Trata-se do severo flagelo da desnutric

˜ao, que

afeta quase 800 milh˜

oes de pessoas e, em pa´ıses em

desenvolvimento, a cada ano contribui para mais dea metade dos 12 milh

˜oes de mortes de criancas com

menos de 5 anos.4

16 No s´

eculo 20, esse tipo de escassez de v´ıve-

res matava regularmente, em dois dias, aproxima-damente tantas pessoas quantas foram mortas emHiroxima pela bomba at

ˆomica. De fato, de dois em

dois anos, mais pessoas morrem dos efeitos da fomedo que morreram soldados na Primeira e na Segun-da Guerras Mundiais juntas. Tem havido “escassez

15, 16. Que outros tipos de escassez de alimentos s˜ao hoje deve-

ras devastadores?

140 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

de v´ıveres . . . num lugar ap

´os outro” desde 1914?

Certamente que sim!

Terremotos17 Em 13 de janeiro de 1915, apenas dois meses

ap´

os o comeco da Primeira Guerra Mundial, um ter-remoto abalou os Abruzos, na It

´alia, e ceifou a vida

de 32.610 pessoas. Essa grande calamidade nos fazlembrar que as guerras e a escassez de alimentosdurante a presenca de Jesus seriam acompanhadaspor mais alguma coisa: “Haver

´a . . . terremotos num

lugar ap´

os outro.” Assim como se dava com a guer-ra e a fome, o terremoto nos Abruzos foi apenas “umprinc

´ıpio das dores de aflic

˜ao”.�

18 O s´

eculo 20 tem sido um s´

eculo de terremotos,e gracas ao desenvolvimento dos ve

´ıculos noticio-

sos, toda a humanidade est´a bem a par da devasta-

c˜ao que causam. Apenas para mencionar alguns,

em 1920 morreram 200.000 pessoas num terremotona China; em 1923, morreram ou desapareceram

� Entre 1914 e 1918, houve pelo menos cinco terremotos queregistraram 8 pontos ou mais na escala Richter — mais fortesdo que o terremoto nos Abruzos. Todavia, esses tremores ocor-reram em regi

˜oes remotas do globo, de modo que n

˜ao atra

´ıram

tanta atenc˜ao como o sismo na It

´alia.5

17. Que devastador terremoto ocorreu logo ap´

os 1914?18. Como se cumpriu a profecia de Jesus a respeito de terremotos?

uns 140.000 num sismo no Jap˜ao; em 1935, outro sis-

mo matou 25.000 no que agora´

e o Paquist˜ao, ao pas-

so que 32.700 morreram na Turquia, em 1939. Hou-ve 66.800 mortos num terremoto no Peru, em 1970.E em 1976, morreram uns 240.000 (ou, segundoalgumas fontes, 800.000) em Tangch

˜a, na China6.

Mais recentemente, em 2004, ocorreu um terremo-to de magnitude 9,0 perto da costa de Sumatra, In-don

´esia, o qual causou tsunamis que ceifaram mais

de 220.000 vidas.� Certamente, tem havido “terre-motos num lugar ap

´os outro”!7

“Praga Mort´ıfera”

19 Outro pormenor da profecia de Jesus tem quever com doencas. O evangelista Lucas, no seu rela-to, registra que Jesus predisse, “num lugar ap

´os ou-

tro, pestilˆ

encias”. (Lucas 21:11) Isso tamb´

em se har-moniza com a vis

˜ao prof

´etica dos quatro cavaleiros

do Apocalipse. O quarto cavaleiro chama-se Morte.Ele retrata a morte prematura por diversas causas,inclusive “praga mort

´ıfera, e . . . feras da terra”.

— Revelac˜ao 6:8.

20 L´a em 1918 e 1919, mais de 1.000.000.000 de

pessoas contra´ıram a chamada gripe espanhola, e

mais de 20.000.000 morreram. Essa doenca ceifoumais vidas do que a pr

´opria grande guerra.8 E a

“praga mort´ıfera”, ou ‘pestil

ˆencia’, continua a afli-

gir esta gerac˜ao, apesar dos not

´aveis avancos da me-

dicina. Por que se d´a isso? Em primeiro lugar, os

� Relataram-se cifras diferentes referentes ao n´

umero de v´ı-

timas de algumas dessas calamidades. Todas elas, por´

em, foramextremamente destrutivas.

19. Que pormenor adicional do sinal foi predito por Jesus e prefi-gurado pelo quarto cavaleiro do Apocalipse?20. Que not

´avel epidemia foi um cumprimento parcial da profecia

de Jesus a respeito de pestilˆ

encias?

142 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

pa´ıses mais pobres nem sempre usufruem os bene-

f´ıcios do progresso cient

´ıfico. Os pobres sofrem e

morrem de doencas que poderiam ser curadas semais dinheiro fosse tornado dispon

´ıvel.

21 Assim, at´

e 500 milh˜

oes de pessoas em todo omundo sofrem de mal

´aria. Cerca de 200 milh

˜oes

em esquistossomose (febre do caramujo). A doencade Chagas aflige quase 20 milh

˜oes de pessoas. Uns

126 milh˜

oes correm risco de oncocercose (cegueirado rio). Doencas diarreicas agudas matam milh

˜oes

de criancas todo ano.9 A tuberculose e a lepra aindaconstituem um significativo problema de sa

´ude. De

modo destacado, os pobres deste mundo sofrem de‘pestil

ˆencias num lugar ap

´os outro’.

22 Mas o mesmo acontece com os ricos. Por exem-plo, a gripe epid

ˆemica aflige tanto os ricos como os

pobres. Em 1957, um tipo de gripe, s´

o nos EstadosUnidos, causou 70.000 mortes. Na Alemanha, cal-cula-se que uma em seis pessoas, por fim, padecer

´a

de cˆancer.10 As doencas sexualmente transmiss

´ıveis

tamb´

em atacam os ricos e os pobres. A cada ano,62 milh

˜oes de pessoas s

˜ao infectadas com gonor-

reia.11 A s´ıfilis, a clam

´ıdia e o herpes genital s

˜ao

algumas das outras “pestilˆ

encias” pandˆ

emicas se-xualmente transmiss

´ıveis.

21, 22. De que modo sofreram pessoas tanto em pa´ıses ricos como

em pobres de “praga mort´ıfera”?

Uma Profecia Cujo Cumprimento Presenciamos 143

23 Em anos recentes, a “praga mort´ıfera” da

AIDS tamb´

em ingressou na lista das “pestilˆ

encias”.A AIDS

´e uma doenca aterrorizante, porque, na

´epo-

ca de se escrever isso, ainda n˜ao havia cura defini-

tiva em vista e as v´ıtimas s

´o conseguem viver mais

tomando medicamentos caros. Hoje calculadamen-te 42 milh

˜oes de pessoas est

˜ao infectadas com HIV,

o v´ırus que causa aids. A organizac

˜ao Unaids rela-

ta: “Nos 45 pa´ıses mais afetados, calcula-se que, no

per´ıodo de 2000 a 2020, 68 milh

˜oes de pessoas te-

r˜ao morte prematura por causa da aids.”12 Deveras,

uma “praga mort´ıfera”! Mas que dizer da profecia

sobre a morte causada por feras?

As “Feras da Terra”24 Acontece que, quando hoje se mencionam ani-

mais selvagens nos jornais, isso se d´a porque certas

esp´

ecies est˜ao em perigo ou est

˜ao quase extintas. As

“feras da terra” s˜ao muito mais ameacadas pelos hu-

manos, do que os humanos por elas. Apesar disso,em alguns pa

´ıses, animais selvagens, tais como ti-

gres na´India, ainda tiram constantemente vidas hu-

manas.25 No entanto, a B

´ıblia traz

`a nossa atenc

˜ao outra

esp´

ecie de fera, que tem provocado verdadeiro medonos

´ultimos anos. O profeta Ezequiel comparou ho-

mens violentos a feras, ao dizer: “Os pr´ıncipes dela

no seu meio s˜ao como lobos dilacerando a presa em

derramamento de sangue, destruindo almas paraobter lucro injusto.” (Ezequiel 22:27) Quando Jesusprofetizou a respeito dum “aumento do que

´e contra

a lei”, na realidade estava dizendo que tais “feras”

23. Que “praga mort´ıfera” tornou-se recentemente manchete nos

jornais?24, 25. (a) A que esp

´ecie de ‘fera’ referiu-se o profeta Ezequiel?

(b) O que disse Jesus quanto a “feras” estarem ativas na Terra du-rante a sua presenca?

144 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

estariam ativas na Terra durante a sua presenca.(Mateus 24:12) O escritor b

´ıblico Paulo acrescenta

que, durante os “´

ultimos dias”, os homens seriam“amantes do dinheiro . . . sem autodom

´ınio, ferozes,

sem amor a bondade”. (2 Tim´

oteo 3:1-3) Tem acon-tecido isso desde 1914?

26 Certamente que sim. J´a est

´a a par disso, se es-

tiver morando em uma de quase qualquer cidadegrande. Mas se estiver duvidando disso, ent

˜ao con-

sidere as seguintes citac˜

oes de jornais. Da Colˆ

om-bia: “No ano passado, a pol

´ıcia registrou . . . cerca

de 10.000 assassinatos e 25.000 assaltos a m˜ao ar-

mada.” De Vit´

oria, na Austr´alia: “Aumento Vertigi-

noso nos Crimes Graves.” Nos Estados Unidos, o´ındice de homic

´ıdios praticados por adolescentes tri-

plicou num per´ıodo de oito anos. A respeito de 500

homic´ıdios recentes em Los Angeles, Calif

´ornia, “a

pol´ıcia disse que 75% eram relacionados com quadri-

lhas”.27 De Zimb

´abue: “Assassinatos de criancinhas as-

sumem proporc˜

oes cr´ıticas.” Do Brasil: “Aqui se co-

metem tantos crimes e se portam tantas armas, queas not

´ıcias sobre viol

ˆencia simplesmente n

˜ao geram

mais grande agitac˜ao.” Da Nova Zel

ˆandia: “Ataques

sexuais e crimes violentos continuam a ser uma dasprincipais preocupac

˜oes da pol

´ıcia.” “O n

´ıvel de vio-

encia dos neozelandeses de uns para com os outross

´o se pode descrever como b

´arbaro.” Da Espanha:

“A Espanha`as voltas com o crescente problema dos

crimes.” Da It´alia: “A M

´afia siciliana, depois dum re-

es, revive numa onda de matancas.”28 Essas s

˜ao apenas umas poucas amostras de

not´ıcias jornal

´ısticas publicadas pouco antes do

26-28. Que relat´

orios de todas as partes do mundo mostram que h´a

“feras” criminosas rondando a Terra?

Uma Profecia Cujo Cumprimento Presenciamos 145

lancamento deste livro. Por certo, h´a “feras” ron-

dando a Terra, fazendo as pessoas tremer pela suaseguranca.

A Pregac˜

ao das Boas Novas29 O que aconteceria com a religi

˜ao durante o

tempo atribulado da presenca de Jesus? Por umlado, Jesus profetizou que haveria um aumento naatividade religiosa: “Surgir

˜ao muitos falsos profe-

tas, e desencaminhar˜ao a muitos.” (Mateus 24:11)

Por outro lado, ele predisse que, na cristandadecomo um todo, o interesse em Deus estaria em de-cl

´ınio. “O amor da maioria se esfriar

´a.” — Mateus

24:12.30 Isso deveras descreve o que hoje est

´a aconte-

cendo na cristandade. Por outro lado, as principaisigrejas, em toda a parte, est

˜ao declinando por falta

de apoio. Nos antes predominantemente protestan-tes pa

´ıses do norte da Europa e na Inglaterra, a re-

ligi˜ao quase que j

´a est

´a morta. Ao mesmo tempo, a

Igreja Cat´

olica sofre da falta de sacerdotes e da di-minuic

˜ao de apoio. Por outro lado, tem havido um

surto de elementos religiosos menores. Cultos ba-seados em religi

˜oes orientais proliferam, ao passo

que televangelistas gananciosos extorquem milh˜

oesde d

´olares.

29, 30. Qual´

e a situac˜ao religiosa da cristandade, em cumprimen-

to da profecia de Jesus?

31 Que dizer, por´

em, do verdadeiro cristianismo,a religi

˜ao introduzida por Jesus e pregada pelos seus

ap´

ostolos? Esse ainda existiria durante a presencade Jesus, mas como seria reconhecido? H

´a diver-

sas coisas que identificam o verdadeiro cristianis-mo, e uma delas

´e mencionada na grande profecia

de Jesus. Os verdadeiros crist˜aos estariam ocupados

numa obra mundial de pregac˜ao. Jesus profetizou:

“E estas boas novas do reino ser˜ao pregadas em toda

a terra habitada, em testemunho a todas as nac˜

oes;e ent

˜ao vir

´a o fim.” — Mateus 24:14.

32 Essa pregac˜ao ocorre agora em escala colossal!

Atualmente, o grupo religioso chamado Testemu-nhas de Jeov

´a est

´a empenhado na mais intensiva

atividade de pregac˜ao na hist

´oria do cristianismo.

(Isa´ıas 43:10, 12) L

´a em 1919, enquanto as princi-

pais religi˜

oes da cristandade, de mentalidade volta-da para a pol

´ıtica, estavam promovendo a malfa-

dada Liga das Nac˜

oes, as Testemunhas de Jeov´a

estavam sendo preparadas para essa campanha depregac

˜ao global.

33 L´a naquele tempo, havia apenas umas

10.000 Testemunhas, mas essas sabiam que obra ti-nha de ser feita. Empreenderam corajosamente atarefa da pregac

˜ao. Deram-se conta de que a separa-

c˜ao entre cl

´erigos e leigos era contr

´aria tanto

`as or-

dens da B´ıblia como ao modelo apost

´olico. De modo

que todas elas, sem excec˜ao, aprenderam a falar ao

seu pr´

oximo sobre o Reino de Deus. Tornaram-seuma organizac

˜ao de pregadores.

31. O que predisse Jesus, que nos ajuda a identificar hoje os ver-dadeiros crist

˜aos?

32. Apenas que grupo tem cumprido a profecia de Jesus registra-da em Mateus 24:14?33, 34. At

´e que ponto t

ˆem sido pregadas as boas novas do Reino em

todo o mundo?

Uma Profecia Cujo Cumprimento Presenciamos 147

34 Com o avanco do tempo, esses pregadores ti-veram de suportar uma intensa oposic

˜ao. Na Eu-

ropa, sofreram a oposic˜ao de diversos tipos de regi-

mes totalit´arios. Nos Estados Unidos e no Canad

´a,

confrontaram-se com desafios jur´ıdicos e a ac

˜ao

de turbas amotinadas. Em outros pa´ıses, tiveram

de vencer um fan´atico preconceito religioso e a im-

plac´avel perseguic

˜ao movida por ditadores tir

ˆani-

cos. Nos´

ultimos anos, tamb´

em se viram confronta-dos pelo esp

´ırito de cepticismo e de comodismo.

Mas perseveraram a ponto de que hoje h´a mais de

trˆ

es milh˜

oes e meio deles, em 212 pa´ıses. Nunca an-

tes se pregaram as boas novas do Reino t˜ao ampla-

mente — em not´avel cumprimento desse aspecto

do sinal!

O Que Significa Tudo Isso?35 Sem d

´uvida, presenciamos o cumprimento do

grande sinal dado por Jesus. Esse fato aumenta aevid

ˆencia de que a B

´ıblia deveras

´e inspirada por

Deus. Nenhum humano poderia ter predito com tan-ta anteced

ˆencia os eventos que ocorreriam durante

este s´

eculo 20. Al´

em disso, o cumprimento do sinalsignifica que vivemos no tempo da presenca de Je-sus e da terminac

˜ao do sistema de coisas. (Mateus

24:3) Qual´

e a significˆancia disso? O que envolve a

presenca de Jesus? E qual´

e o sistema de coisas queest

´a terminando? Para responder a essas pergun-

tas, precisamos considerar outra forte evidˆ

encia dainspirac

˜ao da B

´ıblia: sua not

´avel harmonia inter-

na. Consideraremos isso a seguir e veremos como oprincipal tema da B

´ıblia se aproxima agora mesmo

do seu espantoso cl´ımax.

35. (a) Como nos ajuda hoje o cumprimento de profecias a demons-trar a inspirac

˜ao divina da B

´ıblia? (b) O que significa para os nossos

dias o cumprimento do sinal dado por Jesus?

148 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

NENHUM estudante sincero pode deixar de ficarimpressionado com o fato de que a B

´ıblia, embo-

ra seja uma colec˜ao de livros diferentes, constitui um

o produto unificado.´

E unificado no sentido de que,do princ

´ıpio ao fim, promove a adorac

˜ao de apenas

um Deus, cujas caracter´ısticas nunca mudam, e de

que todos os seus livros desenvolvem um s´

o tema pre-valecente. Essa harmonia global

´e uma poderosa evi-

encia de que a B´ıblia, de fato,

´e a Palavra de Deus.

2 O tema b´asico da B

´ıblia

´e apresentado logo nos

1. (Inclua a introduc˜ao.) Que not

´avel harmonia atesta que a B

´ıblia´

e inspirada por Deus?2, 3. Que profecia proferida no

´Eden ofereceu uma base para es-

peranca, e que circunstˆancias levaram ao proferimento dessa

profecia?

Capıtulo���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 11

A Harmonia Globalda B

´ıblia

Imagine uma biblioteca de 66 livros, escritos porumas 40 pessoas diferentes durante um perıodode 1.600 anos. Tres lınguas foram usadas porescritores que viveram em diversas terras. Todosos escritores tinham personalidade, habilidadese formacao diferentes. Mas, por fim, quando oslivros que escreveram foram compilados, viu-seque esses, na realidade, constituıam apenas umso grandioso livro, que segue um so tema basico,do princıpio ao fim. Isso e difıcil de imaginar,nao e? Contudo, a Bıblia e exatamente talbiblioteca.

A Harmonia Global da B´ıblia 149

cap´ıtulos iniciais do seu primeiro livro, G

ˆenesis. Le-

mos ali que os nossos primeiros pais, Ad˜ao e Eva,

foram criados perfeitos e colocados num jardim pa-rad

´ısico, o

´Eden. No entanto, Eva foi abordada por

uma serpente, que desafiou a justeza das leis deDeus e a engodou com mentiras sutis a um proce-der de pecado. Ad

˜ao acompanhou-a e tamb

´em de-

sobedeceu a Deus. Com que resultado? Ambos fo-ram expulsos do

´Eden e condenados

`a morte. N

´os

sofremos hoje os resultados daquela primeira rebe-li

˜ao. Todos herdamos o pecado e a morte de nossos

primeiros pais. — Gˆ

enesis 3:1-7, 19, 24; Romanos5:12.

3 Naquela ocasi˜ao tr

´agica, por

´em, Deus proferiu

uma profecia que ofereceu base para esperanca. Aprofecia foi dirigida

`a serpente, mas foi proferida

aos ouvidos de Ad˜ao e Eva, de modo que pudessem

transmiti-la aos seus filhos. Isto foi o que Deus dis-se: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entreo teu descendente [hebraico, lit.: a tua semente]e o seu descendente [lit.: a sua semente]. Ele temachucar

´a a cabeca e tu lhe machucar

´as o calca-

nhar.” — Gˆ

enesis 3:15; Romanos 8:20, 21.4 Note os quatro entes mencionados nesse vers

´ı-

culo tem´atico: a serpente e sua semente, bem como

a mulher e sua semente. Esses entes desempenha-riam o papel principal nos eventos durante mil

ˆe-

nios futuros. Haveria constante inimizade entre amulher e sua semente de um lado, e a serpente esua semente do outro lado. Essa inimizade inclui-ria o cont

´ınuo conflito entre a adorac

˜ao verdadei-

ra e a falsa, entre a conduta correta e a iniquida-de. Em certo est

´agio, a serpente conseguiria uma

4. Que entes foram mencionados na profecia de Jeov´a no

´Eden, e

que interac˜ao haveria entre eles no decorrer dos s

´eculos?

150 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

aparente vantagem, ao machucar o calcanhar dasemente da mulher. Finalmente, por

´em, a semen-

te da mulher havia de esmagar a cabeca da serpen-te, e o pr

´oprio Deus ficaria vindicado quando todos

os tracos da rebeli˜ao original tivessem sido remo-

vidos.5 Quem s

˜ao a mulher e a serpente? E quem s

˜ao

suas sementes? Quando Eva teve seu primeiro fi-lho, Caim, ela exclamou: “Produzi um homem como aux

´ılio de Jeov

´a.” (G

ˆenesis 4:1) Talvez achas-

se que ela era a mulher da profecia e que esse fi-lho mostraria ser a semente. Todavia, Caim tinham

´a

´ındole, similar

`a serpente. Tornou-se assassino,

matando seu pr´

oprio irm˜ao mais jovem, Abel. (G

ˆe-

nesis 4:8)´

E evidente que a profecia tinha um signi-ficado mais profundo, simb

´olico, que somente Deus

podia explicar. E ele fez isso, aos poucos. Todos os66 livros da B

´ıblia contribuem de um ou de outro

modo para a revelac˜ao do significado dessa primei-

ra profecia da B´ıblia.

Quem´

E a Serpente?6 Primeiro, quem

´e a serpente mencionada em

5. Como sabemos que Eva n˜ao era a mulher da profecia?

6-8. Que palavras de Jesus nos ajudam a identificar o poder pordetr

´as da serpente? Queira explicar isso.

A primeiraprofecia daB

´ıblia ofereceu`

a humanidadedeca

´ıda uma

base paraesperanca.

A Harmonia Global da B´ıblia 151

enesis 3:15? O relato diz que uma serpente lite-ral abordou Eva, no

´Eden, mas as serpentes lite-

rais n˜ao podem falar. Deve ter havido algum po-

der por detr´as daquela serpente, induzindo-a a tal

ac˜ao. Qual era esse poder? Foi s

´o no primeiro s

´ecu-

lo da nossa Era Comum, quando Jesus realizou seuminist

´erio aqui na Terra, que se revelou claramen-

te a identidade desse poder.7 Jesus, em certa ocasi

˜ao, estava falando com

alguns l´ıderes religiosos judaicos, justos aos seus

pr´

oprios olhos, que se gabavam de que eram filhosde Abra

˜ao. Todavia, haviam sido inflexivelmente

opostos`a verdade pregada por Jesus. De modo que

Jesus lhes disse: “V´

os sois de vosso pai, o Diabo, equereis fazer os desejos de vosso pai. Esse foi umhomicida quando comecou, e n

˜ao permaneceu fir-

me na verdade, porque n˜ao h

´a nele verdade. Quan-

do fala a mentira, fala segundo a sua pr´

opria dis-posic

˜ao, porque

´e um mentiroso e o pai da mentira.”

— Jo˜ao 8:44.

8 As palavras de Jesus eram fortes e diretas.Descreveu o Diabo como “homicida” e como “o paida mentira”. Ora, as primeiras mentiras registra-das foram as da serpente, no

´Eden. Quem quer que

tenha proferido essas mentiras era de fato “o paida mentira”. Al

´em disso, essas mentiras resulta-

ram na morte de Ad˜ao e Eva, constituindo aquele

antigo mentiroso em assassino. Obviamente, ent˜ao,

o poder por detr´as da serpente no

´Eden era Sata-

n´as, o Diabo, e Jeov

´a realmente falou a Satan

´as na-

quela antiga profecia.9 Alguns perguntam: se Deus

´e bom, por que

criou ele uma criatura assim como o Diabo? As pa-

9. Como veio Satan´as

`a exist

ˆencia?

152 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

lavras de Jesus tamb´

em nos ajudam a responder aessa pergunta. Jesus disse a respeito de Satan

´as:

“[Ele] foi um homicida quando comecou.” Assim, foiquando Satan

´as mentiu a Eva que ele comecou a

ser Satan´as — palavra que prov

´em duma hebraica

que significa “opositor”. Deus n˜ao criou Satan

´as.

Um anjo anteriormente fiel permitiu que o desejoerrado se desenvolvesse no seu corac

˜ao, de modo

que se tornou Satan´as. — Deuteron

ˆomio 32:4; veja

o 1:6-12; 2:1-10; Tiago 1:13-15.

A Semente da Serpente10 Que dizer, por

´em, da ‘semente [ou prole] da

serpente’? As palavras de Jesus tamb´

em nos aju-dam a solucionar essa parte do enigma. Ele disseaos l

´ıderes religiosos judaicos: “V

´os sois de vosso

pai, o Diabo, e quereis fazer os desejos de vosso pai.”Esses judeus eram descendentes de Abra

˜ao, assim

como se gabavam. Mas a sua conduta in´ıqua torna-

va-os filhos espirituais de Satan´as, o originador do

pecado.11 O ap

´ostolo Jo

˜ao, escrevendo perto do fim do

primeiro s´

eculo, explica claramente quem perten-ce

`a semente da Serpente, Satan

´as. Ele escreve:

“Quem estiver praticando o pecado origina-se doDiabo, porque o Diabo tem estado pecando desdeo princ

´ıpio. . . . Os filhos de Deus e os filhos do

Diabo evidenciam-se pelo seguinte fato: Todo aque-le que n

˜ao est

´a praticando a justica n

˜ao se origi-

na de Deus, nem aquele que n˜ao ama seu irm

˜ao.”

(1 Jo˜ao 3:8, 10) Evidentemente, a semente da Ser-

pente tem estado muito ativa em toda a hist´

oria hu-mana!

10, 11. Como nos ajudam Jesus e o ap´

ostolo Jo˜ao a identificar a

semente da Serpente?

A Harmonia Global da B´ıblia 153

Quem´

E a Semente da Mulher?12 Ent

˜ao, quem

´e ‘a semente [ou prole] da mu-

lher’? Essa´

e uma das mais importantes pergun-tas j

´a feitas, porque

´e a semente da mulher quem

por fim esmagar´a a cabeca de Satan

´as e desfar

´a

os maus efeitos da rebeli˜ao original. L

´a no s

´ecu-

lo 20 AEC, Deus revelou ao homem fiel, Abra˜ao,

um grande ind´ıcio sobre a identidade dessa semen-

te. Por causa da grande f´

e de Abra˜ao, Deus lhe fez

uma s´

erie de promessas a respeito da prole que lhenasceria. Uma delas tornou evidente que ‘a semen-te da mulher’, que ‘machucaria a cabeca da serpen-te’, surgiria dentre os filhos de Abra

˜ao. Deus disse-

lhe: “Teu descendente [lit.: tua semente] tomar´a

posse do port˜ao dos seus inimigos. E todas as na-

oes da terra h˜ao de abencoar a si mesmas por meio

de teu descendente [lit.: tua semente], pelo fato deque escutaste a minha voz.” — G

ˆenesis 22:17, 18.

13 Com o passar dos anos, a promessa de Jeov´a

a Abra˜ao foi repetida ao filho de Abra

˜ao, Isaque, e

ao neto, Jac´

o. (Gˆ

enesis 26:3-5; 28:10-15) Os descen-dentes de Jac

´o, por fim, tornaram-se 12 tribos, e

uma dessas tribos, Jud´a, recebeu uma promessa es-

pecial: “O cetro n˜ao se afastar

´a de Jud

´a, nem o bas-

t˜ao de comandante de entre os seus p

´es, at

´e que

venha Sil´

o; e a ele pertencer´a a obedi

ˆencia dos po-

vos.” (Gˆ

enesis 49:10) Evidentemente, a Sementehavia de aparecer na tribo de Jud

´a.

12, 13. (a) Como revelou Jeov´a a Abra

˜ao que a semente da mu-

lher apareceria entre os descendentes dele? (b) Quem herdou apromessa a respeito da Semente?

No s´

eculo 20 AEC, Jeov´

adisse a Abra

˜ao que a

prometida Semente viriadentre os descendentesdele.

14 No fim do s´

eculo 16 AEC, as 12 tribos de Is-rael foram organizadas em nac

˜ao, como povo espe-

cial de Deus. Para esse fim, Deus fez um pacto sole-ne com elas e deu-lhes um c

´odigo de leis. O motivo

principal disso era preparar um povo para a vindada Semente. (

ˆExodo 19:5, 6; G

´alatas 3:24) A partir

de ent˜ao, a inimizade de Satan

´as para com a Se-

mente da mulher se via na hostilidade das nac˜

oespara com o povo escolhido de Deus.

15 O ind´ıcio final de que fam

´ılia produziria a Se-

mente foi dado no s´

eculo 11 AEC. Naquela oca-si

˜ao, Deus falou ao segundo rei de Israel, Davi, e

prometeu que a Semente viria da sua linhagem eque o trono Dessa ficaria “firmemente estabeleci-do por tempo indefinido”. (2 Samuel 7:11-16) Da-quele ponto em diante, a Semente podia correta-mente ser chamada de filho de Davi. — Mateus22:42-45.

16 Nos anos que se seguiram, Deus suscitou pro-fetas para dar mais informac

˜oes inspiradas sobre a

vindoura Semente. Por exemplo, no oitavo s´

ecu-lo AEC, Isa

´ıas escreveu: “Um menino nos nasceu,

um filho se nos deu; e o dom´ınio principesco vir

´a

a estar sobre o seu ombro. E ser´a chamado pelo

14. Que nac˜ao foi organizada com o fim de estar preparada para a

vinda da Semente?15. Que ind

´ıcio final foi dado quanto a que fam

´ılia entre os descen-

dentes de Abra˜ao produziria a Semente?

16, 17. Como descreveu Isa´ıas as b

ˆenc

˜aos que a Semente traria?

No s´

eculo 11 AEC, oRei Davi soube que aSemente viria da sualinhagem real.

A Harmonia Global da B´ıblia 155

nome de Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso,Pai Eterno, Pr

´ıncipe da Paz. Da abund

ˆancia do do-

m´ınio principesco e da paz n

˜ao haver

´a fim, sobre o

trono de Davi e sobre o seu reino.” — Isa´ıas 9:6, 7.

17 Isa´ıas profetizou adicionalmente sobre essa

Semente: “Ter´a de julgar com justica os de condi-

c˜ao humilde e ter

´a de dar repreens

˜ao com retid

˜ao

em benef´ıcio dos mansos da terra. . . . E o lobo, de

fato, residir´a por um tempo com o cordeiro e o pr

´o-

prio leopardo se deitar´a com o cabritinho, e o be-

zerro, e o le˜ao novo jubado, e o animal cevado, to-

dos juntos . . . N˜ao se far

´a dano, nem se causar

´a

ru´ına em todo o meu santo monte; porque a ter-

ra h´a de encher-se do conhecimento de Jeov

´a as-

sim como as´aguas cobrem o pr

´oprio mar.” (Isa

´ıas

11:4-9) Que ricas bˆ

enc˜aos essa semente havia de

trazer!18 No sexto s

´eculo antes da nossa Era Comum,

Daniel registrou uma profecia adicional a respeitoda Semente. Ele predisse o tempo em que algu

´em

como um filho de homem apareceria no c´

eu, e dis-se que “foi-lhe dado dom

´ınio, e dignidade, e um rei-

no, para que todos os povos, grupos nacionais e l´ın-

guas o servissem”. (Daniel 7:13, 14) De modo quea vindoura Semente herdaria um reino celestial,e sua autoridade r

´egia se estenderia sobre toda a

Terra.

18. Que informac˜ao adicional sobre a Semente registrou Daniel?

No oitavo s´

eculo AEC,Isa

´ıas predisse as

enc˜

aos que aSemente traria.

Solucionado o Enigma19 A identidade da Semente foi finalmente des-

velada no comeco da nossa Era Comum. Noano 2 AEC, apareceu um anjo

`a jovem judia cha-

mada Maria, descendente de Davi. O anjo infor-mou-a de que ela daria

`a luz um beb

ˆe muito es-

pecial, e disse: “Este ser´a grande e ser

´a chamado

Filho do Alt´ıssimo; e Jeov

´a Deus lhe dar

´a o trono

de Davi, seu pai, e ele reinar´a sobre a casa de Jac

´o

para sempre, e n˜ao haver

´a fim do seu reino.” (Lu-

cas 1:32, 33) De modo que a longa espera pela “se-mente” finalmente chegava ao fim.

20 No ano 29 EC (data indicada com muita an-teced

ˆencia por Daniel), Jesus foi batizado. Desceu

ent˜ao sobre ele esp

´ırito santo, e Deus o reconheceu

como seu Filho. (Daniel 9:24-27; Mateus 3:16, 17)Durante tr

ˆes anos e meio depois disso, Jesus tes-

temunhou aos judeus, proclamando: “O reino dosc

´eus se tem aproximado.” (Mateus 4:17) Durante

esse tempo, cumpriu tantas profecias das Escritu-ras Hebraicas, que n

˜ao havia margem para d

´uvida

de que ele de fato era a Semente prometida.21 Os primitivos crist

˜aos entenderam isso muito

19. Conforme revelado pelo anjo, que papel desempenharia Mariana vinda da Semente?20. Quem

´e a prometida Semente, e que mensagem pregou em Is-

rael?21. O que entenderam os primitivos crist

˜aos quanto

`a identidade

da Semente?

No sexto s´

eculo AEC,Daniel predisse que aSemente governaria numreino celestial.

A Harmonia Global da B´ıblia 157

bem. Paulo explicou aos crist˜aos na Gal

´acia: “Ora,

as promessas foram feitas a Abra˜ao e a seu descen-

dente [grego, lit.:`a sua semente]. N

˜ao diz: ‘E a

descendentes [sementes]’, como no caso de muitos,mas como no caso de um s

´o: ‘E a teu descendente

[`a tua semente]’, que

´e Cristo.” (G

´alatas 3:16) Je-

sus havia de ser o “Pr´ıncipe da Paz” predito por

Isa´ıas. Depois que ele finalmente entrasse no seu

Reino, estabelecer-se-ia mundialmente ju´ızo e jus-

tica.

Ent˜

ao, Quem´

E a Mulher?22 Se Jesus

´e a Semente, ent

˜ao quem

´e a mulher

mencionada l´a no

´Eden? Visto que o poder por de-

tr´as da serpente era uma criatura espiritual, n

˜ao

nos deve surpreender que a mulher tamb´

em sejaespiritual, n

˜ao humana. O ap

´ostolo Paulo falou so-

bre uma “mulher” celestial ao dizer: “Mas a Jeru-sal

´em de cima

´e livre, e ela

´e a nossa m

˜ae.” (G

´ala-

tas 4:26) Outros textos b´ıblicos indicam que essa

“Jerusal´

em de cima” j´a existia por mil

ˆenios. Ela

´e

a organizac˜ao celestial de Jeov

´a, de criaturas espi-

rituais, da qual Jesus descendeu para desempenharo papel de ‘semente da mulher’. Somente tal esp

´e-

cie de “mulher” espiritual podia suportar a inimiza-de da “serpente original” durante mil

ˆenios. — Re-

velac˜ao [Apocalipse] 12:9; Isa

´ıas 54:1, 13; 62:2-6.

23 Esse breve exame geral do desenvolvimentodaquela antiga profecia de G

ˆenesis 3:15

´e forte tes-

temunho a favor da grandiosa harmonia da B´ıblia.

Deveras,´

e not´avel que a profecia s

´o pode ser en-

tendida quando se juntam os eventos e as declara-

22. Quem´

e a mulher mencionada na profecia de Jeov´a no

´Eden?

23. Por que´

e t˜ao not

´avel a revelac

˜ao progressiva do significado da

profecia edˆ

enica de Jeov´a?

158 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

oes dos s´

eculos 20, 11, 8 e 6 AEC, com as declara-c

˜oes e os eventos do primeiro s

´eculo da nossa Era

Comum. Isso n˜ao pode ter sido por acaso. Tinha de

haver uma m˜ao orientadora por detr

´as disso tudo.

— Isa´ıas 46:9, 10.

O Significado Disso Para N´

os24 O que significa tudo isso para n

´os? Pois bem,

Jesus´

e a prim´aria ‘semente da mulher’. Aquela an-

tiga profecia de Gˆ

enesis 3:15 predisse que a Ser-pente lhe ‘machucaria’ o calcanhar, e isso aconte-ceu quando Jesus morreu na estaca de tortura. Ummachucado n

˜ao dura muito. Portanto, o aparente

ˆexito da Serpente transformou-se rapidamente emderrota, quando Jesus foi ressuscitado. (Conformevimos no Cap

´ıtulo 6, existe sobrepujante evid

ˆencia

de que isso realmente aconteceu.) A morte de Je-sus tornou-se a base para a salvac

˜ao da humanida-

de de corac˜ao reto, de modo que a Semente come-

cou a ser uma bˆ

enc˜ao, assim como Deus prometera

a Abra˜ao. Mas que dizer das profecias de que Jesus

havia de governar desde um reino celestial sobretodo o seu dom

´ınio terrestre?

24. Que significa para n´

os a identificac˜ao da Semente?

Perto do in´ıcio

do primeiros

´eculo EC,

Maria soubeque Jesus, obeb

ˆe que ela

daria`

a luz,cresceria paraser a Semente.

A Harmonia Global da B´ıblia 159

25 Numa v´ıvida vis

˜ao prof

´etica, registrada no ca-

p´ıtulo 12 de Revelac

˜ao, retrata-se o comeco des-

se Reino pelo nascimento dum filho var˜ao no c

´eu.

Nesse Reino, a prometida Semente assume o podersob o t

´ıtulo de Miguel, que significa “Quem

´E Seme-

lhante a Deus?”. Esse mostrou que ningu´

em podelegitimamente desafiar a soberania de Jeov

´a, quan-

do expulsou “a serpente original” para sempre doc

´eu. Lemos: “Assim foi lancado para baixo o gran-

de drag˜ao, a serpente original, o chamado Diabo

e Satan´as, que est

´a desencaminhando toda a ter-

ra habitada; ele foi lancado para baixo,`a terra.”

— Revelac˜ao 12:7-9.

26 Disso resultou al´ıvio para os c

´eus, mas aflic

˜ao

na Terra. “Agora se realizou a salvac˜ao, e o po-

der, e o reino de nosso Deus, e a autoridade do seuCristo”, ecoou o brado de triunfo. Al

´em disso, le-

mos: “Por esta raz˜ao, regozijai-vos,

´o c

´eus, e v

´os os

que neles residis! Ai da terra e do mar, porque des-ceu a v

´os o Diabo, tendo grande ira, sabendo que

ele tem um curto per´ıodo de tempo.” — Revelac

˜ao

12:10, 12.27 Podemos saber quando essa profecia deve

cumprir-se? Na realidade, essa foi a pergunta fei-ta pelos disc

´ıpulos, quando indagaram de Jesus ‘o

sinal da sua presenca e da terminac˜ao do sistema

de coisas’ — conforme consideramos no Cap´ıtu-

lo 10. (Mateus 24:3) Como vimos, h´a sobrepujan-

te evidˆ

encia de que a presenca de Jesus no poderdo Reino celestial comecou em 1914. Desde aque-le tempo, sentimos deveras o “ai da terra”!

25, 26. Que quest˜ao estava envolvida na inimizade entre a ‘semen-

te da mulher’ e a Serpente, conforme descrita em Revelac˜ao?

27. Quando se cumpriu a profecia de Satan´as ser expulso dos c

´eus?

Como sabemos isso?

160 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

28 Mas queira notar: aquele brado celestialanunciou que Satan

´as tinha apenas “um curto pe-

r´ıodo de tempo”. De modo que aquela profecia ori-

ginal, em Gˆ

enesis 3:15, avanca para o seu infal´ıvel

cl´ımax. A serpente, sua semente, a mulher e a se-

mente dela foram todas identificadas. A Sementefoi ‘machucada no calcanhar’, mas restabeleceu-se. Dentro em breve, comecar

´a o esmagamento de

Satan´as (e de sua semente) sob o agora j

´a reinan-

te Rei de Deus, Cristo Jesus.29 Isso envolver

´a tremendas mudancas no cen

´a-

rio terrestre. Aqueles que mostrarem ser sementede Satan

´as ser

˜ao removidos junto com ele. Confor-

me profetizou o salmista: “Apenas mais um pouco,e o in

´ıquo n

˜ao mais existir

´a; e estar

´as certamen-

te atento ao seu lugar, e ele n˜ao existir

´a.” (Salmo

37:10) Qu˜ao radical ser

´a essa mudanca! Ent

˜ao se

cumprir˜ao as palavras adicionais do salmista: “Mas

os pr´

oprios mansos possuir˜ao a terra e deveras se

deleitar˜ao na abund

ˆancia de paz.” — Salmo 37:11.

30 Dessa maneira, o “Pr´ıncipe da Paz” trar

´a fi-

nalmente paz`a humanidade. Essa

´e a promessa da

B´ıblia, conforme notamos em Isa

´ıas 9:6, 7. Nesta

era c´

eptica, muitos acham essa promessa irreal´ıs-

tica. Mas que alternativa oferecem os homens? Ne-nhuma! Por outro lado, essa promessa

´e feita de

modo claro na B´ıblia, e a B

´ıblia

´e a infal

´ıvel Pala-

vra de Deus. Os irreal´ısticos, na realidade, s

˜ao os

epticos. (Isa´ıas 55:8, 11) Eles n

˜ao fazem caso de

Deus, que inspirou a B´ıblia e que

´e a maior realida-

de de todas.

28, 29. Que grandes mudancas no cen´ario terrestre ainda s

˜ao fu-

turas, e como sabemos que elas ocorrer˜ao em breve?

30. Por que s˜ao irreal

´ısticos os c

´epticos que duvidam da inspirac

˜ao

da B´ıblia e at

´e mesmo da exist

ˆencia de Deus?

A Harmonia Global da B´ıblia 161

A B´IBLIA destaca a import

ˆancia da sabedoria.

Ela diz: “Sabedoria´

e a coisa principal. Adqui-re sabedoria; e com tudo o que adquirires, adquirecompreens

˜ao.” (Prov

´erbios 4:7) Ela reconhece tam-

em que a n´

os, humanos, muitas vezes falta sabe-doria, e exorta-nos: “Se algu

´em de v

´os tiver falta de

sabedoria, persista ele em pedi-la a Deus, pois ele d´a

generosamente a todos.” — Tiago 1:5.2 Como

´e que Deus ‘d

´a generosamente sabedo-

ria’? Um modo´

e por exortar-nos a ler a B´ıblia e a

aprender dela. O livro b´ıblico de Prov

´erbios insta:

1. (Inclua a introduc˜ao.) (a) Onde encontramos evid

ˆencia da ini-

gual´avel sabedoria de Deus? (b) Que conselho d

´a a B

´ıblia a respeito

da sabedoria?2. Como se pode aumentar em sabedoria?

Capıtulo���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 12

Uma Fonte MaisElevada de Sabedoria

“Quantos sao os teus trabalhos, o Jeova! A todoseles fizeste em sabedoria. A terra esta cheia dastuas producoes.” (Salmo 104:24) Sim, desde amagnificencia do vasto Universo ate a delicadabeleza duma flor, a criacao atesta a inigualavelsabedoria do seu Criador. A tecnologia desteseculo 20 e insignificante em comparacao com asobras de Deus. Se a Bıblia e mesmo a Palavra deDeus, tambem seria de esperar que fornecesseevidencia de sabedoria alem das capacidadeshumanas. Faz isso?

162 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

“Filho meu, se aceitares as minhas declarac˜

oes e en-tesourares contigo os meus pr

´oprios mandamentos,

de modo a prestares atenc˜ao

`a sabedoria . . . enten-

der´as o temor a Jeov

´a e achar

´as o pr

´oprio conheci-

mento de Deus. Pois o pr´

oprio Jeov´a d

´a sabedoria.”

(Prov´

erbios 2:1, 2, 5, 6) Quando aplicamos o conse-lho da B

´ıblia e vemos qu

˜ao eficaz

´e, damo-nos con-

ta de que ela realmente representa sabedoria divina.

Declarac˜

oes S´

abias3 A fim de avaliarmos isso melhor, examinemos

alguns vers´ıculos da B

´ıblia. Considere esta declara-

c˜ao s

´abia: “Os que est

˜ao resolvidos a ficar ricos caem

em tentac˜ao e em laco, e em muitos desejos insen-

satos e nocivos . . . Porque o amor ao dinheiro´

eraiz de toda sorte de coisas prejudiciais.” (1 Tim

´o-

teo 6:9, 10) Compare isso com o ponto de vista mo-derno — pelo menos na sociedade ocidental — queincentiva as pessoas a fazer do dinheiro seu objeti-vo prim

´ario. Infelizmente, muitos conseguem obter

a riqueza que procuram, e mesmo assim tˆ

em umasensac

˜ao de vazio e de dessatisfac

˜ao. Um psic

´ologo

cl´ınico observou: “Tornar-se o N.° 1 e rico n

˜ao lhe

d´a a sensac

˜ao de estar realizado, satisfeito, autenti-

camente respeitado ou amado.”1

3, 4. (a) O que diz a B´ıblia sobre a futilidade do amor ao dinheiro?

(b) Que primoroso equil´ıbrio demonstra a B

´ıblia ao aconselhar-nos

sobre o valor do dinheiro?

Andar com pessoass

´abias torna-nos

abios, masassociar-nos com osest

´upidos ter

´a mau

efeito sobre n´

os.

Uma Fonte Mais Elevada de Sabedoria 163

4 N˜ao

´e que a pessoa pr

´atica possa inteiramente

virar as costas para o dinheiro. A B´ıblia mostra sa-

bedoria primorosamente equilibrada ao dizer: “A sa-bedoria

´e para protec

˜ao, assim como o dinheiro

´e

para protec˜ao; mas a vantagem do conhecimento

´e

que a pr´

opria sabedoria preserva vivos os que a pos-suem.” (Eclesiastes 7:12) Assim, a B

´ıblia ajuda-nos

a ver que o dinheiro, embora importante, n˜ao

´e todo

importante.´

E apenas um meio para se atingir umfim, e tem valor limitado, se n

˜ao tivermos a sabedo-

ria de us´a-lo corretamente.

5 A seguinte declarac˜ao b

´ıblica tamb

´em

´e veraz:

“Quem anda com pessoas s´abias tornar-se-

´a s

´abio,

mas ir´a mal com aquele que tem tratos com os es-

upidos.” (Prov´

erbios 13:20) J´a notou a poderosa

influˆ

encia que aqueles com quem nos associamosexercem sobre n

´os? A press

˜ao dos colegas tem leva-

do alguns jovens`a embriaguez, ao v

´ıcio das dro-

gas e`a imoralidade. Se nos associarmos com aque-

les que usam de linguagem suja, verificaremos nofim que tamb

´em usamos tal linguagem. Associar-

nos com pessoas desonestas tende a fazer-nos deso-nestos. Deveras, como a B

´ıblia tamb

´em diz: “M

´as

associac˜

oes estragam h´abitos

´uteis.” — 1 Cor

´ıntios

15:33.6 Por outro lado, boas associac

˜oes podem melho-

rar-nos. Por ‘andarmos com pessoas s´abias’, tornar-

nos-emos mais s´abios. Bons h

´abitos s

˜ao contagiantes,

assim como tamb´

em os maus. Novamente, a B´ıblia

mostra sabedoria ao exortar-nos a escolher com cui-dado aqueles com quem nos associamos.

7 A B´ıblia cont

´em muitos desses preceitos para

5, 6. (a) Por que´

e s´abio o conselho b

´ıblico de evitar m

´as associa-

oes? (b) Como somos beneficiados por ‘andar com pessoas s´abias’?

7. O que torna a B´ıblia

´ımpar como fonte de conselho?

164 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

ajudar-nos a orientar nossa vida. Como fonte de con-selho, a B

´ıblia

´e

´ımpar. Seu conselho

´e sempre be-

efico. Nunca´

e apenas te´

orico, e nunca nos causadano. O amplo alcance do conselho b

´ıblico n

˜ao tem

igual. Os que o aplicam na sua vida e que notam queele sempre funciona para o seu bem chegam a apre-ciar a B

´ıblia como fonte

´ımpar de sabedoria.

Princ´ıpios S

´abios

8 O que fazer, por´

em, quando nos confrontamoscom uma situac

˜ao n

˜ao especificamente menciona-

da na B´ıblia? Muitas vezes, encontramos princ

´ıpios

abrangentes para nos orientar. Por exemplo, mui-tos, em algum tempo na sua vida, se confrontamcom uma decis

˜ao a respeito do h

´abito de fumar. Vis-

to que o fumo n˜ao era conhecido no Oriente M

´edio

nos dias de Jesus, a B´ıblia n

˜ao o menciona. Todavia,

h´a princ

´ıpios b

´ıblicos apropriados para nos ajudar a

fazer uma decis˜ao s

´abia nesse assunto.

9 Fumar tabaco, embora se diga que´

e agrad´avel,

na realidade envolve inalar poluentes concentradosnos pulm

˜oes. O fumante polui seu corpo, bem como

sua roupa e o ar em volta dele. Al´

em disso, fumar´

e

8. Como pode a B´ıblia ajudar-nos mesmo quando nos confronta-

mos com uma situac˜ao n

˜ao especificamente mencionada nela?

9-11. De que modo nos ajudam os princ´ıpios b

´ıblicos a fazer uma

decis˜ao s

´abia na quest

˜ao do uso do fumo, e como somos beneficia-

dos por seguir estes princ´ıpios?

Fumar tabacotem de serevitado, porque´e contra osprinc

´ıpios

b´ıblicos.

Uma Fonte Mais Elevada de Sabedoria 165

um v´ıcio. Os que querem deixar de fumar frequen-

temente acham isso muito dif´ıcil. Pensando nisso,

podemos recorrer`a B

´ıblia em busca de ajuda para

chegar a uma conclus˜ao s

´abia sobre o fumar.

10 Primeiro, considere o problema de isso ser v´ı-

cio. Paulo, ao falar sobre alimentos, disse: “Eu n˜ao

me deixarei pˆ

or sob autoridade por coisa alguma.”(1 Cor

´ıntios 6:12) Paulo era livre para comer qual-

quer tipo de alimento, mas ele sabia que algumaspessoas, l

´a naquele tempo, tinham consci

ˆencia sen-

s´ıvel. De modo que ele disse que n

˜ao era t

˜ao “habi-

tuado” a certos alimentos, que n˜ao pudesse renun-

ciar a eles, se fosse preciso, para n˜ao fazer outros

tropecar. Quando algu´

em n˜ao consegue parar de fu-

mar — ou de mascar fumo — ele definitivamenteest

´a ‘sob a sua autoridade’. De modo que a declara-

c˜ao de Paulo, a respeito da quest

˜ao do alimento, pro-

e uma boa orientac˜ao sobre o uso do fumo. N

˜ao

devemos deixar que um h´abito nos escravize.

11 Segundo, considere a quest˜ao da poluic

˜ao. A

B´ıblia diz: “Purifiquemo-nos de toda imund

´ıcie da

carne e do esp´ırito.” (2 Cor

´ıntios 7:1) Sem d

´uvida,

fumar´

e imund´ıcie, ou poluic

˜ao, da carne. A serie-

dade dessa poluic˜ao

´e vista no fato de que, de acor-

do com as´

ultimas estat´ısticas, uns 4,9 milh

˜oes de

pessoas morrem a cada ano por causa do uso de ta-baco. Se seguirmos o princ

´ıpio b

´ıblico de nos man-

ter livres dos aviltamentos da carne, ficaremos pro-tegidos dos graves perigos para a sa

´ude causados

pelo fumo, bem como por drogas e outros aviltamen-tos.

Palavras Ben´

eficas12 N

˜ao nos deve surpreender que seguir o conse-

12. Por que se relaciona o conselho b´ıblico sempre com o nosso

bem-estar f´ısico e emocional?

166 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

lho b´ıblico nos beneficia de modo f

´ısico. O conselho

da B´ıblia procede de Deus. Como nosso Criador, ele

tem conhecimento´ıntimo de como fomos feitos e

do que precisamos. (Salmo 139:14-16) Seu conselhosempre se relaciona com o nosso bem-estar f

´ısico e

emocional.13 V

ˆe-se isso no conselho de n

˜ao mentir. As men-

tiras se encontram alistadas entre as sete coisas queJeov

´a odeia, e o livro de Revelac

˜ao (ou Apocalipse)

alista os mentirosos entre aqueles que n˜ao ter

˜ao lu-

gar no novo mundo de Deus. (Prov´

erbios 6:19; Re-velac

˜ao 21:8) Apesar disso, a mentira

´e muito co-

mum. Certa revista empresarial observou: “Os EUApassam pelo pior irrompimento de fraude, engano eabusos relacionados, da sua hist

´oria.”2

14 Comum como seja, por´

em, o mentir´

e prejudi-cial para a sociedade humana e prejudicial para apessoa. O colunista Clifford Longley observou cor-retamente: “As mentiras prejudicam o mentirosoe aquele a quem se mente, no n

´ıvel mais profun-

do do seu ser, por cortar aquele contato essencialentre a mente e a realidade.”3 A Revista America-na de Psiquiatria declarou: “O impacto psicol

´ogico

nas pessoas a quem se mente pode ser devastador.Grandes decis

˜oes na vida podem basear-se em infor-

mac˜

oes falsas, que se acha serem corretas. As men-tiras tamb

´em podem ter um efeito adverso sobre os

pr´

oprios mentirosos.”4 Quanto melhor´

e dizer a ver-dade, assim como a B

´ıblia aconselha sabiamente!

15 Em sentido mais positivo, a B´ıblia nos diz que

devemos preocupar-nos com os outros, mostrar-lhesamor e ser prestativos para com eles. As palavras de

13, 14. Por que´

e s´abio seguir o conselho b

´ıblico de n

˜ao mentir?

15, 16. De que modo´

e para nosso proveito seguir o conselho b´ıbli-

co de mostrar amor aos outros?

Uma Fonte Mais Elevada de Sabedoria 167

Jesus s˜ao bem conhecidas: “Todas as coisas, por-

tanto, que quereis que os homens vos facam, v´

ostamb

´em tendes de fazer do mesmo modo a eles.”

— Mateus 7:12.16 Quanto melhor seria o mundo, se todos se-

guissem essa regra! Outrossim, segundo certa pes-quisa psicol

´ogica realizada nos Estados Unidos, as

pessoas se sentiriam melhor. As 1.700 pessoas es-tudadas relataram que ajudar outros deu-lhes umsenso de calma e de al

´ıvio dos dist

´urbios relaciona-

dos com o estresse, tais como dores de cabeca eperda da voz. O relat

´orio conclui: “Assim, parece

que importar-se com os outros´

e t˜ao pr

´oprio da na-

tureza humana como importar-nos com n´

os mes-mos.”5 Isso nos lembra a ordem b

´ıblica: “Tens de

amar o teu pr´

oximo como a ti mesmo.” (Mateus22:39; compare isso com Jo

˜ao 13:34, 35.)

´E natu-

ral amarmos a n´

os mesmos. Mas,para sermos emocionalmente sau-d

´aveis, a B

´ıblia diz que temos de

equilibrar esse amor a n´

os mesmoscom o amor a outros.

Casamento e Moralidade17 Embora o conselho b

´ıblico evidencie profun-

da sabedoria, nem sempre diz`as pessoas aquilo que

querem ouvir. Frequentemente, ela´

e acusada deser antiquada. Por que se d

´a isso? Porque, embora

o conselho da B´ıblia seja para o nosso duradouro

bem, a aplicac˜ao dele muitas vezes exige disciplina

e abnegac˜ao; e essas qualidades n

˜ao s

˜ao populares

hoje em dia.18 Veja a quest

˜ao do casamento e da moralida-

17. Por que parece`as vezes antiquado o conselho b

´ıblico?

18, 19. Quais s˜ao as normas b

´ıblicas para o casamento e a morali-

dade?

A atitudeprestativabeneficia atodos.

168 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

de. As normas da B´ıblia nisso s

˜ao bem estritas. Ela

especifica a monogamia, de um marido para umaesposa. E embora mencione casos extremos em queo div

´orcio ou a separac

˜ao talvez sejam poss

´ıveis,

em geral ela diz que o v´ınculo marital

´e para toda

a vida. “N˜ao lestes que aquele que os criou desde

o princ´ıpio os fez macho e f

ˆemea, e disse: ‘Por esta

raz˜ao deixar

´a o homem seu pai e sua m

˜ae, e se ape-

gar´a

`a sua esposa, e os dois ser

˜ao uma s

´o carne’?

De modo que n˜ao s

˜ao mais dois, mas uma s

´o carne.

Portanto, o que Deus pˆ

os sob o mesmo jugo, n˜ao o

separe o homem.” — Mateus 19:4-6; 1 Cor´ıntios

7:12-15.19 Al

´em disso, a B

´ıblia diz que o

´unico modo de

usufruir a intimidade sexual´

e dentro do v´ınculo ma-

rital. Ela pro´ıbe toda essa intimidade fora do matri-

onio. Lemos: “Nem fornicadores, nem id´

olatras,nem ad

´ulteros, nem homens mantidos para prop

´o-

sitos desnaturais, nem homens que se deitam comhomens . . . herdar

˜ao o reino de Deus.” — 1 Cor

´ın-

tios 6:9, 10.20 Hoje em dia, essas normas s

˜ao amplamente

desconsideradas. O professor de sociologia DavidMace observou: “Durante o atual s

´eculo, nossa cul-

tura passou por extensas mudancas, e muitos anti-gos costumes e instituic

˜oes tiveram seus alicerces

abalados. O casamento n˜ao constitui excec

˜ao.”6 Pr

´a-

ticas licenciosas s˜ao comuns. As relac

˜oes sexuais

entre namorados adolescentes s˜ao muitas vezes en-

caradas como normais. Coabitar antes do casamen-to — ‘s

´o para ter certeza’ —

´e algo frequente. E uma

vez que pessoas se casam, n˜ao s

˜ao incomuns as re-

lac˜

oes sexuais extraconjugais.

20. Em que sentido s˜ao as normas de moralidade da B

´ıblia ampla-

mente desconsideradas hoje em dia?

Uma Fonte Mais Elevada de Sabedoria 169

21 Ser´a que esse clima moral mais licencioso tem

trazido felicidade? N˜ao, s

´o tem trazido transtornos

— e ainda por cima transtornos dispendiosos — re-sultando em infelicidade e em lares desfeitos. H

´a

tamb´

em uma pandemia de doencas sexualmentetransmiss

´ıveis diretamente atribu

´ıveis

`a moralida-

de licenciosa. A difus˜ao de gonorreia, s

´ıfilis e clam

´ı-

dia, entre outras doencas, est´a fora de controle. Nos

´ultimos anos, a prostituic

˜ao e as pr

´aticas homosse-

xuais aceleraram a difus˜ao da AIDS. H

´a uma epi-

demia de mocas solteiras bem novas tendo bebˆ

es,quando elas mesmas mal sa

´ıram da inf

ˆancia. A re-

vista Ladies’ Home Journal observou: “Aˆ

enfase dadaao sexo, que tipificou os anos sessenta e setenta,n

˜ao trouxe infinita felicidade humana, mas sim uma

grave mis´

eria humana.”7

22 Portanto, ouvimos agora coment´arios tais

como o seguinte, do professor de sociologia CarlfredB. Broderick: “Talvez j

´a estejamos suficientemente

crescidos para considerar se n˜ao seria melhor para

todos n´

os promover a abstinˆ

encia pr´

e-marital comomodo de proceder mais adequado para as necessida-des de nossos cidad

˜aos e o seu direito

`a liberdade: de

estar livres de doencas, livres da gravidez indeseja-da.”8 Deveras, a norma de moralidade b

´ıblica pro-

vou que, a longo prazo, produz a maior felicidade.

Princ´ıpios Que Realmente Funcionam

23 Visto que o casamento se destina a durar todaa vida, precisamos saber como torn

´a-lo bem-sucedi-

do. Alguns tˆ

em argumentado que´

e melhor livrar-se

21. Qual tem sido o resultado da ampla desconsiderac˜ao das nor-

mas b´ıblicas para o casamento e a moralidade?

22. Na quest˜ao da moralidade, o que resulta na maior felicidade?

23. (a) Se um casamento n˜ao for feliz, ser

´a que o div

´orcio

´e a

´unica

soluc˜ao poss

´ıvel? (b) Quais s

˜ao duas das chaves para um casamen-

to feliz e est´avel?

170 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

dum casamento infeliz, do que continuar nele e sen-tir-se desditoso. Mas h

´a outra alternativa: esforcar-

se a solucionar os problemas que causam a infelici-dade. Esse

´e outro campo em que a B

´ıblia ajuda. J

´a

vimos que ela nos aconselha a sermos fi´

eis ao nossoc

ˆonjuge, e essa

´e uma das chaves para um casamen-

to feliz e est´avel. Outra

´e reconhecer que pode ha-

ver apenas uma cabeca no casamento, e a B´ıblia

diz que tem de ser o marido. Aconselha-se`a esposa

apoiar o marido e n˜ao desafiar a posic

˜ao dele. Por

outro lado, diz-se ao homem usar a sua posic˜ao para

o bem da esposa e n˜ao ser ego

´ısta. — 1 Cor

´ıntios

11:3; 1 Tim´

oteo 2:11-14.24 A B

´ıblia diz ao marido: “Os maridos devem

estar amando as suas esposas como aos seus pr´

o-prios corpos. Quem ama a sua esposa, ama a sipr

´oprio, pois nenhum homem jamais odiou a sua

pr´

opria carne.” (Ef´

esios 5:28, 29) O marido amoro-so exerce a sua autoridade com considerac

˜ao. Lem-

bra-se de que, embora seja cabeca, sua esposa deveser considerada e consultada. O casamento

´e uma

sociedade, n˜ao uma ditadura.

25 O conselho b´ıblico

`as esposas inclui as seguin-

tes palavras: “A esposa deve ter profundo respei-to pelo seu marido.” (Ef

´esios 5:33) Ela respeita o

24, 25. Como incentiva a B´ıblia os maridos e as esposas a desem-

penharem seu devido papel no casamento?

Os que seguemo conselho b

´ıblico

no casamento tˆ

emuma base s

´olida

para ter felicidade.

Uma Fonte Mais Elevada de Sabedoria 171

marido por causa da posic˜ao dele, e o seu respeito se

evidencia no apoio que lhe d´a, assim como o amor do

marido evidencia-se por sua preocupac˜ao com ela.

Para muitas pessoas de ideias modernas, tal conse-lho

´e inaceit

´avel. Mas as sociedades que baseiam seu

relacionamento no amor e no respeito — conformea B

´ıblia aconselha — s

˜ao sempre felizes.

26 O fato de que o conselho b´ıblico nesse campo

realmente funciona´

e visto numa experiˆ

encia nosMares do Sul. Um casal, ali, depois de viver dez anosjunto, estava convencido de que seu casamento eraum fracasso. Assim, comecaram a planejar sepa-rar-se. A esposa falou ent

˜ao com uma Testemunha

de Jeov´a. Juntas, ela e a Testemunha, estudaram o

conselho b´ıblico para casais. O marido relata: “Ao

passo que minha esposa estava aprendendo os prin-c

´ıpios b

´ıblicos, ela se esforcava a aplic

´a-los na sua

vida. Dentro de poucas semanas, comecei a notarmudancas.” Curioso, concordou em participar no es-tudo da B

´ıblia de sua esposa e aprendeu o conselho

da B´ıblia para homens casados. Com que resultado?

Ele diz: “Agora encontramos a base para uma vidafamiliar realmente feliz.”

27 Lidar com a pobreza´

e ainda outro campo emque o conselho b

´ıblico se mostrou de ajuda. Por

exemplo, fumar e embriagar-se, ambos contr´arios

aos princ´ıpios b

´ıblicos, desperdicam recursos limita-

dos. (Prov´

erbios 23:19-21) Al´

em disso, a B´ıblia reco-

menda a diligˆ

encia, visto que a pessoa trabalhadoratem mais probabilidades de achar meios de alimen-tar sua fam

´ılia do que a preguicosa ou aquela que

se entrega ao desespero. (Prov´

erbios 6:6-11; 10:26)

26. Ser´a que as normas b

´ıblicas para o casamento realmente fun-

cionam? Queira ilustrar isso.27. A aplicac

˜ao de que princ

´ıpios b

´ıblicos pode ajudar os crist

˜aos

que sofrem pobreza financeira?

172 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

Outrossim, acatar o conselho contra ‘invejar os quefazem injustica’ impede que a pessoa recorra a coi-sas tais como o crime ou a jogatina, como meios dealiviar a pobreza. (Salmo 37:1) Essas pr

´aticas talvez

parecam oferecer uma soluc˜ao r

´apida para as difi-

culdades financeiras, mas, a longo prazo, seus fru-tos s

˜ao bem amargos.

28 Ser´a que esse conselho realmente ajuda os

muito pobres, ou´

e apenas uma teoria ideal´ıstica? A

resposta´

e: o conselho funciona, conforme mostrammuitas experi

ˆencias em todo o mundo. Para citar

apenas um exemplo, uma mulher crist˜a, na

´Asia, fi-

cou vi´

uva, sem qualquer renda, e com um filho jo-vem para cuidar. Como ajudou a B

´ıblia a ela e ao

filho?29 Ela era diligente, conforme a B

´ıblia aconselha,

e comecou a confeccionar e a vender roupas. Vistoque era honesta e de confianca, conforme a B

´ıblia

tamb´

em aconselha, logo tinha freguesas regulares.(Colossenses 3:23) Da

´ı, ela converteu um pequeno

omodo na sua casa num pequeno restaurante, e le-vantava-se toda manh

˜a por volta das quatro horas,

a fim de preparar comida para vender, e isso aumen-tou a sua renda. “Mesmo assim”, diz ela, “temos de

28-30. (a) Como a aplicac˜ao dos princ

´ıpios b

´ıblicos ajudou certa

mulher crist˜a a lidar com a pobreza? (b) O que atestam as expe-

riˆ

encias de milhares de crist˜aos financeiramente pobres?

A aplicac˜

ao doconselho b

´ıblico

ajuda as pessoasa lidar comos gravesproblemas depobreza.

levar uma vida simples”. Mas ela se lembra do con-selho b

´ıblico: “Tendo sustento e com que nos cobrir,

estaremos contentes com estas coisas.” — 1 Tim´

o-teo 6:8.

30 Ela acrescenta: “Embora viva`a beira da po-

breza, n˜ao estou ressentida ou amargurada. A ver-

dade da B´ıblia enche-me com uma perspectiva

positiva.” Al´

em disso, ela descobriu que a not´a-

vel promessa de Jesus realmente funciona no casodela. Ele disse: “Persisti, pois, em buscar primeiroo reino e a Sua justica, e todas estas outras coisas[as necessidades materiais] vos ser

˜ao acrescenta-

das.” (Mateus 6:33) Sua experiˆ

encia tem sido que,por colocar seu servico prestado a Deus em primei-ro lugar na vida, ela sempre recebe, de um modoou de outro, as necessidades materiais. As expe-ri

ˆencias dessa senhora crist

˜a, junto com as de in

´u-

meros outros crist˜aos financeiramente pobres, au-

mentam o testemunho de que o conselho da B´ıblia

realmente funciona.31 Neste cap

´ıtulo, apenas tocamos de leve na

vasta abundˆancia de conselho e admoestac

˜ao con-

tida na B´ıblia, e vimos apenas uns poucos casos em

que esse conselho funcionou. As experiˆ

encias men-cionadas poderiam ser multiplicadas por mil. Vezap

´os vez, quando as pessoas seguem a B

´ıblia, elas

s˜ao beneficiadas. Quando a desconsideram, elas so-

frem. Nenhum outro conjunto de conselho, antigoou moderno,

´e t

˜ao coerentemente ben

´efico e se apli-

ca a pessoas de todas as racas. Tal conselho s´abio

n˜ao pode ser mera sabedoria popular. O fato de que

a B´ıblia

´e um rico reposit

´orio de tal sabedoria

´e for-

te evidˆ

encia de que ela´

e a Palavra de Deus.

31. O que acontece quando se segue o conselho da B´ıblia, e o que

esse fato atesta?

174 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

PODE a B´ıblia realmente mudar as pessoas?

Sim, ela pode at´

e mesmo alterar a sua perso-nalidade. Considere o seguinte conselho registradona B

´ıblia: “Deveis p

ˆor de lado a velha personalida-

de que se conforma ao vosso procedimento ante-rior e que est

´a sendo corrompida segundo os seus

desejos enganosos; mas . . . deveis ser feitos novosna forca que ativa a vossa mente, e . . . vos deveisrevestir da nova personalidade, que foi criada se-gundo a vontade de Deus, em verdadeira justica elealdade.” — Ef

´esios 4:22-24.

E mesmo poss´ıvel revestir-se duma nova per-

sonalidade? Sim,´

e poss´ıvel! De fato, tornar-se

1-3. (a) Como destaca a B´ıblia a necessidade de fazer mudancas

na personalidade? (b) Que experiˆ

encia mostra o poder da B´ıblia

para mudar a personalidade das pessoas?

Capıtulo���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 13

“A Palavrade Deus

´E Viva”

No capıtulo precedente, vimos que os conselhosbıblicos podem ajudar-nos a resolver problemas e aevitar erros. A infinita sabedoria dos conselhos daBıblia e forte evidencia de inspiracao. A propriaBıblia diz: “Toda a Escritura e inspirada por Deuse proveitosa para ensinar, para repreender, paraendireitar as coisas, para disciplinar em justica.”(2 Timoteo 3:16) Mas a Bıblia faz mais do queapenas dar-nos conselhos sabios. Ela, como aPalavra de Deus, na realidade muda as pessoas.

“A Palavra de Deus´

E Viva” 175

crist˜ao

`as vezes envolve ajustes bastante dram

´a-

ticos na personalidade. (1 Cor´ıntios 6:9-11) Por

exemplo, na Am´

erica do Sul, um menino ficou´

or-f

˜ao aos nove anos de idade. Criado sem a orienta-

c˜ao dos pais, desenvolveu graves problemas de per-

sonalidade. Ele conta: “Quando atingi os 18 anos,j

´a estava totalmente viciado em drogas e cumpri-

ra pena na pris˜ao por motivo de furto, para susten-

tar meu v´ıcio.” A tia dele, por

´em, era Testemunha

de Jeov´a, e por fim conseguiu ajud

´a-lo.

3 Ele explica: “Minha tia comecou a estudar aB

´ıblia comigo, e, depois de sete meses, pude largar

o v´ıcio das drogas.” Rompeu tamb

´em com seus an-

teriores companheiros e fez novos amigos entre asTestemunhas de Jeov

´a. Ele prossegue: “Esses no-

vos companheiros, junto com meu estudo regularda B

´ıblia, habilitaram-me a progredir e finalmen-

te a dedicar minha vida para servir a Deus.” Sim,esse anterior viciado em drogas e ladr

˜ao tornou-se

crist˜ao ativo, e essa mudanca radical foi consegui-

da pelo poder da B´ıblia. De fato, conforme diz o

ap´

ostolo Paulo: “A palavra de Deus´

e viva e exer-ce poder.” — Hebreus 4:12.

Mudanca por Meio de Conhecimento4 Como

´e que a B

´ıblia muda as pessoas? A res-

posta est´a contida nesta passagem b

´ıblica: “Afas-

tai de v´

os a todas elas, o furor, a ira, a maldade, alinguagem ultrajante e a conversa obscena da vos-sa boca. N

˜ao estejais mentindo uns aos outros. Des-

nudai-vos da velha personalidade com as suas pr´a-

ticas e revesti-vos da nova personalidade, a qual,por interm

´edio do conhecimento exato, est

´a sendo

4, 5. Segundo Colossenses 3:8-10, o que´

e necess´ario para se cul-

tivar a nova personalidade?

176 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

renovada segundo a imagem Daquele que a criou.”— Colossenses 3:8-10.

5 Note o papel importante desempenhado peloconhecimento exato da B

´ıblia. A

B´ıblia explica de que caracter

´ısti-

cas precisamos livrar-nos e quaisdevemos cultivar. Esse conheci-mento, j

´a por si s

´o, pode produzir

um poderoso efeito, conforme verificou um homemjovem no sul da Europa. Ele tinha um problemareal: um temperamento violento. Na fase de cres-cimento, envolvia-se constantemente em brigas, e,para dar vaz

˜ao

`a sua viol

ˆencia, passou a dedicar-se

ao boxe; mas, ainda assim n˜ao conseguia controlar

sua natureza violenta. No ex´

ercito, ele se meteuem dificuldades por surrar outro soldado. Depoisde dar baixa do ex

´ercito, casou-se, mas ent

˜ao es-

pancou a esposa. Numa discuss˜ao na fam

´ılia, at

´e

mesmo socou o seu pr´

oprio pai, derrubando-o. Erarealmente um homem furioso e violento!

6 Por fim, por´

em, estudou a B´ıblia com as Tes-

temunhas de Jeov´a e ouviu conselhos tais como

este: “N˜ao retribuais a ningu

´em mal por mal. . . .

Se poss´ıvel, no que depender de v

´os, sede pac

´ıficos

para com todos os homens. N˜ao vos vingueis, ama-

dos, mas cedei lugar ao furor.” (Romanos 12:17-19)Isso o ajudou a reconhecer qu

˜ao ruim era a sua

fraqueza de ter um temperamento violento. Desis-tiu do pugilismo, que se deu conta n

˜ao ser compa-

t´ıvel com a personalidade crist

˜a, pac

´ıfica. Mas ain-

da tinha uma verdadeira luta com a sua naturezaviolenta.

6, 7. Como ajudou o conhecimento exato da B´ıblia a um homem

jovem no sul da Europa a mudar de personalidade?

A Bıbliarealmentemuda aspessoas.

“A Palavra de Deus´

E Viva” 177

7 Foi ajudado, por´

em, pelo seu crescente conhe-cimento dos princ

´ıpios b

´ıblicos. Isso lhe refinava a

consciˆ

encia, a qual, por sua vez, neutralizava o seug

ˆenio irasc

´ıvel. Certa vez, depois de ter feito al-

gum progresso nos seus estudos b´ıblicos, um estra-

nho zangou-se e lancou invectivas contra ele. O ho-mem jovem sentiu a familiar ira surgir no

´ıntimo.

Da´ı, sentiu outra forca: um sentimento de vergo-

nha; e esse o impediu de dar vaz˜ao

`a sua ira. Em

vez de ‘retribuir mal por mal’, controlou seu esp´ı-

rito. Agora, ele´

e outra pessoa, com nova persona-lidade, gracas ao conhecimento exato da B

´ıblia.

Chegar a Conhecer a Deus8

´E verdade que muitos sabem a coisa certa a

fazer, mas cedem a fraquezas carnais.´

E eviden-te que n

˜ao basta apenas ter conhecimento exato

do que´

e certo e do que´

e errado. Foi algo maisque ajudou as duas pessoas acima descritas a mu-dar. O que foi? A passagem j

´a mencionada disse:

“Revesti-vos da nova personalidade, a qual, por in-term

´edio do conhecimento exato, est

´a sendo re-

novada segundo a imagem Daquele que a criou.”(Colossenses 3:10) Note que, assim como Ad

˜ao foi

originalmente feito`a imagem de Deus, assim a

nova personalidade´

e feita`a imagem de Deus. (G

ˆe-

nesis 1:26) Portanto, o conhecimento exato queajudou esses dois homens jovens tinha de incluirum conhecimento a respeito de Deus. Isso nos fazlembrar as palavras de Jesus: “Isto significa vidaeterna, que absorvam conhecimento de ti, o

´uni-

co Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, JesusCristo.” — Jo

˜ao 17:3.

8. (a)`

A imagem de quem´

e feita a nova personalidade? (b) O co-nhecimento exato que amolda a nova personalidade tem de incluiro conhecimento a respeito de quem?

178 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

9 Como nos ajuda o conhecimento de Deus a mu-dar de personalidade? D

´a-nos um motivo para fa-

zer isso. Quando chegamos a conhecer a Deus pormeio de nosso estudo da B

´ıblia, chegamos a conhe-

cer suas qualidades divinas e vemos o amor que de-monstrou a n

´os. Isso nos induz a corresponder ao

seu amor. (1 Jo˜ao 4:19) Da

´ı, podemos obedecer ao

que Jesus disse que era o primeiro e maior manda-mento: “Tens de amar a Jeov

´a, teu Deus, de todo

o teu corac˜ao, de toda a tua alma e de toda a tua

mente.” (Mateus 22:37) Amarmos a Deus faz comque queiramos revestir-nos da nova personalidadeque lhe agrada. Faz com que queiramos ser maissemelhantes a ele, n

˜ao importa quanto tenhamos

de lutar para conseguir isso.

Fraquezas Profundamente Arraigadas10 Em alguns casos, isso requer verdadeira luta.

Uma jovem mulher, na Am´

erica do Norte, teve delutar bem arduamente para mudar. V

´ıtima de abu-

so sexual quando crianca, criou-se numa fam´ılia

violenta, e finalmente recorreu a drogas. As dro-gas, por

´em, eram caras, de modo que ela se vendia

como prostituta para sustentar o v´ıcio. Ela tamb

´em

importunava e roubava turistas, e acabou passan-do mais tempo em pris

˜oes e em sal

˜oes de sinuca do

que em casa.11 Quando foi contatada por Testemunhas de

Jeov´a, j

´a se tornara — depois de diversos abor-

tos — m˜ae dum filho ileg

´ıtimo. No entanto, ela

gostou do que ouviu da B´ıblia e comecou a es-

tud´a-la. Em pouco tempo desenvolveu uma rela-

c˜ao com Deus e fez ajustes na sua vida.

9. Como nos ajuda o conhecimento a respeito de Deus a mudar depersonalidade?10, 11. Como ajudou o conhecimento exato a uma jovem mulherda Am

´erica do Norte a comecar a mudar de personalidade?

“A Palavra de Deus´

E Viva” 179

12 Aguardava-a, por´

em, uma luta´ardua, porque

a velha personalidade estava profundamente arrai-gada. Numa ocasi

˜ao, ofendeu-se com uns conse-

lhos bem-intencionados, parou de estudar a B´ıblia,

e voltou para os seus modos impuros. Mas n˜ao con-

seguiu esquecer-se da verdade b´ıblica que se im-

plantara nela, e admitiu: “De vez em quando eu ti-nha sentimentos de culpa, e as palavras de 2 Pedro2:22 me passavam pela mente: ‘O c

˜ao voltou ao seu

pr´

oprio vˆ

omito e a porca lavada a revolver-se no la-macal.’ ”

13 Finalmente, esse conhecimento a motivou afazer outro esforco decidido. Ela diz: “Comecei aabrir a porta para Jeov

´a e a orar muitas vezes por

ajuda.” Essa vez, a nova personalidade tornou-sefirmemente implantada, embora ainda tivesse delutar muito. Em certa ocasi

˜ao, num momento de

fraqueza, ela recaiu na embriaguez e na imoralida-de. Essa vez, por

´em, sua reac

˜ao mostrou que real-

mente estava mudando. Ficou aborrecida com simesma, e diz: “Orei e estudei muito.” Por fim, a Pa-lavra de Deus exerceu poder na vida dela a tal pon-to, que se tornou crist

˜a ativa, levando uma vida

limpa e honrosa. Agora j´a por v

´arios anos, ela

´e

uma pessoa totalmente diferente daquela que foraabusada, era viciada em drogas e levava vida dis-soluta.

Um Povo Mudado Pela Palavra de Deus14 O poder que a B

´ıblia tem exercido na vida de

pessoas humildes mostra que ela´

e mais do que

12, 13. Descreva como o conhecimento exato, uma vez implanta-do, age como forca em prol duma mudanca.14, 15. (a) Que forca da parte de Deus opera por meio da B

´ıblia?

(b) Quais s˜ao algumas das caracter

´ısticas dos verdadeiros crist

˜aos

hoje em dia?

180 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

mera obra humana. Sendo a Palavra inspirada deDeus,

´e um canal para a operac

˜ao do esp

´ırito de

Deus. O mesmo esp´ırito que tornou poss

´ıvel os mi-

lagres feitos por Jesus ajuda-nos hoje a vencer qua-lidades m

´as e a desenvolver uma personalidade

crist˜a. De fato, as qualidades b

´asicas que os cris-

t˜aos precisam cultivar — amor, alegria, paz, lon-

ganimidade, benignidade, bondade, f´

e, brandura eautodom

´ınio — s

˜ao chamadas na B

´ıblia de “fru-

tos do esp´ırito”. — G

´alatas

5:22, 23.15 Atualmente, esse esp

´ı-

rito n˜ao opera apenas em

poucas pessoas, mas em mi-lh

˜oes delas, que foram “en-

sinadas por Jeov´a” e usu-

fruem ‘abundante paz’ da parte Dele. (Isa´ıas 54:13)

Quem s˜ao elas? Jesus indicou um modo de identi-

fic´a-las, dizendo: “Por meio disso saber

˜ao todos que

sois meus disc´ıpulos, se tiverdes amor entre v

´os.”

(Jo˜ao 13:35) O amor crist

˜ao

´e fruto do esp

´ırito e

uma parte principal da nova personalidade crist˜a.

Existe um grupo de pessoas que mostra amor domodo como Jesus falou?

16 Pois bem, veja este trecho duma carta dirigidaa um jornal estadunidense, o New Haven Register:“Quer voc

ˆe tenha ficado irritado quer irado [zan-

gado], como eu, pelo proselitismo deles, tem de seadmirar a sua dedicac

˜ao, sua integridade, seu no-

t´avel exemplo de comportamento humano e vida

salutar.” O jornal alem˜ao M

¨unchner Merkur falou

do mesmo grupo ao dizer: “S˜ao os pagadores de

16, 17. Cite alguns coment´arios de jornais, que ajudam a identi-

ficar as pessoas que s˜ao “ensinadas por Jeov

´a” e que usufruem

‘abundante paz’.

O conhecimentoa respeito deDeus faz a pessoaquerer sersemelhantea ele.

“A Palavra de Deus´

E Viva” 181

impostos mais honestos e mais pontuais da Rep´

u-blica Federal [Alem

˜a]. Sua obedi

ˆencia

`as leis pode

ser vista na maneira em que dirigem autom´

ovel,bem como nas estat

´ısticas do crime.”

17 Sobre quem falavam esses dois jornais? So-bre o mesmo grupo considerado no Herald de Bue-nos Aires, Argentina. Esse jornal disse: “As Teste-munhas de Jeov

´a t

ˆem provado, atrav

´es dos anos,

ser cidad˜aos trabalhadores, s

´obrios, parcimoniosos

e tementes a Deus, do tipo que a nac˜ao manifes-

tamente precisa.” Um estudo sociol´

ogico realizadoem Z

ˆambia e publicado no American Ethnologist re-

fere-se ao mesmo grupo. Diz: “As Testemunhas deJeov

´a gozam de maior

ˆexito do que os membros de

outras denominac˜

oes em manter uni˜

oes maritaisest

´aveis.”18 O jornal La Stampa, da It

´alia, tamb

´em se re-

feriu`as Testemunhas de Jeov

´a ao dizer: “Consti-

tuem os mais leais cidad˜aos que algu

´em poderia

desejar: n˜ao sonegam impostos, nem procuram se

esquivar de leis inconvenientes a seus pr´

oprios in-teresses. Os ideais morais de amor ao pr

´oximo, re-

cusa de poder, n˜ao viol

ˆencia e honestidade pessoal

(que para a maioria s˜ao ‘regras dominicais’, boas

somente para serem pregadas do p´

ulpito) incorpo-ram-se no seu modo de vida ‘di

´ario’.”

19 Um professor universit´ario, sul-africano, que

pessoalmente sentiu a discriminac˜ao existente sob

as anteriores leis raciais daquele pa´ıs, classifica as

Testemunhas de Jeov´a de “povo educado pelas ele-

vadas normas da B´ıblia para ser realmente ‘dalt

ˆo-

nico’ ” [incapaz de diferenciar cores]. Explicandoisso, acrescentou: “Esse

´e um povo que v

ˆe o que os

18, 19. Como foram as Testemunhas de Jeov´a descritas na It

´alia e

na´

Africa do Sul?

182 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

outros s˜ao por dentro, n

˜ao apenas a cor da sua pele.

As Testemunhas de Jeov´a constituem hoje a

´unica

verdadeira fraternidade da humanidade.”20 Esses coment

´arios mostram que h

´a um grupo

de pessoas que abriram o corac˜ao

`a B

´ıblia e sobre

as quais o esp´ırito de Deus tem atuado.

´E digno de

nota que se trata das mesmas pessoas que j´a iden-

tificamos como obedecendo`a ordem de Jesus, de

pregar as boas novas do Reino em todo o mundo.(Mateus 24:14) Por que se destacam as Testemu-nhas de Jeov

´a dessa maneira? Em muitos sentidos,

n˜ao s

˜ao diferentes dos outros. T

ˆem as mesmas fra-

quezas carnais, os mesmos problemas financeirose as mesmas necessidades b

´asicas. Mas, como gru-

po, amam a Deus, tomam a B´ıblia a s

´erio e deixam

que exerca poder na sua vida.21 Milh

˜oes de Testemunhas de Jeov

´a se encon-

tram em mais de 200 terras. Incluem pessoas detoda raca, l

´ıngua e n

´ıvel social imagin

´aveis. No en-

tanto, s˜ao uma fraternidade unida, pac

´ıfica e inter-

nacional. S˜ao bons cidad

˜aos do pa

´ıs em que vivem,

mas, em primeiro lugar, s˜ao s

´uditos do Reino de

Deus, e s˜ao todas bem ativas em transmitir a ou-

tros as boas novas desse Reino.´

E deveras not´avel

que neste mundo dividido, e cheio de´

odio, possaexistir um grupo assim como as Testemunhas deJeov

´a. O fato de que existem

´e uma poderosa evi-

encia de que o esp´ırito de Deus ainda est

´a ativo

entre a humanidade. E´

e prova de que a B´ıblia, de

fato, “´

e viva e exerce poder”.

20. Por que se destacam as Testemunhas de Jeov´a como diferen-

tes?

21. O que prova o fato de que um povo, tal como as Testemunhasde Jeov

´a, pode existir no atual mundo cheio de

´odio?

“A Palavra de Deus´

E Viva” 183

O FATO de que a B´ıblia

´e a palavra de Deus, n

˜ao

de homem, tem profundas implicac˜

oes. Signi-fica que Deus realmente se tem comunicado comos humanos. Ele tem respondido a muitas das nos-sas perguntas e tem mostrado a soluc

˜ao para mui-

tos dos nossos problemas. Significa tamb´

em que asperspectivas quanto ao futuro, descritas na B

´ıblia,

s˜ao genu

´ınas. O Reino de Deus realmente est

´a go-

vernando e, com o tempo, agir´a para eliminar des-

ta Terra toda injustica, opress˜ao e sofrimento.

2 Agora, a quest˜ao

´e: o que far

´a voc

ˆe com essas

informac˜

oes? No m´ınimo, saber que a B

´ıblia

´e a

1. (Inclua a introduc˜ao.) (a) O que provam os fatos a respeito da

B´ıblia? (b) Quais s

˜ao as implicac

˜oes do fato de a B

´ıblia ser a inspi-

rada Palavra de Deus?2. Saber que a B

´ıblia

´e a Palavra de Deus devia induzi-lo a fazer o

quˆ

e?

Capıtulo���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 14

A B´ıblia e Voc

ˆe

Crıticos hodiernos dizem que a Bıblia nao ecientıfica e e contraditoria, e que ela e apenas umacolecao de mitos. Jesus, por outro lado, disse: “Atua palavra [a de Deus] e a verdade.” (Joao 17:17)A evidencia apoia a Jesus em vez de os crıticos.Os fatos mostram que a Bıblia e historicamenteverıdica. Alem disso, sua notavel harmonia, suasprofecias verdadeiras, sua profunda sabedoria eseu poder a favor do bem na vida das pessoas, tudoisso demonstra que a Bıblia e a Palavra escrita deDeus. Conforme escreveu o apostolo Paulo: “Todaa Escritura e inspirada por Deus e proveitosa.”— 2 Timoteo 3:16.

184 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

Palavra de Deus deve incentiv´a-lo a examin

´a-la.

O salmista prometeu felicidade`aqueles que fazem

isso, ao escrever: “Feliz´

e o homem que n˜ao tem an-

dado no conselho dos in´ıquos . . . Mas, seu agrado

´e na lei de Jeov

´a, e na sua lei ele l

ˆe dia e noite em

voz baixa.” — Salmo 1:1, 2.

Aceite Ajuda3

´E prov

´avel que, na sua leitura da B

´ıblia, en-

contre pontos que n˜ao entende. (2 Pedro 3:16) Um

acontecimento registrado no livro b´ıblico de Atos

mostra que se pode esperar isso. Pouco depois damorte de Jesus, um et

´ıope estava lendo as profe-

cias do livro b´ıblico de Isa

´ıas. O evangelista crist

˜ao

Filipe foi ao encontro desse homem e perguntou:“Sabes realmente o que est

´as lendo?” O et

´ıope n

˜ao

sabia, de modo que convidou Filipe a ajud´a-lo a en-

tender. — Atos 8:30, 31.4 Uma senhora, nos Estados Unidos, encontrava-

se numa situac˜ao similar. Ela lia regularmente a

B´ıblia, mas havia muitos ensinos importantes da B

´ı-

blia que n˜ao entendia

`a base da sua pr

´opria leitura.

Foi s´

o quando teve algumas palestras com as Teste-munhas de Jeov

´a que veio a conhecer as verdades

b´ıblicas b

´asicas, inclusive a import

ˆancia do Reino de

Deus e as muitas bˆ

enc˜aos que o Reino trar

´a

`a huma-

nidade. Se vocˆ

e convidar as Testemunhas de Jeov´a,

elas ter˜ao prazer em ajud

´a-lo tamb

´em, para que pos-

sa entender melhor aquilo que lˆ

e na B´ıblia.

Aplique o Conselho da B´ıblia

5 Somos incentivados n˜ao somente a ler a B

´ıblia,

3, 4. (a) Conforme a pr´

opria B´ıblia mostra, o que devemos fa-

zer quando encontramos na B´ıblia pontos que n

˜ao entendemos?

(b) Quem sempre est´a disposto a ajudar as pessoas a entender me-

lhor a B´ıblia?

5. Segundo a B´ıblia, que proceder traz felicidade?

A B´ıblia e Voc

ˆe 185

mas tamb´

em a agir em harmonia com o que lemos.(Salmo 119:2) Al

´em disso, a B

´ıblia exorta: “Sabo-

reai e vede que Jeov´a

´e bom; feliz o var

˜ao vigoroso

que se refugia nele.” (Salmo 34:8) De fato, ela con-vida-nos a p

ˆor Deus

`a prova. Tente viver segundo

os princ´ıpios de Deus, mostrando que confia em

que Deus sabe o que´

e melhor para vocˆ

e. Somenteassim ver

´a que esse realmente

´e o caminho certo.

Os que assim confiam em Deus s˜ao realmente feli-

zes.6 Alguns afirmam que ningu

´em consegue viver

segundo os princ´ıpios b

´ıblicos no meio deste mun-

do desonesto, imoral e violento. A verdade´

e, po-r

´em, que muitos o conseguem. Quem? Um homem

jovem, na´

Africa, encontrou um grupo de tais pes-soas. Ele escreveu: “Tenho observado nos

´ultimos

anos que aqui em Zimb´abue s

˜ao voc

ˆes, Testemu-

nhas de Jeov´a, que realmente procuram seguir o

pr´

oprio exemplo de Cristo . . . Vocˆ

es s˜ao o

´unico

grupo, at´

e agora, que conseguiu convencer-me doamor de Deus e do poder do Seu evangelho, me-diante seu modo de viver e n

˜ao apenas mediante

discursos e escritos. Vocˆ

es vivem e pregam o evan-gelho, ao passo que muitos, muitos mesmo, pregamo evangelho, mas n

˜ao vivem segundo ele.”

Aceite a Autoridade Dela7 O ap

´ostolo Paulo disse que a B

´ıblia

´e “provei-

tosa para ensinar, para repreender, para endirei-tar as coisas”. (2 Tim

´oteo 3:16)

`As vezes, por

´em,

o que a B´ıblia diz n

˜ao

´e popular. Por exemplo, a

B´ıblia condena atos homossexuais, mas o homos-

6.´

E pr´atico tentar viver hoje segundo as normas da B

´ıblia? Quei-

ra explicar isso.

7. Que pr´aticas hoje comuns s

˜ao contr

´arias ao que a B

´ıblia diz?

186 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

sexualismo´

e amplamente encarado como estilode vida aceit

´avel. (Romanos 1:24-27; 1 Cor

´ıntios

6:9-11; 1 Tim´

oteo 1:9-11) A B´ıblia diz tamb

´em que

a vida dum bebˆ

e por nascer´

e importante e n˜ao deve

ser deliberadamente destru´ıda, mas cerca de 50 mi-

lh˜

oes de abortos por ano s˜ao realizados mundial-

mente. (ˆ

Exodo 21:22, 23; Salmo 36:9; 139:14-16;Jeremias 1:5) Mas o que acontece quando n

´os mes-

mos achamos dif´ıcil de aceitar o que a B

´ıblia diz so-

bre tais assuntos?8 Pois bem, os crist

˜aos aprenderam que sempre

´e s

´abio seguir a Palavra de Deus. Por qu

ˆe? Por-

que, a longo prazo, seguir o que a B´ıblia diz sempre

resulta no melhor para todos. (Prov´

erbios 2:1-11)Acontece que os humanos s

˜ao muito limitados no

que se refere`a sabedoria. Raras vezes conseguem

prever as consequˆ

encias finaisdas suas ac

˜oes. O profeta Je-

remias confessou: “Bem sei,´

o Jeov´a, que n

˜ao

´e do homem

terreno o seu caminho. N˜ao

´e

do homem que anda o dirigir oseu passo.” — Jeremias 10:23.

9 Basta olhar em volta de n´

os para ver que essaavaliac

˜ao

´e correta. A maioria dos problemas que

afligem o mundo s˜ao o resultado direto de as pes-

soas n˜ao seguirem o conselho da Palavra de Deus.

A longa hist´

oria atribulada da humanidade temmostrado que os humanos n

˜ao conseguem com

bomˆ

exito decidir por si mesmos quest˜

oes de moral.Deus

´e infinitamente mais s

´abio do que n

´os. Ent

˜ao,

por que n˜ao aceitar o que ele diz, em vez de nos

8, 9. Quando no comeco achamos dif´ıcil aceitar algum ponto da

B´ıblia, de que nos devemos lembrar, e as normas de quem devemos

sempre aceitar?

Nao devemosapenas ler aBıblia, mastambem agirde acordo como que lemos.

A B´ıblia e Voc

ˆe 187

estribarmos na nossa pr´

opria sabedoria? — Prov´

er-bios 28:26; Jeremias 17:9.

Ningu´

em´

E Perfeito10 A B

´ıblia nos alerta a outro campo em que ne-

cessitamos de ajuda. Todos n´

os temos uma ten-d

ˆencia inata de pecar. “A inclinac

˜ao do corac

˜ao do

homem´

e m´a desde a sua mocidade.” (G

ˆenesis 8:21;

Romanos 7:21) Esse problema´

e intensificado pelofato de que vivemos num mundo que n

˜ao segue os

princ´ıpios b

´ıblicos. Portanto, precisamos de ajuda,

n˜ao s

´o para entender a B

´ıblia, mas tamb

´em para

praticar aquilo que aprendemos. Por isso a B´ıblia

nos incentiva a nos associar com outros que de-sejam viver segundo normas piedosas. O salmis-ta escreveu: “Tenho odiado acongregac

˜ao dos malfeitores e

n˜ao me sento com os in

´ıquos.

. . . Bendirei a Jeov´a no meio

das multid˜

oes congregadas.” Eoutro salmo diz: “Qu

˜ao bom e

qu˜ao agrad

´avel

´e irm

˜aos morarem juntos em

uni˜ao!” — Salmo 26:5, 12; 133:1.11 Reunir-se

´e para as Testemunhas de Jeov

´a

uma parte essencial da adorac˜ao. Elas realizam di-

versas reuni˜

oes semanais, bem como congressosperi

´odicos, em que estudam juntas a B

´ıblia e consi-

deram como aplicar na sua vida os princ´ıpios dela.

Constituem mundialmente uma ‘associac˜ao de ir-

m˜aos’, na qual todos s

˜ao encorajados e ajudados a

manter essas elevadas normas b´ıblicas. (1 Pedro

2:17) Por que n˜ao assiste a uma das suas reuni

˜oes

10, 11. (a) Que fatos sobre o nosso modo de ser e o mundo em quevivemos criam problemas ao tentarmos viver segundo as normasda B

´ıblia? (b) Que esp

´ecie de associac

˜ao nos incentiva a B

´ıblia a

procurar, e onde podemos encontr´a-la?

Seguir o quea Bıblia diz

sempre produzo melhor

resultado.

188 A B´ıblia — Palavra de Deus ou de Homem?

para ver como essa comunidade pode tamb´

em aju-dar a voc

ˆe? — Hebreus 10:24, 25.

Viva Segundo a Palavra de Deus12 Portanto, saber que a B

´ıblia

´e a Palavra de

Deus resulta em bˆ

enc˜aos e em responsabilidades.

Somos abencoados por obter para a nossa condu-ta di

´aria uma orientac

˜ao que n

˜ao se acha dispon

´ı-

vel em outro lugar. Al´

em disso, aprendemos so-bre o amor de Deus em prover seu pr

´oprio Filho

para resgatar-nos, a fim de que tenhamos a es-peranca de obter vida eterna. (Jo

˜ao 3:16) Damo-

nos conta de que Jesus governa agora como Rei eem breve agir

´a para eliminar da Terra a iniquida-

de. E aguardamos confiantemente os justos “no-vos c

´eus e uma nova terra” que o pr

´oprio Deus

prometeu. — 2 Pedro 3:13.13 Tenha em mente, por

´em, que temos a respon-

sabilidade de estudar a B´ıblia e de tomar a peito o

que ela diz. O pr´

oprio Deus exorta: “Filho meu,n

˜ao te esquecas da minha lei, e observe teu co-

rac˜ao os meus mandamentos.” (Prov

´erbios 3:1)

Mesmo que a maioria encare a B´ıblia como ape-

nas a palavra de homem, n´

os devemos corajosa-mente deixar que “seja Deus achado verdadeiro,embora todo homem seja achado mentiroso”. (Ro-manos 3:4) Deixe a sabedoria de Deus guiar a suavida. “Confia em Jeov

´a de todo o teu corac

˜ao . . .

Nota-o em todos os teus caminhos.” (Prov´

erbios3:5, 6) Acatar assim sabiamente a Palavra de Deusafetar

´a a sua vida para o bem, agora e por toda a

eternidade.

12. Que bˆ

enc˜aos resultam de se saber que a B

´ıblia

´e a Palavra de

Deus?13. Que responsabilidades recaem sobre n

´os ao aceitarmos a B

´ıblia

como a Palavra de Deus?

A B´ıblia e Voc

ˆe 189

Referˆ

enciasAlistadas por Cap

´ıtulo

Cap´ıtulo 1

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´ıtulo 6

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8. The Bearing of Recent Discovery on theTrustworthiness of the New Testament, deSir W. M. Ramsay, 1915, p. 222.

9. According to Luke—A new exposition of theThird Gospel, de David Gooding, 1987, p. 15.

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1967, pp. 213, 214.3. God and the Astronomers, de Robert Jastrow,

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3. Lands of the Bible, de J. W. McGarvey, 1880,p. 529.

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8. The Encyclopedia Americana, edicao de 1977,Vol. 8, p. 482.

9. The International Critical Commen-tary—A Critical and Exegetical Commentaryon the Book of Daniel, de James A.Montgomery, p. 3.

10. The Biblical Archaeologist Reader, editadoby Edward F. Campbell, Jr., e David NoelFreedman, Vol. III, 1970, p. 242.

11. Nabonidus and Belshazzar, pp. 183-185.Cap

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2. The New York Times, 10 de dezembro de 2004,p. A9.

3. Ending Hunger: An Idea Whose Time HasCome, edicao The Hunger Project, 1985, p. 11.

4. Nutrition, (OMS), “What Do We Mean by Mal-nutrition?” 23 de julho de 2001, p. 1; The Stateof the World’s Children 1998, (UNICEF), p. 9.

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10. World Health, julho de 1988, p. 8; The GermanTribune, 13 de novembro de 1988, p. 12.

11. “Sexually Transmitted Diseases”, (Organiza-cao Mundial da Saude), 20 de abril de 2006,p. 3.

12. The Toronto Star, 10 de novembro de 2003,p. A21; “UNAIDS Tracks Global Impact ofHIV/AIDS”, (Boletim 2002), 2 de julho de 2002,p. 1.

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1. The Boston Globe, 25 de fevereiro de 1987,p. 34.

2. Changing Times, julho de 1986, p. 26.3. The Times (London), 14 de dezembro de 1987,

p. 12.4. American Journal of Psychiatry, maio de 1988,

pp. 558-561.5. Psychology Today, outubro de 1988, pp. 38, 39.6. Current Controversies in Marriage and

Family, editado por Harold e MargaretFeldman, 1985, p. 255.

7. Ladies’ Home Journal, abril de 1987, p. 58.8. Current Controversies in Marriage and

Family, p. 42.

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