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A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM SOB UMA PERSPECTIVA DIALÉTICA: POR UMA NOVA PRÁTICA DO PROFESSOR DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL.
Vicente Moreira da Silva1 Resumo: Este artigo pretende discutir a avaliação do aproveitamento escolar como um dos grandes desafios no processo de ensino e aprendizagem, pois os resultados que se depara constantemente no interior das escolas públicas, principalmente nas séries finais do Ensino Fundamental, demonstram que a concepção de avaliação pela maioria dos docentes, ainda é a abordagem tradicional, em que se faz somente um juízo de valor e não um juízo de qualidade da aprendizagem do aluno e do trabalho do professor em sala de aula. Fundamentada na concepção pedagógica histórico-crítica, o texto possibilita a reflexão da necessidade de uma nova prática pedagógica em torno do processo avaliativo. Palavras-chaves: avaliação. dialética. ensino. escola. fundamental. Resumen: Este artículo se prepone discutir la evaluación del referente a la explotación de la escuela como uno de los grandes desafíos en curso de educación y el aprender, por lo tanto los resultados que si están parecidos constantemente dentro de las escuelas públicas, principalmente en la serie final de Ensino básico, demuestran que el concepto de la evaluación para la mayoría de los profesores, sigue siendo el subir tradicional, donde si hace solamente un juicio del valor y no un juicio de la calidad de aprender de la pupila y del trabajo del profesor en sala de clase. De acuerdo con el concepto pedagógico descripción-crítico, el texto hace posible la reflexión de la nueva necesidad práctica de pedagógica alrededor del proceso del avaliativo Palabra-llaves: evaluación. dialéctico. educación. escuela. Básico.
1 Professor pedagogo – Graduado em Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Letras de Jandaia do Sul, com especialização em Educação Infantil, Pré-escola e Séries Iniciais do Ensino Fundamental, pela Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão. Professor PDE _ SEED/PR: 2008/2009 E-mail: [email protected]
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I. Concepção dialética da avaliação da aprendizagem: primeiras reflexões.
É possível a mudança da concepção de avaliação do professor das
séries Finais do Ensino Fundamental? Inicia-se a discussão desse texto a partir
desse questionamento.
Durante muito tempo, a escola teve como princípio norteador de seu
trabalho educativo a reprodução, memorização, classificação e exclusão do acesso
ao conhecimento. Via-se nitidamente a clara separação entre os que “podiam” e
“não podiam”, aqueles que deveriam avançar e uma grande massa que deveria ficar
aquém do processo educativo, aceitando passivamente sua condição de alienação
ao sistema educativo, econômico e político-social2.
Nesse contexto, poderia perguntar ao leitor, a partir de
questionamentos já levantados nas discussões suscitadas sobre essa temática: o
sistema capitalista atual permite a inserção de todos os indivíduos nos vários
campos sociais? Não seria utopia declarar esse princípio de igualdade, numa
saciedade desigual como a que vivemos? Ora, penso que o sentido crucial dessa
discussão não seria o fato de todos terem acesso a tudo, mas de entender que a
partir de uma situação vivida, experenciada e concretizada socialmente e
economicamente pelo indivíduo, este seja capaz de estabelecer a luta pela
transformação de sua condição social.
Não se pretende aqui abordar questões sociais, já que esse não é o
foco desse texto, mas de se fazer entender que o norte da pedagogia Histórico-
crítica é justamente a luta de classes, a possibilidade de transformar a realidade a
partir do concreto, o conceito de “práxis”, base da teoria marxista.
A partir das idéias acima evidenciadas, poder-se-ia então pairar a
dúvida do que isso tenha a ver com a avaliação da aprendizagem. Quando falamos
em perspectiva dialética, supomos o entendimento de que o termo se relaciona à
mudança, ao movimento, a antagonismos e à transformação. Dialética, no sentido
próprio da palavra, significa a arte de argumentar ou discutir, maneira de filosofar
2 Para se aprofundar nessa discussão, sugiro a leitura do caderno temático, produzido como material didático do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional – pág. 12-19, disponível no site http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br
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que procura a verdade por meio de oposição e conciliação de contradições (lógicas
ou históricas).
Quando falamos em avaliação, qual seria o seu sentido no processo de
ensino-aprendizagem? Somente detectar uma realidade ou conhecer a realidade
para transformá-la? Seria avaliar para constatar ou avaliar para intervir?
Penso que alguns argumentos podem por si só, provocar algumas
reflexões. Conforme enfatiza Mello (1974, p. 347):
[...] É profundamente ridículo para não dizer inconsciente, grotesco e criminoso, o procedimento de alguns pseudoprofessores que se jactam de reprovar em massa. Seria o caso do cirurgião que se vangloriasse de ter um alto índice de mortalidade nas intervenções cirúrgicas que realizasse, ou do engenheiro que se gabasse do desmoronamento dos prédios que construísse.
O que se percebe, é que além de uma concepção de avaliação, que se
traduz numa visão tipicamente tradicional, por uma grande maioria dos professores
da escola pública, há também uma concepção de ensino, de aprendizagem, de
método, de educação, de homem, de sociedade e de mundo que acabam por
configurar-se nesse “modelo” vigente3 de avaliação e de aprendizagem que permeia
o trabalho pedagógico em sala de aula.
Discutir os resultados alcançados a partir da proposta e perspectiva de
trabalho em sala de aula é, em si, evidenciar não somente os resultados, mas
também o processo que se chegou a esses resultados; que tanto são questionados,
analisados e acabam por transformar-se num “jogo do empurra-empurra”. E quando
se brinca de jogar a “batata-quente” nas mãos do outro, não se quer isentar de
responsabilidade coletiva. Quando falamos de resultados negativos, não podemos
responsabilizar o aluno, a família, o sistema, o governo, como muitos o fazem, sem
fazer uma leitura crítica do processo. Mas se trata de que a partir desses resultados,
se possa também estabelecer o principio dialético do movimento, do antagonismo,
de se fazer perceber também o professor, como sujeito de sua prática.
Os resultados alcançados na educação, nos últimos tempos, tem sido
satisfatórios e se estes fazem com que o professor se sinta realizado por sua prática
de sala de aula? É bem provável que alguns tentariam justificar, dizendo, por
3 Quando aqui me refiro á palavra modelo, não tenho a intenção de me fazer entender que há uma receita pronta, algo eficaz que se possa aplicar em sala de aula, pelo professor; mas que resulte numa reflexão, numa visão dialógica de novas perspectivas do trabalho educativo e, sobretudo, avaliativo.
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exemplo, que a reprovação, a não-aprendizagem de alguns alunos, ou de muitos
que seja, seria natural, visto que o ser humano tem que ser considerado em sua
heterogeneidade e não em sua homogeneidade. É claro que as diferenças em sala
de aula são perceptíveis e que a incompletude do ser humano se faz em sua
essência, como condição humana. Percebamos a seguinte situação, corriqueira de
nossos dias: se temos em nossa casa dois filhos, um que já tenha dominado
completamente todos os movimentos necessários pra se locomover. Enfim, consiga
andar. E outro que ainda esteja em processo de entendimento de correção de
postura e de movimento. Qual destes precisará mais de acompanhamento no
sentido próprio de sua necessidade? É uma resposta óbvia, não? Certamente,
praticamente todos colocariam que o segundo seria o que mais precisaria de apoio,
de acompanhamento e de intervenção no seu processo de desenvolvimento.
Nessa perspectiva analógica, se colocássemos a situação de que, em
sala de aula, tendo em vista a heterogeneidade dos alunos, uns consigam aprender
e outros tenham maior dificuldade, ou ainda em relação á realidade de turmas
diferentes, em que uma seja mais receptiva, comportada, com maiores condições de
acesso ao conhecimento, porque vivenciam isso em sua realidade familiar e outra
que seja uma sala problemática, com alunos indisciplinados, com problemas
familiares e dificuldades de aprendizagem. Qual destes/destas precisariam
certamente, de nossa intervenção, acompanhamento e um “novo olhar”?
Não se tem a pretensão de levantar questionamentos de que há uma
indiferença por parte dos docentes perante essa situação. Ao contrário. Há, sim,
uma mobilização presente em algumas escolas em se fazer algo pelos excluídos;
não pensando na exclusão em termos de condições especiais, mas na exclusão que
se quer pensar, também, social e principalmente educativa, de condições de
aprendizagem. Num certo sentido, como enfatiza Hoffmann (2005, p. 18), os
professores não são “culpados” pelos resultados obtidos pelos alunos, mas são sim,
“responsáveis”.
Por outro lado, quando em sua prática, o professor internaliza algumas
concepções includentes em relação ao trabalho pedagógico, pensando
constantemente sobre o seu “fazer” em sala de aula, percebendo o aluno como um
agente ativo do processo educativo, quando se tem a concepção de não deixar “o
aluno passar pela escola, sem que a escola passe por ele” penso que, conforme,
enfatiza Hoffmann, apud Demo (2004, p.79):
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“(...) os professores não podem ser “saco de pancadas” como se fossem os vilões da história. Muito ao contrário, primeiro são vítimas desse sistema perverso, e, segundo, são figuras-chave da cidadania popular e esta tem como uma de suas perspectivas mais essenciais mudar a sociedade em que vivemos”.
O trabalho realizado na maioria das escolas públicas vem no sentido
de atender a essas expectativas: de não permitir as arbritariedades que deixaram
marcas em nós, professores, quando alunos. Basta voltarmos ao tempo e
pensarmos de como se constituiu nossa trajetória escolar e vamos encontrar
marcas, muitas vezes, indeléveis, que carregamos conosco até hoje, principalmente
no sentido da avaliação.
Quando abrimos caminhos para a discussão em torno da reprovação,
estamos de certa, forma entendendo o processo avaliativo em sua essência: o
aproveitamento escolar. Há a visão de que o bom professor é aquele que reprova;
que impõe medo; que tem em seus resultados, que sejam bimestrais ou não, a
maior parte dos alunos abaixo de uma média estipulada pelo sistema. Essa é uma
concepção de ensino e de aprendizagem totalmente equivocada. Como diz Demo4,
“o bom professor é aquele que faz com que o aluno aprenda, tenha sucesso e se
desenvolva em sala de aula”. Poder-se-ia afirmar aqui, então, que o fracasso do
aluno, é também o fracasso do professor.
Analisando-se à ótica dos problemas que encontramos em sala de
aula, muitos afirmariam que essa seria uma visão utópica de educação, pois os
alunos de hoje, não se interessam, não tem responsabilidade, não querem aprender,
não “fazem nada” em sala de aula. Poderia então se pensar de que deveríamos
ressignificar o sentido de ser educador, de ser professor. Isso se constitui como um
eixo norteador do trabalho pedagógico.
Por outro lado, simplesmente não se pretende isentar a
responsabilidade do indivíduo, enquanto aluno e nem tampouco, eximir de
responsabilidades outros segmentos tão responsáveis pela educação quanto o
sistema escolar, em si; mas de repensar, a partir das idéias aqui apresentadas, o
sentido da avaliação no processo ensino-aprendizagem, como educadores e
partícipes do processo educativo.
4 O livro: “Ser professor é cuidar que o aluno aprenda”, de Pedro Demo, Editora Mediação, 2005; traz uma discussão pertinente ao que aqui é tratado.
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II. A avaliação como intervenção na prática pedagógica do professor das
séries finais do Ensino Fundamental.
Pensando nos resultados atingidos pela educação, nos últimos
tempos, analisa-se que deveríamos refletir um pouco mais sobre a prática
pedagógica concretizada na escola pública. Demo (2005, p. 6), especifica que por
volta de um terço dos alunos do Ensino Fundamental não completa a 8ª. Série e os
que a completam, aprendem muito pouco. E continua: “segundo dados da UNESCO
de 2003, grande parte dos alunos da 8ª. Série não entende o que lê. A rigor,
continuam analfabetos”.
Hoffmann (2005, p. 77), enfatiza que a última pesquisa feita pela
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que
avaliou 41 países, surpreendeu gestores, educadores e toda a sociedade, com a
posição do Brasil nos últimos lugares do ranking final, atrás de países muito pobres
como a Tunísia e a Indonésia. Na tabela apresentada sobre a posição do Brasil no
PISA (instrumento de avaliação Internacional sobre indicadores de qualidade da
Educação Básica), mostra o Brasil em 40º. Lugar em Matemática, 37º. Lugar em
Leitura e 39º. Lugar em Ciências.
Partindo dessa constatação, voltamos a elencar os motivos que levam
muitos educadores a defenderam o mau rendimento do aluno, por meio da
“Pedagogia da justificativa do fracasso escolar” (grifo nosso):
1ª. proposição: “O mau rendimento, uma avaliação abaixo da
média, no bimestre, por exemplo - serve como forma a fazê-lo
despertar a motivação. Sabendo que está indo mal, este terá que
se esforçar mais”;
2ª. proposição: “Precisa reprová-lo, já que ele não tem condições
nenhuma de acompanhar a série seguinte”
3ª. proposição: “faltou base pra série em que o aluno está. Não
dominou conteúdos essenciais da série anterior”. (Como enfatiza
Vasconcelos, 2005, p. 61: a “síndrome da falta de base”).
4ª. proposição: “sempre foi empurrado. Ano a ano passa só pelo
conselho de classe”.
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Essa é uma visão bastante presente na concepção pedagógica de
muitos docentes, seja pela deficiência de uma formação pedagógica mais ampla em
suas licenciaturas, seja pelo fato de uma opção pessoal e profissional de que se
aprovar todos os alunos, demanda-se a idéia de má qualidade de ensino. Ora, se
pensarmos por essa perspectiva, iríamos também afirmar que quando o médico
detecta uma doença em um paciente, este deveria fazê-lo sofrer primeiramente,
sentir dores, aflições, para depois curá-lo, como princípio de que esta atitude, por si
só, o ajudaria a não ficar mais doente e a se cuidar.
Assim, pensamos: o mau rendimento incentiva a melhora ou estimula o
fracasso? Poderíamos pensar nos antagonismos presentes nessa situação, pois
alguns afirmariam veentemente que ajudaria sim, porque, de certa forma, se
aprende muito com o sofrimento e o fracasso. Seria esta, então uma visão futurista
de ensino e de aprendizagem frente aos dias atuais ou uma volta aos tempos mais
primórdios das civilizações, em que os aspectos presentes no processo
educativo/avaliativo/formativo do aluno se concretizavam por meio do medo, do
sofrimento, da dor, do fracasso e da exclusão?
Vasconcelos5, diz que a reprovação, o mau rendimento do aluno não é
resultado, é processo. Entendamos melhor a questão. Vamos pensar no que se
configura o termo processo. Como princípio etimológico da palavra em si, processo
significa método; sistema, adotar novas formas de ensino, seqüência contínua de
fatos que apresentam certa unidade, ou que se reproduzem com certa regularidade;
andamento, desenvolvimento. Também assim, deve ser vista a avaliação em sala de
aula. Como ela é percebida pelo docente? Como resultado final (simplesmente
porque temos que apresentar um conceito numérico ao final de um período à
secretaria escolar para registro no histórico do aluno) ou como processo
(conseqüência de um trabalho de ensino e possivelmente, de aprendizagem, de um
trabalho realizado em sala de aula).
Verificando-se a média alcançada pelo aluno pelo primeiro ponto de
vista, estaremos sendo educadores meros reprodutores da lógica capitalista. No
entanto, se vermos pela ótica do segundo ponto, podemos então pensar elucidando
as idéias evidenciadas por Luckesi (1998, p. 85) de que “(...) a avaliação subsidia
5 Como possibilidade de aprofundamento dessa discussão, sugere-se a leitura do Capítulo 2: conteúdo e forma da avaliação do livro: Avaliação da Aprendizagem: práticas de mudança – por uma práxis transformadora, 7ª edição, 2005.
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decisões a respeito da aprendizagem dos educandos, tendo em vista garantir a
qualidade do resultado que estamos construindo”. Nesse sentido, podemos perceber
a avaliação não simplesmente como o alcance de um resultado final, mas desta
como uma forma de intervenção a partir de uma realidade conhecida e vivida em
sala de aula na relação aluno x professor.
A avaliação como intervenção, creio garantir a essência das
discussões aqui apresentadas até então. Se pensarmos a partir dessa perspectiva,
estaremos entendendo também o sentido crucial desta no processo educativo. O
que se percebe é que há uma dicotomia de concepção entre avaliar e medir. Se
pretendermos avançar nessa discussão, não podemos deixar entremeada a idéia
subjacente de que não há um sentido claro entre os dois termos.
Quando pensamos em Avaliação, podemos entender o sentido próprio
da palavra entre aval-i-ação. Aqui fica claro que quando pretendemos dar o aval a
alguém sobre alguma coisa, isso significa que estamos dando autonomia e
possibilidade de avanço, de seguir em frente a partir de uma condição apresentada.
Por outro lado, se esse aval se constitui como uma possibilidade de retenção a partir
da “falta de base”, de dificuldades, de não-assimilação do conhecimento, então
temos que pensar primeiramente, de como se efetivará a nossa ação (intervenção)
sobre a realidade detectada. Isso se configura num processo dialético de ensino-
aprendizagem. E podemos ir além desse conceito, estabelecendo a partir da prática
pedagógica do professor, uma auto-análise/auto-avaliação entre o resultado e o
fazer, o produto final e o processo, entre o ensino e a aprendizagem.
Partindo da análise desses fatores, estabelecemos um princípio de
assimilação e reflexão sobre o fazer pedagógico em sala de aula. Podemos assim,
partir do entendimento do que seja ensinar e do que significa aprender. Numa
relação dialógica, entendemos que, conforme a concepção freireana sobre o
trabalho do professor no processo formativo do aluno, ao mesmo tempo em que
ensinamos, também aprendemos. No entanto, se direcionarmos à prática de sala de
aula, fica a seguinte indagação. Quando não houve aprendizagem, podemos afirmar
que houve ensino?
Analisemos a seguinte situação: se ao aplicarmos uma avaliação em
uma turma e percebermos que a maioria dos alunos obteve um resultado
insatisfatório, então de que forma será a nossa intervenção? Ou permaneceremos
apenas ao nível da constatação? Se pensarmos no sentido da avaliação como
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medida, logicamente a segunda indagação é a mais pertinente, pois medir é mostrar
aquilo de que se é capaz, estar em condições ou simplesmente relacionar-se ao
princípio da quantidade (aspecto quantitativo da avaliação). Nesse sentido questiono
ao leitor, valendo-se do pensamento de Luckesi (1998, p.85): verificação ou
avaliação: o que pratica a escola? É uma pergunta que necessita de uma resposta e
que esta demanda a formação de uma concepção que venha de encontro a todos os
questionamentos apresentados até então.
A prática pedagógica escolar se efetiva numa concepção autoritária, de
poder, de massificação, de exclusão ou numa prática libertadora, transformadora,
resultante de possibilidades de avanços e melhorias no decorrer do trabalho
educativo?
Como já tratado anteriormente, se pensarmos em avaliação, ninguém
se sente à vontade para ser avaliado. Pensamos em nossa própria condição de
professor: nos momentos em que percebemos a avaliação presente em situações de
nosso dia-a-dia, nos sentimos desconfortáveis e ansiosos6: os concursos públicos, o
momento de falar num grande grupo, entre nossos pares. Isso se manifesta
justamente pelo fato de que se estamos sendo submetidos ao processo de provação
a alguém de que sabemos, de que podemos, de que somos capazes; a situação
gera angústia, medo, insegurança, aflição, de sujeição ao outro que nos impregna
com seu olhar que seja de aprovação ou de reprovação. Se nos sentimos assim,
também não se diferencia, em grande parte, em relação aos nossos alunos em sala
de aula.
Entender o princípio dialético da avaliação da aprendizagem, nas
séries finais do Ensino Fundamental é entender o princípio da ação-reflexão, onde,
conforme enfatiza Vasconcelos (2005, p. 14-17), de que assumir uma posição
dialética pressupõe entender um sujeito concreto, síntese de múltiplas relações, num
contexto também concreto. O mesmo autor ainda coloca que devemos sim, pensar
em novas possibilidades de trabalho pedagógico em torno do processo avaliativo,
porque segundo ele, se o sujeito acha que as coisas não podem mudar, não tem
sentido falar em avaliação, uma vez que esta – na sua acepção mais original _ está
intrinsecamente ligada à mudança.
6 Do ponto de vista educacional, Demo afirma em seu livro “Ser professor é cuidar que o aluno aprenda”, 2005, Editora Mediação, p. 57-58, de que toda avaliação é sempre injusta, incômoda, incompleta, ideológica, autoritária, excludente, humilhante e insidiosa.
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Mais uma vez, enfatiza-se a idéia da avaliação como reflexão e como
intervenção, tendo o intuito de descobrir as deficiências do processo educativo, no
sentido de resolvê-los, conforme enfatiza Vasconcelos (2005, p.19). E Luckesi
(1998, p. 132), também vem afirmar essa concepção quando diz:
“(...) é preciso que o conhecimento adquirido seja iluminativo da realidade, é preciso que ele revele os objetos como são em seus contornos, em suas conexões objetivas e necessárias. Só assim, teremos conhecimento. Um aluno que não conseguiu “entender” bem o conteúdo de uma disciplina não a aprendeu e, por isso mesmo, o conteúdo oferecido não lhe serviu de apoio para seu desenvolvimento. Quando um professor diz ao aluno, que ainda não conseguiu aprender uma lição, _ “se vire por você mesmo” _, não está ajudando em nada o desenvolvimento do educando, pois a compreensão do conteúdo é o ponto de partida para a criação de habilidades e hábitos por meio da exercitação (...) Do ponto de vista do desenvolvimento do educando “passar por cima de um determinado conteúdo” ou “nada fazer” tem o mesmo resultado no que se refere à aprendizagem (...)”.
Por outro lado, traz-se á tona a seguinte indagação: estabelece-se a
diferença entre avaliar e medir, como já discutido anteriormente? Percebemos as
diferenças entre avaliar e emitir uma opinião? Têm-se o conceito do que seja avaliar,
entendamos então o que seja opinar: julgar, entender; ser de opinião, dizer,
manifestando opinião, dar seu parecer. Então, podemos elucidar que quando
estamos avaliando, estamos emitindo ou não uma opinião, dando um parecer?
Entendo que sim. O que diferencia é que esta opinião, no processo educativo, se
formaliza por meio do uso de instrumentos de avaliação, seja em forma de avaliação
escrita, oral, etc.
Vamos pensar então que quando achamos algo bonito ou feio (seja um
carro, um sapato, uma peça de roupa, uma pessoa, etc.), emitimos uma opinião.
Para que essa opinião seja emitida, é necessário estabelecer critérios (a base que
fundamenta nossa visão sobre alguém ou alguma coisa). Não ficamos a nível do
“achismo” (grifo nosso). Evidenciamos o nosso propósito a partir de uma afirmação
ou de várias afirmações, no sentido de explicar o que pensamos. Assim, a avaliação
acaba se concretizando nessas fases: a percepção do objeto, a subjetividade de
nossa visão e a síntese (conclusão a que chegamos).
Ressalta-se o princípio da subjetividade pelo fato de que os resultados
ou opiniões emitidas sobre algo nunca são definitivas. A partir do momento em que
avaliamos algo inicialmente, temos uma visão e depois, com o alargamento dessa
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percepção, vamos encontrando detalhes antes nunca vistos. Exemplo disso, é
quando conhecemos uma pessoa, emitimos um juízo de valor sobre ela (seja
negativo ou positivo). Com o tempo e a convivência, vamos entendendo melhor a
pessoa e mudando esse juízo de valor para um juízo de qualidade. Aí chegamos a
um conceito mais elaborado, embora nunca totalmente definido; pois podemos viver
muitos anos com uma pessoa, mas jamais a conhecermos totalmente. Quantos
casos de pessoas que são tidas socialmente como idôneas acabam por parar nos
meios de comunicação de massa por feitos jamais imaginados?
Pensando no processo avaliativo, entenderemos certamente o
pensamento de Demo, 2005, p. 39, de que ter muitos anos de estudo não significa,
necessariamente, ser “bem educado”: há analfabetos elegantes e doutores
estúpidos. Essa é uma avaliação que praticamos inconscientemente em nosso dia-
a-dia: avaliamos as pessoas, as coisas, as classes sociais. Enfim, tudo aquilo que
nos rodeia. E emitindo nossa opinião, não significa que estamos deixando de
avaliar, até porque avaliar pressupõe o estabelecimento de critérios. E quando se
estipula esses critérios, é isso que caracteriza simplesmente a avaliação como algo
formal, na forma como é praticada pela escola.
Tomando como exemplo de que sempre estamos emitindo opinião em
sala de aula sobre situações diversas. Imaginemos a seguinte situação de um trecho
do livro: avaliação da aprendizagem – práticas de mudança: por uma práxis
transformadora (Vasconcelos, 2005, p. 35) e que certamente já nos
deparamos/ouvimos em nossa trajetória educativa:
“Tem aluno que aprende de primeira, outros, de segunda; mas tem aluno que não vai nem com reza brava”; “este aluno não vai; eu me recordo do irmão: era a mesma coisa”, etc. “os pais estão se separando, a criança não aprende mesmo...” “Bom professor é aquele que, logo no começo do ano, dando uma olhada na turma, já é capaz de dizer quem vai ser reprovado”.
Certamente, estamos emitindo uma opinião, mas não estamos
deixando de avaliar, formalizando o nosso entendimento, por meio do uso dos
instrumentos avaliativos, de acordo com a disciplina que ensinamos.
Partindo dessas exemplificações, podemos ir amadurecendo a nossa
concepção sobre a avaliação sob uma perspectiva dialética. Quando da elaboração
do material didático referente ao PDE (programa de Desenvolvimento Educacional) -
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SEED/PR (2008, p. 32-34 / 41-42)- foram suscitadas algumas indagações a respeito
dessa concepção no processo educativo. Transcrevo-as a seguir:
“(...) Só é possível a avaliação assumir seu papel de diagnóstico, a
partir do momento em que ela esteja sob uma concepção, preocupada com a
transformação social e não com a perpetuação das desigualdades, ou seja, a
preservação do modelo social vigente.
É necessário questionar que transformar o sentido da avaliação num
processo dialético e diagnóstico não significa o “afrouxamento” da prática do
professor, mas uma retomada e busca de novas possibilidades a partir dos
resultados obtidos ao longo do trabalho na sala de aula.
A partir das reflexões e da busca de novas possibilidades na prática
educativa, almeja-se a mudança de posturas e posicionamentos pedagógicos do
professor das séries finais do Ensino Fundamental em torno da avaliação, fazendo
com que os encaminhamentos favoreçam a tomada de novas decisões que possam
redirecionar o “fazer pedagógico”, “sair do papel” e tornar-se realidade no chão da
escola.
Tendo-se em vista o constante fracasso dos alunos, a avaliação, posta
em prática, numa concepção dialética, acredita-se possibilitar o alcance de
resultados melhores para a educação. Sob um teor essencialmente qualitativo,
certamente promoverá a real aprendizagem e desenvolvimento dos alunos.
Assim, a proposta de avaliação, na concepção apresentada, visa à
solidariedade, ao invés da competição e a inclusão, ao invés da exclusão, tornando-
se uma atitude benéfica ao processo educativo e uma forma de dar maior significado
ao trabalho desenvolvido pelo professor. Vejamos algumas características acerca
dessa concepção de avaliação na perspectiva dialética:
• Se faz como um diagnóstico da situação do aluno, tendo-se em vista
subsidiar a tomada de decisões para a melhoria da qualidade da
aprendizagem;
• É um processo inclusivo, na medida em que não seleciona os
melhores dos piores, mas sim, subsidia a busca de meios pelos quais
todos possam aprender aquilo que é necessário para seu próprio
desenvolvimento;
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• É um “ato amoroso”, pois acolhe o aluno, verificando o que pode ser
feito para o seu crescimento;
• Caracteriza-se num processo dinâmico, de forma que não classifica o
aluno dentro de um nível, mas sim, permita uma tomada de novas
posturas pedagógicas a partir das dificuldades apresentadas durante o
processo de ensino-aprendizagem.
Questionar sobre os objetivos da avaliação escolar, sua função no
processo pedagógico, bem como a leitura a partir dos resultados obtidos por meio
dela, são princípios importantes no entendimento da avaliação como algo
significativo e transformador.
Na perspectiva da classificação, tal como é utilizado, nos desperta para
algumas considerações, que servem de base para reflexões, pois assim organizado,
tem a função exclusiva de:
• Julgar, examinar, averiguar e conseqüentemente, aprovar ou reprovar
o aluno;
• Selecionar, na medida em que excluem os que não sabem no contexto
dos parâmetros considerados “aceitáveis” pelas provas aplicadas;
• Permitir uma avaliação pontual, pois nem sempre o conhecimento
apresentado pelo aluno durante a prova é o mesmo ocorrido durante o
processo de ensino-aprendizagem;
• Firmar um processo estático, pois classifica o aluno num determinado
nível de aprendizagem, considerando esse nível como definitivo. Tanto
assim que normalmente os conceitos são apresentados na forma de
menções numéricas, que por sua vez, classifica o aluno dentro de uma
escala.
A concepção dialética, aqui proposta, vem no sentido, justamente, de
despertar a atenção do leitor ao entendimento da avaliação como processo, de
forma que a mesma seja diagnóstica, detectando problemas na aprendizagem dos
alunos e procurando, solucioná-los. Luckesi (1997, p. 82), afirma que “[...] para que a
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avaliação diagnóstica seja possível, é preciso compreendê-la e realizá-la
comprometida com uma concepção pedagógica. No caso, consideramos que ela
deva estar comprometida com uma proposta pedagógica histórico-crítica [...]”. Daí a
idéia de conciliar o método dialético à concepção dialética de avaliação. È possível?
Certamente àqueles que acreditam em um novo modelo de educação, sim. Basta
comprometimento e abertura à discussão pedagógica, que tantas vezes, tem se
tornado enfadonha aos ditos não-pedagogos.
Abro a essa discussão, certamente pelo fato de que muitos docentes
acabam por criar a idéia de que seu papel é somente ensinar, e não pensar sobre a
aprendizagem e o desenvolvimento de seu aluno, alegando que isso cabe à Equipe
Pedagógica da escola ou propriamente, ao pedagogo da instituição. Paira em
questionamentos e argumentos do professor de que ele ensina. Se o aluno não
aprendeu, problema dele. Indago a partir daí: todo professor deve ter resquícios da
Pedagogia, senão, sua prática pedagógica torna-se inconsistente diante das
necessidades educativas de seus alunos. Ou na pior das situações, o professor até
que domina os conteúdos, domina sua área de conhecimento, “sabe”, mas não
consegue chegar até seu aluno. Resumindo: “sabe, mas não sabe ensinar”.
A partir da leitura desse texto, espera-se a absorção de concepções da
prática pedagógica, diferente da que vivenciamos no chão de nossas escolas
públicas. Não se trata de desmerecer o trabalho do professor, mas de despertar a
reflexões constantes em torno do processo de ensino e aprendizagem.
Assim, entende-se que, conforme especifica Sanmartí, 1993, p. 20-23,
que, se queremos mudar a prática educativa, é necessário mudar a prática da
avaliação, ou seja, mudar sua finalidade e o que e como se avalia. Ainda, que um
bom dispositivo de avaliação deve estar a serviço de uma pedagogia diferenciada,
capaz de dar resposta aos interesses e dificuldades de cada aluno (...)”.
III. A busca de caminhos para uma nova prática educativa em torno da
avaliação da aprendizagem – considerações finais
O grande desafio que se propõe é buscar pensar e fazer diferente,
buscar o “jogo do contrário”, como propõe Hoffmann. As proposições estão aí pra
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afirmar de que a mudança é necessária, mas a vontade de mudar também é tanto
quanto necessária para a mudança da prática.
Se na prática pedagógica encontramos os “descaminhos”, o descarrilar
do trem, como enfatiza Demo, então é necessário a busca de novas concepções,
novos espaços de discussão, de mudança de rumo. Entender a subjetividade da
avaliação é entender a subjetividade de nós mesmos, enquanto seres humanos, na
nossa incompletude, no nosso “vir a ser”.
Haydt (2000, p. 22), faz uma referência à necessidade de auto-
avaliação da prática pedagógica do professor em relação á aprendizagem de seus
alunos, especificando que mesmo quando apenas um pequeno grupo de alunos
apresentar um resultado não satisfatório numa avaliação, antes de considerar que o
problema está no próprio aluno, o professor deve questionar se a causa desse mal
desempenho não estaria no seu processo de ensino, que não logrou êxito com os
alunos mais fracos.
Não se pretende a partir das discussões propostas, chegar a um
modelo, que justifique o sucesso ou o fracasso da escola, do professor ou do aluno
na escola, mas sim, apresentar argumentos e possibilidades de mudança de
concepção, de visão pedagógica em torno do processo avaliativo. Em educação, se
trabalha com o que é concreto, porém, não visível, que é a formação humana, a
formação de mentes, que demandam novas atitudes; atitudes estas que se quer, de
mudanças.
No entanto, as mudanças que vislumbramos não ocorrerão no campo
educativo no “estalar dos dedos”, de forma repentina, simultânea, nem tampouco de
maneira acelerada, mas se faz necessário trilhar o caminho, buscar novos rumos ou
até mesmo achar o rumo perdido.
O que é necessário em nossa prática é estar aberto, saber ouvir e
interpretar os anseios educativos contemporâneos. Se vivermos no saudosismo,
permaneceremos eternamente frustrados, pois vivemos numa sociedade em
constante transformação, e uma das grandes vertentes dessas mudanças é,
certamente, a formação humana, o campo educativo.
Imaginarmos um modelo de aluno, um modelo de escola, de educação,
de mundo, a partir de nossas experiências é frustrar-se continuamente em nosso
trabalho pedagógico. Não temos o modelo de escola, o modelo de aluno e
tampouco, o modelo de sociedade que vislumbramos. Não trabalhamos, muitas
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vezes, com o ideal, mas temos o real à nossa frente e que necessita de
intervenções, de apoio e de modificações. Escolheremos, pois, o rumo mais
propício. Se a partir de toda a discussão aqui feita sobre a avaliação haver somente
uma mudança de concepção, mas não da prática, então poderemos afirmar que
teremos que recomeçar. E recomeçar é no sentido próprio, começar de novo,
repensar o fazer, reaprender.
Percebe-se é que, frente a uma concepção já enraizada na prática dos
professores, torna-se difícil abrir caminhos para a discussão em torno da avaliação,
como possibilidade de intervenção e melhora da prática educativa, sem que isso não
gere conflitos, enfrentamentos e troca de culpa. Ainda se caracteriza, na própria
formação do professor, a idéia de que avaliar é provar, é isentar-se de uma
responsabilidade de que se o aluno foi mal, a culpa é tão somente dele, porque
houve o ensino em sala de aula.
Abre-se caminho para apresentar uma terminologia que bem enfatiza a
discussão. O que é provar? Provar significa submeter-se à prova, demonstrar a
verdade. Se pensarmos que constantemente usamos a palavra “prova” na escola,
ao invés de “avaliação”, isso demonstra um sentido próprio da concepção sobre o
processo avaliativo.
Pensemos que quando pedimos pra que alguém prove algo, estamos
num certo sentido, colocando-o à parede, forçando-o a nos provar, por exemplo, se
ele é capaz ou não. Ilustremos essa colocação:
“Você é acusado de cometer um crime. No entanto, quem cometeu foi
uma outra pessoa, mas em seu nome; porque seus documentos foram
clonados ou suponhamos que você os tenha perdido. A pessoa em
questão que cometeu o delito fez todo o planejamento no sentido de sair
ileso da situação e de forma que a acusação recaia inteiramente sobre
você. Você é preso e fica na cadeia por alguns anos, até que você
encontra um álibi que realmente demonstre que você não é o culpado”.
Até dessa comprovação, imaginemos o que essa pessoa deve ter
passado e sofrido na cadeia, inocentemente. Se pensarmos que não podemos
analogicamente pensar na avaliação a partir dessa ilustração, então reflitamos sobre
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como a chamada “prova” é vista na escola pelos pais, professores e alunos. Sempre
se associa avaliar a provar, a sofrer, a padecer, a demonstrar a verdade.
Quando se percebe essa concepção ainda impregnada/arraigada na
prática dos professores, acaba-se por gerar maiores questionamentos no sentido de
mudar-se não tão somente a concepção em torno da avaliação da aprendizagem,
mas à própria prática docente, no que diz respeito a método, a objetivos
educacionais, a currículo, à visão que se tem sobre o processo didático, em sua
totalidade. É imprescindível a retomada constante para reflexão sobre a prática
educativa, no intuito de haver a formação pedagógica do professor, que por ora,
muitas vezes, deficiente. Mas, para isso, demanda-se espaço, tempo e possível
abertura para o debate na escola em torno do assunto.
É, pois, necessário, se repensar a prática avaliativa, em todas as suas
dimensões, sejam elas afetiva ou cognitiva, até pelo fato de que a realidade da
escola pública acaba por demonstrar que isso se faz como uma necessidade
urgente. As discussões aqui fomentadas evidenciam que são necessárias
mudanças, se quisermos melhorias nos resultados alcançados até então no
processo pedagógico. Em avaliação, para mudar, basta começar. E para começar, é
necessário estar aberto a aprender. Acredito que este seja o caminho.
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