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A Arte Sacra no MAS – Museu de Arte Sacra de Paraty/RJ. Autoria: Karina Aldrighis 1

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Page 1: A Arte Sacra no MAS – Museu de Arte Sacra de Paraty/RJ. · Tradição que teve início com os homens que carregavam a imagem de Nossa Senhora da Cana Verde e entravam em todos os

A Arte Sacra no MAS –Museu de Arte Sacra de

Paraty/RJ.

Autoria: Karina Aldrighis

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PALAVRA DA AUTORA

Em visita a última FLIP 2015, aproveitei a oportunidade para ir além da Literatura oferecida no evento e visitando o MAS (Museu de Arte Sacra) de Paraty/RJ, resolvi confrontar o meu lado escritora x literatura x historiadora amadora, e tomei a liberdade de escrever este pequeno artigo informal baseado no que pude observar em seu acervo. Sou admiradora de Arte Sacra Antiga e aproveito esta oportunidade para esmiuçar de forma detalhada e leiga e sem pretensões o meu ponto de vista particular e curioso referente a esta temática. Espero que gostem! E tenham uma boa leitura!

Karina Aldrighis

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INTRODUÇÃO:

No recém-inaugurado MAS – Museu de Arte Sacra de Paraty/RJ pode-se observar a presença de diversas peças de Arte Sacra presentes na vida e no cotidiano dos fiéis e moradores da cidade, transcritos detalhando suas origens, Festas Sacras à que estão relacionadas, técnicas de confecção utilizadas, além de relatos da Biografia e Vida dos Santos Católicos ali retratados.Transcrevo a seguir trechos de informações registradas nos murais expostos ao longo da visita ao Museu, além de trechos de Biografias e técnicas de confecção e restauro de peças Sacras por mim pesquisadas via internet e que tem como objetivo exemplificar o mais fiel possível o conteúdo exposto no Museu e seu acervo, de forma a instigar a curiosidade e o interesse do leitor e incentivá-lo a visitar e conhecerseu precioso acervo.

*Observação da autora: Por questões de segurança não foi permitido fotografar peças do acervo durante a visita.

Foto do ingresso do MAS-Paraty/RJ.

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Procissão do Fogaréu (festa religiosa):

Tradição que teve início com os homens que carregavam a imagem de Nossa Senhorada Cana Verde e entravam em todos os templos, acessando-os pelas entradas laterais esaindo pelas portas principais.Este cortejo caracterizado pela reza da ladainha de todos os santos e pelos passos rápidos dos participantes, percorria a cidade conduzindo archotes montados com bambus e querosene numa representação da prisão de Jesus. Mulheres e crianças não participavam do cortejo e eram proibidas de observá-lo cumprindo assim as recomendações das Constituições Primeiras do Arcebispo da Bahia, uma vez que a noite era do príncipe das trevas, o “demônio”.

É curioso observar que a tentativa de dar às Esculturas a aparência de “figuras vivas” tem seu auge nas imagens processionais, destinadas às festividades, em especial à Semana Santa, com o uso de cabeleiras naturais e vestes suntuosas complementadas por ricos acessórios, além de atributos; de acordo com suas tipologias, estas esculturas podem ser classificadas como “imagens de vestir”. “Imagens de roca”, em que o tronco é obtido através de armação em ripas ou réguas de madeira revestida algumas vezes de tela encolada e pintada possibilitando aliviar o peso nas procissões.

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Santos Católicos expostos no MAS-Paraty/RJ na ocasião da visita:

Santa Luzia

Defendeu a castidade e por isso foi presa e ameaçada de morte. Teve seus olhos arrancados pelos algozes. É representada trazendo na mão direita a palma do martírio e na esquerda a bandeja com os dois olhos.

São Benedito das Flores

Descendente de negros, São Benedito ingressou na Ordem Franciscana como irmão leigo e viveu no convento de Santa Maria de Jesus, trabalhando como cozinheiro.É representado vestindo o hábito franciscano, atado com o cordão da ordem, com os três nós que simbolizam a pobreza, a obediência e a castidade.Seus atributos são uma toalha ou pano de pratos em uma das mãos um coração inflamado, do qual jorram sete gotas de sangue, que simbolizam as sete virtudes de um ramalhete de flores.

Nossa Senhora das Dores:

Nossa Senhora das Dores (também chamada Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora da Soledade, Nossa Senhora das Angústias, Nossa Senhora das Lágrimas, Nossa Senhora das Sete Dores, Nossa Senhora do Calvário, Nossa Senhora do Monte Calvário, Mãe Soberana ou ainda Nossa Senhora do Pranto, e invocada em latim como Beata Maria Virgo Perdolens, ou Mater Dolorosa), sendo sob essa designação particularmente cultuada em Portugal. Nossa Senhora das Dores surge representada sendo ferida por sete espadas no seu coração imaculado (algumas vezes uma só espada), dado ter sido trespassada por umaespada de dor, quando da Paixão e Morte de seu Filho, unindo-se ao seu sacrifício enquanto redentor e sendo por isso chamada pelos teólogos de Corredentora do Gênero Humano. É também seu símbolo o Rosário das Lágrimas (ou Terço das Lágrimas), com 49 contas brancas divididas em sete partes de sete contas cada. Aparece também frequentemente representada com uma expressão dolorida diante daCruz, contemplando o filho morto (donde nasceu o hino medieval Stabat Mater), ou então segurando Jesus morto nos braços, após o seu descimento da Cruz (dando assim origem à temática das Pietà).

(fonte: Wikipédia)

Santa Rosa de Lima

Rosa de Lima (Lima, 30 de agosto de 1586 – id., 24 de agosto de 1617), foi uma mística da Ordem Terceira Dominicana canonizada pelo Papa Clemente X em 1671.

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Santa Rosa é a primeira santa nativa da América e padroeira do Peru. Nascida em Lima no ano de 1586, era descendente de conquistadores espanhóis. Seu nome de batismo era Isabel Flores y Oliva, mas a extraordinária beleza da criança motivou a mudança do nome de Isabel para Rosa, ao que ela acrescentou o de Santa Maria. Seus pais eram Gaspar de Flores, espanhol arcabuz do Vice-Rei e Maria Oliva,limenha. Era a terceira dos onze filhos do casal.

Seus pais antes ricos tornaram-se pobres devido ao insucesso numa empresa de mineração e ela cresceu na pobreza, trabalhando na terra e na costura até altas horas da noite para ajudar no sustento da família. Cultivava as rosas de seu próprio jardim eas vendia no mercado e por isso é tida como patrona das floristas. Diz-se que tangia graciosa a viola e a harpa e tinha voz doce e melodiosa. Além de muito bela, Rosa eratida como a moça mais virtuosa e prendada de Lima.

Foi pretendida pelos jovens mais ricos e distintos de Lima e arredores, mas a todos rejeitou, por amar a Cristo como esposo. Em idade de casar, fez o voto de castidade e tomou o hábito da Ordem Terceira Dominicana, após lutar contra o desejo contrário dos pais. Construiu uma cela estreita e pobre no fundo do quintal da casa dos pais e começou a ter vida religiosa, penitenciando seu corpo com jejuns e cilícios dolorosos e conta-se que utilizava muitas vezes um aro de prata guarnecido com fincos, semelhante a uma coroa de espinhos. Foi extremamente bondosa e caridosa para com todos, especialmente para com os índios e negros, aos quais prestava os serviços maishumildes em caso de doença.

Segundo os relatos de seus biógrafos e dos amigos que a acompanharam, dentre eles seu confessor Frei Juan de Lorenzana, por sua piedade e devoção Santa Rosa recebeu de Deus o dom dos milagres. Era constantemente visitada pela Virgem Maria e pelo Menino Jesus, que quis repousar certa vez entre seus braços e a coroou com uma grinalda de rosas, que se tornou seu símbolo.

Também é afirmado que tinha constantemente junto a si seu Anjo da Guarda, com quem conversava. Ainda em vida lhe foram atribuídos muitos favores; milagres de curas, conversões, propiciação das chuvas e até mesmo o impedimento da invasão de Lima pelos piratas holandeses em 1615.

Apesar de agraciada com experiências místicas fora do comum, nunca lhe faltou a cruz, a fim de que compartilhasse dos sofrimentos do Divino Mestre: sofrimentos provindos de duras incompreensões e perseguições e, nos últimos anos de vida, de sofrimentos físicos, agudas dores devidas à prolongada doença que a levou à morte em 24 de agosto de 1617, aos 31 anos de idade. Suas últimas palavras foram " Jesus está comigo!" Seu sepultamento foi apoteótico e pranteado por todo o Vice Reino do Peru e seu túmulo tornou-se palco de milagres, bem como também os lugares onde viveu e trabalhou pela causa da Igreja. Foi a primeira santa canonizada da América e proclamada padroeira da América Latina. Conta-se que o Papa Clemente relutava em elevá-la aos altares, mas foi convencido após presenciar uma milagrosa chuva de pétalas de rosa que caiu sobre ele, vinda do céu e que atribuiu a Santa Rosa de Lima.

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(fonte: Wikipédia)

Sant'Ana Mestra

O calendário Litúrgico da Igreja de Roma comemora no dia 26 de Julho a memória de Sant'Ana e São Joaquim, estes os quais a tradição identifica como os pais de NossaSenhora.

Não há relatos na Sagrada Escritura sobre os pais da Virgem Maria, contudo no Proto Evangelho de São Tiago, livro venerável do Século II do Cristianismo, nos traz a mais vetusta tradição sobre São Joaquim e Sant'Ana.

Ana e Joaquim viviam humilhados e tristes, com idade avançada e eram estéreis. Contudo sempre observaram a Lei Judaica. Possuíam certa fortuna, o que os proporcionava uma vida tranquila. Anualmente dividiam sua renda em três partes: primeira para suas necessidades, segunda para o culto judaico e a terceira para os pobres. Oravam confiantes a Deus que os suscitasse uma descendência

Joaquim uma certa vez se retirou no deserto para orar, onde segundo o Proto Evangelho permaneceu 40 dias em Jejum e oração. Finalmente, um dia o anjo apareceu e lhe comunicou uma boa notícia: "Joaquim", disse o Anjo:"Tua oração foi ouvida. Uma filha te será dada a quem darás o nome de Maria". Ana também recebeu o aviso do anjo:"Ana, Ana, o Senhor ouviu o teu choro. Conceberás e darás a luz e, por toda a terra, falar-se-á de tua descendência". Quando Joaquim chegou em casa, sua esposa atirou-se em seus braços, exclamando com grande alegria:"Agora sei que o Senhor derramou sua benção sobre o nosso lar; pois eu era como uma viúva, era estéril mas agora meu seio já concebeu, seja bendito o Altíssimo".

Sant'Ana fez o voto de consagrar a menina ao serviço de Deus no Templo. um tempo depois Maria foi levada ao Templo onde foi educada até seu noivado com José. A tradição não traz notícias sobre a morte de Sant'Ana. O culto a São Joaquim e Sant'Ana, foi muito difundido desde o Século V. Primeiramente no Oriente e depois pela Igreja de Roma. A devoção a Sant'Ana tornou-se muito popular entre os Nórdicos e no Brasil.

Sant'Ana foi Mãe e Mestra. Formou a alma de Maria. O seu nome significa graça, misericórdia, graciosa misericórdia, Graciosa, porque toda a beleza da virtude resplandeceu em sua alma. Misericordiosa, porque a misericórdia Divina concedeu a Maria, sua filha bendita, o privilégio de usar todas as riquezas do Divino Sangue redentor de Jesus em favor dos pecadores.

(fonte: santanabarrosomg.com.br)

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Santa Suzana

Segundo um relato do século VI Santa Suzana foi martirizada em 293AD.

Suzana era prima de Gaio Aurélio Diocleciano, que se tornou imperador em 284. Suzana, tal como o imperador, era natural da Dalmácia (hoje, Croácia)4 . Suzana tinha três tios sendo eles Caio, Máximo e Cláudio. Caio e Gabínio eram padres cristãos e Suzana também seguia a religião cristã numa época em que o Cristianismo não era ainda legalmente reconhecido pelo estado romano. Máximo e Cláudio faziam parte do governo romano e eram seguidores da antiga religião de Roma. Em dezembro de 283, Caio foi eleito bispo de Roma, e serviria como Papa até a data da sua morte, em abril de 296.

No império Romano, cada imperador deveria indicar um governador menor, também conhecido como "César", que o iria suceder um dia mais tarde. Diocleciano nomeou Maxêncio Galério e na primavera de 293, Diocleciano anunciou o noivado de Maxêncio Galério e a sua prima Suzana uma vez que pretendia incluir o jovem general na sua família casando-o com a única jovem solteira na família. Suzana recusou a proposta de casamento, decisão que teve a aceitação do seu pai e do seu tio Caio, então Papa. Os tios não cristãos de Suzana, tentaram persuadi-la uma vez que o casamento a tornaria futura imperatriz5 .

O jovem general Maxêncio, dirigiu-se a casa de Suzana, com o intuito de a persuadir a casar, no entanto a insistente recusa de Suzana levantou a suspeita de que ela e outros membros da sua família fossem cristãos. Suzana foi então chamada ao Fórum Romano a fim de provar a sua lealdade ao estado, com um ato de adoração a deus Júpiter. Suzana recusou confirmando que ela e os outros membros da família seriam cristãos revelando que recusou a proposta de casamento por querer manter o seu compromisso com Cristo e porque havia tomado o voto de virgindade. Quando Diocleciano tomou conhecimento da recusa e das razões, ficou furioso e ordenou a sua execução.

Suzana foi decapitada6 em sua casa e o seu pai Gabínio foi preso e passou fome até morrer na prisão. A restante família foi martirizada. O único sobrevivente foi o Papa Caio, que conseguiu esconder-se nas catacumbas.

Em 330 foi construída uma basílica sobre a casa de Suzana inicialmente denominada de Basílica de São Caio em honra ao Papa que lá tinha residido tendo os corpos de Suzana e seu pai sido transladados das catacumbas para o interior da igreja. No ano 590, o Papa São Gregório, em reconhecimento ao culto devocional que havia crescido ao redor do túmulo de Santa Suzana, renomeou a Basílica em sua honra de Santa Susanna.

(fonte: Wikipédia)

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São Bernardino

Órfão de mãe aos três anos e de pai aos sete, foi criado por duas tias. São Bernardinode Sena frequentou a universidade de Sena e, aos 22 anos ingressou na Ordem Franciscana.

Ordenado sacerdote, São Bernardino percorreu toda a Itália, pregando o evangelho e propagando a devoção ao nome de Jesus, simbolizada pelas três letras iniciais do nome de Jesus: JHS (Jesus Salvador do Homens), hoje conhecidas pelos católicos do mundo inteiro.

São Bernardino foi, sem dúvida, o pregador mais famoso na Itália do século XV, ao lado de São Vicente Ferrer e São João de Capistrano. O seu tempo foi marcado por calamidades que assolaram toda a Europa, causando morte e destruição.

Em 1400, o próprio São Bernardino, que nessa ocasião tinha 20 anos, percorria com seus companheiros as ruas de Sena, cuidando das vítimas.

Ao lado da peste, a guerra e a fome imprimiam um tom apocalíptico à situação, o quefavorecia o misticismo e a meditação da paixão de Cristo.

Dentro desse quadro, a contribuição de São Bernardino para uma espiritualidade cristã, centrada no amor pessoal a Cristo, foi enorme: Cristo é o centro de toda a vida cristã. Pregador popular, conseguia conversões prodigiosas de seus ouvintes.

Obteve mais de 2000 vocações para a Ordem franciscana. Foi grande propagandista da devoção ao Santo Nome de Jesus e recusou três vezes a dignidade de bispo.

(fonte: santoprotetor.com)

Santa Catarina

Catarina de Alexandria, também conhecido como A Grande Mártir Santa Catarina (dogrego ἡ Ἁγία Αἰκατερίνη ἡ Μεγαλομάρτυς) é uma santa e mártir cristã que se alega ter sido uma notável intelectual no início do século IV.

Catarina nasceu na cidade egípcia Alexandria e cresceu como uma pagã, mas em sua adolescência converteu-se ao cristianismo. Diz-se que ela visitou seu contemporâneo,o imperador romano Maximiano, e tentou convencê-lo do erro moral na perseguição aos cristãos. Ela conseguiu converter a Imperatriz, esposa de Maximiano, e muitos pagãos que o Imperador enviou para disputar com ela.

Numa visão, Catarina foi transportada para o céu, encontrou-se com o menino Jesus ea Virgem Maria e, em êxtase, casou-se misticamente com Cristo, convertendo-se ao Cristianismo. Ela tinha, na época, dezoito anos de idade.

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Foi então à “presença do imperador romano Maximino Daia, que perseguia violentamente os cristãos, censurando-o por sua crueldade. Apontou a limitação do imperador, por ser pagão, e afirmou que o seu Deus era o único realmente vivo e o seu Rei era Jesus Cristo”.

O imperador mandou prendê-la no cárcere até que viessem os 50 maiores sábios do mundo e a humilhassem por causa da sua argumentação aparentemente simples.

Quando chegaram, os sábios riram-se do imperador por tê-los convocado para contra-argumentar com uma simples garota. Porém, o imperador os advertiu que, se conseguissem convencê-la, ele os presentearia com os melhores bens do mundo; mas se não conseguissem, ele os condenaria à morte. Catarina foi tão plenamente sábia nas suas colocações e argumentos que mesmo perante esta ameaça os sábios não conseguiram convertê-la aos ídolos. Pelo contrário, vencidos pela eloquência de Catarina, converteram-se ao cristianismo. Frustrado, o imperador mandou prender e torturar Catarina na masmorra. Visitada na prisão pela esposa do imperador e pelo chefe de sua guarda, Catarina os converteu, fazendo o mesmo com inúmeros soldados. Mais enfurecido ainda, o imperador mandou assassinar os sábios e sua esposa, lançou os guardas aos leões no Coliseu" e condenou a Santa à morte lenta na roda (instrumento de tortura que mutilava e causava grande sofrimento). Mas quando foram amarrar Catarina na roda, ela fez o sinal da cruz e a roda quebrou. Ao determinar sua execução, apareceu-lhe o Arcanjo Miguel para confortá-la e Catarina rezou suplicando que, em nome do seu martírio, Deus ouvisse as orações de todos aqueles que a ele recorressem e que tudo obtivessem por sua intercessão. Por fim, Catarina de Alexandria morreu decapitada mas em vez de sangue saiu leite; por isso, as mães que amamentam recorrem também à sua intercessão.

O corpo de Catarina desapareceu milagrosamente, sendo transportado por anjos para o topo de Jebel Katerina, o pico mais alto da península do Sinai. Três séculos mais tarde, o seu corpo, incorrupto, foi encontrado por monges e levado para o Mosteiro daTransfiguração, onde algumas das suas relíquias e o seu nome ficaram até hoje.

Historiadores e pesquisadores de tendência materialista acreditam que Catarina possa não ter existido de fato. Para eles a escassez de documentos históricos e o aspeto lendário de sua vida levam a crer que ela representa um ideal, talvez a versão cristã da filósofa Hipátia de Alexandria, cuja biografia apresenta exatamente os mesmos elementos da lenda de Catarina.

Em 1969, a Igreja Católica eliminou do Calendário Litúrgico Universal a celebração do dia 25 de novembro, em memória de seu martírio, em função da falta de documentos históricos de sua época. Essa retirada foi mal interpretada como uma cassação, pois Santa Catarina de Alexandria continua a ser legitimamente venerada nos calendários particulares das dioceses e paróquias. As razões da atual revisão histórica são: a) a descoberta de frescos dos séculos IX e VIII, em Roma e Nápoles, com a identificação de seu nome Ekaterina; b) perante essa descoberta, hoje não é mais possível afirmar sua inexistência com a falsa ideia de que seu culto começou

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apenas na época dos cruzados (que era justamente um dos argumentos para a tese de que ela não existia); c) devemos salientar o princípio de que não é o documento que está na origem do culto e que não parece científico negar sua historicidade a partir do argumento de escassez documental; d) devemos também frisar a distinção hermenêutica entre o núcleo histórico e lendário nas narrativas. Recentemente o Papa Bento XVI recolocou sua memória no calendário litúrgico mas como memória facultativa, mostrando claramente a fé da Igreja Católica em sua existência e intercessão.

São Domingo de Gusmão:

Domingos nasceu em 24 de junho de 1170, na pequena vila de Caleruega, na Velha Castela, atual Espanha. Pertencia a uma ilustre e nobre família, muito católica e rica: seus pais eram Félix de Gusmão e Joana d'Aza e seus irmãos, Antonio e Manes. O primeiro tornou-se sacerdote e morreu com odor de santidade. O segundo, junto com a mãe, foi beatificado pela Igreja.

Nesse berço exemplar, o pequeno Domingos trilhou o mesmo caminho de servir a Deus. Até mesmo o seu nome foi escolhido para homenagear são Domingos de Silos, porque sua mãe, antes de Domingos nascer, fez uma novena no santuário do santo abade. E, como conta a tradição, no sétimo dia ele lhe teria aparecido para anunciar que seu futuro filho seria um santo para a Igreja Católica.

Domingos dedicou-se aos estudos, tornando-se uma pessoa muito culta. Mas nunca deixou a caridade de lado. Em Calência, cidade onde se diplomou, surpreendeu a todos ao vender os objetos de seu quarto, inclusive os pergaminhos caros usados nos estudos, para ter um pequeno "fundo" e com ele alimentar os pobres e doentes.

Aos vinte e quatro anos, sentindo o chamado, recebeu a ordenação sacerdotal. Foi enviado para a diocese de Osma, onde se distinguiu pela competência e inteligência. Logo foi convidado para auxiliar o rei Afonso VII nos trabalhos diplomáticos do seu governo e também para representar a Santa Sé, em algumas de suas difíceis missões.

Durante a Idade Média, período em que viveu, havia a heresia dos albigenses, ou cátaros, surgida no sul da França. O papa Inocêncio III enviou-o para lá, junto com Diego de Aceber, seu companheiro, a fim de combater os católicos reencarnacionistas. Mas, devido à morte repentina desse caro amigo, Domingos teve de enfrentar a missão francesa sozinho. E o fez com muita eficiência, usando apenas o seu exemplo de vida e a pregação da verdadeira Palavra de Deus.

Em 1207, em Santa Maria de Prouille, Domingos fundou o primeiro mosteiro da Ordem Segunda, das monjas, destinado às jovens que, devido à carestia, estavam condenadas à vida do pecado. Os biógrafos narram que foi na igreja desse convento que Nossa Senhora apareceu para Domingos e disse-lhe para difundir a devoção do

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rosário, como princípio da conversão dos hereges e para a salvação dos fiéis. Por isso os dominicanos são tidos como os guardiões do rosário, cujo culto difundem no mundo cristão através dos tempos.

A santidade de Domingos ganhava cada vez mais fama, atraindo as pessoas que desejavam seguir o seu modelo de apostolado. Foi assim que surgiu o pequeno grupo chamado "Irmãos Pregadores", do qual fazia parte o seu irmão de sangue, o bem-aventurado Manes.

Em 1215, a partir dessa irmandade, Domingos decidiu fundar uma Ordem, oferecendo uma nova proposta de evangelização cristã e vida apostólica. Ela foi apresentada ao papa Inocêncio III, que, no mesmo ano, durante o IV Concílio de Latrão, concedeu a primeira aprovação. No ano seguinte, seu sucessor, o papa Honório III, emitiu a aprovação definitiva, dando-lhe o nome de Ordem dos Frades Predicadores, ou Dominicanos. Eles passaram a ser conhecidos como homens sábios, pobres e austeros, tendo como características essenciais a ciência, a piedade e a pregação.

Em 1217, para atrair a juventude acadêmica para dentro do clero, o fundador determinou que as Casas da Ordem fossem criadas nas principais cidades universitárias da Europa, que na época eram Bolonha e Paris. Ele se fixou na de Bolonha, na Itália, onde se dedicou ao esplêndido desenvolvimento da sua obra, presidindo, entre 1220 e 1221 os dois primeiros capítulos gerais, destinados à redaçãofinal da "carta magna" da Ordem.

No dia 8 de agosto de 1221, com apenas cinquenta e um anos de idade, ele morreu. Foi canonizado pelo papa Gregório IX, que lhe dedicava especial estima e amizade, em 1234. São Domingos de Gusmão foi sepultado na catedral de Bolonha e é venerado, no dia de sua morte, como Padroeiro Perpétuo e Defensor dessa cidade.

(fonte: paulinas.org.br)

Nossa Senhora da Conceição:

Mais do que memória ou festa de um dos santos de Deus, neste dia estamos solenemente comemorando a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Rainha de todos os santos.

Esta verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. Muitos padres e doutores da Igreja oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus, usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura que os anjos.

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A Igreja ocidental, que sempre muito amou a Santíssima Virgem, tinha uma certa dificuldade para a aceitação do mistério da Imaculada Conceição. Em 1304, o Papa Bento XI reuniu na Universidade de Paris uma assembleia dos doutores mais eminentes em Teologia, para terminar as questões de escola sobre a Imaculada Conceição da Virgem. Foi o franciscano João Duns Escoto quem solucionou a dificuldade ao mostrar que era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original, pois a Santíssima Virgem era destinada a ser mãe do seu Filho. Isso é possível para a Onipotência de Deus, portanto, o Senhor, de fato, a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo.

Rapidamente a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, no seio de sua mãe Sant’Ana, foi introduzido no calendário romano. A própria Virgem Maria apareceu em 1830 a Santa Catarina Labouré pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

No dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Deus do Papa Pio IX, a Igreja oficialmente reconheceu e declarou solenemente como dogma: “Maria isenta do pecado original”.

A própria Virgem Maria, na sua aparição em Lourdes, em 1858, confirmou a definição dogmática e a fé do povo dizendo para Santa Bernadette e para todos nós: “Eu Sou a Imaculada Conceição”.

(fonte: cancaonova.com)

Nossa Senhora dos Aflitos

Esse título de Maria nos remete ao momento da morte de Jesus, quando o Mestre, em sua aflição de morte, entregou sua mãe como Mãe de toda a humanidade. E, na pessoa do Evangelista João, entregou toda a humanidade a ela. (Jó 19, 26)

A devoção a Nossa Senhora dos Aflitos começou quando Santo Euzébio, estando exilado na Terra Santa, encontrou uma pintura de Nossa Senhora dos Aflitos. Ao voltar do exílio, levou o quadro consigo e o deu de presente a São Máximo, então bispo de Turim, Itália. São Máximo construiu um altar dedicado à Virgem dos Aflitos dentro da Igreja de Santo André. A partir de então, a devoção começou na Itália e muitas graças aconteceram pela invocação de Nossa Senhora dos Aflitos. O quadro ficou exposto ali por mais de quatro Séculos.

No ano 820 a região de Turim foi invadida por bárbaros que destruíam tudo o que fizesse referência à fé cristã. Por isso, os religiosos escondiam todos os símbolos, imagens e artigos religiosos que podiam. Neste movimento, o quadro de Nossa Senhora dos Aflitos também foi escondido em catacumbas da igreja de Turim e ali ficou oculto por mais de um Século. O povo chegou a pensar que ele tinha sido

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destruído pelos invasores.

O quadro de Nossa Senhora dos Aflitos é redescoberto

Em 1014, Arduino, Marquês italiano, estando muito enfermo, teve uma visão de Nossa Senhora na qual a Virgem lhe pedia para construir uma igreja sobre as ruínas da igreja de Turim. Depois da visão, o Marquês ficou totalmente são. Então, em agradecimento, ele partiu para realizar o pedido de Nossa Senhora. Assim, ao escavaros escombros da igreja, encontraram o quadro de Nossa Senhora dos Aflitos intacto. E a pintura era exatamente como o Marquês Arduino tinha visto em suas visões da Virgem Maria. A igreja foi reconstruída e o quadro voltou para um lugar de destaque onde o povo ia fazer suas orações e agradecimentos pelas inúmeras graças recebidas. Porém, mais um Século se passou e eis que uma nova invasão assombrou Turim. O quadro de Nossa Senhora dos Aflitos foi escondido novamente e permaneceu assim por outros muitos anos.

O segundo grande milagre

Nossa Senhora dos Aflitos apareceu em sonhos a um cego longe da Itália, na França. Seu nome: John Ravais. No sonho, ela pediu que ele fosse a Turim escavar os escombros da igreja, encontrar a imagem e reconstruir a casa de Deus. John Ravais obedeceu, foi para Turim, falou com o bispo, este lhe deu todo apoio e começaram a escavar sob suas orientações. E, como a Virgem dos Aflitos tinha anunciado, encontraram o quadro intacto. Quando John Ravais tocou nele, ficou curado e voltou a enxergar.

A partir deste milagre, o povo de Turim tomou Nossa Senhora dos Aflitos como padroeira. A devoção se espalhou pela região. Por causa dos milagres e graças alcançadas, a devoção se espalhou rapidamente pela Itália, pela Europa e pelo mundo.O Santuário dedicado a Nossa Senhora dos Aflitos está conservado em Turim, para onde acorrem peregrinos de todas as partes do mundo.

(fonte: cruzterrasanta.com.br)

Nossa Senhora do Desterro

Nossa Senhora do Desterro tem origem na Bíblia como nos narra São Mateus em seu Evangelho (Mt 2, 13-23), quando a Sagrada Família teve que fugir com o Menino Jesus para o Egito, por causa da perseguição do Rei Herodes. Nossa Senhora permaneceu cerca de quatro anos fugitiva, desterrada no Egito.

A devoção dos refugiados, os que não tem Pátria, os que não tem esperança no futuro.Como os milhões de brasileiros que saem do país em busca de uma vida melhor. Ou os milhões de refugiados da guerra ao redor do mundo. Nossa Senhora do Desterro é

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a padroeira dos que tiveram que deixar sua Pátria para procurar trabalho em outro lugar ou se refugiaram em outras terras. Na Itália, ela é a Madona degli Emigrati, a Mãe dos imigrantes.

É a Mãe à qual todos rezam para serem bem recebidos em terras estrangeiras, para conseguirem novas amizades e trabalho.

Milagres de Nossa Senhora do Desterro

Maria nos ensina a espiritualidade do desterro, o saber acolher qualquer irmão de qualquer lugar. Como sempre dizia São Bento a seus monges: Chegou o visitante, chegou o migrante, chegou Cristo.

Os que rezam a Nossa Senhora do desterro, por sua promessa, serão protegidos contraa fome, a peste, a guerra e das doenças contagiosas. Os seus inimigos não terão poderde ofendê-los, nem roubá-los. Resistirão às tentações do demônio.

Todos os que tiverem confiança nas misericórdias da Mãe do Desterro, serão felizes em seus negócios e viagens. Não morrerão sem a confissão e ficarão livres de uma morte repentina.

Jesus Cristo foi desterrado

Como vimos, José e Maria tiveram que fugir de sua pátria com seu pequeno filho Jesus e ficaram lá por 4 anos. Jesus passou pela experiência do desterro, junto com sua família. E o próprio Jesus nos diz no Evangelho de São Mateus: Eu era forasteiro e me acolheste.

(fonte: cruzterrasanta.com.br)

Nossa Senhora do Carmo

Nossa Senhora do Carmo tem origem no século XII, quando se um grupo de eremitascomeçou a se formar no monte Carmelo, na Palestina, terra Santa, iniciando um estilode vida simples e pobre, ao lado da fonte de Elias, que se estendeu ao mundo todo.

A palavra Carmo, corresponde ao monte do Carmo ou monte Carmelo, em Israel, onde o profeta Elias se refugiou. A palavra carmo ou carmelo significa jardim.

História de Nossa Senhora do Carmo e os carmelitas

A ordem dos carmelitas venera com carinho o profeta Elias, que é seu patriarca, e a Virgem Maria, venerada com o título de Bem-aventurada Virgem do Carmo. Devido ao lugar, esse grupo foi chamado de carmelitas. Lá, esse grupo de eremitas construiu uma pequena capela dedicada a Senhora do Carmo, ou Nossa Senhora do Carmelo.

Posteriormente os carmelitas foram obrigados a ir para a Europa fugindo da

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perseguição dos muçulmanos. Aí se espalhou ainda mais a Ordem do Carmelo.

Devoção a Nossa Senhora do Carmo

Com a expulsão dos carmelitas de Israel, a devoção a Nossa Senhora do Carmo começou a se espalhar por toda a Europa. Também foi levada para a América Latina, logo no começo de sua colonização, passando a ser conhecida em todos os lugares. E não somente no Carmelo. Foram construídas várias igrejas, capelas e até catedrais dedicadas a Senhora do Carmo.

Aparição de Nossa Senhora do Carmo a São Simão

São Simão era um dos mais piedosos carmelitas que vivia na Inglaterra. Vendo a Ordem dos Carmelitas ser perseguida até estar prestes a ser eliminada da face da terra, ele sofria muito e pedia socorro a Nossa Senhora do Carmo.

Sua oração, que os carmelitas usam até hoje, foi a seguinte: Flor do Carmelo, vide florida. Esplendor do Céu. Virgem Mãe incomparável. Doce Mãe, mas sempre virgem. Sede propícia aos carmelitas. Ó Estrela do mar.

Então Maria Santíssima, rodeada de anjos, apareceu para São Simão, entregou-lhe o Escapulário e lhe disse: Recebe, meu filho muito amado, este escapulário de tua ordem, sinal do meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas. Quem com ele morrer não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e amor eterno. A partir desse milagre, o escapulário passou a fazer parte do hábito dos carmelitas.

Milagre de Nossa Senhora do Carmo

A partir da aparição de Nossa Senhora do Carmo a São Simão, a Ordem do Carmelo começou a florescer na Europa e em vários lugares do mundo, permanecendo firme até os dias de hoje.

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, tradição do Carmelo

A palavra escapulário, vem do latim, escápula, que significa armadura, proteção. O escapulário é uma forma de devoção a Maria Santíssima. O uso do escapulário é um sinal de confiança em Nossa Senhora do Carmo. A pessoa que o usa, é coberta com a proteção e as graças da Virgem Do Carmo.

O escapulário, segundo o Concílio do Vaticano II é um Sacramental, um sinal sagrado, obtendo efeitos de proteção da Igreja Católica. É uma realidade visível que nos conduz a Deus. Santa Tereza dizia que: portar o escapulário, era estar vestida como hábito de Nossa Senhora.

(fonte: cruzterrasanta.com.br)

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Santa Cecília

Santa Cecília é uma santa cristã, padroeira dos músicos e da música sacra, pois quando ela estava morrendo ela cantou a Deus. Não se tem muitas informações sobre a sua vida. É provável que tenha sido martirizada entre 176 e 180, sob o império de Marco Aurélio. Escavações arqueológicas não deixam dúvidas sobre sua existência, mas sua história só foi registrada no século V, na narrativa Paixão de Santa Cecília. Santa Cecília é a santa da Igreja Católica que mais tem basílicas em Roma (nenhuma outra santa conseguiu tal feito) e é uma das santas mais veneradas da Idade Média, além de ser a primeira santa encontrada com corpo incorrupto, no ano de 1599, mesmo depois de tantos séculos. Uma estátua de seu corpo que não se decompôs coma força do tempo foi feito por Stefano Maderno (1566-1636).

Segundo este relato, Cecília seria da “nobre família romana dos Metelos, filha de senador romano e cristã desde a infância”. Ela foi dada em casamento, contra a vontade, a um jovem chamado Valeriano. Se bem que tivesse alegado os motivos que a levavam a não aceitar este contrato, a vontade dos pais se impôs de maneira a tornar-lhe inútil qualquer resistência. Assim se marcaria o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia. Da alegria geral que estampava nos rostos de todos, só Cecília fazia exceção. A túnica dourada e alvejante peplo que vestia não deixavam adivinhar que por baixo existia o cilício, e no coração lhe reinasse a tristeza.

Estando só com o noivo, disse-lhe Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza: “Valeriano, acho-me sob a proteção direta de um Anjo que me defende e guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim, o que provocaria a ira de Deus contra ti”. A estas palavras, incompreensíveis para um pagão, Cecília fez seguir a declaração de ser cristã e obrigada por um voto que tinha feito a Deus de guardar a pureza virginal.

Disse-lhe mais: que a fidelidade ao voto trazia a bênção, a violação, porém, o castigo de Deus. Valeriano, ficou “vivamente impressionado” com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite. Valeriano relatou ao irmão Tibúrcio o que tinha se passado e conseguiu que também ele se tornasse cristão.

Turcius Almachius, prefeito de Roma, "teve conhecimento da conversão do dois irmãos. Citou-os perante o tribunal e exigiu peremptoriamente que abandonassem, sob pena de morte, a religião que tinham abraçado. Diante da recusa formal, foram condenados à morte e decapitados". Também Cecília, "teve de comparecer na presença do juiz. Antes de mais nada, foi intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados. Cecília respondeu-lhe que os tinha bemguardados, sem deixar perceber ao tirano que já tinham achado o destino nas mãos dos pobres. Almachius, mais tarde, cientificado deste fato, enfureceu-se e ordenou

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que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses. De fato foi conduzida ao lugar determinado, mas com tanta convicção falou aos soldadosda beleza da religião de Cristo que estes se declararam a seu favor, e prometeram abandonar o culto dos deuses."

Almachius, “vendo novamente frustrado seu estratagema, deu ordem para que Cecíliafosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores d’água. Cecília teria sido então protegida milagrosamente, e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de tornar-se intolerável, ela nada sofreu”. Segundo outros mitos, a Santa “foi metida em um banho de água fervente do qual teria saído ilesa”.

Almachius recorreu então à pena capital." Três golpes vibrou o algoz sem conseguir separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta posição. Aos cristãos que a vinham visitar dava bons e caridosos conselhos.Ao Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outropedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte". Foi enterrada na Catacumba de São Calisto.

As diversas invasões dos godos e lombardos fizeram com que os Papas resolvessem atransladação de muitas relíquias de santos para igrejas de Roma. O corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que lhe soubessem o jazigo.

Uma aparição da Santa ao Papa Pascoal I (817-824) trouxe luz sobre este ponto. Achou-se o caixão de cipreste que guardava as relíquias. O corpo, foi “encontrado intacto e na mesma posição em que tinha sido enterrado”. O esquife foi “achado em um ataúde de mármore e depositado no altar de Santa Cecília”. Ao lado da Santa acharam seu repouso os corpos de Valeriano, Tibúrcio e Máximo.

Em 1599, por ordem do Cardeal Sfondrati, foi aberto o túmulo de Santa Cecília e o corpo encontrado ainda na mesma posição descrita pelo papa Pascoal. O escultor Stefano Maderno que assim o viu, reproduziu em finíssimo mármore, em tamanho natural, a sua imagem.

A Igreja ocidental, como a oriental, têm grande veneração pela Mártir, cujo nome figura no cânon da Missa. O ofício de sua festa traz como antífona um tópico das atasdo martírio de Santa Cecília, as quais afirmam que a Santa, nos festejos do casamento, ouvindo o som dos instrumentos musicais, teria elevado o coração a Deusnestas piedosas aspirações: “Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que não seja confundida”. Desde o século XV, Santa Cecília é considerada padroeira da música sacra. Sua festa é celebrada no dia 22 de Novembro, dia da Música e dos Músicos.

(fonte: Wikipédia)

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Nossa Senhora da Lapa

Nossa Senhora da Lapa é uma representação de Santíssima Virgem Maria, bastante cultuada em Portugal e no Brasil. A sua imagem geralmente ostenta a Virgem Maria de pé, sobre as nuvens, com as mãos juntas em atitude de oração, com uma coroa e uma pomba (símbolo do Espírito Santo) sobre a cabeça. A história da devoção a Nossa Senhora da Lapa, segundo uma lenda popular, iniciou-se em meados do ano de 982, quando o general mouro Almançor, em uma das suas campanhas militares na Península Ibérica, onde teria martirizado parte das religiosas que ali se encontravam.

As religiosas que teriam conseguido escapar do general teriam se abrigado em uma lapa (gruta), onde teriam guardado uma imagem de Nossa Senhora que levavam consigo.

Ao longo dos séculos, por cerca de quinhentos anos, a imagem teria permanecido ali, até que, em 1498, uma jovem pastora chamada Joana, menina ainda e muda de nascença, ao pastorear as ovelhas pelos arredores da gruta, teria resolvido adentrar e teria encontrado a imagem, pequena e formosa.

Porém a inocência da menina teria interpretado o achado como uma boneca e a teria colocado na cesta onde guardava seus pertences e seu lanche. Durante o pastoreio, a menina enfeitava a cesta como podia, procurando as mais lindas flores para orná-la.

Embora as ovelhas se encontrassem sempre no mesmo lugar, estavam sempre alimentadas e tranquilas, o que despertou comentários entre algumas pessoas. Estes comentários chegaram aos ouvidos da mãe de Joana, que, já enervada com as teimosias da menina, num momento de irritação, pegou a santa imagem e atirou-a ao fogo.

Ao ver isso, a menina soltou um grito: “Não! Minha mãe! É Nossa Senhora! O que fez?”. Sua fala desprendeu-se instantaneamente de forma irreversível e sua mãe, nestemomento, ficou com o braço paralisado. Ainda em transe, a menina e a mãe oraram e o braço paralisado ficou curado.

A comunidade, então, reconhecendo o valor da santa e milagrosa imagem, sob a orientação da menina Joana, construíram uma capela para abrigá-la, onde ficou, mesmo após as diversas tentativas do clero de levá-la para a igreja paroquial, de ondesempre desaparecia de modo misterioso.

O seu culto acabou por difundir-se em Portugal e foi levado para o Brasil pelos colonizadores portugueses.

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Santa Quitéria

Santa Quitéria (Braga, c. 120 — Aire-sur-l'Adour, 22 de Maio de 135) é uma santa virgem e mártir do século II, que viveu na Lusitânia e foi martirizada na Aquitânia, napovoação de Aire-sur-l'Adour. A história nos ensina que Santa Quitéria foi a oitava das nove filhas do governador Lúcio Caio Atílio Severo e de Cálcia Lúcia Severo, famílias ilustres, porém idólatras. Nasceu no século V da era Cristã, na cidade de Braga, Portugal.

Cálcia Lúcia Severo, depois de ser estéril por muitos anos, concebeu e, por milagre da Divina Providência, deu a luz a nove meninas, que nasceram tão perfeitas como esposas que haviam de ser do Cordeiro Imaculado. Nesta época seu marido Lúcio Caio estava ausente, viajando pela península.

Cálcia dominada pela superstição e por se ver mãe de nove meninas, dadas à luz num só parto, decide afogar as nove meninas! Comunicando seu projeto a única pessoa que a havia assistido no parto, sua criada, Cita, e, depois de a obrigar a guardar o mais rigoroso segredo, ordena-lhe que primeiro divulgue a notícia de que ela tivera um parto infeliz e que as crianças vieram a morrer.

À noite, depois de a família ter se recolhido, Cálcia ordenou que Cita saísse e fosse mergulhar as nove meninas num dos poços do rio Este – subúrbio de Braga.

Cita era cristã, mas mantinha sua fé escondida por causa das perseguições. Saiu e foi direto à casa do Arcebispo de Braga, Santo Ovídio, o qual administrando o Sacramento do Batismo lhes pôs os seguintes nomes: BASÍLIA, EUFEMIA, GENEBRA, GERMANA, LIBERATA, MARCIANA, MARINHA, QUITÉRIA E VITÓRIA. Depois procurou famílias cristãs, nos arredores de Braga, para criarem e educarem as meninas.

Por essa época, levantou-se uma forte perseguição, pelos Romanos, contra os cristãos. As nove irmãs acabaram por ser levadas à presença do Cônsul, que era o seu pai Lúcio Caio. Ai chegadas, revelaram ao espantado pai toda a verdade. A mãe confessou, o pai perdoou e recebeu-as nos seus domínios.

A partir daí, os pais tentaram por todos os meios, afastá-las da religião cristã. Sem sucesso, no entanto, pois as nove acabaram por fugir do palácio real. Apenas uma foi encontrada: Quitéria, e, de novo levada à presença de seu pai, que a partir daí se tornou mais tolerante a respeito das praticas religiosas de sua filha.

Estando comprometido com um cortesão de nome Germano, desejou que a filha Quitéria com ele se casasse. Ante a recusa da filha, Otílio condenou-a à morte, cuja execução foi perpetrada pelo próprio Germano no dia 22 de Maio do ano de 135. Quitéria estava com 15 anos de idade.

Conta-se que os soldados que a prenderam ficaram cegos. Diz ainda a tradição que após ter a cabeça decepada, Quitéria tomou em suas mãos e caminhou até a cidade

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vizinha onde caiu e foi sepultada.

Sua imagem possui na palma que é símbolo do martírio. Suas vestes lembram a bandeira de Portugal, sua pátria, cujas cores são vermelho e verde.

(fontes: Wikipédia e santificaivos.org)

São Brás

São Brás, médico, sacerdote e bispo. Protetor contra os males da garganta e dos animais.

São Brás foi um homem de fé, valoroso médico que não só curava as pessoas de suas doenças, mas também dos males da alma. Tinha grande compaixão dos mais necessitados e usava de seu ofício para ajudar a todos sem discriminação.

Um médico começa a se questionar

São Brás nasceu na cidade de Sebaste, Armênia perto do ano 300. Num certo tempo, começou a questionar sobre sua profissão de médico, pois queria servir a Deus, mas não sabia como. Resolveu, então, tornar-se um eremita e ficar em constante oração. Assim, viveu numa gruta por muitos anos.

Fama de santidade

Logo, sua fama de santo se espalhou por toda a região da Capadócia, pois ele atendia a todos que o procuravam e muitas vezes as pessoas ficaram curadas de suas doenças do corpo e da alma. Até os animais selvagens conviviam em total harmonia com o santo.

O médico se torna bispo

Quando o Bispo local morreu, a população de toda a região foi ao seu encontro, pedindo para que ele se tornasse padre para tomar conta do povo de Deus. Ele aceitou e foi morar na cidade. Estudou e se ordenou padre. E, não muito tempo depois, foi sagrado Bispo. Construiu uma casa para abrigar a Diocese aos pés da gruta em que ele morou, e dali comandava a igreja de toda a região.

Vivendo em meio aos perseguidores

O prefeito de Sebaste na Capadócia era um tirano que combatia o cristianismo em toda a região. Ele se chamava Agricola, era amigo do Imperador do oriente Licinius Lacinianus. Que era cunhado de Constantino, Imperador do ocidente, que parou de perseguir os cristãos.

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As perseguições começam

Um dia Agricola mandou seus soldados buscarem feras, leões, tigres, para servirem de espetáculo no martírio dos cristãos presos. Quando os soldados chegaram perto da gruta do santo, viram todo o tipo de animal da floresta convivendo em harmonia com ele. Com espanto geral correram para contar ao prefeito Agricola o que estava acontecendo.

Prisão de São Brás

Muito nervoso com o fato o Governador mandou prender São Brás. Ele não se opôs, não tiveram nenhum tipo de resistência. Chegando à presença de Agricola, foi ordenado que São Brás renunciasse a Jesus Cristo e à igreja, e adorasse os seus deuses. São Brás, então, disse que nunca deixaria de adorar a Deus e a Jesus Cristo. Disse ainda que a Igreja jamais acabaria porque era guiada pelo Espírito Santo. Por várias vezes o Prefeito chamou-o para tentar mudá-lo de opinião, mas ele nunca cedeu. Muitas pessoas visitavam o Santo na prisão para vê-lo e pedir orações. São Brás, apesar do sofrimento das torturas, atendia a todos com conselhos e orações.

Um milagre que trouxe a benção das gargantas

Um dia, uma mãe desesperada o procurou porque seu filho estava quase morrendo com um espinho encravado na garganta. São Brás olhou para o céu, rezou e, em seguida, fez o sinal da cruz na garganta do menino. No mesmo instante, ele ficou milagrosamente curado. Por esse milagre, até os dias de hoje São Brás é invocado para curar os males da garganta.

Em todos os lugares do mundo, quando uma criança ou qualquer pessoa se engasga, ainvocação direta ao Santo logo é rezada: “São Brás te proteja.” Ou simplesmente: “São Brás.”

Nas Igrejas de todo o mundo essa benção é feita especialmente no seu dia, com duas velas cruzadas sobre a garganta dos fiéis, que recebem a benção de São Brás.

Milagres e morte do santo na prisão.

Algumas mulheres que foram à prisão ajudar São Brás por causa dos ferimentos das torturas que ele sofrera. Porém, elas foram mortas pelos soldados do Governador após terem jogado em um lago os ídolos dados pelos soldados para que elas renunciassem a Jesus e à igreja. São Brás gritou com os soldados e contra o governador, que também mandou jogar o santo no lago, mas por milagre ele andou sobre as águas e nada lhe aconteceu.

A morte de São Brás

Voltando à terra, o governador enfurecido mandou decapitar São Brás. Assim, ele foi morto tendo sua garganta cortada pela espada. Era o dia 3 de fevereiro de 316. Sua

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festa é comemorada no dia 3 de fevereiro.

Até 732 o corpo e as relíquias de São Brás ficaram na catedral de Sebaste, na Armênia, depois quando iam ser levadas para Roma, uma tempestade conduziu o barco até a cidade de Maratea, em Potenza, onde os moradores fizeram uma Igreja e posteriormente a Basílica de São Brás, mudando o nome do local para “Monte São Brás”.

(fonte: terracruzsanta.com.br)

São Francisco das Chagas

Francisco era um rapaz que tinha tudo na vida. Roupas, dinheiro, terras e tudo mais. Mas não tinha uma devoção à Deus. Era uma pessoa que só queria saber de festas, farras e banquetes. Trabalhava com seu pai na loja de tecidos, a qual só servia para aumentar a riqueza de seu pai. Foi quando Assis teve que enfrentar uma batalha contra Perugia, da qual Francisco participou. Mas Assis perdeu, e Francisco e seus companheiros foram presos e passaram quase um ano aprisionados. Francisco voltou para casa adoecido, e mal tinha se recuperado, seu pai o mandou para as Cruzadas. Mas, enquanto estavam parados para acampar, Francisco começou a pensar em seus erros e na vida que levava e resolveu mudar de vida. Entregou a armadura a um companheiro e galopou de volta à Assis. No caminho, Francisco parou na capela de São Damião, que estava em ruínas. Foi quando um chamado que vinha da cruz lhe disse: "Francisco, não vê que minha casa está em ruínas? Vá, repara-a para mim!" Depois disso, a vida de Francisco mudou completamente. Despiu-se completamente de tudo que tinha, inclusive das roupas, na frente da cidade inteira, vestiu uma túnica e passou a viver com os pobres, leprosos e excluídos do povo, como um deles. Resolveu casar-se com a Dama Pobreza. Desejava ser como Cristo, que viveu pobre toda sua vida. No começo seus colegas começaram a caçoar e a reprovar suas atitudes. Mas mais tarde vieram a segui-lo até o fim de suas vidas. Aos que queriam seguir-lhe, Francisco dizia: " Vá, vende tudo que tens e dá aos pobres. Não possuas nada consigo e siga somente ao Pai eterno e a Jesus Cristo." Logo vieram vários, e seus seguidores de 12 viraram milhares. Entre eles surgiu uma linda dama, chamada Clara, a qual seguiu Francisco e aos seus ideais por toda sua vida. Francisco, para melhor poder pregar o Evangelho, foi a Roma pedir permissão ao Papa, que, ao final de tudo, lhes concedeu sua benção. Daí em diante, Francisco e seus companheiros passaram a pregar o santo Evangelho sem muitas dificuldades, quanto à permissão doSanto Padre. Mas alguns dos seguidores de Francisco, que viviam de esmolas assim como ele, começaram a querer ditar novas regras. Queriam que a Ordem tivesse novas regras, pois muitos deles vinham de Universidades e queriam prosseguir com seus estudos. Francisco então resolveu renunciar ao posto de superior da Ordem e o passou a liderança à Elias, um de seus seguidores. Logo após esse acontecimento,

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Francisco, seguido de Frei Leão, retirou-se para o monte Alverne, do qual passou quarenta dias jejuando e orando. Foi quando ele decidiu subir até um ponto mais alto do monte, sozinho, e pediu a Frei Leão que ficasse onde estava e orasse bastante. Francisco, já desesperado, gritava a Deus que se comunicasse com Ele, para entender melhor o que Deus queria dele. Foi quando Deus mandou-lhe as cinco chagas, para que Francisco sofresse como Jesus sofreu. Isso transmitiu uma alegria infinita, da qual, à princípio, só Frei Leão sabia. Francisco não conseguiu esconder o milagre quehavia lhe acontecido e pouco antes de morrer, aos 43 anos de idade, compôs o Cântico das Criaturas, sua última composição.

(fonte: angelfire.com)

São Roque

Padroeiro dos inválidos, cirurgiões, protetor do gado, contra doenças contagiosas e a peste.

Significado do nome: eremita, homem grande e forte

Originário de família nobre, distinta e abastada, São Roque nasceu em Montpellier, na França, em 1295. Seu nascimento teve o significado de um grande dom de Deus e fruto das orações de seus pais. Libéria, sua mãe, mulher virtuosa, era devotada de Nossa Senhora, a quem recorreu, pedindo a graça de ter um filho, apesar de sua idade avançada. Foi atendida em seu anseio e dedicou-se com cuidado à educação de Roque, incutindo-lhe desde cedo a devoção à Nossa Senhora.

Perdeu os pais entre os quinze e vinte anos, herdando um enorme patrimônio. Mas asaspirações de Roque eram por outra herança: queria viver na pobreza, imitando a Cristo.Assim, inclinado para a piedade, repartiu entre os pobres, em segredo, tudo o que pode colher de suas rendas. Como a idade não lhe permitia dispor nem alienar seus bens de raiz, confiou-os a um tio, partindo sem nada para Roma, mendigando pelo caminho. Chegando a Toscana, em Aguapendente, viu a grande mortalidade causada pela peste. Levado pelo desejo de ser útil aos empestados, pediu permissão ao administrador do hospital para assistir aos doentes, o que lhe foi permitido. Logo que Roque se meteu entre os empestados, cessou a epidemia da doença naquelacidade. O mesmo se deu em Cesena e outras localidades; dizia-se que a peste fugia deRoque. Tomando conhecimento de que a epidemia chegara a Roma, Roque partiu imediatamente. Lá chegando, foi ouvido em confissão pelo cardeal Britânico que então tomou conhecimento dos dons que o Santo possuía. Pediu-lhe para que suplicasse a Deus pelo fim do flagelo que atingia a cidade. Roque fez a oração e

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sentindo que alcançara a graça, convidou o cardeal a agradecê-la juntamente com ele.Mas esse fato se creditou à virtude do Santo.Permaneceu em Roma por três anos, praticando a caridade na assistência aos enfermos. Ao retornar à França, foi passando por localidades da Itália, onde já havia estado. Ficou por alguns anos nas cidades da Lombardia, tratando os doentes a quem, muitas vezes, curava com o sinal da cruz. Em Piacenza (Palencia), acabou por contrair a doença. Certa noite despertou com febre e dor aguda na perna esquerda, o que o fazia gritar. A violência do mal não lhe permitia tranquilidade interior. Para não perturbar com seus gritos os outros doentes do hospital, dirigiu-se para fora da cidade, à entrada de um bosque, onde encontrou uma pequena choça que lhe serviu de abrigo. Esse foi seu refúgio para não perturbar ninguém.Com a graça de Deus, Roque viu brotar perto da cabana, um manancial de água cristalina. Com ela, sentia mais alívio, ao lavar suas feridas. Se não fosse um cão que todos os dias lhe trazia pão roubado da mesa do dono, teria morrido de fome. O dono do cão, intrigado com a regularidade com que este lhe roubava o pão, seguiu-o certa vez, pela floresta, encontrando Roque, de quem tornou-se amigo, fazendo o possível para ajudá-lo.

Curado da peste, Roque dirigiu-se para à França a fim de liquidar o restante de seus bens. Montepellier estava em guerra civil quando lá chegou. Tido como espião, foi levado à presença do governador que era seu tio. Diante dele, sequer afirmou sua identidade. Ninguém o reconheceu, pois os anos e a vida que levara alteraram-lhe a fisionomia e a aparência. Preso, ficou num calabouço escuro durante cinco anos. Seu alimento era pão e água, passando os dias em oração. Sua consolação estava em Deuse na Virgem Maria. O carcereiro da prisão admirava-se da extraordinária paciência do Santo e considerava-o diferente dos outros presos. Sentindo que a própria morte se aproximava, Roque pediu a presença de um sacerdote para se confessar e comungar. Por tudo o que disse, o confessor notou que aquele era um homem extraordinário e comunicou suas impressões ao governador. Este, porém, desconsiderou a apreciação do sacerdote. Completamente abandonado Roque, falecia pouco depois. Era o dia 16 de agosto de 1327. Ao descer ao calabouço, o carcereiro viu uma luz muito brilhante saindo pelas brechas da cela. Abriu a porta e encontrou Roque morto, estendido no chão. Difundiu-se pela cidade, rapidamente, a notícia de que havia falecido um Santo na prisão. Muitas pessoas dirigiram-se para lá. Entre os visitantes, estava também sua avó, que reconheceu o corpo de Roque por uma mancha cor de vinho, em forma de cruz, que ele tinha no peito. Ao ter conhecimento de que o morto era seu sobrinho, o governador ficou inconsolável pela dureza com que o tratara e providenciou suntuosos funerais. O corpo de Roque foi conduzido triunfalmente pelas ruas da cidade, acompanhado de clero, nobreza e povo.

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Diz-se que as suas relíquias foram transportadas para Veneza em 1485, sendo aqui objeto de grande veneração. A magnificente igreja seiscentista que as alberga, a Scuola Grande di San Rocco, foi decorada por Tintoretto. A cidade dedica-lhe uma festa anual (uma das obras-primas de Canaletto retrata a saída da procissão de São Roque em Veneza. São Roque é geralmente representado em trajes de peregrino, por vezes com a vieira típica dos peregrinos de Santiago de Compostela, e com um longo bordão do qual pende uma cabaça. Um dos joelhos é geralmente mostrado desnudadoa perna, sendo aí visível uma ferida (bubão da peste). Por vezes é acompanhado por um cão, que aparece a seu lado trazendo-lhe na boca um pão.

(fonte: Wikipédia e igrejaparati.com.br)

Nossa Senhora da Soledade

A devoção à Nossa Senhora da Soledade tem origem no encontro de Maria com seu filho Jesus, a caminho do Calvário. Ao ver o amado Filho carregando a pesada cruz, torturado e sofrido, coroado de espinhos e ensanguentado, a dor da Mãe de Deus foi tão profunda que nos faz refletir até hoje sobre as nossas próprias dores.

A Virgem Dolorosa recebeu então a denominação de Senhora da Soledade, palavra derivada do latim, que significa solidão, tristeza e saudade; sendo também venerada sob diversos nomes como: Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora das Angústias, Nossa Senhora das Lágrimas, Nossa Senhora das Sete Dores, Nossa Senhora do Calvário ou ainda Nossa Senhora do Pranto

Maria chorou por seu Filho inocente, que era levado à morte; e nos ensina, com sua dor, que também podemos suportar nossas dores.

(fonte: nossasenhoradasoledade.org.br)

Nossa Senhora dos Remédios

A devoção a Nossa Senhora, sob o título dos Remédios (ou Bom Remédio, do Remédio), começou com São João de Matha, fundador na Ordem da Santíssima Trindade, e morto em Roma em 17 de dezembro de 1213. Com o objetivo de resgatar os cristãos escravizados na África e no Oriente Médio, São João da Mata e São Felix de Valois fundaram em 1198 a Ordem Hospitalar da Santíssima Trindade. Precisavam, para isso, de vultosas somas em dinheiro. Recorreram, então, ao auxílio de Maria Santíssima, o remédio para todas as necessidades que encontramos na vida. Foram abundantemente atendidos e conseguiram libertar da escravidão milhares de

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irmãos na Fé.

Na linguagem medieval, os verbos “redímere” e “remediare” e os substantivos “redémptio” e “remédium”, tinham um significado similar: redimir, resgatar, resgate, remédio (com o sentido de salvação, libertação). Isto explica porque, nos escritos dos séculos XVI-XVII, se dão a padroeira os três títulos: “do Remédio”, “do Resgate”, “da Libertação”.

A representação mais antiga hoje conservada é uma imagem românica, que pertenceu à primeira casa dos trinitários em Marselha: a Virgem está sentada, com o Menino no braço esquerdo e com a bolsa de dinheiro no direito. A bolsa alude, como relatam muitos biógrafos, à aparição e ao socorro dado por Nossa Senhora a São João de Matha, em Túnis e em Valência (Espanha). São João de Matha estava sendo atormentado pelos muçulmanos que exigiam o preço duplicado por escravos já resgatados, sob ameaça de reconduzi-los em prisão. Tendo-lhe suplicado fervorosamente como Mãe do Bom Remédio, foi por Ela miraculosamente provido.

Segundo o livro “Invocações da Virgem Maria no Brasil” de Nilza Botelho Megale (3ª. Edição. Vozes), esta invocação, de sabor tipicamente colonial, era muito popular na velha Lusitânia, principalmente nas cidades de Santarém e Lamego. Foi introduzida em Portugal por religiosos franceses da Ordem da Santíssima Trindade para a redenção dos cativos, que estiveram em Lisboa no início do século XIII.

No Brasil, Nossa Senhora do Bom Remédio é mais conhecida com o título de “NossaSenhora dos Remédios”. Os frades Trinitários, com suas Confrarias e os devotos, se empenhavam na difusão de suas devoções específicas e assim trouxeram para o Brasil o culto da Virgem dos Remédios, em honra da qual ergueram capelas em váriasprovíncias do Nordeste (Maranhão, Pernambuco e Bahia) e nas regiões barrocas de Minas Gerais.

(fonte: sementesdoreino.com.br)

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Santa Rita de Cassia

Foto de Cartão Postal do acervo do MAS-Paraty/RJ.

Santa Rita de Cássia era filha única. Nasceu em maio do ano de 1381, nas montanhas em Roccaporena, perto de Cássia, região da Umbria, Itália. Era filha de Antônio Mancini e Amata Ferri, casal de muita oração e do qual todos gostavam. Não sabiam ler nem escrever, mas ensinaram à filha tudo sobre a fé em Jesus e Nossa Senhora. Eles contavam a ela também histórias de vida de muitos santos e santas, o que muito contribuiu para sua formação.

Vida de Santa Rita de Cássia

Santa Rita de Cássia queria ser religiosa, mas seus pais escolheram para ela um marido, como era costume na época. O marido escolhido foi Paolo Ferdinando. Não foi uma boa escolha, pois Paolo era um infiel no matrimônio e tinha o hábito de beberdemais. Por causa dele, Santa Rita sofreu por 18 anos, período em que foi casada. O casal teve dois filhos. Durante o tempo de casada, Rita demonstrou muita paciência e resignação por tudo que sofreu.

Mesmo sofrendo, ela nunca deixou de rezar pela conversão dele. Por fim, a mansidão e o amor de Rita transformaram aquele homem rude e bruto. Paolo se converteu e mudou sua vida conjugal de tal forma que as amigas de Rita e as mulheres da cidade

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vinham aconselhar-se com ela.

Paolo, embora verdadeiramente convertido, tinha deixado um rastro de violência e rixas entre alguns grupos da cidade. Assim, um dia ele saiu para trabalhar e não voltou para casa. Santa Rita de Cássia teve a certeza de que algo horrível tinha acontecido.

No dia seguinte ele foi encontrado morto. Tinha sido assassinado. Seus dois filhos, que já eram jovens, juraram vingar a morte do pai. Santa Rita, então, pediu a Deus que não deixasse eles cometerem esse pecado mortal. Logo os dois ficaram muito doentes, de forma incurável. Antes que eles morressem, porém, Santa Rita ajudou os dois a se converterem, ao amor de Deus e ao perdão. A graça foi tão grande que os dois conseguiram perdoar o assassino do pai, e morreram.

Parece estranho, mas a morte dos dois filhos de Santa Rita quebrou uma corrente de ódio e vingança que poderia durar anos, causando muito mais sofrimentos e mortes. Depois disso, Santa Rita de Cássia teve a certeza em seu coração de que os três estavam juntos no céu. Assim, tudo tinha valido a pena.

Deus coloca Santa Rita de Cássia no convento

Santa Rita, estando sozinha na vida, quis entrar para o convento das irmãs Agostinianas, obedecendo ao chamado que sentia desde menina. As irmãs, porém, estavam em dúvida sobre sua vocação, visto que tinha sido casada, o marido fora assassinado e os dois filhos morreram de peste. Por tudo isso, elas não queriam aceitar Rita no convento.

Então, numa noite, Santa Rita dormia, quando ouviu uma voz chamando: Rita. Rita. Rita.

Ela abriu a porta e estavam ali, São Francisco, São Nicolau e São João Batista. Eles pediram que ela os seguisse e depois de andarem pelas ruas, os santos desapareceram e Rita sentiu um suave empurrão. Ela caiu em êxtase e, quando voltou a si, estava dentro do mosteiro, estando este com as portas trancadas. Então as freiras não lhe puderam negar a entrada. Rita viveu ali por quarenta anos.

Milagres de Santa Rita de Cássia

Em dúvida se vocação de Rita era verdadeira, a superiora mandou-a regar um pedaço de madeira seca que estava no jardim do convento. Ela deveria fazer aquilo por um ano. Rita obedeceu com paciência e amor. Depois de um ano, para a surpresa de todos, mais um milagre aconteceu: o galho se transformou numa videira que dá uvas até hoje.

Sofrimento de Cristo no corpo de Santa Rita de Cássia

Orando aos pés da cruz Santa Rita de Cássia pediu a Jesus que pudesse sentir um pouco das dores que ele sentiu na sua crucificação. Então, um dos espinhos da coroa

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de Jesus cravou-se em sua cabeça e Santa Rita sentiu um pouco daquela dor terrível que Jesus passou.

O espinho fez em Santa Rita uma grande ferida, de tal forma que ela tinha que ficar isolada de suas irmãs. Assim, ela fazia mais orações e jejuns para Deus. Santa Rita deCássia ficou com a ferida por 15 anos. A chaga só foi curada quando Irmã Rita foi a Roma, no ano santo. Quando voltou ao mosteiro, porém, a ferida se abriu novamente.

Morte de Santa Rita de Cássia

No dia 22 de maio de 1457, o sino do convento começou a tocar sozinho. Santa Rita estava com 76 anos. Sua ferida cicatrizou-se e seu corpo começou a exalar um perfume de rosas. Uma freira chamada Catarina Mancini, que tinha um braço paralítico, ao abraçar Santa Rita de Cássia em seu leito de morte, ficou curada.

No lugar da ferida apareceu uma mancha vermelha que exalava um perfume celestial que encantou a todos. Logo apareceu uma multidão para vê-la. Então, tiveram que levar seu corpo para a igreja e lá está até hoje, exalando suave perfume, que a todos impressiona.

Devoção a Santa Rita de Cássia

Santa Rita de Cássia foi beatifica no ano 1627, em Roma, pelo Papa Urbano Vlll. Suacanonização foi no ano de 1900, no dia 24 de maio, pelo Papa Leão Xlll e sua festa foi é comemorada no dia 22 de maio de todo ano.

(fonte: cruzterrasanta.com.br)

Nossa Senhora das Dores

Trata-se de uma devoção muito antiga, na qual Nossa Senhora é venerada enquanto tendo sido traspassada, no alto do Calvário, por uma espada de dor, à vista da Paixão e Morte de seu Divino Filho. Nossa Senhora das Dores uniu-se perfeitissimamente aosacrifício do Redentor, pelo que mereceu ser chamada por muitos santos e teólogos “Corredentora do gênero humano”.

A devoção às dores de Maria tem um fundamento bíblico nas palavras proféticas do Velho Simeão: “Tua alma será atravessada por uma lança”. Aliás, o próprio Evangelho põe em evidência a presença de Maria ao pé da cruz: “Junto à cruz de Jesus estava de pé sua Mãe”. A presença de Maria era uma presença de solidariedade nas dores do Filho com nossa redenção.

Muitos Padres da Igreja, como Santo Efrém, Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Bernardo, fizeram comoventes considerações sobre as dores da Mãe de Deus. Esta devoção deve-se, na Igreja, sobretudo, à pregação dos Padres Servitas desde o ano

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1230 e entrou na liturgia como memória por obra do Papa Bento XIII em 1724. A festa põe em destaque a participação ativa de Maria nos sofrimentos redentivos de Cristo.

Nossa Senhora das Dores nos faz, também, compreender a necessidade de unir nossos sofrimentos aos de Cristo. É uma lei do Cristianismo: quanto mais um cristão se aproxima de Cristo, tanto mais ele deve, igualmente, aproximar-se da cruz. Maria soube, portanto, mais do que ninguém, participar da paixão de Cristo.

(fonte: santoprotetor.com)

Nossa Senhora da Penha

Existia no oeste da Espanha uma serra muito alta e íngreme chamada Penha de França, na província de Salamanca.

Por volta de 1434, segundo algumas fontes históricas no dia 19 de maio, certo peregrino francês sonhou com uma imagem de Nossa Senhora que estava enterrada no topo de escarpada montanha, em razão de uma guerra entre cristãos e muçulmanos, na qual os católicos escondiam suas imagens para não serem destruídas,cercada de luz e acenando para que ele fosse procurá-la. Simão Vela, assim se chamava o peregrino, durante cinco anos andou procurando a mencionada serra, até que um dia teve indicação de sua localização e para lá se dirigiu. Após três dias de intensa caminhada, pela razão de segundo ele próprio, em seus êxtases ouvir sempre aadvertência divina: “Simão, vela e não durma!” (pelo que passou a adotar o sobrenome de Vela, como ficou conhecido), escalando penhas íngremes, o monge parou para descansar, quando viu sentada perto dele uma formosa senhora com o filho ao colo que lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava. Auxiliado poralguns pastores da região, conseguiu achar a imagem que avistara em sonho.

Construiu Simão Vela uma tosca ermida nesse local, que logo se tornou célebre pelo grande número de milagres alcançados por intermédio da Senhora da Penha de França, e mais tarde ali foi construído um santuário no topo da Penha de França, no município de El Cabaco (Salamanca, Espanha). O intelectual católico francês Maurice Legendre influenciou a recuperação do santuário (especificamente, em 1934 organizou uma peregrinação para marcar o quinto centenário da descoberta da imagem). Legendre é enterrado na nave da igreja.

Iconografia da imagem

A imagem comum do título é a do viajante a cavalo, atacado por uma cobra e salvo por um jacaré (versão brasileira do lagarto). No alto vê-se Nossa Senhora da Penha com o Menino Jesus no braço esquerdo e a mão direita estendida segurando às vezes um cetro. Esta representação da Virgem Maria é geralmente em pinturas, pois as

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esculturas mostram somente Maria com o Menino ao colo.

Milagres

Um tempo após a famosa batalha de Alcácer-Quibir, uma peste assolou Portugal e como a Espanha se livrara do flagelo graças à intervenção de Nossa Senhora da Penha de França, o Senado da Câmara de Lisboa prometeu à Mãe de Deus construir um grandioso templo, se ela livrasse a cidade da moléstia. Extingui-se a epidemia quase subitamente, a Câmara mandou edificar magnífico santuário naquele local.

Este templo passou a atrair milhares de peregrinos e em certa ocasião um devoto, tendo subido ao alto da penedia vencido pelo cansaço adormeceu. Uma grande cobra aproximou-se para picá-lo quando um enorme lagarto saltou sobre ele despertando-o a tempo de matar a serpente com o seu bastão. Essa é a razão pela qual a imagem de Nossa Senhora da Penha tem aos pés um peregrino, a cobra e o lagarto.

(fonte: Wikipédia)

São Pedro de Alcantara

São Pedro de Alcântara, de nome de batismo Juan de Garabito y Vilela de Sanabria (Alcântara, 1499 — Arenas de San Pedro, 18 de outubro de 1562), foi um frade franciscano espanhol que fez grandes reformas na sua ordem religiosa, a Ordem dos Capuchinhos, no Reino de Portugal.

Nasceu no seio de uma família nobre. Estudou direito na Universidade de Salamanca,mas abandonou os estudos e tomou uma vida religiosa em 1515 no Convento de San Francisco de los Majarretes, perto de Valência de Alcântara, onde tomou o nome de frade Pedro de Alcântara. Foi ordenado em 1524, com 25 anos.

Viajou até Portugal em 1539 para ajudar o seu parente Martín de Santa Maria Benavides a reformar uma das províncias franciscanas. De 1542 a 1544, foi guardião e mestre de noviços em Palhais. Com a morte de Martín, em 1546, foi Pedro de Alcântara quem deu seguimento a seu trabalho, sendo, por isso, muito apreciado pelo rei Dom João III.

Logo estabeleceu-se na Serra da Arrábida e, aí, ajudou a fundar uma série de mosteiros para os chamados Arrábidos (ou Capuchos, noutras zonas do país), nomeadamente o chamado Convento de Nossa Senhora da Arrábida. Escreveu toda a regra da comunidade lá perto, em Azeitão.

Em 1555, iniciou a reforma da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos mediante as regras “alcantarinas”, hoje conhecidas como de “Estrita Observância”. Mais tarde, foram os Arrábidos que foram colocados no Convento de Mafra por Dom João V. Acabaram por ser expulsos de Portugal quando da implantação do liberalismo no

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país, sendo, então, reintegrados na Ordem de São Francisco.

Em 1557, estava no Reino de Portugal que tanto amava.

Era notável pregador e místico, amigo e confessor de Santa Teresa de Jesus a quem terá ajudado, em 1559, na tarefa de reforma da Ordem dos Carmelitas, a par de São João da Cruz. Escreveu o “Tratado da Oração e Meditação” que terá sido lido por SãoFrancisco de Sales.

Diz-se também que Pedro dormiu muito pouco e que ele sempre dormia sentado. Porque ele estava a maior parte do tempo acordado, enquanto seus irmão frades estavam dormindo, ele é o santo padroeiro dos adoradores noturnos.

(fonte: Wikipédia)

Santo Antonio:

Foto de Cartão Postal do acervo do MAS-Paraty/RJ.

Do nascimento à Ordem de Santo Agostinho:

Santo Antônio nasceu em Lisboa, Portugal, dia 13 de setembro de 1191, e morreu

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com 36 anos, dia 13 de junho de 1231, nas vizinhanças de Pádua, Itália. Por isso, é chamado Santo Antônio de Lisboa e Santo Antônio de Pádua, um dos santos mais populares da Igreja, ‘o santo do mundo todo’ chamou Leão XIII.

Filho de Martinho de Bulhões e Teresa Taveira, de famílias ilustres, recebeu o nome de Fernando no batismo. Aos 15 anos, entrou no convento da Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, nas proximidades de Lisboa. Aí ficou dois anos e pediu para ser transferido para o mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, porque eram tantas as visitas de parentes e amigos, que perturbavam sua paz. Em Coimbra fez filosofia e teologia e foi ordenado padre.

O ingresso na Ordem dos Franciscanos:

Nesse mosteiro de Coimbra, se hospedaram os frades Franciscanos do convento de Santo Antônio dos Olivais, quando viajavam para converter os muçulmanos em Marrocos, na África. Pouco tempo depois, os restos mortais desses frades, martirizados em Marrocos, voltaram a Portugal, para o sepultamento desses heróis em Coimbra, onde morava o Rei de Portugal. Nessa ocasião, ‘Santo Antônio’ sentiu grande desejo de evangelizar Marrocos e imitar os mártires. Por isso, no verão de 1220, entrou para a Ordem dos Franciscanos, mudou seu nome para Antônio, que era o titular do convento franciscano dos Olivais, e foi mandado para Marrocos

No início de novembro de 1220, Antônio desembarcou em Marrocos, mas terrível enfermidade o reteve na cama todo o inverno e resolveram devolvê-lo para Portugal. O navio de volta a Portugal foi levado pelos ventos para a Itália. Desembarcou na Sicília e se dirigiu para Assis, onde se encontrou pela primeira vez com São Francisco. Então, participou de um Capítulo Geral da Ordem, que começou a 20 de maio de 1221, em Assis.

Não demorou para se revelar como excelente orador e pregador, em setembro de 1221, fazendo o sermão em Forli, na ordenação sacerdotal de franciscanos e dominicanos. Surpreendeu o Provincial e todos ficaram maravilhados.

Por isso, o Provincial o encarregou da ação apostólica contra os hereges na região da Romanha. e no norte da Itália, quando se tornou extraordinário pregador popular. Em Rimini, os hereges impediam o povo de ir aos seus sermões. Então, apelou para o milagre. Foi à costa do Adriático e começou pregar aos peixes, que acorreram em multidão, mostrando a cabeça fora da água. Este milagre invadiu a cidade com entusiasmo e os hereges ficaram envergonhados.

Após alguns anos de frade itinerante, foi nomeado, por carta, por São Francisco, o primeiro ‘Leitor de Teologia’ da Ordem. Mas, este magistério de teologia para os franciscanos de Bolonha demorou pouco porque o Papa mobilizou todos os pregadores dominicanos e franciscanos para combater a heresia albigense na França.

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Por isso, passou três anos, lecionando, pregando e fazendo milagres no sul da França – Montpellier, Toulouse, Lê Puy, Bourges, Arles e Limoges. Como ocupava o cargo de custódio do convento de Limoges, foi para Assis participar do Capítulo Geral da Ordem, convocado por Frei Elias, a 30 de maio de 1227. Nesse Capítulo foi eleito Provincial da Romanha, cargo que ocupou com êxito até 1230. Em 1229, foi morar com os seus irmãos franciscanos, perto de Pádua, no convento de Arcella, em Camposampiero.

A morte de Santo Antonio:

Nesse lugar retirado, a pedido do Cardeal de Ostia, dedicou-se a escrever os sermões das festas dos grandes santos e de todos os domingos do ano. Mas sempre saia para pregações, por exemplo, durante a Quaresma, até morrer, por uma hidropisia maligna,na sexta-feira, de 13 de junho de 11231.

Foi tanta a repercussão de sua morte e tantos os milagres, que, onze meses após sua morte, foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Em 1263, quando seu corpo foi exumado, sua língua estava intacta e continua intacta até hoje, numa redoma de vidro,na Basílica de Santo Antônio, em Pádua, onde estão seus restos mortais.

Mais tarde, em 1934, foi declarado Padroeiro de Portugal.

E em 1946, o Papa Pio XII proclamou Santo Antônio ‘Doutor da Igreja’, com o título de ‘Doutor Evangélico’. Santo Antônio não perdeu sua atualidade e é invocado pelo povo cristão, até hoje, para curar doença, achar coisa perdida e ajudar no casamento.

(fonte: www.angelfire.com)

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Técnicas utilizadas na confecção das Imagens:

*Terracota policromada*Madeira com vestígios de policromia*Madeira policromada*Gesso policromado

Quando falamos em IMAGENS POLICROMADAS estamos nos referindo às esculturas feitas em madeira ou as vezes em gesso, com pintura (ou policromia). No caso das imagens em madeira, principalmente as antigas e de valor, elas são feitas entalhadas em um bloco só de madeira, podendo ter pedaços colados separadamente (mãos, dedos ou partes de mantos). O que acontece normalmente é uma movimentação constante da madeira devido ao calor e a umidade, e isso pode causar rachaduras. Camadas de gesso e cola são usadas para cobrir a madeira como uma base de preparação. Com a movimentação da madeira ou devido a perda do efeito da cola com a ação do tempo, a pintura ou policromia desprende-se.

(fonte: restauracaodearte.blogspot.com.br)

FIM

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