A Autojustificação e a A Autojustificação e a Necessidade de Necessidade de

Conservar a Auto-EstimaConservar a Auto-Estima

Pontifícia Universidade Católica de GoiásPsicologia Social II

Professora: Drª Adriana Bernardes PereiraMonitora: Alice de Alencar Arraes Canuto

Março de 2010

A necessidade de

preservarmos um

conceito positivo

para o eu, do Eu

Paradoxo da idéia

do eu: quanto a

realidade do eu e a

diferença da idéia

que o eu tenho do

eu

A Teoria da Dissonância A Teoria da Dissonância CognitivaCognitiva

Incoerências cognitivas

O que nós pensamos de nós é (não) condizente com a maneira com que nos comportamos?

Há três formas de reduzir a dissonância cognitiva:

- mudar o comportamento; - mudar uma das cognições dissonantes; - acrescentar novas cognições.

Uma relação entre duas cognições incompatíveis da mesma pessoa face ao mesmo objeto

ObesidadeVíciosCigarro (o tabaco vai muito além de um

prazer, é a maior causa isolada de doenças e mortes do mundo)

BebidaDrogas

DecisõesDecisões

Antes da tomada da decisão

Depois da tomada da decisão

DistorçõesDistorções

Dissonância Pós-Decisão

- Para sentirmo-nos melhor depois da tomada de decisão

- Reduzimos a dissonância

- Mudamos de opinião sobre as alternativas escolhidas e rejeitadas

Quanto mais Quanto mais permanentepermanente e e menos revogávelmenos revogável a a decisão, decisão, maior a necessidademaior a necessidade de de reduzir a reduzir a dissonância provocadadissonância provocada

A Decisão de Comportar-se A Decisão de Comportar-se ImoralmenteImoralmente

Conflitos Consciência MoralConsciência Moral X X Ato considerado ImoralAto considerado Imoral

Depois da decisão, há uma tolerância maior com o seu ato

Ao racionalizar o cpt., há uma mudança real de valoresuma mudança real de valores

Justificação do EsforçoJustificação do Esforço

A tendência do indivíduo de:

- aumentar a satisfação com o alcançado depois de tanta luta

- ver tudo de maneira mais positiva

- depois da experiência difícil, valorização do objetivo

A Psicologia da Justificação A Psicologia da Justificação InsuficienteInsuficiente

Nos ensinaram a saber sermos pessoas boas e gentis

- mas... - às vezes, para sermos gentis com alguém,

julgamos necessário dizer uma mentira

- - JustificaçãoJustificação ExternaExterna

Quando há muitos Quando há muitos pensamentos pensamentos consonantes externos consonantes externos para justificar uma para justificar uma mentira, você não vai ter mentira, você não vai ter uma experiência muito uma experiência muito grande de dissonância. grande de dissonância. Por ter encontrado Por ter encontrado razões mais fortes, razões mais fortes, externas, que não irão externas, que não irão gerar maiores gerar maiores conseqüênciasconseqüências

- Justificação Justificação InternaInterna

Se ao procurar Se ao procurar uma justificação externa uma justificação externa para a sua mentira, e para a sua mentira, e não encontrá-la, você não encontrá-la, você recorre a uma recorre a uma justificação interna. justificação interna.

Na tentativa de Na tentativa de reduzir a dissonância reduzir a dissonância mudando alguma coisa mudando alguma coisa em você mesmo.em você mesmo.

No processo da Justificação Interna:Justificação Interna:

a sua atitude vai se mover na direção da sua afirmação

o dizer, muitas vezes transforma-se em acreditar

e ocorre o fenômeno da Defesa da Atitude efesa da Atitude ContráriaContrária

a opinião que era contrária, se problematiza, e gera uma mudança na atitude particular

Justificação InsuficienteJustificação InsuficienteEla é suficiente apenas para gerar o comportamentoapenas para gerar o comportamento

“Ilusão de liberdade”, que liberdade de opção existe realmente?

Teoria do Completamento do EuTeoria do Completamento do Eu

Ao enfrentar ameaça a um aspecto importante do seu autoconceito

Há uma motivação para o reconhecimento social dessa identidade

Teoria de Manutenção da Auto-Teoria de Manutenção da Auto-AvaliaçãoAvaliação

A nossa auto-imagem nem sempre condiz com nossos comportamentos

Na manutenção da nossa auto-avaliaçãomanutenção da nossa auto-avaliação, podemos ser ameaçados pelo comportamento de outras pessoas

O nível de ameaça depende da proximidade da pessoa

Teoria da Auto-AfirmaçãoTeoria da Auto-Afirmação

Reduz-se o impacto da ameaça do auto-conceito

Focaliza-se na afirmação da sua competência

Em alguma dimensão não relacionada com a ameaça

Autoconfirmação Autoconfirmação XX Auto-Enaltecimento do Auto-Enaltecimento do EuEu

Preservação do Eu – confirmação do nosso autoconceito

Se o autoconceito negativo recebe informações positivas

Necessidades opostas se chocam

O desejo de se sentirem bem, acredita na inf. positiva

Necessidade de Enaltecimento do Eu naltecimento do Eu X AutoconfirmaçãoAutoconfirmação

Armadilha da RacionalizaçãoArmadilha da Racionalização

Uma série de justificações do EuEu, reduções de dissonâncias, pode gerar atos estúpidos e irracionais

A grande ironiagrande ironia dessa armadilhaarmadilha que podemos deparar com ela em nós mesmos:

““Para evitar pensar de nós mesmos como pessoas Para evitar pensar de nós mesmos como pessoas estúpidas ou imorais, preparamos o palco para estúpidas ou imorais, preparamos o palco para aumentar o número de nossos atos estúpidos e aumentar o número de nossos atos estúpidos e

imorais” (pág. 138)imorais” (pág. 138)

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,Indesculpavelmente sujo,Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,Que tenho sofrido enxovalhos e calado,Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachadoPara fora da possibilidade do soco;Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigoNunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humanaQue confessasse não um pecado, mas uma infâmia;Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!Onde é que há gente no mundo?Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?Eu, que venho sido vil, literalmente vil,Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

-- Fernando Pessoa (O Eu Profundo e os Outros Eus) Fernando Pessoa (O Eu Profundo e os Outros Eus)

Obrigada!Obrigada!