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ANAIS da VII Semana Acadêmica de Pedagogia e a da I V Jornada Pedagógica - Capitalismo, crises cíclicas e educação no Brasil: enfoques contemporâneos

Foz do Iguaçu – 19 a 24 de outubro de 2009

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A BATALHA DAS IDÉIAS MARXISTAS NO BRASIL A. F. BERTOCHI∗

RESUMO

A questão da hegemonia ideológica e cultural, segundo Gramsci, se coloca como o fator mais importante no debate sobre as idéias marxistas no Brasil e no mundo no século XXI. É necessário, no entanto, precisar que esta é uma batalha descomunal para os movimentos sociais e partidos políticos de esquerda, pois todo o aparato da mídia burguesa é propriedade de grupos e cartéis oligopólicos capitalistas, sobretudo, a televisão, jornais impressos e revistas, que jogam um papel fundamental na difusão dos valores egoístas e reacionários do neoliberalismo burguês e se caracterizam como um dos maiores obstáculos à expansão das idéias marxistas no país e no mundo. Porém, essa é a batalha decisiva do século XXI e dela dependerá não apenas a mudança de um sistema econômico e político para outro, mas a própria sobrevivência da espécie humana e das demais espécies do planeta. A acentuação dos efeitos climáticos decorrentes do aquecimento global como a desertificação de vastas áreas de florestas, cerrados e caatinga etc., para extração de madeira, criação de gado ou exploração industrial; a extrema pobreza de quase três bilhões de seres humanos e a proximidade temporal da barbárie social advinda da própria estrutura de um sistema baseado na violência e no crime que ele mesmo engendra por meio da repressão e das guerras de baixa intensidade vividas no cotidiano de países, regiões e das grandes cidades do mundo, nos coloca a urgência política e a incumbência histórica de exercer um papel responsável na luta pelas transformações sociais e políticas que a humanidade espera e precisa. Mudar a forma de pensar da humanidade, lutar para se vencer um sistema de exclusão e desigualdade social, este é o papel fundamental de qualquer pessoa responsável hoje.

Palavras-chave: marxismo – transformação – civilização - educadores.

∗ Bacharel e Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista - UNESP - Campus de Marília. Membro do Grupo de Pesquisa: Política e Cultura do Mundo do Trabalho - Dep. de Ciência Política e Econômica e Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - Campus da UNESP - Marília - Sob a coordenação do Dr. Marcos Tadeu Del Roio. Pesquisador colaborador no Projeto de Pesquisa: A Influência da Ideologia e da Consciência na Formação de Educadores – superando as propostas neoliberais – UNIOESTE – Campus de Foz do Iguaçu – Sob a coordenação da Dra. Maria Cecília Braz Ribeiro de Souza.

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Foz do Iguaçu – 19 a 24 de outubro de 2009

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Na concepção de Antonio Gramsci, a questão da hegemonia ideológica e cultural,

constitui o fator mais importante que perpassa o conjunto do debate sobre as idéias marxistas

tanto na Itália de seu tempo, que foram as primeiras décadas do século XX, quanto no Brasil, na

América Latina e no mundo neste início de século XXI. Porém, faz-se necessário salientar que

esta é uma batalha que se configura descomunal, embora seja fundamental, para os movimentos

sociais e para os partidos políticos de esquerda.

Para entender a imensa dificuldade que se apresenta para a difusão dos valores e da

cultura proletária e para a teoria marxista, neste alvorecer do século XXI, é necessário realizar

profunda análise de conjuntura sobre o papel desempenhado pela mídia nessa batalha e qual a

posição de classe que esta ocupa no Brasil, na América Latina ou no mundo. Toda a estrutura

midiática existente em nossos países, ou seja, no mundo, é quase toda propriedade de grandes

grupos oligopólicos, trusts e cartéis capitalistas, como as redes de televisão, as empresas

jornalísticas, os sites e provedores de internet, as editoras de revistas, as redes de emissoras de

rádio etc., quer estas sejam consideradas formalmente nacionais ou multinacionais.

No entanto, esse caráter nacional ou não destas empresas, oligopólios e trusts pouco

importa, pois a mídia está associada de maneira subordinada ao capital internacional e as

oligarquias financeiras mundiais, que dominam política e economicamente as sociedades

periféricas. Estas empresas são norteadas pelo ideário ideológico neoliberal que transforma a

informação, a cultura e o lazer apenas em mera mercadoria comercializável, assim como a

dignidade, o sexo e a banalização da própria vida. O aparato midiático, que é composto por

empresas capitalistas, está ligado diretamente à lógica da acumulação de capital e se destina a

auxiliar, de maneira ideológica e cultural, para a manutenção de sua reprodução.

O papel da mídia é exercer o controle social, pois está é a sua principal função e tarefa

específica em tempos de paz social. Todavia, assim que surgem conflitos e distúrbios sociais,

como as greves trabalhistas, ocupações de terras, desalojamentos de sem teto ou protestos contra

a atuação violenta de policiais em comunidades e favelas. Ou, também, quando se manifestam

movimentos legítimos em prol da criação de novos direitos legais dentro da ordem societal

burguesa, a imprensa clama pela utilização contra o nosso povo da velha fórmula de negociação

preferida pelas elites brasileiras, a repressão policial direta, o batalhão de choque.

Estes meios de comunicação difundem os valores egoístas, individualistas, fugazes e

reacionários da ideologia neoliberal burguesa e constituem-se atualmente nos maiores obstáculos

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para a expansão das idéias marxistas em nosso país, na América Latina e também no restante do

mundo subdesenvolvido. Neste sentido, a intensa batalha que se trava para deter a luta contra-

hegemônica por meio da difusão das idéias marxistas é violenta e o jogo do sistema é sujo. A

imprensa não somente manipula, mas deforma a informação e desinforma a população. Porém,

quando a mídia deseja denegrir um presidente nacionalista ou socialista de uma nação periférica,

como o faz com Chavez da Venezuela, Evo Morales da Bolívia ou Rafael Correia do Equador,

que seja contrário aos interesses do capital internacional e das multinacionais norte-americanas,

chega a mentir de forma descarada.

Todavia, devemos salientar que fatos como estes já ocorrerem diversas vezes. Embora

não lembremos ou tenhamos feito alguma conexão com os interesses econômicos imperialistas

ocultos por estas campanhas midiáticas. Apenas para recordar alguns casos, citamos a campanha

contra o Iraque e seu presidente Sadan Hussem, na qual a mídia nacional e internacional em coro

com o discurso dos EUA, o acusavam de possuir armas de destruição em massa e de ser um

tirano para seu povo. Fato que ficou provado, posteriormente, ser uma mentira grotesca. Portanto,

estas campanhas ocultam deliberadamente os interesses que desejam atingir e que são de ordem

econômica, como a ganância das petroleiras e do complexo industrial-militar dos EUA que

fomentavam a guerra para se apoderar do petróleo iraquiano.

Em respeito à resistência heróica de alguns países e de suas classes trabalhadoras

devemos citar, também, as campanhas orquestradas contra alguns governos pela mídia em defesa

de interesses econômicos, militares e geopolíticos dos EUA, como no Afeganistão, na Bósnia,

Sérvia, Iugoslávia, Tchetchênia, Kosovo etc. Porém, ficou claro depois, como vários documentos

comprovaram, inclusive aqueles divulgados pelo Departamento de Estado e pela CIA - Agência

Central de Inteligência norte-americana, que tais campanhas difamatórias objetivavam preparar

as mentes e os espíritos das pessoas incautas para aceitar passivamente a invasão civilizadora dos

EUA e seus aliados a estes países, por meio da guerra para saquear as suas riquezas naturais.

Neste vasto espectro do campo da batalha das idéias marxistas no Brasil a mídia

constitui atualmente o maior partido de oposição de cunho neoliberal, assim como, no resto do

mundo, e se destinada a bloquear as iniciativas que possam vir a viabilizar a independência

econômica e cultural e a soberania política e militar das nações periféricas.

Sobretudo, difundindo a hegemonia cultural e ideológica neoliberal burguesa capitalista

e mantendo os nossos povos na ignorância e na desinformação, pois o que move tais empresas de

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comunicação são os interesses econômicos das multinacionais e governos centrais aos quais estão

associadas. Um exemplo disto, no caso brasileiro, são os ataques diários perpetrados contra o

desenvolvimento e aplicação das políticas sociais, culturais, de gênero, de igualdade racial, de

financiamento estudantil, de reforma agrária, de habitação, de defesa militar e as iniciativas de

adequação administrativa do aparelho de Estado para a melhoria do atendimento as demandas

populares efetivadas pelo governo de Lula da Silva.

A imprensa tem criticado a proposta de estatização da Petrobrás e de mudança na Lei do

Marco Regulatório do Petróleo, desencadeada por meio duma campanha de mobilização nacional

intitulada: O petróleo tem de ser nosso, por parte de movimentos sociais e populares, como o

MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, a Intersindical e o PCB - Partido Comunista

Brasileiro etc. Estas organizações pressionam o governo federal a alterar esta lei para garantir

que as riquezas advindas da exploração petrolífera do pré-sal sejam destinadas ao fundo social e

tenham como destino prioritário o povo brasileiro. Estas críticas, formuladas pela mídia sobre a

atuação do governo, neste caso, visam favorecer as multinacionais petroleiras em detrimento do

Brasil. A riqueza do petróleo deve ser distribuída à população e usada para tirar da miséria e da

ignorância grande parte de nosso povo.

Obviamente, que tais ataques midiáticos burgueses também se relacionam à campanha

eleitoral de 2010, denotando o apoio a uma candidatura de caráter neoliberal, que trará de volta as

privatizações, os cortes de gastos sociais e o saqueio ainda maior, do que o ocorrido desde a

época do Brasil colônia até os dias atuais, de nossas riquezas naturais e da exploração de nossa

mão-de-obra. Todavia, para o proletariado brasileiro o que está em jogo nas próximas eleições é a

definição de uma política de Estado, que contemple um projeto nacional de desenvolvimento

econômico e soberano científica, política e militarmente, que permita ao Brasil desenvolver-se e

distribuir de forma mais igualitária e equânime a riqueza nacional.

Os grupos midiáticos criticam fortemente a independência da política exterior brasileira

levada a cabo pelo Itamaraty em relação aos interesses geopolíticos, econômicos e militares dos

EUA. A posição do Brasil quanto à compra de armamentos franceses ou o golpe militar ocorrido

em Honduras, são exemplos disto. O que a imprensa deseja demonstrar é que nosso governo

errou ao receber em sua embaixada em Tegucigalpa o presidente de Honduras e proteger a sua

vida e a de seus assessores imediatos, secretários e ministros de Estado.

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No entanto, o que o Brasil e toda a comunidade internacional de nações, como mostrou a

última assembléia geral da ONU - Organização das Nações Unidas, exigem é a deposição

imediata dos golpistas que continuam reprimindo diariamente o povo que protesta nas ruas, que

continuam torturando, violentando e matando líderes sociais, sindicais, indígenas, comunitários,

camponeses, defensores dos Direitos Humanos e professores.

O que a classe trabalhadora do Brasil exige é a volta à democracia e ao estado de direito,

a imediata deposição e punição aos militares e civis golpistas e o retorno ao governo do

presidente legitimamente eleito Manuel Zelaya. Todavia, defender a democracia parece ser um

erro para nossa imprensa, pois tecem variadas críticas contra a atuação de nosso governo no caso

hondurenho. A mídia tentou de todas as formas persuadir-nos que o golpe militar tinha uma base

legal e que não se tratava de golpistas que rasgaram a constituição e desrespeitaram a legítima

vontade do povo hondurenho que se manifestou nas urnas ao eleger seu presidente.

A realização de eleições em Honduras, com baixíssimo comparecimento de eleitores e

com fortes indícios de irregularidades, como a falta de tinta para opor as digitais dos votantes que

permitiu que simpatizantes dos golpistas votassem várias vezes, elegeu um latifundiário de direita

para governante do país. Estas eleições são ilegítimas, visto que o processo constitucional havia

sido violentado pelo golpe militar e que o processo eleitoral foi maculado por ter como

supervisores os mesmos agentes que deram o golpe militar. Uma eleição democrática legítima

ocorre dentro do estado de direito e não se realiza sob a mira de fuzis. Não se pode reconhecer

esta eleição como legítima e democrática, mesmo se os interesses dos EUA assim o desejam. A

posição do governo do Brasil está correta em não referendá-la como legal e legítima e em

continuar a apoiar o presidente deposto Manuel Zelaya.

No entanto, a mídia brasileira e internacional, tão desenvoltas nas críticas aos desafetos

dos interesses dos EUA, não criticam a atuação desastrosa, senão for suspeita de criminosa, que

nossas Forças Armadas desempenham no Haiti, por meio da operação militar chamada de

MINUSTAH - Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti . As nossas Forças

Armadas estão lá para oprimir o povo haitiano e são acusadas por organizações internacionais e

haitianas de Direitos Humanos de desrespeito aos direitos humanos. Nossas Forças Armadas são

suspeitas de cometer estupros, roubos, torturas e de matar os antigos membros do exército que

resistem à ocupação militar estrangeira.

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Assim como, são suspeitas também de matar os partidários do ex-presidente e de

partidos de oposição ao fantoche que preside o Haiti hoje com a ajuda dos militares da ONU.

Nossas Forças Armadas são, ainda, suspeitas de matar inocentes nas favelas da capital e nas

cidades no interior do país. Porém, elas encontram-se no Haiti sob ordens diretas dos EUA,

acobertada por uma resolução da ONU, imposta pelos países imperialistas que não podem admitir

que a primeira nação livre da América, formada por ex-escravos que se revoltaram contra os

senhores escravocratas franceses em 1791, possa se desenvolver independente, livre e soberana.

O caso do Haiti demonstra como funciona a lógica racista dos imperialistas capitalistas

brancos, que negam ao povo haitiano o direito de deixar a miséria, apenas para servir de exemplo,

pois em sua visão etnocêntrica um país que foi constituído por negros revoltosos como este nunca

poderia ser estável, democrático e desenvolvido.

Outro exemplo desta política imperialista, porém de caráter econômico e ideológico é

Cuba, contra quem os EUA mantêm um o bloqueio econômico desde 1961, há quase 50 anos. O

bloqueio se deu porque o povo cubano escolheu construir uma nação socialista. Este bloqueio,

que já causou prejuízos de mais de 90 bilhões de dólares a Cuba, impede o crescimento de sua

economia e mantêm o seu povo em estrema dificuldade porque o país não pode comercializar

livremente com outros países e empresas estrangeiras, senão dentro de regras impostas pelos

EUA, sem que estas corram o risco de serem multadas pelo governo norte-americano.

Apresento estas ponderações para tentar demonstrar o papel central que os meios de

comunicação de massas exercem nesta batalha pelas idéias marxistas no Brasil e no mundo.

Sobretudo, nas campanhas difundidas na América Latina, ou, mais precisamente, contra elas. É

necessário o desenvolvimento pela classe trabalhadora de um processo de luta contra-

hegemônica. É preciso reconstruir a cultura e a memória das lutas travada pelo proletariado. É

necessário estudar para adquirir consciência da importância histórica das lutas proletárias e de

suas tradições sócio-culturais e da fundamental influência simbólica que podem exercer hoje

sobre a nossa prática política, sindical, estudantil e revolucionária. É necessário que a classe

trabalhadora atual resgate o que fomos e repense o que somos, para que possa saber que mundo

deseja edificar para o futuro histórico, que se delineia sempre a partir do agora no qual vivemos,

para a humanidade.

No entanto, neste campo em que se trava atualmente a batalha crucial pela hegemonia

ideológica e cultural das idéias, sobretudo, contra as de caráter mais progressista, nacionalista,

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revolucionária ou marxista, reside o cerne da questão fundamental para o povo brasileiro, para os

povos da América Latina e mesmo do mundo, a independência política soberana de cada nação

decidir por si mesma o seu destino e a forma pela qual deseja viver e desenvolver sua economia,

sua formação cultural e humana. Portanto, a luta contra-hegemônica ideológico-cultural é a

batalha mais importante e decisiva a ser travada neste início de século XXI pela classe

trabalhadora mundial, pois dela dependerá não apenas a mudança de um sistema econômico-

político para outro, mas a própria sobrevivência da espécie humana e das demais espécies que

compartilham da vida deste planeta conosco.

Os efetivos efeitos climáticos e os danos causados ao meio ambiente, produzidos por

meio do aquecimento global, do degelo do Ártico e da Antártida, da desertificação de vastas áreas

de florestas, de savanas, de cerrados, de caatinga etc., para extrair madeira, criar gado, cultivar a

monocultura e a exploração industrial de madeiras, minérios, pedras preciosos, ouro, manganês,

ferro, urânio etc., estão conduzindo a humanidade ao desastre.

Devemos então nos perguntar, em meio a esta batalha das idéias marxistas no Brasil e no

mundo hoje, que se trava entre aqueles que querem conservar a ordem capitalista vigente e os que

desejam mudá-la, o que nesta situação poderá concretamente restar para a humanidade como

alternativa? Essa resposta não cabe a ninguém nos dar, pois a escolha deve ser nossa. A história

de luta do movimento operário e as suas conquistas e derrotas, a teoria marxista e a sua práxis

teórica e política estão a nossa disposição e conformam o arcabouço que nos foi legado de uma

cultura emancipatória construída sob a luta por mais de 150 anos, pela dor, o sofrimento, os

esforços e pelo sangue derramado daqueles que morreram lutando para nos deixar um mundo

melhor do que o que encontraram historicamente ao nascer.

Se olharmos para a realidade social por meio da posição de classe que a sociedade nos

impôs ocupar dentro do sistema de produção e na vida, acabaremos estabelecendo as conexões

dialéticas necessárias e os nexos causais que nos conduziram a tal situação e poderemos

encontrar um caminho revolucionário se delineando a nossa frente. O caminho da luta de classes,

dos esforços para a formação de uma consciência própria sobre a nossa condição em meio ao

mundo do trabalho, da elaboração de uma contra-hegemonia que se fundamenta numa concepção

de mundo nossa, da classe trabalhadora e para a classe trabalhadora. Nesta batalha das idéias a

luta que temos que travar enquanto educadores é a da formação de uma consciência que permita a

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autoconstrução de nossa classe por si e para si mesma. Para que possamos edificar um projeto

político da classe trabalhadora para a superação desta sociedade exploradora burguesa.

Porém, sabemos que resta-nos pouco tempo hábil para encontrar uma saída alternativa

para os problemas engendrados por meio do modelo de industrialização predatória do capital. Se

escolhermos lutar para construir uma contra-hegemonia que possa desenvolver a consciência de

classe e a nossa prática política, por meio de nossa práxis, poderemos edificar um novo sistema

civilizacional. A história nos deixou poucas alternativas, o socialismo ou a barbárie capitalista?

A extrema pobreza de quase três bilhões de humanos e a proximidade da barbárie social

advinda da estrutura de um sistema baseado na violência e no crime, que ele mesmo engendra,

com repressão e guerras de baixa intensidade vividas cotidianamente em comunidades carentes e

favelas, em países e cidades do mundo, coloca a urgência política e histórica de se exercer um

papel responsável na luta pelas transformações sociais e políticas que a humanidade precisa.

Mudar a forma de pensar da humanidade, lutar para vencer um sistema de exclusão e

desigualdade social, este é o papel fundamental de qualquer pessoa responsável hoje. Essa luta é

material e cultural, portanto, é uma luta política. No sentido da grande política que pensa os

projetos e destinos de um povo e não desta pequena política partidária eleitoreira, a qual,

lamentavelmente, alguns partidos que se dizem de esquerda estão submetidos, arrastando a sua

militância para a mesquinhez de lutar não para engendrar a revolução socialista, mas por verbas,

cargos e salários. Transformar mentalidades é o papel fundamental dos educadores. É no campo

das idéias que a luta mais importante de nossa sociedade entre a direita, dona dos meios de

produção, e a esquerda que representa os despossuidos e trabalhadores, se trava hoje.

Somente por meio da mudança de mentalidade é que as classes trabalhadoras e os pobres

do Brasil e do mundo conseguirão romper com a exploração do trabalho, a exclusão social, a

violência, a corrupção, o medo, a miséria e a morte. O sistema capitalista não pode nos oferecer

um mundo melhor, como diz Istvan Mészáros, a sua capacidade de revolucionar a sociedade se

esgotou e há mais de 150 anos os trabalhadores lutam para derrotá-lo e implantar uma civilização

mais justa, na qual o homem seja reconhecido pelo que é e não pelo que possui.

A emancipação da humanidade e a construção de um ser humano pleno somente poderá

se dar com a humanização dos homens e o fim desse sistema baseado na exploração e na força

que nos oprime. Essa é a batalha a ser trava hoje, pois o amanhã poderá nunca existir. Esta não é

apenas uma batalha que deve ser levada a cabo pelos marxistas, nacionalistas, progressistas,

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democratas e humanistas. Sobretudo, porque esta é a nossa batalha, a dos educadores que

desejam criar um mundo justo e digno para se viver, no qual seus alunos tenham acesso a uma

formação crítica, reflexiva, humanista e libertadora, para que possam um dia ser homens livres.

Esta é a batalha daqueles educadores que anseiam por auxiliar na construção de um

futuro para as novas gerações, pois não podemos condená-las a viver num limbo sombrio de

violência, individualismo, competição, drogas, futilidades, mentiras e indiferença, no qual não

existem perspectivas de uma vida melhor e humanizada. O sistema capitalista reinante já não

pode nos conduzir senão a destruição da vida, do que existe de mais humano em nós e a morte de

nosso planeta e das outras espécies que nele habitam. É preciso sair urgentemente desta lógica

cultural nefasta do capitalismo tardio e buscar reencontrar o pessimismo da razão e o otimismo da

vontade, como diz Carlos Nelson Coutinho.

É neste contexto que se destaca a luta política, prática e teórica de Leandro Konder, que

continua a atuar como professor no Departamento de Educação da Pontifícia Universidade

Católica do Rio de Janeiro. Konder nasceu numa família de classe média. Filho dum médico

comunista, por isso, cresceu sob as várias prisões de seu pai, além de conviver com intelectuais e

militantes com os quais descobriu o interesse por política e pelo marxismo. Aos 15 anos, em

1950, ingressa na UJC - União da Juventude Comunista e começa a sua militância intelectual.

Essa foi a trincheira que escolheu para servir ao seu povo e a seu país.

Para entender o mundo e a realidade brasileira e transformá-la, recolheu influências de

pensadores como Marx, Engels, Lênin, Rosa Luxemburgo, Gramsci, Lukács etc. E, tornou-se um

dos mais importantes intelectuais orgânicos da classe trabalhadora brasileira. Konder significa

para a classe trabalhadora brasileira o que Gramsci representa para o proletariado italiano,

segundo Carlos N. Coutinho. Além de política e filosofia, dedicou-se a estudar arte - literatura,

cinema e teatro, entendendo que a construção de uma nova sociedade passa não só pela luta

política, mas também pela realização plena do homem, que se expressa na e pela cultura.

Iniciou a sua vida intelectual escrevendo crítica de arte no Jornal A Imprensa Popular,

na Revista Estudos Sociais e no semanário Novos Rumos, editados pelo PCB – Partido

Comunista Brasileiro. A sua fecunda produção teórica encontra-se em 27 livros, dezenas de

artigos, críticas literárias, ensaios etc., publicadas ao longo de seus 40 anos de militância

marxista. Sua obra é um esforço de teorização e de prática militante, de práxis, para entender e

apontar soluções aos problemas do Brasil e reafirmar a atualidade e a necessidade da teoria

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marxista na transformação de nossa sociedade, a partir da elaboração de um projeto político e

cultural da classe trabalhadora para o Brasil. Para ele, o capitalismo que historicamente

controlava a produção até 1950, agora controle o consumo por meio da propaganda para

manipular o comportamento das pessoas. Para isso, usa-se a televisão, a internet, as revistas, os

jornais etc. Para reagir contra essa manipulação os socialistas, os marxistas, os educadores

críticos e democratas precisam se dedicar à luta ideológica, que os italianos chamam batalha das

idéias.

Faz-se preciso elaborar uma luta contra-hegemônica, por meio da difusão dos valores e

dos ideais políticos da classe trabalhadora. Segundo infere Konder, a política cultural tem uma

enorme importância na história da humanidade. Se os revolucionários não estiverem à altura das

exigências do momento, podem desviar para os atritos secundários as energias que devem usar

em combates decisivos. Precisamos debater os temas culturais sem tabus, medo e preconceitos.

Konder infere que na obra de Marx, apesar das circunstâncias históricas e da moralidade vigente

no século XIX, já se delineava uma futura discussão sobre a mulher e seus direitos sócio-

políticos, culturais e, particularmente, ao prazer sexual. Por isso, os marxistas precisam reavaliar

as suas posições sobre a ecologia, as questões de gênero, sobre a cultura, a homossexualidade, o

machismo, a bissexualidade e a liberdade da mulher. Os novos problemas e paradigmas postos

pelo alvorecer deste início de século XXI necessitam de novas respostas e de elaborações

criativas, que possam comportar todas as dimensionalidades do outro, do humano.

Portanto, podemos inferir com Konder, a partir disso, que a teoria não é estática, pois o

marxismo pode mudar com e no tempo. Precisamos dar respostas para velhos e novos problemas

sociais que a complexidade da vida nos impõe. É preciso que os educadores rompam o monólogo

acadêmico, e, que falem a língua do povo, que o ouçam e aprendam com a sua prática os

caminhos de resistência e de luta contra o sistema capitalista que nos transformou em coisas.

Devemos aprender com o passado para antever o futuro que queremos. Lembremos que

a adoção do discurso neoliberal no Brasil, na década de 1990, sobretudo no governo de Fernando

H. Cardoso, trouxe também seu discurso ideológico, um arremedo de teoria científica, o pós-

modernismo. Esta concepção ideológica e cultural é uma forma de ver a realidade que resulta na

aceitação da fragmentação, no esvaziamento da história e na rejeição a toda totalização.

Neste sentido, corroborando Konder, devemos decifrar tal discurso, que prega a não

existência da totalidade social. Sendo assim, se não há totalidade, torna-se claro que o pós-

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modernismo tenta nos fazer crer que também não existe um sujeito coletivo totalizante que possa

conduzir um projeto de transformação da sociedade como um todo. O que se pode esperar desta

concepção ideológica neoliberal? Apenas algumas reformas institucionais, que não ameacem a

ordem burguesa atual. Como as reformas que fez FHC, ao enxugar o Estado e diminuir o

atendimento das demandas sociais, sucatear as Forças Armadas, violentar a Constituição para

privatizar e entregar ao capital internacional as empresas estatais, estradas e a educação, com o

boom de 1.800 novas instituições de educação superior de qualidade questionável.

O discurso pós-moderno é uma mera representação ideológica do capitalismo. Por isso,

os educadores e os marxistas devem se unir na defesa da história. O pós-modernismo é difundido

pela mídia e por intelectuais de direita atrelados ao capital e aos interesses dos países ricos, para

facilitar mental e ideologicamente a aceitação de idéias e valores que levam a exploração de

nosso povo, a venda de nossa pátria e do futuro de nossos filhos.

Ensina Konder, que se o nosso compromisso, como educadores e marxistas, é com o

conhecimento totalizante, necessário para se revolucionar nossa sociedade, não basta sermos

apenas combativos, pois precisamos também saber resgatar os elementos presentes no discurso

do outro que podem nos enriquecer, ao serem incorporados criticamente à nossa reflexão.

Georg Lukács, em sua obra de 1920: A consciência de classe, nos informa que a

sociedade é composta por vários tipos distintos cujo caráter essencial se encontra determinado

por sua posição no processo de produção capitalista. Portanto, somente esta constatação nos

permite desenvolver melhor a consciência e a luta de classe, que necessitamos hoje travar mais

do que nunca. Para ele, está consciência de classe é a reação racional adequada atribuída a uma

determinada situação no processo de produção.

No entanto, para Lukács essa consciência não é auferida ou descoberta levando-se em

conta apenas a soma ou a média do que os diversos indivíduos que conformam uma classe social,

separadamente, pensam, sentem etc. Portanto, a consciência de classe é mais que isso, é a

consciência totalizante da classe social, formada por sujeitos que descobrem o que são por meio

da percepção do lugar que ocupam no interior das relações sociais de produção capitalista. É por

essa chave que o sujeito se descobre membro duma determinada classe social. A formação de sua

consciência de classe ocorre por meio da mentalidade, da ideologia e dos valores sócio-culturais

que sua classe exprime. Dessa forma, cada trabalhador que toma consciência de seu lugar no

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Foz do Iguaçu – 19 a 24 de outubro de 2009

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mundo pode descobrir-se também membro da classe trabalhadora e portador de sua consciência

de classe e de sua práxis revolucionária.

Por isso, ensina Lukács, ainda nesta obra, que a ação historicamente decisiva de uma

classe como totalidade é determinada, em última instância, por meio da consciência e não apenas

pelo pensamento do indivíduo. Porém, essa ação não pode ser conhecida pelo sujeito histórico a

não ser a partir dessa consciência. Para ele, a consciência de classe é abstrata, mas também é, ao

mesmo tempo, uma inconsciência da própria situação econômica, histórica e social do sujeito,

que é determinada pela classe na qual se vive.

Lukács nos diz que essa situação se dá como uma relação estrutural determinada, que

parece dominar todos os objetos da vida. Porém, a classe trabalhadora tem a sua consciência, a

sua cultura, sua luta, sua prática de resistência e sua teoria, que é o marxismo. Se o trabalhador

puder tomar consciência do lugar que ocupa no mundo e, por meio desta constatação, descobrir a

qual classe pertence, poderá desenvolver a sua consciência de classe mais facilmente.

É neste ponto entram nesta batalha pela difusão das idéias marxistas no Brasil e no

mundo, os educadores, que são um dos principais agentes formadores da consciência humana.

Sobretudo, porque não podemos esquecer quem somos, de onde viemos e o que queremos para

nós e para as gerações futuras. Portanto, mudar a nossa mentalidade é o caminho que nos restou,

diante da força ideológica e militar repressiva do capital para nos submeter, explorar e dominar.

Mudar a nossa mentalidade e a da sociedade em nosso entorno é a única alternativa

diante da violência da barbárie desumanizadora do capital que se aproxima por meio da guerra

entre as nações e entre irmãos no país gerada pela criminalização da pobreza e a exclusão social

da maioria do povo, sobretudo, dos jovens pobres. O capitalismo não pode mudar sua essência,

que é a exploração do homem pelo homem. Os eventos climáticos e os danos causados à natureza

pela industrialização e a exploração econômica irresponsável capitalista poderá levar o planeta à

destruição.

É preciso lembrar que não nascemos apenas para trabalhar como máquinas ou meros

escravos pós-modernos. Nascemos para viver e usufruir a vida. Precisamos transformar o mundo

e fazermos dele um lugar melhor, no qual impere outra sociabilidade e se instaure outra

civilização, a da humanidade. Para que possamos garantir que nesta nova formação societal os

seres humanos e as demais espécies possam conviver com dignidade, em paz e respeito mútuo.

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