a arte rupestre no brasil; questões de transferência e
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE COMUNICAO
INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAO EM CINCIA E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENSINO E PESQUISA
A Arte Rupestre no Brasil; Questes de transferncia e representao da
informao como caminho para interpretao
Por
Carlos Xavier de Azevedo Netto
Tese de Doutorado em Cincia da Informao
Rio de Janeiro Maro / 2001
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A Arte Rupestre no Brasil; Questes de transferncia e representao da
informao como caminho para interpretao
Por
Carlos Xavier de Azevedo Netto
Tese apresentada ao Programa de Ps-Graduao em
Cincia da Informao, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola de Comunicao, em convnio com o
Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia,
Departamento de Ensino e Pesquisa, como pr-requisito
para obteno do grau de Doutor em Cincia da Informao.
Orientadora: Prof. Dr Rosali Fernandez de Souza
Rio de Janeiro Maro / 2001
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A Arte Rupestre no Brasil: Questes de transferncia e representao da
informao como caminho para a interpretao.
Por
Carlos Xavier de Azevedo Netto
Banca Examinadora:
Prof. Dr __________________________________________________________ Rosali Fernandez de Souza Orientadora
Prof Dr ___________________________________________________________ Maria Nlida Gonzalez de Gomez
Prof Dr ___________________________________________________________ Lena Vnia Ribeiro Pinheiro
Prof Dr ___________________________________________________________ Maria da Conceio Moraes Coutinho Beltro
Prof Dr ___________________________________________________________ Paulo Roberto Gomes Seda
Suplentes:
Prof Dr __________________________________________________________
Gilda Olinto
Prof Dr ____________________________________________________________ Jos Mauro Matheus Loureiro
Rio de Janeiro, 08 de Maro de 2001
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Para Lucas e Tiago, que me estimularam a ir em frente por serem meus filhos.
Para Ftima, por ter aparecido na minha vida e me dado a famlia que tenho.
Para Ely, quem me criou e ajudou a chegar at aqui.
Para Ivo e Ady, pela saudade que deixaram.
E a memria de Maria de Lourdes, porque sem ela, de novo, nada disso seria
possvel.
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NDICE DAS TABELAS pgina
Tabela 1 Os Conceitos Localizados na Literatura Arqueolgica 122
Tabela 2 A Relao dos conceitos que Definem os Signos Rupestre 128
Tabela 3 As Categorias dos Conceitos da Arte Rupestre 129
Tabela 4 Os Conceitos que Utilizam o Termo Tradio 147
Tabela 5 Os Atributos dos Conceitos que Utilizam o Termo Tradio 148
Tabela 6 Os Conceitos que Utilizam o Termo Estilo 149
Tabela 7 Os Atributos dos Conceitos que Utilizam o Termo Estilo 151
Tabela 8 Os Conceitos que Utilizam o Termo Variedade 151
Tabela 9 Os Atributos dos Conceitos que Utilizam o Termo Variedade 1529
Tabela 10 Os Conceitos que Utilizam o Termo Fase 153
Tabela 11 Os Atributos dos Conceitos que Utilizam o Termo Fase 154
Tabela 12 Os Conceitos que Utilizam os Termos Subtradio, Complexos e Fcies 154
Tabela 13 Os Atributos dos Conceitos que Utilizam os Termos Subtradio, Complexos e
Fcies 155
Tabela 14 Os Conceitos que Apresentam a Ocorrncia de Sinonmia 156
Tabela 15 Sinonmia entre os Conceitos relacionados com o termo Tradio 158
Tabela 16 Sinonmia entre os Conceitos relacionados com o termo Estilo 159
Tabela 17 Sinonmia entre os Conceitos relacionados com o termo Variedade 159
Tabela 18 Sinonmia entre os Conceitos relacionados com o termo Fase 160
Tabela 19 Sinonmia entre os Conceitos relacionados com o termo Fcie 160
Tabela 20 A troca de Termos entre os Conceitos de Diversos Autores 161
Tabela 21 Evidenciao de Sinonmia entre os Conceitos 162
Tabela 22 Relao dos Conceitos da Nova Categoria 164
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RESUMO
A questo das formas de representao da Arte Rupestre, h muito, tem preocupado os
arquelogos que tratam desse tipo de manifestao cultural. Essa preocupao
manifesta tanto com as tcnicas de registro dos painis rupestres, quanto com as formas
de comunicao das informaes obtidas com o estudo desse fenmeno. O presente
estudo tem como objetivo discutir as formas de representao da Arte Rupestre utilizada
pelos arquelogos brasileiros e investigar sobre a possibilidade de estabelecer relaes
interpretativas a partir das representaes feitas. O trabalho desenvolvido tem como
objeto de estudo os conceitos das unidades classificatrias da Arte Rupestre no Brasil
encontrados na literatura da rea, que tivessem como princpio a funo de transferir a
informao observada entre os pares da comunidade de arquelogos brasileiros. O
problema de informao investigado com o suporte tericos-metodolgicos da Cincia
da Informao, evidenciando os fundamentos da semitica e a teoria da representao.
Foi possvel obter a categorizao de conceitos analticos, sinttico e interpretativos,
destacando os problemas de sinonmia e de polissemia identificados. Os resultados
encontrados indicaram que a interpretao da Arte Rupestre inerente as formas com
que as informaes sobre essa manifestao so representada, que podem ser
identificadas em base da categoria de conceitos interpretativos.
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Abstract
The issue of rock art representation has been preoccupying the archeologists whom
discuss this cultural manifestation long ago. This preoccupation is manifested on the
registration techniques of the rock panels as well a the forms of communication the
information obtained on studies of this phenomenon. The present study aims to discuss
the ways of representation the Rock Art utilized by the Brazilian archeologists and if it is
possible to establish interpretative relationships since the representations done.
Therefore, this study was conceived based on the concepts of the classificatory units of
Rock Art in Brazil, which has as principle the function of transference of the observed
information between peers of the Brazilian Archeologist community.
Filled with the theoretic and methodological subsides of Information Science, as long as
this is a information problem, the semiotics fundaments and the representation theory
were consulted to handle with the proposed object. It was possible to observe the
categorization of this concepts (e.g. analytical, synthetic and interpretative), highlighting
the synonymy problems and the polissemia which were identified and that the rock art
interpretation is inherent to the ways which the information about this manifestation is
represented, confirmed by the category identification of interpretative concepts.
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SUMRIO
pgina
NDICE DAS TABELAS i
AGRADECIMENTOS ii
RESUMO iii
ABSTRACT iv
1- INTRODUO 1
2- CONSIDERAES HISTRICAS DOS ESTUDOS DE ARTE RUPESTRE 7
2.1- Os Primrdios da Arqueologia 8
2.2- A Nova Arqueologia 13
2.3- Consideraes sobre a Arte-Rupestre 16
2.4- Desenvolvimento dos Estudos de Arte Rupestre 22
2.5- A Arte Rupestre e o Estudo Simblico das Representaes em
Arqueologia 29
3- A INFORMAO NA ARTE RUPESTRE 32
3.1- Sobre Cincia da Informao 33
3.2- Um Conceito de Informao 39
3.3- A Questo da Transferncia de Informao 43
10
3.4- A Natureza da Informao da Arte-Rupestre 48
3.5- Um Problema de Informao 53
4- SIGNO, SIGNIFICADO E INTERPRETAO 58
4.1- O Signo 59
4.2- O Significado 64
4.3- O Significado e a Interpretao na Arqueologia 70
5- SEMITICA, REPRESENTAO E ARQUEOLOGIA 77
5.1- A Teoria Semitica 78
5.2- A Teoria da Representao 83
5.3- A Representao na Arqueologia 95
6- A CONSTRUO DO MTODO 104
6.1- A Semitica e o Discurso 105
6.2- Os Componente dos Conceitos 109
7- MATERIAL E ANLISE DOS DADOS 121
7.1- Os Conceitos sobre Arte Rupestre na Literatura
Brasileira de Arqueologia
122
7.2- Triagem e Seleo dos Conceitos 125
7.3- Os Conceitos Considerados para a Anlise 129
7.4- A Questo da Polissemia 146
11
7.5- A Questo da Sinonmia 156
7.6- Uma Nova Categoria de Conceitos 162
7.7- O Resultado das Anlises 167
8- CONCLUSES 174
10- REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 189
ANEXO Figuras Ilustrativas dos Conceitos Interpretativos
1- INTRODUO
A histria da passagem humana na terra marcada pela extrema variedade com
que a vida do homem se constri. As inmeras formas de organizao social, simblica,
religiosa, expresses ideolgicas e estticas, esto dispersas pelo globo, assumindo, a
seu tempo e espao, contornos especficos e lgica constitutiva prpria. Todas essas
expresses da vida do homem so passveis de materializao espacial e de perpetuao
temporal, quer na forma de instrumentos e artefatos, quer na forma de pinturas ou
gravuras, ou mesmo pela permanncia da tradio.
justamente esta materializao de gostos, idias e sentimentos que a